Вы находитесь на странице: 1из 98

A OUTRA FACE DA DOENÇA

Título Original
“Shinji no Kenko”

ÍNDICE DO LIVRO

Apresentação
Prefácio

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Palestra proferida pelo fundador da Igreja Messiânica Mundial no auditório do


“Hibiya Public Hall” – Tóquio, Japão
Eu e a Igreja Messiânica Mundial
O que é a Igreja Messiânica Mundial
A transformação do mundo em Paraíso e o problema referente à saúde
O mundo isento de doença, pobreza e conflito
Os descrentes e os crentes

SAÚDE

A verdade sobre a saúde


O homem é um poço de saúde
A verdadeira saúde e a saúde aparente
Como tornar as crianças saudáveis
Método para qualquer pessoa engordar
Método para a mulher se tornar mais bela
Medicina desportiva
A bebida e a Religião
Meu método de saúde
O que é a morte?
Morte natural e a morte antinatural

TOXINAS

Análise das toxinas


Os três tipos de toxinas
Toxinas urinarias
A causa do pecado esta nos medicamentos
A causa dos acidentes
PROCESSO DE PURIFICAÇÃO

O tratamento natural
Os pontos falhos da Medicina e a capacidade de recuperação natural
O que é a doença
A verdadeira causa das doenças
O que é a doença? A gripe
A verdadeira causa da doença está no “Espírito”
A causa das doenças e o pecado
O pecado e a doença
O que é o estado ligeiramente febril
Sobre a purificação proporcional
A doença e o caráter do homem
A advertência dos antepassados
A reencarnação

JOHREI

O primeiro mundo
A grande transição do mundo
Transição da Noite para o Dia
Sou um cientista em Religião
O espírito precede a matéria
Espírito e corpo
Medicina espiritual
Princípio do JOHREI
A trilogia dos órgãos internos e o JOHREI
A força absoluta
Minha luz
Quem é o salvador?

NUTRIÇÃO

Alimentação e nutrição
A dietética
A comédia da nutrição

AGRICULTURA NATURAL

Agricultura Natural – Introdução


A força do solo
Princípio da Agricultura Natural
A grande revolução da agricultura
Danos causados pelas pragas
Danos causados pelas chuvas e ventos
A higiênica e agradável agricultura natural nas hortas caseiras
O globo terrestre respira

Posfácio

APRESENTAÇÃO

Esta obra é uma coletânea dos ensinamentos relacionados à saúde, escritos por
Meishu-Sama, nome religioso de Mokiti Okada, fundador da nossa Igreja.
Meishu-Sama afirmou que, em obediência à ordem Divina, iria construir uma nova
civilização, ou seja, o Paraíso Terrestre - mundo de saúde, riqueza e paz. Ele nos
ensinou que a obtenção da saúde seria a condição fundamental para o
estabelecimento desse mundo. De fato, ela é fator de primordial importância e
constitui a base da felicidade e da prosperidade de todos os seres humanos.
Os ensinamentos contidos no presente livro foram divulgados pelo próprio Mestre
através dos periódicos da Igreja. Na época, ele desejava difundi-los o quanto antes,
a fim de poder salvar o maior número de pessoas que estavam sofrendo. Assim,
em respeito ao amor de Meishu-Sama pela humanidade, a nossa Igreja promoveu
a compilação de seus ensinamentos, esperando nova oportunidade para publicá-
los. Felizmente, com o Cinqüentenário da Fundação da Igreja, pudemos concretizar
esse desejo, razão pela qual nos sentimos profundamente gratos, pois se trata de
uma grande permissão concedida por ele.
Neste sentido, objetivando que, por intermédio da obra que estamos editando, o
maior número de pessoas possam despertar para o verdadeiro conceito de saúde e
tornar-se verdadeiramente saudáveis, gostaríamos de conclamar a todos para um
grande empenho na concretização do ideal comum a toda a humanidade - a
construção do Paraíso Terrestre - através da profissão de cada um e das várias
atividades do servir.

PREFÁCIO

5 de fevereiro de 1947

Qual será o maior e o último objetivo do homem? Resumindo numa só palavra, é a


felicidade. Não há, certamente, quem possa negá-lo. Todavia, tanto as pessoas
que buscam a felicidade como aquelas que sentem já tê-la alcançado e desejam
mantê-la, não conseguem desligar-se de um problema: a questão referente à
saúde. Com razão Jesus de Nazaré disse que de nada adianta o homem ganhar o
mundo inteiro e perder a vida.
Eu consegui salvar o homem do sofrimento causado pela doença formando
pessoas sadias e como resultado, obtive sucesso quanto à possibilidade de
prolongar a vida humana. Concretizou-se, assim, o grande ideal que a humanidade
perseguia e ansiava há milhares de anos.
Quanto ao "prolongamento da vida", todos, sem exceção, acreditavam não passar
de um sonho de gente tola. Nesse sentido, estou certo de não existir, na história da
humanidade, absolutamente nada que possa ser comparado a tão grandiosa
descoberta. Por isso acredito que, quando o JOHREI chegar ao conhecimento de
todos os homens, motivará uma grande revolução no mundo. Entretanto, leitores,
não há motivo para temor, pois ela difere fundamentalmente das revoluções
sangrentas e cheias de ódio que ocorreram no passado: é uma revolução repleta
de alegria, luz e glória. Assim, serão consolidados pela eternidade os alicerces da
paz.
Minhas palavras talvez pareçam demasiado audazes. Contudo, creio que, se lerem
compenetradamente este livro, examinando a fundo seu conteúdo e pondo-o em
prática, reconhecerão que não há nenhuma mentira em minhas afirmações.
O que significa progresso da cultura? Obviamente, significa aumento progressivo
do bem-estar de cada ser humano.
Mas qual a base desse progresso? Principalmente a saúde e o prolongamento da
vida do homem. É sabido que a humanidade, acreditando poder alcançar tal
objetivo apenas pelo progresso da Medicina, sempre fez todo empenho para atingi-
lo. A Medicina, sem ficar à margem de outras ciências, mantém pomposa
aparência, como salas de cirurgia em grandes hospitais, inúmeros medicamentos,
potentes microscópios, aparelhos de radiografia, equipamentos de irradiações
diversas, etc. Faz profundas pesquisas científicas, atenta aos mínimos detalhes, e
as pessoas ficam fascinadas com a ocorrência freqüente de novas descobertas e a
divulgação de novas teorias. Não é, pois, de se admirar que as pessoas acreditem
que, um dia, praticamente todas as doenças serão debeladas. Tal objetivo,
entretanto, está demasiadamente longe de ser alcançado e não se tem idéia de
quando o será.
Não pretendo criticar a Medicina. Quero apenas alertar que ela está caminhando no
sentido totalmente oposto ao do seu verdadeiro objetivo. Teve, porém, seu mérito:
a explicação minuciosa do funcionamento do organismo, obtida graças à análise e
dissecção, pela qual, inclusive, merece o nosso agradecimento.
Mas por que será que a humanidade durante tanto tempo não percebeu os erros da
Medicina? É realmente um grande mistério do mundo. O JOHREI, criado por mim,
abre agora as portas desse mistério, que estiveram cerradas durante milênios.
Acredito que Deus me confiou a execução da grandiosa tarefa de fazer o homem
retornar ao seu estado original de saúde.

PALESTRA PROFERIDA PELO FUNDADOR DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL


NO AUDITÓRIO DO "HIBIYA PUBLIC HALL" - TÓQUIO, JAPÃO

22 de maio de 1951

Creio que minha palestra é bastante original. Pretendo tratar de assuntos que
nunca foram tratados antes.
Em primeiro lugar eu gostaria de dizer que muita gente, confundindo cultura com
civilização, diz que a cultura da atualidade é avançada, ou que estamos na Era da
Cultura. Na verdade, porém, cultura e civilização são coisas diferentes. Civilização
é um mundo ideal, sem nenhuma selvageria; a isso nós chamamos de mundo
civilizado. Já a cultura é o estágio intermediário entre a selvageria e a civilização.
Portanto, o que se chama BUN-NO-KE, ou seja, BUNKA (Cultura), é uma sombra,
é um fantasma.
Observando o estado atual da humanidade, notamos que os homens estão
apaixonados por essa sombra, achando que ela é o que há de melhor e que, com o
seu progresso, o mundo se tornará aprazível. Mas o mundo civilizado a que eu me
refiro é diferente daquilo que as pessoas têm em mente.
O que é a verdadeira civilização? Em palavras simples, é sinônimo de vida. Deve
ser a época em que a humanidade possa viver com segurança. Mas, como o Sr.
Suzuki disse há pouco, hoje há coisas realmente temíveis, como a bomba atômica,
a bomba bacteriológica, o Juízo Final, etc. São temíveis porque põem em risco a
segurança da vida. Isso não é um mundo civilizado. É a cultura; a Era da Cultura.
Isto é, estamos na fase de transição entre a selvageria e a civilização. O que vou
falar agora não é sobre a cultura, e sim sobre a civilização.
As doenças e as guerras são o que mais põe em risco a vida. Se não tivéssemos
guerras nem doenças, teríamos garantia de vida, e este seria o verdadeiro mundo
civilizado. Já chegamos à época em que precisamos ir até aí. Daí a razão de ser do
lema da Igreja Messiânica Mundial: o mundo absolutamente isento de doença,
pobreza e conflito. Como a guerra é um conflito em maior escala, propomos a
construção do mundo sem doença, pobreza e guerra.
Todos os infortúnios são decorrentes da doença. Costuma-se entender como
doença aquilo que provoca dores, coceira ou outras reações; interpreta-se sempre
no sentido físico. Mas não é bem assim. Há dois tipos de doenças: doenças físicas
e doenças do espírito. Dizem que este ano a tuberculose e outras doenças
contagiosas, a disenteria, etc. aumentaram bastante e por isso as pessoas estão
receosas. Entretanto, se hoje não se conseguir encontrar solução para esse
problema, jamais se formará um mundo civilizado, nem mesmo daqui a centenas
ou milhares de anos.
Quanto à pobreza, sua origem é a doença do corpo. Basta escolher uma pessoa
pobre e procurar saber a causa da sua pobreza. É invariavelmente a doença. São
casos como a perda de emprego devido à enfermidade, ou a impossibilidade de
trabalhar pelo mesmo motivo. A doença, acrescida do fato de não se receber
salário, constitui uma dose dupla de sofrimento. Isso se reflete negativamente não
só no próprio doente como em seus parentes e amigos.
A causa das guerras também é a doença. Trata-se da doença mental. É comum
utilizar-se a expressão "fabricantes de guerras", para aqueles que as causam.
Observando-se a História, encontramos inúmeros exemplos. E eles recebem o
nome de heróis. Esses indivíduos importantes têm força e inteligência, mas no
fundo sofrem de uma espécie de doença nervosa. Por isso torna-se necessário
erradicar não só a doença do corpo como também a do espírito. Quanto à do
corpo, as pessoas acreditam que é possível curá-la através da Medicina e se
esforçam nesse sentido, mas não há nada que resolva a doença espiritual. Para
isso, só existe um meio: a Religião.
Na teoria pode ser assim, mas surge a dúvida: conseguir-se-á, na prática, erradicar
ambos os tipos de doenças? Aí é que entra o JOHREI, ao qual se referiu há pouco
o Sr. Suzuki: ele irá erradicar a doença da mente e a do corpo. Dessa forma,
surgirá o mundo civilizado.
Observando o estado em que se encontra a humanidade e a cultura, concluo que
de maneira alguma isto é civilização. Pelo contrário, é até um estado extremamente
bárbaro. As guerras de hoje são mais terríveis que as da época selvagem. Sendo
assim, podemos afirmar que a cultura ou civilização da atualidade não passa de
aparência; a humanidade está iludida com essa aparência, e as pessoas se sentem
gratas. Analisando seu conteúdo, veremos que ele é selvagem; ou melhor, meio
civilizado e meio selvagem. A cultura contemporânea assemelha-se a uma bela
mulher, vestida com um bonito quimano, com a qual todos ficassem
impressionados, mas que, quando tirasse a roupa, se mostrasse corroída pela
sífilis, toda coberta de pus.
Acredito, por conseguinte, que a nossa Igreja Messiânica Mundial não é uma
religião. Se fosse possível resolver os problemas do homem com a Religião, eles já
teriam sido resolvidos, pois até o presente apareceram importantes líderes e
fundadores de religiões, filósofos, moralistas, etc. É verdade que selvagens nus e
de rosto pintado restam poucos. Conseguiu-se, também, que tudo assumisse um
aspecto bonito, culto. Mas ainda não foi possível garantir a vida humana, porque as
religiões que surgiram até hoje não tinham força suficiente. Tiveram força para
tornar cultos os selvagens, mas não para ir além, ou seja, para tornar os homens
civilizados.
Há, ainda, inúmeros inventos que não são utilizados no bom sentido: muito pelo
contrário. Dizem que a bomba atômica pode matar vinte milhões de pessoas de
uma só vez; entretanto, se essa energia for aplicada para o bem, com uma
pequena porção do tamanho da ponta de um dedo, poder-se-á fazer rodar trens ou
automóveis por muitos dias. O avião, sendo utilizado como meio de transporte, não
existe nada mais rápido e útil; utilizado para lançar bombas, não há máquina mais
temível.
Esta é a cultura científica de hoje. Chegamos até aqui com o progresso da cultura
científica, mas falta algo - algo muito importante. Devido a essa falta tende-se a
fazer mau emprego das coisas. Eis o motivo da aflição da humanidade. Para utilizar
as coisas em sentido positivo, torna-se necessário ir às raízes, isto é, ao Espírito.
Mudando o Espírito das criaturas do mal para o bem, elas saberão utilizar tudo no
bom sentido e assim se conseguirá um mundo maravilhoso. Cristo referiu-se a isso
com a expressão "É chegado o Reino dos Céus". Sakyamuni, por sua vez, disse:
"Após a extinção do Budismo, aparecerá Miroku Bossatsu, e surgirá o Mundo de
Miroku". Só que Sakyamuni falou que seria após 5,67 bilhões de anos. Acredito,
entretanto, que ele quis apenas se referir aos números 5 6,7. Se realmente
estivesse profetizando algo para daí a 5,67 bilhões de anos, Sakyamuni não estaria
bom da cabeça, pois não há nenhum sentido em profetizar algo para um futuro tão
distante. Nessa época, a humanidade e a Terra já teriam passado por uma
mudança tão grande que nem se poderia imaginar.
Os messiânicos conhecem bem o significado dos números 5,6,7. Caso eu fosse
explicá-lo, isso me tomaria bastante tempo e aí eu não poderia falar de coisas
importantes. Com relação à profecia de Cristo, ao invés de dizer "É chegado o
Reino dos Céus", ele poderia ter dito "Vou construir o Reino dos Céus". Mas
naquela época o mundo ainda não havia alcançado o estágio necessário para isso,
ou seja, o progresso da cultura ainda era insuficiente para a construção do
verdadeiro mundo civilizado.
No entanto, a cultura material progrediu, chegando ao estágio em que se encontra
atualmente; o progresso foi tal, que se estendeu ao mundo todo. O que eu estou
dizendo pode ser ouvido, através dos modernos meios de comunicação, nos quatro
cantos do mundo. Os meios de transporte se desenvolveram tanto, que é possível
ir de avião até os Estados Unidos num dia. Dessa forma, o progresso da cultura
material já atingiu o ponto em que estão preenchidas quase todas as condições
necessárias ao mundo civilizado. O primordial dessa questão é que a alma humana
ainda não se evoluiu o suficiente para utilização do progresso no bom sentido.
Sobre essa alma, é imperativo empenhar-nos para que as pessoas a utilizem
positivamente e, ao mesmo tempo, para que a humanidade tome conhecimento
disso. Em várias oportunidades falei sobre o assunto, e os fiéis já têm alguma
noção a respeito.
A propósito, comecei a escrever, há cerca de seis meses, um livro intitulado "A
Criação da Civilização". Meu objetivo é esclarecer que a civilização atual não é a
verdadeira civilização e que, nesta, a Medicina, a Política, a Educação, a Arte, etc.
serão bem diferentes. A parte que se refere à Medicina já está quase pronta, mas
tenciono escrever, ainda este ano, a parte referente às outras áreas. Quando o livro
estiver concluído, pretendo traduzi-lo para o inglês e tomar providências para que
ele seja lido por professores universitários, cientistas, enfim, por intelectuais do
mundo inteiro. Vou enviá-lo, também, à Comissão Examinadora do Prêmio Nobel,
mas acredito que, no início, não o receberão bem, pois a Comissão é integrada por
eminentes personalidades da cultura material. Todavia, como se trata de um livro
que aborda justamente aquilo que as pessoas eminentes estão buscando, acredito
que os integrantes da Comissão não deixarão de entendê-lo e exclamar: "É isto!"
Assim, poderiam conceder-me dez ou vinte Prêmios Nobel. Quando esse livro for
publicado, eu gostaria que todos os povos o lessem.
Dessa forma, ao mesmo tempo que mostramos como estará constituída a
verdadeira civilização, damos a conhecer o JOHREI. Com o JOHREI as doenças
saram milagrosamente, mas ele não se destina a curar doenças. Em resumo, o
JOHREI cura o espírito, ou seja, o mal que existe nele. Em termos mais claros, o
mal é o caráter selvagem, e este não pode ser removido, pois não se pode viver
sem espírito. O que se pode fazer é mudar a maneira de pensar das pessoas, ou
seja, diminuir-lhes as partes más, fazendo com que as partes boas aumentem.
Assim, todos farão apenas coisas boas, isto é, acharão que devem fazer o bem.
Costumo dizer aos fiéis que os homens da atualidade estão sempre pensando em
praticar o mal. Mesmo que não queiram fazê-lo, acham que é bobagem praticar o
bem, que isso só traz prejuízos, que se deve fazer as coisas de maneira mais
"fácil". Entretanto, essa forma de pensar é o oposto da verdade. Faço tal afirmativa
porque já houve época em que eu também pensava assim. Gradativamente,
porém, comecei a ter melhor compreensão sobre Deus, através da Fé, e vi que
estava totalmente do "avesso". Aí passei a querer praticar o bem e sempre buscava
um meio para isso. Estava sempre procurando fazer algo em benefício das outras
pessoas, algo que as deixasse felizes, satisfeitas. Com essa atitude, minha sorte
melhorou. Mesmo antes de me dedicar inteiramente à Fé, aconteciam-me coisas
boas quando eu ficava nesse estado de espírito. Assim, pensei como seria bom se
as pessoas soubessem os benefícios que nos advêm quando procuramos fazer a
felicidade do próximo.
À medida que eu ia acumulando tais experiências da vida real, comecei a ter plena
compreensão de que realmente Deus e o demônio existiam. A partir daí passei por
uma fase de aprimoramento espiritual. Com a ocorrência de vários milagres, pude
compreender a grande missão que me era destinada. Foi assim que instituí a Igreja
Messiânica Mundial e estou desenvolvendo minhas atividades.
Outro ponto que eu gostaria de abordar é o "Juízo Final", do cristianismo, e o "Fim
do Budismo", profetizado por Sakyamuni. Apesar de muitos líderes e fundadores de
religiões terem feito profecias semelhantes, vou tratar, aqui, apenas destas duas.
Que vem a ser o Juízo Final? Os homens estão imaginando que virá um deus para
fazer o julgamento neste mundo, mas isso não corresponde à verdade. É um ponto
de difícil entendimento para os não-fiéis, mas o Mundo Espiritual é uma realidade.
O mundo em que vemos e sentimos a matéria é o Mundo Material; além deste, há o
Mundo Espiritual e, no meio dos dois, o Mundo Atmosférico. Este último já é
conhecido, mas ainda não se conhece o Mundo Espiritual. É como a ordem em que
se dispõem a era do barbarismo, a era da cultura e a era da civilização. Da mesma
forma, o Universo obedece a uma constituição tripla: Mundo Material, Mundo
Atmosférico e Mundo Espiritual.
Há, ainda, os ciclos do mundo: assim como existe transição entre o claro e o
escuro, entre o dia e a noite no espaço de um dia, há a mesma transição no espaço
de um ano. O claro e o escuro em um ano podem ser comparados ao verão e ao
inverno, respectivamente. Os raios solares são mais fortes no verão e mais fracos
no inverno, ocasionando o contraste entre o claro e o escuro. E existem períodos
idênticos no espaço de dez e de cem anos. A História registra épocas de paz e de
guerra, que correspondem ao claro e ao escuro. Refiro-me, portanto, a esse ritmo.
Igual período existe também no espaço de mil e de dez mil anos.
Estávamos até agora na escuridão, no período das trevas; vamos passar para o
período da claridade. Passando-se para o período da claridade, tudo que existia no
período das trevas sofrerá uma seleção. Esses ciclos do mundo, nós os
designamos com as expressões Mundo da Noite, Mundo do Dia, Cultura da Noite,
Cultura do Dia. Assim, desaparecerá uma série de coisas que não serão mais
necessárias. Durante o dia, por exemplo, não é preciso lâmpadas. Tudo aquilo que
pertence à Era da Noite e se tornar desnecessário será eliminado.
O Juízo Final representa a separação do que é do Dia e do que é da Noite. O que
for inútil ficará inativo ou será destruído. A partir de agora, as coisas do Dia irão
sendo construídas gradativamente.
O que acontecerá quando o Mundo Espiritual se tornar claro? Vejamos o homem.
Nele, entre a matéria e o espírito existe a água, que corresponde ao ar. Ela existe
em grande quantidade no corpo humano. Assim, o homem apresenta uma
constituição tripla; dela, faz parte o espírito, a que também se poderia chamar alma.
O espírito está subordinado ao Mundo Espiritual. Tornando-se claro esse mundo,
aqueles cujo espírito não corresponder a essa claridade terão de ter as suas
máculas removidas. Não significa que elas serão arrancadas, mas ocorrerá
naturalmente a purificação, para limpar o que está sujo. À medida que o Mundo
Espiritual vai clareando, as pessoas possuidoras de máculas no espírito passam
por uma limpeza, que é o sofrimento. O princípio da doença obedece a essa
explicação. Através dela pode-se compreender perfeitamente o que e a doença.
Até agora não se conhecia o espírito. Desprezava-se a sua existência. Como o Sr.
Tokugawa disse há pouco, é uma questão de alma. A ação da alma é muito
grande.
Ontem fui visitado por uma pessoa que eu não via há cerca de um ano. Anteontem
eu tinha pensado: "Como estará ele passando?" No dia seguinte ele apareceu. Aí
eu disse para mim mesmo: "Ah, o espírito dele veio aqui antes! Digamos, por
exemplo, que o Sr. Tokugawa pense: "O Sr. Matsunami está escrevendo com
afinco." Então este pensamento vai até o Sr. Matsunami, penetra no seu corpo e se
aloja na sua cabeça. Aí, ele se lembra do Sr. Tokugawa. É como se a pessoa
chegasse, após ter avisado. Nessas ocasiões, as criaturas se comunicam através
dos elos espirituais. O trabalho desses elos, no caso do relacionamento amoroso, é
muito interessante. Mas o meu objetivo, no momento, não é o problema do amor. O
assunto se tornará claro, para os senhores, quando abraçarem a Fé. O amor é
muito bom, mas quase sempre acaba em tragédia. Para entender melhor esse fim
trágico, é necessário conhecer o lado espiritual, a existência dos elos espirituais.
Isso não pode ser menosprezado. Em vários problemas da vida há mulheres; dizem
mesmo que por trás dos crimes existe sempre uma mulher, ou melhor, o amor.
Com a compreensão das causas, é possível eliminar as tragédias e os males
sociais. Mas vamos deixar este assunto por aqui.
Como eu estava falando há pouco, as máculas do espírito irão sendo eliminadas
para ele corresponder à claridade do Mundo Espiritual. Se isso terminar numa
simples doença, está tudo bem, mas pode acontecer que a pessoa fique
gravemente enferma e acabe falecendo. A doença chega aos poucos, e por isso é
que se chama doença. Se vier de uma vez, a pessoa morre. Juízo Final é isso.
Com o clarear do Mundo Espiritual, a transformação pode ocorrer repentinamente e
aí as criaturas não resistiriam. Haveria mortes em massa. Deus quer evitá-las e por
isso manda avisos. É vontade de Deus que a humanidade seja avisada, para que
ela se salve. E Ele me incumbiu dessa tarefa. Estou, portanto, avisando.
Tanto Sakyamuni como Cristo profetizaram o advento do Paraíso, a chegada do
Novo Mundo. Eles foram os profetas, e eu sou o concretizador. Deus me ordenou
que concretizasse essas profecias, ou seja, que eu construísse o Paraíso
Terrestre, livre de doença, pobreza e conflito. Entretanto, eu não me canso, pois
não sou eu quem planeja. Tudo é planejado por Deus. Apenas dou forma às
coisas. Isso realmente é fácil, mas de enorme responsabilidade. Provavelmente
não houve ninguém com responsabilidade maior que a minha em toda a história da
humanidade. Dessa maneira, as profecias de Cristo e Sakyamuni começam a ter
sentido: se elas não tivessem possibilidade de ser concretizadas, seriam falsas
profecias. Falsas profecias significam mentiras. Mas não seria possível pessoas tão
importantes terem mentido. Por conseguinte, era preciso haver alguém que
tornasse realidade tais profecias, e o escolhido fui eu. Na verdade, me é penoso
afirmar um empreendimento de tamanha grandeza. Não falei nisso até agora
justamente por ser uma missão demasiado grande. Mas o tempo se aproxima, já é
chegada a Era do Dia. Para salvar a humanidade, preciso avisar rapidamente o
maior número de pessoas, e é por isso que estou hoje falando aos senhores.
O Sr. Suzuki falou há pouco sobre o Dilúvio e a Arca de Noé, mas isso é algo
semelhante ao Juízo Final. Há duas versões a respeito: uma diz que choveu
quarenta dias seguidos, outra diz que foram cem dias. Fossem quarenta ou cem, o
que interessa é que choveu durante muitos dias consecutivos. A água foi subindo
cada vez mais e se tornou um dilúvio, salvando-se apenas os que estavam na arca.
Aqueles que estavam em barcos comuns ou que subiram às montanhas acabaram
perecendo; estes últimos, devorados por animais que também haviam subido.
Apenas oito pessoas se salvaram, e dizem que os representantes da raça branca
são seus descendentes. Acredito que, em linhas gerais, essa história não está
errada.
No Japão, conta-se a história de Izanagui-no-Mikoto e de Izanami-no-Mikoto. Estes
dois deuses, de cima da ponte flutuante dos Céus, empunhando uma espada,
mexeram algo semelhante a espuma, e daí surgiram as ilhas e os continentes.
Essa deve ter sido a causa do Dilúvio. De acordo com a tese xintoísta, houve ação
da maré alta e da maré baixa. A maré baixa é o recuo das águas, e Izanagui-no-
Mikoto encarregou-se disso. O nascimento das ilhas e das nações significa que se
jogou fora a água do Dilúvio, fazendo emergir aquilo que estava submerso. Penso
que essa ocorrência corresponde à época do Dilúvio.
Com relação ao cristianismo, dizem que João fez o batismo pela água e Cristo fará
o batismo pelo fogo. Agora está para vir o batismo pelo fogo, o extraordinário
acontecimento que promoverá a eliminação do Mal. Isso tem muitos outros
sentidos, mas, como já está se esgotando o tempo, vou parar por aqui.

22 de maio de 1951

EU E A IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL

25 de novembro de 1950

A Igreja Messiânica Mundial é completamente diferente das outras religiões, e


quem nela ingressar entenderá por quê. Mas em que aspecto ela difere das
demais? No momento ainda não posso entrar em detalhes, mas falarei em linhas
gerais.
Em primeiro lugar, observando bem as religiões existentes, parece-nos que elas se
classificam em dois tipos. A umas nem cabe o nome religião, tal a sua simplicidade;
trata-se, em poucas palavras, de fé passiva. É aquela que consiste em ir ao templo
rezar de vez em quando, receber talismãs e amuletos, queimar incenso, ver a sorte
e, se a pessoa tem posses, mandar executar músicas sacras, fazer doações e
oferendas e voltar para casa agradecida, sentindo-se bem. É uma fé popular, que
se costuma chamar de devoção. Entretanto, esse tipo de fé pode ser considerado
religião, pois, no fundo, possui normalmente uma estrutura religiosa. O outro tipo
poderia ser chamado de fé pura. Nela se faz o registro de todos os fiéis, havendo
dirigentes, funcionários, ministros e até encarregados de difusão, que se dedicam
profissionalmente às atividades religiosas. Constitui, portanto, genuinamente, uma
religião. Ao contrário da fé passiva, seus fiéis agem com seriedade e, quando se
aprofundam, dedicam-se fervorosamente, de corpo e alma, às suas tarefas. Entre
essas religiões, existem as recentes e as antigas. As antigas, em sua maioria, são
pouco atuantes, devido, talvez, à mudança dos tempos; algumas, segundo dizem,
só a muito custo conseguem manter-se na atual posição. As recentes foram
fundadas aproximadamente do fim do xogunato ao início da Era Meiji, (1867), e são
as que apresentam maior atividade e progresso. Entre elas, destaca-se o
xintoísmo. No campo do budismo, só uma seita - a Nitiren - apresenta algum
fôlego; as demais são praticamente inativas.
Num rápido exame das religiões, observamos que elas apresentam várias
formalidades, mas em geral têm como alicerce os ensinamentos de seu fundador
ou o espírito que norteou sua fundação, os quais são divulgados e transmitidos aos
fiéis. Estes, por sua vez, oferecem-lhes sua devoção, em agradecimento pela
proteção recebida de Deus. Obviamente não se pode generalizar, pois até mesmo
na fé existem altos e baixos.
Concordamos plenamente que todas as religiões têm como objetivo a
concretização de um mundo melhor e por isso tentam satisfazer o conceito de
felicidade do homem. A maioria, entretanto, toma como principal fator o aspecto
espiritual, demonstrando pouco interesse pelos benefícios materiais.

A VERDADEIRA SALVAÇÃO

Na Igreja Messiânica Mundial, não negligenciamos de maneira alguma a salvação


do espírito, mas julgamos que, salvando o homem apenas espiritualmente, sua
salvação não é perfeita, ou seja, ele não está realmente salvo. Temos de salvar-lhe
também a parte material, e neste ponto é que reside a grande diferença entre a
nossa religião e as demais. Ainda que como ser humano seu espírito esteja salvo,
essa idéia não basta para ele ser verdadeiramente feliz. Numa sociedade complexa
como esta em que vivemos, não se sabe quando tal felicidade será destruída, e
isso está claramente provado pela realidade que nos cerca.
Exemplificando, há pessoas que adoecem, que são roubadas, que têm prejuízos,
que são enganadas por indivíduos inescrupulosos, que sofrem devido a elevadas
taxações de impostos, etc. No caso dos impostos elevados, podemos apontar,
entre outras causas, a existência de malfeitores, que justifica a necessidade de
polícia e tribunais; o surto de muitas doenças, cujo combate requer a aplicação de
dinheiro; uma pessoa errada que provoca uma grande guerra, acarretando
despesas decorrentes de indenizações, e assim por diante. Devido a tais fatores,
atingir um estado de segurança e de paz espiritual torna se utopia. Portanto, num
mundo como este, se não houver salvação espiritual e material, não se poderá
obter a verdadeira felicidade. A nossa Igreja promove a salvação em ambos
aspectos. Individualmente, isso se expressa através de benefícios materiais;
socialmente, através do progresso da cultura. Entretanto, segundo a Revelação
Divina, há um grande erro na cultura moderna, apesar de, até agora, ninguém o ter
percebido. É um erro tão surpreendente, que o que se faz pensando ser bom, na
verdade é o contrário, e por causa disso a humanidade tem sofrido sérios danos.
Em poucas palavras, o que se julgava contribuir para o aumento da felicidade
acabava por resultar em aumento da infelicidade. Os fatos, melhor do que qualquer
outra coisa, comprovam o que estamos dizendo.
Houve um grande progresso da cultura, mas a felicidade deixou de acompanhar
esse ritmo; aliás, o sofrimento do homem é cada vez maior. Se a cultura moderna
foi edificada graças ao esforço conjunto de sábios, santos e outros grandes
personagens que vêm se sucedendo há milênios, poder-se-á dizer que se trata de
uma cultura do mais elevado nível. É difícil, portanto, imaginar que em seu
conteúdo possa existir um erro marcante. Como eu já disse, conhecendo o grande
erro da cultura moderna, desejo, o mais breve possível, não só fazer com que o
maior número de pessoas o compreendam, mas também compartilhar com elas
dessa felicidade e, ao mesmo tempo, mostrar-lhes as diretrizes para a formação do
Novo Mundo, caracterizado por uma cultura nova, ideal. Essa é a Vontade de Deus.
Agora vou falar sobre mim. Pelo que já passei em minha vida, sou uma pessoa
comum, igual a tantas outras. Tenho, porém, uma vida tão mística, que não
encontra paralelo na história de toda a humanidade. Digo isso porque me fizeram
nascer com a grande missão de salvar o mundo, completamente diferente da
missão de famosos religiosos como Sakyamuni. Cristo e Maomé. Ou seja, fui
investido do poder de executar aquilo que esses grandes personagens não
puderam realizar. Isso é absoluta verdade, como todos os fiéis estão cientes.
Por exemplo, qualquer coisa que eu desejar saber, eu fico sabendo. Tomo
conhecimento de tudo que for importante, a começar dos três mundos - Divino,
Espiritual e Material - assim como também do passado, do presente e do futuro. É
claro que isso está limitado ao que concerne à salvação da humanidade e à
construção do Paraíso Terrestre. Antevejo como será o mundo daqui a um ano ou
a vários anos, e também o meu próprio destino. É até engraçado. E note-se, pela
experiência que tenho tido até agora, que geralmente os fatos previstos por mim
acabam acontecendo, isto é, as visões tornam-se realidade. Tenho elaborado e
executado vários planos, e tudo tem corrido conforme os meus desejos.
Com relação à literatura, se penso em escrever um artigo, as palavras me fluem
naturalmente, o quanto eu desejar. Como todos sabem, dedico-me também à
composição de poemas e não encontro nenhuma dificuldade nisso; componho
cerca de cinqüenta em uma hora. Gostaria, inclusive, de escrever haicais, poemas
satíricos, obras de ficção, dramas, etc. mas não o tenho feito por falta de tempo.
Além desses gêneros, escrevo sátiras e comédias; como elas têm sido publicadas,
os leitores devem conhecê-las. As orações entoadas pelos fiéis também são de
minha autoria, e parece-me que, apesar de eu não ter tido, anteriormente, qualquer
experiência nesse sentido, elas ficaram muito boas.
Por outro lado, já é do conhecimento de todos que estou construindo um protótipo
do Paraíso Terrestre de grande porte; nessa obra, as pedras, as árvores, as flores,
enfim, tudo sou eu quem escolho e planejo. Naturalmente, o projeto do jardim e dos
prédios e até a ornamentação também são trabalhos meus. O Templo Messiânico,
que se erguerá no Solo Sagrado de Atami, mas que ainda está em fase de projeto,
seguirá um estilo mais moderno que o do arquiteto suíço Le Corbusier, estilo esse
que nos últimos anos se tornou moda arquitetônica no mundo inteiro. Portanto,
quando o templo for inaugurado, deverá ser alvo da atenção mundial. Só de estar
no local e olhar o terreno, os prédios e os jardins se projetam aos meus olhos, não
havendo necessidade de pensar. Na verdade nunca estudei esses assuntos, nem
ninguém me ensinou nada a respeito; entretanto, se quero fazer algo,
imediatamente brotam, dentro de mim, excelentes idéias. Além disso, faço
vivificações florais, escrita a pincel e pinto quadros. Dessas atividades, a única que
estudei um pouco foi pintura, mas nas outras sou totalmente leigo. Com relação à
Política, Educação, Economia, Filosofia e Medicina, sei das coisas que irão
acontecer até daqui a um século. Sei principalmente o erro em que está baseada a
cultura atual e fico impaciente quando penso que, se ele fosse logo corrigido, a
humanidade seria salva e a felicidade reinaria no mundo. Nada, porém, pode ser
feito enquanto não chegar o tempo certo. Atualmente, seguindo a ordem Divina,
estou apenas apontando o problema da doença e os erros da agricultura, questões
fundamentais para a construção do Paraíso Terrestre.

UTILIZAÇÃO DO ESPÍRITO

O que eu acho mais misterioso em mim é que, utilizando o espírito, estou fazendo
com que os fiéis erradiquem as doenças. Os resultados são realmente excelentes.
Cristo e muitos santos e profetas também praticaram milagres em relação às
enfermidades; entretanto, na maioria das vezes eram curas de uma pessoa para
outra. Ora, uma só pessoa não poderia salvar milhões; para salvar toda a
humanidade é preciso que seja concedida a cada indivíduo uma força ilimitada,
capaz de eliminar as doenças. É o que estou fazendo atualmente, com resultados
admiráveis. A expansão da nossa Igreja é a melhor prova do que digo. Como já
falei, é uma obra que nem Cristo nem Buda puderam realizar.
Não pretendo dizer que a minha força seja superior à dos grandes santos, mas
expresso a realidade tal como ela se apresenta, e isso porque; chegado o tempo,
Deus me faz falar sobre o assunto. Quando penso que uma força tão grandiosa foi
concedida à minha pessoa, sinto a enorme importância da minha missão.
Naturalmente Deus não cria nada além do que é preciso. Tudo é criado e eliminado
de acordo com as necessidades. Sendo essa a Verdade, que eu sempre afirmo,
fica bem clara a minha missão, determinada pelos Céus. A mim é dado conhecer
todos os mistérios, sendo-me atribuído, de maneira ilimitada, o poder da
Inteligência Superior. Sob a Orientação Divina, estou trabalhando para levar esse
fato ao conhecimento de toda a humanidade e edificar a nova cultura, a cultura
ideal. Todavia, como o homem da atualidade possui uma inteligência muito
desenvolvida, ele não iria aceitar que lhe dessem uma explicação de maneira
simples como nos tempos antigos. Segundo a Vontade de Deus, é necessário
mostrar-lhe milagres comprobatórios e, ao mesmo tempo, transmitir-lhe as teorias
de forma que elas possam ser aceitas. É por essa razão que Ele faz ocorrer
milagres em grande quantidade. Nesse sentido, por um lado apontam-se os erros;
por outro, dão-se provas através de milagres. Sinto-me, portanto, extremamente
grato e sensibilizado pela grandeza da Providência de Deus.
Observando-se a Divina tarefa que no momento estou executando, não haverá
qualquer margem para dúvidas sobre a veracidade de minhas palavras.
Provavelmente a humanidade jamais sonhou com uma obra de tão grande porte e
de absoluta salvação. Por conseguinte, se uma pessoa, tomando conhecimento
dela, não consegue despertar, é porque é cega de alma e não tem possibilidade de
ser salva pela eternidade. Além disso, se forem submetidos, no futuro próximo, ao
supremo perigo representado pelo "Fim do Mundo", aqueles que não estiverem
preparados serão tomados de pânico e irão se arrepender, mas aí já será
demasiado tarde.

25 de novembro de 1950

O QUE É A IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL

25 de janeiro de 1949

Esta Igreja tem por finalidade construir o Paraíso Terrestre, criando e difundindo
uma civilização religiosa que se desenvolva lado a lado com o progresso material.
Não há dúvida de que "paraíso Terrestre" é uma expressão que se refere ao mundo
ideal, onde não existe a doença, a pobreza e o conflito.
O "Mundo de Miroku", anunciado por Buda, a chegada do "Reino dos Céus",
profetizada por Cristo, a "Agricultura Justa", proclamada por Nitiren, e o "Pavilhão
da Doçura", idealizado pela Igreja Tenri-kyo, têm o mesmo significado que o
Paraíso Terrestre a que nos referimos. A diferença é que eles não fizeram
indicação de tempo. Mas eu cheguei à conclusão de que o momento se aproxima.
E o que significa isto? É a hora da
"Destruição da Lei", prevista por Buda, e do "Fim do Mundo" ou "Juízo Final",
profetizado por Cristo.
Seria uma felicidade se o Paraíso Terrestre pudesse ser estabelecido sem que isso
afetasse o homem. Antes, porém, é indispensável destruir o velho mundo a que
pertencemos. Para a construção do novo edifício, faz-se necessária a demolição do
prédio velho e a limpeza do terreno. Deus poupará o que for aproveitável - e essa
seleção será feita por Ele. Eis a razão pela qual é importante que o homem se
torne útil para o mundo vindouro.
Transpor a grande fase de transição, significa ser aprovado no exame divino. A Fé
é o único caminho para obtermos aprovação. As qualificações para ultrapassar
essa fase são as seguintes:
a) tornar-se um homem saudável não apenas na aparência, mas verdadeiramente
sadio;
b) um homem que se libertou da pobreza;
c) um homem de paz, que odeia o conflito.
Deus resguardará aquele que for possuidor dessas três grandes qualificações e
dele se utilizará, como um ente precioso, no mundo que vai surgir.
Certamente não há discordância entre os desígnios de Deus e os ideais do ser
humano. Portanto, haverá um caminho que possibilite estabelecer as condições
requeridas. E como poderemos obtê-las?
Nossa Igreja tem por objetivo orientar as pessoas e transmitir-lhes a Graça Divina,
de modo a criar essas condições.

25 de janeiro de 1949
A TRANSFORMAÇÃO DO MUNDO EM PARAÍSO
E O PROBLEMA REFERENTE À SAÚDE

25 de junho de 1949

Que espécie de mundo será o Paraíso Terrestre pregado pela Igreja Messiânica
Mundial? Talvez nem fosse necessário repetir, porque já tenho me referido ao
assunto diversas vezes.
O Paraíso Terrestre é um mundo de onde foram eliminados os três grandes
sofrimentos do homem: doença, pobreza e conflito. Evidentemente, a maior dessas
calamidades é a doença. Portanto, se Deus fosse salvar a humanidade neste
momento, precisaria colocar a solução desse problema em primeiro plano e, daí,
partir para a solução dos demais.
Que felicidade pode haver quando não se tem saúde? A ciência ou a religião,
sejam elas quais forem, que não tiverem força para resolver o problema da doença,
são desprovidas de validade, pois a solução da pobreza e do conflito só será
possível com a solução da doença. Certamente não houve até agora nenhuma
religião ou ciência que fizessem uma proposição tão ousada como a da nossa
Igreja: criar um mundo absolutamente isento desses três males. Além do mais,
sendo esse o seu objetivo, ela não poderia fazer tal afirmativa caso não tivesse
plena convicção do que está dizendo. Se, por ventura, proclamássemos um
empreendimento de tal grandeza sem estarmos absolutamente certos de poder
realizá-lo, nos equipararíamos aos grandes mistificadores ou, então, seríamos
loucos varridos.
Como dissemos, a Igreja Messiânica Mundial proclama a solução do problema da
saúde e desenvolve sua atuação tendo como prioridade a erradicação das
doenças. Para levar esse propósito ao conhecimento de todos, sempre que
possível temos publicado fatos verídicos no jornal "Hikari" (Luz )e na revista "Tijô-
Tengoku" (Paraíso Terrestre), editados pela Igreja. Mas as pessoas, principalmente
autoridades, cientistas e especialistas, irão, em princípio, levantar dúvidas, pois, em
sua maioria, são milagres quase impossíveis de ocorrer. É de se presumir,
portanto, que, através de seus órgãos competentes, eles farão uma pesquisa
pormenorizada a respeito. Em conseqüência disso, haverá até o perigo de serem
levantadas questões inéditas. É o caso, pois, de se procurar saber se as inúmeras
Experiências de Fé que publicamos são verdadeiras. Entretanto, chegando-se à
conclusão de que são fatos verídicos, sem nenhum exagero ou mentira, que
aconteceria? Talvez, por ser uma questão sem precedentes em toda a história da
humanidade, poderia criar-se uma situação nada fácil e nunca imaginada.
Mas a realidade é sempre realidade e a verdade é sempre verdade. Nós mesmos,
por que iríamos cometer a tolice de lançar-nos voluntariamente num redemoinho
que poderia gerar um problema de gigantescas proporções? Assim, se
retrocedermos um passo e meditarmos profundamente, veremos que uma obra de
tal envergadura só poderia ser a manifestação de uma autoridade absoluta
chamada "Tempo" e reconheceremos aí o verdadeiro e grandioso amor de Deus.
Como se pode constatar pelos inúmeros relatos de graças alcançadas, há
exemplos de pessoas que, sofrendo de doenças graves, encontravam-se no
abismo do desespero, pois, apesar de se submeterem a todos os tipos de
tratamentos, não obtinham a cura. Logo, porém, que conheceram o JOHREI,
experimentaram a alegria de escapar da morte e retornar à vida, não contendo
palavras de gratidão. Como verão as pessoas esta realidade? Se houver quem a
negue ou duvide dela, é porque não pôde sentir o problema na sua própria pele.
Entretanto, caso venha a compreender, depois de uma pesquisa aprofundada, que
não há mentira em nossas afirmações, qual deverá ser o comportamento do
homem? O certo não seria aproveitar a força da nossa Igreja e lançar-se
firmemente à solução dos sofrimentos do mundo? Se existirem criaturas que,
mesmo assim, não movam um só dedo, é porque lhes falta amor à humanidade, ou
porque as circunstâncias em que se encontram não o permitem, ou então porque
são portadoras de doenças mentais. Não há outra maneira de encarar tal
comportamento.
Acredito que expusemos os argumentos acima sem nenhuma reserva, mas para
nós, que agimos de acordo com a Vontade Divina de salvar o mundo, trata-se de
um brado que não conseguimos conter.

25 de junho de 1949

O MUNDO ISENTO DE DOENÇA, POBREZA E CONFLITO

15 de setembro de 1935

Qualquer pessoa dirá que um mundo sem doença, pobreza e conflito é


simplesmente utopia, não podendo existir na realidade. Nós, porém, estamos
convictos de que ele é perfeitamente viável. Mas em que se fundamenta a
eliminação desses três males? Fundamenta-se na extinção da doença.
Suponhamos que uma pessoa adoeça. As despesas advindas da enfermidade e o
prejuízo que ela tem por não poder trabalhar vão se acumulando com o
prolongamento da doença e normalmente terminam consumindo os bens da
família. As economias obtidas com sacrifício ao longo dos anos acabam por se
esgotar, e a pessoa toma emprestado tudo que lhe for possível, com parentes e
amigos. Assim, nada mais resta do ambiente alegre, harmonioso e estável de
tempos passados.
Não são poucos os exemplos como esses na vida real, em que muitas famílias se
vêem na mais triste situação, sofrendo por causa da doença e por problemas
financeiros. Além disso, quando uma pessoa está gravemente enferma, sua família
inteira termina arcando com as responsabilidades. Ela causa transtornos e
prejuízos de grandes ou pequenas proporções a parentes, a amigos e, dependendo
das circunstâncias, até à firma onde trabalha. Portanto, as conseqüências da
doença são desastrosas, pois o sofrimento atinge não só o próprio doente, como
também vários de seus familiares e até estranhos. Se duas ou três pessoas ficarem
doentes consecutivamente e vierem a morrer, mesmo que se trate de família
possuidora de muitos bens, ver-se-á obrigada a mudar-se para cortiços e outros
lugares menos favorecidos, como o provam inúmeros exemplos.
As pessoas juntam dinheiro levadas por duas razões: uma delas é a vontade de
fazer fortuna; a outra é a eventualidade de despesas médico-hospitalares, em caso
de doença. A primeira razão é positiva, enquanto que a segunda é negativa, mas
todos sabem que os negativistas são bem mais numerosos. Se afirmarmos,
portanto, que a principal causa da pobreza é a doença, ninguém poderá negá-lo.
Com relação ao conflito, seja entre países, seja entre pessoas, a maioria é
motivada por razões de ordem econômica. Assim, se queremos eliminar a doença,
a pobreza e o conflito, devemos solucionar primeiro a raiz do problema, que é a
doença. Essa é a ordem correta. Pessoas livres de doenças: eis a questão
principal. É a única forma de salvação: não existe outra. E só há uma força capaz
de concretizá-la: o PODER KANNON. Por isso, nem mesmo Cristo ou Sakyamuni
conceberam obra tão maravilhosa. Podemos afirmar que as pessoas que
conseguirem nela acreditar serão felizes como jamais existiu alguém até hoje.

15 de setembro de 1935

OS DESCRENTES E OS CRENTES

20 de março de 1949

Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que, com a expressão "crentes",


queremos nos referir aos que professam a nossa religião, e não a praticantes de
outras religiões.
Sem retroceder ao passado, mas observando, de maneira objetiva, as pessoas que
vivem no mundo atual, chegamos à conclusão de que a expressão "pobres
ovelhas", usada por Cristo, é bem adequada. Pensemos: quantas criaturas vivem
realmente sem qualquer preocupação? Certamente nenhuma. Entre as
preocupações que afligem o homem, a que se poderia colocar em primeiro plano é
a doença. Ninguém sabe quando será acometido por alguma enfermidade. Pode
ser que fiquemos gripados daqui a uma hora; pode ser, inclusive, que a gripe se
agrave em pneumonia ou seja o início de uma tuberculose. É possível que esta
noite tenhamos uma crise de apendicite e acabemos nos contorcendo em dores
agudas, ou que, de uma hora para outra, venhamos a contrair tifo ou alguma
doença de origem desconhecida. Quem tem filhos, corre o risco de vê-los
acometidos por epidemias, como difteria ou meningite, por exemplo, e em poucos
dias ver as suas vidas ceifadas. As pessoas de idade, por sua vez, podem a
qualquer momento viver a tragédia de um derrame cerebral que lhes paralise
metade do corpo, prendendo-as ao leito durante anos a fio. É possível, também,
que algum de nossos familiares contraia uma moléstia infecto-contagiosa e tenha
de ficar internado em isolamento.
Mas as coisas não param aí. Da maneira como são altas as despesas médico-
hospitalares, não se sabe quanto se gastará com tratamentos e internação. Se a
doença for debelada em pouco tempo, ainda bem; todavia, se o tratamento for
prolongado, as economias feitas com sacrifício, ao longo dos anos, serão
totalmente consumidas. Pode mesmo acontecer que, embora recupere a saúde, a
pessoa seja despedida do emprego e termine perambulando pelas ruas.
Conseguindo ter a vida salva, ela ainda pode trabalhar e se reerguer, mas se, por
um golpe de azar, ficar inválida ou acabar falecendo, que acontecerá? Tratando-se
de um chefe de família, como irão sobreviver seus familiares? Ele próprio deixará
inacabados seus empreendimentos ou seu trabalho. Ora, é realmente lamentável
que um homem, no auge da vida, tenha que deixar este mundo; é insuportável ver
cortados os laços de amor e afeto que o unem à esposa e aos filhos. E qual chefe
de família poderá garantir que tal situação não se lhe apresente de um momento
para outro? Quando pensamos em circunstâncias desse tipo, sentimos que o medo
com relação às doenças pesa como chumbo, e continuamente, sobre todas as
pessoas, sem exceção de ninguém.
Se a vida é tão terrível como dizemos, se não podemos nos livrar da
intranqüilidade, é como afirmou Sakyamuni: "Este mundo é um purgatório, um
mundo de dor, e o homem não pode escapar destes quatro sofrimentos:
nascimento, doença, velhice e morte; não há outro jeito a não ser ele se resignar e
suportar essas condições. Isso é o que chamamos "Iluminação."
Diante de semelhante quadro, não haveria salvação maior que o aparecimento de
uma religião capaz de libertar o homem, totalmente, da angústia da doença.
Entretanto, quem ouvir falar pela primeira vez sobre o aparecimento de uma religião
dessa natureza, dirá: "Como pode haver tamanha tolice neste mundo? A cabeça da
pessoa que diz isso não deve estar funcionando bem". Provavelmente essa pessoa
seria considerada como estando a um passo da loucura. Mas, creiam, apareceu
uma religião com o poder que dissemos. Os leitores poderão duvidar uma vez,
duas vezes, ou até negar. Mas, se souberem que se trata de uma verdade, que
farão? O rebuliço seria tal que ultrapassaria os moldes de um grande
acontecimento, provocando, sem a menor dúvida, a maior sensação no mundo
inteiro.
Vou falar aqui, de maneira bem simples, sobre a Fé Messiânica e a doença. As
pessoas que tiverem compreendido a verdadeira natureza da fé através desta
religião, ficarão completamente despreocupadas em relação às enfermidades. E
não é só isso. Esclarecidas sobre a origem da doença, ao invés de temor, sentirão
até alegria, cientes de que ela é uma ação fisiológica natural para aumentar a
saúde, constituindo uma grande bênção de Deus.
Além da doença, existem várias outras causas de infelicidade. Exemplifiquemos.
Na vida moderna temos um estreito relacionamento com os meios de transporte,
dos quais não podemos prescindir; inclusive, dependendo de suas atividades,
muitas pessoas os ocupam a maior parte da sua vida. Como é do conhecimento de
todos, não pode ser menosprezada a preocupação com acidentes e com os danos
que deles decorrem. Além disso, temos os acidentes provocados pelas máquinas,
nas indústrias, os incêndios, os prejuízos causados por assaltantes e, mais raras,
porém sérias, as inundações e os terremotos.
A vida moderna está, portanto, cercada de muitos perigos como enfermidades ou
desastres, os quais não sabemos quando irão nos atacar. Pensando nisso, não
podemos sentirmos tranqüilos um instante sequer. Em face dessa situação, os
órgãos governamentais e civis têm tomado medidas de defesa, tal como seguros
de saúde, seguros contra acidentes e desemprego, sistema de poupança e
instalações assistenciais. Entretanto, medidas de ordem material como essas não
garantem a tranqüilidade além de certo limite. Apenas um seguro abstrato, isto é, o
seguro proporcionado por Deus, é que nos pode assegurar a tranqüilidade
absoluta. O homem moderno, no entanto, vive num dilema: vê que as medidas
materiais não lhe proporcionam uma vida tranqüila, mas dificilmente aceita o
conceito de força abstrata ou seguro proporcionado por Deus. Sendo assim, ele
não passa de uma pobre ovelha.
Para nós, que professamos a Fé Messiânica, é realmente insuportável ver a
situação aflitiva e insegura dos descrentes, os quais vivem como ervas flutuantes,
sem ter onde firmar-se. É como se nos dirigíssemos a uma pessoa que tenta
controlar um pequeno barco em alto mar e a convidássemos para embarcar num
transatlântico, mas essa pessoa só ficasse a fitar o seu próprio barco e não
conseguisse notar a existência da embarcação de grande porte. Assim, embora
convidemos os descrentes a ingressarem em nossa Fé, eles não conseguem sair
das trevas da negação.
Admitimos que seja difícil acreditar numa força de salvação tão grandiosa, pois
trata-se de algo inédito na história da humanidade. Contudo, só pelo fato de ter
surgido essa extraordinária salvação, as pessoas devem se conscientizar de que,
sem a menor sombra de dúvida, está bem próximo o advento do Paraíso Terrestre,
mundo absolutamente isento de doença, pobreza e conflito.

20 de março de 1949

A VERDADE SOBRE A SAÚDE

20 de abril de 1950

Para explanar sobre o assunto, devo dizer inicialmente que a verdade, em matéria
de saúde, está na adaptação e no respeito à Natureza. Essa é a condição
fundamental.
Antes de mais nada, deve-se pensar: com que objetivo Deus criou o homem?
Segundo nossa interpretação, foi para construir um mundo perfeito, de Verdade,
Bem e Belo. É de se esperar, entretanto, que uma teoria como essa não seja aceita
com muita facilidade. Evidentemente, não se sabe se levará dezenas, centenas,
milhares ou até milhões de anos para se concretizar o mundo ideal. Todavia,
observando os fatos do passado, vemos claramente que o mundo vem caminhando
passo a passo neste sentido; ninguém poderá negá-lo. Deus é o espírito, e o
homem é a matéria; ambos, o espírito e a matéria, em trabalho conjunto, estão em
infinita evolução, tornando-se desnecessário dizer que o homem existe como
instrumento de Deus para a construção do Mundo Perfeito. Conseqüentemente,
sua responsabilidade é enorme.
A condição fundamental para a execução dessa obra grandiosa é a saúde. Deus
atribuiu uma missão a cada pessoa, concedendo-lhe, logicamente, a saúde
necessária para cumpri-la. Com efeito, se o homem estiver doente, significa que o
sagrado objetivo de Deus não será alcançado. Tomando este princípio por base,
concluiremos que a saúde é inerente ao homem, devendo ser o seu estado normal.
O estranho é as pessoas serem acometidas de doenças com tanta facilidade, ou
seja, ficarem em estado anormal. Sendo assim, apreender claramente os princípios
da saúde e fazer o homem retornar ao estado normal está coerente com o objetivo
de Deus.
Mas o que descobrimos ao examinar o corpo humano em estado anormal? Em
primeiro lugar ressalta que ele está em desacordo com a Natureza; perceber a real
situação desse estado antinatural, corrigi-lo, fazendo voltar a normalidade, é a
verdadeira Medicina. E mais: tornar possível esse retorno é a forma existencial da
correta Medicina. Passarei, portanto, a explicar o que vem a ser o estado
antinatural.
Quando nasce, o homem alimenta-se com o leite materno ou com leite animal, pois
ainda não tem dentes, e seu aparelho digestivo, recém-formado, é muito frágil.
Gradualmente, porém, nascem-lhe os dentes, e, à medida que suas funções
orgânicas se desenvolvem, ele começa a ingerir alimentação adequada. Existe uma
variedade de alimentos, cada um com sabor característico, sendo que o homem é
dotado de paladar para comê-los com prazer. Além disso, o ar, o fogo e a água
existem em proporções adequadas à saúde, de modo que tudo está ordenado de
maneira realmente perfeita. Quanto ao corpo humano, vejamos: do cérebro nascem
a razão, a memória e o sentimento; os objetos são criados com as mãos; a
locomoção é feita livremente, por meio dos pés, e o corpo está provido de partes
muito necessárias, como cabelos, pele, unhas, olhos, nariz, boca, ouvidos, etc.
Acrescente-se a isso que o corpo todo, a começar pela face, está recoberto de
pele, que ressalta sua beleza. Um rápido exame já evidencia que o ser humano é
uma obra maravilhosa; analisando-o mais profundamente, concluiremos que ele é
um milagre da Criação, difícil de se expressar com palavras.
As flores, as folhas, a beleza dos rios e das montanhas, os pássaros, os insetos, os
peixes e outros animais não podem deixar de ser admirados como obras
extraordinárias da Arte Divina, mas o homem é, inegavelmente, a obra-prima do
Criador. Principalmente no que se refere ao processo de procriação, como
preservação da espécie, a Providência é tão hábil, que não encontramos palavras
para exprimir sua perfeição. Ora, sendo o homem a obra máxima de Deus,
devemos pensar, séria e profundamente, que erros, que ações antinaturais
estamos cometendo para a ocorrência das anormalidades chamadas doenças, as
quais impedem suas atividades. Homens, eis um ponto importantíssimo, sobre o
qual devem fazer uma profunda reflexão.

20 de abril de 1950

O HOMEM É UM POÇO DE SAÚDE

20 de abril de I950

Costuma-se dizer, desde a antigüidade, que o homem é um poço de doenças, mas


a expressão está completamente errada. Corrigindo-a, diremos que ele é um poço
de saúde. Como já expliquei anteriormente, o homem é saudável por natureza.
Acontece, porém, que, na atualidade, a doença é sua companheira, sendo isso
considerado problema insolúvel, o que levou muitos a se conformarem, aceitando o
fato como predestinação. Com efeito, uma vez a pessoa acometida pela doença,
sua cura torna-se difícil. Às vezes se adoece por um longo período, ou então com
freqüência: há mesmo quem passe mais tempo doente do que com saúde.
Justifica-se, pois, dizer que o homem é um poço de doenças; aliás a expressão
deve ter surgido devido ao prolongamento de tal situação. Isso aconteceu porque
ainda não se conhecia a natureza da doença, tornando-se compreensível que tanto
esta como a morte fossem inevitáveis. Foi por essa razão que Sakyamuni afirmou:
"O homem tem de se resignar com o sofrimento do nascimento, da doença, da
velhice e da morte."
Falarei, agora, sobre a antinatureza, que é a fonte da doença.
Quando adoece, o homem utiliza os medicamentos como se fossem o único
recurso, e aí já está o erro. Na medicina chinesa, os remédios são extraídos das
raízes das plantas ou das cascas das árvores; quanto à medicina ocidental, busca
seus produtos nos minerais, nas plantas ou em outras fontes. Tudo isso é
fundamentalmente antinatural. Pensem bem: as substâncias assim obtidas
possuem sabor amargo, odor desagradável, acidez, etc., que invariavelmente
provocam aversão. A conhecida expressão "tirar da boca o gosto de remédio"
ilustra bem o fato. Mas por que é tão desagradável tomar remédios? A resposta é a
seguinte: Deus está mostrando que não se deve tomá-los, porque eles são tóxicos.
Quanto aos alimentos, todos são produzidos de maneira que agradem ao paladar
do homem; ingeri-los, portanto, é uma ação natural.
Costuma-se dizer que determinados alimentos são nutritivos e que outros não o
são, mas isso também é um erro. Apesar de existir alguma diferença, dependendo
do clima e das características da região, todos os alimentos são produzidos de
maneira adequada às pessoas aí nascidas. Os indivíduos de raça amarela
alimentam-se de arroz, e os de raça branca, de trigo; da mesma forma, como o
Japão é um arquipélago, significa que seu povo deve comer bastante peixe, não
havendo, também, nenhuma inconveniência em que as pessoas do continente
comam carne. Pelo mesmo raciocínio, as refeições dos agricultores, à base de
vegetais, estão de acordo com a Natureza. O fato deles suportarem o trabalho
braçal contínuo mostra a adequação da alimentação vegetariana. Desconhecendo
esse princípio, a dietética está se empenhando, atualmente, para que os
agricultores comam peixe; entretanto, se eles assim fizerem, resultará na
diminuição da sua capacidade produtiva. Por outro lado, devido às refeições à base
de peixe, os pescadores não suportam trabalho contínuo e por isso trabalham de
maneira intermitente. Além disso, esse tipo de alimentação ajuda a aguçar a
sensibilidade; portanto, é apropriado à atividade da pesca, donde se conclui que a
Natureza é realmente perfeita.

20 de abril de I950

A VERDADEIRA SAÚDE E A SAÚDE APARENTE

5 de fevereiro de 1947
Podemos afirmar que a humanidade, ou, pelo menos, a maioria dos povos
civilizados são doentes. A diferença está apenas em doença manifesta e não-
manifesta. Pessoas doentes são aquelas em quem a doença já se manifestou;
pessoas consideradas sadias, aquelas em quem a doença está para se manifestar.
Torna-se desnecessária qualquer explicação sobre as primeiras; limitar-me-ei,
portanto, a estas últimas.
Como já expliquei, as pessoas que estão por adoecer são aquelas em quem ainda
não foi iniciada a ação purificadora dos nódulos formados pelas toxinas. Assim, a
verdadeira saúde é a dos portadores de corpos físicos totalmente livres de toxinas;
neles, conseqüentemente, não ocorre purificação. Há pessoas, entretanto, que,
embora tenham toxinas acumuladas ainda conseguem manter a saúde e
desempenhar suas atividades diárias, agüentando trabalhos físicos; aos olhos de
qualquer um, parecem saudáveis. Visto que, através dos exames feitos pela
medicina atual, é difícil descobrir a presença das toxinas, tais pessoas são
consideradas sadias. A elas eu denomino "pessoas de saúde aparente". Fico, pois,
apreensivo ao pensar no grande número de portadores de "bombas que estão
dançando no palco da vida.
Fala-se, desde os tempos antigos, que o homem é um poço de doenças, mas essa
expressão refere-se exatamente à saúde aparente.

5 de fevereiro de 1947

COMO TORNAR AS CRIANÇAS SAUDÁVEIS

14 de março de 1951

As crianças de hoje têm saúde muito precária. É desencorajador verificar, em toda


parte, o grande número de crianças magras e pálidas. Até pouco tempo, isso só
ocorria na cidade, mas ultimamente vem se observando a mesma tendência no
interior. Em certa vila do Estado de Nagano constatou-se, após exame de saúde,
que, entre cem alunos da escola primária, oitenta e um apresentavam suspeitas de
tuberculose pulmonar. De vez em quando aparecem notícias semelhantes nos
jornais. Tomando conhecimento de tais ocorrências, qualquer pessoa achará
estranho, pois hoje o progresso da Medicina atinge até mesmo as vilas do interior.
E o que torna mais grave o problema é que se desconhece totalmente a sua
verdadeira causa.
O fato que expusemos acima só pode ser decorrente da higiene e nutrição erradas.
Atualmente, acreditando-se que é bom fazer tudo à moda do Ocidente, dá-se às
crianças japonesas o mesmo tratamento dispensado às ocidentais. Isso constitui
um grande erro, porque, na realidade, os japoneses e os ocidentais são
essencialmente diferentes. Essa educação errada limitava-se às grandes cidades,
mas parece que nos últimos tempos vem se adotando no interior o sistema
educacional urbano. A falha está em desprezar a Natureza e atribuir pouca
importância ao leite materno, como acontece no Ocidente, dando às crianças leite
de vaca em excesso, dispensando-lhes cuidados exagerados, fazendo-as ingerir
remédios em demasia e aplicando-lhes injeções inadequadas. Isso, ainda que
teoricamente esteja correto, na verdade acaba enfraquecendo o corpo. Para os
ocidentais não há problema, pois foram criados dessa maneira desde os seus
ancestrais; com relação aos japoneses, entretanto, a mudança brusca é nociva.
Para eles, o melhor método de criação é o japonês, empregado desde a
antigüidade; caso não seja possível aplicá-lo, a mudança deve ser feita
gradativamente. Os fatos reais são bem ilustrativos. Parece-me que as crianças de
alguns anos atrás, quando a Medicina ainda não havia alcançado o progresso
atual, eram muito mais saudáveis.
Vou agora expor a forma correta de criar os filhos. A mãe, na medida do possível,
deve trabalhar até o mês do parto; deve amamentar seu filho, restringindo o leite de
vaca aos casos imprescindíveis; não deve temer que ele fique gripado; deve fazer
tudo de acordo com a Natureza, isto é, deixar a criança à vontade, não lhe
colocando cinteiro, evitando o máximo possível o uso de medicamentos, etc. Em
suma, basta reconhecer a grande verdade de que o homem foi feito para crescer
naturalmente, com saúde. Por conseguinte, é evidente que quanto mais cuidados a
criança receber, mais fraca ela se tornará. Sem se deixar influenciar pela moda, os
pais devem criar seus filhos de acordo com o método que lhes foi legado pelos
seus antepassados, levando em conta apenas os pontos positivos do progresso da
era moderna, as práticas realmente boas, e não as teorias. Nesse particular,
queremos pedir profunda reflexão às autoridades e aos especialistas no assunto.

14 de março de 1951

MÉTODO PARA QUALQUER PESSOA ENGORDAR

10 de janeiro de 1951

Acredito que muitas pessoas magras de nascença estão frustradas por não
conseguirem engordar, apesar de haverem tentado vários métodos. Há mulheres
que, embora sejam muito bonitas de rosto, não conseguem fazer sobressair sua
beleza natural, por serem excessivamente magras. Quando vejo mulheres assim,
fico com muita pena, imaginando como seriam belas se fossem um pouco mais
gordas. Provavelmente todos conhecem casos semelhantes. Também observo
crianças magrinhas e raquíticas cujos pais, na tentativa de engordá-las, obrigam-
nas a ingerir vários alimentos e vitaminas, como leite e óleo de fígado de bacalhau,
mas não obtêm os resultados desejados. Provavelmente há muitos pais
angustiados com esse problema.
Existe, porém, um método infalível para se ganhar peso e, ao mesmo tempo,
melhorar a cor das faces. Não é realmente motivo de alegria? Portanto, vou ensinar
esse método.
Examinando-se os ombros das pessoas magras, vemos que eles são rijos como
pedras e têm sempre uma ligeira febre: isso provoca perda de apetite e desgaste
das células. À medida que, através do JOHREI, os ombros vão amolecendo, o
apetite aumenta e, assim, a pessoa começa a engordar. Dessa forma, a salvação
de Deus não só torna as pessoas mais saudáveis como também mais bonitas. Se
isso chegar ao conhecimento de todos, acontecerá um fato muito auspicioso:
aumentará cada vez mais o número de criaturas belas. É claro que as crianças
saudáveis também serão mais numerosas e, desse modo, os pais se sentirão
imensamente felizes.

10 de janeiro de 1951

MÉTODO PARA A MULHER SE TORNAR MAIS BELA

3 de setembro de 1949

A beleza feminina pode ser classificada em três grandes tipos: artificial, natural e
sensível. Beleza artificial é a que se obtém artificialmente, através do uso de
cosméticos. A beleza natural é decorrente da saúde; nesse caso, a pessoa é
corada e tem muita vivacidade. Beleza sensível é a beleza de coração; ela atrai o
nosso respeito e estima, e não podemos deixar de ter afeição pela pessoa.
Atualmente, as mulheres procuram mostrar-se mais belas usando cosméticos em
profusão, como pó de arroz, "rouge", batom, etc; agem assim porque se esquecem
de que há outras maneiras de ficarem bonitas, além da artificial.
Existe um método para a mulher se tornar realmente bela sem precisar dos
cosméticos caríssimos que vem usando hoje em dia. Trata-se da purificação do
sangue, através da qual se obtém a beleza saudável, que é a verdadeira beleza.
Muitas mulheres da atualidade apresentam pele enrugada, sem brilho, sem vida,
como a das pessoas idosas, e, além disso, com uma coloração azulada, dando a
impressão de estar inchada. Isso é uma conseqüência da larga utilização de
remédios. Na tentativa de esconder tais imperfeições, elas usam cosméticos
indiscriminadamente. É evidente, porém, que, se os seus corações não forem
belos, não se poderá dizer que a sua beleza seja verdadeira. Aí se nota a
importância da fé. A prova é que as pessoas que ingressam em nossa Igreja
adquirem, com o passar do tempo, uma beleza que as torna, às vezes,
irreconhecíveis.

3 de setembro de 1949

MEDICINA DESPORTIVA

5 de fevereiro de 1947

Por que será que os desportistas, apesar de sua excelente forma física e de sua
resistência, têm vida relativamente curta? Isso constitui um mistério até mesmo
para a Medicina, mas agora iremos decifrá-lo.
Embora existam vários tipos de esporte, a maioria das pessoas restringe-se à
prática de apenas um. No caso de o praticarem constantemente, fazendo sempre
os mesmos movimentos, as toxinas existentes em seu corpo aglomeram-se e
solidificam-se nos pontos onde se concentra o esforço físico. Com o tempo,
começa a ação purificadora. Nos desportistas, as toxinas estão mais solidificadas;
portanto, o processo de purificação é persistente, o que torna difícil a cura.
Baseado na minha experiência, posso dizer que os atletas de natação possuem
toxinas acumuladas num dos ombros, formando um nódulo protuberante. Quando
ocorre o processo purificador, aparecem-lhes sintomas semelhantes aos da
tuberculose, e por isso, na maioria das vezes, os médicos diagnosticam essa
doença. Assim se explica a incidência de tantos casos de tuberculose entre esses
atletas. Por outro lado, os praticantes de golfe contraem moléstias renais com muita
facilidade, porque fazem esforço nos quadris, provocando o acúmulo de toxinas na
altura dos rins. Além do mais, ninguém desconhece a hipertrofia do coração dos
corredores de maratona.
A meu ver, do ponto de vista da saúde, os desportistas deveriam praticar dois ou
mais esportes. Mas o problema não se restringe aos desportistas. Os músicos
também precisam tomar cuidado, pois há possibilidade de contraírem doenças
devido à unilateralidade dos movimentos que executam. No caso dos pianistas, as
toxinas tendem a se solidificar na região torácica, pois o esforço se concentra em
ambos os braços, tal como o dos violinistas se concentra nos ombros, o dos
violoncelistas no ombro esquerdo e quadris, etc. Os músicos não deveriam
menosprezar tais fatos, procurando fazer outros tipos de exercícios, para
conseguirem o equilíbrio.

5 de fevereiro de 1947

A BEBIDA E A RELIGIÃO

5 de setembro de 1948

Há um estreito relacionamento entre bebida e Religião, mas parece que pouca


gente tem conhecimento disso. Passarei, em seguida, a tecer considerações sobre
o assunto.
A bebida ingerida em quantidade normal dispensa comentários, mas o hábito de
beber em demasia é causado por um fator de ordem espiritual. Os espíritos de
"Tengu"( ), texugo e, mais raramente, o espírito de dragão, que apreciam muito a
bebida, instalam-se no ventre dos beberrões e, como absorvem a energia da
bebida, a quantidade desta reduz-se a uma fração da que foi ingerida. É comum
dizer-se que ninguém consegue beber um garrafão (1,8 litro) de água, mas há
quem consiga tomar a mesma medida de saquê, como se houvesse esponjas em
seu ventre.
Quando um indivíduo se embebeda e põe-se a esbanjar argumentos e críticas,
tornando-se arrogante, está dominado por espírito de "Tengu". Quando fica alegre,
dando gargalhadas, e, em seguida, mostra-se sonolento, é por influência do
espírito de texugo. O espírito de dragão, por sua vez, costuma fazer com que a
pessoa fique de olhar alterado e comece a importunar insistentemente os que estão
à sua volta. De maneira geral, observando-se a fisionomia dos bêbados, poder-se-á
notar que apresentam jeito de "Tengu" ou rosto de texugo; tratando-se do encosto
de espírito de dragão, animal cuja imagem conhecemos através de desenhos e
esculturas, os indivíduos são magros, de olhos fundos, ossos da face salientes e
testa angular. Há, ainda, o caso de pessoas que, quando bebem, perdem a razão e
tomam atitudes violentas, típicas de certos portadores de anormalidade mental.
Geralmente, são pessoas que, em outra vida, tiveram suas células cerebrais
danificadas pelo excesso de bebida. Devido a isso, elas são possuídas por espírito
de animais; os tipos perversos tornam-se violentos e causam transtornos àqueles
que os rodeiam.
Assim, o hábito de beber demais deve ser corrigido, pois, como todos sabem, a
pessoa não só prejudica a si própria, mas também é motivo de constante
sofrimento para os seus familiares, destruindo a harmonia do lar e causando
transtornos à sociedade; seu fim geralmente é muito triste. Por outro lado, por mais
que o indivíduo tente corrigir-se, não o consegue, porque a causa do problema está
no hóspede invisível que habita o seu ventre. Torna-se, então, evidente que, para
corrigir o vício da bebida, deve-se utilizar o método espiritual, pois só através da
Religião é possível alcançar tal objetivo. Entretanto, parece que pouquíssimas
religiões têm esse poder; aliás, o método empregado por elas - abstinência pelo
rígido autocontrole - torna-se muito penoso, de modo que não é o mais
aconselhável.
Talvez achem que se trata de auto-elogio, mas a Igreja Messiânica Mundial não
recomenda absolutamente abstinência nem redução da bebida. Se a pessoa quiser
beber, pode fazê-lo à vontade. A princípio, os que têm esse vício ficam contentes,
mas, com o tempo, costumam dizer que pouco a pouco passaram a achar um
gosto ruim nas bebidas, embriagando-se mesmo com doses pequenas; por fim não
conseguem beber mais do que a quantidade normal.
Há inúmeros exemplos semelhantes em nossa Igreja. A explicação é que o espírito
do animal alojado no ventre da pessoa se enfraquece ao receber a Luz de Deus e,
conseqüentemente, ela começa a beber menos. Assim, seja qual for a religião, se
ela possui o esplendor da Luz Divina, conseguirá eliminar os beberrões do seu
quadro de fiéis.

( ) - Ser misterioso que, segundo a crença popular, habita as montanhas. Tem


forma humana, asas rosto vermelho e nariz comprido, sendo possuidor de poderes
extraordinários. Porta sempre um grande leque. É orgulhoso e amante de
discussão e jogo.

5 de setembro de 1948

MEU MÉTODO DE SAÚDE

20 de abril de 1950

Este ano completo sessenta e sete anos, mas tenho um vigor que supera o dos
jovens. Como estou desbravando terras, subo morros constantemente e, sempre
que isso acontece, sou eu quem deve diminuir a marcha, porque os jovens não
conseguem me acompanhar. Muitas vezes eles dizem: "Meishu-Sama, o senhor
deve estar cansado!" Em verdade eu não estou, de modo que fico sem saber o que
dizer.
Costumo dormir às duas e meia ou três da madrugada e acordo sempre às sete ou
sete e meia da manhã; durmo, portanto, cerca de quatro horas ou quatro horas e
meia por dia. Em relação ao trabalho, como as pessoas íntimas bem o sabem,
realizo a tarefa de umas dez pessoas, e parece que os jovens se vêem
embaraçados por não poderem seguir meu ritmo. Quanto a isso, porém, não posso
fazer outra coisa a não ser pedir-lhes paciência.
Tenho um método próprio para manter a saúde, mas ele é justamente o contrário
do método que se adota normalmente. Por esse motivo gostaria de ensiná-lo ao
maior número possível de pessoas, como ponto de referência.
Para a preservação da saúde, a medicina moderna recomenda, em primeiro lugar,
que as pessoas não se excedam, que repousem bastante, alimentem-se bem,
mastiguem demoradamente a comida, não usem demasiadamente a cabeça, etc.
Meu método é exatamente o oposto. Em primeiro lugar, recomendo a prática de
excessos, porque, dessa maneira, mais saúde se terá. Entretanto, até certo ponto
tenho evitado exceder-me muito, pois isso me é penoso. Quanto ao sono, há
diferenças de acordo com a idade; na minha faixa etária, dormir quatro ou cinco
horas é o bastante. Com referência à alimentação, sempre me preocupo com os
excessos. Isso porque recebo tantos alimentos que procuro comer pelo menos um
pouco de cada um, uma vez que essas oferendas representam o amor dos fiéis.
Posso dizer, portanto, que sou um bom garfo. Para contrabalançar, costumo comer
batata-doce após o desjejum; antes de dormir, como "chazuke"( ) e nunca
dispenso uma tigela de "oshiruko"( ). Entre os alimentos, existem os positivos e os
negativos, e não é bom pender para um lado nem para o outro. Os negativos são
os vegetais; os positivos são as carnes, entre as quais, a de peixe. A pessoa deve
controlá-los, para manter o equilíbrio. Tenho observado a proporção de setenta por
cento de negativo e trinta de positivo pela manhã, meio a meio no almoço e setenta
por cento de positivo e trinta de negativo à noite. Entre os picles japoneses também
há os positivos e os negativos Os negativos são os verdes, e os positivos, os
brancos, como o nabo, por exemplo; procuro comê-los na proporção de meio a
meio.
Costumo não mastigar muito, para não enfraquecer o estômago. Outra coisa: não
descanso após as refeições. Quando acabo de comer, levanto-me e começo a
trabalhar. Esse é um método de fortalecimento do estômago. Graças a ele, fiquei
curado do meu problema estomacal. Também não determino a quantidade dos
alimentos. Meu regime alimentar consiste em comer o que quero na hora e na
quantidade que desejar. Entretanto, como na vida real não posso me dar a tais
caprichos, não o tenho seguido à risca.
Outro princípio fora do comum: uso a cabeça o máximo possível. Trata-se de um
método para preservar a saúde, e as pessoas que o seguem gozam de
longevidade. Entretanto, encher a cabeça de preocupações é prejudicial à saúde.
Ela deve ser usada alegre e descontraidamente. Nesse ponto também podemos
avaliar a importância da fé. Quem tem fé, entrega as preocupações nas mãos de
Deus, e, assim, a maior parte delas acaba desaparecendo. Em outras palavras,
significa dividir a carga com Deus. É um procedimento impertinente, mas Ele fica
até contente com impertinências desse tipo.
Há muito tempo faço caminhadas pelo menos uma vez por dia. Tenho feito isso
mesmo em dias de chuva ou de ventania, andando o máximo que posso. Tomo
cerca de três cálices de saquê; de cerveja, um copo. Quanto ao cigarro, fumo a
quantidade normal( ).
Eis o meu método de saúde. Evidentemente nem me preocupo com bactérias.
Poderão achar que se trata de um procedimento um tanto descuidado, mas afirmo
que este é o verdadeiro método para preservar a saúde. Qualquer pessoa que
venha a praticá-lo, terá a saúde garantida; jamais se tornará o tipo intelectual de
rosto pálido.
( ) - Tigela de arroz embebido em chá.
( ) - Tigela de caldo doce, feito à base de feijão.
( ) - Meishu-Sama não tragava. Mas deleitava-se com a fragrância do cigarro.
Fumava quatro ou cinco cigarros por dia.

20 de abril de 1950

O QUE É A MORTE

1939

Entre as questões relacionadas à vida humana, nenhuma é tão séria quanto o


problema da morte. Todos o reconhecem; apesar disso, é a questão mais difícil de
ser compreendida. Eu cheguei a uma conclusão a respeito da morte depois de
prolongados estudos e pesquisas em todos os campos incluindo diversas religiões,
experiências espirituais realizadas no Ocidente, etc. Começarei minha explanação
falando sobre a constituição do homem.
O homem não é formado apenas pela matéria, ou seja, pelo corpo físico, como
afirmam os cientistas. É constituído por duas partes essenciais: espírito (elemento
fogo) e matéria. Esta, por sua vez, compõe-se dos elementos água e terra.
Entretanto, apenas com estes dois últimos elementos o homem não atua como ser
vivo. Juntando-se a eles o espírito, sem forma definida, é que se inicia a atividade
vital. O espírito assume, então, a forma do próprio corpo da pessoa. No momento
em que ele se separa do corpo, ocorre aquilo que chamamos morte.
E por que ocorre a separação? É porque o corpo se torna inútil, seja por velhice,
por doença, por ferimento ou por hemorragia intensa; no instante em que isso
ultrapassa certo parâmetro, entra em vigor a lei que obriga a separação. Com a
morte, imediatamente o corpo esfria, e o sangue se coagula em determinado local.
O esfriamento é decorrente da anulação do elemento espírito, isto é, do elemento
fogo.
O que acontece, então, com o espírito? Ele vai para o Mundo Espiritual com a
forma exata do corpo. A esse respeito li, há algum tempo, o relato de uma
experiência realizada no Ocidente; corno se trata de um exemplo bem ilustrativo,
vou reproduzi-lo a seguir.
Certa vez, fitando um doente prestes a morrer, uma enfermeira observou que de
sua testa começou a subir uma fumaça esbranquiçada, como se fosse vapor
d'água, o qual se tornava cada vez mais denso. A princípio essa fumaça tomou o
formato de uma elipse no espaço, mas gradualmente foi adquirindo a forma de um
corpo humano; por fim, assumiu as mesmas características físicas da pessoa. O
espírito permanecia a uma distância de aproximadamente um metro acima do
morto e parecia querer dizer alguma coisa aos familiares que choravam à sua volta;
logo, porém, flutuando, saiu do quarto silenciosamente.
Em geral o espírito se desprende do corpo pela testa, pela região abdominal ou
pelos pés. No caso de morte por explosão, instantaneamente ele se espalha em
todas as direções, na forma de inúmeros corpúsculos, mas torna a se reunir de
maneira centrípeta, reassumindo o formato humano; assim, não difere nem um
pouco da morte por doença.
Quando os espíritos se deslocam, por vontade própria, para determinado local,
tomam a forma esférica. É com esse formato que muitas pessoas afirmam tê-los
visto. Com relação à visão da enfermeira de quem falamos, trata-se de uma
capacidade excepcional; aliás, existem criaturas que j á nasceram com essa
capacidade, e outras que a adquiriram através de treinamento. No Japão, desde a
antigüidade registram-se casos verídicos desse tipo, e eu mesmo já tive inúmeras
oportunidades de contatar com médiuns. Conheci uma senhora possuidora de
percepção espiritual fora do comum, a qual me foi de grande valia nas experiências
que realizei.

1939

MORTE NATURAL E MORTE ANTINATURAL

19 de junho de 1936

O que vem a ser a morte? Obviamente, é a extinção da vida. Isso significa que o
corpo material não consegue mais viver. É como uma árvore que seca e morre.
A morte tem várias causas, mas podemos dividi-la em dois grupos: morte natural e
antinatural. A primeira é causada pelo esgotamento natural da vida; a segunda, por
doença, assassinato, acidente ou suicídio. O certo é que ocorra morte natural,
podendo-se dizer que a morte antinatural constitui uma anomalia.
Um fato realmente incompreensível é que, apesar do avanço da cultura, venha
diminuindo cada vez mais a morte natural e aumentando a incidência de morte
antinatural, principalmente a motivada por doença. E por que razão, embora se
registre um grande progresso em todos os campos culturais, só na questão
referente à vida humana ocorre exatamente o inverso? Deve existir aí uma enorme
falha.. Entretanto, ao invés de levantar dúvidas, o homem, que mostra um interesse
ilimitado por outros assuntos, permanece totalmente apático, conformado,
acreditando, talvez, que na questão da morte não existem alternativas. Tal atitude
se explica pelo fato de, até agora, como todos sabem, nenhuma religião ou ciência
ter conseguido resolver o problema. Portanto, é de se imaginar que o homem
pensa em deixá-lo à mercê da natureza, como única solução.
Mas, pensemos: Deus Todo-Poderoso criou o homem como animal do mais
elevado nível, e não há nada mais conflitante com a Vontade Divina que o reduzido
número de mortes naturais em relação às mortes antinaturais, número esse que
está diminuindo progressivamente. Ora, se Deus é Todo-Poderoso, cedo ou tarde
Ele deverá trazer o homem de volta à sua hierarquia espiritual de origem.
Evidentemente, Deus não fechará os olhos, por muito tempo, à anomalia ocorrida
com a vida humana. Refletindo sobre tudo isso, não será motivo de espanto que
Izunome-no-Okami, isto é, Kanzeon Bossatsu, o deus que recebeu do supremo
Deus a incumbência de salvar o homem, esteja prolongando a vida humana, isto é,
erradicando a morte antinatural.
Pelas razões expostas, o homem deve conscientizar-se de que está próxima a
chegada do Mundo da Divina Luz, ou seja, o mundo isento de doenças pelo qual a
humanidade vem ansiando há milênios.

19 de junho de 1936

ANÁLISE DAS TOXINAS

1° de dezembro de 1952

O que é toxina? Em última análise, é o mesmo que sangue sujo e mácula espiritual.
As máculas se originam do pecado, e este, naturalmente, tem origem no mal.
Todos sabem que essa visão do pecado é quase que um monopólio das religiões
desde a antigüidade; entretanto, agir simplesmente como se tem agido até agora,
dizendo que não se deve fazer isso ou aquilo porque é pecado, já não convence as
pessoas da atualidade, pois a maioria é muito inteligente e raciocina em termos
científicos. Deve-se, portanto, basear a teoria em fatos e argumentos sólidos.
Este mundo em que vivemos é formado pelo Mundo Espiritual e pelo Mundo
Material. Da mesma maneira, o homem é formado de espírito e corpo, e ambos,
numa relação íntima e inseparável, têm por princípio a identidade espírito-matéria.
Sendo assim, quando as máculas do espírito se refletem no corpo, o sangue se
suja; reciprocamente, quando isso se reflete no espírito, torna-se mácula. Como
este ponto é de importância fundamental, pediria que o levassem em consideração
no decorrer da leitura.
Explicando do ponto de vista espiritual, se o homem pratica más ações, esse
pecado gera máculas no espírito; quando o acúmulo das máculas atinge
determinado nível, sobrevem a ação purificadora, na forma de doenças, acidentes
ou penalidades legais. A parte que não foi atingida pela lei dos homens é punida
espiritualmente, pela Lei de Deus. Entretanto, como Deus é absoluto, se a pessoa
escapar habilmente a essas penalidades, o castigo se refletirá na matéria através
de sofrimentos maiores. Evidentemente, as doenças sobrevindas nesses casos são
malignas e, na sua maioria, colocam em risco a vida da pessoa. Quanto mais cedo
ocorrerem as penalidades, mais brandas serão, podendo-se compará-las a
empréstimos ou dívidas, que, quanto mais se demora a saldá-los, mais aumentam,
devido aos juros. De fato, se um malfeitor conseguir escapar em vida aos
julgamentos de Deus e do homem, quando morrer e o seu espírito passar para o
Mundo Espiritual, irá cair no chão do Inferno, devido ao peso dos pecados. É
exatamente o "Inferno Avíci" (reino de ilimitado sofrimento), citado no budismo, e o
"Reino do Fundo do Inferno", mencionado no xintoísmo. Trata-se de um mundo
absolutamente sem luz e calor, onde o espírito nada enxerga, permanecendo
congelado por centenas de anos; por isso, não há malfeitor, por pior que seja, que
não venha a se arrepender. Para as pessoas da atualidade, talvez seja difícil
acreditar em situações como estas, mas gostaria que me dessem crédito, pois são
fatos que me foram transmitidos diretamente pelos espíritos, nas pesquisas por
mim realizadas, e posso garantir que não existe nenhum equívoco.
Voltando à minha explanação, em conseqüência dos pecados começa-se a sentir
peso na consciência, e esse sofrimento já é uma leve purificação. Seria bom que
nesse momento as pessoas se arrependessem, mas isso é difícil. Assim, na
maioria das vezes, os pecados tendem a se acumular. É claro que a quantidade
das máculas é proporcional à maior ou menor gravidade dos pecados, mas há
também outra maneira de criá-las. Quando se faz alguém sofrer, a pessoa atingida
se enfurece, sente ódio por aquele que lhe causou o sofrimento, e esse ódio é
transmitido, através do elo espiritual, como ondas de rádio, ao espírito do malfeitor,
gerando-lhe máculas. Ao contrário, quando se pratica uma boa ação, as pessoas
se alegram e sua gratidão se transmite, na forma de Luz, ao espírito do benfeitor, o
que fará diminuir as máculas que o cobrem. Entretanto, mesmo quando se trata de
boas ações, quanto mais elas forem praticadas sem que os beneficiados saibam,
maiores serão as bênçãos de Deus; essa é a inviolável Lei dos Céus.
O que acabamos de expor é o mecanismo do Mundo Espiritual. Como representa
uma verdade absoluta, a única alternativa é crer e obedecer. Portanto, já que as
doenças e outros infortúnios são decorrentes da ação purificadora das máculas, o
homem, se quiser alcançar a felicidade, deve deixar o mal, praticar o bem e
esforçar-se para não macular seu espírito.
Passarei, agora, a falar do ponto de vista material.
A origem da doença é o sangue sujo, que, obviamente, tem como causa os tóxicos
dos medicamentos. Todos os medicamentos, por natureza, são tóxicos, mas
durante muito tempo, por desconhecimento dos princípios da ação purificadora,
vieram sendo erroneamente interpretados como remédios.
Baseado na minha experiência, posso afirmar que há casos de reincidência da
doença depois de algum tempo, mesmo em pessoas que já obtiveram melhora
através do JOHREI. Chamo a isso de repurificação. O que acontece é que o
JOHREI promove a eliminação das toxinas em processo de dissolução, e com isso
o doente tem uma melhora temporária; entretanto, logo que ele retoma suas
atividades, já com vigor razoável, surge uma ação purificadora mais intensa.
Resumindo, com a purificação a pessoa ganha saúde, e com a saúde surge a
purificação. Pela repetição desse processo é que se obtém o completo
restabelecimento da saúde.
A repurificação manifesta-se relativamente intensa, através de febre alta, tosse
forte e eliminação de antigas e solidificadas toxinas em forma de catarro, sendo
isso perceptível pela densidade deste e pelo cheiro de remédio. Obviamente alguns
casos são acrescidos da perda de apetite e do enfraquecimento do corpo,
podendo, às vezes, o doente partir para o Mundo Espiritual.
Deus fez do homem o senhor da Terra e por isso criou alimentos suficientes para a
sua subsistência, atribuindo sabor a cada um deles e, ao homem, o paladar.
Portanto, comer com satisfação aquilo que desejar é suficiente para o ser humano
manter a saúde, sem precisar preocupar-se com assuntos complexos como
nutrição. Assemelha-se ao desejo sexual, cujo objetivo não é fazer outro homem;
todavia, apesar do objetivo ser outro, inconscientemente ocorre a procriação.
Sendo assim, o homem não deve ingerir nada que não esteja determinado como
alimento, ou seja, deve excluir tudo que é insípido ou que tem sabor desagradável,
pois essas características já definem aquilo que não é comestível. Por
desconhecimento desse princípio, costuma-se dizer, desde a antigüidade, que "o
bom remédio é sempre amargo", o que constitui um flagrante equívoco.
1° de dezembro de 1952

OS TRÊS TIPOS DE TOXINAS

5 de fevereiro de 1947

A origem de todas as doenças são as toxinas, que podem ser hereditárias,


urinárias e medicinais.
Que são toxinas hereditárias? São heranças dos tóxicos contidos nos
medicamentos; esses tóxicos, após passarem por várias gerações, transformam-se
numa espécie de toxina.
As toxinas urinárias são decorrentes da urina que não é eliminada, em
conseqüência do atrofiamento da atividade renal.
Não entrarei em detalhes sobre as toxinas medicinais, pois o assunto já foi
abordado, mas vou explicar como elas se manifestam. Seus principais sintomas
são febre, dores, coceira, diarréia, vômitos, dormência, mal-estar, etc. A febre é
proporcional à quantidade de toxinas e pode-se até dizer que não se observa a
ocorrência deste sintoma entre pessoas que nunca tomaram remédios. Quanto às
dores, as produzidas pelos medicamentos ocidentais são mais agudas, podendo
ser, por exemplo, picantes (como picada de agulha), perfurantes e rápidas. Já os
medicamentos chineses, quase todos, produzem dores brandas.

5 de fevereiro de 1947

TOXINAS URINÁRIAS

1939

Já me referi várias vezes à facilidade com que as toxinas tendem a se acumular em


locais de alta concentração nervosa. Quando faz esforço físico, o homem força a
região dos quadris, ó que provoca a acumulação de toxinas à altura dos rins. Uma
prova disso é a alta incidência de problemas renais entre os praticantes de golfe.
As toxinas acumuladas pressionam os rins, atrofiando-os. Se os rins normais
conseguem eliminar, por exemplo, dez unidades de urina, os atrofiados eliminam
nove, sendo que uma unidade permanece no organismo sem ser eliminada. Essa
unidade de urina retida constitui a toxina urinária, a qual tende a se acumular, da
mesma forma que as outras toxinas, em locais de alta concentração nervosa, como
na região dos rins e da barriga, nos gânglios linfáticos da região das virilhas, no
peritônio, nos ombros, no pescoço, etc. O maior acúmulo de toxinas no lado
esquerdo ou direito depende do maior atrofiamento de um dos rins em relação ao
outro.
A quantidade de resíduos das toxinas hereditárias é limitada, e a das toxinas
medicinais também se restringe ao uso dos medicamentos. As toxinas urinárias,
porém, são produzidas, dia e noite, ininterruptamente; portanto, são as que causam
maiores problemas. Essas três toxinas são responsáveis por todas as doenças.

1939

A CAUSA DO PECADO ESTÁ NOS MEDICAMENTOS

6 de fevereiro de 1952

Provavelmente o título deste artigo cause muito espanto, pois nem em sonho as
pessoas poderiam imaginar que haja relação entre o pecado e os medicamentos.
Entretanto, por incrível que pareça, há bastante relação. Vou explicá-la.
Sempre digo que remédio é veneno. Quando ele é introduzido no corpo, suja o
sangue; sujando-se o sangue, o espírito se macula; como seu espírito está
maculado, a pessoa sente-se irritada. Isso é perigoso, pois, quando ficamos
irritados, esbravejamos com facilidade, o que acaba resultando em conflito. Se
estamos de bom humor, ainda que sejamos provocados, as coisas se ajeitam entre
risos; ao contrário, se estamos mal-humorados, estouramos pelos motivos mais
insignificantes. Dessa maneira, o homem depende do seu estado de espírito para
tornar-se alegre ou triste. Não podemos menosprezar tal aspecto, pois ele também
tem grande relação com a sorte ou o azar. No relacionamento diário entre as
pessoas, não há nada mais importante que os sentimentos, pois deles pode
resultar a separação de um casal, brigas familiares, atritos entre namorados, perda
de emprego e até casos piores. Ninguém desconhece, também, a grande influência
dos sentimentos sobre a confiança dos superiores em seus subordinados, nas
empresas ou repartições públicas, ou sobre o bom relacionamento entre colegas de
serviço, a preferência dos fregueses por determinado comerciante, o desempenho
de um técnico, o êxito nos estudos, etc. Essas situações são habituais, mas, com o
seu aumento, pode haver conseqüências graves.
Muitas pessoas comuns, que não passaram por suficiente aprimoramento, acabam
procurando estimulantes na tentativa de disfarçar sua irritação. Os mais freqüentes
são a bebida e o jogo. Ultimamente, a moda das corridas de cavalos, da loteria e
outras podem ser explicadas dessa forma. Há indivíduos que, por ganharem bem e
ocuparem certa posição social, vivem luxuosamente e buscam estímulos em
diversões na companhia de mulheres. É claro que isso acarreta despesas, e eles
acabam procurando obter dinheiro por meios ilícitos, incorrendo em apropriação
indébita, fraude, corrupção, etc. Mas o mais grave é que existem pessoas que
matam até mesmo por quantias insignificantes. Observando tais fatos, muitos
dizem que na sombra dos crimes sempre há mulheres, mas eu diria que atrás deles
estão os medicamentos. Devido à procura de estímulos cada vez mais fortes,
proliferam as diversões de baixo nível, que, atualmente, ao contrário dos tempos
antigos, tornam-se facilmente acessíveis, devido à facilidade de locomoção.
Acrescente-se que, em decorrência da abolição das classes sociais, muita gente
acha tolice levar uma vida séria e honesta.
Falei acima sobre aspectos superficiais e visíveis da sociedade, mas quais serão
os seus aspectos interiores? Temos uma situação bastante séria, a qual, em
grande parte, é causada pela doença. Como o homem moderno toma remédios, as
doenças proliferam, crescendo o número de criaturas mal-humoradas e irritadas.
Dessa forma, aumentam as despesas médico-hospitalares, que, aliadas à falta ao
trabalho, diminuem a receita das pessoas, levando-as a fazer empréstimos e
causar prejuízos ao próximo. A vida, assim, vai se tornando cada vez mais
desagradável. Como não se trata o mal pela raiz, a doença tende a se prolongar e,
nessa angústia, muitos praticam furtos; os indivíduos de caráter fraco acabam se
suicidando, sendo que, às vezes, ocorre o suicídio de uma família inteira. Tragédias
desse tipo têm movimentado o noticiário dos jornais, e as mais freqüentes são
causadas pela tuberculose.
Analisando sob esse ângulo, podemos concluir que a causa do crime é a doença, e
a causa desta, o remédio. Assim, espero que tenham compreendido o título do
presente artigo.

6 de fevereiro de 1952

A CAUSA DOS ACIDENTES

16 de julho de 1952

Tem crescido, ultimamente, o número de acidentes, a começar pelos de trânsito, e


esse número tende a aumentar a cada ano, apesar dos esforços das autoridades
competentes. O que se deve fazer, então? No momento, como a verdadeira causa
dos acidentes é totalmente desconhecida, só nos resta prestar redobrada atenção
para evitá-los.
Segundo interpretamos, os acidentes são motivados por problemas de sistema
nervoso do homem moderno. Em outras palavras, eles ocorrem quando o sistema
nervoso de quem dirige não trabalha de forma adequada. O menor atraso no
procedimento a ser tomado num instante de perigo - seja ele o espaço da décima
parte do segundo - pode tornar-se causa direta de um acidente, e não há outro
recurso senão remediá-lo.
Neste aspecto, eu fico impressionado com a falta de agilidade dos jovens atuais.
Muitos são mais lentos do que eu, que estou completando setenta anos. Várias
atividades minhas realizadas em tempo normal eles dizem que são executadas
rapidamente. Qual é, portanto, a causa da lentidão de reflexos do homem
moderno? É que ele recorre aos remédios por qualquer coisa, e, além do mais, as
bebidas que ele bebe contêm vários ingredientes químicos, como os conservantes;
até mesmo os produtos agrícolas, devido à utilização de adubos e inseticidas,
estão carregados de venenos, os quais, com o decorrer do tempo, vão se
acumulando e gerando toxinas no organismo das pessoas.
Assim, poderíamos dizer que o homem atual está praticamente mergulhado em
remédios; acrescente-se que, como a vida se torna cada vez mais agitada e
complexa, ele sobrecarrega o seu cérebro, onde as toxinas se concentram e se
solidificam. Em contrapartida, ocorre uma ação purificadora, fraca mas ininterrupta;
por isso, normalmente as pessoas sentem-se como que atordoadas, a cabeça
pesada, quente e doendo constantemente. Justifica-se, portanto, dizer que hoje em
dia não há quem tenha a cabeça leve. Essa é a causa não só de desastres mas
também de homicídios, tão noticiados nos jornais da atualidade.

16 de julho de 1952

O TRATAMENTO NATURAL

1935

O homem é a obra-prima da criação de Deus, não havendo nada que se lhe possa
comparar. Segundo a Bíblia, ele foi feito à imagem de Deus, o que é uma verdade
inegável. Sua estrutura mística é um mistério que jamais será desvendado pela
Ciência. Quando muito, esta o conhece superficialmente ou em pequena parte;
assim, é impossível afirmar se levará milhares de anos para desvendá-lo ou se
nunca irá conseguir isso. Pensemos com calma. O funcionamento de vários órgãos
do corpo, a sutileza da vontade-pensamento, a expressão dos estados de
satisfação, ira, tristeza ou prazer, a extrema sensibilidade do tato a ponto de a
pessoa sentir coceira quando é picada por uma pulga, a capacidade de exprimir
todas as idéias através do código lingüístico e de distinguir o sabor dos alimentos, a
misteriosa diferença na expressão fisionômica dos l,8 bilhões de habitantes do
globo terrestre, cujos rostos, que não medem mais que um palmo, nunca são
iguais, todos estes mistérios e maravilhas fazem-nos louvar o poder do Criador.
Não há palavras principalmente para expressar a capacidade da procriação, da
qual é dotado o homem, e o mistério que envolve o processo da formação de um
ser humano. É óbvio, portanto, que a Ciência nunca poderá desvendar o mistério
da vida, pois o homem não é criação sua, como os robôs.
Quando a pessoa adoece, logo se inicia, nela própria, uma grande atividade
destinada a eliminar a doença. Dentro de seu organismo começa a ser fabricado o
seu próprio remédio. É como se houvesse, no corpo humano, um grande
laboratório farmacêutico e um professor em Medicina. Se o corpo é invadido pela
impureza chamada doença, o médico que há no seu interior faz imediatamente o
diagnóstico e ordena que o farmacêutico prepare o medicamento, iniciando logo o
tratamento. Aparelhos e medicamentos, todos eles são ultra-eficazes, e a cura é
maravilhosa. Se comemos algo nocivo, a farmácia existente dentro do corpo
imediatamente produz um laxante para provocar a diarréia e eliminá-lo. Se entram
no organismo bactérias nocivas, o tratamento asséptico baseado na febre entra em
ação. Se ocorre uma intoxicação alimentar, produz-se uma reação na pele e,
através de calor e coceira, procura-se neutralizá-la, a fim de que ela não atinja os
órgãos internos. Dependendo da intoxicação, os rins entram em grande atividade,
processando uma lavagem com líquido, o qual é eliminado na forma de urina.
Quando se inspira uma grande quantidade de poeira, ela é eliminada na forma de
escarros. E assim por diante. Realmente, o corpo humano é de uma infabilidade
extraordinária.
Em geral, as doenças se curam naturalmente, à mercê da Natureza; entretanto, por
desconhecimento deste princípio, as pessoas recorrem aos medicamentos e aos
tratamentos através da Ciência, fazendo com que a doença se prolongue, pois são
impostos sérios obstáculos ao processo de cura natural.
Mas será que com o tratamento natural a Medicina não perderá sua utilidade? Não
é bem assim. Entre seus ramos, existem alguns que são muito úteis, como a
bacteriologia, uma parte da higiene, a cirurgia no tempo de guerra, a odontologia,
as clínicas de fraturas, etc.

1935

OS PONTOS FALHOS DA MEDICINA


E A CAPACIDADE DE RECUPERAÇÃO NATURAL

25 de julho de 1951

Como é do conhecimento de todos, venho chamando a atenção para os erros da


Medicina atual, mas o ponto mais grave é o seu absoluto desprezo à capacidade
de recuperação natural do organismo, inerente a todo ser humano.
Quando alguém adoece e vai procurar um médico, na maioria das vezes ele diz:
"Foi bom ter vindo logo. Se demorasse mais, talvez o problema já se tivesse
tornado um caso perdido." Os médicos acreditam que, se deixarmos uma doença
sem tratamento, ela se agravará cada vez mais.
Desejo esclarecer que o grande erro da Medicina consiste na crença de que o
tratamento de uma doença deva ser iniciado o mais cedo possível, antes que seja
demasiado tarde, e na aplicação de tratamentos baseados em inúmeros
medicamentos, para evitar que o mal progrida.
Tenho sempre afirmado que a doença é um processo de eliminação de toxinas;
portanto, se deixarmos que esse processo se desenvolva, as toxinas serão
eliminadas e, conseqüentemente, a doença desaparecerá, ou seja, a pessoa ficará
curada. Sofrimentos como febre, tosse, escarro, catarro, suor, diarréia, dores e
coceiras são decorrentes do curso do referido processo. Basta, por conseguinte,
suportar um pouco até que as impurezas sejam eliminadas e o corpo fique limpo.
Assim, não há razão em se dizer a uma pessoa que é "tarde demais" para ela se
tratar.
Desconhecendo tal princípio, a Medicina interpreta as doenças de forma totalmente
contrária e por isso teme deixá-las sem tratamento. Em suma, considera que o
certo é impedir a saída das impurezas, solidificando-as. Com esse procedimento, é
óbvio que não poderá haver erradicação das doenças.
Vejamos outro ponto falho da Medicina. Quando alguém se machuca ou se queima,
geralmente há formação de pus; como este é muito temido, tomam-se várias
providências para evitá-lo, mas devo dizer que se trata de um grande erro. Todas
as pessoas possuem toxinas acumuladas em seu corpo, o qual tenta eliminá-las na
primeira oportunidade. Quando ocorrem estímulos como ferimentos, elas tendem a
se concentrar nesse ponto e o organismo faz com que sejam eliminadas. Portanto,
quanto maior a área inflamada, isto é, a área onde se localiza o pus, maior é a
eliminação de toxinas, e não existe nada melhor.
Dessa maneira, o corpo humano realiza um constante trabalho de limpeza através
da eliminação de substâncias nocivas, trabalho esse que denominamos capacidade
de recuperação natural. Uma vez que o homem já nasceu com a capacidade de
curar as doenças naturalmente, a Medicina deveria respeitá-la, deixando-a atuar;
atualmente, porém, não só ela tenta bloqueá-la, como avança nesta teoria.
Podemos notar, então, o quanto a Medicina está errada. E o que estamos dizendo
não é teoria; é a constatação de fatos verídicos.
O homem recebeu dos Céus essa maravilhosa capacidade de recuperação natural,
e nenhum tratamento médico consegue sequer chegar-lhe aos pés. O simples fato
de se tomar conhecimento disso já constitui uma grande felicidade.

25 de julho de 1951

O QUE É A DOENÇA

1° de janeiro de 1953

Todos os homens, sem exceção, possuem toxinas hereditárias e adquiridas.


Toxinas hereditárias são as que se herdam dos pais, e toxinas adquiridas são as
dos medicamentos tomados após o nascimento. Talvez achem estranha tal
afirmação, pois normalmente se acredita que os medicamentos existem para curar
as doenças e restabelecer a saúde.
É crença geral que com a obtenção de melhores remédios se conseguirá resolver o
problema da doença, sendo este o principal objetivo dos tratamentos médicos.
Todos sabem que especialmente os Estados Unidos têm voltado sua atenção para
esse aspecto, concentrando grandes esforços na descoberta de novos
medicamentos. Ora, se os remédios possibilitassem a cura das doenças, estas
deveriam diminuir gradualmente; por que, então, ocorre justamente o inverso? Não
há contradição maior.
Por natureza, na Terra não existe nada que se possa chamar de remédio. O que há
são produtos tóxicos que, justamente por isso, fazem efeito. Com a ação do veneno
chamado remédio verifica-se uma diminuição dos sintomas da doença, dando a
impressão de que houve cura; não se trata, porém, de cura verdadeira.
Mas por que os remédios são venenos?
Quando criou o homem, Deus criou também os alimentos, para manutenção da sua
vida. A eles, atribuiu sabor, e ao homem, o sentido do paladar. Portanto, basta a
pessoa comer com satisfação aquilo que desejar, para estar nutrida. Só de
atentarmos para esse aspecto, perceberemos a perfeição do Criador. Assim, a
expressão correta é "o homem vive pela alimentação", e não "o homem se alimenta
para viver." E o mesmo que acontece com a procriação: apesar do homem e da
mulher se unirem por motivos que não são especificamente esse, dessa união
resultam filhos, o que constitui um grande mistério.
Em conseqüência do que acabamos de dizer, as funções orgânicas do homem não
estão habilitadas a eliminar de maneira completa as substâncias que não são
determinadas como alimentos. Encontram-se neste caso os tóxicos dos
medicamentos. O mais agravante, no entanto, é que esses tóxicos se concentram
em vários pontos do organismo e, com o passar do tempo, acabam se
solidificando. Isso se restringe às regiões de atividade nervosa, tal como a parte
superior do corpo, principalmente do pescoço para cima. Mais especificamente, o
cérebro, seguido pelos olhos, ouvidos, nariz, boca, etc. Antes, porém, as toxinas se
solidificam nas proximidades do pescoço, razão pela qual as pessoas sentem
nódulos nesse local e nos ombros. Quando elas atingem certo nível, ocorre o
processo natural de eliminação, ou seja, a ação purificadora. Nesse caso, as
toxinas se dissolvem devido à ação da febre, sendo eliminadas através de tosse,
catarro, escarro, suor, urina e outros meios. A isso denominamos gripe; logo, esta é
um processo de eliminação de toxinas. Embora seja um pouco penoso, basta a
pessoa suportar e deixar a Natureza agir. Com a eliminação das toxinas, o corpo
ficará limpo e obter-se-á a cura. A gripe, portanto, é a mais simples ação fisiológica
criada pela Divina Providência, e por ela devemos ter gratidão. Ignorando isso, o
homem interpreta mal os sofrimentos e as dores da purificação e, para cortá-los,
inventou os tratamentos médicos.
Quanto maior a vitalidade da pessoa, mais facilmente ocorrerá a ação purificadora.
Para impedi-la, basta enfraquecer essa vitalidade. Daí a utilização do veneno
denominado remédio. Desde a antigüidade, ele é extraído de ervas, raízes, cascas
de árvores, minerais, vísceras de animais e outras fontes, sendo aplicado sob
diversas formas, como chás, pós, medicamentos líquidos, comprimidos, ungüentos,
injeções, etc. Aplica-se o veneno em pequenas doses, várias vezes ao dia; se as
doses forem grandes, coloca-se em risco a vida da pessoa. É considerado bom
remédio aquele cujo veneno é razoavelmente forte, mas não a ponto de causar
intoxicação.
Através de medicamentos venenosos, o homem veio solidificando toxinas que
estavam para ser eliminadas, podendo-se imaginar a grande quantidade de toxinas
que o homem moderno possui em seu corpo. Dessa forma, ele se torna uma presa
fácil das doenças, fato evidenciado pelo aparecimento da medicina preventiva e
pelo temor da gripe. Por outro lado, as pessoas estão contentes porque a vida
média do ser humano alcançou a casa dos sessenta anos. Grande erro, pois, se
conseguir libertar-se das doenças, o homem poderá viver tranqüilamente por mais
de cem anos. A morte antes dessa idade é antinatural; uma vez livre das doenças,
ele morrerá de morte natural e, obviamente, sua vida irá se prolongar.
Os tratamentos médicos, por conseguinte, não curam as doenças; simplesmente
minoram durante algum tempo seus sintomas. Todos os tratamentos
recomendados - repouso absoluto, aplicação de compressas, ungüentos, bolsas de
gelo, eletricidade, banhos de luz e outros - são métodos para solidificar as toxinas.
Entre eles, diferem um pouco os tratamentos por meio de calor e a moxa, mas
estes apenas conduzem as toxinas para determinado ponto. Através do estímulo
do calor consegue-se alívio, mas, com o passar do tempo, elas voltam à sua
posição original. Portanto, o único método que promove a verdadeira cura das
doenças é aquele que dissolve e elimina as toxinas.
1° de janeiro de 1953

A VERDADEIRA CAUSA DAS DOENÇAS

5 de fevereiro de 1947

Já me referi, anteriormente, à existência de vários tipos de toxinas no corpo do


homem desde o seu nascimento. Devido a essas toxinas é que ele não consegue
manter plena saúde, e por isso seu corpo é feito de maneira que lhe possibilite
eliminá-las fisiologicamente. A tal fenômeno denominamos processo natural de
purificação. Quando ele ocorre, sobrevêm sofrimentos de certo nível, e essa fase
de dor e mal-estar constitui aquilo que se chama de doença. Para explicar tal
fenômeno, vamos tomar como exemplo a doença mais comum, ou seja, a gripe,
pois não há uma única pessoa que não a tenha contraído. A Medicina ainda
desconhece suas causas, mas, segundo descobri, ela é uma das mais simples
formas da ação purificadora, vindo acompanhada de sofrimentos como febre, dor
de cabeça, tosse, escarro, catarro, perda de apetite, suor, indisposição, etc.
Antes de mais nada, o que vem a ser o processo de purificação? A grosso modo,
ele compreende duas etapas. A primeira consiste na concentração e solidificação
das diversas toxinas contidas no sangue em diferentes pontos do corpo,
especialmente os locais de grande atividade nervosa e as partes que ficam em
posição inferior quando o corpo se encontra em repouso. Com o passar do tempo,
as toxinas concentradas vão endurecendo, o que vem a ser causa de enrijecimento
dos músculos. Às vezes não há sofrimento algum: quando muito, rigidez nos
ombros. A segunda etapa da purificação começa quando a solidificação ultrapassa
determinado nível, sobrevindo aí o processo natural de eliminação. Para facilitá-lo,
surge uma ação destinada a dissolver as toxinas, isto é, a febre.
O grau da febre depende não só da natureza, quantidade e rigidez das toxinas,
mas também da própria natureza do doente. Muitas vezes, a febre aparece como
resultado do cansaço, após a prática de exercícios físicos, pois estes aceleram o
processo de purificação. As toxinas liqüefeitas são eliminadas na forma de suor,
catarro, secreção nasal, etc. A tosse e o espirro são como ações de bombeamento:
a primeira, para eliminação de catarro; o segundo, para eliminação de secreção
nasal. Isso se tornará bastante claro se observarmos que realmente eliminamos
catarro quando tossimos, e secreção nasal quando espirramos. Por outro lado, a
perda de apetite é causada pela febre, pela tosse e pelos medicamentos. As dores
de cabeça e nas juntas são decorrentes da dissolução das toxinas existentes
nesses pontos, as quais excitam os nervos no momento de sua eliminação em
estado líquido. A dor de garganta ocorre porque as toxinas contidas no catarro
irritam a mucosa que a reveste, ocasionando sua inflamação; a rouquidão baseia-
se no mesmo princípio, sendo causada pela inflamação das cordas vocais.
Eis, portanto, o que é a gripe. Não há necessidade de tratamento algum; basta a
pessoa deixar seu organismo em paz, sem tomar medicamentos, que em poucos
dias, terminado o processo de purificação, estará curada. Desde que a cura seja
natural, com a redução de toxinas, a saúde aumentará.
Apesar da gripe ser altamente recomendável, por constituir o mais simples
processo de purificação, as pessoas a temem, e a Medicina chega a dizer que
preveni-la é a condição número um para não contraí-la. Os leitores precisam
compreender que isso é um grande erro. Desde a antigüidade acredita-se que a
gripe é a origem de mil doenças, mas na verdade ela é a única maneira de se
escapar a essas mil doenças. Desconhecendo-lhe a causa, a Medicina toma várias
medidas quando a pessoa fica gripada, todas elas no sentido de deter o processo
purificador. Tais medidas começam com a tentativa de baixar a febre através de
medicamentos antitérmicos, bolsas de gelo, compressas e outros meios. Isso faz
com que o processo de purificação retroceda ao primeiro estágio, ou seja, que as
toxinas que começaram a ser dissolvidas voltem a se solidificar. Com a
solidificação, a pessoa sente-se aliviada dos sofrimentos causados pela febre,
escarro, secreção nasal, etc., e tanto ela como o médico têm a ilusão de que a
gripe está melhorando. Quando ocorre a solidificação completa, pensam que a cura
está selada. Na realidade, porém, voltou-se à situação anterior; logo, é natural que
haja uma recaída.
Chamo atenção para o fato de que os tratamentos baseados em antitérmicos,
bolsas de gelo, compressas e outros semelhantes, detendo o processo purificador,
constituem a causa de sintomas mais intensos nas próximas doenças que o
indivíduo contrair. Pode-se compreender, portanto, que as doenças graves são
causadas pela repetida interrupção dos processos purificadores de menor
intensidade, através da utilização sucessiva de remédios, o que aumenta o
acúmulo de toxinas, tornando necessária a ocorrência de um processo purificador
muito intenso.

5 de fevereiro de 1947

O QUE É A DOENÇA?

15 de agosto de 1951

A GRIPE

A própria Medicina reconhece que o homem tem, "a priori", várias toxinas. Elas são
eliminadas por um processo fisiológico natural, que nós chamamos processo de
purificação. Primeiramente as toxinas se concentram em vários locais,
notadamente naqueles onde há mais atividade nervosa. No homem, isso ocorre na
metade superior do corpo. Quanto mais próximo do cérebro, maior a concentração,
porque, enquanto se está acordado, o cérebro, os olhos, os ouvidos, o nariz, a
boca, etc., trabalham ininterruptamente, mesmo que os braços e as pernas estejam
em repouso. Portanto, as toxinas tendem a se concentrar nos ombros, no pescoço,
nos gânglios linfáticos, no encéfalo, na parótida e em outros pontos. Com o passar
do tempo, elas vão se solidificando gradualmente. Quando o acúmulo ultrapassa
determinado limite, começa o processo de purificação. Aí podemos ver o benefício
que a Natureza nos proporciona. A solidificação das toxinas provoca má circulação
sangüínea, rigidez dos ombros e do pescoço, dor de cabeça acompanhada de
sensação de peso, diminuição da capacidade visual, auditiva e olfativa,
entupimento do nariz, inflamação dos alvéolos, enfraquecimento dos dentes, falta
de fôlego, flacidez dos músculos dos braços e das pernas, dor nos quadris,
inchação, etc. Tais fatores determinam uma acentuada diminuição da atividade, de
modo que o homem fica impossibilitado de cumprir sua missão. Foi justamente por
isso que Deus criou o excelente processo de purificação denominado doença.
Conforme dissemos, se a doença é o sofrimento decorrente da eliminação de
toxinas, ela é processo de purificação do sangue, indispensável à manutenção da
saúde. Portanto, podemos considerá-la a maior bênção que Deus nos concedeu.
Se a eliminarmos, o homem irá enfraquecendo gradativamente e, por fim, estará
até ameaçado de extinção. Os leitores poderão achar que se trata de uma
incoerência, pois eu sempre afirmo que construirei um mundo sem doenças.
Entretanto, não há nenhuma incoerência em minhas palavras, visto que, se o
homem se livrar das toxinas, não haverá mais necessidade de processo purificador;
conseqüentemente, as doenças desaparecerão. Vou expor minha teoria de maneira
mais aprofundada e de modo a facilitar ao máximo sua compreensão.
Logo que uma pessoa contrai gripe, sobrevem-lhe a febre. Para facilitar a
eliminação das toxinas, a Natureza faz com que elas se dissolvam através do calor.
Na forma líquida, as toxinas infiltram-se rapidamente nos pulmões. Trata-se de um
processo realmente misterioso. Do mesmo modo, quando as dissolvemos através
do JOHREI, elas penetram imediatamente nos pulmões, atravessando os músculos
e até os ossos. Se as toxinas se encontram solidificadas em um ou dois pontos, as
doenças são leves, mas estas se agravam na medida em que é maior o número de
pontos. É por isso que uma gripe que a princípio parecia fraca, vai se agravando
cada vez mais.
No caso de serem pouco densas, as toxinas liqüefeitas são eliminadas
imediatamente, na forma de catarro; ao contrário, quando sua densidade é maior,
ficam temporariamente nos pulmões, aguardando a ação de bombeamento
denominada tosse, e aí são eliminadas pelas vias respiratórias. Isso se evidencia
pelo fato de a tosse ser sempre seguida de catarro. Obedecendo ao mesmo
princípio, o espirro vem sempre seguido de secreção nasal. Assim, as dores de
cabeça e de garganta, a inflamação dos ouvidos, dos gânglios linfáticos, das
articulações dos pés, das mãos e da região inguinal decorrem da dissolução das
toxinas e do seu deslocamento em busca de saída do corpo. Esse movimento
pressiona os nervos, provocando a dor.
As toxinas líquidas estão divididas em concentradas e diluídas. As concentradas
são eliminadas na forma de catarro, secreção nasal, diarréia, etc., e as diluídas, na
forma de suor e urina. A ação purificadora se processa de modo tão natural, que
não podemos deixar de louvar a Providência do Criador. Foi Deus que criou o
homem, e por isso não haveria razão para lhe proporcionar sofrimentos e
atrapalhar sua atividade através da doença. O ser humano precisa estar sempre
saudável, mas ele próprio cria toxinas e, com base em teorias errôneas, faz com
que elas se acumulem, surgindo então a necessidade de eliminá-las. Eis, portanto,
o que é a doença. No caso da gripe, se a deixarmos desenvolver-se sem nenhuma
interferência, por conta da Natureza, a purificação decorrerá normalmente e a cura
será completa, aumentando, assim, a saúde da pessoa.
Por incrível que pareça, e não se sabe desde quando, o homem interpretou de
maneira inversa o referido processo de purificação. Dessa forma, quando a doença
se declara, ele emprega todos os recursos para estancá-la. Confundindo-se no
tocante às dores do processo, acha que elas são decorrentes do agravamento da
doença. Baseado nisso, trata de fazer baixar a febre. Com a diminuição desta,
interrompe-se a dissolução das toxinas e diminuem os sintomas, como a tosse, o
catarro e outros. Parece, então, que está ocorrendo a cura. Em outras palavras,
faz-se retornar ao estado sólido as toxinas que tinham começado a se dissolver.
Essa solidificação é promovida pelos tratamentos médicos, entre os quais se inclui
a aplicação de compressas, bolsas de gelo, remédios, etc. Quando ocorre a
completa solidificação das toxinas e desaparecem os sintomas, as pessoas ficam
contentes, julgando-se curadas. Mal sabem elas que estão prendendo a mão que
executaria a limpeza de seu corpo. E os fatos o comprovam. Fala-se muitas vezes
em recaída, mas esta nada mais é que o resultado do choque entre duas ações: a
do corpo, que procura executar a purificação, e a do tratamento, que tenta impedi-
la, provocando, assim, o prolongamento da doença. Isso pode ser constatado pela
reincidência da gripe que se pensava ter sido curada. Posso afirmar, portanto, que
o tratamento médico é apenas uma forma de adiar a doença e não de curá-la. O
verdadeiro processo de cura consiste em eliminar as toxinas do corpo, purificando-
o, ou seja, acabando com a causa da doença.
A verdadeira Medicina é aquela que, ocorrendo o processo purificador, acelera a
dissolução das toxinas e faz com que elas sejam eliminadas na maior quantidade
possível. Não há outro tratamento além deste.

15 de agosto de 1951

A VERDADEIRA CAUSA DA DOENÇA ESTÁ NO "ESPÍRITO"

1935

Tudo que existe no mundo é composto de matéria e espirito, sendo que a


deterioração e decomposição da matéria é causada pelo abandono do espírito.
Mesmo em relação às pedras, existe um tipo, chamado pedra morta, que se
esfarela com facilidade, e isso também se deve à ausência de espírito. A ferrugem
que se forma no ferro tem a mesma causa, podendo-se dizer que ela é o cadáver
do ferro. A existência de pouca ferrugem em espadas bastante polidas ou espelhos
antigos, explica-se pelo fato de estar impregnado neles o espírito do artesão.
O homem é constituído pela união inseparável do espírito com o corpo físico; a
partida do espírito para o Mundo Espiritual constitui aquilo a que chamamos morte.
Todos os animais possuem, no centro do espírito, a consciência e, no centro deste,
a alma. O tamanho da consciência é 1% do espírito, e o da alma é 1% da
consciência. Assim, primeiramente há ação da alma e da consciência; com a ação
desta última, verifica-se a ação do espírito e, com esta, a ação do corpo físico.
Dessa forma, todas as ações do homem e fenômenos do corpo físico têm origem
na alma. Relacionando com o bem e o mal, o corpo físico representa o mal; a
consciência, o bem. Da mesma forma, a consciência representa o mal, e a alma, o
bem. O repetido atrito entre o bem e o mal gera a harmonia, manifestando-se como
força e capacidade de viver.
De acordo com o princípio exposto, o aparecimento da própria doença ocorre numa
parte do espírito, que move o corpo material. Apesar de pequena, a alma é auto-
elástico: quando o homem está acordado e em atividade, ele toma a forma
humana; quando o homem está dormindo, toma a forma esférica. A bola de fogo
que se observa muitas vezes por ocasião da morte, é a alma, que, nesse momento,
assume o formato esférico, acontecendo o mesmo com a consciência e com o
espírito. Essa bola de fogo é ocasionalmente visível porque tem luz. O
aparecimento da doença numa parte da alma significa que nessa parte a luz ficou
escassa. Isso se reflete na consciência, no espírito e, por fim, no corpo, em forma
de doença. Portanto, se não surgirem máculas em seu espírito, a pessoa jamais
ficará doente.
Mas por que razão se formam máculas no espírito? Por causa do pecado. Para
explicar isso, eu teria de entrar no campo da Religião, de modo que vou parar por
aqui e falar apenas sobre a manifestação da doença no corpo físico.
Como eu já disse, se surgem máculas numa parte do espírito (a parte
correspondente à região pulmonar, por exemplo), o sangue dessa área fica sujo. E
isso não se restringe às doenças pulmonares; praticamente todas as doenças têm
essa origem. O princípio da cura deve basear-se na eliminação das máculas do
espírito. Entretanto, desconhecendo esse princípio, a Medicina empenha-se em
tratar apenas os sintomas que aparecem no corpo, porque só tem conhecimento do
efeito, e não da causa do problema. Desse modo, mesmo que se consiga uma
pequena melhora, não se obtém a cura completa da doença.
Com o JOHREI, eliminam-se as máculas do espírito através da Luz de KANNON;
ao mesmo tempo, ocorre a eliminação das toxinas, e a doença melhora ou
desaparece. Por conseguinte, a purificação do espírito reflete-se no corpo,
ocasionando a cura da doença. Ainda assim, não podemos afirmar que o mal foi
cortado pela raiz. Isso porque, se a alma não foi elevada é impossível estar-se
verdadeiramente tranqüilo e seguro. A elevação da alma só poderá ser obtida se a
pessoa apreender a correta fé e praticá-la. Esse aprimoramento constitui a prática
messiânica. Chegando a esse ponto, a pessoa não cometerá mais pecados; pelo
contrário, começará a acumular virtudes. Assim, além de ficar isenta de doenças e
desgraças, poderá viver repleta de alegria e obter a graça de uma vida longa e
virtuosa. Dessa forma, haverá progresso de toda a sua linha familiar.
Falarei, agora, sobre outro aspecto relacionado ao espírito. Há pessoas que ficam
aflitas por qualquer coisa, e outras que estão sempre inseguras e inquietas. Isso
acontece porque a sua alma está fraca e a sua resistência aos choques externos é
pequena. Os neuróticos, cujo número tem aumentado muito ultimamente,
enquadram-se nesse tipo. A causa da neurose são as máculas existentes no
espírito; por isso os portadores desse mal são fracos. A maioria possui toxinas
solidificadas no pescoço; dissolvendo-se essas toxinas, eles ficarão curados.
Quando o mal se agrava, produz-se a insônia. Mesmo após obter a cura, o melhor
meio de evitar uma recaída é a pessoa ingressar na Igreja Messiânica Mundial, a
fim de que seu espírito seja iluminado pela Luz Divina e não volte a criar máculas.
1935

A CAUSA DAS DOENÇAS E O PECADO

1936

A causa das doenças são os nódulos constituídos pela mistura de sangue sujo e
pus, os quais se formam como reflexos das máculas do espírito. Mas de onde
surgiram e como vieram essas máculas? Elas se originam dos pecados.
Há dois tipos de pecados: os gerados nesta vida e os hereditários. Estes últimos
são o acúmulo global dos pecados cometidos por muitos antepassados; os
primeiros representam a soma dos atos pecaminosos praticados pela própria
pessoa.
Nós que vivemos atualmente, não somos seres surgidos do nada, sem relação com
nada. Na verdade, representamos a síntese de centenas ou milhares de
antepassados e existimos na extremidade desse elo. Somos, portanto, seres
intermediários de uma seqüência infinita, formando uma existência individualizada
no tempo. Em sentido amplo, somos um elo da corrente que une os antepassados
com as gerações futuras; em sentido restrito, somos uma peça como a cunha,
destinada a firmar a ligação entre nossos pais e nossos filhos.
Para explicar as doenças causadas pelos pecados dos antepassados, preciso falar
sobre a vida após a morte, isto é, sobre a constituição do Mundo Espiritual.
Ao deixar este mundo e passar pelo portão da morte, o homem tem de despir a
roupa denominada corpo. Este pertence ao Mundo Material, e o espírito, ao Mundo
Espiritual. Quando o corpo, devido à doença ou à idade avançada, torna-se
imprestável, o espírito abandona-o e vai para o Mundo Espiritual. Aí ele deve se
preparar para renascer no Mundo Material, ou seja, reencarnar. Este preparo
constitui o processo da purificação do espírito.
A maior parte das pessoas carrega uma quantidade considerável de máculas,
originadas dos pecados. Assim, quando são submetidas ao julgamento do Mundo
Espiritual, feito com absoluta imparcialidade, a maioria acaba caindo no Inferno.
Devido ao sofrimento da pena imposta, o espírito vai pouco a pouco se elevando,
mas os resíduos da purificação dos pecados fluem contínua e incessantemente
para os seus descendentes que vivem no Mundo Material. Isso é como uma lei
redentora, baseada na causa e efeito, em que o descendente - resultado da soma
global dos seus antepassados - arca com uma parte dos pecados cometidos por
eles. Trata-se de uma Lei Divina inerente à criação; por conseguinte, o homem não
tem outro recurso senão obedecer a ela. Esses resíduos espirituais fluem sem
cessar para o cérebro e a coluna vertebral do descendente, e, penetrando em seu
espírito, imediatamente se materializam na forma de pus, que é a origem de todas
as doenças.
Agora vou falar sobre o segundo tipo de pecados, isto é, os pecados individuais,
que todos entendem com facilidade.
Ninguém consegue viver sem cometer pecados. Estes podem ser graves, médios e
leves, admitindo cada um desses tipos uma infinidade de classificações.
Exemplificando, há pecados contra a lei, contra a moral ou contra a sociedade;
pecados de natureza carnal, que se evidenciam nas ações do indivíduo, e também
pecados psicológicos, cometidos apenas na mente da pessoa. Conforme disse
Cristo, só o fato de desejar a mulher do próximo já constitui crime de adultério. É
uma afirmação correta, apesar de bastante rigorosa. Portanto, embora não se
esteja violando nenhuma lei, pecados leves cometidos no dia-a-dia, os quais
ninguém considera pecados, como ter raiva do próximo, querer que alguém sofra
ou desejar adultério, se forem acumulados por longo tempo, acabarão assumindo
proporções consideráveis. Vencer uma competição ou alcançar sucesso na vida,
condutas que envolvem disputa e acabam provocando a inveja e o conseqüente
ódio do perdedor, também constitui uma espécie de pecado, pois envolve o ódio.
Matar animais, ser preguiçoso e desperdiçado, agredir as pessoas, não cumprir os
compromissos, mentir, dormir demais pela manhã, etc..., tudo isso são pecados
que as pessoas acumulam sem saber. Essa infinidade de pecados leves,
acumulando-se ao longo do tempo, refletem-se no espírito em forma de mácula. É
comum pensar que os recém nascidos não possuem pecado algum, mas não é
bem assim. Todos os homens, até se tornarem independentes, vivem sob a tutela
dos pais e por isso devem dividir com eles a carga dos pecados. Poderão entender
melhor este raciocínio fazendo uma analogia com as árvores: os pais constituem o
tronco, enquanto os filhos são os galhos, e os netos, os galhos menores. Assim, é
impossível as máculas dos pais não exercerem influência sobre os filhos.
Os pecados gerados nesta vida tornam-se bem claros através de exemplos. Vou
expor alguns deles.
Conheci duas pessoas que, após enganarem a terceiros, ficaram cegas. Uma delas
era um especialista em confecção de painéis chamado Kyoguin, o qual residia em
Senzoku-cho, Assakussa, Tóquio. Ele produzia quadros falsos com uma técnica
aprimorada e fazia painéis novos parecerem antigos, vendendo-os como
autênticos. Em poucos anos acumulou considerável fortuna, mas foi acometido de
cegueira incurável, vindo, mais tarde, a falecer. Lembro-me de que quando eu era
criança ia brincar em sua casa e ouvia as histórias diretamente dele. O outro caso
ocorreu em Hanakawa-do, também em Assakussa, onde havia uma casa de
móveis e utensílios chamada Hanagame. Certa vez, o bonzo responsável por um
templo de Shizuoka expôs em Tóquio a imagem principal do templo. Acontece que
a exposição foi um completo fracasso e, ficando sem meios para voltar, ele tomou
dinheiro emprestado na Casa Hanagame, deixando a imagem como garantia do
pagamento da dívida. Após conseguir o dinheiro, foi devolvê-lo, mas Hanagame, o
dono da loja, que vendera a imagem, por altíssimo preço, a um interessado,
cinicamente alegou que nunca a tivera sob sua guarda. No auge do desespero, o
bonzo acabou se enforcando no teto da referida loja. O proprietário investiu a
vultosa quantia obtida com a venda da imagem na ampliação dos seus negócios,
que foram de vento em popa. Em pouco tempo ele estava milionário. Entretanto, na
velhice, ficou cego e seu herdeiro acabou esbanjando toda a fortuna com bebidas e
mulheres. Por fim, em estado lastimável de profunda decadência, Hanagame
perambulava pela cidade conduzido por sua mulher, também já idosa. Lembro-me
de tê-los visto algumas vezes e de ter tomado conhecimento de sua história por
intermédio de meu pai. O que ocorreu, só pode ter sido causado pelo profundo ódio
do bonzo.
O exemplo que se segue diz respeito ao reflexo dos pecados dos pais sobre os
filhos. Refere-se a uma empregada que eu tive, moça de dezessete ou dezoito
anos aproximadamente, a qual era cega de um olho. Perguntando-lhe eu a causa
desse problema, ela me disse que o filho de um casal para quem trabalhara havia
disparado acidentalmente uma espingarda de pressão, atingindo seu olho.
Indagando maiores detalhes, eu soube que o pai dela havia enriquecido vendendo
coral falso. No início da Era Meiji, por volta de 1867, utilizando látex, ele fabricara
gemas falsas de coral. Levando-as para o interior, conseguira vendê-las a preços
altos, como se fossem verdadeiras. Acredito que o ódio das pessoas enganadas se
refletiu em sua filha, que acabou perdendo uma vista. Pareceu-me realmente uma
pena, pois ela era muito bonita e, se não tivesse esse defeito, teria progredido
bastante na vida.
Outro caso é referente a um ancião que veio me procurar por causa de uma dor
que sentia no pulso. Ministrei-lhe JOHREI por mais de dez dias, mas ele não
apresentava melhora. Intrigado, indaguei-o a respeito de sua fé, e ele me disse que
venerava certa divindade há mais de vinte anos. Vendo que estava aí a causa do
problema, convenci-o a parar com as orações. A partir desse dia, o ancião
começou a melhorar gradativamente; após uma semana, já estava totalmente
curado. Portanto, professar uma fé errada ou venerar falsas divindades provoca
paralisia ou dores nas mãos, impossibilidade de dobrar os joelhos, etc. Casos
desse tipo ocorrem com certa freqüência.
Através dos exemplos citados, podemos ver que não se devem menosprezar nem
mesmo os pecados cometidos sem querer. As pessoas que sofrem constantes
acidentes ou são acometidas de doenças precisam refletir sobre seus pecados e,
encontrando-lhes a causa, regenerar-se imediatamente.

1936

O PECADO E A DOENÇA

23 de outubro de 1943

Gostaria de esclarecer que não pretendo desenvolver este tema sob o aspecto
religioso, como se poderia pensar. Vou abordá-lo sob o aspecto moral. O termo
pecado é bastante usado pelos religiosos, mas o que explicarei a seguir não é
hipótese nem imaginação, e os leitores hão de concordar comigo, após a leitura.
Conforme já dissemos, desejando mal ao próximo e praticando más ações, o
homem acumula máculas em seu espírito, as quais, pela constância das práticas
maléficas, tornam-se cada vez mais densas. Quando a densidade das máculas
atinge certo limite, ocorre uma ação natural para eliminá-las. Evidentemente
ninguém pode escapar a isso, pois se trata de uma rigorosa lei do Mundo Espiritual.
Esse processo de purificação manifesta-se mais na forma de doença, mas
ocasionalmente pode assumir outras formas. No caso da doença, de nada adianta
esgotar os recursos da Medicina, porque não há resultados, e isso se deve ao erro
de querer curar com remédios e instrumentos algo cuja causa é de natureza
espiritual. Existem pessoas que pedem ajuda às divindades e o pedido surte algum
efeito. Como, por natureza, essas divindades são espíritos, é claro que com sua
ajuda se consegue razoável eliminação das máculas. Entretanto, quanto mais
correta for a divindade, mais justa ela é; assim, tratando-se de pecados
acumulados ao longo dos anos, ela não deixa que tudo se resuma à redução do
sofrimento. Exemplificando, as pessoas que infringem as leis do país não são
perdoadas por mais que se arrependam. O máximo que conseguem é a redução da
pena.
Às vezes dá-se a eliminação de máculas antes de surgir o processo purificador
natural. Nesse caso, são máculas relativamente de pouca densidade, e o processo
de purificação é brando. Essa eliminação é decorrente do arrependimento,
ocorrendo por determinado motivo, que, entre outros, pode ser o despertar
espiritual através da leitura de alguma história religiosa, como as da Bíblia, ou de
experiências de pessoas ilustres. Seria até desnecessário dizer a influência de
bons livros, palestras, filmes, peças teatrais, etc. para o despertar da alma ou do
lado bom das pessoas.
Mas que acontece com o espírito do homem quando este desperta? No centro do
espírito há a consciência e, no centro desta, a alma. Assim, por natureza, ele está
formado de três camadas. Originariamente a alma é pura mas fica como se
estivesse maculada, devido às constantes influências externas. Ela é uma bola de
luz como o sol e a lua. Entretanto, se a consciência, que é mais externa, se
macular, o esplendor da luz da alma ficará anulado e ela adormecerá. Por essa
razão, quando se atinge o estado espiritual semelhante a um espelho ou lago
cristalino, a alma brilha como o sol e a lua no céu límpido.
Quando o homem desperta, significa que a sua alma recomeça a brilhar. Até hoje,
os únicos meios disponíveis para se conseguir isso têm sido os métodos de
natureza moral, como histórias ou leituras. Com o despertar da alma, seu brilho
dissipa as máculas da consciência; em seguida, o espírito é purificado. Assim, os
três elementos - alma, consciência e espírito - estão em constante equilíbrio de luz
ou escuridão. O nosso método, porém, é o inverso desses métodos. Através de
uma ação externa, purificamos o espírito; com isso, eliminam-se as máculas da
consciência e, assim, queira ou não, a alma despertará. Despertar a alma e a
consciência através dos métodos de natureza moral, gera sofrimento para a
pessoa, decorrente do autocontrole, o que por sua vez se reflete no espírito, dando
origem à doença e outros sofrimentos. O nosso JOHREI, no entanto, além de
proporcionar a erradicação da doença, desperta a alma sem que a pessoa o
perceba; por conseguinte, é o método ideal de reforma do corpo e do espírito.

23 de outubro de 1943

O QUE É O ESTADO LIGEIRAMENTE FEBRIL

5 de setembro de 1951

Provavelmente não há ninguém que não apresente um pouco de febre, mas muitas
pessoas nem têm consciência disso. Esse estado ligeiramente febril exerce uma
forte influência sobre o homem. Vejamos.
O indivíduo sente dor e peso na cabeça, sua capacidade de concentração diminui,
torna-se disperso, sua memória enfraquece, não faz nada com afinco, tudo lhe
parece difícil, sente o corpo pesado e por qualquer coisa vai para a cama. Além
disso, quase não tem apetite, mostra muitas preferências e restrições em matéria
de comida, toma muito líquido e irrita-se com facilidade. Como nada lhe vai bem,
passa a encarar as coisas com pessimismo. A histeria também é motivada pela
febre branda. Essas pessoas são passivas em tudo, preferem o tempo chuvoso ao
tempo bom, contraem gripe com freqüência, ficam com o nariz entupido, ouvem
zumbidos, suas amígdalas inflamam facilmente, perdem o fôlego ao subir ladeiras
ou quando andam rápido, e suas pernas ficam pesadas. Em rápida análise, esse é
o quadro que se apresenta, e que não é nada desprezível.
Com tudo o que dissemos, é fácil deduzir que tais indivíduos não se dão bem com
os amigos. Aliás, não se dão bem com, ninguém, nem com os próprios familiares.
No lar, isso se reflete no mau relacionamento entre o casal e entre pais e filhos.
Eles tentam impor seus pontos de vista, agem de maneira egoísta e ainda
procuram apresentar razões para a sua conduta. A justificativa mais alegada é o
liberalismo. Como acham desagradável a vida no lar, facilmente abandonam a
família. Ultimamente muitos rapazes e moças têm fugido de casa, e a explicação
deve ser a que estamos expondo. Os casos mais trágicos acabam em suicídio
coletivo da família.
E não fica por aí. No tocante ao convívio social, muitas pessoas procuram
justificativas egoístas para suas condutas e dessa forma criam desarmonia ao seu
redor, discutem por motivos insignificantes e brigam sem nenhuma necessidade.
Tudo isso é causado pelo excesso de egocentrismo. Parece que tais ocorrências
são freqüentes entre os políticos. Mesmo nas associações, em caso de discussão
de determinado assunto, há muito falatório, levando-se um tempo enorme para
chegar-se a um acordo. Parece que as pessoas não conseguem perceber a causa
desses fatos e também não têm interesse nisso.
Numa sociedade complicada como a que acabamos de mencionar, as criaturas
estão crivadas de problemas e, logicamente, procuram fugir dos aborrecimentos. Aí
vem a bebida. Deve ser por essa razão que, por mais que esta suba de preço, seu
consumo não diminui. Além disso, na ânsia de fugir dos problemas, as pessoas
acabam procurando diversões que lhes proporcionem fortes estímulos. Os jovens
procuram cabarés, discotecas, fliperamas, etc. Os indivíduos de mais idade, desde
que tenham algumas posses, procuram refúgio em concubinas ou em
relacionamentos de caráter leviano. Assim é que, no mundo atual, proliferam
diversões insanas.
Se a origem de um quadro tão sombrio, conforme dissemos, é o estado
ligeiramente febril que as pessoas normalmente apresentam, não há nada mais
temível que esse estado. Mas qual é a causa da febre? São as toxinas medicinais,
as quais se encontram solidificadas em vários pontos do corpo, determinando um
processo brando de purificação. Para eliminá-la de verdade, não há absolutamente
nada a não ser o JOHREI. À medida que aumentam os fiéis de nossa Igreja, tende
a desaparecer o quadro sombrio que descrevemos, não havendo, portanto, a
menor dúvida de que surgirá uma sociedade extremamente agradável. Esta é
justamente a imagem do Paraíso Terrestre.
5 de setembro de 1951

SOBRE A PURIFICAÇÃO PROPORCIONAL

22 de abril de 1950

Existe um ponto que preciso esclarecer. Refere-se à ocorrência da purificação


proporcional.
Suponhamos que a pessoa esteja sentindo dor no braço direito. Quando a dor
melhora, pela ministração do JOHREI, o braço esquerdo começa a doer. Parece,
então, que a dor se deslocou, mas isso é que se chama purificação proporcional.
Eliminadas as toxinas do braço direito e havendo toxinas no esquerdo, ocorre aí o
processo de purificação natural, para estabelecer o equilíbrio. Evidentemente isso
não se limita ao braço. Seja no ventre ou nas costas, não existe deslocamento da
dor. Trata-se tão somente de purificação proporcional.

22 de abril de 1950

A DOENÇA E O CARÁTER DO HOMEM

1936

Através da minha larga experiência, constatei que a doença e o caráter do homem


se encaixam perfeitamente. Isso se torna bem visível por ocasião do tratamento
das doenças. As pessoas de caráter dócil curam-se sem tropeços; nas pessoas
simples, a doença também apresenta sintomas simples. Ao contrário, nas criaturas
de gênio forte, ela tende a se prolongar. Assim, naquelas que são obstinadas, a
doença também o é. Em pessoas cujo comportamento é fácil de mudar, a doença
muda facilmente; em pessoas irônicas, ela também toma aspectos irônicos.
Pela razão acima, quando uma pessoa adoece, se fizermos com que ela mude os
aspectos negativos do seu caráter, isso influenciará positivamente sobre a cura da
doença. O melhor a fazer é as pessoas se tornarem dóceis.

1936

A ADVERTÊNCIA DOS ANTEPASSADOS

5 de fevereiro de 1947

Os antepassados desejam a felicidade de seus descendentes e a prosperidade de


sua linha familiar. Por conseguinte, não negligenciam sua guarda um instante
sequer, impedindo-os de cometerem erros e pecados, ou seja, evitando que trilhem
o mau caminho. Se um descendente, induzido pelo demônio, comete uma má ação,
aplicam-lhe castigos na forma de acidentes ou doenças não só como advertência
mas também para a limpeza dos pecados cometidos anteriormente. No caso do
enriquecimento ilícito por parte do descendente, fazem com que este tenha
prejuízos, ocasionando, por exemplo, um incêndio ou outras formas de perda, que
lhe esgotam a fortuna. Conforme o pecado, aplica-se também a doença como
processo de purificação.
Suponhamos que uma criança contraia gripe. Uma gripe comum seria facilmente
solucionada através do JOHREI; nesse caso, entretanto, não se verificam bons
resultados. A criança tem vômitos freqüentes, perda de apetite, acentuado
enfraquecimento em poucos dias e acaba morrendo. É uma situação estranha, que
se enquadra justamente no que falamos acima: advertência dos antepassados. As
causas pode ser varias, entre elas o relacionamento amoroso do pai com outra
mulher. Se ele não perceber na primeira advertência, poderão ocorrer-lhe
sucessivas perdas de filhos. Estes são sacrificados por um prazer passageiro;
trata-se, portanto, de uma conduta bastante reprovável. Os antepassados evitam
sacrificar o chefe da família por ser ele o seu sustentáculo, de modo que os filhos
tomam o seu lugar.
Vejamos outro exemplo. O chefe de uma família, homem de aproximadamente
quarenta anos, nunca havia rezado perante o oratório de antepassados que havia
em sua casa. Sua filha, preocupada, conversou com um tio, irmão do pai, e
transferiu o oratório para a casa dele. Pensando no futuro, o tio foi à casa do irmão
e pediu-lhe que reconhecesse, por escrito, a transferência do oratório, que havia
sido transmitido por várias gerações e que estava agora sob a sua guarda. O irmão
concordou, mas, quando pegou a caneta, sua mão começou a tremer em
espasmos, sua língua contraiu-se e ele não conseguiu mais falar nem escrever.
Tentaram vários tratamentos sem nenhum resultado, e por fim vieram a um
discípulo meu em busca de cura. Lembro-me de ter ouvido dele a história que a
filha desse homem lhe contara. No caso em questão, os antepassados não
admitiram que o oratório fosse retirado definitivamente da casa do primogênito,
que, por tradição, deveria guardá-lo. Se isso acontecesse, a linhagem da família
ficaria alterada, podendo, então, ocorrer a sua extinção.

5 de fevereiro de 1947

A REENCARNAÇÃO

23 de outubro de 1943

O tempo que o homem leva para reencarnar é bastante variável, podendo a


reencarnação ocorrer cedo ou tarde. A rapidez ou atraso são determinados pela
própria vontade da pessoa. Quando alguém morre e tem muito apego a este
mundo, reencarna mais cedo. Mas isso não traz bons resultados, porque no Mundo
Espiritual a purificação é mais rigorosa e, quanto mais tempo o espírito lá
permanecer, mais será purificado. Quanto mais purificado estiver, mais feliz será ao
reencarnar. No caso de reencarnação prematura, a purificação não foi completa,
restando impurezas que deverão ser purificadas neste mundo. Ora, a purificação
no Mundo Material traduz-se em sofrimentos como doenças, pobreza, acidentes,
etc.; obviamente, a pessoa terá um destino infeliz.
O fato de uma pessoa ser feliz ou infeliz desde o seu nascimento, na maioria das
vezes deve-se ao que acabamos de expor. Perceberão, portanto, que a felicidade
ou a infelicidade não são mero acaso, existindo razões para ambas. Contudo,
existe outra explicação. Quando a família do falecido lhe presta homenagens
póstumas e ofícios religiosos, ou quando seus descendentes praticam o amor ao
próximo e trabalham em benefício da sociedade e da nação, somando o bem e a
virtude, isso ajuda a acelerar a purificação dos espíritos dos antepassados. Por
esse motivo, o amor e a devoção filial devem ser praticados não só quando os pais
ainda estão neste mundo, mas muito mais através de ofícios religiosos e do
altruísmo, quando eles já se encontram no Mundo Espiritual. Costuma-se dizer: "Os
filhos querem colocar em prática a devoção filial quando seus pais já não existem."
Quem diz tais palavras, desconhece como é aquele mundo.
Há pessoas que já nascem com anomalias físicas. Isso significa que houve
reencarnação antes de ser completada a purificação no Mundo Espiritual.
Exemplificando, no caso de uma pessoa cair de um lugar alto e fraturar os braços
ou as pernas, se ela morrer e reencarnar antes da cura completa, poderá
apresentar anomalia nesses membros.
Entretanto, a reencarnação prematura explica-se não só pelo apego da própria
pessoa, como também pelo apego dos seus familiares. Por exemplo: quando uma
mãe perde um filho muito querido, pode acontecer que ela engravide logo em
seguida, provocando-lhe a rápida reencarnação devido ao seu forte apego. Em tais
casos, normalmente esse filho não terá uma vida muito feliz.

23 de outubro de 1943

O PRIMEIRO MUNDO

4 de julho de 1951

Ao analisarmos a civilização atual, percebemos que a base de sua estrutura é a


ciência da matéria. Escreverei sobre isso a seguir, mas, em primeiro lugar,
explicarei a constituição do Universo. Serão dispensados os detalhes que não se
relacionam diretamente com o homem, abordando-se apenas os pontos mais
importantes.
O Universo é constituído de três elementos fundamentais: Sol, Lua e Terra. Esses
elementos são formados respectivamente pela essência do fogo, da água e da
terra, que constituem o Mundo Espiritual, o Mundo Atmosférico e o Mundo Material,
os quais se fundem e se harmonizam perfeitamente. Até agora, no entanto, só
eram conhecidos o Mundo Atmosférico e o Mundo Material; desconhecia-se a
existência de mais um mundo, isto é, o Espiritual, que a ciência da matéria não
conseguiu detectar. A cultura atual formou-se com o progresso obtido naqueles
dois mundos, razão pela qual ela abrange apenas dois terços. Na realidade, porém,
o Mundo Espiritual, justamente o terço considerado inexistente, é mais importante
que os outros dois juntos, constituindo a fonte da força fundamental. Ignorando-se
a sua existência, jamais surgirá a civilização perfeita. O fato do homem, apesar do
considerável avanço da cultura baseada no Mundo Material e no Mundo
Atmosférico, não conseguir realizar o seu maior desejo - a felicidade - comprova
muito bem o que estou afirmando.
Examinando-se atentamente a origem dessa contradição, descobrimos que há uma
profunda razão para ela. Se a humanidade, desde o começo, conhecesse a
existência do Primeiro Mundo, ou seja, o Mundo Espiritual, a civilização material
não teria alcançado o maravilhoso progresso que vemos hoje. Isso porque do
desconhecimento do Mundo Espiritual é que nasceu o pensamento ateísta, que
deu origem ao mal. Atormentada pelo sofrimento decorrente da luta entre o mal e o
bem, a humanidade só teve um recurso: desenvolver a cultura material. Portanto,
pensando bem, que representa isso senão o profundo Plano de Deus? Há um
perigo, contudo: ocorrer um colapso da cultura material se ela progredir além de
certo limite. A invenção da bomba atômica é uma das facetas desse progresso,
mas, atingido esse nível, é chegado o tempo determinado pelos Céus de haver
uma grande mudança no desenvolvimento da cultura. Como primeiro passo, está
sendo revelada a toda a humanidade a existência do Primeiro Mundo, do qual não
se tinha conhecimento; tratando-se, porém, de uma existência invisível,
logicamente não se poderá comprová-la pelos métodos científicos. Daí a
manifestação de uma grandiosa força jamais experimentada pela humanidade, isto
é, o Poder de Deus. Como o homem contemporâneo há longo tempo está
obstinado na concepção materialista, é muito difícil convencê-lo. Entretanto, em
nossa Igreja existe o único método para se conseguir isso: o milagre do JOHREI.
Por mais ateísta que seja, o indivíduo não poderá deixar de aceitar e se submeter.
Assim, à medida que o JOHREI se tornar conhecido por toda a humanidade,
haverá inevitavelmente uma mudança de cento e oitenta graus no rumo da cultura,
surgindo, então, a Verdadeira Civilização, comum ao mundo todo.
Resta, no entanto, um problema: como a cultura atual foi erigida ao longo de
milhares de anos, não se sabe quanto mal foi praticado até agora. Por "mal" refiro-
me obviamente ao pecado e, conseqüentemente, às máculas espirituais, cujo
grande acúmulo constituirá um obstáculo para a construção do mundo novo, É
como se durante a construção de uma casa houvesse sujeira espalhada por todo
lado, como pedaços de madeira, tijolos quebrados, etc., tornando-se indispensável
uma ação de limpeza. Deve ser isto o Juízo Final profetizado por Cristo.
Os maravilhosos e incontáveis milagres manifestados pela nossa Igreja não
poderão ser senão o plano de Deus para mostrar a existência do Primeiro Mundo.
E Deus me encarregou desta grandiosa missão.

4 de julho de 1951

A GRANDE TRANSIÇÃO DO MUNDO

23 de outubro de 1943

Vou explicar detalhadamente como nasceu o JOHREI criado por mim e a razão
pela qual ainda não se descobriu a causa das doenças e os erros de quase todos
os tratamentos.
No Grande Universo, a começar do espaço, que se estende infinitamente, até as
mais minúsculas existências, impossíveis de serem detectadas mesmo com uso de
microscópios, todas as matérias, sejam elas grandes, médias ou pequenas, cada
qual obedecendo à Lei da Concordância, nascem, crescem, unem-se e separam-
se, aglomeram-se e espalham-se, destroem-se e constroem-se, numa seqüência
infinita na cadeia da evolução. Além disso, existe o positivo e o negativo em tudo, a
diferença entre o frio e o calor durante o ano, entre o dia e a noite no espaço de um
dia e num período de dez, cem, mil, dez mil anos, e assim por diante. Por essa
razão, em vários milhares ou milhões de anos também há, naturalmente, períodos
de transição da noite para o dia. Atualmente está se aproximando esse tempo.
Encontramo-nos no momento correspondente ao alvorecer. É provável que, fixados
na idéia da existência do dia e da noite no espaço de um só dia, muitos leitores
estranhem o que estou dizendo. Dessa forma, a explicação torna-se muito difícil,
mas creio que ela poderá ser compreendida por qualquer pessoa.
O mundo em que vivemos, como já expliquei minuciosamente, é constituído de três
planos: o Mundo Espiritual, o Mundo Atmosférico e o Mundo Material. Poderíamos
também separá-lo em dois planos, pois o elemento água, do ar, e o elemento terra,
do globo terrestre, são materiais, ao passo que o espírito, ou seja, o elemento fogo,
é totalmente imaterial. Se distinguirmos o espírito da matéria, teremos o Mundo
Espiritual e o Mundo Material.
Para mostrar a relação entre o Mundo Espiritual e o Mundo Material, é importante
entenderem que todo acontecimento ocorre primeiramente no Mundo Espiritual e
depois se reflete no Mundo Material. Fazendo uma comparação, é como se aquele
fosse o filme, e este, a tela de projeção. Essa é a absoluta Lei do Céu e da Terra.
Quando o homem movimenta os braços ou as pernas, por exemplo, a vontade,
invisível aos olhos, é que age primeiro e, pelo seu comando, os membros se
movimentam. Analogamente, o Mundo Espiritual representa a vontade, e o Mundo
Material, os membros.
A transição da noite para o dia, que, segundo dissemos, advém em vários milhares
ou milhões de anos, é um fenômeno ocorrido no Mundo Espiritual. Assim, o mundo
até hoje encontrava-se num longo período noturno, mas agora está iminente a
transição para o Mundo do Dia. Isso está simbolizado na abertura da Porta da
Rocha do Céu, que consta no "Kojiki" (coletânea de histórias antigas do Japão). O
aparecimento do deus Amaterassu Omikami também constitui uma grande profecia
do advento desse mundo. Acredito que a expressão "Luz do Oriente", usada no
Ocidente desde a antigüidade, refere-se à mesma profecia.

23 de outubro de 1943

TRANSIÇÃO DA NOITE PARA O DIA

5 de fevereiro de 1947

Conforme dissemos no capítulo anterior, explicando a relação entre o Mundo


Espiritual e o Mundo Material, tudo o que acontece no Mundo Material é reflexo do
Mundo Espiritual. Neste último, está ocorrendo atualmente uma grande transição;
conhecendo esse fato, tudo se torna claro aos nossos olhos.
Todas as coisas existentes no Universo nascem e crescem, são criadas e
destruídas, numa evolução infinita, pela ação dos dois mundos. Se observarmos
com visão ampla, veremos que o Universo, ao mesmo tempo que é macroinfinito,
também é o Mundo Material, um corpo constituído de microinfinitos. Por sua
contínua transformação, há uma ininterrupta evolução da cultura. Meditando sobre
isso, não podemos deixar de sentir a
"vontade" do Universo, isto é, o objetivo e os planos de Deus. Em tudo há positivo e
negativo, claro e escuro; assim, também, há diferença entre noite e dia. Quando
observamos a mudança das quatro estações do ano, o progresso e declínio de
todas as coisas, notamos que isso se encaixa perfeitamente à vida humana. Existe
diferença entre o grande, o médio e o pequeno em tudo. Com relação ao tempo,
temos o contraste entre o dia e a noite não só no espaço de um dia, mas também
em intervalos de um, dez, cem, mil, milhares ou milhões de anos. É um fenômeno
que ocorre no Mundo Espiritual; no Mundo Material, entretanto, só notamos essa
diferença no espaço de vinte e quatro horas.
No Mundo Espiritual, é chegada a hora da transição que se processa em intervalos
de milhares ou milhões de anos. Trata-se de um fato extremamente importante,
cujo conhecimento, além de nos permitir entender o princípio do JOHREI, torna
possível a previsão do futuro do mundo e nos dá paz e tranqüilidade. Explicarei, a
seguir, como essa mudança está se refletindo no Mundo Material.
Até agora era noite no Mundo Espiritual. Nele, da mesma forma que no Mundo
Material, a noite é escura, e só periodicamente há luar. Como conseqüência,
predomina o elemento água. Quando a lua se esconde, resta apenas a luz das
estrelas; se estas forem encobertas pelas nuvens, a escuridão será completa.
Observando-se os fatos do Mundo Material, que são a projeção do que ocorre no
Mundo Espiritual, isso se torna muito claro. Pelas marcas deixadas até os nossos
dias, os períodos de guerra e paz, de ascensão e queda das nações, podem ser
comparados às fases crescentes ou minguantes da lua. É chegada, portanto, a
hora de se iniciar mais um ciclo, ou seja, encontramo-nos na iminência da mudança
para o dia. Estamos justamente na fase do seu alvorecer.
A transição da noite para o dia no Mundo Espiritual ocasionará uma experiência
inédita para a humanidade. Uma grande, espantosa, temível e ao mesmo tempo
feliz mudança está para ocorrer, e seus sinais já estão aparecendo. Vejamos.
O dia, no Mundo Espiritual, é como no Mundo Material: primeiro aparecem
pinceladas de luz do sol no horizonte, a leste. Atentem, por exemplo, para a grande
transformação ocorrida no Japão, o País do Sol Nascente. Nele já se iniciou o
colapso da cultura da noite, ou seja, da cultura já formada. Observem, também, o
desmoronamento das grandes metrópoles da cultura, a situação calamitosa da
economia industrial, a queda dos superpoderes, das classes privilegiadas, etc.
Tudo isso é conseqüência da mudança a que nos referimos. Logo virá a construção
da Cultura do Dia, que também já está raiando, representada, no Japão, pelo
desarmamento total, seguido da ascensão da democracia. Esses dois fatos,
absolutamente imprevisíveis desde a instituição do país como Nação, há dois mil e
seiscentos anos, será o primeiro passo para o estabelecimento da eterna paz
mundial.
O Mundo da Noite é um mundo de trevas, caracterizado pelas lutas, pela fome,
pelas doenças. Em contraposição, o Mundo do Dia é um mundo de luz,
caracterizado pela paz, pela abundância e pela saúde. O Japão atual expressa
bem a fase de transição entre esses dois mundos. O sol que desponta no leste
deverá atingir o zênite. E o que significa isso? Significa o colapso total da Cultura
da Noite; ao mesmo tempo, ouvir-se-á o brado do nascimento da Cultura do Dia.
Pode-se mais ou menos ter uma idéia disso pelos fatos ocorridos no Japão, os
quais, em pequena escala, já mostram um modelo da nova cultura. Assim,
aproxima-se o momento decisivo para toda a humanidade, e ninguém poderá
escapar. Resta ao homem apenas esforçar-se para tornar os efeitos dessa
ocorrência o mais brandos possível. Para isso, ele só tem um meio: conhecer o
princípio do JOHREI e unir-se ao trabalho de construção da cultura do dia.
Há um trecho da Bíblia que diz que seria pregado o Evangelho do Paraíso ao
mundo inteiro e depois viria o fim. Que quer dizer isso? Acredito firmemente que
essa missão será cumprida pelos meus Ensinamentos.
Para explicar o princípio do JOHREI, eu tive de avançar até o destino do mundo.
Todavia, era sumamente importante que o fizesse, pois tanto a descoberta dos
erros da Medicina como o princípio do JOHREI apoiam-se fundamentalmente neste
ponto: a Transição da Noite para o Dia.
Se a causa das doenças, como já expliquei, são as máculas do espírito, e se a
única maneira de acabá-las é a eliminação dessas máculas, resta uma grande
dúvida: por que não se descobriu isso antes da descoberta do JOHREI?
O princípio do JOHREI está baseado na misteriosa luz invisível emanada do corpo
humano. E qual é a natureza dessa luz? Ela é uma espécie de energia espiritual,
peculiar ao corpo humano, e seu componente principal é o elemento fogo. Portanto,
na ministração do JOHREI, necessita-se de grande quantidade desse elemento; à
medida, porém, que se aproxima o Mundo do Dia, ele aumenta gradativamente,
pois sua fonte de irradiação é o Sol. Assim, além de ser eficiente na eliminação das
doenças, o elemento fogo possui mais um fator de importância decisiva: seu
incremento no Mundo Espiritual acelera o processo de purificação do corpo
material, porque a transformação ocorrida naquele mundo causa influência direta
no corpo espiritual. O aumento do elemento fogo tem a função de auxiliar a
intensificação da energia purificadora das máculas espirituais. Por isso, ao mesmo
tempo que se torna mais fácil surgirem doenças, ó tratamento solidificador
empregado pela Medicina atual terá efeitos cada vez menores, acabando por se
tornar impraticável. No Mundo da Noite, era preciso que transcorressem vários
anos para haver uma nova liquefação das toxinas anteriormente solidificadas, mas
esse período irá diminuindo para um ano, meio ano, três meses, um mês, até ser
impossível a solidificação.
Pelo exposto, os leitores poderão entender que pouco a pouco está se
processando a Transição da Noite para o Dia. No Mundo da Noite, para o
tratamento das doenças era mais vantajoso solidificar as toxinas que derretê-las,
pois não havia quantidade suficiente do elemento fogo para promover sua
liquefação. Assim, era inevitável adotar-se provisoriamente o método de
solidificação. Eis, portanto, o grave erro que se tornou a causa dos sofrimentos da
humanidade, como as guerras, a fome, as doenças, a abreviação da vida, etc.

5 de fevereiro de 1947

SOU UM CIENTISTA EM RELIGIÃO

7 de abril de 1954

Se eu, um religioso, disser que sou também cientista, todos estranharão, mas estou
certo de que, ao término desta leitura, hão de concordar comigo.
Sempre digo que a Ciência atual ainda está num nível muito baixo, nem podendo
ser considerada como Ciência. Sua importância reside, sem dúvida, na descoberta
e no estudo de corpos microscópicos. É claro que isso se deve ao aperfeiçoamento
do microscópio, graças ao qual o avanço nesse estudo é impressionante.
Conseguem-se distinguir corpúsculos extremamente pequenos, frações da ordem
de um milésimo, milionésimo ou bilionésimo. Trata-se de um avanço contínuo,
chegando-se ao extremo do microscópico; atualmente se está quase prestes a
entrar no mundo do infinito. A palavra espírito, muito empregada ultimamente, deve
estar indicando esse mundo.
É evidente que o conhecimento do mundo do infinito não se deve a experiências de
natureza científica; entretanto, ao aprofundar-se nos estudos científicos, o homem
levantou uma tese hipotética sobre ele, baseada na dedução. Se não fosse assim,
acabar-se-ia num beco-sem-saída. Ora, o mundo a que nos referimos é justamente
o Mundo Espiritual, o que significa que a Ciência, finalmente, está chegando ao
lugar certo. Dessa maneira, deixando de lado os subterfúgios, ela, que por tanto
tempo insistiu em negar a existência do espírito, acabou derrotada. Caso venha a
apreendê-la com precisão, elevar-se-á a um nível mais alto e terá dado mais um
passo em busca da Verdade. Sendo assim, tomará como objeto de seus estudos o
espírito e não mais a matéria, de modo que a ciência que até agora raciocinava
com base na matéria será considerada como ciência da primeira fase, e a ciência
baseada no espírito, como ciência da segunda fase. Com isso haverá uma
mudança de cento e oitenta graus no rumo da Ciência. Em termos mais claros,
será traçada uma linha demarcatória no mundo científico: a ciência da matéria
ficará situada abaixo, e a ciência do espírito acima. Esta é uma visão no sentido
vertical; no sentido horizontal, a primeira seria a parte externa, e a segunda, a
interna ou conteúdo. Em outras palavras, significa que haverá uma evolução da
ciência do concreto para a ciência do abstrato, o que é realmente motivo de alegria.
Mas aqui se apresenta um problema: não adianta apenas conhecer a existência do
Mundo Espiritual; é necessário apreender sua natureza e colocá-lo a serviço da
humanidade. A ciência da matéria não tem meios para isso, pois, para o espírito, o
meio deve ser o espírito; todavia, é possível superar esta dificuldade. Aliás, ela já
foi superada: tenho obtido resultados admiráveis na resolução de problemas
espirituais através do espírito. Refiro-me justamente à questão das doenças.
Explicando de forma sucinta, a causa de todas as doenças são as impurezas
acumuladas no espírito, tornando-se evidente que, se eliminarmos tais impurezas,
as doenças serão erradicadas, de acordo com a Lei do Espírito Precede a Matéria.
Meu método consiste na irradiação de um espírito específico que pode ser
considerado como a bomba atômica espiritual para queimar as impurezas. Esse
método, denominado JOHREI, constitui uma fórmula científica de alto nível. Não se
limitando apenas ao campo da Medicina, ele consegue resolver problemas que
nenhuma religião ou ciência conseguiu. Se isso não é uma superciência, o que
será?
A ciência que trata da matéria ainda se encontra em baixo nível, evidenciando-se
que, através dela, é impossível resolver problemas vitais de um ser de tão elevado
nível como o homem. Isso se torna claro ao observarmos que doenças graves,
consideradas incuráveis pela Medicina, estão sendo vencidas facilmente, por meio
do JOHREI. Dessa forma, a ciência do espírito pode ser considerada como o
suporte da ciência da matéria.
A natureza do Mundo Espiritual é constituída pela essência do Sol, da Lua e da
Terra, que, na Ciência, correspondem, respectivamente, ao oxigênio, ao hidrogênio
e ao nitrogênio. O Mundo Espiritual, segundo a doutrina messiânica, é a junção do
elemento fogo, do elemento água e do elemento terra. A Terra é a natureza da
matéria; o Sol é a natureza do espírito, e a Lua é a natureza do ar. O elemento fogo
e o elemento água controlam a atmosfera que preenche o espaço terrestre.
Embora o elemento fogo seja o mais forte, por ser extremamente rarefeito, não foi
possível detectar, através da ciência da matéria, a não ser suas propriedades de
luz e calor, razão pela qual sua natureza como espírito ainda não é conhecida.
Assim, a Ciência tomou como objeto de estudo apenas os elementos água e terra,
e por isso a cultura está baseada nesses dois elementos, o que constitui a maior
falha da civilização atual.
Agora devo falar sobre um acontecimento extraordinário. Como já explicamos, os
fenômenos do Mundo Material são produzidos pela união dos elementos Sol, Lua e
Terra. A distinção entre o dia e a noite é decorrente da alternância do Sol e da Lua.
Acontece que no Mundo Espiritual também existe dia e noite. Evidentemente, a
ciência da matéria não consegue compreender isso, mas a ciência espiritual o
consegue. O acontecimento extraordinário a que me refiro é a grande mudança que
está para ter início no mundo. Um acontecimento surpreendente, jamais imaginado
pela humanidade, isto é, um fenômeno histórico: a Transição da Noite para o Dia.
Para entendê-lo, torna-se necessário um estudo do ponto de vista Tempo.
No Mundo Espiritual há transição da noite para o dia em períodos de dez, cem, mil
ou milhões de anos. Portanto, assim como a Terra é formada pelos três elementos
fundamentais - o fogo, a água e a terra - o número três é a base de todo o
Universo. Isso constitui uma lei imutável. Mesmo o dia e a noite são formados de
três, trinta, trezentos, três mil anos e assim por diante. É claro que, dependendo do
caráter das coisas e da sua grandeza - maior, média ou menor - elas se refletem do
espírito para a matéria com maior ou menor rapidez, mas o essencial move-se com
precisão. Agora está justamente ocorrendo a transição de um período de três mil
anos; estamos no alvorecer de um novo período. Já me referi a isso antes, e até a
data acha-se bem definida. Foi a 15 de junho de 1931 que o Mundo Espiritual
começou a se transformar em dia. A mudança se processará até certo tempo e
gradualmente se refletirá no Mundo Material. Gostaria de dar uma explicação mais
profunda, mas vou abreviá-la, porque teria de entrar no campo da Religião.
Entretanto, é preciso acreditar no que estou dizendo, pois se trata da verdade
absoluta.
O fato de o Mundo Espiritual estar se tornando dia significa que ha uma
intensificação do elemento fogo. Apesar de ser uma mudança gradativa, já está se
projetando no Mundo Material. Assim, o mundo em que a água predominava sobre
o fogo, tornar-se-á o mundo em que o fogo predominará sobre a água. Através da
ciência da matéria não se pode perceber tal fenômeno, mas as pessoas dotadas de
alta espiritualidade conseguem percebê-lo plenamente. Com essa mudança, todos
os problemas para os quais não se encontrava solução, serão resolvidos de
maneira clara e precisa. Com base no que acabo de expor, vou criar a Verdadeira
Civilização elevando o nível da Ciência atual.

7 de abril de 1954

O ESPÍRITO PRECEDE A MATÉRIA

15 de agosto de 1951

Vou tecer considerações sobre a relação entre o Mundo Espiritual e a doença.


O homem é constituído pela união do corpo e do espírito. O corpo é uma matéria
visível, e por isso todos podem compreendê-lo; o espírito é invisível, mas existe,
sendo uma espécie de éter. Assim como o corpo é uma existência do Mundo
Atmosférico, o espírito é uma existência do Mundo Espiritual. O Mundo Espiritual,
conforme já expliquei, é transparente, mais rarefeito que o ar, comparando-se ao
nada. Na realidade, porém, ele é a fonte geradora da força infinita e absoluta, que
por ora chamaremos de força cósmica. É um mundo fantástico, impossível de ser
imaginado, cuja natureza está formada pela fusão das essências do Sol, da Lua e
da Terra. Com a força cósmica tudo nasce, tudo se transforma e cresce, mas ao
mesmo tempo acumulam-se impurezas, que são submetidas à purificação. É como
o acúmulo de sujeira no corpo humano, que necessita de banho. Portanto, quando
se juntam impurezas na atmosfera, elas são concentradas num determinado ponto
e aí surge uma ação purificadora denominada "baixa pressão", que executa a
limpeza. Os raios e os incêndios causados pelo homem têm a mesma explicação.
Se houver aglomeração de impurezas, surgirá a ação purificadora, que tem início
no espírito.
As sujeiras, ou seja, as máculas acumuladas no espírito humano, que é
transparente, são opacidades surgidas em alguns pontos. Há dois tipos de
máculas: as que se originam no próprio espírito e as que são reflexo do corpo.
Vejamos o primeiro tipo.
O interior do espírito está constituído de três camadas dispostas de forma
centrípeta. Analisando-o a partir do centro, seu núcleo é a alma, a partícula do
homem que se instala no ventre da mulher e que resultará no nascimento de outro
ser. A alma está envolta pela consciência, e esta, pelo espírito. O que acontece na
alma se reflete na consciência e, daí, no espírito, e vice-versa. Assim, a alma, a
consciência e o espírito estão interrelacionados, constituindo uma trilogia.
Naturalmente, todas as pessoas, assim como praticam o bem, também praticam o
mal durante sua vida. Se o mal é maior que o bem, a diferença entre eles
constituirá o pecado, que, refletindo-se na alma diminui-se o brilho; por esse
motivo, a consciência ficará maculada e, em seguida, o espírito. Através da ação
purificadora, é realizada a eliminação das máculas. Durante o processo, o volume
delas diminui provisoriamente; com isso, elas se tornam mais densas,
concentrando-se em determinadas parte do corpo. O interessante é que,
dependendo do pecado, o local da concentração é diferente. Por exemplo: os
pecados da vista, nos olhos; os pecados da cabeça, na cabeça; os pecados do
tórax, no tórax, e assim por diante, tudo enquadrado na concordância.
Passemos, agora, ao segundo tipo de máculas, isto é, as que se refletem do corpo
para o espírito. Neste caso, primeiro o sangue se suja e, como conseqüência, o
espírito fica maculado. Originariamente, o sangue é a materialização do espírito e,
reciprocamente, o espírito é a espiritualização do sangue. Isso mostra a identidade
do espírito e da matéria. Assim, quando as máculas se tornam densas e se
refletem no corpo, transformam-se em sangue sujo, e este, concentrando-se mais,
transforma-se em toxinas solidificadas. Estas, depois de dissolvidas e liqüefeitas,
são eliminadas por diversos pontos do corpo. O sofrimento decorrente desse
processo constitui aquilo a que se dá o nome de doença.
Mas por que o sangue se suja? A causa é bastante surpreendente: são os
remédios, que paradoxalmente ocupam a posição de maior destaque nos
tratamentos médicos. Como todo remédio é veneno, só de ingeri-lo o sangue já se
suja e os fatos são a maior prova do que estamos dizendo. Portanto, não há nada
de estranho em que, estando a pessoa sob tratamento médico, a doença se
prolongue ou piore, ou que até surjam outras doenças.
Se o sangue sujo existente no corpo se reflete no espírito em forma de máculas e
estas se tornam a causa das doenças, o próprio processo de cura das doenças
acaba se tornando o meio de provocá-las. Não se obterá a erradicação completa se
primeiramente não forem removidas as máculas do espírito, de acordo com a Lei
Universal do Espírito Precede a Matéria. Como o JOHREI é a aplicação dessa lei,
purificando-se o espírito as doenças saram pela raiz. É por isso que ele tem esse
nome JOHREI - que significa "purificação do espírito". Desconhecendo tal princípio,
a Medicina despreza o espírito e tenta curar apenas o corpo. Assim, por mais que
ela progrida, as curas serão sempre efêmeras.

15 de agosto de 1951

ESPÍRITO E CORPO

10 de setembro de 1953

Se tudo que ocorre no Universo está fundamentado na precedência do espírito


sobre a matéria, não há nada de estranho nos inúmeros milagres que acontecem.
Para entender esses milagres, precisamos conhecer a relação entre o Mundo
Espiritual e o Mundo Material.
Tal como o homem possui roupas para o corpo, o espírito também possui uma
veste, que é a aura. Esta é uma espécie de éter; é a luz emanada do espírito. Não
obstante ser algo vago, há quem consiga enxergá-la. Ela pode ser comparada ao
tempo: ora está clara, ora está nublada. Se pensamos o bem e o praticamos, a
aura fica clara; se pensamos e praticamos o mal, ela fica maculada. Assim, se
cremos numa divindade verdadeira, recebemos sua Luz, que dissipa as máculas;
se cremos numa divindade falsa, as máculas aumentam. Geralmente por falta de
conhecimento espiritual, as pessoas pensam que toda divindade é correta e
verdadeira, mas aí está um gravíssimo erro, pois, na realidade, os falsos deuses
são em maior número. A prova é que muitas famílias, embora sejam devotas há
várias gerações, não param de ser atormentadas pela infelicidade. Isso ocorre
porque estão adorando um deus falso, ou de fraco poder. O homem deve, portanto,
converter-se ao verdadeiro Deus e salvar o próximo; quanto mais méritos e virtudes
ele somar, mais luminosa e maior se tornará a sua aura.
A aura de uma pessoa comum tem aproximadamente três centímetros, mas no
caso de um virtuoso varia entre quinze e trinta centímetros. Os virtuosos que
alcançaram nível de divindade possuem aura de alguns metros ou mesmo
quilômetros. Entre os grandes religiosos há aqueles cuja aura alcança diversos
países ou povos. Cristo e Sakyamuni, por exemplo. A aura do Salvador do Mundo,
no entanto, possui a força máxima, ou seja, uma força que envolve em Luz toda a
humanidade; mas a História mostra que até agora ainda não apareceu o Salvador
do Mundo.
Como dissemos, a aura aumenta ou diminui de acordo com a boa vontade e o
esforço de cada um. Os homens precisam crer nisso e praticar o bem.
Exemplificando, no caso de alguém sofrer um acidente automobilístico ou
ferroviário, se a sua aura for espessa, o espírito do veículo esbarrará nela e não
atingirá a pessoa, salvando-a; todavia, se a aura for fina ou quase inexistente,
ocorrerão ferimentos graves ou mesmo morte. É por esse motivo que os nossos
fiéis conseguem escapar dos acidentes.
A sorte ou azar da pessoa obedece ao mesmo princípio. O corpo pertence ao
Mundo Material, e o espírito ao Mundo Espiritual; esta é a organização dos dois
mundos. O Mundo Espiritual está dividido em três planos: Superior, Médio e
Inferior. Cada plano subdivide-se em sessenta camadas, distribuídas, por sua vez,
em três níveis de vinte camadas cada um, totalizando cento e oitenta camadas. É
claro que o plano mais baixo corresponde ao Inferno; em seguida vem o mundo
intermediário, equivalente ao nível do Mundo Material; o mais alto é o Céu. A maior
parte das pessoas se situa no plano intermediário, mas, dependendo da prática do
bem ou do mal, elas podem descer ou subir de plano. Assim, se praticam o bem,
sobem ao Céu; se praticam o mal, caem no Inferno. Além do mais, no Mundo
Espiritual existe absoluta justiça e não há privilégios, o que é desagradável para os
malfeitores. Aqueles que acreditarem nisso, poderão alcançar a verdadeira
felicidade.
É evidente que no Inferno reina a inveja, o ódio, a cobiça, o ciúme, a pobreza, etc.,
e quanto mais se desce, mais intensos se tornam, sendo que o nível mais baixo é
chamado de Reino do Fundo da Raiz ou Inferno de Trevas e Frio Absolutos.
Entretanto, não só após a morte, mas desde que o corpo está no Mundo Material, o
espírito se reflete nele no estado em que se encontra. É por isso que vemos até
casos de suicídio de uma família inteira, após um sofrimento extremo. São
ocorrências que sempre figuram nos jornais, mostrando que a sorte ou o azar
dependem da posição (nível) da pessoa no Mundo Espiritual. Obviamente trata-se
de uma conseqüência da lei de causa e efeito entre o bem e o mal, de modo que
não há ninguém mais tolo que o malfeitor. Mesmo que consiga progredir na vida
valendo-se do mal, esse êxito é passageiro; um dia ele acabará arruinado, já que
no Mundo Espiritual sua posição é no Inferno. Em contrapartida, por mais azarada
que uma pessoa seja, se ela praticar o bem, sua posição no Mundo Espiritual irá se
elevando e algum dia ela se tornará feliz. É uma Lei Divina que jamais poderá ser
infringida. Todavia, embora a pregação deste ensinamento seja a missão original
das religiões, isso não ocorreu de maneira efetiva, pois, considerando os
ensinamentos e os sermões como sendo o mais importante, elas não os faziam
acompanhar da força que tem o real poder, ou seja, os milagres.
Entretanto, é chegado o tempo, e Deus está manifestando o Poder Absoluto,
fazendo surgir surpreendentes milagres através da nossa Igreja, para despertar a
humanidade da ilusão em que ela se encontra; por isso, por mais incrédulo que
alguém seja, não poderá deixar de crer.

10 de setembro de 1953

MEDICINA ESPIRITUAL

23 de outubro de 1943

Mostrei, sob diversos ângulos, que a Era do Dia é o mundo em que o espírito
precede a matéria. Aplicando isso ao corpo humano, as toxinas - causa de todas as
doenças - são matérias estranhas acumuladas no corpo. Mas, nesse caso, como
se encontra o espírito da pessoa? Nos locais do corpo espiritual correspondentes
aos pontos onde se encontram as toxinas, estão as máculas. Quando se procura
anular as toxinas promovendo apenas a sua eliminação do corpo, isso terá um
efeito temporário; com o passar do tempo, elas surgirão novamente, de acordo com
a Lei do Espírito Precede a Matéria. Assim, para eliminá-las radicalmente, devemos
eliminar as máculas do corpo espiritual.
Como todos os métodos utilizados até agora basearam-se unicamente na
eliminação das toxinas ou então na sua solidificação, tomando apenas o corpo
como objeto do tratamento, é óbvio que eles propiciassem uma cura passageira,
mas jamais a cura radical, o que está bem caracterizado pelo uso da palavra
recaída. Conforme já explanei, os métodos empregados pela Medicina são dois: a
solidificação e a remoção cirúrgica. Entre as formas populares de tratamento existe
a solidificação por meio de banhos de luz ou eletricidade e a queima através da
moxa, método este que consiste em queimar determinados pontos para concentrar
neles o pus e eliminá-lo. O nosso JOHREI, todavia, fundamenta-se na eliminação
das máculas do corpo espiritual. O método consiste em irradiar, pela palma da
mão, uma espécie de ondas espirituais, que têm como agente principal o elemento
fogo. Por ora, vou chamar essas ondas de raios misteriosos. Todas a pessoas os
possuem em determinada quantidade, ou melhor, esses raios existem em número
ilimitado no espaço aéreo acima do Planeta, isto é, no Mundo Espiritual. Mas por
que será que ninguém descobriu antes esse método que consiste na eliminação
das máculas através das ondas espirituais? Foi porque, conforme j á dissemos, era
noite no mundo, ou seja, o mundo estava às escuras. Como luz, existia apenas
uma claridade semelhante à da Lua, e por isso era impossível obter-se a força para
curar as doenças, ou seja, raios misteriosos em quantidade suficiente para apagar
as máculas. Não é que eles fossem totalmente nulos, tanto assim que alguns
religiosos e ascetas procediam ao tratamento das doenças e até certo ponto tinham
êxito. Como é do conhecimento de todos, os fundadores de algumas religiões
ganharam considerável fama. Acontece, porém, que o principal componente da luz
da Lua é o elemento água, e por essa razão a força para curar as doenças limitava-
se a algumas espécies ou a efeitos temporários. Com base no elemento água, essa
luz é de natureza fria, e por isso sua aplicação torna-se um tratamento solidificador.
No JOHREI, entretanto, o principal agente é o elemento fogo, capaz de queimar
qualquer mácula; por conseguinte, ele apresenta efeitos extraordinários. O principal
motivo que me levou a descobri-lo foi o conhecimento sobre a Transição da Era da
Noite para a Era do Dia e o conseqüente aumento de partículas do elemento fogo,
que, concentrando-os no corpo produz-se uma poderosa luz purificadora.
Irradiando-a, então, no local afetado, há um efeito extraordinário.

23 de outubro de 1943

PRINCÍPIO DO JOHREI

30 de maio de 1949

PRIMEIRA PARTE

O princípio do JOHREI é um assunto por demais difícil para a compreensão das


pessoas da atualidade, dado o seu nível de instrução. Isso é inevitável, já que a
educação está totalmente baseada no materialismo. Por outro lado, através de
documentos escritos e da tradição oral, constatamos que invariavelmente os
fundadores de diversas religiões realizaram milagres. O fato é mais evidente nas
grandes religiões. No entanto, pelo nível cultural daquela época, era possível
convencer o povo apenas pela concessão de benefícios e pela realização de
milagres, pois ele não buscava esclarecimentos sobre a teoria ou o conteúdo das
religiões. O lamentável é que, se não tivesse havido a redenção, Cristo, quem mais
milagres realizou, talvez conseguisse, durante a sua vida, salvar uma grande parte
da humanidade e ampliar muito mais a sua doutrina. Seu período de atuação foi
bastante curto, sem dúvida por causa da força de Satanás, que, na época, era
inegavelmente mais forte, em virtude da prematuridade do tempo no Mundo
Espiritual. Entretanto, finalmente o tempo amadureceu e adveio a grande transição
naquele mundo. Através da nossa percepção espiritual, podemos ver claramente
que a força de Satanás está enfraquecendo dia a dia.
Por Revelação Divina foi-me esclarecida a causa de vários fatos até hoje
considerados mistérios do mundo. Assim, me é possível distinguir o justo e o
satânico, determinar a raiz do bem e do mal, corrigir o erro de todas as coisas. Em
face do desequilíbrio do mundo contemporâneo, decorrente do progresso unilateral
da cultura, ou seja, o progresso apenas da cultura material, vou incrementar
extraordinariamente a cultura espiritual e, com o desenvolvimento paralelo de
ambas, fazer surgir o mundo perfeito: o Paraíso Terrestre.
Como eu disse anteriormente, diferindo dos homens primitivos e dos homens de
épocas de baixo nível cultural, o homem da atualidade não consegue confiar
apenas em milagres, mesmo que estes sejam manifestados concretamente. Ele
não se convence sem uma explicação teórica dos fatos. Uma das causas da
decadência das religiões tradicionais é justamente elas negarem a cultura material
e não conseguirem proporcionar benefícios concretos aos fiéis.
Vou explicar agora o princípio do JOHREI, um dos métodos pelos quais os fiéis da
nossa Igreja vêm obtendo magníficos resultados, expressos sob a forma de
surpreendentes milagres. Quando se estende a mão em direção à pessoa enferma,
as doenças mais difíceis e os enfermos mais graves começam a melhorar. Mesmo
as dores mais fortes são aliviadas ou extintas em curto espaço de tempo. Portanto,
só podemos dizer que se trata de "milagre".
A Medicina atual é o resultado de milhares de anos de estudo e prática constante
realizada por renomados estudiosos de vários países, e suas terapias minuciosas e
refinadas são dignas de elogio. Entretanto, um indivíduo comum obtém resultados
notáveis ministrando JOHREI em doentes que não conseguiram se restabelecer
com o trabalho das autoridades médicas, formadas à custa de elevadas despesas
com estudos e pesquisas durante dezenas de anos. É realmente um fato que está
além da razão. Não seria, pois, exagero definir o JOHREI como a maravilha do
século. Todavia, pelo simples conhecimento dos seus resultados reais através de
notícias, as pessoas não o aceitam facilmente. Mais do que isso: vêem-no pela
ótica da superstição ou da anormalidade psíquica, o que talvez seja uma reação
natural.
O aparecimento do JOHREI é um grande acontecimento, inédito na História. A
afirmação, feita por nossa Igreja, de que irá construir um "mundo livre de doença,
pobreza e conflito" não seria possível se ela não estivesse absolutamente convicta
do que está dizendo. Se não tivesse competência para isso, ela estaria enganando
o mundo e cometendo um delito imperdoável. Para nós, no entanto, como eu disse
anteriormente, milagres como os que citamos, não são milagres. Eles possuem
uma base totalmente fundamentada na explicação científica e ocorrem porque
devem ocorrer. Vou, a seguir, explicá-los mais profundamente.

SEGUNDA PARTE

Para explicar o princípio do JOHREI, torna-se indispensável o conhecimento de um


fato: todas as coisas existentes no Universo são constituídas não apenas da parte
material, mas também de uma parte espiritual, invisível aos nossos olhos. O
homem, logicamente, também está constituído de matéria e espírito. Numa
classificação sumária, o espírito é a essência do Sol; o corpo físico, a essência da
Lua e da Terra. Em termos mais compreensíveis, o espírito é fogo, positivo,
masculino, frente, vertical e dia; o corpo, por sua vez, é água, negativo, feminino,
verso, horizontal e noite. Entretanto, a Ciência não admite a existência do espírito,
objetivando somente a matéria. Ora, se o homem fosse desprovido de espírito, não
passaria de um simples objeto. Seria uma matéria como o pau e a pedra, sem vida
e sem atividade mental. Não compreender essa teoria tão simples constitui o erro
fundamental da Ciência até hoje. Para os cientistas, no espaço só existe o ar, nada
mais. Mas a verdade é que, além do ar, existe um número incalculável de
elementos invisíveis; lamentavelmente a Ciência ainda não progrediu a ponto de
detectá-los. Por felicidade eu descobri a natureza desses elementos, tendo dado
aos conhecimentos obtidos o nome de Ciência Espiritual. Com essa descoberta,
evidentemente, chegou-se à época em que terá início a eliminação das doenças, o
maior sofrimento da humanidade.
A seguir, vou mostrar a causa do aparecimento das doenças. Conforme eu já disse,
o homem é constituído de duas partes - a material e a espiritual. O fato dele estar
vivo e se movimentar acha-se relacionado à estreita união entre o espírito e a
matéria, ou seja, esta é movida pelo espírito. O espírito possui a mesma forma do
corpo físico, e dentro dele localiza-se a consciência, no centro do qual, por sua vez,
está a alma. A atividade dessa trilogia manifesta-se como vontade-pensamento, a
qual é invisível. Essa vontade-pensamento é que governa o corpo; portanto, o
espírito é o principal, e a matéria, o secundário, isto é, o espírito precede a matéria.
Quando uma pessoa movimenta os braços e as pernas, eles não se movem
livremente, por si próprios, mas sim obedecendo à vontade da pessoa. Todas as
partes do corpo, sem exceção, inclusive a boca, o nariz, os olhos, etc.,
movimentam-se dessa forma. Até a doença obedece ao mesmo princípio. Para que
possam entender bem, vou exemplificar com o furúnculo, do qual todo mundo tem
experiência.
O furúnculo surge como uma pequena protuberância e vai inchando gradualmente
e tomando uma cor avermelhada. Normalmente vem acompanhado de febre, e a
pessoa começa a sentir dores e coceiras no local. Esse fenômeno constitui uma
atividade de eliminação das toxinas do corpo físico, por ação fisiológica natural. As
toxinas acumuladas em determinada parte do corpo são dissolvidas pela febre e
liqüefeitas, para que sua eliminação seja mais fácil. É a atuação da força de
recuperação natural. Para formar um orifício de saída, a pele fica muito fina e
flácida. Portanto, a coloração avermelhada é o sangue impuro, visível através da
pele, que se tornou fina e transparente. Depois, abrindo-se um pequeno orifício, o
sangue purulento começa a sair imediatamente; com essa eliminação de pus,
termina a purificação.
A explicação acima diz respeito ao corpo. Mas em que condições se encontra o
espírito nessa ocasião? Ele apresenta uma espécie de nebulosidade igual ao
furúnculo; em outras palavras, máculas. Quanto mais grave a doença, mais densas
são as máculas. E por que motivo elas ficam concentradas numa parte do espírito?
E pela ação purificadora constante. Depois que as máculas espalhadas por todo o
espírito se reúnem em determinado local, surge a ação eliminatória. Isso constitui a
doença. Existe, pois, uma relação inseparável entre o espírito e o corpo.
Falei há pouco sobre o princípio do Espírito Precede a Matéria, mas ele não se
aplica apenas ao ser humano; todas as coisas do Universo, sem exceção,
obedecem a esse princípio.
Por conseguinte, o objetivo do JOHREI é eliminar as máculas espirituais.
Através dele, as máculas ficam no estado de morte. Em outras palavras, o JOHREI
tira-lhes a vida. Mortas, obviamente elas perdem toda a sua força e deixam de
pressionar os nervos. Esta é a razão do desaparecimento das dores.

TERCEIRA PARTE

O método do JOHREI que tenho empregado atualmente, consiste em outorgar às


pessoas um papel onde está escrita a palavra HI KARI, ou seja, LUZ. Os efeitos se
manifestam quando esse papel é usado no peito, pendurado ao pescoço. Isso
acontece porque da palavra HI KARI se irradiam poderosas ondas de Luz, as quais
são transmitidas através do corpo, do braço e da palma da mão do fiel que ministra
o JOHREI.
E por que motivo se irradiam ondas de Luz da palavra HIKARI? Essas ondas são
emitidas do meu corpo e, pelo elo espiritual, transmitem-se instantaneamente à
palavra em questão. É muito semelhante às ondas de rádio. Todavia, se as ondas
de Luz são emitidas do meu corpo e transmitidas através do elo espiritual, surge a
seguinte pergunta: que segredo existe no meu espírito? Quando compreenderem
isto, a dúvida desaparecerá. No meu ventre há uma bola de Luz que normalmente
mede uns 6 cm de diâmetro; ela já foi vista por algumas pessoas. Dela, as ondas
de Luz irradiam-se infinitamente. A fonte dessa bola está no "Nyoi-no-Tama" de
Kanzeon Bossatsu, no Mundo Espiritual; daí me é fornecida uma Luz infinita. Esse
é o PODER KANNON, também conhecido como Poder Incognoscível ou Poder da
Inteligência Superior. A bola que Nyoirin Kannon traz consigo é igual à de Kanzeon
Bossatsu.

QUARTA PARTE

Convém falar aqui a respeito de Kanzeon Bossatsu. Dentre muitos budas, Ele era
considerado o mais oculto. Há nisso um profundo mistério, mas não posso divulgá-
lo totalmente, pois ainda não chegou o tempo certo. Pretendo fazê-lo tão logo Deus
me permita. Sendo assim, escreverei apenas sobre o mistério relacionado com o
JOHREI.
A atuação de Kanzeon Bossatsu vem desde o advento do budismo, mas daquela
época até pouco tempo atrás Ele promovia tão somente a salvação do espírito.
Evidentemente, através da oração conseguiam-se graças, mas estas eram
extremamente limitadas. A razão disso está no fato de que a Luz era formada pela
união do elemento fogo e do elemento água, mas faltava o elemento terra. Como
havia apenas dois elementos, a força era insuficiente. Entretanto, chegou a hora de
uma grande mudança no Mundo Espiritual: é o Final dos Tempos, o Juízo Final
citado na Bíblia. Tornou-se necessária, portanto, uma força poderosa e absoluta
que salvasse toda a humanidade. Essa força é constituída pela união do fogo, da
água e da terra; a força da terra é o elemento da matéria e corresponde ao corpo
humano. Ao passar pelo corpo, a Luz é acrescida do elemento terra e daí nasce a
força da trilogia, ou seja, o PODER KANNON. Explicando de maneira mais
acessível, a Luz emitida pelo "Nyoi-no-Tama" de Kanzeon Bossatsu, passando pelo
meu corpo, manifesta-se como PODER KANNON, o qual, através do corpo do
messiânico, torna-se a força purificadora.
Exemplificarei o que acabo de dizer. É sabido, desde a antigüidade, que orar diante
da imagem de Kanzeon Bossatsu traz como benefício a solução das doenças e dos
infortúnios, mas os fiéis da nossa Igreja têm obtido resultados várias vezes mais
poderosos com o JOHREI. Isso porque as ondas de Luz emitidas pelas imagens ou
estátuas de Kanzeon Bossatsu são constituídas apenas pela força dos elementos
fogo e água; nelas não está incluída a importante força do corpo. Outra razão é a
grande transição a que eu já tenho me referido várias vezes, ocorrida no Mundo
Espiritual. Ela teve início em meados de junho de 1931. Até essa data havia muito
elemento água e pouco elemento fogo no Mundo Espiritual, mas a partir daí a
quantidade deste último começou a aumentar gradativamente. É verdade que a
grande transição já havia se iniciado dezenas de anos antes dessa data, mas o
elemento fogo ainda estava bastante rarefeito. Se a Luz é forte, significa que há
maior quantidade de elemento fogo. Da mesma forma, no caso das lâmpadas
elétricas, quanto mais intensa é a luz, maior é a quantidade de calor emitido.
Outro exemplo é a existência de uma massa de elemento fogo em meu ventre. As
pessoas falam que minha temperatura é bem mais alta que a das pessoas comuns.
Praticamente todas as noites fazem-me massagens nos ombros, e todos dizem que
de mim emana muito calor. No inverno, sempre acabo tirando um ou dois
agasalhos. Se permaneço num cômodo durante algum tempo, as pessoas acham
que ele ficou aquecido, e muitas vezes brinco dizendo que substituo o aquecedor.
Mesmo em dias de frio costumo ficar uma ou duas horas de pijama, após o banho.
Além disso, gosto especialmente de banhos mornos. Isso obedece ao princípio do
aumento de calor quando se joga água no fogo, e do frio mais intenso nos dias
ensolarados de inverno.

30 de maio de 1949

A TRILOGIA DOS ÓRGÃOS INTERNOS E O JOHREI

6 de agosto de 1949

Os órgãos internos mais importantes para a vida do homem são certamente o


coração, os pulmões e o estômago. Como sempre venho expondo, isso decorre da
ação de três elementos fundamentais: o fogo, a água e a terra. Em síntese, o
coração, os pulmões e o estômago correspondem, respectivamente, a esses três
elementos, pois o coração tem a função de absorver o elemento fogo; os pulmões,
a função de absorver o elemento água; o estômago, a função de absorver o
elemento terra. Mas a explicação dada pela Medicina, até agora, sobre os órgãos
em questão, era bastante superficial. No que se refere à purificação do sangue
sujo, dizem que ela é decorrente do oxigênio absorvido pelos pulmões, mas é óbvio
que apenas isso não atinge o cerne do fenômeno. Vou dar uma explicação
baseada na revelação de Deus e para isso devo partir da verdade relativa ao
Mundo Espiritual. A existência desse mundo está fora do alcance dos sentidos do
homem e corresponde praticamente ao nada, mas na realidade ele é a fonte onde
tudo se origina. Sem conhecer isso, é impossível apreender a Verdade.
Já me referi ao princípio do fogo arder pela água e da água se mover pelo fogo.
Esse princípio constitui justamente a chave para a solução de tudo. Para explicar o
Mundo Espiritual, que é invisível, começarei falando do Mundo Atmosférico. O que
a Ciência chama de oxigênio é a essência do fogo; o hidrogênio é a essência da
água, e o nitrogênio é a essência da terra. Essas três essências formam uma
trilogia, constituindo a natureza de tudo que existe no Universo. Se tanto ó calor
intenso, como o frio exagerado e a temperatura amena estão apropriados à
manutenção da vida, deve-se à força vital desses três elementos extremamente
misteriosos. Se, por acaso, conseguíssemos eliminar o elemento água da Terra,
ocorreria uma explosão imediata; se eliminássemos o elemento fogo, tudo se
congelaria num instante; se eliminássemos o elemento terra, tudo desmoronaria e
se tornaria zero. Essa é a Verdade.
Raciocinando nesses termos, poderão compreender o sentido básico do coração,
dos pulmões e do estômago. O coração absorve o elemento fogo do Mundo
Espiritual através da pulsação. Da mesma forma, os pulmões absorvem o elemento
água através da respiração. O estômago absorve o elemento terra pela digestão
dos alimentos. Mas vamos aprofundar ainda mais esse princípio.
Para dissolver as toxinas solidificadas, que são a origem de todas as doenças,
necessita-se de calor. Esta é a primeira atividade do processo de purificação. Se
esse processo constitui os sintomas das doenças, a febre alta, em tal oportunidade,
é necessária, para dissolução das toxinas. Ao mesmo tempo, a pulsação torna-se
acelerada, para absorver o calor. Quanto ao frio que se sente, é causado pela
concentração do calor no local enfermo e pela diminuição temporária da
temperatura em outras partes. Da mesma maneira, a respiração se acelera para
estimular a atividade do coração, e, para evitar o ressecamento, os pulmões
absorvem o elemento água em grande quantidade.
A origem do elemento fogo é a energia emitida pelo Sol; a do elemento água é a
energia emitida pela Lua; a do elemento terra, a energia emitida pela Terra. É claro
que dos três órgãos que citamos o mais importante é o coração, pois ele
movimenta os pulmões, que, por sua vez, movimentam o estômago. De acordo
com este raciocínio, não há perigo imediato de vida mesmo que falte alimento ao
estômago; entretanto, os pulmões só mantêm a vida por poucos minutos, e para o
coração é impossível mantê-la durante mais de alguns segundos. Isso se evidencia
por ocasião da morte, que a Medicina atribui, invariavelmente, à parada cardíaca,
nada falando sobre pulmões ou estômago. Nesse momento, caracterizado
primeiramente pela cessação da atividade do coração, o espírito, isto é, o elemento
fogo, que ocupava todo o corpo, abandona-o, e o corpo fica sem calor.
Logicamente, isso ocorre porque o espírito retorna ao Mundo Espiritual. Com a
parada dos pulmões, o elemento água existente no interior do corpo retorna ao
Mundo Atmosférico e o corpo começa a secar. Com a parada do estômago, a
ingestão de alimentos torna-se impossível, e começa o processo de endurecimento
do corpo. Todos esses fenômenos constituem evidências que atestam a veracidade
do que foi exposto.
Portanto, como o corpo humano é formado pela trilogia fogo-água-terra, o método
lógico para a erradicação das doenças deve basear-se nessa trilogia. Isso constitui
o princípio do JOHREI da nossa Igreja, o qual está baseado no PODER KANNON.
Esse poder é a Luz transmitida por Kanzeon Bossatsu, uma luz espiritual, invisível
aos olhos humanos. A luz visível, como a do Sol, a das lâmpadas, a do fogo, etc., é
o "corpo" da luz. A natureza da luz é resultante da união do fogo e da água, ou
seja, é formada pelos elementos fogo e água. E será mais forte quanto maior for a
quantidade do elemento fogo. Acontece que a força proveniente da luz constituída
apenas por esses elementos ainda é insuficiente, tornando-se necessária a
essência da terra. A manifestação da força perfeita da trilogia fogo-água-terra
torna-se uma extraordinária força de purificação. As ondas dessa Luz atravessam o
corpo, extinguindo as máculas do espírito, o que se reflete no físico, como
erradicação da doença.
O meio concreto para se obter o que foi exposto é uma folha de papel dobrada,
com a palavra HIKARI, ou seja, LUZ, escrita em letra grande, a qual se usa no
peito, pendurada ao pescoço. Nessa palavra está impregnada, de forma
concentrada, a energia das ondas de Luz transmitidas através do meu braço para o
pincel, e deste para as letras. Assim, a palavra HIKARI está unida, por elos
espirituais, à fonte da Luz, situada dentro do meu corpo, a qual lhe transmite ondas
incessantemente. É claro que a atividade do elo espiritual que me liga a Kanzeon
Bossatsu ocorre de maneira idêntica, e d'Ele me são transmitidas, ilimitadamente,
as ondas de Luz para a salvação da humanidade.
Sendo o corpo formado pela trilogia fogo-água-terra, conforme expusemos, poder-
se-á dizer que o método purificador das máculas baseado na força dessa trilogia
constitui a própria Verdade. É evidente, portanto, que se consegue obter uma força
de purificação jamais vista. Apesar da explicação deste princípio ser extremamente
difícil, acredito que os leitores tenham conseguido entender até certo ponto como
isso se processa.

6 de agosto de 1949

A FORÇA ABSOLUTA

16 de janeiro de 1952

Seria desnecessário dizer que a fonte de todas as atividades e de todos os


fenômenos do Universo é a Força de Deus. Todos os nascimentos e
transformações são a manifestação da Força, e a ela se deve o movimento ou a
inércia de todas as coisas. Começando pelo homem, todos os animais e mesmo as
bactérias nascem e morrem graças à Força. Em suma, ela é o Senhor Absoluto e
Infinito. Vou deter-me aqui, pois o assunto é inesgotável, mas, resumindo, o
Universo em si é a própria Força. Assim, tecerei considerações a respeito sob
diversos ângulos.
Analisemos o espírito da palavra TIKARA (força): TI significa sangue, espírito;
KARA significa vazio, corpo, matéria. A formação do termo mostra-nos, portanto,
que a força nasce da união do espírito e da matéria. Analisando agora a palavra
HITO (pessoa), HI é espírito e TO é parar; por conseguinte, HITO é "espírito parado
no corpo".
Para se escrever o ideograma correspondente à palavra força (TIKARA), faz-se um
traço vertical e, em seguida, um traço horizontal, formando uma cruz; a partir do fim
do traço horizontal puxa-se um traço um pouco inclinado, com a ponta virada para
cima e para dentro ( *TIF* ). Isso quer dizer que logo que se verifica o cruzamento
do horizontal e do vertical ocorre a atividade e começa a rotação da esquerda para
a direita, isto é, a ação da força. Assim, pode-se perceber que tanto o espírito das
palavras como as letras foram criadas por Deus.
Vamos agora analisar na prática. Em sentido amplo, isso está representado pelas
duas grandes correntes ideológicas: o pensamento teísta e o pensamento ateísta,
ou seja, o espiritualismo e o materialismo, a cultura espiritual e a cultura material.
Vejamos do aspecto religioso, pois assim é mais fácil compreender.
O budismo e o cristianismo, as duas grandes religiões do mundo, são a
manifestação desses dois pensamentos. O budismo é oriental e, como sempre
digo, constitui o aspecto vertical, espiritual, enquanto o cristianismo é ocidental e
representa o aspecto horizontal, material. Até agora o vertical e o horizontal
estavam separados e por isso não conseguiam produzir a verdadeira força. A prova
é que., como não foi possível realizar a unificação universal, a humanidade não foi
salva.
O objetivo das principais religiões era, sem dúvida, a concretização de um mundo
ideal, mas, como podem ver, a situação do mundo se apresenta caótica, cheia de
conflitos e problemas sem fim, havendo uma grande distância entre o sonho e a
realidade. Assim, aquele objetivo está demasiadamente fora do nosso alcance. É
inegável que a causa dessa situação seja a falta de força, que, por sua vez, se
deve à falta de cruzamento do vertical e do horizontal. Mas isso também era uma
questão de tempo e, do ponto de vista do Plano Divino, não havia outra alternativa.
Explicando minha missão, creio que entenderão melhor o que acabei de expor. A
atividade que agora estou realizando, está centralizada no JOHREI. Meus
discípulos sabem muito bem que basta colocar no peito o OHI KARI (Luz Divina),
que contém um papel escrito por mim, para ser-lhes concedida uma força capaz de
gerar milagres, até mesmo no caso de doentes desenganados pelos médicos. Já
outorguei milhares de OHI KARI, mas mesmo que seu número aumente
infinitamente, não haverá nenhuma alteração nessa força. E os milagres do
JOHREI não se limitam à doença; há uma reforma do espírito humano, a
personalidade se eleva, e a pessoa é salva de perigos iminentes. Dessa forma,
graças aos inúmeros milagres ocorridos a cada dia, aumenta significativamente o
número de pessoas felizes. E tudo isso se deve à força emanada do OHIKARI. Não
tenho a pretensão de vangloriar-me de tais feitos, mas, como se trata da pura
verdade, creio que não há problema em divulgá-la. É desnecessário dizer que até
agora a História não registrou o aparecimento de uma pessoa com força tão
poderosa quanto a minha. Os inúmeros milagres a que nos referimos são
registrados como experiências de fé; logo, não há do que duvidar. Essa é a força
gerada pelo cruzamento do horizontal com o vertical. Em termos budistas, é o
PODER KANNON ou Poder da Inteligência Superior; em termos cristãos, é o Poder
do Messias.
Atualmente, a força manifesta-se mais no sentido espiritual, mas um dia atuará no
sentido material. Nessa ocasião, será alcançado o objetivo de Deus, nascendo a
verdadeira cultura, resultante do cruzamento da cultura espiritual do Oriente e a
cultura material do Ocidente. Essa é a Vontade Divina. Será, portanto, executada a
maior obra de salvação da humanidade desde a criação do mundo.

16 de janeiro de 1952

MINHA LUZ

25 de maio de 1952

Escrevi, sobre o budismo, muitas coisas que ninguém até hoje havia explicado. Os
leitores talvez se surpreendam, mas todo o meu conhecimento eu o obtive através
da Revelação Divina. São revelações que não tinham sido feitas até agora devido
ao fator Tempo. Ainda não se havia chegado ao grande marco de épocas que é a
Transição da Noite para o Dia, ou seja, o desaparecimento do prolongado mundo
das trevas para dar lugar a um mundo esplendoroso de luz solar. Entretanto,
embora fosse um mundo de trevas, podia-se enxergar alguma coisa, pois existia a
luz da Lua, e o homem se contentava com esse pouco. Essa luz eram os
ensinamentos da aparente verdade da Lua, isto é, o budismo.
As coisas não podiam ser enxergadas nitidamente porque a intensidade da luz da
Lua é cerca de 1 /60 da luz solar. Durante a noite, é óbvio que nada se enxergava
direito, inclusive as religiões; por isso os homens estavam desorientados e não
obtinham a verdadeira tranqüilidade. Com a chegada do dia, sob a luz solar, tudo
sobre a face da Terra ficará visível e não existirá mais dúvida alguma. Assim,
cabendo a mim a missão de criar a Civilização do Dia, é lógico que eu tenha
conhecimento de tudo.
Vou aprofundar a relação que existe entre minha pessoa e o Mundo do Dia.
Meu corpo abriga a bola de Luz Divina conhecida desde a antigüidade pela
expressão CINTAMANI (palavra sânscrita que serve para designar a fabulosa bola
com poder de atender a todos os pedidos do homem). Já me referi a isso antes,
mas vou explicar mais detalhadamente.
Falando-se em Luz, os leitores poderão pensar na luz solar, mas não é bem assim.
Na verdade, trata-se da união do Sol e da Lua. Como a natureza da Luz que se
abriga em meu corpo é constituída pelos dois elementos extremos, forma-se a
trilogia fogo-água-terra, já que o corpo é constituído pelo elemento terra. Mas será
que as pessoas comuns são formadas apenas por esse elemento? Absolutamente.
Elas também possuem luz, embora pouca e fraca. Minha Luz, no entanto, é
extraordinariamente forte: é milhões de vezes superior à de uma pessoa comum,
ultrapassando os limites da imaginação; chega praticamente ao infinito.
Tomemos como exemplo o OHIKARI, que pode ser de três tipos: HIKARI (Luz),
KOMYO (Luz Divina) e DAIKOMYO (Grande Luz Divina). Colocando-o junto ao
corpo, manifesta-se imediatamente a força capaz de conseguir a erradicação das
doenças. Isso se deve à força da Luz irradiada da palavra escrita por mim no
OHIKARI. Entretanto, nunca precisei rezar ou fazer qualquer coisa especial para
escrevê-la. Simplesmente escrevo rapidamente, palavra por palavra. Levo em
média sete segundos em cada uma e escrevo facilmente cerca de quinhentas por
hora. Com apenas essa folha de papel, milhares de doentes podem ser
beneficiados; doravante, mesmo que eu conceda milhares ou milhões de OHIKARI,
o efeito de cada um será o mesmo. Creio que com isso poderão compreender o
quanto é poderosa a força da minha Luz.
Possuindo tal força, não há nada que eu desconheça. Como os fiéis sabem, nunca
tenho dificuldade em responder a qualquer pergunta que me é dirigida. Às vezes
recebo telegramas solicitando-me auxílio para pessoas distantes e muitas obtêm a
graça apenas com esse pedido. Isso ocorre porque, no momento em que tomo
conhecimento do problema, minha Luz se subdivide e liga-se a essa pessoa.
Assim, através do elo espiritual, ela recebe a graça. Dessa forma, é uma Luz muito
prática e eficiente, pois pode aumentar milhões de vezes e alcançar qualquer local,
por mais distante que ele seja. Para melhor compreensão, a Luz irradiada de mim é
como se fossem "balas" de luz. A diferença entre ela e uma bala de fuzil, por
exemplo, é que esta mata, mas eu dou vida às pessoas; aquela é limitada, ao
passo que eu sou infinito.
A explicação acima corresponde apenas a uma pequena parte da minha força. Não
é fácil explicá-la totalmente. O ideal seria que os leitores acompanhassem
atentamente o trabalho que vou realizar daqui para frente. Se forem ágeis de
inteligência, poderão entender até certo limite. Do ponto de vista da fé, as pessoas
compreendem de acordo com o seu nível espiritual, e por isso o melhor a fazer é
polir a alma e deixá-la sem máculas, pois aí terão sabedoria para compreender a
virtude do meu poder.

25 de maio de 1952

QUEM É O SALVADOR?

20 de outubro de 1948

Acho o título acima bem inusitado, e sem dúvida os leitores pensarão da mesma
forma. A propósito dele, pretendo fazer uma análise psicológica da minha pessoa.
Gostaria, porém, de deixar claro que se trata de uma análise objetiva do meu
interior e que não há nada inventado ou fictício. Portanto, espero que leiam com
esse espírito.
A palavra Messias, ou seja, Salvador, é muito usada no mundo inteiro, sem
distinção de tempo e de lugar, tanto no Ocidente como no Oriente. Com exceção
de uma parcela de pessoas religiosas, a grande maioria considera que a vinda ou o
nascimento do Salvador tão esperado, possuidor de poder sobre-humano, não
passa de um grande sonho, ou uma grande esperança utópica. É verdade que já
apareceram pessoas que se autoproclamavam Messias, mas, com o passar do
tempo, acabaram desaparecendo, donde se conclui que ainda não surgiu o
verdadeiro Salvador.
Devo confessar que não gosto de afirmar que sou o Salvador, mas por outro lado
também não posso dizer que não o seja. Sendo algo tão sério, inédito em toda a
história da humanidade, a vinda do Salvador é um assunto que não pode ser
discutido de maneira leviana. Contudo, não se pode também afirmar que se trate
apenas de um sonho, nem deixar de acreditar na sua viabilidade, pois a Segunda
Vinda do Cristo, a Vinda do Messias e o Nascimento de Miroku foram previstos por
grandes profetas e santos.
Há muito tempo venho pensando na condição número um que deve ser preenchida
pelo Salvador. Antes de tudo, ele deve ter força para livrar as pessoas das
doenças. Por conseguinte, além de conceder-lhes o método absoluto para obterem
plena saúde e completarem o tempo de vida que lhes foi predestinado, ele deve
possuir força para a concretização desse objetivo. Essa é a qualificação
fundamental do Salvador.
É óbvio que a saúde do corpo deve acompanhar a saúde do espírito. Cristo disse
que de nada adianta o homem ganhar o mundo se vier a perder a vida. Parece-nos
que essa afirmativa evidencia a verdade acima. Assim, as religiões e os líderes
religiosos que não possuem força para eliminar as doenças da humanidade, têm
valor limitado. Eu sempre abracei essa tese, e certo dia, mais de dez anos após
entrar na vida da fé, obtive conhecimento sobre o princípio fundamental das
doenças e a sua solução. Ah, ninguém poderá imaginar o espanto e a alegria que
senti naquela hora, pois nunca ninguém fizera uma descoberta tão importante! Se a
compararmos com as grandes descobertas ou as grandes invenções, estas não
chegariam a seus pés.
Realmente eu sou uma pessoa que nasceu com um destino misterioso.

20 de outubro de 1948

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

Junho de 1935

Gostaria de alertar aos especialistas que não há nada tão errado quanto a
alimentação e a nutrição da atualidade. Eles transformaram-nas em teorias
acadêmicas, demasiado distantes da realidade. Durante mais de dez anos fiz
pesquisas profundas sobre o assunto e, surpreendentemente, os resultados obtidos
foram exatamente o oposto do que a Dietética recomenda. Vou explicá-los partindo
da minha própria experiência.
Até cerca de quinze ou dezesseis anos atrás, eu era um grande apreciador de
carne, e o meu jantar consistia quase sempre de comida ocidental à base desse
alimento, ou, eventualmente, de comida chinesa. Esse tipo de alimentação,
segundo os nutricionistas, é o mais próximo do ideal, mas naquele tempo eu era
magro e ficava doente com a maior facilidade. Vivia sempre gripado, com
problemas de estômago, e não havia um só mês em que não fosse ao médico. Na
tentativa de melhorar meu estado de saúde, experimentei todos os tratamentos que
estavam em moda, na época, e mais outras práticas, como respiração profunda,
banhos de água fria, meditação, etc. Eles fizeram algum efeito, mas não a ponto de
melhorar minha constituição física.
Quando eu soube que a carne não fazia bem, voltei a alimentar-me de comida
japonesa, que consiste em verduras e peixes. Então meu peso aumentou de 56
para 60 quilos em dois ou três anos; ao mesmo tempo, tornei-me resistente às
gripes. Acabei até esquecendo que sofria do estômago e dos intestinos e pude
sentir pela primeira vez a alegria de gozar boa saúde. De lá para cá, e isso já faz
mais de dez anos, tenho trabalhado sempre com bastante disposição.
Resolvi, então, experimentar o método em mais de dez pessoas da minha família,
inclusive meus seis filhos, e obtive bons resultados, conseguindo banir do meu lar o
fantasma da doença. O mais interessante foi que experimentei ministrar-lhes uma
dieta pobre em elementos protéicos. Assim, mandei que minha mulher e minha
empregada dessem refeições pobres às crianças. Foi utilizado arroz 70% refinado,
bastante verdura e, de vez em quando, peixe, mas apenas salmão salgado,
sardinha seca e peixes comuns. Além disso, "ochazuke" (arroz embebido em chá)
ou "shiomussubi" (bolinho de arroz com sal) acompanhados de picles japonês, ou,
ainda "norimaki" (bolinho de arroz envolto em alga marinha) feito em casa, etc. Do
ponto de vista da Dietética, uma alimentação carente de valor protéico.
O resultado foi surpreendente: durante os cursos primário e secundário meus filhos
tiveram porte físico dos melhores. A nutrição foi boa porque, começando pelo mais
velho, de dezesseis anos, até o mais novo, de quatro anos, nenhum teve doença
grave. Todos os anos eles monopolizavam o prêmio de assiduidade, por não terem
faltado um dia sequer às aulas.
Aproveitando a valiosa experiência obtida através dessa prática, tentei o mesmo
método em centenas de pessoas que me procuraram desde que comecei a tratar
de doentes, há oito anos. Os resultados foram excelentes, sem exceção. A
alimentação à base de verduras tem sido muito eficaz principalmente no caso de
pessoas portadoras de problemas pulmonares e pleurite. Gostaria, portanto, que os
médicos pesquisassem como essa alimentação é benéfica para tais casos.
Pelos fatos que expus, poderão ver que a Dietética, cujo progresso é vertiginoso
em nossos dias, apresenta um erro fundamental. Não me acanho de apontá-lo,
pois constitui um sério problema do ponto de vista da saúde. E estou alertando
firmemente não só os estudiosos do assunto como também as pessoas em geral.
Se esta nova alimentação que tenho defendido se tornar uma prática comum, será
uma grande boa nova, até mesmo do ponto de vista da economia nacional. Os
agricultores do nosso país possuem resistência física ao trabalho porque têm uma
alimentação pobre; caso eles passassem a se alimentar de carne, cujo valor
protéico é muito alto, garanto que não suportariam o trabalho da lavoura.

Junho de 1935

A DIETÉTICA

5 de fevereiro de 1947
O erro fundamental da dietética moderna é basear suas pesquisas em apenas um
dos dois aspectos da nutrição. Ela toma o alimento como objeto principal dessas
pesquisas, negligenciando a parte que se refere às funções orgânicas.
As funções orgânicas do homem são tão perfeitas que, ao nível da Ciência atual,
não se consegue entendê-las. A partir dos alimentos, elas transformam e produzem
livremente os nutrientes necessários. Vejam: esse verdadeiro cientista chamado
aparelho digestivo transforma os alimentos ingeridos, como arroz, pão, verduras,
batatas, feijão, etc., em sangue, músculos e ossos. Por mais que se analisem os
componentes desses alimentos, não se conseguirá descobrir um glóbulo sangüíneo
sequer, nem um milímetro de células musculares. Por outro lado, por mais que se
dissequem os alimentos, não será possível localizar uma só molécula dos
componentes das fezes ou da urina, nem tampouco traços da amônia. Assim, se
fornecermos vitaminas ou plasma sangüíneo ao corpo, considerando-os nutrientes,
qual será o resultado? Acentuar-se-á o enfraquecimento do corpo.
Suponhamos que haja uma fábrica destinada a determinada produção. Dispondo-
se de matéria-prima como ferro e carvão e do trabalho dos operários, da ação das
máquinas, da queima do carvão e de vários outros processos, conseguir-se-á um
produto acabado. Portanto, esse processo constitui a própria vida de uma fábrica.
Se, desde o início, transportássemos para lá produtos já acabados, não haveria
mais necessidade do carvão, nem do trabalho dos operários e das máquinas, e a
fábrica deixaria até de soltar fumaça pelas chaminés. Não havendo atividade,
dispensar-se-iam os operários, e as máquinas acabariam enferrujando.
Analogamente, se ingerimos alimentos já processados, a fábrica produtora de
nutrientes fica sem atividade e o corpo enfraquece. Assim, é necessário estarmos
cientes de que a vitalidade do homem provém da atividade de transformação dos
alimentos inacabados em acabados. É claro que todos os nutrientes
industrializados, como as vitaminas, são produtos acabados, sintéticos.
A dietética atual também menospreza o valor nutritivo dos cereais, acreditando que
os nutrientes estão contidos, em sua maior parte, nos pratos complementares, e
não no prato principal. Isso também constitui um erro. Na verdade, o valor nutritivo
dos cereais é o mais importante; o dos pratos complementares é secundário. Pode-
se dizer que eles servem para tornar mais apetitosos os cereais.
O organismo do homem foi criado de modo a se adaptar ao meio ambiente. Se
comemos pratos pobres continuamente, nosso paladar se modifica e começamos a
achá-los saborosos. Entretanto, parece que pouca gente tem conhecimento disso.
Caso a pessoa se acostume com belos pratos, passará a não mais se satisfazer,
exigindo iguarias cada vez melhores. Isso se observa em pessoas extravagantes.
A seguir explicarei o significado dos alimentos. Eles foram concedidos não apenas
ao homem, mas a todos os seres, para que estes possam se manter vivos. Foram
feitos de forma adequada a cada espécie. O Criador destinou o alimento certo ao
homem, aos animais quadrúpedes e às aves. Quais são, então, os alimentos
atribuídos ao homem? É fácil reconhecê-los, porque eles têm sabor e as pessoas
têm paladar. Portanto, saboreando os alimentos e ficando satisfeitos, elas
absorvem os nutrientes naturalmente, o que irá constituir a base da saúde.
Deverão, pois, saber que tomar cápsulas de vitaminas, por exemplo, que não
precisam ser mastigadas nem exigem o trabalho da função digestiva, não só
representa um grave erro como até faz mal. Dessa maneira, como as condições
ambientais, profissionais e orgânicas são diferentes, basta a pessoa comer aquilo
que estiver desejando comer, porque é isso que ela está necessitando. Ou seja,
cada um deve se alimentar de modo natural, sem se apegar às teorias da Dietética.
As verduras contêm grande quantidade de nutrientes. Assim, do ponto de vista da
nutrição, elas e os cereais já proporcionam alimentação suficiente. Os fatos
comprovam minhas palavras: os agricultores e os monges budistas, que se
alimentam principalmente de verduras, gozam de saúde e longevidade, enquanto
as pessoas da cidade, que se alimentam continuamente de carnes, peixes e aves,
contraem doenças com facilidade e têm vida curta.

5 de fevereiro de 1947

A COMÉDIA DA NUTRIÇÃO

20 de abril de 1950

Os leitores provavelmente estranharão o título deste artigo. Eu também não


gostaria de utilizá-lo, mas não encontro outra expressão adequada. Assim, pedirei
a compreensão de todos.
Atualmente temos nutrientes com formas e aplicações diversas, como vitaminas,
aminoácidos, glicose, carboidratos, gorduras, proteínas, etc. Todos estão a par do
aumento que ocorre, a cada ano, na variedade de vitaminas. Todavia, a ingestão
ou injeção dessas substâncias não produz efeitos permanentes, e sim temporários.
No fim das contas, o que se observa é o efeito oposto: quanto mais se tomam
vitaminas, mais o corpo enfraquece.
Não seria preciso explicar, a essas alturas, que o alimento serve para manter a
vida; na interpretação desse aspecto, porém, há uma grande diferença entre a
teoria atual e a realidade. Quando o homem ingere um alimento; em primeiro lugar
ele o mastiga; passando pelas vias digestivas, o bolo alimentar vai para o estômago
e, daí, para o intestino. As partes necessárias são absorvidas, enquanto que o
resto é eliminado. Até chegar a esse processo, entram em ação diversos órgãos,
como o fígado, a vesícula biliar, os rins, o pâncreas e outros, que extraem,
produzem e distribuem os nutrientes necessários ao sangue, músculos, ossos,
pele, cabelos, dentes, unhas, etc. Assim, é realizada incessantemente a atividade
de manutenção da vida. Trata-se de uma misteriosa obra da Criação, impossível de
ser expressa por meio de palavras. É esse o estado normal da Natureza.
Conforme dissemos, os nutrientes indispensáveis à manutenção da vida humana
estão presentes em todos os alimentos. Se há uma grande variedade de alimentos,
é porque todos eles são necessários. A quantidade e a preferência variam
conforme a pessoa e a hora; a variedade do que se quer comer também depende
da necessidade do organismo. Por exemplo, a pessoa come quando tem fome;
bebe água quando está com sede; se deseja comer algo doce, é porque tem falta
de açúcar em seu organismo; se lhe apetece algo salgado, é porque tem falta de
sal, e assim por diante. Por conseguinte, as necessidades naturais do homem
evidenciam o princípio exposto. A melhor prova é que quando a pessoa está
desejando algo, esse algo lhe é saboroso. Por isso podemos compreender o
quanto está errado ingerir contra a vontade coisas que não são saborosas, como
os remédios, por exemplo. A frase "Todo bom medicamento é amargo" também
encerra um grande erro. O sabor amargo já é indicação do Criador de que aquilo é
veneno e não deve ser ingerido. Assim, quanto mais saboroso o alimento, mais
nutritivo ele é, porque a sua energia espiritual é mais densa e contém uma grande
quantidade de nutrientes. Pela mesma razão, quanto mais frescos forem os peixes
e as verduras, mais saborosos eles são; com o passar do tempo, a energia
espiritual vai aos poucos abandonando-os, razão pela qual seu sabor vai
diminuindo.
Vou dar uma explicação sobre os compostos vitamínicos. O organismo produz
todos os nutrientes indispensáveis - sejam eles vitaminas ou não - a partir de
quaisquer alimentos, e na quantidade exata que for preciso. Em outras palavras, a
misteriosa função nutritiva do organismo consegue produzir vitaminas, na
quantidade necessária, até mesmo a partir de alimentos que não as contêm. Assim,
a atividade de produção de nutrientes constitui a própria força vital do homem, ou
seja, a transformação do alimento inacabado em alimento acabado não é senão o
próprio viver. Por essa razão, quando se ingerem compostos vitamínicos, que são
produtos sintéticos, os órgãos encarregados da produção de vitaminas tornam-se
inúteis e acabam se atrofiando naturalmente. Com isso, os outros órgãos
relacionados também se atrofiam, o que vai enfraquecendo gradativamente o
corpo. Vou citar alguns exemplos.
Houve uma época, nos Estados Unidos, em que esteve em moda um regime
alimentar chamado Fletcher's. Esse método consistia em mastigar ao máximo os
alimentos, considerando que quanto mais pastosos eles estivessem ao serem
engolidos, melhor seria a digestão. Segui o método à risca durante um mês.
Acontece que fui ficando fraco, não podendo fazer força como desejava.
Desapontado, acabei abandonando o método, e assim as minhas energias
voltaram ao normal. Foi aí que descobri que é um grande erro mastigar
excessivamente os alimentos, pois, como os dentes os trituram bem, torna-se
desnecessária a atividade do estômago e isso o enfraquece. Portanto, o melhor é
mastigar os alimentos pela metade. Desde os tempos antigos, dizem que as
pessoas que comem depressa e na hora de defecar também o fazem rapidamente
são pessoas sadias. Nesse aspecto, o homem daquela época estava mais
avançado que o homem moderno.
Por outro lado, se ingerimos medicamentos destinados a facilitar a digestão, a
atividade estomacal se reduz, o que acaba enfraquecendo o estômago. Aí a
pessoa toma remédio de novo, e esse órgão enfraquece mais ainda. Assim, a
causa das doenças estomacais está realmente na utilização de remédios para o
estômago. É comum ouvirmos pessoas que sofriam de problemas estômaco-
intestinais crônicos dizerem que, não conseguindo curar-se com uma alimentação
baseada em alimentos de fácil digestão, optaram por alimentos de digestão mais
difícil, como o "ochazuke" e o picles japonês, e com isso conseguiram ficar
curadas.
Comparemos essa força vital baseada na transformação dos alimentos inacabados
em alimentos acabados com a atividade de uma fábrica de máquinas. Em primeiro
lugar, adquirimos o material necessário. A fábrica queima o carvão, movimenta as
máquinas e, pelo trabalho dos operários, produzem-se novas máquinas. Essa é a
razão da existência da fábrica. Suponhamos, agora, que compremos máquinas
prontas. Não haverá mais necessidade da queima do combustível, do movimento
das máquinas nem do trabalho dos operários, e por isso não há outra alternativa
senão fechar a fábrica.

20 de abril de 1950

AGRICULTURA NATURAL

l° de julho de 1949

INTRODUÇÃO

Em geral as pessoas não conseguem aceitar minha tese sobre a Agricultura


Natural. Ficam pasmadas com ela, pois acham que é uma visão completamente
diferente em relação à agricultura. Mas a verdade é que não só os produtos
agrícolas, mas o próprio homem se encontra intoxicado pelos adubos.
Muitos depositam confiança na tese por ser minha. Apesar disso, colocam-na em
prática meio temerosos, experiência confessada em todos os relatórios. Antes,
porém, da colheita, ocorre uma surpreendente mudança na plantação e
conseguem-se excelentes resultados, superando todas as expectativas.
É desnecessário afirmar que "mais vale um fato que cem teorias". Creio que, em
conseqüência dessa importante descoberta, não apenas ocorrerá uma grande
revolução na agricultura japonesa, como também poderá haver, um dia, uma
revolução na agricultura em escala mundial. Sendo assim, esta grande salvação da
humanidade será uma boa-nova sem precedentes; para a nossa Igreja, entretanto,
cujo objetivo é a construção do Paraíso Terrestre, não passará de algo mais do que
óbvio.
Para explicar o que é a Agricultura Natural, vou partir do seu princípio básico. Em
primeiro lugar, o que vem a ser o solo? Sem dúvida, é uma obra do Criador e serve
para a cultura de cereais e verduras, importantíssimos para a manutenção da vida
humana. Por conseguinte, sua natureza é misteriosa, impossível de ser decifrada
pela ciência da matéria.
A agricultura atual, sem saber, acabou tomando o caminho errado e, como
conseqüência, menosprezou a força do solo, chegando à errônea conclusão de
que, para se obterem melhores resultados, deveria haver interferência humana.
Com base nesse raciocínio, passou a utilizar estercos, adubos químicos, etc.
Dessa maneira, a natureza do solo foi pouco a pouco se degradando, sofrendo
transformações, e a sua força original acabou diminuindo. Contudo, o homem não
percebe isso e acredita que a causa das más colheitas é a falta de adubos. Assim,
utiliza-os em maior quantidade, o que reduz ainda mais a força do solo. Atualmente
o solo japonês está tão pobre, que todos os agricultores lamentam o fato.
Vou mostrar como são temíveis os adubos artificiais:
1 - O maior problema, talvez, é o aparecimento de pragas. Sem pesquisar as
causas dessa ocorrência, concentra-se todo o empenho no sentido de combatê-las.
Mas é provavelmente por desconhecerem a causa das pragas que os agricultores
se empenham na sua eliminação. Na verdade, elas surgem dos adubos, e o
aumento das espécies de pragas é decorrente do aumento dos tipos de adubos. Os
agricultores desconhecem, também, que os pesticidas, ainda que consigam
eliminá-las, infiltram-se no solo, causando-lhe prejuízos e tornando-se a causa do
aparecimento de novas pragas.
2 - Absorvendo os adubos, as plantas enfraquecem bastante e tornam-se
facilmente quebradiças ante a ação dos ventos e das águas. Como ocorre a queda
das flores, os frutos são em menor quantidade. Além disso, pelo fato de as plantas
alcançarem maior altura e suas folhas serem maiores, os frutos acabam ficando na
sombra, o que, no caso do arroz, do trigo, da soja, etc., faz com que a casca seja
mais grossa e os grãos sejam menores.
3 - A amônia contida no estrume e o sulfato de amônia e outros adubos químicos
são venenos violentos que, absorvidos pelas plantas, acabam sendo absorvidos
também pelo homem; mesmo que seja em quantidades ínfimas, não se pode dizer
que eles não façam mal à saúde. A própria Medicina tem afirmado que, se
suspendessem por dois ou três anos a utilização de esterco como adubo, o
problema de lombrigas e outros parasitas deixaria de existir. Também nesse
aspecto verificamos o fabuloso resultado da Agricultura Natural.
4 - Ultimamente, o preço dos adubos tem aumentado muito, de modo que a
despesa que se tem com eles quase empata com a receita oriunda da venda da
colheita, o que acaba forçando a sua venda no mercado negro.
5 - O trabalho que se tem com a compra e a aplicação de adubos e inseticidas é
excessivo.
6 - Os produtos obtidos através da Agricultura Natural são mais saborosos e
apresentam melhor crescimento, sendo maiores que os produtos obtidos com
adubos. Sua quantidade também é maior.
Com o que acabamos de expor, creio que os leitores puderam compreender como
são temíveis os tóxicos dos adubos e como é melhor o cultivo que não os utiliza.
Não seria exagero afirmar que se trata de uma revolução jamais vista na agricultura
japonesa.
Vou, agora, mostrar em que consiste o método e os resultados que obtive através
da minha própria experiência e dos relatos feitos por pessoas que já
experimentaram esse tipo de cultivo. Antes, porém, gostaríamos de perguntar:
quantas pessoas conhecem realmente o sabor das verduras? Diríamos que
pouquíssimas. Isso porque não há verduras em que não tenham sido utilizados
adubos químico e esterco. Absorvendo esses elementos, os produtos acabam
perdendo o sabor atribuído pelos Céus. Se, ao invés disso, fizermos com que
absorvam os nutrientes da própria terra, eles terão seu sabor natural e, portanto,
serão muito mais saborosos. Como aumentou o meu estado de felicidade após
conhecer o sabor das verduras cultivadas sem adubos! Além do dinheiro e da mão-
de-obra que se poupa, fica-se livre do mau cheiro e da transmissão de parasitas, as
pragas diminuem e o sabor e a quantidade dos produtos aumentam. Enfim, matam-
se sete coelhos numa só cajadada.
Não posso me calar diante de problema tão grave. Gostaria de comunicar esta boa-
nova a todos e compartilhar dos seus benefícios.
Qual é a propriedade do solo? Ele é constituído pela união de três elementos -
terra, água e fogo - os quais formam uma força trinitária. Evidentemente, a força
básica responsável pelo crescimento das plantas é o elemento terra: o elemento
água e o elemento fogo são forças auxiliares. A qualidade do solo é um fator
importantíssimo, pois representa a força primordial para o bom ou mau resultado da
colheita. Portanto, a condição principal para obtermos boas colheitas é a melhoria
da qualidade do solo. Quanto melhor for o elemento terra, melhores serão os
resultados.
O método para fertilizar o solo consiste em fortalecer sua energia. Para isso, é
necessário, primeiramente, torná-lo puro e limpo, pois, quanto mais puro o solo,
maior é a sua força para o desenvolvimento das plantas. Acontece, porém, que até
hoje a agricultura considera bom encharcar o solo com substâncias impuras,
contrariando frontalmente o que foi exposto acima, donde se pode concluir o
quanto ela está errada. Para explicar esse erro usarei a antítese, o que, penso eu,
ajudará a compreensão dos leitores.
Desde a antigüidade os adubos são considerados como elementos indispensáveis
ao plantio, mas a verdade é que quanto mais os agricultores os aplicam, mais eles
vão matando o solo. Com a adubagem, conseguem-se bons resultados
temporariamente; pouco a pouco, no entanto, o solo vai ficando intoxicado,
tornando necessário o uso de mais adubos, para a obtenção de boas colheitas.
Assim, quanto maior for a quantidade de adubos, mais contrários são os
resultados.
Quando a colheita do arroz começa a declinar, os rizicultores acrescentam-lhe terra
tirada de locais onde não foram utilizados adubos. Com isso, a colheita melhora
durante algum tempo. Nessas ocasiões, eles se baseiam num raciocínio errado,
interpretando que, como cultivam ano após ano, a plantação absorve os nutrientes
do solo, causando o empobrecimento deste. Esquecem, entretanto, que isso
ocorreu devido à utilização de adubos. Como nas novas terras a força vital é mais
intensa, podem-se obter bons resultados. Deixando de lado as teorias, vou explicar,
na prática, as vantagens da Agricultura Natural.
Em primeiro lugar, uma das características desse tipo de cultivo é a menor estatura
das plantas. No cultivo com adubos, elas crescem mais e têm folhas maiores;
tratando-se de plantas leguminosas, como dissemos antes, isso faz com que os
frutos fiquem à sombra e não tenham bom crescimento. Ocorre, também, a queda
das flores, trazendo como conseqüência a menor quantidade de frutos. No caso da
soja, quando não se utilizam adubos consegue-se o dobro da colheita, e nenhum
grão se apresenta bichado; além disso, seu sabor é incomparável. Evidentemente,
em outras espécies como ervilhas e favas obtém-se o mesmo resultado, e a casca
é bastante macia.
Outro aspecto digno de observação é a não-ocorrência de nenhum fracasso.
Muitas vezes um leigo resolve plantar batatas e colhe-as em pequena quantidade e
tamanho reduzido. Nesses casos, é costume a pessoa se lamentar, dizendo que a
colheita foi péssima, mas ela não percebe que isso resultou do uso excessivo de
adubos. Interpretando os resultados de maneira errada, ou seja, atribuindo o
fracasso à pouca utilização de adubos, passa a usá-los em maior quantidade, o
que faz piorar ainda mais a situação. Quando indagados a respeito, os
especialistas e os orientadores, que não percebem a verdadeira causa do
problema, respondem de maneiras totalmente desconcertantes, como por exemplo:
"A causa está nas sementes, que, ou não eram boas ou foram semeadas fora da
época apropriada". Ou então:
"O problema foi causado pela acidez do solo".
As batatas plantadas sem adubos, no entanto, são muito brancas e cremosas,
possuem bastante aroma e agradam logo ao primeiro contato com o paladar. São
tão saborosas que, a princípio, pensa-se que são de alguma espécie diferente. O
mesmo acontece com o inhame e a batata-doce. Esta última deve ser plantada em
canteiros altos e em fileiras, entre as quais deve haver uma boa distância, de modo
que a planta receba bastante sol. Assim, conseguir-se-ão batatas enormes e
deliciosas, capazes de impressionar qualquer pessoa. Aliás, parece que os próprios
agricultores não costumam adicionar muitos adubos ao solo quando se trata de
batata-doce.
Agora tecerei considerações a respeito do milho. Seu cultivo sem adubos tem
apresentado ótimos resultados. Gostaria, portanto, de dar-lhe um destaque
especial. No início, por um ou dois anos, a colheita pode não satisfazer as
expectativas, visto que as sementes ainda contêm as toxinas dos adubos, mas no
terceiro ano os resultados já começam a aparecer. Sem toxinas no solo nem nas
sementes, o milho cresce com o caule bastante forte, e suas folhas apresentam um
verde vivo. Caso cresça num local onde não falta água nem sol, apresenta espigas
longas, com os grãos tão bem dispostos que não há espaços vazios entre eles;
logo na primeira mordida se percebe que são macios e doces, apresentando um
sabor inesquecível.
Quanto aos nabos, são branquinhos, grossos, consistentes e doces, o que os torna
muito saborosos. A aspereza e a acidez dos nabos são decorrentes das toxinas
dos adubos. Aliás, as verduras produzidas sem adubos apresentam boa coloração,
maciez e um aroma que abre o apetite, sendo livres de pragas. Evidentemente, são
mais higiênicas, pela não-utilização de esterco.
O que eu também gostaria de recomendar são as berinjelas. Elas apresentam
excelente coloração e aroma, casca macia e realmente dão água na boca. Em
minha casa ninguém consegue mais comer berinjelas produzidas com adubos.
Tratando-se do plantio de arroz, mistura-se palha cortada ao solo alagado, que,
assim, se aquece, pois a palha absorve o calor. Há, ainda, outro detalhe, já
bastante conhecido: a água fria das montanhas faz mal à plantação. Por isso,
devem-se fazer as valetas o mais rasas e longas possível, a fim de aquecer a água.
Não se devem, também, fazer lagos no trecho intermediário, pois nestes, devido à
profundidade, a água não esquenta de forma adequada.
No caso do pepino, melancia, abóbora, etc., obtêm-se resultados como jamais
haviam sido conseguidos. Quanto ao arroz e ao trigo, têm estatura baixa e
apresentam excelente quantidade e qualidade. O arroz, sobretudo, tem brilho e
consistência especiais, além de excelente paladar, sendo sempre classificado
como arroz de especial categoria.
Eis, portanto, as vantagens da Agricultura Natural. Não poderia haver melhor boa-
nova, principalmente para quem tem horta caseira. O manuseio de esterco não só
é insuportável para os amadores, como também traz o inconveniente de
indesejáveis larvas de parasitas acabarem se hospedando na pessoa. Até agora,
por desconhecimento desses fatos, trabalhava-se muito e no fim se obtinham maus
resultados. No meu caso, por exemplo, apenas semeio as verduras e não tenho
maiores trabalhos a não ser, de vez em quando, remover o mato que começa a
crescer. Assim, obtenho excelentes verduras, e não há nada tão gratificante.
Como eu já disse, não há necessidade de adubos químicos nem de estrume, mas é
preciso usar compostos naturais em larga escala. O mais importante, em qualquer
cultivo, é ter cuidado para que as pontas dos pêlos absorventes cresçam
livremente; para isso, deve-se evitar o endurecimento do solo. O composto natural
deve estar meio decomposto apenas, pois, se o estiver totalmente, acaba
endurecendo. Aquele que é feito somente com capim decompõe-se rapidamente,
mas o de folhas de árvores demora muito mais, devido às fibras e nervuras, que
são duras; portanto, deve-se deixá-lo decompondo por longo tempo, até sua
suficiente decomposição. A razão disso é que as pontas dos pêlos absorventes têm
o seu crescimento prejudicado pelas fibras das folhas utilizadas como compostos
orgânicos. Ultimamente dizem que é bom arejar a raiz das plantas, mas isso não
tem sentido, pois se é um solo que até deixa passar o ar, nele se processa o bom
desenvolvimento das raízes. Na verdade, o ar nada tem a ver com isso.
Outro ponto importante é o aquecimento do solo. No caso das radicelas e dos pêlos
absorventes das verduras comuns, basta fazer uma camada de composto natural
com mais ou menos 30 centímetros, numa profundidade aproximadamente igual.
Tratando-se de nabo, cenoura, bardana ou outros vegetais em que se visam as
raízes, a profundidade deve ser compatível com o comprimento da raiz de cada
planta. O composto à base de capim deve ser bem misturado com a terra,
utilizando-se o composto à base de folhas de árvores para formar o leito abaixo do
solo, como já foi explicado. Esse é o ideal.
Ultimamente fala-se muito em solo ácido, mas a causa da acidez está nos adubos.
Portanto, o problema desaparece quando se deixa de usá-los.
É muito comum evitar-se o uso do mesmo solo para culturas repetitivas. Entretanto,
eu tenho obtido ótimos resultados através delas( ). E os resultados têm melhorado
a cada ano. Pode parecer milagre, mas há uma boa razão para isso. Como tenho
afirmado, para vivificar o solo e ativar sua força, é necessário fazer culturas
repetitivas, pois, com elas, o solo vai se adaptando naturalmente à cultura em
questão.
Quanto às pragas, com a eliminação dos adubos seu número poderá não chegar a
zero, mas reduz-se a uma fração do atual. Os próprios agricultores afirmam que o
excesso de adubos aumenta as pragas.
Com relação ao fumo para charuto, sabe-se que o melhor é o produzido em Manila
e Havana. Não apresenta folhas bichadas e tem excelente aroma; certa vez eu ouvi
um especialista no assunto dizer que na sua produção não se utilizam adubos. A
inexistência de insetos em folhas do mato e o excelente aroma que algumas delas
possuem são decorrentes da ausência de adubos.
Há um aspecto que deve ser observado: quando se introduz a Agricultura Natural
num local já tratado com adubos, não se obtêm bons resultados durante um ou dois
anos, porque a terra está intoxicada. É como um beberrão que deixa de beber
abruptamente e por algum tempo fica meio atordoado. O mesmo problema
acontece com os fumantes inveterados quando, de repente, suspendem o fumo, ou
quando os viciados em morfina ou cocaína ficam sem estes entorpecentes. Deve-
se, portanto, ter paciência por dois ou três anos; nesse espaço de tempo e com a
diminuição gradativa das toxinas de adubos no solo e nas sementes, o solo
começará a manifestar sua força.
Com as considerações que acabamos de tecer sobre a Agricultura Natural, os
leitores deverão ter compreendido o quanto a agricultura tradicional está errada.
Evidentemente, o novo método não tem nenhuma ligação com a fé, bastando
apenas utilizar-se os compostos naturais para se obterem resultados
revolucionários. Devem, contudo, reconhecer que, somando-se a esse
procedimento a purificação do solo através da Luz de Deus, conseguem-se
melhores resultados ainda.

( ) - Além do solo, vários fatores influenciam os resultados das culturas repetitivas;


por isso, para a sua prática, torna-se necessário um bom planejamento.

l° de julho de 1949

A FORÇA DO SOLO

5 de maio de 1953

O princípio básico da Agricultura Natural consiste em fazer manifestar a força do


solo. Até agora o homem desconhecia a verdadeira natureza do solo, ou melhor,
não lhe era dado conhecê-la. Tal desconhecimento levou-o a adotar o uso de
adubos e acabou por colocá-lo numa situação de total dependência em relação a
eles, tornando essa prática uma espécie de superstição.
No começo, por melhor que eu explicasse o processo da Agricultura Natural, as
pessoas não me davam ouvidos e acabavam em gargalhadas. Pouco a pouco,
porém, minhas explicações foram sendo aceitas e, ultimamente, de ano para ano,
aumenta o contingente de praticantes do novo método, mesmo porque as colheitas,
em toda parte, vêm dando prodigiosos resultados. Ainda que a maioria pertença à
esfera dos fiéis de nossa Igreja, em várias regiões já está aparecendo, fora dessa
esfera, um número considerável de simpatizantes e praticantes da Agricultura
Natural, número este que tende a aumentar rapidamente. Já se pode imaginar que
não está longe o dia em que a veremos praticada em todo o território japonês.
Falando abertamente, a divulgação do nosso método de agricultura poderá ser
definida como "movimento para destruir a superstição dos adubos".
Não usando absolutamente nada daquilo a que se dá o nome de adubo, seja de
origem animal ou química, pois é um cultivo que utiliza apenas compostos naturais,
o método é, realmente, o que seu nome diz: Agricultura Natural. As folhas e capins
secos formam-se naturalmente, ao passo que os adubos químicos e mesmo o
estrume de cavalo ou galinha, assim como os resíduos de peixe, carvão de
madeira, etc., não caem do céu, nem brotam da terra: são transportados pelo
homem. Portanto, não é preciso dizer que são antinaturais.
Nada poderia existir no Universo sem os benefícios da Grande Natureza, ou seja,
nada nasceria nem se desenvolveria sem os três elementos básicos: o fogo, a água
e a terra. Em termos científicos, esses elementos correspondem, respectivamente,
ao oxigênio, ao hidrogênio e ao nitrogênio. Todos os produtos agrícolas existentes
são gerados por eles. Dessa forma, Deus fez com que possam ser produzidas
todas as espécies de cereais e verduras que constituem a alimentação do homem.
Seguindo a lógica, tudo será perfeitamente compreendido. Não seria absurdo se
Deus criasse o homem e não providenciasse os alimentos que lhe possibilitariam a
vida? Logo, se determinado país não consegue produzir os alimentos necessários
à sua população é porque, em algum ponto, ele não está de acordo com as leis da
Natureza criada por Deus. Enquanto não se atentar para isso, não se poderá
sequer imaginar uma solução para o problema da escassez de alimentos.
A Agricultura Natural proposta por mim tem como base o princípio citado. O
empobrecimento e as dificuldades dos agricultores serão solucionados
satisfatoriamente com a adoção desse método. Deus deseja corrigir a penosa
situação em que eles se encontram, e por isso está se dignando, com Sua
benevolência e compaixão, a revelar e fazer propagar o princípio da Agricultura
Natural, através de mim, para todo o mundo. Urge, portanto, que os agricultores
despertem o mais rápido possível e adotem esse novo método agrícola. Só assim
eles serão verdadeiramente salvos.
Conforme dissemos, se os três elementos básicos - fogo, água e terra - são forças
motrizes para desenvolver os produtos agrícolas, bastará que estes sejam
plantados numa terra pura, expostos ao sol e suficientemente abastecidos com
água, para se obter um grande êxito, jamais visto até hoje. Não se sabe desde
quando, mas o homem cometeu um enorme equívoco ao usar adubos, pois
ignorou, completamente, a natureza do solo.

EFEITOS CONTRÁRIOS DOS ADUBOS

No início, a utilização de adubos traz bons resultados, mas, se essa prática


continuar por muito tempo, gradativamente começarão a surgir efeitos contrários.
Entre outras conseqüências, as plantas vão perdendo sua função inerente de
absorver os nutrientes do solo e mudam suas características, passando a absorver
os adubos como nutrientes. Se fizermos uma comparação com os toxicômanos,
poderão compreender isso muito bem. Quando alguém começa a fazer uso de
tóxicos, sente uma sensação muito agradável e durante certo período seu cérebro
se torna mais lúcido. Por não conseguir esquecer esse prazer, a pessoa cai, pouco
a pouco, num vício profundo, do qual é difícil se livrar. Entretanto, quando o efeito
do tóxico acaba, ela fica em estado de letargia ou sente dores violentas. Como a
situação é intolerável, ingere tóxico novamente, embora saiba o mal que isso lhe
faz. E chega até ao roubo, para obter os recursos com que comprá-lo. Histórias
com este seguimento são constantemente noticiadas nos jornais. Aplicando tal
esquema à agricultura, podemos dizer que, hoje, todos os solos cultiváveis do
Japão estão sob os efeitos de tóxicos e, por isso, gravemente enfermos. Todavia,
tendo-se tornado cegos adeptos dos adubos, os agricultores não conseguem
libertar-se deles. Ao ouvirem minhas explicações, esperançosos, resolvem
suspendê-los, iniciando o cultivo natural. No entanto, como nos primeiros meses os
resultados são insatisfatórios, eles concluem, precipitadamente, que o mais certo é
desistir da mudança e voltar à prática habitual.
O nosso método de cultivo está baseado na fé, e por isso muitos o praticam sem
duvidar do que eu digo. Assim fazendo, chegam à total compreensão do verdadeiro
valor da Agricultura Natural.
Descreverei agora a seqüência dos fatos que ocorrem com a mudança da
agricultura tradicional para a natural. No caso do arroz, ao transplantar-se a muda
para o arrozal alagado, durante algum tempo a coloração das folhas não é boa, e
os talos são finos; geralmente o visual é bem inferior ao de outros arrozais. Isso dá
ensejo à zombaria por parte dos agricultores das proximidades, o que leva o
plantador a vacilar, questionando se está no caminho certo. Cheio de preocupação
e intranqüilidade, ele começa a fazer promessas a Deus. Entretanto, passados dois
ou três meses, os pés de arroz começam a apresentar-se com mais vigor,
melhorando tanto na época do florescimento, que o agricultor se sente aliviado.
Finalmente, por ocasião da colheita, estão com o crescimento normal, ou acima
dele. Ao se proceder à colheita, a quantidade do arroz sempre ultrapassa as
previsões; além disso ele é de boa qualidade, tendo brilho, aderência e sabor
agradável. Geralmente é um produto de primeira ou segunda classe, podendo-se
dizer que não aparecem tipos abaixo desse nível de classificação. E mais ainda:
seu peso varia de 5 a 10% acima do peso do arroz cultivado com adubos, e, o que
é especialmente interessante, devido à sua consistência é um arroz que não se
reduz com o cozimento, antes duplica ou triplica seu volume. Sustenta tanto que,
mesmo comendo 30% menos, a pessoa se sente plenamente satisfeita. Logo, há
uma grande vantagem do ponto de vista econômico.
Se todos os japoneses comessem arroz cultivado pelo método da Agricultura
Natural, teríamos um resultado igual ao que se obteria se a produção fosse
aumentada em 30%, tornando-se desnecessária a importação de arroz. E como
isso seria esplêndido para a economia nacional!

A SUPERSTIÇÃO DOS ADUBOS

Esclareçamos melhor o assunto tratado anteriormente. O fato de a plantação,


durante dois ou três meses, apresentar um aspecto inferior, pode ser explicado
pela presença de tóxicos no solo e nas sementes, mesmo que sejam só resíduos.
Com o passar dos dias, esses tóxicos vão sendo eliminados e o solo e a plantação
tendem a melhorar, restaurando-se a sua capacidade natural. Isso me parece
perfeitamente compreensível por parte dos agricultores, pois eles sabem que, após
uma troca de água ou uma chuva muito forte, mesmo os arrozais alagados de pior
qualidade melhoram um pouco. Em verdade, isso ocorre porque os tóxicos dos
adubos foram lavados e diminuíram. Quando o crescimento dos produtos agrícolas
não é bom, costuma-se acrescentar terra ao solo. Se eles melhoram, os
agricultores crêem ver confirmada sua suposição de que o solo estava pobre
devido a contínuas plantações que absorveram seus nutrientes. Isso também é
errado, pois o enfraquecimento do solo é causado pelos tóxicos de adubos
utilizados ano após ano. Assim, percebe-se facilmente que os agricultores se
deixaram dominar pela superstição dos adubos.

OS EFEITOS DO USO DE COMPOSTOS NATURAIS

Vejamos, agora, de que maneira a Natureza colabora com a Agricultura Natural.


Quando se trata do cultivo de arroz em terreno alagado, procede-se ao corte da
palha em pedaços bem pequenos, os quais serão misturados ao solo, para aquecê-
lo. No caso do cultivo em terra firme, misturar-se-ão folhas e capins secos,
apodrecidos até que suas nervuras fiquem macias. A razão disso é que, quando o
solo está endurecido, o desenvolvimento das raízes fica dificultado, porque as
pontas encontram resistência. Atualmente, dizem ser bom que o ar vá até as
raízes, mas não é verdade, pois não há nenhuma razão para isso. Apenas, se ele
chega até elas, é porque o solo não está endurecido. No caso de produtos cujas
raízes não se aprofundam muito no solo, o ideal seria misturar, a este, compostos
de folhas e capins; para os produtos de raízes profundas, deve-se preparar um leito
composto de folhas de árvores a mais ou menos 35 cm de profundidade. Isso
servirá para aquecer a terra. Variando a profundidade das raízes, o leito será
formado na proporção adequada.
Geralmente as pessoas pensam que nos compostos naturais existem elementos
fertilizantes, mas isso não corresponde à realidade. O papel desempenhado por
eles é o de aquecer o solo, não o deixando endurecer. No caso de ressecamento
do solo junto às raízes, devem-se colocar os compostos naturais numa espessura
apropriada, pois isso conserva a umidade do solo. São esses os três benefícios dos
compostos naturais.
Como se poderá perceber pelo que foi dito acima, o mais importante na Agricultura
Natural é vivificar o solo. Vivificar o solo significa conservá-lo sempre puro, não
utilizando matérias impuras como os adubos. Dessa forma, já que não existem
obstáculos, ele pode manifestar suficientemente a sua capacidade original. É
engraçado que os agricultores falem em "deixar o solo descansar". Trata-se,
também, de um grande erro. Quanto mais cultivado, melhor será o solo. Em termos
humanos, quanto mais se trabalha, mais saúde se tem; quanto mais se descansa,
mais fraco se fica. Os agricultores, ao contrário, acreditam que, quanto mais se
cultiva o solo, mais fraco ele vai ficando, devido ao consumo dos seus nutrientes
por parte dos produtos agrícolas. Assim, procuram beneficiá-lo dando-lhe repouso,
ou seja, suspendem as culturas repetitivas, mudando sempre a área de plantio. Isto
é uma idiotice.

CULTURA REPETITIVA, COLHEITA FARTA

De acordo com o nosso método, a cultura repetitiva é uma prática muito


recomendável. Uma prova disso é que estou cultivando milho, pelo sétimo ano
consecutivo, em Gora-Hakone, numa terra em que há mistura de pequenas pedras.
Apesar da má qualidade da terra, as espigas são mais longas que o normal, e os
grãos, juntinhos e enfileirados, são adocicados, macios e saborosos.
Para justificar a cultura repetitiva, basta lembrar a capacidade inerente ao solo de
se adaptar ao produto que é plantado. Compreenderemos isso muito bem se
fizermos uma comparação com o ser humano. As pessoas que executam trabalhos
braçais têm seus músculos desenvolvidos; quando se trata de atividade intelectual,
é o cérebro que se desenvolve. Por essa mesma razão, quem muda
constantemente de profissão ou de residência não obtém sucesso, o que nos leva
a concluir o quanto estiveram errados os agricultores até hoje.

AS BOAS - NOVAS PARA A SERICULTURA

Finalizando gostaria de dizer que, se cultivarmos o bicho-da-seda com folhas de


amoreira tratada sem adubos, ele não adoecerá, seus fios serão de muito boa
qualidade, resistentes, brilhantes, e a produção aumentará. Tal prática ocasionaria
uma grande evolução no mundo da sericultura e traria incalculáveis benefícios à
economia do país.

5 de maio de 1953

PRINCÍPIO DA AGRICULTURA NATURAL

27 de janeiro de 1954

Para que todos entendam realmente o princípio da Agricultura Natural, proponho-


me explicá-lo através da ciência do espírito - da qual tomei conhecimento por meio
da Revelação Divina - pois é impossível fazê-lo através do pensamento que norteia
a ciência da matéria. No início, talvez seja muito difícil compreender esse princípio;
todavia, à medida que o lerem várias vezes e o saborearem bem, fatalmente a
dificuldade irá diminuindo. Caso isso não aconteça, é porque a pessoa está muito
presa às superstições da Ciência.
O que eu exponho é a Verdade Absoluta. Os próprios fatos o comprovam. Como
todos sabem, o método agrícola utilizado atualmente consiste na fusão do método
primitivo com o método científico. Julga-se que houve um grande progresso, porém
os resultados mostram exatamente o contrário, conforme podemos constatar pela
grande diminuição da produção no ano passado. Os pés de arroz não tinham força
suficiente para vencer as diversas calamidades que ocorreram, e essa foi a causa
direta daquela diminuição. Mas qual a causa do enfraquecimento dos pés de arroz?
Se eu disser que o fenômeno foi causado pelo tóxico chamado adubo, todos se
surpreenderão, pois os agricultores, até agora, vieram acreditando cegamente que
o adubo é algo imprescindível no cultivo agrícola. Devido a essa crença, ao pouco
conhecimento dos agricultores e à cegueira da Ciência, não foi possível descobrir
os malefícios dos adubos.
É inegável o valor da Ciência em relação a muitos aspectos; entretanto no que se
refere à agricultura, ela não tem nenhuma força, ou melhor, está muito equivocada,
pois considera bom o método criado pelo homem, negligenciando o Poder da
Natureza. Isso acontece porque ainda se desconhece a natureza do solo e dos
adubos. Há longos anos, o governo, os grandes agricultores e os cientistas vêm
desenvolvendo um grande esforço conjunto, mas não se vê nenhum progresso ou
melhoria. Diante de uma fraca produção como a do ano passado, podemos dizer
que a Ciência não consegue fazer nada, sendo vencida pela Natureza sem
oferecer nenhuma resistência. Não há mais nenhum método a ser empregado. A
agricultura japonesa está realmente num beco-sem-saída. Mas devemos alegrar-
nos, pois Deus ensinou-me o meio de sair dele - a Agricultura Natural. Afirmo que,
além dessa, não existe outra maneira de salvar o Japão.
A base do problema é a falta de conhecimento em relação ao solo. A agricultura,
até agora, tem negligenciado esse fator, que é o principal, dando maior importância
ao adubo, algo acessório. Pensem bem. Sem a terra, o que podem fazer as
plantas, sejam elas quais forem? Um bom exemplo é o daquele soldado americano
que, após a guerra, praticou o cultivo na água, despertando grande interesse. Creio
que ainda devem estar lembrados disso. No início, os resultados foram excelentes,
mas ultimamente, pelo que tenho ouvido falar, eles foram decaindo, e o método
acabou sendo abandonado.
Até hoje os agricultores fizeram pouco caso do solo, chegando a acreditar que os
adubos eram o alimento das plantações. Com essa atitude, cometeram um
espantoso engano. O resultado é que o solo se tornou ácido, perdendo seu vigor
original. Isso está muito bem comprovado pela grande diminuição da safra no ano
passado. Não percebendo seu erro, os agricultores gastam inutilmente elevadas
somas em adubos, despendendo árduo esforço. É uma grande tolice, pois se está
produzindo a própria causa dos danos.
Empregarei agora o bisturi da ciência espiritual para explicar a natureza do solo.
Antes, porém, é preciso conhecer seu significado original.
Deus, Criador do Universo, assim que criou o homem criou o solo, a fim de que
este produzisse os alimentos para nutri-lo. Basta semear a terra que a semente
germinará, e o caule, as folhas, as flores e os frutos se desenvolverão,
proporcionando-nos fartas colheitas no outono. Assim, o solo, que produz
alimentos, é um maravilhoso técnico ao qual deveríamos dar grande preferência.
Obviamente, como se trata do Poder da Natureza, a Ciência deveria pesquisá-lo.
Entretanto, ela cometeu um grande erro: confiou mais no poder humano.
Mas o que é o Poder da Natureza? É a incógnita surgida da fusão do Sol, da Lua e
da Terra, ou seja, dos elementos fogo, água e solo. O centro da Terra, como todos
sabem, é uma massa de fogo, a qual é a fonte geradora do calor do solo. A
essência desse calor, infiltrando-se pela crosta terrestre, preenche o espaço até a
estratosfera. Nessa essência também existem duas partes: a espiritual e a material.
A parte material é conhecida pela Ciência com o nome de nitrogênio, mas a parte
espiritual ainda não foi descoberta por ela. Paralelamente, a essência emanada do
Sol é o elemento fogo, que também possui uma parte espiritual e uma parte
material; esta última é a luz e o calor, mas aquela também ainda não foi detectada
pela Ciência. A essência emanada da Lua é o elemento água, e a sua parte
material é constituída por todas as formas em que a água se apresenta; quanto à
parte espiritual, também ainda não foi descoberta. O produto da união desses três
elementos espirituais ainda não detectados constitui a incógnita X através da qual
todas as coisas existentes no Universo nascem e crescem. Essa incógnita X é
semelhante ao nada, mas é a origem da força vital de todas as coisas.
Conseqüentemente, o desenvolvimento dos produtos agrícolas também se deve a
esse poder. Por isso, podemos dizer que ele é o fertilizante infinito. Reconhecendo-
se essa verdade, amando-se e respeitando-se o solo, a capacidade deste se
fortalece espantosamente. A Agricultura Natural é, pois, o verdadeiro método
agrícola. Não existe outro. Através de sua prática, o problema da agricultura será
solucionado pelas raízes.
Sem dúvida as pessoas ficarão boquiabertas, mas existe outro fator importante. O
homem, até agora, pensava que a vontade-pensamento, assim como a razão e o
sentimento, limitava-se aos seres animados. Entretanto, eles existem também nos
corpos inorgânicos. Obviamente, como o solo e as plantações estão nesse caso,
respeitando-se e amando-se o solo sua capacidade natural se manifestará ao
máximo. Para tanto, o mais importante é não sujá-lo, mas torná-lo ainda mais puro.
Com isso, ele ficará alegre e, logicamente, se tornará mais ativo. A única diferença
é que a vontade-pensamento, nos seres animados, é mais livre e móvel, ao passo
que, ô solo e as plantas não têm liberdade nem movimento. Assim, se pedirmos
uma farta colheita com sentimento de gratidão, nosso sentimento se transmitirá ao
solo, que não deixará de corresponder-nos. Por desconhecimento desse princípio,
a Ciência comete uma grande falha, considerando que tudo aquilo que é invisível e
impalpável não existe.

27 de janeiro de 1954

A GRANDE REVOLUÇÃO DA AGRICULTURA

5 de maio de 1953

PARTE I

Há mais de dez anos descobri e venho propondo o método agrícola que,


dispensando o uso dos adubos químicos e do estrume de origem animal e humana,
possibilita a obtenção de grandes colheitas. Naquela época, conquanto eu me
esforçasse bastante, tentando convencer os agricultores, ninguém queria me ouvir.
Entretanto, é minha convicção, desde o princípio, que o método natural de cultivo
representa a Verdade Absoluta, e estou certo de que todos chegarão à mesma
conclusão, compreendendo também que, se não se apoiarem nisso, não só os
agricultores nunca poderão ser salvos, mas o próprio destino da nação ficará
comprometido. É por esse motivo que venho insistindo no assunto até hoje.
Como a situação foi se tornando séria, exatamente como eu temia que
acontecesse - não sei se feliz ou infelizmente sinto uma necessidade cada vez
maior de fazer os agricultores japoneses e todos os povos entenderem a
Agricultura Natural. Comecei, também, a enxergar luz no futuro da nossa
agricultura, motivo que me leva a anunciá-la aqui, de maneira ampla, certo de que
afinal chegou a hora.
O fato de eu ser um religioso favoreceu a implantação da Agricultura Natural. Com
efeito, não foram poucos os fiéis que, embora não compreendessem bem as
minhas explicações, passaram a praticar esse método de cultivo, podendo
constatar seus resultados positivos num espaço de tempo relativamente curto.
Pouco a pouco foi crescendo o número de simpatizantes, inclusive entre
agricultores fora da esfera da Igreja.
Explicarei agora, minuciosamente, o princípio básico da Agricultura Natural, método
que permite a obtenção de grandes colheitas utilizando apenas compostos
naturais. Abordarei, em primeiro lugar, as vantagens do método: não serão
necessários gastos com adubos, o dano causado pelos insetos nocivos diminuirá
de forma considerável, ficarão reduzidos a menos da metade os prejuízos
causados pelos ventos e pelas chuvas. Logo, é um método assombroso. Tudo isso
refere-se ao arroz, mas aplica-se a qualquer tipo de produção agrícola. Resumindo,
todos os produtos cultivados pela Agricultura Natural apresentarão maravilhosos
resultados. No caso da batata-doce, por exemplo, obter-se-ão batatas enormes, de
causar espanto; nas leguminosas os grãos serão grandes, e a quantidade maior; o
nabo terá uma bela cor branca, textura fina, consistente e macia, e um excelente
sabor; as verduras, não carcomidas pelos insetos, terão boa coloração, serão
macias e de sabor esplêndido. Além dessas espécies, o milho, a melancia, a
abóbora, enfim, todos os cereais, legumes, verduras ou frutas, serão de ótima
qualidade.
Merece especial destaque o maravilhoso sabor dos produtos da Agricultura Natural;
quem experimentar seu arroz, trigo e verduras, é provável que nunca mais tenha
vontade de comer os que são produzidos através do cultivo com adubos.
Atualmente eu me alimento apenas com produtos naturais e, como felizmente os
praticantes do método vêm aumentando cada vez mais, ganho-os em grande
quantidade, a ponto de não poder consumir tudo.
Quanto às frutas, são de qualidade muito boa, tendo tido sua safra aumentada
após a suspensão do uso de adubos; como a receita decorrente de sua venda
também aumentou, todos os interessados estão agradecidos. Do mesmo modo, as
flores são maiores, de coloração mais bonita e viva; usadas em vivificações florais,
por exemplo, duram mais tempo, contentando mais e melhor a muitas pessoas.
Logo em seguida à adoção da Agricultura Natural, ocorre uma acentuada
diminuição de insetos nocivos. Estes surgem dos adubos artificiais e por isso é
óbvio que, se os agricultores deixarem de usar tais adubos, eles não se criarão
mais. Hoje em dia, entretanto, na tentativa de exterminá-los, utilizam-se
intensamente os defensivos agrícolas que, penetrando no solo, tornam-se a causa
da proliferação dos insetos nocivos. De tal forma isso revela ignorância, que nos
causa compaixão.
Nos últimos tempos, os produtos agrícolas mostram-se mais vulneráveis aos danos
causados pelos ventos e pelas chuvas que ocorrem todos os anos; na Agricultura
Natural, tais prejuízos diminuirão muito, porque, deixando de absorver adubos
artificiais, que os enfraquecem demasiadamente, os produtos resistirão melhor às
intempéries.
Descobri que tanto os adubos de origem animal como os adubos químicos, ao
serem absorvidos pelas plantas, tornam-se venenos e que esses venenos vêm a
constituir alimento para os insetos nocivos, os quais passam a se multiplicar
ferozmente. Conforme o tipo de adubo, a partir dele próprio proliferam
microorganismos que começam a carcomer as plantas. Se surgirem na raiz,
carcomerão os pêlos absorventes e acabarão por enfraquecer o vegetal. Aí está a
causa das folhas secas, caules quebrados, queda das flores, frutos imaturos e
atrofiamento das batatas. Inúmeros outros tipos de microorganismos podem
proliferar nas diversas partes da planta, mas, se esta for saudável, terá força para
eliminá-los. Entretanto devido ao enfraquecimento causado pela aplicação de
adubos, as plantas acabam sendo vencidas por eles.
A planta sem adubos é mais resistente aos ventos e às chuvas, não se prostrando
com facilidade; ainda que caia, logo se reerguerá, ao passo que a cultivada com
adubos permanecerá caída, ocasionando um prejuízo enorme. Poderão
compreendê-lo bem se observarem a ponta das raízes. Nas plantas cultivadas sem
adubos, os pêlos absorventes são muito mais numerosos e compridos, e a
ramificação é bem maior; portanto, o enraizamento é mais forte. Quer se trate de
arroz, quer se trate de verduras, qualquer agricultor sabe que quanto menor é a
estatura da planta e quanto mais curtas são as suas folhas, mais frutos ela dará.
Em contrapartida, as plantas cultivadas com adubos são mais altas, têm folhas
grandes, mas, embora à primeira vista sejam magníficas, sua frutificação não é tão
boa.
Correlatamente, no caso do bicho-da-seda, se o cultivarmos com amoreira tratada
sem adubos, ele será saudável, seu casulo terá mais resistência e brilho, e a
produção será maior. Isso também se deve à não-proliferação de doenças no
bicho-da-seda.
Conforme vemos, todos os produtos cultivados pela Agricultura Natural são
incomparavelmente vantajosos em relação aos que são cultivados com adubos.
O que se deve conhecer em primeiro lugar, é a capacidade específica do solo.
Antes de mais nada, ele foi criado por Deus, Criador do Universo, a fim de produzir
alimento suficiente para prover o homem e os animais. Por essa razão, a terra já
está em si mesma abundantemente adubada - podemos até dizer que toda ela é
uma massa de adubos. Desconhecendo isso até hoje, os homens se enganaram
ao pensar que os alimentos das plantas são os adubos. Baseados nessa crença,
vieram aplicando adubos artificiais e, conseqüentemente, foram enfraquecendo, de
forma desastrosa, a energia original do solo. Não é um equívoco espantoso?
Para que a produção agrícola aumente, deve-se fortalecer ao máximo a própria
energia do solo. E como se poderá fazer isso? Não lhe misturando nada a não ser
os compostos naturais, fazendo-o permanecer puro e preservando-o o mais que se
puder. Assim se obterão ótimos resultados, mas, com a mentalidade que tem
vigorado até agora, jamais se conseguirá acreditar nisso.
Com base nas razões citadas, vemos que o princípio fundamental da Agricultura
Natural é o absoluto respeito à Natureza, que é uma grande mestra. Quando
observamos o desenvolvimento e o crescimento de tudo que existe,
compreendemos que não há nada que não dependa da força da Grande Natureza,
isto é, do Sol, da Lua e da Terra, ou, em outras palavras, do fogo, da água e da
terra. Sem dúvida isso ocorre também com as plantações, pois, se a terra for
mantida pura e elas forem expostas ao sol e abundantemente abastecidas de água,
produzir-se-á mais do que o necessário para o sustento do ser humano. Dirijam seu
olhar para a superfície do solo das matas e atentem para a abundância de capins
secos e folhas caídas, cuja provisão é renovada em cada outono. Eles representam
o trabalho da Natureza para enriquecer o solo, e ela nos ensina que devemos
utilizá-los. Os agricultores acreditam haver elementos fertilizantes nesses capins
secos e folhas caídas, que eles consideram adubos naturais, mas isso não é
verdade. A eficácia do "adubo natural" consiste em aquecer a terra e não deixar
que ela resseque e endureça; em síntese, fazer que a terra absorva água e calor e
não fique dura.
Assim, para darmos "adubo natural" ao arroz, basta cortar a palha em pedaços
pequeninos e misturá-los bem à terra. Esse é o processo natural. A palha é do
próprio arroz e é eficaz para o aquecimento das raízes. A existência de bosques
perto das hortas é bem significativa: devemos usar as folhas e capins secos para o
cultivo de nossas verduras. O centro do globo terrestre é uma enorme massa de
fogo da qual se irradia constantemente o calor, isto é, o espírito do solo. Aí está o
nitrogênio - adubo que nos foi concedido por Deus - o qual atravessa as camadas
do planeta, eleva-se a uma certa altitude e aí permanece, até que, com a chuva,
desça para sua superfície e penetre no solo. Esse nitrogênio caído do céu é adubo
natural e, sem dúvida, sua quantidade é a ideal, sem excesso nem falta.
Mas por que razão começaram a empregar adubos de nitrogênio? Por ocasião da
Primeira Grande Guerra, devido à falta de alimentos e à necessidade de aumentar
rapidamente sua produção, a Alemanha descobriu o meio de obter nitrogênio da
atmosfera. Ao empregá-lo, conseguiu que a produção tivesse um aumento enorme.
A partir de então, tal resultado foi difundido mundialmente, mas a verdade é que se
trata de algo passageiro, que não se prolongará por muito tempo. Fatalmente o
excesso de nitrogênio provocará o enfraquecimento do solo e acabará fazendo a
produção diminuir. Entretanto, ainda não se compreendeu esse mecanismo. Em
outras palavras, basta pensarmos que tudo isso é semelhante ao que ocorre com
os toxicômanos.
Há um fato para o qual devo chamar atenção: embora se adote a Agricultura
Natural, a quantidade de tóxicos existentes no solo e nas sementes em
conseqüência do cultivo tradicional, exercerá uma grande influência. Por exemplo:
em alguns arrozais, a partir do primeiro ano haverá um aumento de 10% na
produção; em outros, no primeiro e no segundo ano haverá uma redução de l0a
20%; finalmente, a partir do terceiro ano, haverá um aumento de 10 a 20%, e daí
em diante os resultados gradativamente alcançarão os índices esperados.
Contudo, enquanto os resultados se apresentarem demasiado ruins, é porque
ainda restam tóxicos de adubos artificiais em grande quantidade; para amenizar a
ação destes últimos é bom acrescentar ao solo, provisoriamente, terras isentas de
adubos.
Existe outro fato muito importante: uma vez que o arroz absorve adubos químicos
como o sulfato de amônia, esse violento tóxico é ingerido pelo homem diariamente
e, mesmo em doses mínimas, de forma imperceptível, é óbvio que irá causar-lhe
danos. Pode-se dizer que talvez seja essa uma das causas do aumento percentual
das pessoas hoje acometidas por doenças.
A seguir, enumero, de forma rápida, as vantagens econômicas do cultivo natural:
1 - Os gastos com adubos serão dispensados.
2 - Os trabalhos diminuirão pela metade.
3 - A safra aumentará enormemente.
4 - Os produtos aumentarão de peso específico, não diminuirão de volume ao
serem cozidos e terão um delicioso sabor.
5 - O prejuízo causado pelos insetos nocivos diminuirá muito.
6 - Problemas que preocupam o homem como o das larvas e parasitas intestinais
desaparecerão.
Através das vantagens acima, poderão compreender a enorme bênção que é o
nosso método de cultivo. Com a Agricultura Natural, o problema alimentar do Japão
ficará solucionado, o que, além de tudo, irá motivar ou exercer boa influência sobre
outros problemas - principalmente o que concerne à saúde do homem. Se essa
técnica for difundida pelo nosso país, incrementar-se-á sua reconstrução, e não há
a menor dúvida de que, um dia, ele chegará a ser visto, por todos os outros países,
como uma nação de cultura elevada. Trabalhando nesse sentido, desejo fazer que
o maior número possível de japoneses leia esta publicação especial.
Por último, quero frisar que não tenho o mínimo propósito de divulgar nossa Igreja
através do presente artigo, mesmo porque as pessoas alheias a ela poderão
praticar a Agricultura Natural e alcançar bons resultados, conforme dissemos
anteriormente.

PARTE II

Examinando os relatórios provindos de várias regiões sobre os resultados da


Agricultura Natural no ano passado, constatei que alguns agricultores, infelizmente,
por ser ainda muito cedo, não puderam efetuar colheitas. Entretanto, como tenho
dados suficientes, passo a relatar minhas impressões.
Visto que a Agricultura Natural, antes de tudo, dispensa os adubos, até agora
considerados como a vida dos produtos agrícolas, todos os tipos de censura lhe
foram feitos pelos próprios familiares dos agricultores e por pessoas de suas
aldeias, terminando por torná-la alvo de gozação e risos. Mas os praticantes do
método suportaram tudo isso em silêncio e persistiram. Ao ler esses relatos,
lágrimas de emoção me sobem aos olhos; sinto, também, um aperto no coração
quando penso que, não fosse pela sua fé, eles nada teriam conseguido. Entretanto,
partindo de pessoas que descendem de longas gerações totalmente dominadas
pela superstição dos adubos, essa descrença de muitos é natural. Tudo isso me faz
lembrar certos descobridores e inventores que a História registrou, cujas obras
ainda hoje prestam serviços à humanidade, e que, mesmo sofrendo por mal-
entendidos e opressões, continuaram lutando para ver reconhecidos os frutos de
sua inteligência e trabalho. Esse difícil procedimento não poderia deixar de nos
comover.
Com base nisso, eu estava certo de que a Agricultura Natural encontraria, por
algum tempo, oposição e dificuldades, mas também acreditava que ela não tardaria
a mostrar resultados surpreendentes, bastando ter paciência durante certo período.
Como eu esperava, posso notar, através dos relatórios chegados às minhas mãos,
que finalmente o cultivo sem adubos está despertando interesse em vários setores.
No início, as circunstâncias eram muito desfavoráveis e` como os próprios
agricultores não tinham muita confiança no novo método, foram poucos os que
abertamente começaram a praticá-lo; a grande maioria começou a experimentá-lo
naquele estado de "confiar, desconfiando". Além do mais, como a terra e as
sementes ainda estavam muito impregnadas de tóxicos, no primeiro ano as plantas
apresentavam folhas amarelas e talos muito finos, de modo que os plantadores
chegavam a achar que elas secariam. Segundo suas próprias informações, isso os
deixava tão inseguros e impacientes, que só lhes restava orar a Deus por um
milagre; entretanto, diante dos bons resultados na época das colheitas, eles
ficaram mais tranqüilos, embora só viessem a receber a coroa da vitória depois de
ultrapassada essa fase difícil.

5 de maio de 1953

DANOS CAUSADOS PELAS PRAGAS

15 de janeiro de 1951

São três as preocupações dos agricultores: o elevado preço dos adubos, os


prejuízos causados pelas pragas e os danos decorrentes dos ventos e das chuvas.
Como já expliquei, em capítulos anteriores, os malefícios dos adubos, passarei a
falar agora sobre os danos causados pelas pragas.
É importante saber, de forma conclusiva, que as pragas se originam dos adubos.
Aplicados ao solo, eles acabam tornando-o impuro, modificam suas características,
fazem regredir sua capacidade e, ao mesmo tempo, deixam sujeiras como
resíduos. É óbvio que todas as matérias sujas apodrecem. Aí aparecem larvas ou
ovos, juntamente com bactérias. Se essa é a lei da matéria, nela se enquadram as
plantas. O aparecimento de vermes nas fossas comprova o que dizemos. As várias
espécies de pragas originam-se dos diversos tipos de adubos. Dizem que
ultimamente surgiram novas espécies, mas isso nada mais é que uma
conseqüência do aparecimento de novos adubos. O fato é evidenciado pela
afirmação dos agricultores de que existem muitos insetos nocivos em locais
próximos às fossas.
Outro ponto importante é que, quando aparecem pragas, utilizam-se defensivos
agrícolas para combatê-las, o que é extremamente prejudicial. Os inseticidas são
venenos e matam os insetos, mas, quando se infiltram no solo, acabam
contaminando-o e enfraquecendo-o ainda mais. Assim, o que nele for cultivado
sofrerá os danos causados por mais um veneno, além dos tóxicos dos adubos. O
solo, da mesma forma que o homem, perde a resistência, e as pragas se
multiplicam. É realmente um círculo vicioso. Nesse aspecto, inclusive, pode-se
notar o quanto a agricultura tradicional está errada. Além do mais, ingerindo
alimentos que absorveram substâncias venenosas como o sulfato de amônia
contido nos fertilizantes, o corpo humano sofre os seus efeitos; e é óbvio que isso
faça mal à saúde, pois suja o sangue. No caso do arroz, por exemplo, que se come
diariamente, mesmo que a quantidade de veneno ingerido em cada refeição seja
ínfima, ela vai se acumulando ao longo do tempo e torna-se a causa de doenças.
15 de janeiro de 1951

DANOS CAUSADOS PELAS CHUVAS E VENTOS

15 de janeiro de 1951

Os danos causados pelas chuvas e ventos tendem a aumentar de ano para ano, e
tanto o governo como o povo estão bastante preocupados em evitá-los. As obras
preventivas são de altíssimo custo, de modo que, no momento, adotam-se apenas
soluções improvisadas; todavia, alguma coisa deverá ser feita, já que os prejuízos
se repetem a cada ano. Atualmente, não há outra alternativa a não ser procurar
diminuí-los.
Com a nossa Agricultura Natural, entretanto, as raízes das plantas se tornam mais
resistentes, a incidência de quebra dos caules é mínima, e não ocorre queda das
flores nem apodrecimento dos caules após a irrigação. Mesmo quando as outras
áreas de plantio são afetadas consideravelmente, as da Agricultura Natural sofrem
danos irrisórios, o que as pessoas acham muito estranho. Observando as
extremidades das raízes, vemos que elas apresentam formações capilares mais
longas e em maior quantidade que as das plantações convencionais, circunstância
que lhes proporciona enorme resistência nessas ocasiões.
Estabelecendo analogia com o homem, está comprovado que as pessoas que
comem apenas alimentos frescos e sem tóxicos são sadias. O mesmo acontece
com as plantas, e isso não se limita ao trigo ou arroz. Segundo os agricultores, as
plantas de baixa estatura e folhas pequenas são as que oferecem as melhores
safras, as que dão mais frutos. É justamente o que ocorre na Agricultura Natural;
pode-se ver, portanto, como ela é ideal. Além do mais, seus produtos apresentam
excelente qualidade e sabor, reconhecidos por todos aqueles que já a
experimentaram. A razão disso é que, quando se utilizam adubos, os nutrientes são
absorvidos na maior parte pelas folhas, o que as faz crescer demasiadamente,
afetando a frutificação. Acrescente-se que a quantidade de arroz obtida através da
Agricultura Natural é bem maior; já se conseguiram até cento e cinqüenta brotos
com uma só semente, resultando em cerca de quinze mil grãos - recorde admirável.
Outra característica do arroz produzido por esse método é que a sua palha se
apresenta bastante forte e fácil de ser trabalhada.

15 de janeiro de 1951

A HIGIÊNICA E AGRADÁVEL AGRICULTURA NATURAL


NAS HORTAS CASEIRAS

30 de março de 1949

No primeiro número da revista "Tijô-Tengoku", publiquei um minucioso artigo sobre


a Agricultura Natural, dirigido aos agricultores profissionais; desta vez, enfocarei as
hortas caseiras.
Como tenho publicado, na referida revista e no nosso jornal, os excelentes
resultados obtidos através desse novo método agrícola, acredito que os leitores
tenham entendido, em parte, as suas vantagens. Posso afirmar que, no caso das
hortas caseiras, feitas por amadores, a boa-nova da Agricultura Natural é como a
luz que surge nas trevas. Nelas, utilizava-se principalmente o estrume, cujo
manuseio é insuportável sob vários aspectos, inclusive olfativo. Adotando-se o
cultivo sem adubos, esse sofrimento desaparece, e o trabalho, por ser higiênico,
torna-se agradável. Além disso, os resultados são bem melhores e o trabalho é
menor, matando-se dois coelhos numa só cajadada. Vou enumerar as vantagens
do método:
1 - Sendo utilizados apenas compostos naturais, não há o mal-estar causado pelo
uso do estrume, e o trabalho é menor.
2 - As verduras obtidas são da melhor qualidade, e o seu sabor nem se compara ao
das verduras tratadas com adubos.
3 - O volume e a quantidade dos produtos são maiores.
4 - O aparecimento de pragas reduz-se a uma pequena fração
do que acontece no caso do emprego de adubos; portanto, não há necessidade de
defensivos.
5 - Não existe problema de transmissão de larvas e pragas. Muitas outras
vantagens poderiam ser citadas; relacionei apenas as principais.
Como nas hortas caseiras normalmente não se planta arroz nem trigo, mas quase
sempre verduras e legumes, vou explicar a experiência que tive com estes.
As batatas são brancas, consistentes, têm um forte aroma, e até dão água na boca.
O tamanho reduzido e a pequena quantidade apontados pelos amadores são
conseqüência dos adubos; sem estes, as batatas são maiores e em maior
quantidade. Principalmente as batatas-doces são enormes; se demorarmos a
arrancá-las, atingem proporções nunca vistas. Os pés de milho possuem caule
grosso, folhas bem verdes, e logo à primeira vista se percebe que são maiores que
o normal. Suas espigas são mais grossas e compridas, com os grãos bem juntos e
enfileirados, macios e doces; todos ficam admirados com o seu paladar. Os nabos
são brancos, consistentes, de textura fina e ótimo sabor, apresentando
comprimento e grossura maiores que os nabos cultivados com adubos. A aspereza
e a acidez de muitos nabos são causadas pelos adubos. A acelga, o espinafre e o
repolho têm excelente aroma, são volumosos, macios e apetitosos. No final do ano
passado, um amador trouxe-me três acelgas que pesavam 5,6 kg cada uma. Eu
nunca tinha visto acelga daquele tamanho. Quanto à soja, é baixa, com folhas
menores, mas colhe-se o dobro. As berinjelas apresentam boa coloração, casca
macia e forte aroma; não só pela estética como pelo paladar, ninguém que já as
tenha provado consegue comer as que são tratadas com adubos. A cebola, a
cebolinha, o tomate, a abóbora e o pepino são de ótima qualidade; a abóbora é
muito consistente e tem sabor adocicado.
Quanto às árvores frutíferas., também produzem frutos muito saborosos,
principalmente as frutas cítricas, o caqui, o pêssego, etc.
Explicarei agora o princípio e a utilização dos compostos naturais.
A Agricultura Natural utiliza compostos naturais de dois tipos: o de capim e o de
folhas de árvores. O primeiro é próprio para ser misturado à terra, e o segundo é
indicado para fazer um leito abaixo do solo.
A diferença entre a agricultura tradicional e a nossa, é que esta considera o solo
como uma matéria profundamente misteriosa criada por Deus para o
desenvolvimento de alimentos vegetais. Por conseguinte, ativar ao máximo a força
do solo significa alcançar o objetivo original com que ele foi criado. Desconhecendo
este princípio, os antigos passaram, não se sabe quando e baseados numa
interpretação errônea, a usar adubos, prática cujo resultado é a diminuição da
produtividade e a morte do solo. Na tentativa de cobrir esse enfraquecimento,
utilizam-se adubos em quantidade cada vez maior, o que leva à intoxicação das
plantas. Dizem que o solo japonês empobreceu, e isso pode ser atribuído aos
adubos; os adubos químicos modernos, principalmente, aceleram o processo de
empobrecimento do solo. Uma boa prova disso é que há uma melhora temporária
quando se lhe acrescentam terras virgens de outros lugares, em virtude da queda
da produção. Os agricultores interpretam que esta caiu porque os cultivos
efetuados por longos anos esgotaram os nutrientes da terra. Acham, portanto, que
as terras virgens conseguirão suprir os nutrientes. Isso é um grave erro, pois na
verdade o solo perdeu sua força devido à utilização de adubos. Com o acréscimo
de terra isenta de tóxicos, ele em parte se recupera.
Por outro lado, os compostos naturais têm por finalidade impedir o endurecimento
do solo e também aquecê-lo. O fundamental, para ativar o crescimento das plantas,
é promover o desenvolvimento da raiz, sendo que o primeiro passo nesse sentido
consiste em não deixar o solo endurecer; daí a necessidade de se misturar bem, a
ele, o composto natural. Para incentivar o crescimento dos "cabelos" da raiz, deve-
se utilizar o composto natural à base de capim, pois as fibras deste são macias e
não atrapalham o crescimento. As fibras das folhas de árvores, no entanto, são
mais duras, e por isso não convém misturá-las ao solo. O melhor é utilizá-las para
fazer um leito abaixo do solo, a fim de aquecê-lo. O ideal seria uma camada de uns
30 cm de terra misturada com composto à base de capim e, abaixo dela, um leito
da mesma espessura, à base de folhas de árvores.
No caso de verduras, soja, etc., o processo descrito é conveniente mas tratando-se
de nabos, cenouras e similares, devem-se dimensionar as camadas de maneira
adequada, fazer montes de terra e plantá-los aí, para que suas raízes recebam
bastante sol, pois assim o crescimento será excelente. Se a batata-doce, por
exemplo, for plantada em montes de mais ou menos 60 cm, dispondo-se as mudas
numa distância de 30cm uma da outra, colher-se-ão batatas gigantes. Ouve-se
dizer freqüentemente que o melhor é dispor os montes de terra em sentido norte-
sul ou leste-oeste, de modo que as plantas recebam bastante energia solar. Para
isso, entretanto, basta dispô-las segundo as condições locais, e levando em
consideração a direção do vento. Quando este é muito forte, os caules se quebram;
assim, é necessário plantar árvores em volta ou fazer cercas, a fim de diminuir a
ação do vento.
Quanto mais limpo for mantido o solo, maior será a sua vitalidade. Portanto, a
utilização de impurezas como o estrume traz resultados adversos. Devido ao
desconhecimento desse fato, o trabalho não só tem sido infrutífero como
contraproducente.
Os americanos não comem verduras produzidas no Japão, pois temem a presença
de parasitas. No caso da Agricultura Natural, essa preocupação desaparece. Trata-
se realmente de uma fabulosa revolução da agricultura, constituindo uma grande
boa-nova dirigida aos nossos irmãos.

30 de março de 1949

O GLOBO TERRESTRE RESPIRA

5 de setembro de 1948

Todos sabem que os seres vivos respiram. Na verdade, a respiração é uma


propriedade de todos os seres até mesmo dos vegetais e dos minerais. Se eu
disser que o globo terrestre também respira, muitos poderão achar estranho;
todavia, com a explanação que farei a seguir, tenho certeza de que ninguém irá
discordar.
O globo terrestre respira uma vez por ano. A expiração inicia-se na primavera e
chega ao ponto culminante no verão. O ar que ele expira é quente, como no caso
da respiração do homem, e isso se deve à dispersão do seu próprio calor. Na
primavera essa dispersão é mais intensa, e tudo começa a crescer; as folhas
começam a brotar e até o homem se sente mais leve. Com a chegada do verão, as
folhas tornam-se mais vigorosas e, atingido o clímax da expiração, o globo terrestre
recomeça a inspirar; daí as folhas principiarem a cair. Tudo toma, então, um
sentido decrescente, e o próprio homem fica mais austero. O outro ponto
culminante é o inverno. Essa é a imagem da Natureza.
O ar expirado pelo globo terrestre é a energia espiritual do solo, que a Ciência
denomina nitrogênio; graças a ele as plantas se desenvolvem. O nitrogênio sobe às
camadas mais altas da atmosfera junto com a corrente de ar ascendente e lá se
acumula, retornando ao solo com as chuvas. Esse é o adubo da Natureza, à base
de nitrogênio. Por essa razão, é um erro retirar o nitrogênio do ar e utilizá-lo como
adubo. É certo que com a aplicação de adubo químico à base de nitrogênio
consegue-se o aumento da produção, mas seu uso prolongado acarreta
intoxicação e envelhecimento do solo, pois a força deste diminui. Como é do
conhecimento geral, o adubo à base de nitrogênio foi elaborado pela primeira vez
na Alemanha, durante a Primeira Guerra Mundial. No caso de ser necessário
aumentar a produção de alimentos devido à guerra, ele satisfaz o objetivo;
entretanto, com o fim da guerra e o conseqüente retorno à normalidade, seu uso
deve ser suspenso.
Outro aspecto importante é o que diz respeito às manchas solares, que desde a
antigüidade têm servido de assunto para muitos debates. A verdade é que essas
manchas representam a respiração do Sol. Dizem que elas aumentam de número
de onze em onze anos, mas isso acontece porque a expiração chegou ao ponto
culminante. Com relação ao luar, considera-se que ele é o reflexo da luz do Sol,
mas convém saber que o Sol arde graças ao elemento água, proveniente da Lua.
Esta possui um ciclo de vinte e oito dias, e isso também constitui o seu movimento
de respiração.

5 de setembro de 1948

POSFÁCIO

1947

Através desta obra apontei a solução do problema da saúde - fonte da felicidade do


homem - e mostrei a viabilidade da construção do mundo sem doença, pobreza e
conflito. Falei, também, sobre o Mundo Espiritual, onde se encontra a origem de
tudo, e expliquei o princípio de que a solução dos problemas naquele mundo é que
nos permitirá alcançar o objetivo proposto. Além disso, procurei evitar teorias,
conduzindo minha explanação com base na experiência e em exemplos reais.
Dessa forma, acredito que tenham compreendido as linhas gerais dos princípios
aqui expostos e obtido relativa tranqüilidade e esperança.
Como deve ter ficado claro no decorrer deste trabalho meu verdadeiro objetivo é
salvar o maior número possível dos dois bilhões de habitantes que constituem a
população da Terra os quais estão à mercê de perecimento nesta grande fase de
transição final entre a Era da Noite e o alvorecer da Era do Dia, isto é, a transição
entre o Mundo Velho e o Mundo Novo. Em relação a isso, creio que os leitores hão
de expressar sua plena aprovação. Além de promover a revolução da Medicina,
estou também cumprindo o papel de projetista do novo mundo que há de vir - o
Paraíso Terrestre, ideal da humanidade.
Nesse sentido, a tese que tenho pregado e executado é Ciência e não é Ciência; é
Religião e não é Religião. Na verdade, é também Ciência e Religião e, além disso,
está relacionada à Política, à Economia, à Educação, à Moral e à Arte. Eu profetizo
que está prestes a nascer uma nova cultura e que, da cultura da Noite, restará
apenas o que for útil, sendo extinto tudo que for desnecessário. A tese da
Federação Mundial de que se tem falado ultimamente parece ser um indício dessa
nova cultura. Pretendo anunciar, em futuro próximo, minha nova tese sobre o
processo de formação da cultura do Mundo Novo: Religião, Política, Economia,
Educação, Arte, etc. Evidentemente, todos esses aspectos da atividade humana,
da mesma forma que a Medicina, serão totalmente inéditos. A própria construção
do Paraíso Terrestre é um fato sem precedentes; portanto, será necessário
estabelecer idéias igualmente sem precedentes.
Cristo disse: "Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus". Sakyamuni
anunciou: "Após a extinção do Budismo surgirá o Mundo de Miroku". Essas
profecias referem-se ao novo mundo prestes a nascer, sendo que, agora, o mundo
inteiro está passando pelo sofrimento e pelas dores de parto.
1947

Вам также может понравиться