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ROCHAS IGNEO-BÁSICAS DAS BACIAS


SEDIMENTARES BRASILEIRAS COMO
POTENCIAIS...

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Ana Maria P. Mizusaki Antonio Thomaz Filho


Universidade Federal do Rio Grande do Sul Institudo de Geociências da USP
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IV Simpósio de Vulcanismo e Ambientes Associados
Foz do Iguaçu, PR – 08 a 11/04/2008.

ROCHAS IGNEO-BÁSICAS DAS BACIAS SEDIMENTARES BRASILEIRAS COMO


POTENCIAIS RESERVATÓRIOS DE HIDROCARBONETOS

Ana Maria Mizusaki1, Antonio Thomaz Filho2, Ari Roisenberg1


1
Instituto de Geociências, UFRGS,. Av. Bento Gonçalves 9500, - Campus do Vale. CEP
91509-900. Porto Alegre, RS. E-mail: ana.mizusaki@ufrgs.br; ari.roisenberg@ufrgs.br
2
Faculdade de Geologia, UERJ, Rua São Francisco Xavier 524/Bloco A/2030, Maracanã -
CEP 20550-900. Rio de Janeiro, RJ. E-mail: antoniothomaz@globo.com.

Resumo – Procurou-se mostrar, neste trabalho, a importância do conhecimento das rochas magmáticas das
bacias sedimentares brasileiras como potenciais rochas-reservatório de hidrocarbonetos. Em reservatórios dessa
natureza, os espaços porosos dominantes são atribuídos a processos de fraturamento da rocha, muitas vezes associado a
eventos tectônicos, assim como a microfraturas resultantes do resfriamento da lava. Na Bacia de Campos, as rochas
magmáticas básicas da Formação Cabiúnas, de idade neocomiana, até o presente considerada como o embasamento
econômico da bacia, são reservatórios de hidrocarbonetos dos campos de Badejo e Linguado.

Palavras-Chave: bacias sedimentares, rochas magmáticas, reservatórios, hidrocarbonetos

Abstract – The importance of knowledge and understanding the presence of magmatic rocks in sedimentary
basins specially in the hydrocarbon producers is here stressed. Initially these rocks were only considered as potential
heat source to the hydrocarbon generation process. But know these occurrences are considered as important
hydrocarbon reservoir rocks. The porosity system of these rocks is associated with fractures both tectonic and
associated with the cooling process of the lava. Secondary, vesicular and matrix porosity are also described. In
Campos Basin, a good example of magmatic rocks as reservoir rocks are in the Badejo and Linguado fields. The
magmatic rocks are associated with the neocomian Cabiunas Formation, considered the economic basement of the
basin.

Keywords: sedimentary basins, reservoir, hydrocarbon, magmatic rocks


IV Simpósio de Vulcanismo e Ambientes Associados

1. Introdução

O reconhecimento e o entendimento das rochas magmáticas que ocorrem nas bacias sedimentares como
portadoras de hidrocarbonetos têm sido discutidos nos últimos anos. Inúmeros exemplos têm sido observados sobre o
papel destas rochas nos processos de geração de hidrocarbonetos, normalmente induzida pela ação do calor trazido pelo
magma. Porém, menos ênfase tem sido dada ao comportamento dessas rochas como reservatórios de hidrocarbonetos.
Pesquisar essas ocorrências faz-se necessário, tendo em vista que um crescente número de descobertas mundiais de
petróleo tem sido observado onde as rochas magmáticas constituem os reservatórios de hidrocarbonetos.
A produção nos campos de óleo da Bacia de Liaohe (República Popular da China) ocorre em derrames de
basalto e apresenta boas vazões iniciais de óleo, em alguns casos superiores a 600 bbl/d (Chen et al., 1999). Na Bacia
de Neuquen na Argentina, Schiuma (1988) descreve a presença de óleo e gás em diabásios fraturados também com uma
excelente produção. Na Bacia do Tacutu, na Guiana, há registro da produção de óleo com depleção posterior em
basaltos fraturados (Pan, 1983). São conhecidos ainda reservatórios em traquitos pórfiros na China e em riolitos
fraturados no Japão (Gu et al., 2002).
No Brasil, bons exemplos são os campos de Badejo e Linguado da Bacia de Campos, onde há produção de
hidrocarbonetos em reservatórios de rochas magmáticas fraturadas. São derrames fraturados associados ao vulcanismo
Juro-Cretáceo que deu origem à Formação Cabiúnas. O preenchimento deste reservatório ocorreu a partir de um intenso
falhamento que colocou em contato lateral os geradores e os derrames básicos. Este tipo de reservatório foi um dos
objetivos principais no inicio da exploração da bacia, mas depois ficou em segundo plano em virtude do sucesso obtido
com outros prospectos (Eiras & Wanderley Filho, 2000).

2. Magmatismo nas bacias sedimentares brasileiras


Nas bacias sedimentares da margem continental brasileira, o processo de rifteamento que do
Neojurássico ao Eocretáceo deu origem ao Oceano Atlântico Sul, foi marcado por inúmeros eventos magmáticos,
especialmente registrados, nos altos que as separam e também no continente emerso adjacente. Esses eventos são bem
conhecidos nas áreas continentais emersas. No entanto, na área marginal submersa, o conhecimento depende da
disponibilidade e da análise de testemunhos de sondagens obtidas, em sua maioria, pela PETROBRAS quando da
prospecção de hidrocarbonetos (Mizusaki & Thomaz-Filho, 2004).

Fig. 1 Bacias sedimentares brasileiras (modif. Mizusaki & Thomaz-Filho, 2004).


IV Simpósio de Vulcanismo e Ambientes Associados

O magmatismo de caráter básico, ocorre sob a forma de diques, soleiras e derrames e concentrou-se tanto nas
bacias sedimentares intracontinentais como nas marginais. Nas bacias paleozóicas do Solimões, Amazonas, Paraná e
Parnaíba estas manifestações do Permo-Triássico tem grande expressão constituindo seqüências espessas de derrames e
soleiras associadas a diques. Nas bacias marginais, o magmatismo de caráter básico a transicional é de idade Juro-
Cretácea e associa-se à fragmentação continental entre a América do Sul e a África. É observado principalmente nas
bacias da porção marginal sul/sudeste (bacias do Espírito Santo, Campos, Santos e Pelotas).
Já o magmatismo de tendência alcalina (Neo-cretáceo a Terciário) normalmente ocorre sob forma mais
pontual, associando-se, a cones vulcânicos e, eventualmente, diques. É descrito em feições flexurais ao redor da Bacia
do Paraná, em pontos onde houve reativações tectônicas no Mesozóico.
O embasamento econômico das Bacias de Campos, Santos e Pelotas corresponde a um magmatismo Juro-
Cretáceo sob a forma de derrames de basalto e rochas vulcanoclásticas associadas. Este evento, na Bacia de Campos é
relativamente bem conhecido visto ser bastante testemunhado e também ser um reservatório de hidrocarbonetos (p. ex.
Campo de Badejo)

3. Rochas igneo-básicas – características como rochas-reservatório


Como reservatório entende-se a rocha que, possuindo uma combinação apropriada de valores de porosidade e
permeabilidade, possibilita a acumulação de hidrocarbonetos (óleo ou gás).
As rochas sedimentares são consideradas como reservatórios convencionais de hidrocarbonetos. No entanto,
rochas ígneas podem constituir um tipo especial de reservatório de hidrocarbonetos (P’an, 1983). Derrames de basalto
e soleiras de diabásio apresentam feições que permitem que sejam considerados como reservatórios secundários de
hidrocarbonetos. Porém, sua efetividade como reservatório irá depender da intensidade do fraturamento, das aberturas
das fraturas, do volume de vesículas e do grau de alteração associado ao microfraturamento.
Muitos dos reservatórios atualmente conhecidos em rochas ígneas resultaram de descobertas acidentais, uma
vez que a chance de encontrar hidrocarbonetos em rochas deste tipo sempre foi considerada remota.
Normalmente, as rochas ígneo-básicas constituem um reservatório em que predomina um intenso sistema de
fraturas interligadas, abrindo espaços vazios (porosidade) o que permite também boa permeabilidade ao reservatório.
Secundariamente, outras fontes de porosidade podem ser identificadas, como as vesiculares e a porosidade da matriz
alterada, desde que esses espaços vazios sejam intercomunicados e permitam o desenvolvimento de permeabilidade.

Fig. 2 – Detalhe mostrando intenso fraturamento em rochas igneo básicas (pedreira Concepa; Santo Antonio
(RS))
IV Simpósio de Vulcanismo e Ambientes Associados

Assim, o sistema poroso das rochas ígneo-básicas pode ser dividido em:
- porosidade por fraturamento (dependente do grau de fraturamento da rocha ; Chilingar, 1972);
- porosidade vesicular;
- porosidade da matriz.
A porosidade vesicular pode ser originada pela dissolução do material de preenchimento das vesículas. Como
essas feições concentram-se no topo e base dos derrames, a porosidade vesicular é típica desses intervalos.
Derrames com porosidade vesicular apresentam intenso microfraturamento. As microfraturas são originadas
por contração térmica durante o resfriamento das lavas e formam uma rede unindo vesículas, auxiliando na dissolução
do material de preenchimento e possibilitando a entrada de óleo.
As porções da rocha não afetadas por fraturas ou por dissolução são denominadas “matriz” nos estudos de
reservatórios de hidrocarbonetos. A matriz das rochas ígneo-básicas apresenta valores de porosidade muito baixos.

A microporosidade compreende os poros e gargantas com dimensões inferiores a 1 μm (Pittman, 1979).


Nessas rochas, os microporos ocorrem entre os minerais de argila resultantes tanto da alteração dos minerais primários,
como do vidro vulcânico, e também nos planos de clivagem dos feldspatos. Verifica-se que para rochas muito alteradas
há um incremento nos valores de porosidade.
Se, por um lado, as rochas vulcânicas com poros e fraturas bem desenvolvidos e conectados podem ser
reservatórios, por outro lado, quando maciças e impermeáveis podem servir como selantes.

4. Rochas igneo-básicas como reservatórios no Brasil

Na Bacia de Campos, as rochas igneo-básicas do Neocomiano são representadas por uma espessa sequência de
derrames basálticos intercalados com rochas vulcanoclásticas e sedimentares e constituem a Formação Cabiúnas.
A sequência vulcânica ocorre sob a forma de derrames de basalto, diabásios, rochas vulcanoclásticas e rochas
sedimentares. A Formação Cabiúnas constitui exemplo de reservatório em rochas magmáticas com produção de
hidrocarbonetos nos campos de Badejo e Linguado. A porosidade por fraturamento é dominante, embora porosidade
vesicular e porosidade de matriz também sejam observadas. A porosidade vesicular é tipica no topo e na base dos
derrames onde as vesículas estão concentradas e interconectadas por microfraturas que conferem permeabilidade a esta
zona. Observa-se ainda a dissolução do cimento calcífero, tanto nas fraturas, como nas vesículas, o que ocasiona o
alargamento dessas feições e contribui para o aumento dos valores iniciais de porosidade e de permeabilidade.
Já no Complexo Vulcânico Macau (Formação Macau, Neo-cretáceo a Terciário da Bacia Potiguar), composto
por rochas igeno-básicas (basaltos e diabásios) e rochas vulcanoclásticas, observa-se porosidade móldica e por
fraturamento nos basaltos. A porosidade móldica resulta da alteração dos minerais instáveis como olivina, piroxênios e
outros materiais. A porosidade por fraturamento está associada as fraturas subverticais cujas paredes estão recobertas
por minerais secundários. Mizusaki (1989) mostra que eles não constituem bons reservatórios. No entanto, as rochas
vulcanoclásticas, pela alteração dos grânulos de vidro podem ter porosidade móldica com valores de até 28%. Até o
momento, a Formação Macau não constituiu um reservatório efetivo e com produção.

5. Conclusões
O reconhecimento e o entendimento das rochas magmáticas que ocorrem nas bacias sedimentares portadoras
de hidrocarbonetos é de fundamental importância para a sua exploração e explotação. Inicialmente grande ênfase era
dada ao papel destas rochas nos processos de geração de hidrocarbonetos, normalmente induzidos pela ação do calor.
Porém, seu comportamento é extremamente importante pois há um crescente número de descobertas mundiais nas quais
as rochas magmáticas constituem reservatórios de hidrocarbonetos. Nas rochas igneo-básicas, o sistema permo-poroso
está associado às fraturas (porosidade por fraturamento) e secundariamente a vesículas e matriz (porosidade vesicular e
de matriz). A permeabilidade pode vir a desenvolver-se devido ao intenso microfraturamento resultante da contração
por resfriamento da lava.
No Brasil, o melhor exemplo de reservatório em rochas igneo-básicas é a Bacia de Campos. Nesta bacia, os
campos de Badejo e Linguado produzem em reservatórios de rochas magmáticas fraturadas. São derrames fraturados
associados ao vulcanismo Juro-Cretáceo que deu origem à Formação Cabiúnas. O preenchimento deste reservatório
ocorreu a partir de um intenso falhamento que colocou em contato lateral os geradores e os derrames básicos.

6. Referências
IV Simpósio de Vulcanismo e Ambientes Associados

CHEN, Z.; YAN, H.; LI, J.; ZHANG, G.; ZHANG, Z & LIU, B. Relationship between tertiary volcanic rocks and
hydrocarbon in the Liaohe Basin, People’s Republic of China. Am. Assoc. Petr. Geol., 83(6): 1004-1014, 1999.
CHILINGAR, G. et al. Oil and gas production from carbonate rocks. New York, Elsevier, 408 p., 1972.
EIRAS, J.F & WANDERLEY FILHO, J.R. Sistemas petrolíferos ígneo-sedimentares. In: Simpósio sobre vulcanismo e
ambiengtes associados, 3, Cabo Frio (RJ); SBG, 2006.
GU, L.: ZUOWEI, R.; WU, C.; ZHAO, M. & QIU, J. Hydrocarbon reservoirs in a trachyte porphyry intrusion in the
Eastern depression of the Liaohe basin, northeast China. Am. Assoc. Petr. Geol., 83(6): 1821-1832, 2002.
MIZUSAKI, A.M.P. Rochas ígneo-básicas do Neocomiano da Bacia de Campos – caracterização e comportamento
como reservatório de hidrocarbonetos. Rio de Janeiro, 1986, 104 p. Dissertação (Mestrado em Geociências)-Instituto de
Geociências, UFRJ.
MIZUSAKI, A.M.P. A Formação Macau na porção submersa da Bacia Potiguar. Bol. Geoc. Petr., 3(3):191-200, 1989.
MIZUSAKI, A.M.P. & THOMAZ-FILHO, A. O magmatismo pós-paleozóico no Brasil. In: Mantesso-Neto, V. et al.
(org.). Geologia do continente sul-americano: evolução da obra de Fernando Flávio Marques de Almeida, cap. XVII,
p.281-292, 2004.
P`AN, C. H. Petroleum in basement rocks. AAPG Bull., 66(10):1597-1643, 1983.
PITTMAN, E.D. Porosity, diagenesis and production capability of sndstone reservoir. In: SEPM, Special Publication,
26:159-175, 1979 (SEPM, Special Publication, 26).
SCHIUMA, M.F. Reservorios de hidrocarburos em rochas igneas fracturadas. BIP, p.33-45, 1988.

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