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Moralidade e Psicologia: os sentimentos e a consciência de injustiça social em Axel

Honneth

Stefanie de Almeida Macêdo


Universidade Estadual de Feira de Santana

Esta comunicação apresenta os resultados finais da pesquisa de investigação bibliográfica


intitulada “Moralidade e Psicologia: os sentimentos e a consciência de injustiça social em Axel
Honneth”. Seu objetivo é o de apresentar a investigação acerca dos mecanismos psicológicos e
sociológicos implicados na motivação da consciência de injustiça – conceito cunhado por
Barrington Moore do qual Honneth lança mão para discussão da questão moral nos grupos
socialmente oprimidos, bem como a sua relação com o sofrimento psíquico decorrente do
reconhecimento social denegado, expresso nas experiências de humilhação social. O estudo da
consciência de injustiça está inserido na área temática das “Políticas públicas, direitos sociais e
emancipação” e conecta-se com o Grupo de Trabalho “As Psicologias Sociais do Reconhecimento
e do Não Reconhecimento da Dignidade e de Direitos”, pois possibilita a compreensão da luta
por reconhecimento dos sujeitos e de um cenário sociopolítico de violação e defesa de direitos
sociais e humanos por meio de conceitos da Teoria Crítica da Sociedade. As principais obras de
Honneth estudadas nessa investigação foram os artigos “Consciência Moral e Dominação de
Classe: Alguns Problemas na Análise da Moralidade Oculta” (1995) e “Redistribuição como
Reconhecimento: Resposta a Nancy Fraser” (2006) e o livro “Luta por Reconhecimento: A
Gramática Moral dos Conflitos Sociais” (2003). A partir da reconstrução do materialismo
realizada por Jürgen Habermas, Axel Honneth desenvolve o estudo das problemáticas envolvidas
na moralidade e sua relação com conflitos socioestruturais do capitalismo, enfatizando a presença
dos mecanismos psicológicos no processo de dominação social e a possibilidade de uma
aprendizagem moral provocada por tais conflitos. Manifestada pelos sentimentos de injustiça, seja
em protestos coletivos ou na desaprovação moral silenciosa, as ideias morais das classes
oprimidas diferem-se das construções de consciência moral da classe dominante: são uma ética
social baseada em um complexo formado por padrões de condenação moral e fortalecido pelas
experiências de desrespeito sofridas historicamente, dessa forma, podem ser definidas enquanto
um complexo descoordenado de demandas por justiça. Através dessas demandas, que são
controladas (e até eliminadas) de forma simbólica pelo poder estatal, fica evidente a distribuição
desigual de chances de vida não só no campo material, mas também na esfera psicológica, já que
as experiências de privação de direitos e do rebaixamento do valor social do indivíduo infligem
sua dignidade. Essa distribuição assimétrica leva à violação do reconhecimento dos sujeitos e,
consequentemente, à destruição de uma autoimagem positiva decorrente de experiências de
desrespeito. Para a fundamentação do estudo da consciência de injustiça, a argumentação
honnethiana baseia-se em sociólogos que oferecem uma perspectiva psicológica dos mecanismos
de dominação, como George Rudé, Richard Sennett, Anthony Giddens e Pierre Bourdieu, a partir
de elaborações sobre a ideologia, a dignidade, a distribuição desigual de chances psicológicas e o
capital simbólico, respectivamente. Com a sua concepção de moralidade, fundamentada em um
caráter afetivo e histórico condicionado pela condição de classe, Honneth aproxima-se
diretamente da perspectiva desenvolvida por Max Horkheimer em “Materialismo e Moral”,
publicado em 1933. Além disso, a investigação social baseada na concepção de injustiça oferecida
por sua teoria do reconhecimento demonstra a adoção de um novo escopo normativo para a Teoria
Crítica da Sociedade, apresentando um caminho interpretativo a ser seguido por uma corrente que
se mantém em diálogo com as tendências teóricas e práticas do século XXI. Nesse sentido, a
compreensão dos processos psicológicos implicados na luta por reconhecimento e na expressão
de sentimentos de injustiça aponta para a possibilidade de uma moral prática promotora de
emancipação social.

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