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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Curso de Licenciatura em Música

Tropicália
O Tropicalismo ocorreu em um momento chave na história cultural brasileira. Ao lado
da renovação musical que os baianos e seus companheiros inauguraram, outras áreas
se encontravam em plena efervescência. A “geleia geral”, expressão do poeta Décio
Pignatari que virou título da canção-manifesto de Torquato Neto e Gilberto Gil,
apresentava-se na forma de um País cuja sociedade dividida e contraditória vivia no
limiar da modernidade (televisão, Jornal do Brasil), mas ainda presa à tradição
(bumba-meu-boi, mangueira, céu de anil). O Cinema Novo, o teatro e suas companhias
como Arena e Oficina, um intenso pensamento crítico nos jornais e revistas e uma
série de trabalhos revolucionários nas artes plásticas criavam as condições de
radicalidade estética do movimento.
Os trabalhos ligados ao Tropicalismo assumiram uma posição crítica frente à
participação da arte brasileira na linguagem urbana internacional. Ser tropicalista era
pensar e propor uma nova imagem do Brasil. Ao se apropriar de elementos
transgressores da arte mundial, da cultura de massas e da música pop, o intuito de seus
participantes era universalizar não só a música popular, mas toda a cultura brasileira.
O movimento trouxe a polêmica introdução da guitarra e do baixo elétrico nos arranjos
de suas canções, rompendo o tradicional formato acústico da música popular brasileira.
Suas influências internacionais foram desde os Beatles e seu álbum experimental Sgt.
Pepper’s Lonely Hearts Club Band até a guitarra de Jimi Hendrix e o canto de Janis
Joplin. Também foram de grande relevância dois extremos: a participação dos
maestros eruditos do grupo Música Nova, sobretudo do genial Rogério Duprat, e o
movimento pop da Jovem Guarda.

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Site de referência: www.tropicalia.com.br (Projeto de Ana de Oliveira)
Cronologia da Tropicália

Ano de 1967
Fevereiro
– Gilberto Gil passa uma temporada de dois meses em Recife e arredores, conhecendo
tanto a vanguarda local quanto a tradição – como a banda de pífaros de Caruaru. O
compositor traz da viagem influências diretas para suas idéias tropicalistas.
Abril
– Na mostra de artes visuais Nova Objetividade Brasileira, realizada no Museu de Arte
Moderna do Rio de Janeiro, o carioca Hélio Oiticica expõe seu grande penetrável,
batizado “Tropicália”.
Maio
– O filme Terra em Transe, do cineasta baiano Glauber Rocha, entra em cartaz.
– Gilberto Gil lança seu primeiro LP, Louvação. Apesar das músicas não trazerem
temáticas tropicalistas, as parcerias com José Carlos Capinan, Torquato Neto e
Caetano Veloso mostram que o movimento estava se organizando.
Junho
– O álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, é lançado na
Inglaterra.
Julho
– É lançado o disco Domingo, com Caetano Veloso e Gal Costa. Apesar de ressaltar
sua filiação à Bossa Nova, Caetano avisa no texto que escreveu para o disco que suas
idéias estavam tomando um outro rumo, mais radical.
Setembro
– A peça “O Rei da Vela”, escrita em 1933 pelo poeta modernista Oswald de Andrade,
é montada pelo diretor paulista José Celso Martinez Corrêa, e estreia no Teatro
Oficina, em São Paulo.
Outubro

– As canções “Alegria, alegria”, de Caetano Veloso, acompanhado dos Beat Boys, e


“Domingo no parque”, de Gilberto Gil, acompanhado de Os Mutantes, são
apresentadas pelos autores no III Festival de MPB da TV Record, de São Paulo. A
música de Caetano classifica-se em quarto lugar; a de Gil, em segundo. Está
inaugurado o Tropicalismo.
Novembro
– No dia 29, em Salvador, ocorre o “casamento-pop” de Caetano Veloso e Dedé
Gadelha; a cerimônia e a festa viram um happening com direito à capa da Revista O
Cruzeiro.
– O poeta concretista Augusto de Campos publica dois artigos em defesa do trabalho
dos tropicalistas, um no Correio da Manhã, outro em O Estado de São Paulo.
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Ano de 1968
Fevereiro
– Após uma noite de conversas com alguns cineastas em um bar de Ipanema, o
jornalista Nelson Motta publica no jornal Última Hora uma espécie de manifesto
tropicalista bem-humorado intitulado “A cruzada tropicalista”.
Março
– Lançamentos dos discos Caetano Veloso, com arranjos de Júlio Medaglia, Damiano
Cozzela e Sandino Hohagen, e Gilberto Gil, com arranjos de Rogério Duprat, ambos
pela gravadora Philips.
– Augusto de Campos publica ensaio sobre os dois discos recém-lançados, em O
Estado de São Paulo.
– Hélio Oiticica escreve o texto “Tropicália”.
Junho
– Lançamento do LP Os Mutantes, com arranjos de Rogério Duprat, pela Philips.
Julho
– Lançamento, pela Philips, do álbum coletivo Tropicália ou Panis et Circensis, com
Caetano, Gil, Gal, Mutantes, Tom Zé e Nara Leão, e arranjos de Duprat.
Agosto
– Hélio Oiticica e Rogério Duarte realizam dois eventos no Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro: a exposição-evento Apocalipopótese e o debate “Cultura e
Loucura”, ambos com a presença de Caetano Veloso.
– Augusto de Campos lança o importante livro Balanço da Bossa, em que reúne seus
artigos a favor dos tropicalistas.
Setembro
– Gil e Caetano concorrem no Festival Internacional da Canção, da TV Globo, do Rio.
“Questão de Ordem”, de Gil, com acompanhamento dos Beat Boys, não se classifica
para a fase final. “É proibido proibir”, de Caetano, acompanhado pelos Mutantes, é
desclassificada, após violento discurso improvisado por Caetano, em reação às vaias
da platéia.
Outubro
– Divino, maravilhoso, programa semanal dos tropicalistas, de caráter experimental,
estréia na TV Tupi de São Paulo, com direção de Fernando Faro. Será apresentado até
o final de dezembro.
Novembro
– “São São Paulo, meu amor”, de Tom Zé, cantada pelo próprio, vence o IV Festival de
MPB da TV Record. “Divino, maravilhoso”, de Caetano e Gil, com Gal, obtém a
terceira colocação, e 2001, de Tom Zé e Rita Lee, com os Mutantes, a quarta.
Dezembro
– É lançado Tom Zé, LP solo de estréia do artista, pelo selo Rozenblit.
– No dia 9 de dezembro, Hélio Oiticica e Torquato Neto embarcam rumo a Londres
para a exposição do primeiro na Whitechapel Gallery. Ambos permanecem por um ano
na Europa.
– No dia 13, o governo militar edita o Ato Institucional nº 5, que solapou os direitos
civis e suprimiu a liberdade de expressão artística. No dia 27, Gil e Caetano são presos
em São Paulo e levados para o quartel do Exército de Marechal Deodoro, no Rio.
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Ano de 1969
Fevereiro
– Caetano e Gil são soltos na Quarta-feira de Cinzas e seguem para Salvador. Lá, são
submetidos a um regime de confinamento até julho.
– É lançado Mutantes, segundo LP do grupo, com arranjos de Rogério Duprat, pela
Philips.
Março
– Lançamento de Gal Costa, primeiro LP individual da cantora pela Philips, com
direção musical de Duprat.
Abril e maio
– Caetano e Gil gravam em Salvador as vozes e os violões de seus novos discos, que
receberão arranjos de Rogério Duprat e terão gravações complementares
posteriormente, em São Paulo e Rio. Os discos serão lançados em agosto.
Julho
– Apresentação do show de despedida de Caetano e Gil, no Teatro Castro Alves, em
Salvador. Em seguida, eles partem para o exílio, na Europa. Vão a Lisboa e a Paris,
acabando por se fixarem em Londres.

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