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15/03/2019 A metástase

EDIÇÃO 150 | MARÇO_2019

anais da tragédia brasileira

A METÁSTASE
O assassinato de Marielle Franco e o avanço das milícias no Rio
ALLAN DE ABREU

“Agora é Bolsonaro, porra”, disse o aspirante a deputado Rodrigo Amorim na campanha de 2018, segurando a placa com o
nome de Marielle. Ao seu lado, o futuro governador Wilson Witzel FOTO_REPRODUÇÃO

N
o primeiro semestre de 2001, o professor Marcelo Baumann Burgos
reuniu 22 alunos do curso de ciências sociais da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro para um estudo
sociológico na favela Rio das Pedras, na Zona Oeste da cidade. Pesou na
escolha da comunidade, além de seu tamanho – 40 mil habitantes na
época e 80 mil hoje –, o fato de ser uma das poucas da capital fluminense
sem narcotraficantes. Isso facilitava o trabalho dos pesquisadores e era

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15/03/2019 A metástase

motivo de elogios da parte de Burgos – o professor chegou a definir Rio


das Pedras como “um oásis em meio à barbárie”.

“Em uma cidade marcada pelo recrudescimento da violência urbana, […]


morar em uma favela sem ter que conviver com a sombria presença de
traficantes torna-se, compreensivelmente, razão suficiente para aumentar
o apego do morador ao lugar”, escreveu o sociólogo no livro que trouxe o
resultado da pesquisa, A Utopia da Comunidade: Rio das Pedras, uma
Favela Carioca, publicado em 2002. Quando fizeram o trabalho, nem
Burgos nem seus alunos perceberam que aquela sensação de segurança
derivava do poder exercido no local por uma nova forma de organização
criminosa que surgia no Rio – os grupos paramilitares.

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