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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU

FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FACED


JORNALISMO

ANA LUÍZA FERREIRA VARGAS

AURÉLIO MIGUEL COSTA BARCELOS

EDUARDA YAMAGUCHI DE MORAES

JOÃO RICARDO CAMILO PINTO

LOISE BERGAMO FERNANDES MONTEIRO

SARA OLIVEIRA CAMELO COSTA MORAES

SEMINÁRIO: AS RAINHAS DO RÁDIO E O DESENVOLVIMENTO DA


INDÚSTRIA CULTURAL NO BRASIL

UBERLÂNDIA
2017
ANA LUÍZA FERREIRA VARGAS

AURÉLIO MIGUEL COSTA BARCELOS

EDUARDA YAMAGUCHI DE MORAES

JOÃO RICARDO CAMILO PINTO

LOISE BERGAMO FERNANDES MONTEIRO

SARA OLIVEIRA CAMELO COSTA MORAES

SEMINÁRIO: AS RAINHAS DO RÁDIO

Seminário desenvolvido como exigência parcial


para a aprovação na disciplina de História
Contemporânea dos Processos Comunicativos do
curso de Jornalismo da Universidade Federal de
Uberlândia.

UBERLÂNDIA
2017
A. CONTEXTO HISTÓRICO
A rádio se instala no Brasil em 1922, mas foi somente em 1923 que Edgar Roquette
Pinto inaugurou a primeira emissora de rádio, a Rádio Sociedade, marcada pela primeira
transmissão que era voltada principalmente para atividades não comerciais. Na década de 30
há a autorização da publicidade no rádio permitindo a ampliação da difusão o dinheiro
permitiu manter a programação no ar. Essa arrecadação com a publicidade no rádio veio à
fortalecer a economia do país.
Em 1936, no governo de Vargas e com o começo da consolidação da rádio, foi
incorporada a Rádio Nacional, oficialmente inaugurada 12 de setembro,a partir do patrimônio
estatal do Rio de Janeiro.
Nessa época, grande parte da população brasileira ainda era analfabeta, e como dito
por Roquette Pinto na inauguração da rádio“O rádio é o divertimento do pobre (...), e a
informação dos que não sabem ler”, sendo visto nas rádios uma grande mídia que traria para
quase todos os lares, informações sobre as últimas notícias que antes o jornal impresso não
propiciava a eles. A rádio trazia para muitas famílias conhecimento sobre temas culturais
além de vender produtos, lançar modas, e entreter os ouvintes com a voz de atrizes e atores
renomados da época.
Á partir desse momento, até meados da década de 40, o governo ditador de Getúlio
Vargas, começa a censurar grande parte da programação das rádios, por conta de ideologias
contrárias à do governo. Com o objetivo de aperfeiçoar e ampliar as atividades do
Departamento Nacional de Propaganda, o governo consolida a censura, com a criação do
órgão conhecido como DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) que tinha como função
primordial enaltecer os feitos positivos do governo, por meio de cartazes, notícias e imagens
que promoviam o patriotismo. Por outro lado, esse mesmo órgão era responsável pelas
censuras em todo tipo de material ou até mesmo manifestações artísticas que tinham como
objetivo criticar o governo vigente da época. O DIP tornou-se um órgão coercitivo,
manipulador que proibia toda forma de expressão que feria as ideologias ditatórias.
No final dos anos 50 e no início dos anos 60, a rádio estava se consolidando com meio
de comunicação de massa, como um personagem de grande importância na formação de
hábitos e costumes da população brasileira.
Entretanto, a partir dos anos 60, a chegada da televisão fez com que iniciasse a
decadência do rádio, vendo na mídia televisiva uma nova maneira de trazer a informação a
partir da imagem e do som, diferentemente do rádio que trabalhava apenas um sentido, o da
audição.
Todo esse processo de industrialização do Brasil gerou novos espaços de destinados ao
lazer e a cultura das classes em progresso, gerando assim muitos produtos importantes para a
bagagem cultural do país. Também ali estava a indústria de novas ideias e sons, com a
capacidade de saciar a fome de sucesso da demanda do mercado novo exigente que estava se
estalando.

B. A INDÚSTRIA CULTURAL NO BRASIL


A partir de estudos realizados pela escola de Frankfutrt a respeito do estado da arte na
década de 40 obtivemos o conceito de Indústria Cultural. Segundo os filósofos envolvidos em
tal estudo, a arte deixou de ser aquele produto autêntico e exclusivo, passando a ser um
produto fabricado em larga escala, deixando de ocupar aqueles lugares dedicados
exclusivamente à sua contemplação passando a ocupar os lugares comuns da sociedade. Ela
se popularizou.
O desenvolvimento da Indústria Cultural no Brasil ocorreu paralelamente ao
surgimento do rádio e teve seu início de 1920 até 1935 como algo não econômico, com sua
programação voltada para atividades não comerciais tendo em suas transmissões recitais de
poemas, música erudita, óperas e palestras cientifica. Nesse início, as emissoras não tinham
grandes investimentos, sendo poucas e com precariedade desde os equipamentos até na hora
das transmissões que possuíam problemas por não haver muitos aparelhos receptores.
Após esse momento da rádio que não possuía fins lucrativos, foi criada uma lei que
permitia a publicidade no rádio e essa foi inserida nas transmissões como um meio de garantir
maiores receitas. Por ter alto custo, os programas se restringiram as áreas de produção tendo
como o Rio de Janeiro um dos grandes polos do rádio. E esse dinheiro que começou a ser
recebido pelas publicidades foi o que manteve a programação no ar. Tornou-se um dos
principais meios de lazer da população tendo em sua programação radionovelas, programas
musicais e de auditório. O rádio foi tomando forma e se tornou um veículo de propagação da
cultura popular brasileira.
Há um fator que pode ser apontado em relação à indústria cultural. É a questão da
influência que os estereótipos possuem sobre os consumidores e a formação de caráter que
muitas vezes eles vêm a produzir, além dos impactos causados pela reprodução de tais. O
termo "estereótipo" pode ser definido como algo reproduzido e, por conseguinte, onde não
fertiliza a criatividade ou a inovação, dificultando sobremaneira outras formas de pensar ou
observar a realidade. Sendo assim, até que ponto a indústria cultural que é a responsável por
grande parte dos estereótipos existentes ajuda na formação social de um indivíduo, sem
atrapalhar o convívio de um determinado grupo com uma diversidade grande culturas e
costumes, como é o Brasil.
Na década de 40, por conta de toda a novidade que era o rádio e as outras mídias no
Brasil, as pessoas se sentiam instigadas a consumir todos os produtos da Indústria Cultural
que consequentemente as levava a se sentir no mesmo universo dos artistas que viam e
ouviam seja na televisão ou no rádio. Essa é uma das principais consequências causadas por
ela, ela fortalece o fetiche da mercadoria presente em cada consumidor.

C. O CONCURSO
O Rainha do Rádio foi um concurso criado pela Associação Brasileira de Rádio com o
objetivo de arrecadar recursos para criação de um hospital da época. Nessa premiação,
competiam grandes cantoras que disputavam o título através da venda de cédulas de votação
que estavam inseridas no interior da Revista do Rádio, patrocinadora do evento. Assim, a
competição, que teve início em 1937, no Rio de Janeiro, influenciava cada vez mais os
brasileiros a consumirem essa cultura, pautada pelo florescimento da Indústria Cultural no
país, que instigava a produção para massa.
As vencedoras do programa recebiam, além do título, joias, viagens, carros, entre
outros prêmios extremamente cobiçados por aquelas que sonhavam em se tornar grandes
cantoras do cenário musical brasileiro. Esse desejo instaurou-se na maioria das mulheres da
época devido a essa industrialização em desenvolvimento, já que se deparavam com
propagandas e filmes, produzidos por essa Indústria, que incentivavam o consumismo.
Dessa forma, o concurso garantiu o sucesso de inúmeras participantes, que
destacaram-se como verdadeiras “divas”, mulheres que serviam de inspiração e ambição para
as brasileiras.

D. AS RAINHAS DO RÁDIO

LINDA E DIRCINHA BATISTA- 1937 e 1949


A primeira eleita ao trono de rainha do rádio foi Linda Batista, que recebeu a
coroa pela primeira vez em 1937, momento de plena ascensão do rádio, por meio de eleições
em um colégio eleitoral formado por diretores e representantes de emissoras presentes em um
baile pré-carnavalesco, reinando por doze anos.
Seu nome ficou conhecido após Linda ter que substituir as pressas sua irmã,
também cantora, em um programa de rádio, na Rádio Cajuti, e logo alcançou o sucesso, já que
em menos de um ano já havia sido contratada pela Rádio Nacional. Dentro desta indústria,
participou de um filme e fez uma excursão de seis meses pelo nordeste, a qual teve grande
repercussão.
A sua irmã, Dircinha Batista, a que Linda substituiu, foi justamente a sucessora
do título de Rainha do Rádio, em 1947. Com a coroa ainda em família, a eleição organizada
pela Associação Brasileira de Rádio já tinha o objetivo de adquirir fundos para a construção d
hospital. Iniciou sua carreira jovem ao lado do pai, e sempre atraiu grande audiência. Mesmo
antes de alcançar o título, já havia emplacado vários sucessos e participado de várias
produções cinematográficas.
Linda e Dircinha cresceram na era de ascendência do rádio e do inicio da
produção cultural. Ainda jovens, chamaram a atenção do então presidente Getúlio Vargas, que
as elevou a condição de “patrimônio nacional”. O eixo Rio-São Paulo, eram as capitais dessas
produções, isto porque o Rio de Janeiro ainda era a capital federal. Outra questão importante,
que tornou favorável às irmãs foi o período após 1932, em que, por meio de uma mudança da
legislação, tornou-se permitido a publicidade no rádio, iniciando seu desenvolvimento no
Brasil, até então alcance de poucos. O país possibilitou o incremento da Indústria Cultural,
enquanto caminha rumo ao capitalismo, fator que consolidaria-se na Ditadura Militar.

MARLENE- 1950

DALVA DE OLIVEIRA- 1951


Dalva de Oliveira fez sucesso nos anos 30, 40 e 50. Com uma extensão vocal que ia do
contralto ao soprano, recebeu o apelido de “Rouxinol do Brasil”. Fez-se cantora por vocação,
e quase nunca feliz por desígnio. Juntou-se a dupla Preta e Branca, para depois formar o
célebre Trio de Ouro, logo sintonizado por Villa-Lobos que, pelos quatro cantos, espalhava
que ali estava a maior cantora do Brasil. Entre o trio estava Herivelto Martins, um dos
maiores compositores brasileiros de todo os tempos, com quem Dalva se casou e teve dois
filhos.
Em 1951 foi eleita a Rainha do rádio e praticamente não se ouvia outra voz nas
paradas de sucesso, apesar das estrelíssimas Linda e Dircinha Baptista e do surgimento de
Emilinha Borba e Marlene.
Dalva atingia um grau de empatia expressivo com o público, tornando-se porta-voz
dos que ficaram “à margem da vida”. Por esse caráter, a cantora era monitorada pela imprensa
que acompanhava suas ações, que muitas vezes transparecia o vício na bebida, assim como
em suas canções. A Indústria Cultural, que se configura no sucesso de cantoras como Dalva,
apresenta-se como fiscalizadora, para que os artistas se ajustem nos moldes de produção
artista pautado pelo capitalismo, reprimindo, muitas vezes, a expressão e interpretação pessoal
de canções únicas.
MARY GONÇALVES- 1952
A cantora e atriz Mary Gonçalves, batizada Nice Figueiredo Rocha em Santos, no
litoral paulista, conquistou o décimo e penúltimo título de Rainha do Rádio, com 744.826
votos. Com o sucesso em ascensão, a santista assinou contrato com a gravadora Sinter, na
qual lançou inúmeros discos e canções, além de aparecer na capa de incontáveis revistas,
atingindo o sucesso mundial.
Com início no cinema, Mary atuou em filmes como Gente Honesta, Fantasma por
acaso e Asas do Brasil, mas garantiu sua fama na música, ao perceber que a Era de Ouro do
Rádio no pais consolidava-se mais efetivamente do que a indústria cinematográfica, naquele
momento.
No ano em que foi coroada Rainha, Mary uniu-se a Bill Farr, cantor atuante da Rádio
Nacional, com o objetivo de alavancar a carreira dos músicos, lançando seu romance na
mídia. Vendendo a imagem desse falso amor, Mary e Bill instauraram-se em inúmeras
revistas, influenciando a Indústria Cultural crescente no país, ao configurar a produção em
massa que visa do lucro, mesmo que envolva farsas. Entretanto, o enredo teve fim dois anos
depois, quando Farr cansou-se das mentiras, enfraquecendo Mary em frente às câmeras e
encerrando sua discografia na Sinter.

EMILINHA BORBA- 1953


ÂNGELA MARIA- 1954
A cantora e atriz brasileira, considerada um dos maiores nomes da música nacional e
uma das artistas que se encontra há mais tempo em atividade, foi batizada como Abelim
Maria da Cunha, mas adotou o nome de Ângela Maria para não ser identificada pela família,
que se soubesse, não a deixaria mais sair de casa. Sua interpretação era considerada belíssima,
sempre tirava nota máxima e ganhava todos os concursos.. Em 1951, a família já sabendo de
tudo, mesmo que a contragosto e após muitas brigas, aceitaram a vontade da filha e Ângela
gravou seu primeiro disco. Veio assim os sucessos que a consagraram, sendo eleita a Rainha
do rádio em 1954.
Com grande sucesso no Brasil, passou a viajar o mundo com canções belíssimas
entonadas por sua voz muito harmônica. Além de cantora, fez cursos de teatro, e atuou
em cinema, como a maioria das demais Rainhas, que, influenciadas pela mídia, buscavam
inovar-se no cenário artístico da Indústria Cultural. Ângela consagrou-se como uma das
grandes intérpretes do gênero samba-canção (surgido na década de 1930).

VERA LÚCIA- 1955


Nascida em Viseu, Portugal, Ermelinda, mais conhecida como Vera Lúcia iniciou sua
carreira artística no Brasil em 1951, quando lançou um samba de autoria de João de Barro e
Alberto Ribeiro intitulado “Copacabana” e o baião “Veio Amô“, do compositor Humberto
Teixeira. Assim, gravou diversos compositores brasileiros e conquistou a empatia do público,
sendo responsável pela gravação de clássicos da MPB.
Foi eleita como Rainha do Rádio, em 1955, por influência do gaúcho Manoel
Barcelos, presidente da Associação Brasileira de Rádio e apresentador na Rádio Nacional, que
desejava homenagear a também portuguesa, Carmen Miranda, por meio de outra cantora
nascida em Portugal. Dessa maneira, Vera conquistou o título com a autoridade do radialista
nas mídias, tendo sua coroa entregue pela ilustre homenageada.
Através da produção cultural massiva, decorrente da industrialização no meio artístico,
cantoras como Vera Lúcia tiveram seus sucessos interpretados mundialmente, devido a
intensa divulgação de músicas e de personalidades marcantes. Por meio disso, sua fama
alcançou toda a Ámerica do Sul e alguns países europeus.

DÓRIS MONTEIRO- 1956


Adelina Dóris Monteiro, ou apenas Dóris Monteiro, como era seu nome artístico, foi
eleita Rainha do Rádio, em 1956. Revelada anos antes na Rádio Nacional, no Rio de Janeiro,
cidade em que nasceu, passou pela Rádio Tupi, Guanabara e pela boate do famoso hotel
Copacabana Palace.
Além desse título, foi também considerada Rainha dos Cadetes, em 1952. Nesta época,
a televisão já ia se tornando um veículo de massa, e Dóris instaurou-se como uma das estrelas
da TV Tupi, na qual apresentou um programa em 1955.Ainda no meio televiso, Dóris ganhou
inúmeros prêmios por suas atuações como atriz, valendo-se dessa plataforma para incentivar a
carreira em ascendência pelas produções de massa.

JULIE JOY- 1958


Nascida no Rio de Janeiro, Beatriz da Silva Araújo, configurou-se no cenário musical
brasileiro como Julie Joy, além de ter trabalhado também em filmes e se apresentado na TV
Tupi, em 1958. Nesse mesmo ano, Joy foi coroada a última Rainha do Rádio, com 319.430
votos.
A carioca ganhou notoriedade no país ao interpretar canções em inglês, passando a
fazer parte da Rádio Nacional, em que cantava sucessos internacionais. Esse fator pode ser
entendido como o início de uma Industria Cultural voltada para o âmbito da música, no qual
gravava-se composições destinadas às massas e passava a se divulgar excessivamente para
que alcançasse grandes públicos, em nível mundial.
Por outro lado, Julie gravou diversos discos em gravadoras brasileiras que continha
músicas em português e acompanhava os ritmos de sucesso da época, como o xote e o samba.

E. REFERÊNCIAS

Disponível em:
<https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/118959/facchini_lda_tcc_arafcl.pdf?seq
uence=1&isAllowed=y> Acessado em: 16/07/2017
Disponível em: <https://www.letras.com.br/biografia/mary-goncalves> Acessado em:
16/07/2017
Disponível em: <http://brazilianpop1957-1964.blogspot.com.br/2012/04/mary-
goncalves_07.html> Acessado em: 16/07/2017
Disponível em: < https://www.letras.com.br/biografia/angela-maria> Acessado em:
16/07/2017
Disponível em: <http://www.radioemrevista.com/vera-lucia-rainha-em-1955/> Acessado em:
16/07/2017
Disponível em: < https://www.letras.com.br/biografia/doris-monteiro> Acessado em:
16/07/2017
Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/biografias/4784042> Acessado em:
16/07/2017

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