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RESTAURARAM
A IGREJA BÍBLICA?
William R. McGrath
CEAP
Por acaso os reformadores restauraram uma igreja bíblica?
Os reformadores promoveram a liberdade de religião?
Nota: Esclarecemos que quando usamos a expressão "Igreja"
(com a letra "I" maiúscula) nesta obra, nos referimos a Igreja
institucional, ou seja, nos referimos aos impressionantes (aos
olhos humanos) corpos de cristãos professos. Até que ponto a
Igreja institucional coincide com a pura e indefesa "igreja"
(com a letra "i" minúscula), isso nós deixaremos nas mãos de
Jesus.
Por último, mas, não para ser passado por alto, estava a
posição econômica e social da Igreja na sociedade medieval:
a Igreja era dona de mais de um terço de todos os bens
naturais na Europa e cobrava um tributo anual obrigatório de
cada pessoa, quer fosse uma pessoa de posição ou não,
processando assim, para Roma, enormes somas de dinheiro
de todos os países. As homenagens políticas e os impostos
eram exigidos dos reis e dos príncipes sob a ameaça de
excomunhão e de revolução, sendo que a Igreja mantinha as
suas forças militares bem armadas e inclusive contratava
exércitos para fazer cumprir as suas decisões. A Igreja dirigia
"cruzadas" contra os governantes desobedientes, "os hereges"
e contra os países pagãos que pareciam maduros para a
conquista e o saque. A Igreja era um super estado que tinha
em seu poder, tanto os grandes como os insignificantes
governantes da Europa.
Isto não quer dizer que eles rejeitaram a Paulo, mas que eles
simplesmente tiveram por Senhor a Cristo que vivia neles, em
lugar de tirar a doutrina de Paulo da justificação fora de seu
contexto do Novo Testamento e inventar (como os
protestantes) uma doutrina não bíblica da salvação da graça
barata baseada na frase sola fide ("só crê"). O próprio Paulo
disse: "Cristo em vós, esperança da glória" (Colossenses 1:27),
isto é, Cristo não só é contado por nossa justiça, mas que a
sua justiça também se cumpre em nós (veja Romanos 8:4;
13:10).
Além disso, Paulo disse: "Sede meus imitadores, como também
eu de Cristo" (1ª Coríntios 11:1). Outro grande estudioso,
Hoffmann, disse: As raízes dos reformadores estão
fundamentalmente em São Paulo, enquanto que os batistas
preferiram o ensino de Jesus, com seus imperativos éticos e
suas esperanças escatológicas (...) Neste aspecto realmente os
batistas se aproximaram mais ao cristianismo bíblico do que
os reformadores, ainda queos reformadores também
converteram o cristianismo bíblico em seu objetivo.[20] Hall,
ao comparar o anabatismo e o protestantismo em sua History
of Ethics Within Organized Christianity ("A história da ética
dentro do cristianismo organizado"), faz o seguinte
comentário sagaz:
CONCLUSÕES
Depois de ter analisado os antecedentes do movimento
protestante em cada um dos oito abusos flagrantes do
catolicismo e depois de ter observado como os reformadores
famosos não fizeram uma verdadeira reforma, nós poderíamos
analisar também os resultados políticos e sociais do
movimento. Já destacamos o fato de que o movimento
protestante não foi somente um movimento religioso, mas
também uma agitação política de longo alcance do
nacionalismo. Depois dos ensinos dos reformadores e seus
partidários, por toda a Europa se propagou uma onda de
decadência moral, perseguições, revoluções e "guerras
religiosas". Uma nação se levantou contra a outra, irmão
contra irmão e os grandes exércitos de rapina cruzaram-se no
mapa da Europa, onde a agitação política, o saque e a
brutalidade se transformaram na ordem do dia.
2. A PROCLAMAÇÃO DA AUTORIDADE
Os anabatistas acreditavam que as boas novas da Grande
Comissão eram para proclamar a salvação e o senhorio de
Cristo à todos os homens. Eles consideravam sua mensagem
aplicável à todos os homens sem excetuar os membros de
outras denominações, nem aos magistrados governantes (que
eram chamados à arrepender-se, a depor o seu poder mundano
e a seguir somente à Cristo). Os anabatistas entendiam que
esta Grande Comissão unia a cada crente no sacerdócio de
todos os crentes e viam como o principal propósito da igreja, o
de ser uma comunidade missionária, que devia nutrir e
disciplinar as pessoas, e que fosse por todo o mundo,
declarando o poder do Cordeiro para libertar, conquistar e
julgar as almas. Ao contrário, os protestantes aceitavam a
Igreja territorial das massas, obediente a religião do seu
próprio governante e aos sacerdotes e pastores nomeados pela
Igreja do estado.
3. A APLICAÇÃO DA AUTORIDADE
Os anabatistas acreditavam no estabelecimento livre e na
proteção de uma igreja disciplinada, composta somente de
discípulos nascidos de novo, unidos num compromisso
voluntário e espontâneo em guardar as normas e disciplinas
do Novo Testamento como se interpretava e se aplicava por e
através da irmandade. Os protestantes rejeitavam uma igreja
disciplinada de discípulos voluntários e defendiam uma Igreja
das massas, composta de pessoas batizadas como crianças.
Calvino impôs certa disciplina na Igreja por meio da exposição
pública dos erros, dos açoites, das mutilações e da forca pelas
transgressões (tais como o jogo e o juramento).
4. O CONFLITO DA AUTORIDADE
Os anabatistas acreditavam que o verdadeiro cristão não
poderia fazer uso da força e nem exercer um oficio no reino da
justiça mundana, pois ele é um profeta de Deus, levando o
testemunho da cruz de Cristo, que sempre padece oposição por
não poder permanecer calado, indiferente ou tolerante diante
da presença do mal e permanece como um obstáculo diante do
pecado. O verdadeiro cristão é um testemunho radiante contra
toda autoridade humana que requer a absoluta lealdade que
os homens só podem dar corretamente à Cristo, o Senhor.
Portanto, o verdadeiro discípulo de Cristo é sempre visto como
uma ameaça para a segurança humana, para o compromisso e
para a falsa paz e sempre terá que sofrer inimizade, rejeição e
reprovação por parte do mundo.
—William R. McGrath
[1] A revista Liberty ("Liberdade"), Tomo 50, Nº 02; p. 28
(resumo por J. M. Dawson).
[2] Bonhoeffer, Dietrich: The cost of Discipleship (" O custo do
discipulado"), pp. 37 - 38, 47.
[3] The Complete Works of Menno Simons ("Obras completas
de Menno Simons"), p. 283.
[4] The Complete Works of Menno Simons ("Obras completas
de Menno Simons"), p. 251.
[5] Great Voices of the Reformation ("Grandes Vozes da
Reforma") , p. 533.
[6] Hallam, Literature of Europe ("A literatura da Europa")
Tomo I, p. 372
[7] Stoddard, J.L. Rebuilding a Lost Faith ("Reedificando uma
fé perdida"), pp. 97-98
[8] Enciclopédia Britânica (1935), Tomo 23, p.15.
[9] Tulga, C. E. , The New Testament Doctrine of the Church ("A
doutrina neotestamentária da igreja"), da introdução.
[10] Pfister, Óscar : Christianity and Fear ("O cristianismo e o
temor"), pp. 418-419, 427-428
[11] The Complete Works of Menno Simons ("Obras completas
de Meno Simons") , 147a/I, 196a
[12] Grimm, Harold J., The Reformation Era (" A época da
Reforma ") , p. 139.
[13] Martinho Lutero, Werke, edição de Erlangen, Tomo 24, p.
294; Tomo 15, p.276.
[14] Martinho Lutero, Werke, edição de Erlangen, Tomo 59, p.
284. [15] Enciclopédia Britânica, Tomo 23, p. 11.
[16] Weaver, Rufus W., The Revolt Against God ("A revolta
contra Deus"), p. 155.
[17] Martinho Lutero, Werke, edição de Weimar, Tomo 30, p. 1,
passim. [18] O autor deste artigo fez uso de letras em itálico
nas citações. [19] Bainton, Roland H., citado em Church
History ("A história da igreja"), junho, 1955; p.150.
[20] Hoffmann, citado por Pfíster em, Christianity and Fear ("O
cristianismo eo temor") , p. 468.
[21] Hall, History of Ethics Within Organized Christianity ("A
história da ética dentro do cristianismo organizado") , p. 505.
[22] Dawson, Joseph M., Liberty ("Liberdade"), p. 28.
[23] Dawson, Joseph M., Liberty ("Liberdade"), p. 28.
[24] De acordo com o que escreveu o professor Gerhard
Rempel num resumo de cinco páginas sobre a Guerra dos
Trinta Anos, elaborado no dia 10 de setembro de 2002,
tomado de:
[25] Newman, A.H., A Manual of Church History ( "Um
manual da história da igreja ") , Tomo II. p. 411. [26] Aberly,
An Outline of Missions (" Um esboço das missões"), pp.47-48.
Todos os textos bíblicos citados neste livro fazem parte de: A
Bíblia Sagrada - Tradução de João Ferreira de Almeida, (ACF)
Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil —1994,1995