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o desenho do sorriso
A supervalorização da imagem é uma das características mais significativas do
mundo contemporâneo. As pessoas reconhecem sua importância e seu poder
Bráulio Paolucci
buscando obter através dela o bem-estar pessoal, o sucesso profissional e a
aceitação social. E cada vez mais se submetem a procedimentos em todas as
e colaboradores
áreas da Medicina e da Estética para melhorar sua aparência. Nesse sentido,
tem-se percebido a grande procura dos pacientes por tratamentos odontológicos
que reestabeleçam a beleza do sorriso. Tais procedimentos têm grande poder na
percepção da imagem pessoal, influenciando diretamente o senso de identidade,
autoestima e qualidade de vida.
O Visagismo, a arte de customizar a imagem pessoal, desenvolvido pelo artista plástico Philip
Hallawell, tem como objetivo a busca por soluções que expressem visualmente características positivas
de uma personalidade. Para isso, faz uso consciente dos elementos de linguagem visual artística como
linhas, formas e cores. Essas técnicas estão acessíveis por meio de uma consultoria que tem como
A arte de personalizar
o desenho do sorriso
finalidade oferecer ao profissional uma melhor compreensão do paciente, com suas particularidades,
desejos e necessidades pessoais, para só então propor uma solução corretiva.
Visagismo
Dessa forma, pretendemos, através dessa obra, levar ao profissional da área uma nova
abordagem da Odontologia, buscando soluções personalizadas a seus pacientes através de um desenho
de sorriso que traduza visualmente suas principais qualidades.
Visagismo
Certamente, alinhado com uma das mais fortes tendências mundiais, a da personalização de
produtos e serviços, esse Livro acenderá o debate acerca dos impactos psicocomportamentais das
intervenções odontológicas e buscará colaborar na construção de uma Odontologia mais humanizada.
Bráulio Paolucci
Bráulio Paolucci
Volume 1
e colaboradores
Volume 1
Bráulio Paolucci e colaboradores
Visagismo
A arte de personalizar o desenho do sorriso
2011
Título: Visagismo – a arte de personalizar o desenho do sorriso
ISBN: 978-85-64761-02-5
Todos os direitos reservados à VM Cultural Ltda., editora proprietária. Nenhuma parte da presente publicação pode
ser reproduzida, armazenada ou transmitida por quaisquer que sejam os meios – mecânico, fotocópia, eletrônico –
sem a prévia permissão da Editora.
As imagens contidas nesta obra são naturais, sem retoque. E o texto está de acordo com o Novo Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa.
(brauliopaolucci@yahoo.com.br - www.brauliopaolucci.com.br).
Marcelo Calamita
Especialista, mestre e doutor em
Prótese Dentária - Universidade de
São Paulo; Presidente da Academia
Brasileira de Odontologia Estética
(mcalamita@uol.com.br).
Philip Hallawell
Philip Hallawell nasceu em São Paulo em 1951
e teve sua formação na Inglaterra, e Haverford
College, EUA. Artista plástico de renome interna-
cional, com mais de 50 exposições. Apresentou
e criou a Oficina de Desenho no programa Re-
vistinha e a série À Mão Livre - A Linguagem do
Desenho - TV Cultura. Autor dos livros da série
À Mão Livre, Visagismo: Harmonia e Estética e
Visagismo Integrado: Identidade, Estilo e Beleza
(philson@terra.com.br).
entos
A Marcelo Calamita, meu editor, que esteve engajado a
tornar a linguagem desse livro adequada aos moldes cien-
tíficos e compreensível aos leitores.
Aos competentes Josias Santana, Lívio Yoshinaga, Mar-
cela Barros e Edson Inácio, responsáveis pela qualidade
das imagens apresentadas.
À amiga Christiane Sauer, que participou ativamente da
elaboração da aplicabilidade do Visagismo na Odontologia,
orientando acerca dos aspectos psicológicos envolvidos
e apontando erros e acertos, trabalho esse fundamental
para realização deste Livro.
À doutora Iraci Galias, membro fundadora da Socieda-
de Brasileira de Psicologia Analítica (SBPA), pela valorosa
colaboração e orientação.
Aos queridos amigos e “companheiros de estrada”,
Lígia Lima, Heloísa Lima, Graça Guimarães, José Fontes
Neto e Roberto Caproni. Seu entusiasmo e incentivo foram
fundamentais para a conclusão desse trabalho.
Marcelo Calamita
Editor Científico
Visagismo,
beleza e estética
Bráulio Paolucci
Desde seus primeiros passos sobre a superfície da terra
o ser humano sente o belo. Isso certamente o orientou em
suas escolhas, desenvolvimento do pensamento, linguagem
e artes influenciando profundamente o caminho tomado pela
humanidade. Mas o que pode ser considerado belo? Ou além:
o que é beleza? A essas perguntas todos nós sabemos res-
ponder, mas não exatamente com palavras. Caracterizar o
belo como sentimento fica mais plausível para a maioria dos
seres humanos. O belo seria algo do qual temos certeza ab-
soluta, algo que nos arrebata, que deixa-nos boquiabertos,
gera admiração, desejo e atração; no entanto, essas são sen-
sações que descrevemos ao nos depararmos com algo de
genuína beleza. Já a tradução disso em palavras ou em um
conceito não é tão simples.
A beleza é produto da percepção humana através de seus
vários sentidos (visual, olfativo, tátil, auditivo e gustativo). Pode
ser percebida de maneira emocional ou racional. Ao nos de-
Fotos: istockphotos.com
Toscana, Itália.
Davi, Michelângelo
(à esquerda) e o humano. Este livro se aterá à “beleza humana”, especialmen-
homem vitruviano,
te aquela relacionada à face e ao sorriso.
Leonardo da Vinci (à direita).
Por milênios, artistas, filósofos, biólogos, antropólogos,
neurocientistas e outros profissionais procuraram descre-
ver o que seria o padrão de beleza, segundo suas convic-
ções. Porém, cada linha de raciocínio tem sua visão ou con-
ceito acerca desse problema. Atualmente pode-se dividir a
conceituação da beleza em duas principais vertentes: o con-
ceito clássico de beleza e o conceito cultural do belo1. Esta Vinci foi um dos grandes estudiosos do conceito e o aplicou
obra se fundamenta ao conceito clássico do belo, por ser em muitas de suas obras como numa de suas principais, o
este de caráter universal e ainda por considerar que às rea- homem vitruviano. Michelângelo também o utilizou para criar
bilitações orais estéticas não cabem modismos e diferenças uma de suas obras primas, Davi, que até hoje é tido como uma
culturais como orientação, pois nesses casos, o que é belo das principais manifestações da beleza masculina.
hoje pode não ser considerado amanhã e não é de bom- Nos tempos modernos a biologia tem contribuído para a
senso ficar trocando trabalhos odontológicos de tempos compreensão dos motivos naturais para a beleza. A razão
em tempos para estar de acordo com padrões fugazes. da existência de um padrão de beleza universal estaria na
O conceito clássico de beleza tem sua origem na Grécia an- própria evolução da espécie. O que é belo atrai o sexo opos-
tiga, a partir de debates filosóficos e considerações matemáti- to e propicia a perpetuação da espécie.
cas. Para Platão, beleza é medida, simetria e virtude em todo Charles Darwin3 (abaixo), o “pai” da teoria da evolução,
mundo. Segundo ele, essa mistura raramente é encontrada era fascinado por rostos. Estudou centenas de faces hu-
no ser humano, de tal forma que esse deve “buscá-la e louvá-la” manas de todas as partes do mundo. Ele acreditava que Platão
pois “a feiúra e a discórdia são aliados das palavras e da natu- as expressões, da mesma forma que muitos outros com-
reza doentes” (Platão, A República, Livro III)2. Santo Agostinho portamentos atuais, refletem padrões primitivos fixados
considerava beleza como um atributo divino, como a bondade em nossos cérebros e rostos. A teoria da beleza que se
e a verdade. Já James Joyce acreditava que o belo se mani- pode extrair dessas raízes profundas é bem pouco românti-
festava de acordo com três requisitos: integridade, harmonia ca: as encantadoras linhas harmônicas da face e do corpo
e resplendor, ou seja, para ser belo um objeto precisa ser ínte- humano são mais uma resposta encontrada pela evolução
gro ou completo em si, ser proporcionado dentro das regras para problemas específicos da perpetuação da espécie.
de harmonia e estética e irradiar uma essência verdadeira e Basta examinar a representação artística da beleza femi-
boa ou qualidade. Portanto, de maneira geral, para os filósofos, nina, das Deusas da fertilidade pré-históricas às estrelas
o belo está relacionado a uma verdade ou uma essência indivi- de Hollywood, para se observar atributos como seios fartos
dual ou, ainda, autenticidade e está pautado nas regras de har- e quadris largos. Isso demonstra como certas caracterís-
monia e estética. Segundo o conceito grego de beleza, o belo ticas físicas são apreciadas ao longo de várias épocas e
se mostra também através de harmonia e proporção entre culturas. Geralmente são características que favorecem a
as partes, como simetria entre lado direito e esquerdo, além geração e o desenvolvimento da prole.
de partes que se relacionam através da razão áurea. Há uma As espécies atuais são descendentes daquelas, que ao
fórmula matemática para decifrar rostos perfeitos esclarecida longo da evolução, se mostraram mais aptas a sobreviver e
por Pitágoras desde a Grécia antiga. Para ele, a proporção da reproduzir. O pré-requisito para espécies heterossexuadas
largura da boca para a largura do nariz deveria ser 1/1,680.
Fotos: istockphotos/Ilustrações: Eder Max
1
Eco H. História da beleza. Record; 2004.
2
Composta entre 380 e 370 a.C A República (Politéia) é considerada
a obra mais importante do filósofo. Nela ele descreve o que seria
uma sociedade ideal.
3
Darwin C. A Origem das espécies (1859). Martin Claret; 2004. Charles Darwin
mamente relacionados com aquilo que possa torná-los belos: de casos, o planejamento digital do sorriso proposto por
sua originalidade, autenticidade e individualidade. E, ainda, des- Christian Coachman.
pertar no leitor o prazer de trabalhar com criatividade, intuição Os casos clínicos apresentados aqui foram realizados pelo
e conhecimento na escolha de formas dentais e desenho do sor- autor, como clínico, e em colaboração com outros cirurgiões-
riso e dar um passo além na sua prática diária, trabalhar com o dentistas como consultor, onde o autor entrevistou os pacien-
conceito de “beleza do sorriso”, por considerar que esse concei- tes e definiu para a equipe operatória o desenho de sorriso a
to vai além da estética e engloba elementos que fundamentam ser executado.
a existência humana. O segundo volume será dedicado às reabilitações mais
A palavra visagisme surgiu na França originária do termo complexas, quando a equipe se verá diante da grande respon-
visage que significa rosto, mas apesar disso ainda não havia sabilidade da composição psicodentofacial. Neste volume se-
um conceito bem definido sobre essa arte até que o artista rão explorados, a consultoria visagista como referência para
plástico Philip Hallawell, em 2003, lançou seu livro Visagismo, a correta escolha e montagem de dentes e demais elementos
Harmonia e Estética, em que estabelecia o que seria a cria- da configuração do desenho do sorriso em casos onde se tem
ção ou adequação da imagem pessoal segundo característi- menos referências orais e mais liberdade de criação como em
cas pessoais autênticas. Abria-se aí uma nova possibilidade edentados totais, além da abordagem dos fundamentos fun-
de intervenção visual totalmente alinhada com as tendências cionais e apresentação da aplicação clínica dos fundamentos
contemporâneas do comportamento humano, que nesse sé- da composição psicodentofacial como estrutura, perspectiva,
culo, mais que nunca, busca autoconhecimento e expressão proporção, concepção de forma e volume, cor e textura, peso e
individual. A personalização é a palavra de ordem em um mer- leveza, como requisito para se alcançar resultados excelentes
cado cada vez mais globalizado. e personalizados.
O visagismo espera fazer a ponte entre o que o consumi- Hoje frente ao grande desenvolvimento da Odontologia,
dor quer ou espera do tratamento e a tradução dessa vontade cabe mais pensar “no que fazer” em um caso clínico e nem
num desenho de sorriso que a expresse visualmente através tanto no “como fazer”, haja vista o grau de excelência técnica
das formas e linhas adequadas. Para isso é fundamental domi- alcançado pelos profissionais, instrumentais e materiais dentá-
nar o método de consultoria desenvolvido pelo artista plástico rios. Só se saberá o que fazer quando o ser humano por trás
Philip Hallawell, que permite ao profissional conhecer melhor daquela boca a ser tratada for capaz de dizer quem ele é e o
seus pacientes no âmbito psicológico, com suas particularida- que espera do tratamento, e a filosofia de trabalho apresenta-
des, necessidades e desejos, e poder orientá-los quanto às pos- da neste Livro presta-se a facilitar a obtenção dessa resposta,
sibilidades de expressão visual em seus casos e então definir bem como orientar a equipe operatória na tradução dela em
juntamente com eles o que será criado em termos de desenho desenho do sorriso. A Odontologia, assim como outras pro-
de sorriso. Dessa maneira os pacientes passam a coautores fissões, está engajada em oferecer às pessoas, tratamentos
do trabalho, o que certamente diminuirá as insatisfações finais cada vez mais humanizados e personalizados.
tanto de profissionais quanto de pacientes.
Esta obra será dividida em dois volumes, sendo o pri-
meiro dedicado à apresentação do conceito de Visagismo,
à análise dos elementos básicos de expressão visual com
suas conotações psicológicas, ao estudo da relação entre
imagem e identidade pessoal, do método Philip Hallawell
de consultoria como o fator primeiro na elaboração de um
planejamento estético por esclarecer aos profissionais e pa-
cientes o caminho expressivo a ser seguido, bem como o
estudo dos elementos ou unidades orais, suas variações, ex-
Foto: istockphotos
1.1 Conceito
O conceito de que o sorriso de uma pessoa expressa sua
personalidade é algo com que se trabalha na Odontologia há
muito tempo. Muitas pesquisas e teorias a esse respeito fo-
ram desenvolvidas ao longo da história da Odontologia. No
entanto, por falta de um método objetivo e científico para a
aplicação dessas teorias, os odontólogos, que trabalham com
a estética do sorriso, dependem da intuição para obter resul-
tados satisfatórios.
Até a publicação dos livros Visagismo: harmonia e estética1
e Visagismo: Identidade, estilo e beleza2, o Visagismo era consi-
derado somente uma técnica para harmonizar o corte de cabe-
conceito de
Visagismo e
seu método Philip Hallawell lo e a maquiagem com o formato do rosto e o tom e a “imagem
interior” que a pessoa tem de si mesma. Essa imagem interior é
muito mais um conjunto de sensações, emoções e fragmentos
de imagens indefinidas e vagas, do que uma imagem concreta e
completa. Quando se pensa na imagem pessoal nesses termos
percebe-se que é mais importante se importar com o que a
imagem expressa do que com questões estéticas, embora es-
sas também sejam importantes. Há poucas coisas mais precio-
sas para uma pessoa do que seu senso de identidade e, como
diz a psicóloga Maria Rita Kehl, o rosto é a sede da identidade3.
Partindo desse princípio, o conceito de Visagismo es-
1
Hallawell P. Visagismo: harmonia e estética: Senac; 2003. tabelecido nos livros mencionados acima é a arte de criar
2
Hallawell P. Visagismo: identidade, estilo e beleza.
uma imagem pessoal customizada, que expressa a perso-
São Paulo: Senac; 2010.
3
Kehl MR. O espelho partido. Folha de São Paulo. 2005 Dez 11. nalidade e o estilo de vida, com harmonia e estética. Essa
Foto: istockphotos
tres incorporavam formatos geométricos às suas composi-
ções, mas baseando-se em conhecimentos esotéricos. Não é
de estranhar que os significados da simbologia esotérica sejam
A Ressurreição, Rafael Sanzio.
os mesmos da simbologia arquetípica.
James J. Retrato do artista quando jovem. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1998. 5Jung CG. O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1996.
4
conhecimento da linguagem visual e seu uso. Nessa época, as e por que é tão importante que haja o encontro entre as ima-
primeiras teorias de psicologia foram criadas, como a Gestalt, gens exterior e interior. De fato, pode-se afirmar que esse é um
mas ainda não havia técnicas para estudar o funcionamento do encontro de emoções. Se houver sintonia de emoções será al-
cérebro, como a ressonância magnética. tamente salutar emocional e psicologicamente. Por outro lado,
A associação dos princípios da linguagem visual com a conflitos podem provocar consequências muito graves.
teoria de Jung, dos símbolos arquetípicos, e com as pes- Segue que se pode ler o temperamento de uma pessoa
quisas de LeDoux sobre o cérebro emocional permitem ao analisar o formato do rosto e as características de cada
compreender melhor como imagens são percebidas e pro- área da face, porque esses elementos são símbolos arque-
cessadas. Entender que o cérebro reage primeiro, instanta- típicos que se relacionam e revelam seu temperamento.
neamente, aos símbolos arquetípicos contidos na imagem Por exemplo: o retângulo exprime força, determinação e
– linhas e formas em particular – e que estes estimulam os certa imobilidade; portanto, uma pessoa com o formato
sistemas que produzem as emoções, antes que se possa de rosto retangular expressa essas características. Se ela
pensar racionalmente a respeito disso, é fundamental para não fosse assim, cada vez que se olhasse no espelho as
quem trabalha com ela. Implica que toda imagem contém, emoções geradas pelo formato do seu rosto entrariam em
na sua estrutura, uma mensagem subliminar, contida nos conflito com seu senso de si mesma. Evidentemente isso
símbolos arquetípicos que a estruturam. pode acontecer se a pessoa sofrer algum tipo de repres-
Para o profissional da Odontologia, isso tem uma impor- são, mas seria considerado um transtorno ou desvio de
tância maior, porque implica que a imagem pessoal, que ele personalidade. Para completar o método, ainda foi neces-
cria, afeta emocionalmente o próprio cliente e as pessoas com sário adotar um sistema de classificação dos temperamen-
quem ele se relaciona, influenciando sua autoestima, seu esta- tos e um procedimento para estimular a reflexão do cliente,
do emocional e psicológico e seu comportamento. Acima de que o ajudasse a definir o que gostaria de expressar atra-
tudo, explica por que a imagem pessoal estabelece a identidade vés de sua imagem, a consultoria (ver Capítulo Consultoria).
Foto: istockphotos
tribo tem uma função e uma posição nessa hierarquia e é
importante que sejam facilmente identificados: seu guia, sua
função e sua posição. Por isso, os estilos de cabelos, ma-
características do temperamento do paciente do que promover valorizado, aceito e com poder de atração.
ganhos estéticos.
O ortodontista, por exemplo, precisa analisar se, ao alinhar a
dentição, haverá uma mudança no formato da arcada e se isso
será prejudicial ao paciente.
9
Morris D. O macaco nu.
Rio de Janeiro: Record; 2004.
Alfabetização
concorrente direto o faça. Portanto, imagens trazem consigo tipo de imagem desperta sensações ou emoções próprias.
significados emocionais próprios que podem variar de espécie Desta maneira entende-se que estes símbolos agiriam
para espécie. como mensagens subliminares que agem sobre nós sem
Estes estudos sugerem que imagens são processadas que estejamos conscientes delas. Isso se aplica à estrutura
na amígdala como imagens primordiais ou arquétipos visu- de todas as imagens, sejam fotografias, gravuras, pinturas,
ais e estes conduziriam a uma reação emocional condicio- imagens pessoais, sorrisos ou espaços tridimensionais45-46.
nada de acordo com seu significado próprio, ou seja, cada Esse fato também indica um caminho para a compreen-
Tálamo Visual
Fotos: sxc.hu, Ilustração retirada do livro Visagismo: harmonia e estética Autor: Philip Hallaawell. Senac; 2003.
Área Límbica
Córtex
Visual
Criação de emoções
e sensações físicas
O tálamo reconhece símbolos arquétipos, que disparam os diversos sistemas que produzem emoções,
antes que o córtex possa processar a imagem racionalmente.
a maneira como nos apresentamos ao convívio social. Signi- pois na transformação da imagem, a equipe pode reforçar
fica a forma como queremos ser percebidos pelas pessoas a persona ou contrabalanceá-la, trazendo para a imagem
com quem nos comunicamos. Seu objetivo é de facilitar a pessoal aspectos da identidade46.
No caso de intervenções de imagens mutáveis, como
cortes de cabelo, maquiagem, roupas e acessórios, pode-se
reforçá-la de acordo com as necessidades momentâneas
individuais pelo uso dos elementos visuais adequados, mas
em intervenções permanentes, como no caso da Odonto-
logia, deve-se analisar a vontade de expressão do paciente
com cuidado para não evidenciar aspectos que não tenham
a ver com sua identidade, pois com o tempo, aquela nova
imagem criada passará a influenciar o indivíduo em seu
comportamento, inclusive em seu senso de identidade de
maneira não controlada. Por esse motivo é tão importante
Torres gêmeas do World Trade Center: símbolo de força e Um ângulo obtuso perdendo cada vez mais sua força
poderio norte-americano.
Eixo inclinado gera agressiva penetrante assume uma expressão de passivida-
no observador sensação 2.5.2 Relação entre duas linhas retas de e fraqueza. É frio, calmo e submisso.
de instabilidade. A relação entre duas linhas retas varia de harmonia
absoluta representada por linhas retas paralelas até o
conflito máximo representado pelo choque perpendicular.
Três tipos principais de ângulos se dão a partir do encontro
entre duas linhas retas: ângulos reto, agudo e obtuso. O
conhecimento de sua expressão visual arquetípica é impor-
tante à equipe restauradora. 2.5.3 Linhas e a construção
O ângulo reto é composto por uma linha horizontal e de formas simples
uma vertical se chocando em algum ponto sobre um plano. De acordo com Rufenacht52, as características geométri-
Sua expressão se deverá à força de cada componente, por cas de uma forma determinam seu significado e suas conota-
exemplo, expressarão equilíbrio quando o componente hori- ções psicológicas.
zontal for do mesmo comprimento do componente vertical. Para Kandinsky cada forma tem seu próprio signifi-
Se o componente vertical for dominante sobre o horizon- cado, nenhuma forma não diz nada. E disse certa vez “A
tal expressará principalmente força. Se ao invés o domínio forma, mesmo quando abstrata e geométrica tem uma
ficar por parte do componente horizontal sua expressão ressonância interior; é um ser espiritual cujas qualidades
principal será de estabilidade. coincidem exatamente com aquela forma”.
É importante considerar que as linhas básicas podem se
organizar numa infinidade de formas e que sempre darão a es-
Linhas curvas do corpo sas formas o seu significado expressivo único e primordial53-54.
Fotos: Istockphotos
feminino e sua expressão As formas mais básicas formadas pelas linhas apre-
de sensualidade,
sentadas são: o círculo, o quadrado, o triângulo equilátero
envolvimento e
e a lemniscata45.
feminilidade.
2.5.4 Cores
Esta obra apresentará um conceito resumi-
do acerca do significado emocional das cores
primárias, por se tratar de um assunto de pou-
ca aplicação direta na Odontologia. No entan-
Quadrado Círculo Triângulo Lemniscata
to sua explanação se faz necessária para que
Kandinsky W. Ponto e linha sobre o plano. São Paulo: Martins Fontes; 1997.
o leitor compreenda ou mais especificamente
É formado a partir da ação de duas forças sobre É sempre formado por ângulos e linhas in- constituem sinais ou símbolos básicos de co-
o ponto, de forma que seu movimento o levará a unir- clinadas. Geralmente pela constituição básica municação visual.
se novamente ao ponto de partida. Representa a ex- de linhas inclinadas e ângulos agudos expressa
pressão da linha curva e ângulo obtuso: maturidade, visualmente, dinamismo, jovialidade, impulso, ati-
Expressões básicas das cores56:
estabilidade, passividade, calma e monotonia (repe- vidade e extroversão. Pode ser um triângulo de
tição contínua). O olho humano se desinteressa e base horizontal com duas linhas inclinadas que
se cansa com a repetição. Assim como o ponto, o se dirigem para cima expressando certa estabi-
círculo é introvertido, frio e, segundo Jung, simboliza lidade dada pela linha horizontal que o sustenta,
na mente humana a psiquê, o sol e a eternidade. simbolizando o culto a alguma divindade. Pode Azul: calma, tranquilidade, paz e frio.
ser um triângulo invertido com forte expressão
de instabilidade simbolizando o perigo.
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18. Bickerton D. language and human behavior. Wiley-Liss; 1992. p.167-90.
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19. McLean P. The Triune Brain in Evolution: aspects of emotion, memmory and mental London: Abacus; 1994.
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Plenum; 1990. Wiley-Liss; 1992b. p.143-65. Paulo: Martins Fontes; 1996.
identidade,
personalidade
e sua relação com a imagem
3.1 Formação da identidade e da autoimagem Christiane Sauer
No princípio da vida, o bebê não consegue discriminar-se
dos outros e, nessa fase, a mãe desempenha um papel fun-
damental na vida do filho, que a percebe como uma exten-
são de si. Sempre que sente algum desconforto, a criança
chora e a mãe aparece para ampará-la e satisfazer suas
necessidades. Embora o pai seja muito importante para ofe-
recer acolhimento e segurança à família, sua significância A maneira como a mãe acolhe e ampara o bebê no colo,
vai se desenvolver de maneira gradual no decorrer dos pri- seu olhar, o tom de voz, o ritmo dos batimentos cardíacos,
meiros estágios de vida do filho. seu cheiro, sua capacidade de compreensão, continência
No início do segundo mês de vida, a face humana torna- e responsividade frente às demandas físicas e emocionais,
se o objeto de percepção visual preferido a todos os outros ou seja, a forma como ela cuida e se relaciona com o filho,
objetos do ambiente e o bebê se dirige a ela ou a algo que proporciona uma determinada estabilidade que permite a
se pareça com ela virando a cabeça em sua direção sempre formação de contornos táteis, gustativos, auditivos, visuais
que esta surge em seu campo de visão. A partir do terceiro e olfativos. Apesar de cada ser humano reagir de forma
mês, a criança esboça uma reação de sorriso ao ver a face particular, a relação com a mãe permite que a criança co-
humana ou algo que se assemelhe a ela, mas basta que a mece a integrar várias impressões anteriormente dissocia-
pessoa se vire de perfil para que ela deixe de reconhecê-la, das, formulando um registro unificado do próprio corpo.
o que denota que nesta fase a capacidade de reconhecer a A mãe tende a reagir com uma atitude semelhante à de
face humana ainda não está completamente estabelecida. um espelho, repetindo o gestual, as expressões faciais e os
Com o progresso da maturação física, do desenvolvimento sons que o bebê emite. O espelhamento é uma das manei-
psicológico e das contínuas trocas afetivas com a mãe, a ras de a mãe criar um vínculo com o filho, pois, mostrando-
face materna assumirá um significado cada vez mais impor- se igual a ele, estabelece uma sintonia e a possibilidade de
tante para o filho. a criança perceber-se igual ao que vê refletido na mãe, es-
timulando sua identificação com esta imagem. Podemos
dizer que é através do espelho dos olhos da mãe e de como
ela o interpreta, segundo as fantasias e desejos que nutre
em relação ao filho, que este vai se identificando e forman-
do sua própria imagem.
A primeira forma de relação que a criança mantém com continuar a empreitada na qual se aventurou. Mas esse es-
a própria imagem no espelho é de estranhamento. Ela mos- tágio de desenvolvimento logo evolui para uma espécie de
tra curiosidade e fascinação, embora ainda não se reconhe- confusão entre a imagem do outro e seu próprio eu, em que
ça nesta imagem. No processo de desmame, o bebê inicia a criança confunde-se com o outro e assim, não consegue
a elaboração da separação do corpo materno, passa a per- discriminar quem é o agente da ação. É só num terceiro
ceber a mãe como um todo e a estabelecer uma fixação de momento, por volta do sexto mês de vida, que a imagem no
sua imagem em relação aos semelhantes. espelho será reconhecida como uma representação de si
Gradativamente, a figura do pai vai ganhando impor- mesmo. Agora, o bebê não mais se confunde com o outro e
tância na vida do filho e, ao explorar novos territórios, há percebe que possui uma existência própria.
sempre um ponto em que ele volta seu olhar para os pais. Sempre que ele realiza um novo feito, volta-se para os pais
Certificando-se da presença deles, sente-se seguro para esperando sua aprovação. Inicialmente, a reação dos pais
Foto: sxc.hu
3.6 Referências
1. Spitz RA. O primeiro ano de vida. Martins Fontes; 1983.
2. Hinshelwood RD. Dicionário do Pensamento Kleiniano. Artes Médicas; 1992.
3. Freud S. Três Ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905). In: Obras Completas. Amorrortu 7;1993.
4. Gabarre J. Morfopsicologia: o rosto e a personalidade. A Esfera dos Livros; 2009.
5. Dunker CIL. O olhar adolescente: corpos em transição. Ediouro; [s.d.].
6. Chauí M. Convite à Filosofia. Editora Ática; 2004.
46 • V
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Capítulo 4
Morfos
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Capítulo 4
Morfos
Incisivos: função de corte e incisão como uma pá. Caninos: função de perfuração e dilaceração, Molares: função de masseração
como lança. de alimentos como o pilão.
Fotos: istockphotos
apropriados a dilacerar, enquanto molares e pré-molares com
mesas oclusais são excelentes na masseração de alimentos6.
Há de se considerar que assim como os dentes, outros elemen-
tos como ossos, gengiva, crânio e face se desenvolvem conjun-
tamente buscando a excelência da função. nótipo periodontal delgado, com fina tábua óssea de suporte
A base óssea, os dentes, assim como o fenótipo periodon- dental e dentes mais delicados7-8.
tal e a estrutura muscular possuem estrita relação entre si Animais mais desenvolvidos como os mamíferos geralmen-
de tal forma que numa face retangular (musculatura forte), te apresentam arcos dentários em heterodontia ou anisodon-
com mandíbula larga e projetada para anterior, é comum se tia, ou seja, grupos dentários diferentes entre si como incisivos,
encontrar bom suporte alveolar e fenótipo periodontal espes- caninos, pré-molares e molares. Já na maioria das demais es-
so com larga faixa de gengiva queratinizada, dentes robustos pécies, como peixes e répteis, a isodontia é mais comum, com
e com raízes longas para serem capazes de suportar e guiar arcos dentários constituídos de dentes com o mesmo formato,
essa mandíbula em suas excursões de lateralidade, protusão na maioria das vezes, pontas de lança em tamanhos variados
e mastigação, enquanto que em faces longelíneas e delgadas em todo o arco1. Em arcadas dentárias de mamíferos de gru-
Foto: sxc.hu
com mandíbula pouco marcante, geralmente encontra-se fe- pos alimentares específicos, como carnívoros, encontram-se
dentes com formas parecidas entre si, formas cônicas ou em
lança. Como caninos são comuns nesses animais e mesmo
a tendo grupos dentais diferentes como incisivos, caninos e mola-
res, ambos apresentam uma forma muito parecida adequada
à função mastigatória que lhes cabem.
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Capítulo 4
Morfos
a b
Figuras 1
Formatos distintos de incisivos: (a) Formato oval e (b) Formato retangular.
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Capítulo 4
Morfos
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Capítulo 4
Morfos
a b
Figuras 3
(a) Sorriso social e (b) Sorriso autêntico com envolvimento de musculatura facial complementar como os orbiculares dos olhos.
VVisagismo
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Capítulo 4
Morfos
a b c d
Figuras 4
Protocolo fotográfico facial frontal para planejamento proposto por Coachman.
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Capítulo 4
Morfos
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desenhodo
dosorriso
sorriso•• 53
Capítulo 4
Morfos
b
a
Figuras 7
(a) Lábios finos com cantos da boca levemente caídos expressando tristeza, reserva e/ou envelhecimento
e (b) Lábios volumosos, expressando sensualidade, vigor físico e jovialidade.
54 • V
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do sorriso
sorriso
Capítulo 4
Morfos
Figuras 9
(a) Linha do sorriso alta;
(b) Linha do sorriso
a b c média; e (c) Linha
do sorriso baixa.
Figuras 10
Sorriso amplo,
com grande exposição,
demonstrando grande
expressão comunicativa,
transparência emocional
a b
e abertura social.
Figura 11
Sorriso largo
e horizontalizado.
VVisagismo
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Capítulo 4
Morfos
Figura 12
Dentes componentes do
segmento anterossuperior
(de canino esquerdo a
canino direito).
56 • V
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Capítulo 4
Morfos
a b c
Figuras 14
A influência do formato dental no posicionamento do zênite gengival: (a) Central retangular e o zênite posicionado para distal
e (b) Central oval e triangular apresentando zênites mais centralizados.
VVisagismo
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dosorriso
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Capítulo 4
Morfos
Incisivos laterais são dentes que comunicam Caninos são dentes relacionados a ação, agres- muitos pacientes. Portanto, sua expressão visu-
em relação a elementos intelectuais e/ou emo- sividade e dinamismo35. Sua função é indicada pela al de perigo acabou sendo superdimensionada e
cionais da personalidade20. Estão ligados ao ele- forma cônica da coroa, que termina em linhas an- muitos clientes acabam se sentindo incomoda-
mento feminino da psiquê (anima)34. Geralmente gulares inclinadas que formam sua ponta de lança dos com seu aspecto e procuram profissionais
apresentam menos variações de forma que cen- (Figura 16). É um instrumento perfeito para a pe- para fazer sua redução visual. Isso para expres-
trais, sendo que essas variações são principal- netração e, segundo Darwin, penetra mais profun- sarem mais suavidade com sua imagem e me-
mente caracterizadas por sua incisal, contorno damente na carne do que laterais e centrais. Mas nos agressividade, por terem intuitivamente uma
mesial, distal e ângulo incisodistal. No entanto o mesmo autor relata que sua forma perdeu um noção do profundo impacto que uma imagem
sua relação de dominância com os vizinhos (cen- pouco de sua função, pois hoje já não se presta a agressiva gera nos relacionamentos pessoais
tral e canino) e sua posição no arco são impor- dilacerar seus inimigos. em suas várias facetas.
tantes maneiras de expressão visual e devem ser No entanto esse elemento ainda não sofreu Estudos de paleontologia apontam clara-
explorados pela equipe restauradora na persona- com a redução evolucionista e seu volume acaba mente a função agressiva desses dentes, pois
lização de trabalhos (Figuras 15a a 15c). significando um exagero nos tempos atuais para animais que apresentavam alimentação predo-
a b c
Figuras 15
Diferentes tipos de incisais em incisivos laterais e sua influência sobre a percepção da forma nesses dentes.
Foto: istockphotos
58 • V
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Capítulo 4
Morfos
a b c d
Figuras 17
Diferentes tipos de arcos superiores: (a) Retangular; (b) Circular; (c) Oval; e (d) Triangular ou angulado.
VVisagismo
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desenhodo
dosorriso
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Capítulo 4
Morfos
4.5 Referências
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lo: Santos; 2008. sagismo integrado: identidade, estilo, beleza. São Paulo:
2. Argan GC. Arte moderna. São Paulo: Editora Companhia Senac; 2009. p.243-50.
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4. Gropius W. Bauhaus – novarquitetura. São Paulo: Edito- vem Labor Tech Report 2000;4:1-14.
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10. Slavicek R. Das Kauorgan. Funktionen und dys- funktio- 31. Hall WR. Shapes and sizes of teeth from american sis-
nen. Klosterneuburg: Gamma; 2000. tem of dentistry. Philadelphia: Lea Bros 1887:971.
11. Levignac J. Anatomie et pathologie du sourire. J Med 32. Williams Jl. A new classification of human tooth forms with
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12. Rinaldi G. Du rire au sourire. Dent Hebdo 1987;108:1-8. Cosmos 1914;56:627.
13. Levignac J. La bouche, les dents et le sourire. J Med Esth 33. Carson JW. Tooth form and face form, is it a “comedy of
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60 • V
Visagismo
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arte de
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personalizar o
o desenho
desenho do
do sorriso
sorriso
Capítulo 5
Linguagem visual artística aplicada ao desenho do sorriso
Linguagem
visual artística
aplicada ao desenho do sorriso
Bráulio Paolucci
5.1 Composição psicodentalofacial
“Em minha opinião, a arte nada mais é do que o desen- Para Wassily Kandisnky, pintor russo, educado em ale-
volvimento de ideias determinadas, do mesmo modo que mão, precursor da arte abstrata e um dos maiores estu-
na natureza os seres são o desenvolvimento definitivo de diosos sobre os elementos da arte pictória, é necessário
determinados genes.” ao artista compreender a diferença entre os conceitos de
Wassily Kandinsky construção e composição artística. Para ele, a construção
seria a organização racional dos elementos visuais (cores e
O conceito básico da arte é o desenvolvimento de ideias formas). “Construir é estabelecer no espaço, um conjunto
acerca de um tema (ver Capítulo 1 Conceito de Visagismo coerente, compreensível e reprodutível ou repetível”1. Já
Ilustração: Eder Max
e seu Método) e, mais precisamente na arte visual, o de- a composição artística seria a junção de elementos distin-
senvolvimento de uma imagem que expresse a intenção tos (unidades), ora coerentes, ora antagônicos de maneira
de seu autor. Nesse contexto, a compreensão dos varia- harmônica, respeitando os fundamentos de criação visual
dos elementos de construção de imagem é fundamental ao (fundamentos de estética) para traduzir visualmente um
autor para conseguir criar uma imagem que traduza sua conceito ou a intenção do autor1-2.
intenção. Da mesma maneira, a compreensão do conceito No âmbito odontológico, uma organização de elementos vi-
de composição visual o ajudará no processo de criação. suais dedicada a transmitir sensações, emoções e expressar
visualmente características de uma personalidade, requer do
profissional uma investigação mais profunda para determina-
ção “daquilo a ser feito”, e é nesse sentido que o Visagismo
procura colaborar com seu método de consultoria3.
Os profissionais de Odontologia, de certa maneira, traba-
lham com o conceito de arte quando se veem diante de uma
boca, ou melhor, de um indivíduo com suas particularidades,
desejos e necessidades pessoais, e precisa investigar qual
seria a intenção que norteará a construção do trabalho pro-
Wassily Kandisnky tético. Uma vez definida a intenção junto ao cliente, o pro-
a b c
Figuras 2
Plano incisal: (a) Ascendente; (b) Reto; e (c) Invertido.
a b c
Imagem retirada do livro: Anteriores - A Beleza Natural dos Dentes Anteriores, Teoria,
Prática e Regras Aplicadas na Estética. Autor: Jan Hatjó. Editora Santos; 2008.
Figuras 3
Arcos em variadas
larguras e a projeção
inferior de centrais
correspondentes.
a b c
Figuras 4
Relação lábio inferior – plano i ncisal: (a) Antagônicos; plano oclusal e, só então, a partir da fusão entre a intenção
(b) Paralelos; e (c) Desarmonia de paralelismo. do paciente e o plano ideal, segundo parâmetros estéticos
próprios da arcada em questão, surgirá o plano incisal a ser
usado na reabilitação. O plano incisal deveria ser o primeiro
elemento ou unidade oral a ser determinado na criação da
a1 a2 estrutura da composição psicodentofacial.
a b
Figuras 8
(a) Laterais ligeiramente inclinadas para distal ou (b) Posicionadas com eixo retilíneo.
Figuras 9
Diferentes inclinações de eixos dentários em caninos numa visão frontal: (a) Retos; (b) Inclinados para medial; e (c) Inclinados para a lateral.
Caso 1
Resumo
Paciente LNPY, 30 anos, apresentou-se à clínica in-
satisfeito com a estética de seu sorriso. Em análise facial bordas incisais de seus incisivos centrais apresentavam-se
constatou-se divergência de paralelismo entre eixos dentá- irregulares. Observou-se ainda deficiência de projeção den-
rios, linha média facial e linha média dental. Sua linha média tal de pré-molares em seu corredor bucal. Frente a esse
dental, além de não ser coincidente com a linha média facial, quadro diversos fatores agora diagnosticados poderiam ser
apresentava-se inclinada em relação a essa. Em uma análi- trabalhados para uma configuração mais estética. O dese-
se oral, constatou-se como principais deficiências estéticas nho de sorriso agora realizado corrigia tais deficiências e
o não paralelismo entre os eixos dentários dos dentes an- ainda poderia trabalhar as formas dentais, em termos de
terossuperiores, assim como uma linha de união de ameias detalhamento, a fim de personalização. O paciente passou
dentais irregular. Seus incisivos centrais, laterais e caninos pelo processo de consultoria visagista, em que se mostrou
apresentavam projeção incisal assimétrica entre lados es- bastante alegre, extrovertido, dinâmico em seu ritmo de vida
querdo e direito, sendo o lado esquerdo mais projetado que e criativo na maneira como executa suas funções, buscando
o direito, o que lhe conferia uma sensação de desequilíbrio sempre inovar profissionalmente. O mesmo relatou que tais
entre esse segmento e sua linha bipupilar. Além desses características seriam adequadas para a expressão de seu
fatores, havia desarmonia de cor entre incisivos direitos e sorriso. De posse dessas informações o consultor visagista
esquerdos. Seu incisivo lateral direito apresentava coroa clí- elaborou um desenho de sorriso caracterizado pelo domínio
nica curta e exposição radicular com coloração alterada. As de linhas inclinadas e formas triangulares, que serviu de re-
ferência para o técnico em prótese dentária confeccionar o
enceramento diagnóstico e o trabalho cerâmico.
a b c d e
Figuras 1
Protocolo fotográfico facial frontal.
Figura 2
Eixos de referências
faciais, vertical e horizontal.
Figura 3
Formas dentais
pré-operatórias.
Figura 4
Discrepância entre
eixos dentais e faciais.
Assim como
entre linhas média
dental e facial.
Figura 5
Correção de eixos
e desenho de sorriso
novo com formas
baseadas na
vontade de expressão
do paciente.
a b c d
Figuras 6
Protocolo fotográfico extraoral frontal.
Figura 7
Sorriso - pré-operatório.
Figura 8
Imagem intraoral dos
elementos anterossuperiores
com fundo negro.
Figura 9
Moldagens para
confecção de
modelos de estudo.
a b c
Figuras 10
Enceramento diagnóstico.
Figuras 11
b
Confecção de mock-up.
a b c
Figuras 12
Imagens extraorais com mock-up demonstrando a correção do paralelismo entre eixos dentários com linha média facial.
b1 b2 b3
c1 c2
d1 d2 d3
e1 e2
Figura 16
Escolha de cor.
Figuras 17
Guia de silicone para
a b
confecção de provisórios.
a
Figuras 18a e 18b
Provisório imediato.
b2
b1 b3
a b c
Figuras 19
Laminados e coroa.
Figura 20
Checagem de adaptação.
a1 a2 a3
a4 a5 a6
b1 b2 b3 b4
b5 b6 b7
c1 c2 c3 c4 c5
n3
n2
n1
Figura 22
Remoção de fio retrator
usado para cimentação.
Figura 23
Trabalho finalizado em
dentes anteriores.
Figura 24
Sorriso com trabalho
anterior cimentado.
Figuras 25
Cimentação de
laminados em pré-molares,
em que não houve
a b c d e
necessidade de preparos.
a b
Figuras 26
Pré-molares cimentados.
Figura 27
Vista palatina do trabalho cimentado. Restauração da anatomia palatina de centrais com resina composta.
Figura 29a
Trabalho finalizado - imagem extraoral.
a b
Figuras 30
Imagens faciais finais.
Material Clínico massa de impulso ex. opal e Efect 1,2 e 3 (Ivoclar Vivadent).
O substrato das lâminas – A2 no lateral, dente 12, coroa, o dente Ceramista – Marcos Celestrino – Laboratório Aliança, São Paulo/SP
era um pouco mais escurecido. Foi utilizado nas lâminas a pastilha Consultoria de Visagismo – Bráulio Paolucci
e.max L.T A1 (Ivoclar Vivadent) e na coroa e.max M.O A1
Desenho Digital do Sorriso – Bráulio Paolucci
(Ivoclar Vivadent). Nessas coroas foi utilizada a técnica de
Fotografias Clínicas – Roberto Yoshida
estratificação por camadas. Para esse tipo de coroas a espessura
das pastilhas podem ser mais finas 0,3 mm. A cerâmica de cobertura Fotografias Laboratoriais – Marcos Celestino
utilizada foi e.max Ceram A1 (Ivoclar Vivadent) dentina + incisal e Protesista – Roberto Yoshida – Londrina/PR
a b c
Figuras 11
Formatos de centrais:
(a) Retangular; (b) Oval;
a b c d (c) Quadrado;
e (d) Triangular.
a b c
Figuras 13
Contorno cervical e sua relação com o formato geral do dente: (a) Incisivos retangulares apresentam contorno gengival mais
retilíneo; (b) Incisivos ovais possuem contorno arredondado; e (c) Incisivos triangulares apresentam contorno mais fechado.
Figuras 14
Incisais e sua relação com o formato geral do dente:
(a) Incisais retilíneas se relacionam mais a centrais
retangulares e quadrados; (b) Incisais curvas se
relacionam mais com dentes ovais; e (c) Incisais
anguladas com dentes triangulares; porém, incisais curvas
podem ser encontradas em dentes com aspecto geral
a b c retangular e uma gama infinita de outras combinações.
a b c
Figuras 16
Laterais com incisais diversas influenciando a percepção de seu formato final.
a b c
Figuras 17
Contorno vestibular de caninos naturais numa vista frontal: (a) Retos; (b) Curvos; e (c) Inclinados.
Figuras 18
Diferentes exposições dentais com lábios em
repouso: (a) Paciente com 30 anos e exposição de
3,94 mm e (b) Paciente com 50 anos com
exposição dental superior
de aproximadamente 1,0 mm.
Percebe-se também um aumento
a b
da exposição de dentes inferiores
com o avanço da idade.
Caso 2
Resumo
A paciente LTL apresentou-se à clínica evidenciando posto foi de tracionar ortodonticamente os incisivos até o
desgaste excessivo na região palatina de seus elementos limite vestíbulo/inferior possível, assim como odontoplastia
anterossuperiores . Observou-se um maior desenvolvimento conservadora na região da mandibula anterior.
mandibular para anterior em relação à maxila. A linha de Após a fase ortodôntica, avaliou-se a necessidade da com-
união dos zênites gengivais apresentava-se côncava inver- plementação da exposição dental com laminados supercon-
tida, um indicativo visual de deficiência de extrusão natural servadores (lentes de contato), o que se mostrou pertinente.
dos dentes anterossuperiores, em especial incisivos cen- Dessa forma foram confeccionados laminados de canino a ca-
trais, provavelmente causada pela posição mais anterior de nino com o objetivo de projetá-los ainda mais para inferior, para
sua mandíbula em relação à maxila . se obter correta exposição dental com lábios em repouso. No
A paciente queixou-se desta pouca exposição dental quan- momento da intervenção reconstrutiva, foi realizada consulto-
do com lábios em repouso, o que lhe dava “ar envelhecido”. ria, onde paciente manifestou desejo de expressar visualmente
Na análise facial não foi observada discrepância entre linhas características autênticas suas como delicadeza no trato pes-
médias facial e dental . Na análise intraoral os elementos den- soal, doçura e perfeccionismo nas ações. Portanto, as formas
tais se apresentavam em excelente condição de saúde, com dentais de seus centrais, originalmente triangulares, foram
ausência de quaisquer condições possíveis de causa de insa- mantidas para proceder intervenção minimamente invasiva
tisfação estética, tais como restaurações deficientes, cáries, em termos psicovisuais, mas suas incisais e ângulos inciso-
diferenças de cor, desalinhamento de eixos dentários, propor- distais foram discretamente arredondados como medida de
ção inadequada entre os elementos superiores etc . personalização dessa vontade. Os caninos foram confecciona-
O desenho digital do sorriso indicou o posicionamento dos com sua vestibular curva numa vista frontal seguindo a
ideal das bordas incisais dos incisivos centrais, pelo plano mesma vontade de expressão. Incisivos laterais tiveram sua
incisal guiado ou sugerido pelo plano oclusal posterior pa- dimensão cervicoincisal aumentada, mas suas formas foram
ralelo à borda superior do lábio inferior. O tratamento pro- mantidas no novo desenho do sorriso.
a b c d
Figuras 1
Imagens faciais – pré-operatório.
a b
Figuras 2
Imagens extraorais - pré-operatório.
a b
Figuras 3
(a) Observar linha de união de zênites invertida e (b) Imagem intraoral em desoclusão.
Figura 4
Sorriso - imagem frontal.
Figura 5
Configuração
pré-operatória.
Figura 6
Plano incisal corrigido.
Figura 7
Alongamento dos dentes
anterossuperiores.
Figura 8
Desenho do
sorriso final.
Figuras 9
Ortodontia. Observar uso de ortoimplantes para tracionamento de incisivos superiores para inferior.
Figuras 10
Ortodontia - abertura
de espaço entre laterais
e caninos pelo
tracionamento para a b c
anterior dos incisivos.
Figuras 11
Ortodontia - vistas oclusal
e superoinferior. a b
a b c d
Figuras 12
Imagens extraorais ao fim do tratamento ortodôntico.
a b c
Figuras 13
Imagens faciais ao fim do
tratamento ortodôntico.
a b c d
Figuras 14
Imagens extraorais com mock-up.
a b b
Figuras 15
Mock-up removido em apenas um dos lados para verificar o quanto de ganho vertical se teria.
a b
Figuras 16
Imagens faciais com mock-up.
Figura 17
Imagem dos preparos ultraconservadores para lentes de contato.
a b
Figuras 18
Modelos de trabalho e guias de silicone.
a b
Figuras 19
Lentes de contato
posicionadas sobre
modelos de gesso.
Figura 20
Imagem intraoral - fundo negro. Trabalho finalizado. Observar centrais em forma triangular bastante arredondadas tendendo ao oval
e linha dos zênites com nova configuração (ascendente) após tratamento ortodôntico. Caninos configurados com lateral curva.
Figura 21
Sorriso final - vista lateral.
a b
Figuras 22
Face com trabalho finalizado. Exposição dental adequada.
Figura 23
Sorriso - pós-ortodontia.
Figura 24
Sorriso com mock-up.
Figura 25
Sorriso final.
a1 a2
Figuras 26
Imagens faciais finais.
a b
Figuras 19
Alguns autores sugerem que a dominância de centrais
Simetria bilateral: (a) Radial e (b) Corrente.
num segmento anterossuperior é fundamental para se conse-
guir resultado estético satisfatório8,21. Quanto mais dominantes
sobre laterais e caninos se apresentarem os incisivos centrais,
mais o desenho geral do sorriso expressará imposição, autori-
tarismo e força temperamental, e quanto mais dominantes em
um segmento anterossuperior forem os caninos mais agressi-
vidade e masculinidade expressará o desenho de sorriso geral.
Na simetria radial os elementos podem apresentar di-
versas relações de gradação de centrais para caninos, sen-
do considerada mais estética, ou seja, atraente ao olhar,
aquela em que prevalece uma sequência gradativa de cen-
tral para canino em proporção áurea73-75.
Caso 3
Resumo
Paciente GZ, 32 anos, se apresentou à equipe clínica
com queixa em relação à estética de seu sorriso, como prin-
cipais pontos a exposição gengival demasiada em sorriso e
a diferença de cor entre os elementos anterossuperiores Sua vontade de expressão aliada às queixas estéticas le-
(próteses) e demais dentes naturais. Na consultoria visagis- varam a equipe à confecção de um desenho de sorriso dinâ-
ta se mostrou bastante extrovertida e alegre, dinâmica em mico, com plano incisal ascendente, formas dentais triangu-
seu ritmo de vida, bastante sensível e transparente na mani- lares, caninos inclinados para medial. Como caracterização
festação de suas emoções e que gostaria de evidenciar es- de sua sensibilidade emocional as formas dentais triangu-
sas características em seu desenho do sorriso. Assim como lares foram discretamente arredondadas em sua distal. A
gostaria de um sorriso mais marcante e impositivo. O seu forte dominância de centrais, aliada a uma configuração
quadro clínico apresentava-se como um desenho de sorriso com incisais retas e posicionamento retilíneo em relação
plano, caracterizado pela ausência de domínio de centrais, a um plano vertical anterior imaginário dariam ao desenho
plano incisal horizontal, formas dentais quadradas. A rela- do sorriso final a impositividade desejada. Foram realizadas
ção proporcional de centrais se encontrava em aproximada- cirurgias plásticas gengivais para aumento de coroa clíni-
mente 50%, quando considera-se 80% como a proporção ca do elemento 14 ao 24 com laser de alta potência, Seu
mais estética segundo alguns autores15-16. freio labial também foi removido usando-se o mesmo laser.
Foram realizados laminados cerâmicos nos pré-molares e
coroas cerâmicas puras de canino a canino.
a b c d
Figuras 1
Imagens faciais - pré-operatório.
a b c
Figuras 2
Imagens extraorais – pré-operatório.
Figura 3
Imagem oclusal –
pré-operatório.
Figura 4
Imagem facial com eixos
faciais de referência.
Figura 5
Sobreposição de imagem intraoral
sobre a facial para usar os
eixos de referência faciais como
orientação para o desenho do sorriso.
Figura 6
Eliminação da imagem facial e
permanência da imagem intraoral
com eixos de referências faciais.
Figura 7
Ampliação.
Figura 8
Análise das formas dentais,
linha dos zênites e plano
incisal - pré-operatório.
Figura 9
Análise da proporção
entre elementos dentais e
estabelecimento de plano
incisal de acordo com o
plano oclusal posterior.
Figura 10
Proporção altura/largura
em torno de 50%
configurando centrais
com forma quadrada.
Figura 11
Correção dessa relação para 80%.
Figura 12
Desenho de sorriso final.
Observar formas dentais triangulares
arredondadas de acordo com a
vontade de expressão da paciente.
a b c
Figuras 13
Demarcações intraorais para plástica gengival - imagens extraorais.
a b
Figuras 14
Demarcações e sondagem - imagem intraoral
a b c
Figuras 15
Remoções de coroas metalocerâmicas.
a b
Figuras 16
Plástica gengival com laser de alta potência e sondagem para verificação de distância biológica.
a b
Figuras 17
Comparação de antes e depois da plástica gengival.
a b
Figuras 18
Confecção de provisórios imediatos e remoção de freio labial.
Figura 19
Tomada de cor do substrato.
a b c
Figuras 20
Laminados e coroas posicionadas sobre o modelo de trabalho - vistas frontal e lateral.
Figura 21
Cerâmicas - vista frontal.
a b c
Figuras 22
Cimentação.
Figura 23
Cerâmicas - pós-cimentação. Observar dominância de centrais, formas triangulares arredondadas, posicionamento reto e caninos curvos.
a b c
Figuras 24
Vistas frontal e lateral de trabalho finalizado.
a b
Figuras 25
Vistas lateral direita e frontal do sorriso - pós-operatório.
a b
Figuras 26
Imagens faciais finais. Sorriso marcante e personalizado.
a b
Figuras 20
(a) Linha de união de zênites em ziguezague conferindo dinamismo e movimento ao sorriso e (b) Linha de união de zênites invertida.
Figura 21
Linha de união de ameias gengivais.
Figura 22
Linha de união de ameias incisais.
Arranjos Dentais
a d
Forte Plano
b c
Dinâmico Suave
Figuras 23
Diferentes tipos de desenho do sorriso.
Figuras 24
Desenho do sorriso forte
a b em dentições naturais. (a)
Mulher e (b) Homem.
a b
Figura 25
Desenho do sorriso dinâmico em dentições naturais. (a) Mulher e (b) Homem.
a b
Figuras 26
Desenho do sorriso suave em dentições naturais. (a) Homem e (b) Mulher.
a b
Figuras 27
Desenho do sorriso plano em dentições naturais. (a) Mulher e (b) Homem.
Caso 4
Resumo
Paciente JPA apresentou-se para reabilitação oral com
ausência do elemento 21. O elemento 11 apresentava-se gi-
rovertido, o que deixava o espaço para o elemento 21 grande
demais para um só dente e estreito para dois. Além da perda
do elemento 21, o paciente apresentava perda de estruturas
óssea e gengival nessa região. Os demais elementos esta-
vam insatisfatórios do ponto de vista estético como laterais
curtos e estreitos e caninos e pré-molares com coloração
alterada. O desafio maior, no entanto, era resolver a distribui-
ção proporcional dos elementos anterossuperiores, de modo
a obter harmonia dentofacial.
A equipe restauradora realizou enceramento diagnóstico
para distribuir o espaço entre centrais e avaliar o quanto de
restauração dentogengival seria necessária para resolver a ços faciais. Portanto, tais características podem ser en-
perda de suporte. Após essa análise o caso estava pronto contradas em pessoas com temperamentos dominantes
para a reabilitação. Nesse momento a consultoria visagista coléricos e fleumáticos, ambos caracterizados por linhas
foi realizada para a determinação das formas dentais, haja retas horizontais (fleumático) e verticais (colérico). Em ter-
vista que a posição das bordas incisais estava estabelecida mos de desenho do sorriso tais características seriam
pelo plano incisal, determinado pelo plano oclusal dos dentes expressas por um desenho plano (ver Capítulo Composi-
posteriores. Na consultoria, o paciente demonstrou compor- ção), dentes quadrados com incisais retas, e dominância
tamento tranquilo e reservado, comunicação calma e serena, de centrais em largura, caninos fortes e curtos.
grande estabilidade emocional e mencionou que considera O diastema é muito comum em desenhos de sorriso
como pontos fortes de sua personalidade a palavra, a honra planos e por esse motivo foi adicionado à reabilitação final.
pessoal, ação objetiva e persistente e o respeito pelos outros. Um novo enceramento foi realizado e provado diretamen-
Suas características faciais apresentavam-se dominadas por te na boca, para que imagens extraorais fossem tiradas
traços retilíneos, com formato do rosto retangular tendendo objetivando verificar a harmonia entre esse desenho de
ao quadrado. Gostaria que seu desenho do sorriso tivesse al- sorriso com a face. Sua reabilitação representou um desa-
guma relação com essas qualidades de personalidade e tra- fio para os técnicos por trabalharem tanto com laminados
cerâmicos puros em praticamente todos os dentes exceto
no elemento 21, em que foi realizada prótese metalocerâ-
mica com cerâmica gengival. Considerando-se a idade do
paciente, os elementos foram confeccionados com uma
cor mais saturada A4, e a exposição dental com a boca
em repouso ficou reduzida para que o trabalho, além de
respeitar os princípios de harmonia e estética, também
respeitasse a personalidade e a idade do paciente.
a b c d
Figuras 1
Imagens faciais. Vista frontal - pré-operatório.
Figura 2
Eixos faciais
de referências
horizontal e vertical.
Figura 3
Imagem intraoral dos
dentes anterosuperiores com
fundo negro -- pré-operatório.
a b
Figuras 4
Análise do espaço.
a b
Figuras 5
Análise da proporção dental.
Figura 6
Espaço largo para
um dente e estreito para
dois dentes.
Figuras 7
Enceramento diagnóstico.
a b c
Figuras 8
Enceramento pronto.
Figura 9
Sorriso com mock-up.
Figura 10
Mock-up vista intraoral com fundo negro - vista frontal. Mock-up com formas dentais arredondadas.
a b c
Figuras 11
Tomada de cor.
Figuras 12
Novo enceramento realizado de acordo b
com a entrevista visagista.
b c d
Figuras 13
Enceramento posicionado diretamente em boca.
a b
Figuras 14
Análise da harmonia dentofacial obtida com novo desenho de sorriso (prova do enceramento direto na boca).
Figuras 15
Confecção das
cerâmicas seguindo
o último enceramento
a b c
como guia.
Figura 16
Caso finalizado -
aspecto intraoral.
Desenho do
sorriso plano.
a b c
Figuras 17
Face com trabalho finalizado. Observar a perfeita harmonia dentofacial com novo desenho do sorriso (desenho de sorriso plano).
Figura 18
Exposição dental correta para
sexo e idade do paciente
(aproximadante 1,0 mm).
Material Clínico
Foi utilizado pastilha LT. Recorte de borda incisal de 1 mm
sobre substrato na cor A4. Foi aplicado e.max.
5.2 Referências
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Martins Fontes; 1997.
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Dental Arch and Tooth Dimensions in Different Racial
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A Consultoria
Bráulio Paolucci, Philip Hallawell
6.1 Conceito
O trabalho da equipe visagista começa com uma entrevis-
ta com o paciente chamada por Philip Hallawell de consulto- A consultoria se inicia com a análise de traços físicos5-6,
ria. É nessa consultoria que o profissional poderá aprofundar modo de andar, sentar, tom de voz e postura seguidos de uma
seu conhecimento acerca do ser humano por trás daquela análise comportamental, onde se avalia como a pessoa se
boca a ser tratada. A consultoria objetiva definir “aquilo” a ser porta diante de variadas situações cotidianas. Por fim, avalia-
realizado pela equipe em termos de desenho de sorriso e sua se estilo de vida, necessidades pessoais e profissionais, dese-
expressão1-3. Um sorriso deve expressar visualmente carac- jos e preferências pessoais. Ao fim do processo o profissional
terísticas da identidade pessoal do paciente, tais como seu deverá ter um entendimento do tipo temperamental de seu
temperamento, comportamento e seu estilo de vida, devendo paciente, quais seriam as dificuldades vividas por ele e suas
revelar características autênticas individuais e não criar uma necessidades pessoais, para então orientar esse paciente na
máscara ou persona, que representaria a maneira como a definição de sua vontade de expressão, que será o guia para
pessoa gostaria de ser ou ser percebida pelos outros4. a utilização das variadas linhas e formas nas unidades orais
De um trabalho odontológico geralmente se espera lon- componentes do desenho de sorriso final. A consultoria ajuda
gevidade. De modo que não se pode ficar mudando os dentes o paciente a refletir sobre si e identificar o que gostaria de ex-
de acordo com as circunstâncias ou momentos de vida e, por pressar visualmente (de suas qualidades) através de seu sor-
este motivo, a reabilitação deve ser fiel às características ou riso. A pergunta final ao paciente seria: o que você gostaria de
qualidades interiores de uma personalidade. O paciente deve expressar de si pelo seu sorriso? A vontade de expressão do
ser esclarecido que a evidenciação, através de linhas e for- paciente deverá estar de acordo com sua identidade pessoal,
mas, de características não autênticas poderá alterar seu ou seja, a maneira como essa pessoa se percebe interiormen-
comportamento com o tempo de maneira não controlada, te, de maneira que o sorriso expresse visualmente algo verda-
podendo trazer mais prejuízos que benefícios. deiro ou autêntico, respeitando os princípios de harmonia e
estética e, portanto, revele a beleza pessoal.
Profissionais da Odontologia Estética que direcionam seus
trabalhos em configuração visual, orientando seus técnicos
sobre o tipo de formatos a serem utilizados nos casos, geral-
mente o fazem seguindo sua intuição, o que nem sempre coin-
6.5 Face e sua relação com aspectos Na análise facial os profissionais devem iniciar pela identifi-
de uma personalidade cação do formato do rosto do paciente, que geralmente está
O V isagismo se fundamenta no conceito de que a face ex- associado ao temperamento dominante. O visagismo trabalha
pressa visualmente a identidade de uma pessoa4,12-13. É atra- com nove formatos básicos de rosto que se relacionam aos
vés da face que o indivíduo se reconhece como pessoa e é re- temperamentos de acordo com os tipos de linhas de sua con-
conhecido pelos outros. Como observa Hallawell: “o rosto é a figuração como será demonstrado adiante. Os profissionais
materialização do ser de uma pessoa, e é no espelho que uma também devem levar em consideração a divisão da face em
pessoa constrói seu senso de identidade visual a partir de uma terços e a investigação da proporção entre esses. Alguns ter-
certa idade na infância” (ver Capítulo Identidade, Personalidade ços devem ser subdivididos em partes que se relacionam com
e sua Relação com a Imagem). aspectos específicos da personalidade, como se segue:
A correlação entre aspectos faciais e tendências de tem-
peramento figura como objeto de estudos desde civilizações 6.5.1 Análise do formato do rosto
antigas. Estudos mais recentes como a morfopsicologia14-15 São nove os formatos básicos de rosto: oval, redondo,
procuram evidenciar à luz da ciência a correlação entre aspec- quadrado, retangular, triangular, triangular invertido, lo-
tos físicos ou morfológicos e particularidades psicológicas16. sangular, hexagonal com lateral vertical e hexagonal com
base horizontal17.
O formato de qualquer coisa é percebido quando se
compara o espaço ocupado pelo objeto, chamado de es-
paço positivo, com o espaço vazio ao seu redor, chamado
Terço
Superior Intelecto de espaço negativo. Para conseguir perceber o formato do
rosto é preciso seguir, visualmente, os contornos do rosto,
observando os espaços ao seu redor e ignorando o rosto
Emoção
Terço em si e suas feições. A observação começa pelo ponto exte-
Médio rior do arco zigomático, com o olhar percorrendo a linha ex-
Ação e
Ritmo de vida terior do rosto, até o ângulo da mandíbula18. Essa linha será
curva, verticalmente reta, inclinada em direção ao queixo ou
Expressão,
Terço Intuição e inclinada para fora do rosto. Em seguida o formato do quei-
Sexualidade
Inferior xo é observado, seguindo o ângulo da mandíbula até a ponta
Vontade
do queixo, o mento. Finalmente, observa-se as linhas que
contornam a testa e os formatos que estas determinam.
O ângulo da mandíbula não aparece nos rostos ovais
A análise facial é o primeiro passo da consultoria proposta e redondos, caracterizados por uma linha curva do arco
por Hallawell, onde a equipe procurará investigar o formato de zigomático até o queixo, e nos triangulares invertidos e lo-
rosto e das feições, sua representação temperamental e sua sangulares, caracterizados por uma linha inclinada, do arco
manifestação no comportamento do indivíduo. É pela análise zigomático até o mento.
facial que o profissional obterá uma ideia sobre a tendência in- No rosto oval, a largura é igual ao tamanho do queixo
dividual para o predomínio de determinado temperamento, que até as sobrancelhas. No rosto redondo, a largura é maior e
Foto:istockphoto
deverá levar em consideração também as observações dadas é igual à distância entre o queixo e o meio da testa. O rosto
pelo próprio paciente. oval indica que a pessoa tem atributos melancólicos domi-
6.6 Temperamentos e sua manifestação ta frontal quanto de perfil onde se apresentaria também longa,
6.8 Referências
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Treatment planning, preparation and finishing. J Am
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ra, Calif].
completo, o tempo necessário para sua implantação será tão logo possível, guiando toda a sequência de tratamento
resgatado, deixando a sequência de tratamento mais lógica para um resultado estético predeterminado. Um plano de
e direta, poupando tempo, materiais e reduzindo o custo du- tratamento eficiente permite que toda a equipe identifique, o
rante o tratamento. mais cedo possível, as mudanças para obtenção do resultado
esperado em todas as especialidades envolvidas1.
7.2.2 Comunicação
A literatura tem ressaltado a importância do desenho 7.3 Avaliação – feed-back - aprendizado
do sorriso, embora seja vaga em relação ao responsável O desenho digital do sorriso permite uma reavaliação pre-
pela sua realização. Podemos ver a importância da reunião cisa dos resultados obtidos em cada fase do tratamento. Com
dos dados diagnósticos pelos checklists4,7,12-13; entretanto, os desenhos e linhas de referências criadas é possível realizar
muitas informações podem ser perdidas se o significado comparações simples entre as imagens do antes e depois,
real não for transferido de forma adequada ao desenho da verificar se estão de acordo com o planejamento, ou se é ne-
reabilitação. cessária qualquer outra medida para melhorar os resultados.
Tradicionalmente o desenho do sorriso é materializado Esta verificação dupla constante de todas as informações é
primeiro pelo técnico de laboratório, quando realiza o encera- uma imagem para tratamentos de alta qualidade e ferramen-
mento restaurador, criando formas e arranjo, conforme as in- ta de aprendizado para toda a equipe multidisciplinar.
formações restritas, seguindo algumas diretrizes escritas ou
passadas pelo cirurgião-dentista ao telefone como: “aumente 7.3.1 Educação
2 mm”, “feche o diastema” etc. Desta forma, muita responsa- Muitas vezes o paciente não fica satisfeito com sua estéti-
bilidade é colocada sob os ombros do técnico(a), porque, mui- ca, mas não sabe, exatamente, quais são os fatores que con-
tas vezes, não possui as informações necessárias para rea- tribuem para sua aparência. Quando temos a oportunidade
lizar a tarefa. Desta forma, perde-se a oportunidade de criar de mostrar todos os elementos que não estão de acordo com
um sorriso que satisfaça totalmente o paciente. os princípios estéticos numa apresentação didática, podemos
Quando o coordenador ou outro membro da equipe res- educar o paciente sobre a severidade do caso, estratégias
tauradora que está em contato direto e tem empatia com o de tratamento, prognóstico e recomendações. A educa-
paciente e assume a responsabilidade pelo desenho do sorriso, ção sobre as soluções será mais fácil e direta ao paciente,
os resultados podem ser melhores, já que o profissional pode aumentando-se a credibilidade e verdade sobre a equipe
incorporar certas preferências pessoais ou características odontológica e, consequentemente, uma melhor aceitação
morfopsicológicas10,14. Assumindo esta responsabilidade, o ci- do tratamento proposto.
rurgião-dentista pode comunicar diretrizes importantes para o
enceramento, como as recomendações sobre o comprimento, 7.3.2 Apresentação do caso
forma, arranjo e nível do plano oclusal, baseado nas imagens. Usado para realizar a apresentação do plano de tratamen-
As desculpas para que o cirurgião-dentista não participe to, o desenho digital do sorriso tornará o processo mais efetivo
diretamente do desenho do sorriso são muitas, como o tempo e direto, porque permitirá ao paciente ver e compreender to-
ou o treinamento necessário. dos os múltiplos fatores combinados que criam as característi-
Para um DDS bidimensional, o técnico será capaz de reali- cas orofaciais. A apresentação do caso será efetiva e dinâmica
zar um enceramento tridimensional mais eficaz, concentrando- para ele, aumentando a aceitação do plano proposto.
se no desenvolvimento das características anatômicas dentro
dos parâmetros especialmente fornecidos, como o plano de re- 7.3.3 Visagismo
ferência, linhas média facial e dentária, posição da borda incisal, O desenho digital do sorriso se apresenta como ferra-
dinâmica labial, arranjo dentário básico e plano incisal. menta fundamental para o profissional que utiliza o visagis-
A transferência da informação do enceramento para a mo em seus planejamentos. Permite a esse profissional
fase de prova (test drive), pode ser feita pelo uso de uma si- confeccionar um desenho de acordo com a vontade de ex-
mulação (mock-up) ou restauração provisória. O desenho das pressão do paciente e apresentá-lo previamente à confec-
restaurações estéticas definitivas deveria ser feito e testado ção do enceramento diagnóstico. Essa estratégia objetiva
a discussão do caso entre ele e o paciente e o alinhamento linha média facial, linha horizontal de referência (geralmente
entre aquilo que o paciente espera ou deseja do tratamento linha interpupilar), duplicando-se essa linha e trazendo para
e o que o profissional visualiza para a resolução do caso. O a região oral.
profissional poderá ainda valer-se da apresentação de mais No terceiro slide, deve-se sobrepor uma imagem intraoral
de um desenho de sorriso, em caso de dúvida, com as varia-
maxilar com fundo negro sobre a facial; deve-se ajustar o tama-
ções de formas possíveis para o caso e explicar para o pa-
nho da imagem intraoral até se adaptar precisamente sobre
ciente o que cada desenho significa em termos psicovisuais.
a facial.
A decisão do desenho a ser seguido deve ser baseada na
O quarto slide deve mostrar a imagem intraoral com as
vontade do paciente e viabilidade de execução. Geralmente
aquele desenho preferido pelo paciente terá mais relação linhas de referências faciais e começar a confeccionar tra-
com seu senso de identidade visual, uma vez que a leitura ços para diagnosticar deficiências estéticas.
visual é inconsciente. Primeiro avalia-se a relação entre linhas média facial e
dental. Em seguida a relação entre o plano incisal com o
7.4 Desenho digital do sorriso – sequência plano horizontal facial de referência.
A técnica proposta é realizada pelos autores usando o A seguir desenha-se o contorno dos dentes superiores
programa Keynote (Apple), mas outros programas simila- onde se avalia a forma dental original e assimetrias de for-
res como o MicroSoft PowerPoint podem ser usados com ma entre os lados direito e esquerdo. Em seguida traça-se o
pequenos ajustes na técnica a ser descrita. O Keynote per-
longo eixo de cada elemento, o que permite visualizar como
mite a manipulação simples das imagens digitais e a adição
as variadas posições coronais podem ser a causa de insa-
de desenhos, linhas, formas e medidas sobre imagens clíni-
tisfação por parte do paciente. O próximo passo é desenhar
cas ou laboratoriais.
O desenho digital do sorriso segue uma sequência lógi- as linhas complementares como linha dos zênites gengivais,
ca, da região externa para a região interna da análise no linha de união das ameias gengivais e incisais.
paciente: facial, dentofacial, dentogengival e dentária (intra Por último deve-se traçar linhas interproximais verticais
e interdentária). A sequência mostrada abaixo é um passo para analisar a proporção “md” entre os diversos elemen-
a passo completo que pode ser modificado, diminuído ou tos superiores. Nesse momento o profissional terá um pa-
adaptado para diversas situações, dependendo das neces- norama diagnóstico, em que todos os principais elementos
sidades individuais. visuais constituintes da estrutura do sorriso podem ser
Deve-se abrir o programa Keynote num formato de slide 3 analisados e começar a visualizar possibilidades reabilitado-
para 1 e começar a inserir as imagens. As primeiras imagens
ras para o caso.
serão de face, sendo da esquerda para a direita: face com
A partir desse momento as intervenções a serem reali-
boca fechada (análise do formato do rosto), boca em repouso
zadas em termos de confecção do desenho do sorriso deve-
(análise dos terços faciais e exposição dental em repouso),
rão levar em conta a vontade de expressão e sua viabilidade
sorriso leve (relação entre plano incisal e borda superior do
lábio inferior) e sorriso largo com a boca aberta (para mostrar de execução de acordo com as possibilidades orais do pacien-
o contraste das bordas incisais com o fundo negro da boca). te, conforme mostrado no Capítulo Composição. O exemplo
Para o segundo slide, deve-se selecionar a imagem facial clínico a seguir ilustrará a sequência operatória do desenho
com sorriso largo e boca aberta. Nessa imagem delinea-se digital do sorriso à reabilitação cerâmica.
Figura 1
Situação intraoral inicial.
Figuras 2 a
b c
Imagens faciais
pré-operatórias.
Figura 3
Linhas de referências
faciais, verticais
e horizontais.
Figura 4
Relação entre eixos
faciais verticais e
horizontais e região oral.
Figura 5
Contorno labial
e plano incisal.
Pré-operatório.
Figura 6
Relação de
discrepância
entre linhas médias
dental e facial.
Figura 7
Sobreposição de imagem intraoral com afastador sobre sorriso com eixos
de referência.
Figura 8
Ajuste da sobreposição.
Figura 9
Eliminação da imagem inferior
e manutenção da intraoral com
eixos de referência faciais
para começar a desenhar.
Figura 11
Tratamento ortodôntico finalizado.
a b
Figuras 12
Comparação entre antes e depois do tratamento ortodôntico.
Figuras 13
Novos desenhos de sorriso para orientar o enceramento diagnóstico.
Figura 14
Enceramento diagnóstico.
Figura 15
Mock-up.
a b c d e
Figuras 16
Imagens extraorais com o mock-up.
a b c d
Figuras 17
Imagens faciais com o mock-up.
a b
Figuras 18
Comparação antes e depois com mock-up.
c d
Figura 19
Preparo dental.
c
Minimamente invasivo.
Figuras 20
a b
prova dos laminados.
Figura 21
Laminados.
c1 c2 c3
d1 d2
7.5 Referências
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aplicaçÃo clínica do
Visagismo
Na prática clínica o Visagismo se presta a personalizar rea- Bráulio Paolucci,
bilitações de configuração visual do desenho de sorriso final. Galip Gurel
Seu objetivo é conseguir um equilíbrio visual entre esse dese-
nho do sorriso final com a face e com aspectos psicocompor-
tamentais do paciente. Para isso é imprescindível a consultoria,
onde a equipe restauradora verificará, com o paciente, quais
suas principais características psicocomportamentais, suas
queixas estéticas, suas necessidades pessoais e desejos, e
através do uso de linhas e formas adequadas, procurará ela-
borar um desenho de sorriso que expresse visualmente a von- Este livro apresentará uma abordagem minimamente in-
tade de expressão do paciente. vasiva em casos de estética dental superior, em que a aplica-
Portanto, o Visagismo entra numa fase adiantada da rea- ção do Visagismo é restrita à configuração final de formas de
bilitação estética, após a equipe ter identificado os problemas elementos dentais, buscando respeitar ao máximo a estrutura
estéticos do caso, tanto do ponto de vista intraoral quanto ex- configurativa original, com suas conotações psicovisuais autên-
traoral, em que se avaliada a proporção entre os elementos ticas, almejando, dessa forma, alcançar resultados que, além
orais com a face, é proposto suas correções de acordo com os de preservar as estruturas orais pela mínima intervenção,
princípios de harmonia e estética consolidados na Odontologia. também respeitam seus significados psicológicos.
Em casos de estética dental, onde já se tem elementos ou A análise de cada caso seguirá uma abordagem inves-
unidades orais tais como dentes, rebordo ósseo e arcabou- tigativa de problemas estéticos particulares, partindo da
ço gengival como referência, a aplicação do Visagismo fica análise facial para intraoral, como demonstrado no Capítulo
condicionada por essas estruturas, que em suma devem ser Desenho Digital do Sorriso. A seguir um check-list que orien-
respeitadas o máximo possível, para se conseguir resultados tará essa investigação:
naturais e imperceptíveis. A vontade de expressão do paciente Análise facial
deve ser aplicada, nesses casos, como um detalhamento do • Configuração de eixos de referências horizontal e vertical
desenho do sorriso final, como proposto no Capítulo Compo- e sua relação com estruturas orais.
sição (ver Estrutura e Detalhe). Em reabilitações mais com- • Análise da exposição dental com lábios em repouso.
plexas, onde houve a perda de múltiplos elementos dentais, • Análise da exposição gengival em sorriso amplo.
rebordo ósseo e gengival, o seu uso é mais amplo, servindo Análise intraoral
a vontade de expressão do paciente como referência para a • Plano incisal.
reconstrução dessas estruturas perdidas tanto em termos de • Formas dentais.
estrutura quanto detalhe. • Eixos dentais.
• Proporção entre elementos dentais.
• Linhas complementares.
Eixos dentais X X
Formas dentais X X X X
Posicionamento
dental X X
Exposição dental X X
Proporção dental X X X X
Linhas
X X
complementares
Central/cervical X X
Central/ângulo
incisodistal X X X X
Central/terço distal X X X
Lateral X X X X
Canino X X X
Caso 1
Resumo
LOTG 31 anos chegou à clínica reabilitadora queixandose
do aspecto de seu sorriso. Na primeira consulta foram reali-
zadas imagens intra e extraorais e modelos de estudos. Na daquela esperada para a idade da paciente (exposição de
segunda consulta foi realizada consultoria visagista onde pro- 3,5 mm para idade de 30 anos em sexo feminino) exposição
curou-se avaliar a paciente acerca de suas características psi- pré-operatória da paciente: 2 mm. O desenho de seu segmen-
cológicas e comportamentais. Nesse momento a equipe avalia to anterossuperior com ausência de dominância de centrais
a paciente a partir das partes que compõe sua face, do ponto e plano incisal reto lhe conferia uma situação de simetria cor-
de vista morfopsicológico. Avaliou-se como ela processa seus rente ou horizontal. Após tomar conhecimento do significado
pensamentos a partir da forma de sua testa, avaliou-se como visual dessa situação (calma/apatia/monotonia), a paciente
processa suas emoções a partir do formato de seus olhos, seu disse que era esse exatamente o que a incomodava, mesmo
ritmo de vida a partir da forma de seu nariz e áreas parana- sem ela saber apontar de antemão o problema. Disse ainda
sais, como se comunica verbalmente pela forma de sua boca que gostaria de um sorriso estético, que ao mesmo tempo
e como impõe sua vontade a partir do formato e projeção de tivesse relação com sua identidade; queria um sorriso mais
seu mento. Nessa consulta ela interage indicando acertos e marcante, atraente e sensual.
correções. No fim dessa consultoria, a equipe tem um panora- Na consultoria a paciente demonstrou-se muito comuni-
ma psicocomportamental da paciente e investiga qual ou quais cativa, porém ressaltou que só se mostra comunicativa de-
de suas características gostaria de evidenciar no desenho de pois de ter certo conhecimento ou intimidade com quem se
sua reabilitação. relaciona. Apresentou-se positiva e delicada na colocação de
Na análise extraoral descartou-se desvio de linha média, suas ideias e vontades. A paciente gostaria de evidenciar em
mas observou-se pouca exposição dental com lábios em re- seu sorriso seus aspectos de comunicabilidade, sensibilidade
pouso. Na análise intraoral, descartou-se apinhamentos, desa- emocional e feminilidade, além de realçar sua força pessoal.
linhamento entre eixos dentais, restaurações deficientes, alte- Portanto, optou-se por manter o formato de seus centrais
rações de cor, plano incisal invertido e problemas periodontais, (trapezoidais) com detalhamento arredondado, para expres-
causas comuns de insatisfação estética por parte dos pacien- são de sensualidade, sensibilidade e delicadeza. Laterais com
tes. A paciente relatou não se sentir satisfeita com seu sorri- incisais curvas para caracterizar sua sensibilidade emocional.
so, porém, sem saber explicar exatamente o porquê, mesmo Caninos foram configurados com sua face vestibular discreta-
após a conclusão de tratamento ortodôntico. mente curva (suavidade). O plano incisal ascendente confere
Pela análise computadorizada do sorriso verificou-se pou- jovialidade e extroversão ao desenho do sorriso. A dominância
ca dominância de centrais, tanto em largura quanto em altura conferida a incisivos centrais torna o sorriso mais atraente ao
e consequente deficiência de plano incisal, que se mostrava olhar, assim como confere à imagem, a expressão de jovialida-
aquém do desejado e não paralelo à borda superior do lábio de pela maior exposição de centrais com lábios em repouso.
inferior. Por esse mesmo motivo a exposição de centrais Essa dominância está relacionada a características comporta-
superiores em situação de lábios em repouso ficava aquém mentais de imposição e força.
Figuras 1
Imagens faciais -
a b c
pré-operatório.
a b c d e
Figuras 2
Imagens extraorais - pré-operatório. Observar pouca exposição dental com lábios em repouso.
a b c
Figuras 3
Imagens intraorais.
a b
Figuras 4
Imagens intraorais com fundo negro.
a b
Figuras 5
Análise do formato de rosto (hexagonal de lateral reta) e eixos faciais de referências horizontal e vertical.
Observar que não há divergência de eixos dentários em relação a eixos faciais.
Figura 6
Análise da relação entre linhas médias
facial e dental, assim como a relação
entre o plano horizontal maxilar e a linha
bipupilar (projetada na região oral).
Figura 7
Formas dentais pré-operatórios.
Figura 8
Relação entre formas
dentais/plano horizontal de
referência/linhas dos lábios.
Figura 9
Plano incisal
pré-operatório.
Praticamente retilíneo.
Figura 10
Proporção entre os
elementos dentais.
Figura 11
Observar relação de dominân-
cia em largura entre centrais e
laterais. Está deficiente.
Figura 12
Alargamento de centrais
e estreitamento de laterais
para se obter uma relação
gradativa mais próxima do
número áureo.
Figura 13
Correção de plano incisal
de acordo com plano oclusal
posterior e paralelo à linha
superior do lábio inferior.
Figura 14
Correção do comprimento dos
dentes de acordo com o novo
plano incisal estabelecido.
a b c
Figuras 15
(a) Sorriso pré-operatório; (b) Mock-up com desenho dinâmico; e (c) Mock-up com desenho forte.
a b c
Figuras 16
Terceiro mock-up misturando formas triangulares com detalhamento arredondado. Observar correta dominância de centrais, plano incisal e exposição dental.
Figura 17
Sorriso com novo
mock-up.
a b c
Figuras 18
Face com novo mock-up.
a b
Figuras 19
Imagens intraorais com novo mock-up.
a b c
Figuras 20
Imagens de novo mock-up com fundo negro.
a b
Figuras 21
Remoção de metade do mock-up para verificar o ganho em volume dental.
Figuras 22
Verificação do volume a
ser conquistado: 1 mm
de expessura e 1 mm
de comprimento. O que
restringe o preparo dental
à remoção das resinas
a b
interproximais.
a b
Figuras 23
Imagem antiga da paciente, antes da confecção das resinas interproximais para servir de orientação no preparo.
a b c
Figuras 24
Preparos realizados. Houve somente a remoção das resinas interproximais. Não houve preparos incisal e vestibular.
a b
Figuras 25
Técnica do duplo fio para moldagem.
c1 c2 c3
i1 i2 i3 i4
i5 i6 i7
Figura 26n
Sequência laboratorial: (n) Controle.
Figura 27
Resultado final - imagem intraoral com fundo negro.
a
Figura 28a a 28
Resultado final.
Vistas laterais direita
e esquerda.Observar
centrais com
estrutura triangular
e detalhamento
curvo moderado.
Laterais com incisais
discretamente
arredondados.
Caninos
configurados com
b
vestibular curva.
c1 c2 c3
c4 c5 c6
J1 J2
k1 k2
Figuras 28k
Resultado final.
Caso 2
Resumo
Paciente DC apresentava queixa estética relacionada ao
excesso de volume do caninos, irregularidade da linha dos
zênites e giroversão do 21. Na análise computadorizada do
sorriso, a equipe identificou outras possíveis causas de in-
satisfação e as esclareceu à paciente. Entre tais possíveis
causas, estaria, a falta de preenchimento dental dos cor-
redores bucais, o que colaborava para a percepção de ex-
cesso de volume nos caninos. O elemento 22 apresentava-
se recuado em relação a um plano vertical anterior, o que
reforçava a impressão de vestibuloversão do 21 e excesso foram corrigidos no computador. Após a correção 2D das
de volume do 23. Em uma vista superoinferior (olhando so- desarmonias estéticas entre os dentes, chegou o momento
bre a cabeça com a pessoa deitada de costas para o obser- de se definir a forma dental da reabilitação, em que as in-
vador), pôde-se verificar a relação entre as bordas incisais formações colhidas na consultoria ganham sua vez. Nesse
dos seis elementos anterossuperiores com a linha seco-mo- caso, procurou-se expressar dinamismo de ritmo de vida,
lhado do lábio inferior, onde se constatava vestibularização alegria, entusiasmo, positividade, extroversão, através do
do 21, recuo palatino do 22 e projeção vestibular do 23. formato trapezoidal dos centrais e inclinação medial dos
A linha dos zênites muito angulada (em ziguezague) inco- caninos, assim como plano incisal ascendente; porém, ca-
modava a paciente; portanto, uma regularização dessa linha racterísticas como sensibilidade emocional, delicadeza,
através de plástica periodontal foi sugerida. perfeccionismo e persistência nas ações, obtiveram sua
O caso foi avaliado ortodonticamente, porém foi descarta- expressão a partir de detalhes curvos como ângulos inci-
da a intervenção pelo fato de a paciente apresentar grande sodistais dos centrais. A paciente manifestou o desejo de
estabilidade oclusal e perfeita intercuspidação. O alinhamento expressar mais credibilidade e gostaria de ser mais res-
dos dentes dar-se-ia pelo desgaste interproximal (slice), o que peitada pelas pessoas, que a consideravam muito jovem, o
prejudicaria ainda mais a formas dentais já deficientes. que lhe atrapalhava profissionalmente. Tal característica foi
Através da análise computadorizada do desenho do sor- trabalhada no desenho do sorriso pelo maior domínio visual
riso observou-se relação de proporção visual inadequada dos incisivos centrais (impositividade) assim como incisais
entre os dentes anterossuperiores, com caninos se apre- retas que expressam estabilidade.
sentando mais largos que laterais em uma visão frontal e O preparo dos dentes foi realizado de maneira minima-
desarmonia de inclinação dos eixos dentais, tais elementos mente invasiva, segundo técnica proposta por pesquisador,
em que se realiza preparos sobre mock-up. Nesse caso em
que havia a necessidade de redução do volume dos caninos,
esse procedimento deve ser realizado com guias de silicone
para correta confecção do mock-up.
a1 a2 a3 a4
Figuras 1
Imagens faciais - pré-operatório.
a b c d
Figuras 2
Imagens extraorais - pré-operatório.
a b c
Figuras 3
Imagens intraorais - pré-operatório - frente.
Figuras 4
Imagens intraorais -
a b c d pré-operatório -
45 graus.
Figuras 5
Imagens oclusal e
superoinferior
demonstrando
a b
desalinhamento dental.
a b
Figuras 6a e 6b
(a) Formato de rosto
oval e (b) Eixos faciais
verticiais e horizontais
de referência.
Figura 7
Colagem de imagem
intraoral para
planejamento digital.
Figura 8
Verificação de
relação linha média
facial/dental.
Figura 9
Análise do plano
incisal.
Figura 10
Formas dentais originais.
Figura 11
Eixos dentais - pré-operatório.
Figuras 12
a
Análise de linhas
complementares:
zênites, ameias
gengivais
e dentais.
Figuras 13
Proporção dental a
pré-operatório.
Figura 14
Configuração do
sorriso pré-operatório,
segundo linhas
constituintes.
Figura 15
Correção digital da
proporção dental.
Figura 16
Correção dos eixos
dentais rotacionando
as coroas.
Figura 17
Definição do
plano incisal.
Figura 18
Correção virtual da
linha dos zênites.
Figura 19
Correção digital
da linha das
ameias dentais.
Figura 20
Correção da forma dos centrais de acordo com a vontade de expressão da paciente.
Figuras 21
a
Sobreposição do
planejamento digital
sobre imagem intraoral.
a b
Figuras 22
Mock-ups digitais diferentes: o da esquerda configurado com linhas inclinadas e formas triangulares e o segundo composto por linhas curvas.
Esse teste pode ser realizado para mostrar ao paciente e discutir com ele o que cada tipo de desenho expressa, de modo a fazê-lo refletir sobre o
que ou quais características são relacionadas a ele e qual desenho lhe agrada mais. Uma vez discutido o procedimento, um terceiro desenho de
sorriso pode ser apresentado, representando a soma média dos dois primeiros (desenhos de expressão primária) que seriam viáveis para o caso.
a b c
Figuras 23
Plástica gengival. Observar o corte angulado realizado no elemento 11 para que seu contorno cervical
reforçasse sua percepção de forma triangular.
a b
Figuras 24
Comparação antes/depois imediato.
a b
Figuras 25
Pós-operatório imediato. Observar: em pré-molares houve necessidade de osteotomia
de para reestabelecer distância biológica adequada.
Figura 26
Pós-operatório - uma semana. Vista frontal.
Figura 27
Mock-up - imagem
extraoral.
Figuras 28
Mock-up - imagem
facial. a
b1 b2 b3 b4 b5
Figura 29
Preparo sobre mock-up
e demarcações.
Figura 30
Remoção do mock-up
após demarcações.
Figuras 31
Espaço interproximal
para facetas em dentes
posteriores após
preparo - vista oclusal.
Observar inflamação
gengival nas
áreas onde houve
rebatimento de retalho.
O preparo dental foi
realizado uma semana
a b
após a cirurgia.
Figura 32
Vista oclusal do
preparo de dentes
anteriores.
a b c
Figuras 33
Vista frontal dos preparos.
Figuras 34
Fios retratores
posicionados para a b c
moldagem - técnica do
duplo fio.
Figura 35
Moldagem.
Figura 36
Provisório imediato com
desenho para orientação
do laboratório.
Figura 37
Comparação antes/
depois dos laminados -
a b imagens intraorais.
Figura 38
Trabalho finalizado.
a b
Figuras 39
Imagens intraorais do trabalho finalizado.
a b c
Figuras 40
Imagens faciais do trabalho finalizado.
Figuras 41
a b Comparação antes/
depois - facial.
Figura 1
Modelo torquelado com
precisão no sistema de
torquelização Giroform (Amann).
O material refratário utilizado
para a reprodução dos torqueis
foi o GCera Vest (GC).
a b
Figuras 2
Gengiva artificial
feita de silicona de
condensação para
orientar o perfil de
emergência das
c
lâminas de cerâmica.
Figura 3
Delimitação da área a ser coberta pela
lâmina de cerâmica e muralha com
referências no planejamento e preparo
para a realização das compensações (de
tamanho do remanescente) e aplicação de
cerâmica com previsibilidade.
Figura 4
Os dentes não apresentavam
escurecimento, indicando preparos
conservadores (a adesão cerâmica x
esmalte é muito mais efetiva do que
cerâmica x dentina). Como a espessura
para a realização do caso em cerâmica
é pequena, os efeitos internos da
aplicação de cerâmica foram realizados
já na primeira queima (wash), pois o
remanescente é considerado como
dentina para a realização da aplicação
de cerâmica nestes casos. O refratário é
totalmente branco e opaco, dificultando
a verificação da cor final da lâmina, o
que implica que a cor do remanescente
dentário influenciará quase que em
100% na cor final da restauração.
Figura 5
Base pronta para a primeira queima de
cerâmica utilizando Deep Dentina para
as compensações, transparente Blue nas
proximais, dentina pura na cervical, massa de
Mamelos (Ligth), Effect 02 e 03 e uma camada
de Effect 01 para finalizar.
Figura 6
Primeira queima de cerâmica IPS d.Sign
(Ivoclar Vivadent). Nesse caso, como a
cerâmica é coccionada sobre o material
refratário, sua temperatura de queima
deve ser mais elevada do que
a queima sobre estruturas metálicas.
Figuras 7
Detalhes internos da aplicação sob
luz transmitida indicando a alta
opalescência do material cerâmico.
Figura 8
Início da segunda queima de cerâmica
respeitando o formato do planejamento
realizado para a paciente em questão. A
camada de esmalte aplicada neste caso
foi TS1 d.sign (Ivoclar Vivadent), totalmente
uniforme, mas com um acréscimo de 20%
de dentina A2, que é a cor selecionada
para o caso (para manter o matiz), e 20%
de massa opalescente, mantendo, assim,
um pouco da característica do esmalte
dental, com relação a este efeito natural.
Figura 9
Segunda queima terminada com luz
transmitida, evidenciando, ainda, a
opalescência da cerâmica utilizada.
Figura 10
Deixando a superfície da cerâmica uniforme
para a finalização de forma e textura.
Figura 11
Parâmetros iniciais de área de espelho pós-
queima (a intenção com a aplicação da
cerâmica é que os ajustes finais sejam os
mínimos possíveis, evitando, dessa forma, o
uso excessivo de brocas e com consequência
da retirada do esmalte que, em alguns casos,
não chega a espessura de 3 mm, sendo assim
difícil de controlar o desgate).
Figura 12
Perfil de emergência da lâmina,
caracterizando um desgaste
muito conservador.
Figura 13
Áreas de espelho definidas conforme o
planejamento inicial e as características
do paciente e definindo a textura
superficial com uma iluminação lateral
com uma lâmpada de contraste
(Contraste - Caltini do Brasil).
Figura 14
Neste caso foi utilizado
somente pasta de Glase, sem
caracterizações evidentes,
mostrando a aplicação das
massas cerâmicas.
Figura 15
Textura após Glaze.
Figuras 16
Textura superficial.
Figura 17
Laminados cerâmicos logo após a retirada
do material refratário utilizado como base
para a aplicação. A espessura gera em
torno de 3 mm, 4 mm e 5 mm.
a b
Figuras 18
Fundo escuro influenciando totalmente a cor da lâmina.
Figura 19
Qualquer alteração no remanescente
influenciará no resultado final da
cor do caso; por isso, este tipo de
restauração (lente de contato) tem de
ter indicações específicas.
Figura 20
Vista das lâminas ajustadas no
modelo sólido (para ajustes de
contatos proximais).
Figura 21
Harmonia dos centrais em
posição.
Figura 22
Formato conforme o
planejamento inicial.
Caso 3
Resumo
Paciente MACD apresentou-se à equipe restauradora
demonstrando insatisfação em relação ao seu sorriso. A
mesma paciente não sabia pormenorizar sua queixa, dizen- comportamento discreto e reservado. Foi proposta então
do que nunca se sentiu à vontade para sorrir, o que pode uma mudança do plano incisal de reto para ascendente,
ser observado em suas fotografias antigas. Nunca apre- giroversão de laterais, projetando sua mesial para anterior
sentava exposição de seus dentes no sorriso e, por esse e sua distal discretamente para posterior, assim como a
motivo, no passado procurou tratamento ortodôntico em redução visual dos caninos e inclinação de seus eixos para
busca de uma solução. O problema persistiu após o trata- medial, com o objetivo de suavizar sua imagem do sorriso.
mento e sua procura por profissionais da estética a deixou Tais mudanças serviriam para fazer com que o desenho do
mais frustada, uma vez que os profissionais se negavam a sorriso expressasse características pessoais autênticas e,
intervir em dentes completamente saudáveis e alinhados, portanto, houvesse um alinhamento entre autoimagem e
atribuindo sua queixa a problemas psicológicos. imagem externa. Pela primeira vez ela sentiu que suas quei-
Em um primeiro momento uma consultoria de Visagis- xas faziam algum sentido e demonstrou grande interesse
mo foi realizada, procurando conhecer melhor as carac- em realizar a intervenção.
terísticas psicocomportamentais da paciente, assim como O trabalho foi realizado de maneira minimamente in-
confecção de modelos de estudo e protocolo fotográfico. vasiva em centrais e caninos e em laterais onde haviam
Num segundo momento foi explicado à paciente o que facetas de resina. Houve uma intervenção um pouco mais
seu sorriso expressava visualmente: características de profunda, para que se removesse todo o material resino-
força, estabilidade, agressividade, determinação etc, ex- so e o substituisse por cerâmicas. A paciente manifestou,
pressas pelos incisivos retangulares posicionados com sua ainda, que gostaria que seu novo sorriso soasse o mais
vestibular totalmente voltada para anterior, plano incisal natural possível, o que indicaria à equipe que as formas
reto e caninos volumosos, o que não condizia com as ca- dentais deveriam ser preservadas, alternado-se apenas a
racterísticas pessoais autênticas demonstradas na con- retilinidade do plano incisal, a dominância e inclinação verti-
sultoria, como meiguice, delicadeza, dinamismo na ação e cal dos caninos, além da retilinidade no posicionamento de
laterais para que se conseguisse que o desenho do sorriso
ganhasse a expressão desejada pela paciente.
O preparo dos dentes foi realizado de maneira mini-
mamente invasiva segundo técnica proposta, em que se
realiza preparos sobre mock-up, mas nesse caso há a ne-
cessidade de desgaste de elementos dentais que terão seu
volume diminuído, como no caso os caninos, para confec-
ção correta do mock-up que servirá de referência para a
execução do trabalho cerâmico.
a b c
Figuras 1
Protocolo fotográfico facial.
Figuras 2
Imagens da face a b
- 45 graus.
Figura 3
Formato de rosto
hexagonal de base reta.
a b c d
Figuras 4
Protocolo fotográfico extraoral - frontal.
Figura 5
Imagem intraoral frontal com fundo negro.
Figura 6
Análise de eixos dentais.
Observar que caninos
e primeiros pré-molares
apresentam eixos rotacionados
para lateral numa vista frontal.
Figura 7
Desenho digital do sorriso com
eixos corrigidos para diminuir peso
visual de caninos e pré-molares
rotacionando seus eixos para
medial. Correção do domínio de
centrais e plano incisal de acordo
com plano oclusal posterior e
linha superior do lábio inferior.
Reproporcionamento dos elementos
anterossuperiores para diminuir peso
visual de caninos e obter gradação
próxima do número áureo.
Figura 8
Desenho do sorriso final. Observar
regiões de desgaste mais intenso em
caninos para obter melhor proporção
no segmento anterossuperior e
acréscimo de volume em incisais
de incisivos de acordo com
novo plano incisal estabelecido.
Acréscimo de volume também
na vestibular dos pré-molares.
a b
Figuras 9
Mock-up.
Figuras 10
Antes/depois
a b
mock-up.
a b
Figuras 11
Antes/depois - mock-up - face.
a b c
Figuras 12
Mock-up - face.
a b c
Figuras 13
Preparo sobre mock-up.
a b c
Figuras 14
Demarcação.
a b c
Figuras 15
Preparos minimamente invasivos.
a b
Figuras 16
Check do espaço para cerâmica - lente de contato.
Figura 17
Moldagem com Virtual
- Ivoclar Vivadent.
Figura 18
Lentes de contato.
a b c
d e f
Figuras 19
Sequência laboratorial: (a) Pastilha Opal 1; (b) Verificação de um pequeno espaço para aplicação de efeitos incisais; (c) Wash de OE 2; (d)
Aplicação de cerâmica para formar as incisais (IBL, OE1 e mamelos light, salmon e yellow-orange); (e) Aplicação das massas de efeito (OE3,OE2 e
OE1). Sempre respeitando a muralha definida pelo enceramemto; e (f) Caso finalizado.
Figura 20
Lentes.
Figura 21
Antes. Logo
a b
após cimentação.
a b
Figuras 22
Antes/depois - face. Após a cimentação.
a b
Figuras 23
Antes/depois - sorriso.
a b c
Figuras 24
Imagem intraoral pós-cimentação de uma semana.
a b c
Figuras 25
Lábios em repouso após uma semana.
Figuras 26
Sorriso após
a b
uma semana.
Figuras 27
Sorriso - vista superior.
Figuras 28
Relação lábios/dentes
a b
- imagem lateral.
a b
Figuras 29
Face. Trabalho concluído.
Caso 4
Resumo
Paciente BRC chegou à clínica reabilitadora apresentado
deficiência papilar na região correspondente ao elemento
21 implantado, após várias cirurgias periodontais recons-
trutivas fracassadas. A perda da crista óssea interproximal
deixa um quadro clínico de difícil resolução com manipulação
de tecidos moles. Os elementos 11 e 22 apresentavam as-
pectos antiestéticos em restaurações de resina composta
antigas com coloração alterada. Apresentava-se discreto em
sua comunicação, chegando a demonstrar comportamento
reservado ou timidez. Sua queixa principal era a vergonha de
sorrir pelo defeito antiestético, o que comprometia seus re-
lacionamentos sociais e pessoais. Foi realizado enceramento
diagnóstico e confeccionado provisório imediato para verifi-
cação da dimensão da falta de papilas. Realizou-se análise
de linhas médias dental e facial percebendo não haver dis- 22 e 11. A restauração dos centrais foi condicionada pela
crepâncias entre as mesmas. A exposição dental com lábios situação oral pré-operatória, tal como o espaço disponível e a
em repouso apresentou-se satisfatória com os provisórios. deficiência papilar, indicando dentes retangulares para uma
Foi proposto tratamento com coroa cerâmica no elemento melhor solução desse problema. Na consultoria o paciente
21 com gengiva artificial e facetas cerâmicas nos elementos demonstrou interesse em manifestar no desenho de seu
sorriso qualidades autênticas como tranquilidade no compor-
tamento e tendência inata para dons musicais (característi-
cas artísticas). O desenho das bordas incisais foi configurado
como curvo para expressar tais características pessoais. O
desenho digital do sorriso indicou qual seria o posicionamen-
to ideal das pontas das papilas perdidas, pela observação do
alinhamento das papilas originais adjacentes (linha de união
das papilas gengivais).
a b c
Figuras 1
Situação pré-operatória demonstrando grande perda de papilas mesial e distal no elemento 21.
Observar: presença de múltiplas cicatrizes após várias tentativas cirúrgicas para solução do problema.
a b c
Figuras 2
Imagens extraorais - pré-operatório.
Figura 3
Eixos de referências faciais horizontais e verticais.
Figuras 4
Imagens extraorais: (a)
Lábios em repouso e
exposição dental e (b)
Sorriso autêntico com
grande exposições
a b
dental e gengival.
a b
Figuras 5
Situação intraoral com provisório imediato.
Figura 6
Avaliação da linha média dental em relação à linha média facial. Não coincidentes, mas paralelas.
Figura 7
Avaliação do plano incisal e posicionamento ideal dos zênites.
a b
Figuras 8
Avaliação da perda gengival na região do elemento 21. (a) Posição ideal dos zênites gengivais e (b) Simulação de contorno cervical e ameias gengivais.
Figura 9
Avaliação das formas dentais resultantes condicionadas pelo contorno cervical e papilas gengivais imaginárias.
Figura 10
Correção do comprimento dental de acordo com o plano incisal sugerido pelos dentes posteriores.
Figura 11
Preparos dentais para facetas cerâmicas.
Figura 12
Simulação de formas dentais previamente planejadas sobre preparos e implante.
Figura 13
Relação entre formas dentais planejadas em computador com preparos.
a b c
Figuras 14
Definição das bordas incisais como medida de personalização: (a) Retas, (b) Curvas e (c) Inclinadas.
Figura 15
Avaliação da perda de estrutura de suporte vestibular (perda horizontal).
a b c
Figuras 16
Imagens dos preparos para faceta e sua relação com o arco antagonista.
a1 a2 a3
b1 b2
b3 b4
Figuras 17
(a) Vista intraoral dos preparos sobre fundo negro e (b) Enceramento diagnóstico dentogengival
e muralhas de silicone que irão guiar todas as fases do trabalho.
a b c d
e f g
Figuras 18
Modelos de trabalho com as muralhas de silicone. Note as perdas severas de gengiva em relação
a posição correta do dente 21 nas Figuras a, d e f.
a b
Figuras 19
Confecção do abutment desconsiderando a incorreta posição da gengiva e dando a anatomia
correta ao preparo sempre guiado pelas muralhas.
a b c d
Figuras 20
Abutment em modelo de resina.
a b c d e f
Figuras 21
Abutment em zircônia (Zirkonzahn).
a b c
Figuras 22
Abutment posicionado no modelo. Notar o quanto o seu término está afastado da base da gengiva.
a b c
Figuras 23
Estrutura sobre o abutment imitando o preparo do elemento 11. Artifício usado para ajudar no controle do valor,
dado a complexidade do caso 11 faceta e 21 implante (supraestrutura MO 1 e aplicado massas para reproduzir a translucidez do preparo).
a b c
Figuras 24
Enceramento realizado sobre o abutment para a prensagem.
a b c
Figuras 25
Infraestrutura das facetas cerâmicas. Verificação da adaptação (e-max press LT A2).
Figura 26
Enceramento da base para gengiva.
a b c d e
Figura 27
Abutment com base esculpida pronto para injetar.
a b c d e
Figuras 28
Base da gengiva injetada (Zirpress G3).
a b
Figuras 29
(a) Abutment com base cerâmica e (b) Coping cerâmico sobre abutment e base cerâmica. Verificação da adaptação.
Figura 30
Aplicação da cerâmica para se obter os efeitos incisais desejados (i1, OE1 e mamelos light, salmon e yellow-orange).
Figura 31
Primeira prova.
a b c d
Figuras 32
Sequência clínica: (a) Instalação do abutment; (b) Cimentação do coping sobre a o abutment; (c) Primeira prova das facetas;
e (d) Adaptação das facetas finalizadas previamente à cimentação.
a b c
Figuras 33
Observe que falta cor, volume e papilas na gengiva. Devido à complexidade deste caso, por ser um único central, ter uma
linha de sorriso alta e uma cor bem complexa, usaremos a resina de gengiva Anaxgum by Christian Coachman.
Figuras 34
(a) Condicionamento
ácido; (b) Silano;
(c) Adesivo; e a b c d
(d) Resina Flow.
c1 c2 c3
Figura 35k
Sequência de aplicação da resina gengival Anaxgum
(Anaxdent). Remoção da prótese dentogengival para
k
acabamento (área de contato interno com a gengiva deve ser
convexa para proporcionar higienização adequada).
a1 a2 a3
b1 b2
Figura 36d
Resultado final, após dois anos. Houve pequenas fraturas na incisal de centrais, o que exigiu uma reanatomização com discos diamantados.
Referências
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