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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE
JANEIRO
Departamento de Engenharia Mecânica
DEM/POLI/UFRJ
Aprovado por:
________________________________________________
Prof. Reinaldo De Falco, M.Sc
________________________________________________
Prof. Nísio de Carvalho Lobo Brum, D.Sc
________________________________________________
Prof. Fernando Pereira Duda, D.Sc
ii
Bonan, Thales Corrêa
Dimensionamento e Seleção de Válvulas de Segurança e
Alívio de Pressão / Thales Corrêa Bonan. – Rio de Janeiro:
UFRJ / Escola Politécnica, 2016.
X, 80 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Reinaldo de Falco.
Projeto de Graduação – UFRJ / POLI / Curso de
Engenharia Mecânica, 2016.
Referências Bibliográficas: p. 79-80.
1. Válvulas de Segurança. 2. Dimensionamento. 3.
Seleção 4. Normas. 5. Pressão de Abertura.
I. De Falco, Reinaldo. II. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Mecânica.
III. Dimensionamento e Seleção de Válvulas de Segurança e
Alívio de Pressão.
iii
AGRADECIMENTOS
Aos meus colegas de trabalho da empresa LESER, por toda a ajuda prestada
durante este projeto, em especial a Tatiana Camargo, Claudio Zana e Mateus Reis
que se mostraram sempre solícitos às minhas necessidades e dificuldades, me dando
o suporte necessário com os cálculos e conhecimento teórico. Sem essa ajuda,
grande parte do que foi feito neste trabalho não seria possível.
iv
Resumo do projeto de graduação apresentado ao DEM/UFRJ como parte dos
requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.
Março/2016
v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Engineer.
Março/2016
This work presents a comparative study between the different existing methods
for sizing and Selection of Pressure Safety Valves (PSVs). Usually installed in pressure
vessels and boilers, its goal is to provide protection to the personnel and the production
plant equipment, saving them from possible disasters, for example, a violent rupture of
a pressure vessel, which might cause serious injury, material damage and even death.
For the fact it is characterized as a safety item of the production plant, it was decided to
standardize the sizing procedure and selection, in order to prevent more serious
accidents from happening. In this manner emerged the Codes and Standards, created
by different trade associations in the world, that standardize the sizing and selection of
safety valves, such as API RP 520, ASME Section VIII, AD MERKBLAT 2000-A2 and
ISO 4126-1. It will be shown in this paper the sizing procedure of some PSVs by
approaching these different Codes and Standards. Furthermore, the selection of the
valves for this present work was done with the aim of studying a wide range of
scenarios using Pressure Safety Valves, and thus using different sizing criteria and
selection.
vi
Sumário
1 Objetivo ................................................................................................................. 1
2 Introdução ............................................................................................................. 2
2.1 História das Válvulas de Segurança ............................................................... 2
2.2 História dos Códigos e Normas ...................................................................... 4
2.3 Definição, Função e Aplicações Básicas ........................................................ 5
2.4 Razões para o excesso de pressão em um Vaso ........................................... 7
3 Conceitos Básicos................................................................................................. 9
3.1 Terminologia ................................................................................................... 9
3.1.1 Componentes de Válvulas de Segurança ................................................ 9
3.1.2 Características do Sistema .................................................................... 11
3.1.3 Características Operacionais ................................................................. 13
3.2 Tipos de Válvulas de Segurança e Alívio ...................................................... 17
3.2.1 Válvulas Convencionais ......................................................................... 18
3.2.2 Válvulas Balanceadas ........................................................................... 19
3.3 Funcionamento das Válvulas de Segurança atuadas por mola ..................... 20
3.3.1 Válvula Fechada (𝐏 < 𝐏𝐒𝐄𝐓) ................................................................. 20
3.3.2 Abertura da Válvula (𝐏 ≈ 𝐏𝐒𝐄𝐓)............................................................. 20
3.3.3 Válvula Aberta (𝐏 > 𝐏𝐒𝐄𝐓)..................................................................... 21
3.3.4 Válvula Fechando/Reassentando (𝐏 < 𝐏𝐒𝐄𝐓)........................................ 23
3.4 Metodologia do Dimensionamento e Seleção das Válvulas de Segurança ... 23
3.4.1 Introdução e Metodologia ...................................................................... 23
3.4.2 Propriedades dos gases ........................................................................ 26
3.4.3 Propriedades dos líquidos e escoamentos viscosos .............................. 29
3.5 Dimensionamento de válvulas de segurança ................................................ 30
3.5.1 Pressão de Alívio e critérios de sobrepressão conforme API RP 520 .... 30
3.5.2 Dimensionando de acordo com a ASME Seção VIII, API RP 520 .......... 35
3.5.3 Dimensionando de acordo com a ISO 4126-1 e ISO 23251................... 48
3.5.4 Dimensionando de acordo com a AD 2000-Merkblatt A2 ....................... 52
3.6 Resumo das Fórmulas de dimensionamento ................................................ 56
4 Casos reais de dimensionamento e seleção de válvulas de segurança .............. 57
4.1 Cenário de contrapressão............................................................................. 59
4.1.1 Dimensionamento e seleção conforme API RP 520 / ASME VIII ........... 59
4.1.2 Dimensionamento e seleção conforme ISO 4126-1 ............................... 61
4.1.3 Dimensionamento e seleção conforme AD 2000-Merkblatt A2 .............. 62
4.2 Cenário com exposição ao Fogo externo...................................................... 63
4.2.1 Dimensionamento e seleção conforme API RP 520 / ASME VIII ........... 64
4.2.2 Dimensionamento e seleção conforme ISO 4126-1 ............................... 65
4.2.3 Dimensionamento e seleção conforme AD 2000-Merkblatt A2 .............. 66
vii
4.3 Cenário de alta viscosidade .......................................................................... 68
4.3.1 Dimensionamento e seleção conforme API RP 520 / ASME VIII ........... 68
4.3.2 Dimensionamento e seleção conforme ISO 4126-1 ............................... 70
4.3.3 Dimensionamento e seleção conforme AD 2000-Merkblatt A2 ................... 72
4.4 Cenário com múltiplas válvulas instaladas .................................................... 72
4.4.1 Dimensionamento e seleção conforme API RP 520 / ASME VIII ........... 74
4.4.2 Dimensionamento e seleção conforme ISO 4126-1 e a AD 2000-
Merkblatt A2 ........................................................................................................ 77
5 Conclusão e recomendações .............................................................................. 78
viii
Lista de Figuras
FIGURA 1: PRIMEIRA VÁLVULA DE SEGURANÇA DE DENIS PAPIN. ....................................... 2
FIGURA 2: VÁLVULA DE SEGURANÇA ATUADA POR PESO. (FONTE: ARQUIVO LESER) ......... 2
FIGURA 3: VÁLVULA DE SEGURANÇA ATUADA POR MOLA. (FONTE: ARQUIVO LESER) ......... 3
FIGURA 4: VÁLVULA DE SEGURANÇA PILOTO OPERADA. (FONTE: ARQUIVO LESER) .......... 3
FIGURA 5: VÁLVULA DE SEGURANÇA PARA SERVIÇOS CRÍTICOS. (FONTE: ARQUIVO LESER)
.............................................................................................................................. 3
FIGURA 6: VÁLVULA DE SEGURANÇA PARA SERVIÇOS DE LIMPEZA. (FONTE: ARQUIVO
LESER) ................................................................................................................. 4
FIGURA 7: VÁLVULA DE SEGURANÇA ALIVIANDO. .............................................................. 6
FIGURA 8: DESENHO EM CORTE DAS VÁLVULAS DE SEGURANÇA CONVENCIONAL (À
ESQUERDA) E BALANCEADA (À DIREITA) E SEUS PRINCIPAIS COMPONENTES. (FONTE:
ARQUIVO LESER) ................................................................................................ 19
FIGURA 9: FORÇAS ATUANDO NA ÁREA DA SEDE, COM A VÁLVULA FECHADA. (FONTE:
ARQUIVO LESER) ................................................................................................ 20
FIGURA 10: VÁLVULA NA IMINÊNCIA DE ABRIR. PODE-SE PERCEBER A PRESENÇA DO CHIADO
DE ABERTURA. FORÇAS DE PRESSÃO E DA MOLA BALANCEADAS. (FONTE: ARQUIVO
LESER) ............................................................................................................... 21
FIGURA 11: POSIÇÃO DO ANEL DE AJUSTE INFLUENCIANDO OS EFEITOS DO ALÍVIO. (FONTE:
HELLEMANS, 2009) ........................................................................................... 22
FIGURA 12: ESQUERDA: CÂMARA DE CONTROLE. DIREITA: FORÇA DE PRESSÃO ATUANDO NA
ÁREA DO DISCO AUMENTADA. VÁLVULA ALIVIANDO. (FONTE: ARQUIVO LESER) ........ 22
FIGURA 13: FATOR DE COMPRESSIBILIDADE (FONTE: DIN EN ISO 4126-7, P. 26) ............ 27
FIGURA 14: FATOR DE CORREÇÃO PARA A VISCOSIDADE 𝑲𝒗 EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE
REYNOLDS (FONTE: API RP 520, P.72). ................................................................ 30
FIGURA 15: FATOR DE CORREÇÃO PARA A CONTRAPRESSÃO 𝐊𝐛, PARA VÁLVULAS
BALANCEADAS E OPERANDO COM GASES E VAPORES (FONTE: API RP 520, P.47) ..... 39
FIGURA 21: MODELO DE FOLHA DE DADOS. (FONTE: API RP 520, P.62) .......................... 58
ix
Lista de Tabelas
TABELA 1: VANTAGENS E DESVANTAGENS DA VÁLVULA CONVENCIONAL. ......................... 18
TABELA 2: VANTAGENS E DESVANTAGENS DA VÁLVULA BALANCEADA. ............................. 19
TABELA 3: SELEÇÃO DO CÓDIGO/NORMA PARA O DIMENSIONAMENTO. ............................. 25
TABELA 4: RELAÇÃO ENTRE CONTRAPRESSÃO E PRESSÃO CRÍTICA. ................................. 29
TABELA 5: EXEMPLO DE DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO DE ALÍVIO PARA INSTALAÇÕES COM
APENAS UMA VÁLVULA (FONTE: API RP 520, P.50). ................................................ 31
x
1 Objetivo
1
2 Introdução
2
Figura 3: Válvula de Segurança atuada por mola. (Fonte: Arquivo LESER)
As válvulas de segurança atuadas por mola continuam sendo o tipo mais
utilizado até os dias de hoje. Mais recentemente, na segunda metade do século
passado, foram inventadas as válvulas de segurança piloto-operadas e as controladas
manualmente, principalmente para aumentar a pressão de operação nas linhas de
produção e melhorar a eficiência do equipamento protegido. Por último, foram
inventadas as válvulas de segurança projetadas para aplicações específicas, como
para a indústria farmacêutica (Clean Service Safety Valves) e para indústria química,
que possui um revestimento interno próprio para trabalhar com fluídos quimicamente
agressivos (Critical Service Safety Valves).
3
Figura 6: Válvula de Segurança para serviços de limpeza. (Fonte: Arquivo LESER)
4
Para permitir a livre circulação de mercadorias na Comunidade Europeia, os
países-membros foram proibidos de criar novas regras técnicas e de atualizar as já
existentes. Portanto, eles concordaram em criar uma diretiva que harmonizasse todas
essas Normas Europeias (EN) para vasos de pressão. Com este intuito, em 1997, foi
publicada a Diretiva de Equipamentos de Pressão (PED). Atualmente na Europa, as
válvulas de segurança estão incluídas como “Acessórios de Segurança”, na PED, e
estão na categoria de riscos IV (a maior).
Pelo fato de estas diretivas possuírem um escopo extremamente abrangente,
elas não podem ser muito específicas nos detalhes dos bens abordados. Desta forma,
o Comitê Europeu de Padronizações (CEN) foi designado pelo Conselho Europeu para
criar os Padrões Europeus. Após quase 20 anos de esforço por parte de cliente finais
e fabricantes, membros do Comitê, o CEN publicou em 2004 as Normas próprias para
válvulas de segurança, a EN 4126 Partes 1 até 7. Estas Normas substituem qualquer
Norma equivalente que existiu antes da sua criação, em cada País da União Europeia.
5
Figura 7: Válvula de Segurança aliviando.
Dentre as aplicações básicas das Válvulas de Segurança, as que, principalmente, se
destacam no mercado brasileiro são:
2) Indústria Petroquímica
As aplicações de válvulas de segurança para a Indústria Petroquímica é
bastante diversificada, assim como os produtos que elas produzem. Existem plantas
de etileno, metanol ou de produção de fertilizantes e, cada uma delas, necessita de
válvulas de segurança para proteção em diferentes cenários, tais como: proteção
contra expansão térmica, altas pressões e contrapressões, grandes ou pequenas
capacidades de vazão. Para todas estas aplicações, os níveis de exigências de
documentação e inspeção também são bem altos.
3) Indústria Química
Existem muitos tipos de plantas na Indústria Química, como por exemplo
plantas para produção de substâncias orgânicas e inorgânicas e químicos,
fertilizantes, sabonetes, produtos de limpeza, tintas e vernizes. Desta forma, existe
uma extensa gama de aplicações para esta indústria, tais como: proteção de meios
tóxicos e corrosivos para processamento de vapor ou expansão térmica em dutos.
Geralmente, há requisitos especiais de estanqueidade, como a PAS 1085, ou devem-
se minimizar as perdas dos fluidos tóxicos e corrosivos.
6
4) Indústria de Comidas e Bebidas
A Indústria de Comidas e Bebidas exige, excepcionalmente, padrões de
higiene altíssimos, o que reflete nos requisitos de estanqueidade e limpeza das
válvulas de segurança. Por exemplo, a qualidade da superfície delas de estar de
acordo com os requisitos da DIN 11866 ou da ASME BPE. Em muitos casos, para
simplificar o processo de limpeza, as válvulas de segurança devem ser fáceis de abrir
pneumaticamente e seu status de abertura mostrado.
5) Indústria Farmacêutica
A Indústria Farmacêutica tem requisitos especiais para limpeza, materiais,
documentação e inspeção de válvulas de segurança. Por exemplo, uma válvula de
segurança deve poder ser aberta pneumaticamente e o seu status de abertura
mostrado para simplificar o processo de limpeza para esterilização. Além de processos
de esterilização, a Indústria Farmacêutica também tem requisitos similares àqueles da
Indústria Química para produção de substâncias básicas.
6) Indústria de Energia
Na Indústria de Energia, as válvulas de segurança são utilizadas em todas as
plantas que produzem energia termicamente, como a de carvão, gás, nuclear e usinas
solares. Caldeiras, superaquecedores e turbinas são, por exemplo, protegidos por
válvulas de segurança. As usinas devem operar o mais perto possível da Pressão de
Abertura das válvulas de segurança para operarem da melhor forma possível.
7
23251 Seção 4, fornecem um guia detalhado de casos de sobrepressão nos
equipamentos. Os casos mais comuns são:
Descarga Bloqueada
Ocorre quando o fluxo de entrada no sistema continua a alimentar o vaso,
enquanto a saída está parcialmente ou totalmente bloqueada. Isto pode ocorrer devido
a um erro humano, falha na válvula, falha no atuador, entre outros.
Reação Química
Se existir a possibilidade de reação química dentro dos vasos de pressão ou
tubulações, engenheiros químicos devem determinar os diferentes cenários e fornecer
modelos que levam em consideração a quantidade de vapor que pode ser produzido
pela reação química.
8
Cada um dos casos listados acima pode ocorrer individual e separadamente
dos outros, ou podem, também, ocorrer simultaneamente. Cada caso de sobrepressão
criará uma necessidade de descarga volumétrica ou mássica diferente, por exemplo,
uma pequena vazão mássica para o caso de expansão térmica e uma grande vazão
mássica para o caso de reação química. Avaliar e determinar o pior cenário possível
para o dimensionamento e seleção das válvulas de segurança é, portanto, de grande
importância e deve ficar a cargo do usuário final.
3 Conceitos Básicos
3.1 Terminologia
9
Fole (Bellows)
Um componente de balanceamento utilizado para prevenir mudanças na
pressão de ajuste quando a válvula é submetida à contrapressão superimposta. Além
disso, também pode ser usado para vedação dos internos da válvula e evitar sua
corrosão.
Castelo (Bonnet)
O componente da válvula de segurança que protege a mola. Ele pode ser
aberto ou fechado.
Capuz (Cap)
Um componente usado para restringir o acesso e/ou proteger o parafuso de
regulagem. Assim como o Castelo, pode ser aberto ou fechado.
Disco (Disk)
Um componente móvel de uma válvula de segurança que contém a fonte de
pressão primária que entra pelo bocal.
Guia (Guide)
Um componente utilizado para controlar o movimento lateral do disco e da saia.
Sede (Seat)
A sede é a superfície de vedação de pressão dos componentes fixos e móveis
da válvula.
Haste (Spindle)
Um componente que possui sua orientação axial paralela a movimentação do
disco. Pode ser utilizada para uma ou mais das seguintes funções:
a) Assistência no alinhamento;
b) Guiar a movimentação do disco;
c) Transferir as forças externas e internas para a sede.
10
Mola (Spring)
O elemento da válvula de segurança e alívio que aplica a força para manter o
disco unido ao bocal.
Acumulação (Accumulation)
O aumento de pressão acima da Pressão Máxima de Trabalho Admitida
(MAWP ou PMTA) do vaso de pressão. Pode ser expressa em unidade de pressão ou
como uma porcentagem da Pressão Máxima de Trabalho. A acumulação máxima
permitida dependerá do tipo de operação e cenário.
11
protegem o vaso. Ela é normalmente maior do que a Pressão de Projeto, mas deve
ser igual quando os cálculos do projeto do vaso são feitos para chegar aos valores
mínimos de espessura para cada componente.
Abertura (Lift)
12
A movimentação efetiva do disco quando a válvula está aliviando a pressão.
Contrapressão
A pressão que existe na saída de um dispositivo de alívio de pressão, que é
resultado da pressão de descarga do sistema. A contrapressão é a soma das
contrapressões superimpostas e a desenvolvida.
Contrapressão Superimposta
Este tipo de contrapressão existe na conexão de saída antes da válvula se
abrir e provém de um sistema de descarga fechado (coletor, etc.). Deve-se somar o
valor da contrapressão superimposta com o valor da pressão atmosférica,
aumentando assim a pressão de ajuste da válvula. Podem ser de dois tipos: 1)
Constante; 2) Variável.
a) Constante
A contrapressão é dita superimposta constante, como o nome já diz, pois não
varia com o tempo. Desta forma, o seu valor deve ser descontado do valor da pressão
de ajuste da mola. Ela ocorre em sistemas que possuem, por exemplo, diversas
válvulas conectadas a vasos de pressão que descarregam em um coletor comum.
Quando a pressão de operação nestes vasos se elevar simultaneamente, a pressão
de ajuste destas válvulas será alcançada e elas abrirão ao mesmo tempo,
aumentando a pressão dentro do coletor e reduzindo a capacidade de vazão das
válvulas. Para contrapressões superimpostas constantes de 50% a 90% da pressão
de ajuste, utilizam-se válvulas de segurança e alívio piloto-operadas.
b) Variável
A contrapressão superimposta variável ocorre quando diversas válvulas com
pressões de ajuste e/ou com capacidades de alívio diferentes descarregam dentro de
um mesmo coletor, fazendo com que o valor da pressão do coletor varie com o tempo.
Recomenda-se que válvulas operando com contrapressão superimposta
variável sejam balanceadas com fole, pois este tipo de contrapressão altera todas as
características operacionais da válvula, como pressão de abertura, curso do disco,
capacidade de descarga e pressão de fechamento. No entanto, se seu valor for inferior
a 10% da pressão de ajuste das válvulas conectadas ao coletor e essa variação foi
aceita pelo processo, essas válvulas poderão ser convencionais.
13
Contrapressão Desenvolvida
A contrapressão desenvolvida é a pressão existente na descarga de um
dispositivo de alívio de pressão, causada pelo fluxo através deste dispositivo em um
sistema de descarga (tubulação, por exemplo). Ocorre somente após a válvula ter
aberto e alcançado a capacidade máxima de descarga, portanto, não altera a pressão
de ajuste e nem mesmo as características de abertura da válvula. Porém, pode vir a
alterar as características do diferencial de alívio, capacidade de vazão e o valor de sua
pressão de fechamento. Por este motivo, recomenda-se que o valor desta
contrapressão não seja maior do que 10% da pressão de ajuste, para uma
sobrepressão também de 10%. Caso ultrapasse estes valores, as alterações no
funcionamento da válvula de segurança podem ser minimizados através do uso do fole
de balanceamento.
Além disso, por ser dependente da vazão de alívio requerida pelo processo em
um dado momento, a contrapressão desenvolvida é diferente para cada válvula de
segurança e alívio, em todos os cenários de instalação e tipos de fluido.
Um fato curioso e muito importante é que para ocorrer uma redução de
pressão de forma rápida e ainda manter a contrapressão desenvolvida em seu valor
mínimo, tanto o flange de descarga quanto a tubulação de saída devem ser sempre
maiores do que o flange e a tubulação de entrada. Isso pode ser visto em todas as
válvulas de segurança e alívio, pois são projetadas para trabalhar com fluidos
compressíveis e, quando aliviam a pressão deste fluido, surgem altos valores de
volume específico e velocidade de escoamento, devido à redução de sua densidade.
Consequentemente, ocorre uma diminuição rápida da pressão na descarga,
minimizando também a turbulência gerada dentro da válvula.
Batimento (Chatter)
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Movimento de abertura e fechamento anormal, rápido e sucessivo das partes
móveis da válvula de segurança. Neste caso, há o contato entre o disco e a sede. As
superfícies de vedação dessas peças são danificadas.
Trepidação (Flutter)
Movimento de abertura e fechamento anormal, rápido e sucessivo das partes
móveis da válvula de segurança. Neste caso, não há o contato entre o disco e a sede.
A superfície da guia é danificada.
Chiado (Simmer)
O escape, visível ou audível, de um fluido compressível por entre a sede e o
disco, de capacidade não mensurável. Normalmente ocorre a 98% da pressão de
ajuste da válvula. Causa o desgaste das superfícies de vedação devido à erosão
causada pela alta velocidade do fluido escoando nesse momento, além da fadiga da
mola e desgaste das superfícies de guia.
Coeficiente de Descarga (Coefficient of Discharge)
A relação entre a capacidade de alívio mensurada e a teórica.
Capacidade real
(∑n1 ( ))
Capacidade teórica
Kd = (1)
n
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Pressão Diferencial de Teste a frio (Cold Differential Test Pressure - CDTP)
A pressão estática, na entrada, na qual uma válvula de segurança é ajustada
para abrir na bancada de teste, incluindo correções para contrapressão e temperatura.
Sobrepressão (Overpressure)
O aumento da pressão acima da pressão de abertura necessária para fazer
com que a válvula alcance abertura e capacidade máximas durante a descarga.
Normalmente expressa em porcentagem da pressão de abertura.
Devem ser adotados os seguintes valores, de acordo com a ASME:
a) Gases, Vapores e Líquidos: 10% (Código ASME Seção VIII)
b) Cenário de Fogo Externo: 21% (Código ASME Seção VIII)
c) Líquidos: 25% (Não codificado)
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Coeficiente de Descarga Estimado ou Corrigido (Rated Coefficient of
Discharge)
O coeficiente de descarga determinado de acordo com o Código ou Norma
aplicado é utilizado junto com a área real de descarga para calcular a capacidade de
vazão estimada da válvula de segurança.
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3.2.1 Válvulas Convencionais
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Capuz
Parafuso de Regulagem
Porca de Travamento
Prato Superior da Mola
Mola
Haste
Castelo
Prato Inferior da Mola
Guia da Haste
Fole
Disco
Saia
Anel de Ajuste
Corpo
Bocal
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Muito sensível a perdas de pressão na
Grande gama de materiais disponíveis
entrada
Grande gama de temperaturas disponíveis Limitação de pressão e tamanho
Grande gama de fluidos compatíveis Vida limitada dos foles
Projeto robusto Alto custo de manutenção
Bom para serviços com fluidos “sujos” e muito
Difícil para ser testada em campo
aderentes
Sendo 𝐅𝐏 < 𝐅𝐒
𝐀𝐒 = Área da sede afetada pela pressão P (Seat
Area)
𝐅𝐏 = 𝐏 ∗ 𝐀𝐒 = Força causada pela pressão na
entrada da válvula
𝐅𝐒 = Força da mola
Figura 9: Forças atuando na área da sede, com a válvula fechada. (Fonte: Arquivo LESER)
20
atua no sentido de abertura. Quando atingida a pressão de ajuste da válvula, a FS e a
FP estão balanceadas. Não existe mais uma força resultante que mantenha o disco e a
sede unidos ou que forneça estanqueidade pelo contato. A válvula de segurança irá,
visivelmente ou audivelmente, começar a aliviar
(descarga audível inicial).
Sendo 𝐅𝐏 = 𝐅𝐒
𝐀𝐒 = Área da sede afetada pela pressão P (Seat
Area)
𝐅𝐏 = 𝐏 ∗ 𝐀𝐒 = Força causada pela pressão na
entrada da válvula
𝐅𝐒 = Força da mola
3.3.3 Válvula
Figura 10: Válvula na iminência de abrir. Pode-se perceber a presença do chiado de
abertura. Forças de pressão e da mola balanceadas. (Fonte: Arquivo LESER) Aberta
(𝐏 > 𝐏𝐒𝐄𝐓 )
A pressão no vaso deve crescer além da pressão de ajuste antes da válvula
atingir uma abertura que seja notável. Infelizmente, quando o conjunto disco-sede se
abre e a válvula começa a aliviar, a mola é cada vez mais comprimida, resultando em
uma força contrária que restringe a abertura da válvula. Pensou-se, portanto, na
adição de uma Saia, a qual cria uma área secundária no conjunto. Isto possibilita com
que a pressão na entrada atue sobre uma área maior assim que a válvula começa a
abrir, redirecionando o fluxo para baixo. Ambos impulsionam a válvula para que abra
mais rapidamente, causando menos chiado e sobrepressão. Para conseguir voltar à
pressão de fechamento requerida pelo Código/Norma utilizado, é adicionado um Anel
de Ajuste. O conjunto Bocal-Anel de Ajuste-Saia forma a chamada Câmara de
Controle (Huddling Chamber), criando a força que determina não só a ação de
abertura da válvula, mas também a pressão de fechamento. Essa Câmara é,
essencialmente, um segundo orifício.
Uma válvula de segurança com apenas um anel de ajuste não consegue abrir
rapidamente, evitando o chiado, e ter um diferencial de alívio pequeno ao mesmo
tempo. Se o anel de ajuste é colocado em uma posição elevada, a válvula irá abrir
rapidamente, mas resistirá ao fechamento, resultando em um longo diferencial de
alívio. Por outro lado, se o anel é colocado em uma posição baixa, o alívio será mais
lento (pois necessita de mais sobrepressão), porém o diferencial de alívio será menor.
Portanto, a posição do anel de ajuste e o volume da câmara de controle determinam o
21
alívio e o fechamento. Desta forma, pode-se perceber que a sobrepressão e o
diferencial de alívio estão ligados um ao outro.
De acordo com a Lei Geral dos Gases, se a pressão diminui (o que ocorre
quando a válvula abre), o volume irá aumentar proporcionalmente com uma
temperatura constante. Isto é exatamente o que ocorre na câmara de controle.
Quando a válvula abre, a pressão é reduzida e o grande aumento no volume fica
preso na câmara de controle. Este volume atua sobre a área do disco aumentada pela
Saia (Enlarged Disc Area), o que força a válvula abrir rapidamente.
Figura 12: Esquerda: Câmara de controle. Direita: Força de pressão atuando na área do
disco aumentada. Válvula aliviando. (Fonte: Arquivo LESER)
22
É importante mencionar que gases e vapores possuem diferentes
características de alívio em relação a líquidos, pois gases e vapores são
compressíveis, já os líquidos não. O que vem sendo discutido neste tópico é típico
para gases e vapores. Até 1985, os códigos permitiam uma sobrepressão de 25%
para aplicações com líquidos.
Entretanto, desde 1985, os códigos também passaram a requerer uma
sobrepressão de 10% para líquidos. Isto significou, na época, que muitos fabricantes
de válvulas tiveram que refazer seus projetos de tal forma que uma mesma válvula
atendesse aplicações com líquido e gás.
A configuração da válvula de segurança para trabalhar com líquido modifica a
forma da câmara de controle, de modo que a capacidade máxima de alívio é atingida
com 10% de sobrepressão. Alguns fabricantes oferecem válvulas configuradas para
trabalhar com todos os tipos de fluido ao mesmo tempo, outros possuem uma
configuração intercambiável para cada fluido.
23
1) Avaliar cada peça do equipamento em um processo, para determinar o cenário de
sobrepressão que será adotado (Seção 2.4).
2) Estabelecer um projeto de base apropriado para cada vaso que necessite de
proteção nos diferentes casos de sobrepressão descritos na seção 2.4. A escolha
do projeto de base correto requer a apreciação de cenários alternativos para
encontrar o pior cenário possível.
3) Calcular o tamanho requerido da PSV, baseado nos dados de projeto.
4) Após estabelecer o tamanho requerido da válvula, avalie as condições periféricas e
de aplicação para selecionar o tipo de PSV mais adequado ao processo.
Dimensionar válvulas de segurança envolve determinar o orifício correto de um
tipo de válvula particular para uma capacidade de alívio requerida, como discutido
anteriormente.
A metodologia para o dimensionamento e seleção de válvulas de segurança
compreende os seguintes pontos:
1) Estabelecer a pressão de abertura na qual a PSV deve operar, baseado nos
limites operacionais do processo e do código/norma utilizado.
2) Determinar a capacidade de alívio.
3) Selecionar o tamanho e o tipo de válvula que melhor se adequar a aplicação e que
terá a capacidade de aliviar o excesso de pressão, dentro dos limites dos
códigos/normas.
A seguir, sugere-se uma lista mínima das condições de serviço que devem ser
fornecidos para um dimensionamento e seleção de válvula correto, consistente com os
requerimentos da ASME Seção VIII, API RP 520, AD MERKBLAT 2000-A2 ou ISO
4126-1, para pressões acima de 1,03 bar-g (15 psi-g):
1) Propriedades do fluido na temperatura de alívio:
a) Fluido e estado físico do fluido.
b) Peso molecular
c) Viscosidade
d) Gravidade específica:
i) Líquido (referente à água)
ii) Gás (referente ao ar)
𝐶𝑃
e) Expoente isentrópico ou relação dos calores específicos (𝑘 = )
𝐶𝑉
24
2) Condições de abertura:
a) Pressão de operação (psi-g, kPa-g, bar-g, kgf/cm²-g, etc.)
b) Temperatura de operação (°C, K, °F ou °R)
c) Pressão máxima de trabalho permitida (psi-g, kPa-g, bar-g, kgf/cm²-g, etc.)
3) Condições de alívio:
a) Capacidade de alívio requerida:
i) Gás ou vapor (kg/h, lb/h ou m³/h, ft³/h, L/h ou Nm³/h, SCFM)
ii) Líquido (kg/h, lb/h ou m³/h, ft³/h, L/h)
b) Pressão de abertura (psi-g, kPa-g, bar-g, kgf/cm²-g, etc.)
c) Sobrepressão permitida (%)
d) Contrapressão superimposta constante ou variável (psi-g, kPa-g, bar-g,
kgf/cm²-g, etc.)
e) Contrapressão desenvolvida pela linha (psi-g, kPa-g, bar-g, kgf/cm²-g, etc.)
f) Temperatura de alívio (°C, K, °F ou °R)
25
3.4.2 Propriedades dos gases
Os gases e vapores são meios gasosos em diferentes estados
termodinâmicos. Enquanto um gás está em um estado termodinâmico onde nenhum
líquido ou sólido pode ser formado naquela temperatura, como oxigênio a temperatura
ambiente, um vapor está em um estado de equilíbrio com a fase líquida, como vapor e
água. Isto significa que apenas aumentando ou diminuindo a pressão, um vapor pode
condensar ou evaporar, respectivamente, enquanto um gás não.
As Normas/Códigos de dimensionamento adotam as formulações para Gases
baseadas na Equação de Estado:
P ∗ v = Z ∗ R ∗ T (2)
V 1 m³
Sendo P a pressão absoluta, v o volume específico do gás ( v = m = ρ em kg
), Z o
26
Figura 13: Fator de compressibilidade (Fonte: DIN EN ISO 4126-7, p. 26)
27
segurança é igual àquela passando por um bocal ideal, multiplicada pelo coeficiente
de descarga. Sob a perspectiva da engenharia, o escoamento de gás em um bocal é
assumido como adiabático, ou seja, sem trocas térmicas com o ambiente, e as perdas
de energia são normalmente desprezadas. Assumindo isto, a relação entre pressão e
volume específico é dada pela equação de estado a seguir:
P ∗ v k = constante (6)
Como mencionado anteriormente, podemos dividir as fórmulas de
dimensionamento em duas categorias gerais, baseada na relação entre a pressão de
escoamento e a pressão de descarga:
1) Na primeira categoria, a razão entre a P1 (pressão na entrada) e a P2 (pressão
na saída) é aproximadamente 2 ou maior. Neste cenário, o escoamento
passando pela válvula se torna sônico, ou seja, o escoamento atinge a
velocidade do som para aquele fluido, em particular. Uma vez atingido o
escoamento sônico, a velocidade do fluido permanece constante (não pode
chegar a ser supersônico).
2) A segunda categoria é voltada para o escoamento subsônico, o qual ocorre
quando a pressão a jusante do bocal da válvula excede a pressão crítica.
Nestas condições, o escoamento irá decrescer com um aumento da
contrapressão, apesar da pressão a montante permanecer constante. A
pressão na qual o escoamento subsônico ocorre varia de acordo com as
condições do escoamento e pode ser calculada da seguinte forma:
k
2 k+1
P2(Crítica) = P1 ∗ ( ) (7)
k+1
Sendo P2 a pressão crítica (pressão na saída do bocal com o gás escoando na
velocidade do som), P1 a pressão na entrada do bocal (ou pressão de alívio) e k o
coeficiente isentrópico.
Em resumo, precisamos sempre saber se a pressão na saída do bocal P2 é
maior, menor ou igual à pressão crítica Pc de escoamento. Caso seja menor ou igual, o
escoamento é crítico e usamos as fórmulas de escoamento crítico. Caso seja maior, o
escoamento é subcrítico e devemos usar as fórmulas de escoamento subcrítico.
Outra forma, talvez mais simples, de saber se o escoamento é crítico ou
subcrítico é olhar para a contrapressão. Se a contrapressão Pb for menor ou igual à
pressão crítica Pc , a vazão mássica no bocal é chamada de crítica. Caso contrário, a
vazão mássica é chamada de subsônica, se tornando uma função da relação entre a
contrapressão Pb e a pressão de alívio P1 .
De forma simples:
28
Tabela 4: Relação entre contrapressão e pressão crítica.
Escoamento gasoso crítico Pb ≤ Pc
Escoamento gasoso subcrítico Pb > Pc
Qm 4 1
𝑅𝑒 = ∗√ ∗ (8)
μ π Aorifício
lb kg
Sendo Q m a vazão mássica requerida ( h ou h ), μ a viscosidade dinâmica (cP ou Pa ∗
29
Figura 14: Fator de correção para a viscosidade 𝑲𝒗 em função do número de Reynolds
(Fonte: API RP 520, p.72).
Para um número de Reynolds menor do que 34 deve-se procurar aquecer o
líquido com dispositivos próprios para fazê-lo, como a jaqueta de aquecimento, e desta
forma aumentar o número de Reynolds através da redução da viscosidade. Este
cenário ainda não foi regulamentado em nenhuma norma/código e há apenas algumas
publicações científicas sobre o assunto.
30
A sobrepressão permitida no dispositivo de alívio de pressão é estabelecida a
partir da acumulação permitida pelo Código aplicado (ASME Seção VIII, para este
trabalho). Como mencionado anteriormente, a sobrepressão pode variar para as
diferentes aplicações, dependendo da relação entre a pressão de ajuste e a pressão
máxima de trabalho permitida no vaso de pressão ou sistema protegido. Vale ressaltar
que “sobrepressão” permitida no sistema só é semelhante a “acumulação” quando a
pressão de ajuste for igual à pressão máxima de trabalho permitida.
31
Sobrepressão permitida, psig (kPag)
20,0 (138)
32
Pressão de alívio, psia (kPa)
130,7 (901)
Válvula de segurança adicional com a pressão de ajuste igual a 105% da PMTA
33
Sobrepressão permitida, psig (kPag)
21,0 (145)
34
Pressão de ajuste, psig (kPa)
105,0 (724)
Fogo
Primeira
100 121 100 121
válvula
Segunda
105 121
válvula - -
Válvula
110 121
Suplementar - -
Nota: Todos os valores são porcentagens da pressão máxima de trabalho permitida.
35
b) O código da ASME Seção VIII é um código para certificação de válvulas de
segurança trabalhando em conjunto com vasos de pressão. Ele certifica as
válvulas que operam com vapor saturado, água, ar e gás natural (Seção VIII
UG-131).
c) A API RP 520 é uma prática recomendada para padronizar a pré-seleção de
válvulas de segurança em plantas que estão na fase de projeto. Ela padroniza
a pré-seleção de válvulas de segurança trabalhando com gases, vapores,
líquidos e fluidos bifásicos.
36
Tabela 11: Área efetiva de descarga, conforme API RP 520.
Letra do orifício Área efetiva de descarga da API RP 520
in² mm²
D 0,110 71
E 0,196 126
F 0,307 198
G 0,503 325
H 0,785 506
J 1,287 830
K 1,838 1186
L 2,853 1841
M 3,600 2322
N 4,340 2800
P 6,380 4116
Q 11,050 7129
R 16,000 10322
T 26,000 16774
W T∗Z
A= ∗√ (10)
C ∗ K b ∗ K c ∗ K d ∗ P1 M
1 V ∗ √T ∗ Z ∗ M 2,676 ∗ V ∗ √T ∗ Z ∗ M
A= ∗ (11) ou A = (12)
6,32 C ∗ K b ∗ K c ∗ K d ∗ P1 C ∗ K b ∗ K c ∗ K d ∗ P1
1 V ∗ √T ∗ Z ∗ G 14,41 ∗ V ∗ √T ∗ Z ∗ G
A= ∗ (13) ou A = (14)
1,175 C ∗ K b ∗ K c ∗ K d ∗ P1 C ∗ K b ∗ K c ∗ K d ∗ P1
37
A Fórmula (10) pode ser usada tanto para o Sistema Internacional de unidades
(SI) quanto para o Sistema de unidades Americano (US). As Fórmulas (11) e (13) são
utilizadas quando trabalhando com o Sistema de unidades Americano (US), já as
fórmulas (12) e (14) são utilizadas para o Sistema Internacional de unidades (SI).
Sendo:
- A = área efetiva de descarga requerida no dispositivo [in² ou mm²]
lb kg
- W = vazão requerida no dispositivo [ h ou h ]
- G = Gravidade específica
𝐶𝑝
- C = Coeficiente em função da razão de calores específicos do gás ideal (𝑘 = )
𝐶𝑣
38
Figura 15: Fator de correção para a contrapressão 𝐊 𝐛 , para válvulas balanceadas e
operando com gases e vapores (Fonte: API RP 520, p.47)
39
k+1
2 k−1 lbm ∗ lbmol ∗ °R
C = 520 ∗ √k ∗ ( ) com unidades [√ ] (15)
k+1 lbf ∗ hr
equações de (17) a (22) devem ser utilizadas para calcular a área de descarga efetiva
requerida para uma válvula de segurança convencional que possui o ajuste da mola
compensando a contrapressão superimposta.
Em Unidades Americanas (US):
W Z∗T
A= ∗√ (17)
735 ∗ F2 ∗ K c ∗ K d M ∗ P1 ∗ (P1 − Pb )
40
V Z∗T∗M
A= ∗√ (18)
4645 ∗ F2 ∗ K c ∗ K d P1 ∗ (P1 − Pb )
V Z∗T∗G
A= ∗√ (19)
864 ∗ F2 ∗ K c ∗ K d P1 ∗ (P1 − Pb )
17,9 ∗ W Z∗T
A= ∗√ (20)
F2 ∗ K c ∗ K d M ∗ P1 ∗ (P1 − Pb )
47,95 ∗ V Z∗T∗M
A= ∗√ (21)
F2 ∗ K c ∗ K d P1 ∗ (P1 − Pb )
258 ∗ V Z∗T∗G
A= ∗√ (22)
F2 ∗ K c ∗ K d P1 ∗ (P1 − Pb )
Sendo:
- Z = fator de compressibilidade
- T = temperatura de alívio (°R ou °C)
lb kg
- M = Peso ou massa molecular nas condições de alívio (lb ou kg )
mol mol
- G = Gravidade específica
41
1) O fator K c é adotado como 1, caso a válvula de segurança não possua um Disco de
Ruptura instalado. Caso haja Disco de Ruptura instalado, adota-se o valor de 0,9.
k−1
( )
(1 − r k )
k 2
F 2 = √( ) ∗ r (k) ∗ (23)
k−1 1−r
[ ]
Sendo:
Cp
k = razão de calores específicos do gás ideal (k = C )
v
Pb
r = razão da contrapressão em relação a pressão de alívio (r = )
P1
42
Figura 17: Valores para o coeficiente de escoamento subcrítico 𝐅𝟐 .
190,5 ∗ W
A= (25)
K b ∗ K c ∗ K d ∗ K N ∗ K SH ∗ P1
Sendo:
- A = área efetiva de descarga requerida [in² ou mm²]
lb kg
- W = vazão mássica requerida [ ou ]
h h
kgf
- P1 = pressão de alívio a montante (psi ou kPa, bar, cm2 )
43
- K N = fator de correção da capacidade para a equação de Napier
44
Tabela 12: Fator de correção para vapor superaquecido (Fonte: API RP 520, p.70)
45
incompressíveis. Em outras palavras, considera-se que a densidade dos líquidos não
muda com a variação de pressão.
As válvulas de segurança operando com líquidos e que são projetadas de
acordo com o código da ASME, o qual exige a certificação da capacidade de alívio,
devem ser dimensionadas preliminarmente utilizando as equações (28) e (29), a
seguir:
- Em unidades Americanas (US):
Q G
A= ∗√ (28)
38 ∗ K c ∗ K d ∗ K V ∗ K W P1 − Pb
Sendo:
- A = área efetiva de descarga requerida [in² ou mm²]
gal L
- Q = vazão mássica requerida [U. S. ou min]
min
- G = Gravidade específica
kgf
- P1 = pressão de alívio a montante (psi ou kPa, bar, cm2 )
kgf
- Pb = contrapressão total (psi ou kPa, bar, cm2)
46
- 0,62 , quando a PSV não está instalada e o dimensionamento é feito considerando o
disco de ruptura instalado.
3) O fator K W pode ser obtido à partir da Figura 17, extraída da API RP 520. Apenas
as válvulas de segurança balanceadas necessitam deste fator de correção. Se a
contrapressão for apenas atmosférica, deve-se utilizar o valor de 1 para o K W .
4) O fator K V pode ser tanto obtido através da Figura 14 (Página 30 deste trabalho),
quanto calculado pela equação (30), abaixo:
47
2,878 342,75 −1
K V = (0,9935 + + ) (30)
𝑅𝑒 0,5 𝑅𝑒 1,5
Quando uma PSV é dimensionada para operar com líquidos viscosos, deve-se
fazer um dimensionamento preliminar, utilizando as equações (28) ou (29),
considerando o fluido como invíscido (K V = 1). Isto é feito para se obter uma área de
descarga mínima. A próxima área efetiva do orifício, maior do que a calculada, deve
ser selecionada para que se possa ser calculado o número de Reynolds. O número de
Reynolds é calculado a partir da equação (31) e, posteriormente, utilizado para
determinar o K V através da equação (30). Este fator de correção para a viscosidade é,
então, introduzido novamente na equação (28) ou (29) para corrigir a área de
descarga calculada anteriormente. Se o novo orifício corrigido exceder o escolhido,
todo este procedimento deve ser refeito utilizando um orifício acima do selecionado
anteriormente.
48
Aplicações com Gases, Vapores e Vapores D’água – Escoamento crítico
De acordo com a ISO 4126-1, os dispositivos de alívio de pressão que operam
com vapor ou gás, em condições críticas, devem ser dimensionados usando as
equações (33) ou (34). Assim como na Norma da API RP 520, essas equações devem
ser utilizadas para calcular a área efetiva de descarga A, necessária para atingir a
vazão requerida na válvula de segurança. A válvula de segurança que possuir uma
área de descarga efetiva maior ou igual à área A calculada, é selecionada para a
aplicação.
Qm T∗Z 1 Qm ν
A= ∗√ (33) ou ∗ ∗√ (34)
C ∗ K dr ∗ P1 M 0,2883 C ∗ K dr P1
Sendo:
- A = área de descarga da válvula de segurança [mm²]
kg
- Qm = vazão mássica [ ]
h
m3
- ν = volume específico nas condições de alívio ( kg )
𝐶𝑝
- C = Coeficiente em função da razão de calores específicos do gás ideal (𝑘 = )
𝐶𝑣
49
2) O coeficiente C é determinado à partir da equação (36), extraída da ISO 4126-1:
k+1
2 k−1 kg ∗ kg mol ∗ K
C = 3,948 ∗ √k ∗ ( ) com unidades [√ ] (36)
k+1 mm² ∗ hr ∗ kPa
Qm T∗Z 1 Qm ν
A= ∗√ (37) ou ∗ ∗√ (38)
C ∗ K b ∗ K dr ∗ P1 M 0,2883 C ∗ K b ∗ K dr P1
Sendo:
- K b = fator de correção da capacidade devido à contrapressão
O restante dos termos das fórmulas (37) e (38) têm a mesma definição descrita
nas equações de escoamento crítico para gases e vapores.
Para obter os fatores e coeficientes e realizar um dimensionamento preliminar,
devemos prosseguir da seguinte forma:
1) Os coeficientes K dr e C devem ser calculados da mesma forma que a descrita nas
equações de escoamento crítico para gases e vapores.
2) O fator K b pode ser calculado através da equação (39), extraída da ISO 4126-1:
2 k+1
2∗k P k P k
∗ [( b ) − ( b ) ]
k−1 P1 P1
Kb = k+1
(39)
2 k−1
k∗( )
√ k+1
50
fluidos compressíveis e com uma razão de contrapressão em relação à pressão de
alívio absoluta maior do que 0,25, o coeficiente de descarga pode ser extremamente
dependente desta razão. Desta forma, os fabricantes que desejam certificar suas
capacidades de escoamento devem realizar os testes com estas razões entre 0,25 e o
valor máximo. A curva gerada a partir destes testes deve ser estendida para conter
também os valores menores do que 0,25.
1 Qm ν
A= ∗ ∗√ (40)
1,61 K dr ∗ K V P1 − Pb
Sendo:
- Pb = contrapressão total(bar)
- K V = fator de correção da capacidade devido à viscosidade
m3
- ν = volume específico nas condições de alívio ( kg )
O restante dos termos da fórmula (40) tem a mesma definição descrita nas
equações de escoamento crítico e subcrítico para gases e vapores, segundo a ISO
4126-1.
Para obter os fatores e coeficientes e realizar um dimensionamento preliminar,
devemos prosseguir da seguinte forma:
1) O coeficiente K dr deve ser calculado da mesma forma que a descrita anteriormente
para a ISO 4126-1.
1 Qm 4
𝑅𝑒 = ∗ ∗√ (41)
3,6 μ 𝜋∗𝐴
51
Sendo o μ Quando uma PSV é dimensionada para operar com líquidos
viscosos, deve-se proceder da mesma forma que a descrita na seção de
Dimensionamento Segundo a API RP 520.
Assim como para a ISO 4126-1, pelo fato de a AD 2000-Merkblatt não possuir
orifícios efetivos pré-definidos para um processo de dimensionamento preliminar, por
consequência também não possui os coeficientes de descarga (K d ) pré-definidos.
Neste trabalho, para efeito de comparação, serão utilizados os coeficientes de
descarga sugeridos na API RP 520, corrigidos da forma que é sugerida na AD 2000-
Merkblatt A2.
52
qm T∗Z qm
A = 0,1791 ∗ ∗√ (42) ou A = (43)
Ψ ∗ αw ∗ P1 M P
Ψ ∗ αw ∗ √2 ∗ ν1
Sendo:
- A = seção transversal mínima de descarga da válvula de segurança [mm²]
kg
- q m = vazão mássica [ ]
h
m3
- ν = volume específico nas condições de alívio ( )
kg
- Ψ = Função de escoamento
𝑘 1
Escoamento Pb 2 𝑘−1 k 2 𝑘−1
≤( ) Ψ=√ ∗( ) (45)
crítico 𝑃1 𝑘+1 k+1 𝑘+1
Uma alternativa ao cálculo das equações (44) e (45), a curva que representa a
função de escoamento Ψ, extraída diretamente da página 19 da AD 2000-Merkblatt
P
A2, em função da razão de pressões ( b ) se encontra a seguir:
P1
53
Figura 19: Função de escoamento. (Fonte: AD 2000-Merkblatt A2, p.19)
x ∗ qm
A= (47)
𝛼𝑤 ∗ P1
Sendo:
h∗mm2 ∗bar
- x = coeficiente médio de pressão ( )
kg
54
O restante dos termos da fórmula (47) tem a mesma definição descrita
anteriormente nas equações de escoamento crítico e subcrítico para gases e vapores,
segundo a AD 2000-Merkblatt A2.
Para obter os coeficientes e realizar um dimensionamento preliminar, devemos
prosseguir da seguinte forma:
1) O coeficiente 𝛼𝑤 pode ser obtido da mesma forma que a descrita anteriormente nas
equações de escoamento crítico e subcrítico para gases e vapores, segundo a AD
2000-Merkblatt A2.
√P1 ∗ ν
x = 0,6211 ∗ (48)
Ψ
Alternativamente, para escoamentos críticos, o coeficiente médio de
pressão x pode ser obtido através da Figura 20, extraída da página 20 da AD 2000-
Merkblatt A2:
Figura 20: Coeficiente médio de pressão x para vapor d'água em escoamento crítico.
(Fonte: AD 2000-Merkblatt A2, p.20)
55
Para escoamentos subcríticos, assim como para pressões de ajuste abaixo de
2 bar, a Figura 20 não pode ser utilizada. O coeficiente médio de pressão deve ser
calculado para estes casos.
Tabela 14: Resumo das principais fórmulas utilizadas para dimensionamento de válvulas
de segurança. (Fonte: Arquivo LESER)
Meio Un. ASME VIII/ API RP 520 ISO 4126-1 AD 2000-Merkblatt A2
Gases e US
W T. Z Qm T. Z
vapores – A= .√ A= .√
C. K b . K c . K d . P1 M C. K dr . P1 M
Esc. Crítico SI qm T. Z
A = 0,1791. .√
Ψ. αw . P1 M
Gases e W Z. T Qm T. Z
US A= .√ A= .√
vapores – 735. F2 . K c . K d M. P1 . (P1 − Pb ) C. K b . K dr . P1 M
Esc.
17,9. W Z. T
Subcrítico SI A= .√ - -
F2 . K c . K d M. P1 . (P1 − Pb )
56
W 1 Qm ν x. q m
US A= . .√ A=
51,5. K b . K c . K d . K N . K SH . P1 0,2883 C. K dr P1 𝛼𝑤 . P1
Vapor
d’água
190,5. W
(Steam) SI A= - -
K b . K c . K d . K N . K SH . P1
Q G Qm ν qm
US A= .√ A= .√ A = 0,6211.
38. K c . K d . K V . K W P1 − Pb 1,61. K dr . K V P1 − Pb αw . √(P1 − Pb ). ρ
Líquidos
11,78. Q G
SI A= .√ - -
K c . K d . K V . K W P1 − Pb
57
Figura 21: Modelo de Folha de Dados. (Fonte: API RP 520, p.62)
58
4.1 Cenário de contrapressão
Para o cenário de dimensionamento e seleção de válvulas de segurança com a
presença de contrapressão, precisamos, primeiramente, identificar qual o tipo e a
magnitude desta contrapressão. Tendo isto em mãos, devemos decidir se
selecionaremos uma válvula convencional ou balanceada, seguindo o que é sugerido
nas Normas e Códigos. O consumidor final pode, também, realizar esta seleção do
tipo de válvula de segurança, desde que aprovada pelo fabricante.
Dados do processo extraídos da Folha de Dados disponibilizada pelo consumidor
final:
Setor de atuação: Óleo & Gás
Área / Serviço: Armazenamento de produtos acabados
1) Propriedades do fluido na temperatura de alívio:
a) Fluido e estado físico do fluido: GLP - Vapor
𝑘𝑔 𝑙𝑏
b) Peso molecular: 50,11 = 50,11 𝑙𝑏
𝑘𝑔𝑚𝑜𝑙 𝑚𝑜𝑙
c) Viscosidade: -
d) Expoente isentrópico ou relação dos calores específicos: 𝑘 = 1,354
e) Fator de compressibilidade: Z = 0,6940
2) Condições de abertura:
kgf
a) Pressão de operação: Po = 8,6
cm2
b) Temperatura de operação: To = 38 °C
3) Condições de alívio:
lb kg
a) Capacidade de alívio requerida: W = 9834,8 ou Qm = q m = 4461
h h
kgf
b) Pressão de abertura: Pset = 17,6 = 250,331 psig = 17,26 barg
cm2
59
10
P1 = Pset + ∆Psobrepressão + Patm = 250,331 + ∗ 250,331 + 14,7 →
100
→ 𝐏𝟏 = 𝟐𝟗𝟎, 𝟎𝟔 𝐩𝐬𝐢
2º) Escoamento crítico ou subcrítico?
Para sabermos qual equação utilizar, devemos analisar a condição de
escoamento que terá o fluido ao passar pela válvula de segurança. Sendo assim:
𝑘 1,354
Pc 2 𝑘−1 2 1,354−1
Razão de pressão crítica: = (𝑘+1) = (1,354+1) = 𝟎, 𝟓𝟑𝟔𝟏
P1
W T∗Z
A= ∗√
C ∗ K b ∗ K c ∗ K d ∗ P1 M
𝐥𝐛𝐦 ∗ 𝐥𝐛𝐦𝐨𝐥 ∗ °𝐑
→ 𝐂 = 𝟑𝟓𝟏, 𝟗𝟔 √
𝐥𝐛𝐟 ∗ 𝐡𝐫
60
W T∗Z 9834,82 649,17 ∗ 0,694
A= ∗√ = ∗√ →
C ∗ K b ∗ K c ∗ K d ∗ P1 M 351,96 ∗ 1 ∗ 1 ∗ 0,975 ∗ 290,06 50,11
Qm T∗Z
A= ∗√
C ∗ K dr ∗ P1 M
61
𝐤𝐠 ∗ 𝐤𝐠 𝐦𝐨𝐥 ∗ 𝐊
→ 𝐂 = 𝟐, 𝟔𝟕𝟐𝟐 √
𝐦𝐦² ∗ 𝐡𝐫 ∗ 𝐤𝐏𝐚
5º) Área requerida:
→ 𝐀 = 𝟐𝟏𝟐, 𝟔 𝐦𝐦²
6º) Seleção do orifício da válvula de segurança:
Apesar de a norma ISO 4126-1 não possuir orifícios pré-definidos, assim como
foi feito para o coeficiente de descarga corrigido, utilizaremos os orifícios pré-definidos
da Tabela 11, p.36-37 deste trabalho, extraída da API RP 520. Para efeito de
comparação, com uma área requerida de 212,6 mm², o orifício mais indicado para
escolha seria o “G”.
qm T∗Z
A = 0,1791 ∗ ∗√
Ψ ∗ αw ∗ P1 M
62
De acordo com a equação (46), temos que:
𝛼𝑤 = K dr = 0,9 ∗ K d = 0,9 ∗ 0,975 → 𝜶𝒘 = 𝟎, 𝟖𝟕𝟕𝟓
c) Viscosidade: -
d) Expoente isentrópico ou relação dos calores específicos: 𝑘 = 1,1
63
e) Fator de compressibilidade: Z = 1
2) Condições de abertura:
kgf
a) Pressão de operação: Po = 8,0
cm2
64
W T∗Z
A= ∗√
C ∗ K b ∗ K c ∗ K d ∗ P1 M
𝐥𝐛𝐦 ∗ 𝐥𝐛𝐦𝐨𝐥 ∗ °𝐑
→ 𝐂 = 𝟑𝟐𝟔, 𝟕𝟓 √
𝐥𝐛𝐟 ∗ 𝐡𝐫
65
Qm T∗Z
A= ∗√
C ∗ K dr ∗ P1 M
𝐤𝐠 ∗ 𝐤𝐠 𝐦𝐨𝐥 ∗ 𝐊
→ 𝐂 = 𝟐, 𝟒𝟖𝟏 √
𝐦𝐦² ∗ 𝐡𝐫 ∗ 𝐤𝐏𝐚
5º) Área requerida:
66
2º) Escoamento crítico ou subcrítico? Já sabemos que é crítico.
3º) Tomando como base a equação (42) para o dimensionamento de válvulas de
segurança com gases e vapores na condição de escoamento crítico, segundo a AD
2000-Merkblatt A2, temos:
qm T∗Z
A = 0,1791 ∗ ∗√
Ψ ∗ αw ∗ P1 M
→ 𝚿 = 𝟎, 𝟒𝟒𝟒𝟑
5º) Área requerida:
67
4.3 Cenário de alta viscosidade
Para os cenários com a presença de líquido, em especial com líquidos de alta
viscosidade, precisamos ter alguns cuidados maiores ao realizar o dimensionamento e
a seleção das válvulas de segurança. Isto pode ser percebido tanto pela diferença do
valor do coeficiente de descarga, sugerido pela API RP 520, quanto pela presença do
fator de correção da capacidade devido à viscosidade.
Dados do processo extraídos da Folha de Dados disponibilizada pelo consumidor final:
Setor de atuação: Indústria de silicone
Área / Serviço: Segurança da bomba de descarga do reator
1) Propriedades do fluido na temperatura de alívio:
a) Fluido e estado físico do fluido: Óleo Silicone – Líquido
kg
b) Densidade: 800
m³
1 m3
e) Volume específico: ν = kg → ν = 0,00125 kg
(800 3 )
m
2) Condições de abertura:
a) Pressão de operação: Po = 17 barg = 246,56 psig
b) Temperatura de operação: To = 160 °C = 779,67 °R = 433,15 K
3) Condições de alívio:
lb kg
a) Capacidade mássica requerida: W = 7407,5 ou Qm = q m = 3360
h h
m³
b) Capacidade volumétrica requerida: Q = 4,2 = 18,492 GPM
h
68
10
P1 = Pset + ∆Psobrepressão + Patm = 290,075 + ∗ 290,075 + 14,7 →
100
→ 𝐏𝟏 = 𝟑𝟑𝟑, 𝟕𝟖 𝐩𝐬𝐢
2º) Tomando como base a equação (28) para o dimensionamento de válvulas de
segurança operando com líquidos, segundo a API RP 520 / ASME VIII, temos:
Q G
A= ∗√
38 ∗ K c ∗ K d ∗ K V ∗ K W P1 − Pb
Q G 18,492 0,8
A= ∗√ = ∗√ →
38 ∗ K c ∗ K d ∗ K V ∗ K W P1 − Pb 38 ∗ 1 ∗ 0,65 ∗ 1 ∗ 1 333,78 − 1,45
69
Q∗G 18,492 ∗ 0,8
𝑅𝑒 = 2800 ∗ = 2800 ∗ → 𝑹𝒆 = 𝟔𝟐, 𝟒𝟓
μ ∗ √𝐴 2000 ∗ √0,110
Q G 18,492 0,8
A= .√ = .√ →
38 ∗ K c ∗ K d ∗ K V ∗ K W P1 − Pb 38 ∗ 1 ∗ 0,65 ∗ 0,4873 ∗ 1 333,78 − 1,45
1 Qm ν
A= ∗ ∗√
1,61 K dr ∗ K V P1 − Pb
70
3º) Determinação dos coeficientes:
Como mencionado na seção 3.5.3, a ISO 4126-1 não possui orifícios efetivos pré-
definidos para um processo de dimensionamento preliminar, por consequência
também não possui os coeficientes de descarga (K d ) pré-definidos. Porém, neste
trabalho, para efeito de comparação, serão utilizados os coeficientes de descarga
sugeridos na API RP 520, corrigidos da forma que é sugerida na ISO 4126-1. Ou
seja:
Dimensionamento preliminar, com líquidos e sem disco de ruptura → K d = 0,65
De acordo com a equação (35), temos que:
K dr = 0,9 ∗ K d = 0,9 ∗ 0,65 → 𝐊 𝐝𝐫 = 𝟎, 𝟓𝟖𝟓
Conforme feito anteriormente para o dimensionamento com líquidos viscosos,
segundo a API RP 520, para o cálculo do orifício, de acordo com a ISO 4126-1,
também é preciso realizar um primeiro dimensionamento e selecionar o orifício
requerido considerando o fator de correção da capacidade devido à viscosidade
igual a 1 → 𝐊 𝐕 = 𝟏
1 Qm ν 3360 0,00125
A= ∗ ∗√ = ∗√ →
1,61 Kdr ∗ KV P1 − Pb 1,61 ∗ 0,585 ∗ 1 23,01 − 0,1
→ 𝐀 = 𝟐𝟔, 𝟑𝟓 𝐦𝐦²
5º) Seleção preliminar do orifício da válvula de segurança:
Apesar de a norma ISO 4126-1 não possuir orifícios pré-definidos, assim como
foi feito para o coeficiente de descarga corrigido, utilizaremos os orifícios pré-definidos
da Tabela 11, p.36-37 deste trabalho, extraída da API RP 520. Para efeito de
comparação, com uma área requerida de 26,35 mm², o orifício mais indicado para
escolha seria o “D”.
Após ter sido selecionada a área que atendesse a descarga requerida pelo
processo (hipótese de fluido invíscido com K V = 1), devemos, agora, corrigir esta área.
Faremos isso através do cálculo do número de Reynolds e do cálculo do fator de
correção da capacidade devido à viscosidade K V.
71
1 Qm 4 3360 4
𝑅𝑒 = ∗ ∗√ = ∗√ → 𝑹𝒆 = 𝟏𝟎𝟐, 𝟓𝟖
3,6 μ 𝜋 ∗ 𝐴 3,6 ∗ 2 𝜋 ∗ 26,35
1 Qm ν 3360 0,00125
A= ∗ ∗√ = ∗√ →
1,61 Kdr ∗ KV P1 − Pb 1,61 ∗ 0,585 ∗ 0,61 23,01 − 0,1
→ 𝐀 = 𝟒𝟑, 𝟐𝟎 𝐦𝐦²
9º) Seleção do orifício da válvula de segurança:
Podemos perceber, através destes cálculos, que o fator de correção da
capacidade devido à viscosidade pode influenciar muito no dimensionamento e
seleção das válvulas de segurança. Comparando as áreas requeridas calculadas, para
este caso, a área requerida corrigida do fator de capacidade devido à viscosidade tem
o seu valor aproximadamente 64% maior do que a área requerida preliminar, segundo
a ISO 4126-1. Apesar de a norma ISO 4126-1 não possuir orifícios pré-definidos,
assim como foi feito para o coeficiente de descarga corrigido, utilizaremos os orifícios
pré-definidos da Tabela 11, p.36-37 deste trabalho, extraída da API RP 520. Para
efeito de comparação, com uma área requerida de 43,20 mm², o orifício mais indicado
para a nova escolha continua sendo o “D”, pelos mesmos motivos citados no
dimensionamento segundo a API RP 520.
72
dispositivo de alívio de pressão no mesmo sistema protegido, combinando as suas
capacidades de alívio. Para este cenário, precisamos ter em mente que a acumulação
de pressão nas válvulas de segurança deverá ter um limite de 116% da PMTA do vaso
de pressão. Além disso, precisamos saber, também, que a pressão de ajuste das
válvulas adicionais não deve exceder 105% da pressão máxima de trabalho permitida.
Dados do processo extraídos da Folha de Dados disponibilizada pelo consumidor
final:
Setor de atuação: Óleo & Gás
Área / Serviço: Plataforma / Linha de saída de gás para o Flare
o Primeira válvula:
1) Propriedades do fluido na temperatura de alívio:
a) Fluido e estado físico do fluido: Hidrocarboneto - Gás
kg lb
b) Peso molecular: 30 = 30 lb
kgmol mol
c) Viscosidade: -
d) Expoente isentrópico ou relação dos calores específicos: 𝑘 = 1,537
e) Fator de compressibilidade: Z = 1,21
2) Condições de abertura:
a) Pressão de operação: Po = 49839 kPag = 7243,04 psig
b) Temperatura de operação: To = 84,8 °C = 644,31°R
3) Condições de alívio:
lb kg
a) Capacidade de alívio requerida: W = 356090,62 ou Qm = q m = 161520
h h
3) Condições de alívio:
lb kg
a) Capacidade de alívio requerida: W = 330693,37 ou Qm = q m = 150000
h h
73
b) Pressão de abertura: Pset = 61000 kPag = 8847,3 psig = 610 barg
c) Fonte de sobrepressão: Descarga Bloqueada 10% (2ª válvula)
d) Contrapressão superimposta: Pb−sup = 389 kPag = 56,42 psig
W T∗Z
A= ∗√
C ∗ K b ∗ K c ∗ K d ∗ P1 M
74
Válvula de segurança instalada sem disco de ruptura → 𝐊 𝐜 = 𝟏
Dimensionamento preliminar, com gás e sem disco de ruptura → 𝐊 𝐝 = 𝟎, 𝟗𝟕𝟓
Coeficiente C, segundo a equação (15):
k+1 1,537+1
2 k−1 2 1,537−1
C = 520 ∗ √k ∗ ( ) √
= 520 ∗ 1,537 ∗ ( ) →
k+1 1,537 + 1
𝐥𝐛𝐦 ∗ 𝐥𝐛𝐦𝐨𝐥 ∗ °𝐑
→ 𝐂 = 𝟑𝟔𝟕, 𝟓𝟖 √
𝐥𝐛𝐟 ∗ 𝐡𝐫
o Segunda válvula:
A segunda válvula possui uma pressão de ajuste aproximadamente 1% maior
do que a pressão de ajuste da primeira válvula, respeitando desta forma o limite de 5%
sugerido na seção 3.5.1 deste trabalho.
1º) Determinação da sobrepressão permitida:
Para determinarmos o valor da sobrepressão permitida na segunda válvula,
mantemos o valor da pressão de alívio P1 , encontrado para a primeira válvula, e
resolvemos a equação para o ∆Psobrepressão .
De acordo com a equação (9):
P1 = Pset + ∆Psobrepressão + Patm → 10174,94 = 8847,3 + ∆Psobrepressão + 14,7 →
→ ∆𝐏𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬ã𝐨 = 𝟏𝟑𝟏𝟐, 𝟗𝟒 𝐩𝐬𝐢
Calculando, agora, a porcentagem de sobrepressão permitida na segunda
válvula, temos:
x
∗ P = 1312,94 → 𝐱 = 𝟏𝟒, 𝟖𝟒%
100 set
Portanto, poderíamos, na prática, escolher qualquer valor de sobrepressão
menor ou igual a 14,84% da pressão de ajuste. O intuito deste cálculo foi verificar o
valor da acumulação de pressão permitida na segunda válvula que continuaria nos
75
mantendo com uma pressão de alívio abaixo do limite de 116% da PMTA do
dispositivo protegido.
W T∗Z
A= ∗√
C ∗ K b ∗ K c ∗ K d ∗ P1 M
𝐥𝐛𝐦 ∗ 𝐥𝐛𝐦𝐨𝐥 ∗ °𝐑
→ 𝐂 = 𝟑𝟔𝟕, 𝟓𝟖 √
𝐥𝐛𝐟 ∗ 𝐡𝐫
76
W T∗Z 330693,37 644,31 ∗ 1,21
A= .√ = .√ →
C ∗ K b ∗ K c ∗ K d ∗ P1 M 367,58 ∗ 1 ∗ 1 ∗ 0,975 ∗ 9746,73 30
77
5 Conclusão e recomendações
78
Referências Bibliográficas
ENCYCLOPAÉDIA BRITÂNNICA. Denis Papin: British physicist. Disponível em:
<http://www.britannica.com/biography/Denis-Papin>. Acesso em: 10 dez. 2015.
LESER, THE SAFETY VALVE.1: History and Basic Function. Engineering. Disponível
em:<http://frame.leser.com/engineering/file/EHB_en_1-History-and-Basic-
Function.pdf>. Acesso em: de 15 dez. 2015 a 10 jan. 2016.
79
AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERS. General Requiremens: UG-
125 a UG-137. ASME Boiler and Pressure Vessel Code, Section VIII: Pressure
Vessels, Division 1. Estados Unidos: 1988.
HELLEMANS, M. The Safety Relief Valve Handbook: Design and Use of Process
Safety Valves to ASME and International Codes and Standards, 1 ed. Burlington:
Elsevier Ltd., 2009.
80