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O senso de identidade em uma perspectiva cristã – Diálogo
“Quem é você?” As respostas a essa pergunta costumam ser interessantes. “Sou �lho
de Frank Sandoval.” “Sou químico.” “Sou de Gana.” “Sou dono desta Ferrari.” “Sou
alguém que aproveita a vida.” As respostas são reveladoras. Demostram a identidade
pessoal a partir daquilo que as pessoas valorizam.
Em relação a sua identidade não é diferente. Muito dela é de�nida pelo modo como
você responde a três questões básicas: (1) O que tenho? (2) O que faço? (3) A quem
estou conectado? As respostas a essas três indagações dão forma a sua identidade.
O que acontece, porém, quando essas distinções desaparecem – quando você perde a
riqueza, suas bugigangas se quebram ou todos inesperadamente parecem ter o que
você pensou que era só seu? De repente, você se sente desvalorizado. A base de sua
identidade entrou em colapso. Enquanto a identidade tiver algo a ver com o que você
possui, estiver baseada em bens materiais, você vai se decepcionar sucessivamente.
Há algo maior.
O intangível. A identidade alicerçada no que você tem deve enfocar o que é intangível.
As manifestações interiores de paz, alegria, coragem, fé e amor são o que realmente
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contam (Gálatas 5:22, 23). Elas fornecem a base para um sentido de identidade estável
e positivo – algo que não pode ser tirado de você (Lucas 10:42, João 16:22).
A ordem superior das coisas. Quando você entende que as coisas imateriais são as mais
valiosas, os bens deixam de ser tão essenciais. O principal objetivo na vida não é mais
ganhar dinheiro, mas desenvolver o caráter. Isso não signi�ca, no entanto, que
devemos simplesmente desistir de empregos e casas, e viver na rua. Quando você
compreende a ordem superior das coisas, percebe que Deus é o Doador das posses
materiais. Ele o convida a buscá-Lo para suprir suas necessidades físicas. “Se vocês,
apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus �lhos, quanto mais o Pai de
vocês, que está nos Céus, dará coisas boas aos que Lhe pedirem” (Mateus 7:11)!2 É
simplesmente uma questão de prioridade. “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino
de Deus e a Sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6:33).
Jesus está dizendo: “Não se preocupe com essas coisas físicas. Elas não formam uma
identidade duradoura. Eu serei seu Pai, você vai ser Meu �lho, e Eu vou cuidar de
você.”
Por outro lado, alguns sentem que precisam fazer algo radical a �m de ter o nome
reconhecido. Por isso, não é incomum ver pessoas tentando manobras perigosas ou,
em alguns casos, praticando esportes que colocam a vida em risco. São nessas
atividades que a noção de identidade reside. Assim, elas arriscam a vida
desnecessariamente por um momento de suposto prestígio. Talvez, tudo o que
realmente querem é serem notadas, apreciadas, identi�cadas.
O que você não faz. Da mesma maneira que olhar para as suas conquistas de
identidade é um equívoco, o mesmo acontece quando você estabelece sua identidade
em função do que você não faz. Adrian Ebens a�rma: “No reino de Satanás, você está
contabilizado como um cidadão por fazer ou não fazer.”4
Muitas vezes, os cristãos se orgulham do que eles não fazem – “Eu não roubo”, “Eu
nunca matei ninguém”, “Eu não como carne”, “Eu não tomo bebida alcoólica”. Essa
armadilha é particularmente atraente. Para a maioria das pessoas, eu era um bom
garoto. Meus pais tinham me educado bem, e eu me orgulhava muito da minha
capacidade de �car longe de problemas. Minha identidade, no entanto, estava
baseada na minha própria realização – o meu sucesso em evitar certos
comportamentos indesejáveis.*
Talvez o maior problema, no entanto, é que não fazer coisas más pode camu�ar a sua
�delidade ao reino de Satanás. Se o diabo não pode conquistá-lo com más ações,
então ele irá criar uma contrafação legalista para o caminho de �liação a Deus, uma
falsi�cação que tem base no que você consegue evitar. Uma contrafação, no entanto,
é realmente muito semelhante ao caminho original. Apesar de você saber que o reino
de Deus não é de�nido com base no que você faz ou deixa de fazer, sua identidade
cristã ainda está ligada a este paradigma.
atenção, você se pergunta: “Como posso fazer a diferença?” Você alcança os outros,
por meio da adoração e serviço.
Quando você é grato por algo que alguém lhe fez, sente-se motivado a fazer coisas
que agradam a essa pessoa. Da mesma forma, quando sua vida está repleta de
gratidão, os mandamentos de Deus já não parecem ser um fardo. O motivo por trás
de sua obediência será o amor, não a obrigação.
Jesus lembrou aos seus ouvintes que o amor a Deus deve encontrar expressão no
amor para com outros seres humanos (Mateus 22:35-40). Esse amor pelos outros
encontra expressão através do serviço. Este vem através do amor de uns pelos outros
(Gálatas 5:13). Quando você se preocupa com os outros e busca fazer a diferença em
sua vida, começa a servi-los. Suas ações são atos de bondade em vez de
autoengrandecimento. Você terá um espírito de compaixão e apreciará fazer coisas
para bene�ciar os outros. Isso re�ete em sua identidade.
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Uma jovem mulher descreveu sua vida dessa maneira: “Comecei a me agarrar
desesperadamente a cada relacionamento como minha fonte de segurança e
propósito. Minha vida amorosa se tornou minha identidade. Minhas emoções se
tornaram irremediavelmente abaladas pelos relacionamentos difíceis.”8 Isso não é a
base para uma identidade positiva e estável.
Outro problema potencial com a dimensão horizontal é que pessoas muitas vezes são
usadas como degrau para que outros subam. Em outras palavras, as pessoas são
empurradas para baixo a �m de que alguém possa subir a um nível superior. O ganho
de umas é a perda de outras.
Há uma ilustração com uma lagarta chamada Stripe, que estava tentando vencer na
vida. Um dia, ela viu uma coluna de lagartas empurrando e puxando umas às outras,
tentando subir até o topo da pilha. Então Stripe decidiu escalar também e descobrir o
que havia no topo. Enquanto subia, ela viu que muitas lagartas perdiam o controle à
medida que haviam pisado lá, e caído no esquecimento. Stripe, no entanto, forçou
passagem para cima, determinada a chegar ao topo. Quando ela �nalmente chegou,
descobriu que não havia realmente nada no topo.9
Deve haver algo melhor na vida do que espezinhar o próximo, tentando estabelecer a
nossa identidade com o rebaixamento de outros. A�nal, como as lagartas,
experimentamos a transformação (Romanos 12:2). Fomos feitos para voar.
O que signi�ca ser �lho de Deus? Isso signi�ca que você tem um relacionamento
pessoal com o Pai, que pode ir a Ele a qualquer hora, que é um herdeiro de Seu reino
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(Romanos 8:17, Gálatas 3:29; 4:7, Tito 3:7; Hebreus 1:14; Tiago 2:5). A melhor parte,
porém, é que seu Pai celeste prometeu nunca deixá-lo, nem desampará-lo.10 Com
esses benefícios em mente, Ellen White escreveu: “Gostaria que todos pudessem
entender o valor que há em reconhecer o nosso relacionamento e lealdade para com
Aquele a quem nós reivindicamos como nosso Pai.”11 Ser um �lho de Deus é uma
experiência incrível. Isso lhe fornece a fonte mais estável e certi�cada de identidade.
Com o privilégio, no entanto, há responsabilidade.
Primeiramente, ser um �lho de Deus o intima a colocar nas mãos de Deus a sua
agenda – seus próprios planos e desejos. “Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei
disto vossa primeira tarefa. Seja vossa oração: ‘Toma-me, Senhor, para ser Teu
inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje em Teu
serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti.”12 Em
essência, Deus nos convida a desistirmos de nosso frágil e autoconstruído senso de
identidade e con�armos a Ele nossa verdadeira identidade, baseada em Seus atos de
criação e redenção.
Em segundo lugar, como somos Seus �lhos, Ele nos pede para ouvirmos Sua voz.
Geiger pergunta: “Será que algum dia pararemos de falar para ouvir? Em vez de ouvir,
fazemos orações que frequentemente têm frases longas, sem vírgulas e pausas. Deus
nos fala, querendo compartilhar os Seus pensamentos, mas nós falamos muito sobre
Ele.”13 Quando as coisas não dão certo, injustamente pomos a culpa de nossos
problemas em Deus. Talvez simplesmente não tenhamos tirado tempo para ouvir
Suas instruções.
Essa perspectiva também esclarece como os outros podem in�uenciar nossa vida de
maneira positiva. Pense sobre isso. Se não fosse por seus relacionamentos, você seria
a pessoa que você é hoje? Todos nós temos algo a aprender com os outros. Uma das
lições mais importantes que aprendi com o meu próprio pai foi o espírito de sacrifício
e serviço. Nunca vou esquecer as noites quando ia jogar tênis de mesa na garagem.
Mesmo que meu pai estivesse muito ocupado, ele sempre arranjava tempo para
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jogarmos. E não foi só comigo. Ele estava sempre disposto a ajudar seus alunos,
mesmo que sua agenda estivesse cheia. Seu lema: Viver para servir. Essas e muitas
outras lições têm impactado profundamente minha vida. Sem o meu relacionamento
com os outros, eu não seria a mesma pessoa que sou hoje.
Finalmente, na perspectiva mais ampla, você tem recebido uma comissão divina. Jesus
disse: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo.”14 Você testemunha tanto verbalmente quanto pela
sua vida, de modo que todo mundo possa ver claramente a que reino pertence. Na
realidade, o testemunho é a sua identidade �nal – desmascarando a representação
distorcida de Deus que Satanás tem delineado. É por isso que é essencial que você
estruture sua vida em função de seu Rei. Assim, as pessoas não vão ver você. Em vez
disso, elas vão ver através de suas palavras e ações um autêntico e convidativo retrato
de Deus.
Conclusão
Quem é você? Onde você encontra sua identidade? Como vimos, a identidade pessoal
tem a ver com três questões fundamentais: O que você tem? O que você faz? A quem
você está conectado?
A maneira como você responde a essas questões pode tanto resultar em uma
identidade frágil e fugaz quanto em uma identidade segura e sólida.
Em minha própria vida, descobri que os bens materiais que temos, os atos de
autoglori�cação que fazemos, e as super�ciais e egoístas relações que formamos
desaparecerão. O nosso verdadeiro valor está nas qualidades únicas que Deus nos
deu.
NOTAS E REFERÊNCIAS
* Todos os relatos em primeira pessoa são de John Wesley Taylor VI.
Referências
1. “O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esse é o poder que governa
a natureza do homem, o poder da decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da
vontade.” Ellen G. White. Caminho a Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011. p.
47.
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2. Todas as citações da Bíblia são da Nova Versão Internacional, a menos que seja indicada
outra versão.
3. Ellen White. A Ciência do Bom Viver. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001. p. 36.
4. A. Ebens. Identity Wars: The Road to Freedom. Penrith: Maranatha Media, 2005. p. 31.
5. Ibid., p. 58.
6. As Ebens (2009) a�rma: “Foi algo de Deus falar da lei do Monte Sinai, mas esta lei não teria
efeito protetor a menos que seus princípios residissem em nossos corações e passassem
a fazer parte de sua maneira de pensar.” (Em Life Matters: The Channel of Blessing (Penrith:
Maranatha Media), p. 96.
7. Eric Geiger. Identity: Who You Are in Christ. Nashville: B & H Publishing Group, 2008. p. 107.
8. E. Ludy & L. Ludy, When God Writes Your Love Story (Colorado Springs: Multnomah Books,
2009), p. 51-52.
9. T. Paulus. Hope for the Flowers. Mahwah: Paulist Press, 1972.
10. No seu leito de morte, o grande reformador João Wesley foi cercado por seus amigos
íntimos. Ele os chamou para perto de si e exclamou suas últimas palavras: “O melhor de
tudo, Deus está conosco” (Geiger, p.120). O Espírito Santo é a promessa de Deus de que
Ele está com você. (João 14:16-18).
11. Ellen White. The Lord’s Prayer. In: The Signs of the Times, Outubro 28, 1903, p. 1.
12. _______. Caminho a Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001. p. 70.
13. Eric Geiger. Identity: Who you are in Christ. Nashville: B & H Publishing Group, 2008. p. 127.
14. Mateus 28:19.
15. Geiger, 189.
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