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ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
¹ Discente do Curso Tecnólogo em Design de Moda, Nível V 2016/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio
Vargas/RS.
² Docentes do Curso Tecnólogo em Design de Moda, Nível V 2016/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio
Vargas/RS.
RESUMO: Este trabalho tem como principal objetivo construir um look masculino inspirado no gênero musical
Forró e em seguida, desenvolver o modelo em tamanho real. O termo Forró é composto por três versões que
definem sua origem, uma diferente da outra. No Nordeste, a região foi constituída pela memória e pela música que
teve papel fundamental na construção dessa identidade, pois era uma cultura natural e espontânea. As identidades
nacionais, regionais ou locais apresentam vínculos com a história, com a cultura e com os costumes daquele povo.
O forró foi uma marca pela qual delimita a região e o identifica perante aos outros espaços brasileiros. Luiz
Gonzaga, o “rei do baião” foi um líder folk, através de sua personalidade, atuação, cultura social e política, e
juntamente com os governantes da época, o Nordeste teve mais visibilidade. A proposta era a construção do
figurino contendo todas as etapas do processo de produção do produto têxtil. Além disso, para relacionar o tema
da pesquisa, buscou-se pesquisas bibliográficas sobre características e detalhes do gênero, o que auxiliou o
desenvolvimento da peça confeccionada.
ABSTRACT: This work aims to build a masculine look inspired by the musical genre Forró and then develop the
life-size model. The term liner is composed of three versions that define its origin, different from each other. In
the Northeast, the region was formed by memory and music that played a key role in building this identity, it was
a natural and spontaneous culture. National, regional or local identities have ties to the history, the culture and
customs of the people. The forró was a mark by which delimits the region and identifies it to other Brazilian areas.
Luiz Gonzaga, the "king of the balloon" was a folk leader, through his personality, acting, social and political
culture, and with the rulers of the time, the Northeast had more visibility. The proposal was the construction of the
wardrobe containing all stages of the textile product production process. In addition, to relate the subject of
research, we sought to bibliographic research on characteristics and gender details, which helped the development
of the piece made.
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O Forró ficou conhecido por conter três versões que definem sua origem, uma bem
distinta da outra. A primeira, a mais conhecida, surgiu no final do século XIX, quando os
ingleses estavam no estado nordestino construindo as ferrovias, eles costumavam fazer festas
abertas para a população, sempre tinha uma placa na entrada escrito “For All” que significava
“para todos”, assim o termo forró teria surgido a partir dessa expressão inglesa. A segunda era
bem parecida, mas os responsáveis seriam os soldados norte-americanos que estavam instalados
em Natal durante a Segunda Guerra Mundial. A terceira teria surgido a partir do historiador e
folclorista Luís da Câmara Cascudo, que dizia que o termo forró teria surgido a partir do termo
“Forrobodó” que significava arrasta-pé, farra e confusão.
O vestuário dos forrozeiros era bem amplo, com roupas confortáveis usadas com a
intenção de não atrapalhar os movimentos na hora da dança. As mulheres usavam, vestidos,
saias com muitos babados, cropped, regatas com flores e muitas estampas, saltos ou calçados
confortáveis, etc. Os homens usavam, calças, bermudas, camisas listradas, xadrez, costumavam
usar botinas, tênis, chinelos. Não usavam calças jeans e roupas mais apertadas pois atrapalhava.
A base para este artigo, foi a região nordestina, origens e tipos de Forró, Luiz Gonzaga
e o Baião. Teve como objetivo buscar conhecimentos em relação ao gênero musical, Forró.
Criar um croqui conceitual inspirado no gênero e em seguida, modelar e desenvolver a peça no
manequim 38.
A relevância deste trabalho está no fato de que a moda hoje nada mais é do que uma
constante releitura do passado, da cultura e do comportamento dos povos, por isso estudar as
tendências passadas nos leva a aumentar e desenvolver cada vez mais nosso conhecimento e
criatividade.
2 DESENVOLVIMENTO
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No Nordeste, a região foi constituída pela memória e pela música que teve papel
fundamental na construção dessa identidade, pois era uma cultura natural e espontânea. As
identidades nacionais, regionais ou locais apresentam vínculos com a história, com a cultura, e
com os costumes daquele povo.
O forró foi uma marca pela qual delimita a região e o identifica perante aos outros
espaços brasileiros. Luiz Gonzaga, o “rei do baião” foi um líder folk, através de sua
personalidade, atuação, cultura social e política, que juntamente com os governantes da época,
o Nordeste teve mais visibilidade.
O For All conviveu com muitas variáveis e os espaços eram diversos. Existe o forró
tradicional e o forró eletrônico cheios de modismos. Exemplo disso era o trio-elétrico da banda
“Aviões do Forró” nos carnavais fora de época que aconteciam em capitais nordestinas, como
Natal e Fortaleza. O carnaval misturava-se com o forró eletrônico em ritmo de axé baiano.
O forró é composto por três versões que definem sua origem. A primeira, a mais
conhecida surgiu no final do século XIX no Nordeste, quando os ingleses estavam construindo
as ferrovias no estado. Eles realizavam várias festas e sempre eram abertas para a população,
nessas festas escrevia-se na entrada “for all” que significava “para todos”. Desta forma, o forró
teria surgido através da pronúncia da expressão inglesa.
A segunda era bem parecida, porém os responsáveis pelas festas seriam soldados norte-
americanos da Base Militar que estava instalada em Natal durante a Segunda Guerra Mundial.
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A terceira era uma versão antiga, diferente das outras. Luís da Câmara Cascudo, era
historiador e folclorista, dizia que a palavra forró teria surgido a partir do termo Forrobodó, que
era de origem africana e significava “bailes ordinários e sem etiqueta”, também conhecidos
como arrasta-pé, farra e confusão. Nesses bailes, tocava tudo quanto era música regional, como
baião, coco, xaxado, xote, entre outras, sempre ao som de uma sanfona de oito baixos.
Existe também certo preconceito entre aqueles que se referem “tendenciosamente ao
termo forrobodó como sinônimo de festa marginal e ordinária, dando a entender que o
povo não sabe se divertir e é desunido, portanto, ‘não tem cultura'. Por conta disso,
reflete um fundo sociológico comum, que nos apresenta um universo de entretenimento
e lazer voltado a jornada de trabalho”. (SILVA, 2003, p.72)
O Forró popularizou-se em todo o Brasil com intensa imigração dos nordestinos, para
outras regiões do país. Com a imigração de vários nordestinos para o sul do país, começou a
surgir várias casas de forró nas periferias das capitais. No início, eram apenas para divertir o
povo nordestino que buscavam uma vida melhor longe de casa, e depois de um tempo virou
moda entre os jovens.
O Forró passou a ser conhecido em todo o Brasil a partir do final da década de 40,
através das rádios e do músico Luiz Gonzaga do Nascimento, que nasceu em Exu no sertão de
Pernambuco, no dia 13 de dezembro de 1912. Era filho do sanfoneiro Januário, que animava os
bailes da cidades nos finais de semana.
Durante sua infância, trabalhava na roça para ajudar os pais e ajudava a consertar
sanfonas na oficina em que seu pai tinha. Na oficina ele demonstrava suas habilidades e o gosto
em ser músico. Em todos os lugares que ia, Gonzaga experimentava tocar acordeom ou a
zabumba.
Em 1930, com 18 anos motivado pela conquista de sua independência financeira em
relação aos pais, Gonzaga saiu de casa para alistar-se ao Exército, no Ceará. Entrou para o
exército e virou cabo corneteiro. Permaneceu no Exército durante nove anos e pode percorrer
por vários estados do Brasil. Em Minas Gerais foi onde encerrou sua carreira, seguiu destino
para o Rio de Janeiro e após iria para o Recife.
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Enquanto esperava sua embarcação para o Recife, teve a oportunidade de conhecer junto
à um soldado, algumas coisas do porto: o mangue, o ambiente, prostitutas, entre outros.
Chegando nos bares, observou que os músicos não tinham contratos, tocavam na calçada e a
maioria deles tinham seus próprios conjuntos. Luiz Gonzaga então, decidiu não seguir viagem
para o Recife. Ficou no porto e ali começou a tocar sanfona de oito baixos e passou a ganhar
dinheiro com isso. O primeiro local em que tocou foi na esquina do mangue.
Antes de se inscrever no programa de Ary Barroso, em 1941, com a canção “Vira e Mexe”, a
qual ganharia o primeiro prêmio e seria contratado pela Rádio Nacional, ele tocava em bares de
pouca categoria.
No Rio iniciou tocando em restaurantes, cabarés, gafieiras do mangue e em zonas de
prostituição, os ritmos eram diversos: valsa, tango, bolero, polca, mazurca e vários estilos de
origem estrangeira. A cultura musical da cidade era muito diversa, as músicas costumavam ser
de tradição europeia, norte-americana, africana e de origem rural. Foi questionado por um grupo
de jovens cearenses pelo motivo de não tocar músicas relacionadas ao pé-de-serra, foi aí que
compôs a canção “No meu pé-de-serra” e então passou a dedicar-se ao estilo nordestino baião.
A música nordestina de Luiz Gonzaga sofreu preconceito no início. O diretor artístico
da rádio nacional não o deixava sequer usar o chapéu de couro e a roupa de
cangaceiro, que fariam parte de seu visual durante toda a carreira no futuro.
Em suas primeiras gravações cantava em parceria com Zé Dantas e Humberto Teixeira.
Após ser contratado para cantar em programas de rádio, Gonzaga mudou-se saiu do morro e foi
morar no bairro Catete. Criou um estilo próprio que era denominado como “xamego”.
Tinha como propósito valorizar a cultura da região em suas canções. Gonzaga
juntamente com o advogado Humberto Teixeira, que era autor de várias letras das suas músicas,
criou uma nova marca para sua música: o “baião”, gênero que surgiu a partir do lançamento de
uma canção com o mesmo nome. Gonzaga considerava-se como o responsável pela criação do
baião em gênero musical.
Antes de mim o baião já existia, só que de forma ainda indefinida. Era conhecida
como “baiano” em algumas regiões do Nordeste. Quer dizer, o baião em sua forma
primitiva não era um gênero musical. Ele existia como uma característica, como uma
introdução dos cantadores de viola. Era um ritmo, uma dança. Antes de afinar a viola,
o cantador faz uma introdução (...) começava a cantar e logo falava: ‘agüenta lá meu
baião/ Que eu agüento aqui o teu rojão'. Rojão, por exemplo, foi uma criação do
Jackson do Pandeiro. Rojão também é uma coisa do cantador. Se é que essas coisas
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(baião e rojão) ainda não tinham sido definidas, faltava uma definição musical. Então
nós, eu e o Jackson do Pandeiro, definimos, urbanizamos, aprimoramos essas coisas.
(GONZAGA apud ÂNGELO, 1990, p.53-55)
Consolidou-se como cantor, produtor e empresário de sua obra e atuação. E deste modo
tinha como fonte de inspiração as manifestações populares de sua região. Em 1991 ocorreu o
falecimento de Luiz Gonzaga e de outros forrozeiros importantes e diante disso, o forró foi
desaparecendo da mídia.
2.1.4 Baião
O baião foi uma dança popular muito apreciada durante o século XIX no Nordeste
Brasileiro. Era dançada em pares e os passos eram improvisados com habilidades aos pés
velozes e aos movimentos corporais, era permitido o sapateado, palmas, umbigadas, meneios e
o uso de castanholas ou estalos de dedos. Os instrumentos que faziam parte do baião, eram a
viola caipira, a sanfona, o triângulo, a flauta doce e o acordeom.
Em 1964, Luiz Gonzaga era uma grande influência para a música nordestina. Mas nessa
época não se tinha uma definição clara sobre o que era a palavra forró. Quando era pronunciada,
referiam-se à uma festa com dança, e aos poucos foi designando-se como um gênero musical.
Em 1975, a música nordestina consolidou-se ao mercado brasileiro apresentando outra vez Luiz
Gonzaga como interlocutor desta nova fase do forró. O Nordeste, estava presente na “terra
seca”. No sertão, acabou sendo oposição à música estrangeira e hoje em dia tem se um novo
fenômeno, o forró eletrônico.
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Um dos fatores da origem do novo forró tem ligação à morte do principal líder do
gênero, Luiz Gonzaga. O estilo tradicional foi reorganizado diante à exclusão do forró
tradicional por parte da mídia. O novo forró foi criado a partir do tradicional e incorporou-se
com conceitos de outros gêneros musicais, como o axé music, o sertanejo e o pagode. As bandas
desse forró surgiram com a maquiagem do romantismo e o apelo sensual. Atribuíram ao seu
repertório músicas românticas, regravações de músicas de artistas tradicionais com ritmos e
arranjos atuais.
Metodologia
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Figura 1.
Figura 2.
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Figura 3.
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Figura 4.
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Imagem: Moldes.
Autora: Gabriela Rech.
Fonte: Gabriela, 2016
Figura 5.
Figura 6.
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3 RESULTADOS E ANÁLISE
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que o tecido é xadrez. Para as costas utilizou-se tiras de malha para representar as camisas
listradas. A bermuda, o tecido escolhido foi neoprene como base para os babados e para a malha
visco lycra que deu uma aparência de dobras, representando a sanfona. A modelagem foi feita
manualmente e através de uma bermuda jeans do modelo. (Figura 7)
As peças ficaram de acordo com o croqui desenhado, as modelagens feitas e o objetivo
proposto foram alcançados.
Figura 7.
É de grande relevância para um designer de moda, ter como inspiração este trabalho,
pois é a junção da musicalidade aliada à moda. Assim, podendo desenvolver e pôr em prática
todo conteúdo aprendido em aula. Desta forma aprofundar os seus estudos, sua capacidade e
sua inspiração.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho se propôs como objetivo geral pesquisar sobre o gênero musical
Forró. Criar um look conceitual a partir dos conhecimentos obtidos através do gênero, usando
diversos materiais e usufruindo da criatividade.
Foi trabalhado por etapas, iniciando por pesquisas sobre do que se tratava o gênero e em
seguida sobre seus acontecimentos. Buscou-se informações em sites e artigos, após selecionou-
se algumas características e detalhes para a confecção da peça. A peça em tamanho real, tem
sua inspiração toda no estilo forró, desde a trançagem das tiras até a bermuda com babados e
pregas.
REFERÊNCIAS
BUARQUE, D. Conheça as origens e a evolução do forró, o ritmo da festa de São João. Disponível
em: <http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/06/conheca-origens-e-evolucao-do-forro-o-
ritmo-da-festa-de-sao-joao.html>. Acesso em: 05 abril 2016.
BUSCAI, B. F. Tudo sobre forró Suas origens e sua história. Disponível em:
<https://forrobuscai.wordpress.com/2011/01/23/3079/>. Acesso em: 05 abril 2016.
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GONZAGA, L. Origens e a evolução do forró nas festas de São João. Disponível em:
<http://www.bahia.ws/ritmos-do-forro-na-festa-de-sao-joao-nordeste/>. Acesso em: 05 abril
2016.
OLIVEIRA, M. E de. For All, Folkmídia e a Indústria Cultural Regional. Disponível em:
<http://www.razonypalabra.org.mx/anteriores/n60/oliveiralima.htm>. Acesso em: 20 junho
2016.
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