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SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL

FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ENFERMAGEM

TAXA DE INFECÇÃO DE FERIDA OPERATÓRIA APÓS CESARIANA

FLÁVIA LOURENÇA DE ALMEIDA

Orientadora: Dayane Faustino.

BRASÍLIA

2017
RESUMO:

Infecções de ferida cirúrgica (IFC) constituem complicações pós-operatórias comuns e apresentam


importante morbimortalidade, com aumento no tempo e custo de hospitalização, especialmente
para mulheres submetidas a parto cesariana. Objetivo: Quantificar os casos de infecção do sítio
cirúrgico (ISC) identificando os fatores associados ao aparecimento desta infecção em pacientes
submetidas à cesárea no Hospital Regional de Ceilândia no período de 01/01/2015 a 01/06/2017.
Métodos: Estudo retrospectivo, com abordagem descritiva e quantitativa, realizado por meio do
levantamento de dados de prontuários de pacientes notificadas com ISC pelo Núcleo de Controle
de Infecção Hospitalar (NCIH) do Hospital Regional de Ceilândia no período de 01/01/2015 a
01/06/2017. Resultados esperados: O presente estudo deve fornecer informações mais acuradas
sobre IFC, possibilitando a implementação de medidas de prevenção no cenário de estudo.

PALAVRAS - CHAVE:

Infecção de ferida cirúrgica, cesárea, enfermagem.


1. INTRODUÇÃO:

O Brasil é um dos países recordistas na realização de cesáreas, e atingiu a taxa de 82,3%


desse tipo de cirurgia no setor privado e de 33,25% no Sistema Único de Saúde (SUS) no ano de
2008. Essa taxa excede ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 15%
(BRASIL, 2009). Sabe-se que este tipo de procedimento é o mais importante fator de risco para as
infecções puerperais (DESCLERK et al., 2007), especialmente a infecção do sítio cirúrgico,
considerada uma das mais temidas infecções hospitalares. Além disso, as complicações infecciosas
que ocorrem após as cesáreas são importantes e substanciais causas de morbidade materna e estão
associadas com aumento significante do tempo de internação hospitalar (MACHADO et al., 2009).

Diante da relevância de investigar os fatores que favorecem as infecções de sítio cirúrgico,


especialmente as relacionadas com o parto cirúrgico, o presente estudo tem como objetivo
quantificar os casos de ISC identificando os fatores associados ao aparecimento desta infecção em
pacientes submetidas à cesárea no Hospital Regional de Ceilândia no período de 01/01/2015 a
01/06/2017. Sua realização se justifica pelas repercussões negativas na recuperação da mulher no
período puerperal, comprometendo a involução puerperal satisfatória, prolongando o tempo de
hospitalização e retardando o vínculo mãe/recém-nascido e família.
2. HIPÓTESE:

Os estudos de morbidade materna apontam que IFC é a complicação mais comum no parto
cesáreo (MEDEIROS e SOUZA, 2010), sendo fator predisponente para elevar o risco de
endometrite bacteremia, tromboflebite pélvica e morte por infecção. No Brasil, estudo prospectivo
realizado em um hospital de ensino com 6.604 pacientes avaliados após a alta em ambulatório de
egressos, supervisionado pela NCIH, observou que a detecção de IFC era de 32,2% a 50% para
procedimentos cirúrgicos em geral e de 52,9% a 91,4% para as cesáreas (CARVALHO, 2014).

De acordo HORAN et al. (2008) com um dos grandes problemas no dimensionamento na


taxa de IFC é a subnotificação dos eventos adversos relacionados à IFC, pois é necessário
monitoramento do evento por 30 dias pós-parto. Recentemente, a recomendação do Center for
Diseases Control and Prevention (CDC) 2015 passou a ser de vigilância de até 90 dias. Um estudo,
baseado em registro hospitalares e ambulatoriais em Belo Horizonte – MG, as taxas de ISC
pós-cesáreas variaram de 1,6%, com vigilância do paciente internado, para 9,6%, com a vigilância
pós-alta (CHIANCA et al., 2015). Outro estudo no Reino Unido, com vigilância pós-alta com
seguimento em assistência primária, identificou taxa de 11% (HORAN et al 2008).

Sabe-se que as IFC representam um grave problema de saúde pública em todo o mundo,
pois determinam não apenas aumento nos custos assistenciais, mas também impactam na
morbidade e mortalidade do paciente (CHIANCA et al., 2015). Devido à escassez de dados
nacionais a respeito do assunto e pela relevância do tema, é necessário realizar um estudo sobre a
IFC em mulheres que são submetidas à cesárea no HRC. Com a identificação apurada das taxas de
infecção pós-cesárea, espera-se colaborar na vigilância desse evento adverso e possibilitar a
construção de rotinas de serviço que impactem no declínio das taxas de infecção em serviços de
obstetrícia.
3. OBJETIVOS:

3.1 Objetivo Geral:

Quantificar os casos de infecção do sítio cirúrgico (ISC) identificando os fatores associados ao


aparecimento desta infecção em pacientes submetidas à cesárea no Hospital Regional de Ceilândia
no período de 01/01/2015 a 01/06/2017.

3.2 Objetivos Específicos:

- Avaliar fatores de risco para Infecções de ferida cirúrgica (IFC) em puérperas submetidas a
cesarianas

- Caracterizar as infecções de cesariana por topografia.

- Analisar os casos de infecções puerperais quanto aos aspectos sociodemográficos e


clínico-obstétrico.
4. METODOLÓGIA:

4.1 Tipo de estudo:

Trata-se de um estudo retrospectivo, com abordagem descritiva e quantitativa, realizado


por meio do levantamento de dados de prontuários de pacientes notificadas com IFC pelo Núcleo
de Controle de Infecção Hospitalar (NCIH) do Hospital Regional de Ceilândia no período de
01/01/2015 a 01/06/2017. Quanto à natureza trata-se de uma pesquisa aplicada visto que objetiva
gerar conhecimento para subsidiar ações de aprimoramento no cenário do estudo.

A escolha do local deste estudo deve-se ao grande quantitativo de partos realizados por mês
nesta regional. De acordo com os dados fornecidos pelo NCIH, o HRC conta com um Centro
Obstétrico (CO) responsável por aproximadamente 150 partos/ mês e alojamento conjunto, com 52
leitos, que permite permanência do binômio mãe-filho.

4.2 População/Amostra:

A população do estudo inclui todas as puérperas maiores de 18 anos submetidas à cesariana


no período de janeiro de 2015 a junho de 2017, com notificação de infecção em sítio de cesariana.
Devem ser excluídas da análise e consideradas perdas de seguimento aquelas com as quais não foi
possível obter informações até 30 dias pós parto e as pacientes sem informação adequada no
prontuário e menores de idade.

4.3 Metodologia de análise:

Após a aprovação do projeto de pesquisa pela Comissão de Ética e Pesquisa, os dados serão
coletados através de um questionário previamente elaborado (anexo), abrangendo diversos dados
maternos. Posteriormente o preenchimento dos formulários, os dados serão digitados e
seguidamente ajustados em sua consistência antes do procedimento das análises.

A análise estatística que será utilizada nos formulários inclui análise descritiva da
frequência e percentual do total de infecções cirúrgicas e de infecções por topografia ( Infecção de
Ferida Cirúrgica Profunda, Infecção de Ferida Cirúrgica Superficial, Infecção de Ferida Cirúrgica
de Órgão ou Cavidade), frequência e percentual de cada critério notificado e taxas de infecção por
cesáreas realizadas, além de frequência e média. Será utilizada o Microsoft Excel para elaboração
de planilhas e gráficos.
5. RISCOS/ BENEFÍCIOS

5.1 Riscos:

Por se tratar de um estudo onde envolve a exibição de dados sobre a saúde do individuo, há
possibilidade de constrangimento dos sujeitos de pesquisa no momento da coleta de dados. Para
minimizar os riscos serão respeitados os termos da resolução 466/2012. O questionário não será
identificado pelo nome para que seja mantido o anonimato e será garantida a retirada da
participação da pesquisa a qualquer momento.

5.2 Benefícios:

O estudo torna-se relevante para a geração de novos conhecimentos sobre a temática, tendo
em vista a escassez de pesquisas específicas acerca do assunto em questão e sua importância com a
qualidade na assistência em saúde e de enfermagem. A identificação dessas infecções e a
implementação de medidas de prevenção de ISC proporciona melhora no cuidado prestado no
cenário obstétrico, diminuindo assim morbimortalidade materna e o custo das internações para as
instituições de saúde.
6. DESFECHOS:

6.1 Desfecho Primário:

Fornecer a taxa de ISC e fatores associados ao aparecimento desta infecção em pacientes


submetidas à cesárea no Hospital Regional de Ceilândia no período de 2015 a 2017.

6.2 Desfecho Secundário:

Diante do exposto, o presente estudo deve fornecer informações mais acuradas sobre ISC,
possibilitando a implementação de medidas de prevenção no cenário de estudo. Por ser um hospital
de referência no atendimento materno-infantil, compreender as reais taxas de infecção deve
proporcionar melhoria contínua da qualidade da assistência e dos cuidados pós-operatórios
prestados em obstetrícia.
7. DESENHO:

A cesárea representa um avanço na obstetrícia moderna, que quando indicada corretamente


é benéfica, tanto para a gestante quanto para o concepto (ARAÚJO et al., 2009). Em contrapartida,
atualmente, observa-se que o índice de cesarianas apresentou um importante aumento nas últimas
décadas no Brasil. Atualmente nosso país apresenta uma das maiores taxas de cesáreas do mundo:
cerca de 30% dos nascimentos são realizados por via alta. Tomando como referência hospitais
particulares estes índices são ainda maiores, chegando a 80% (BRASIL, 2009).

Segundo ARAÚJO et al. (2009), as razões para esse aumento são complexas e envolvem
vários fatores que vão desde a preocupação com a preservação da anatomia materna e o temor da
dor do parto até a comodidade médica em relação ao procedimento. Apesar de ser um
procedimento amplamente utilizado, a operação cesariana não é isenta de complicações. Sabe-se
que este tipo de procedimento é o mais importante fator de risco para as infecções puerperais
(DESCLERCK et al., 2007), especialmente a infecção do sítio cirúrgico.

De acordo com (DESCLERCK et al., 2007) a infecção em sítio cirúrgico pós-cesárea é


definida como processo infeccioso inflamatório da ferida ou cavidade operada que drene secreção
purulenta, com ou sem cultura positiva. Pode ser circunscrita à incisão, com presença de hiperemia
e edema, ou envolver estruturas adjacentes à ferida, ou seja, tecidos outros que foram expostos ou
manipulados durante a cirurgia (CARVALHO, 2014).

De acordo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) 2010, a Infecção de


ferida cirúrgica pode ser subdivididas conforme com sua topografia:

a) Infecção de Ferida Cirúrgica Superficial (IFCS): infecção que ocorre nos 30 primeiros dias após
o procedimento realizado. Acomete pele e tecido subcutâneo da incisão. Apresenta dor espontânea,
hipersensibilidade à palpação, edema localizado, rubor e calor associado à drenagem de secreção.

b) Infecção de Ferida Cirúrgica Profunda (IFCP): infecção que ocorre nos 30 primeiros dias após o
procedimento. Acomete tecido mole profundo (fáscia ou músculo) da incisão. Apresenta pelo
menos um dos seguintes critérios: drenagem purulenta da incisão profunda, mas não do órgão ou
cavidade, deiscência espontânea da incisão, abertura com cultura positiva (ou negativa associada à
febre), dor espontânea localizada ou hipersensibilidade à palpação, presença de abscesso ou outra
evidência de infecção na incisão profunda por exame direto, durante nova cirurgia, ou em exame
histopatológico.

c) Infecção de Ferida Cirúrgica de Órgão ou Cavidade (IFCOC): infecção que ocorre nos 30
primeiros dias após o procedimento. Acomete órgão ou cavidade manipulados durante o
procedimento cirúrgico, exceto fáscia e músculos. Apresenta pelo menos um dos critérios:
drenagem purulenta do dreno inserido no órgão ou cavidade por meio da incisão cirúrgica ou
isolamento de microrganismo em cultura de tecido ou fluído, presença de abscesso ou outra
evidência de infecção acometendo o órgão ou cavidade.

Segundo Romanelli (2012), diversos são os fatores que influenciam a taxa de infecção do
sítio cirúrgico, como os relacionados ao paciente, aos microrganismos e ao próprio procedimento
cirúrgico. No caso específico das cesáreas, outros fatores podem estar associados ao aparecimento
das infecções cirúrgicas, como obesidade, tempo de ruptura de membranas, diabetes, hipertensão,
realização de cesárea de urgência e cesárea de gemelares (CARVALHO, 2014).

A maior morbidade da operação cesariana, em relação ao parto por via vaginal, tem sido
amplamente relatada na literatura. As taxas de IFC são consideradas indicadores da qualidade de
assistência e cuidado pós-operatório. No atual contexto da assistência à saúde e com as diretrizes
para segurança do paciente, é importante o estudo das taxas de IFC e seus fatores de risco, para
prevenção da morbimortalidade e redução do custo em que elas implicam (ROMANELLI, 2014).
8. CRONOGRAMA DE EXECUSSÃO:

Definição do tema da pesquisa - Maio 2016

Elaboração e entrega da carta de intenção - Junho 2016

Aprimoramento do projeto - Novembro 2016 a Fevereiro 2017

Plataforma Brasil/Submissão ao CEP - Março 2017

Fase de coleta de dados - Abril e Maio 2017

Fase de análise de dados/ discussão dos resultados - Junho e Julho 2017

Produção do texto final - Agosto e Setembro 2017

Envio do artigo para os examinadores - Outubro 2017

Defesa oral - Novembro.


9. BIBLIOGRAFIA:

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de


Saúde. Gerência de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos. Manuais.
Sítio Cirúrgico. Critérios Nacionais de Infecções Relacionadas a Assistência a Saúde. 2009.
[Acesso em 29 de janeiro de 2017]. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/criterios_nacionais_isc.pdf>

CARVALHO, ICBM. et al. Fatores predisponentes para infecção da ferida operatória pós-cesárea:
uma revisão integrativa. J. res.: fundam. care. online. 2014

Center for Diseases Control and Prevention. National Healthcare Network Safety (NHSN).
Surgical Site Infection (SSI) Event. rocedure-associated Module; 2015

CHIANCA, LM. Índice de risco cirúrgico e infecção de ferida operatória em puérperas submetidas
a cesarianas. Rev. Epidemiol Control Infect. 2015

DESCLERK, E. et al. Maternal outcomes associated with planned primary cesarean births
compared with planned vaginal births. Rev. Obstetrics & Gynecology. 2007

HORAN, TC. et al. CDC/NHSN surveillance definition of health care-associated infection and
criteria for specific types of infections in the acute care setting. Am J Infect Control. 2008

MACHADO, LC. et al. Associação entre via de parto e complicações maternas em hospital público
da Grande São Paulo, Brasil Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, jan, 2009.

MEDEIROS, GO. SOUZA, LM. Proposta de criação de protocolo de enfermagem para o cuidado
de pacientes com abscesso de parede pós-cesárea. Rev. Com. Ciências Saúde. 2010.

ROMANELLI, RMC. et al. Estudo prospectivo da implantação da vigilância ativa de infecções de


feridas cirúrgicas pós-cesáreas em hospital universitário no Estado de Minas Gerais, Brasil, 2010 a
2011. Epidemiol. Serv. Saúde.2012.

ROMANELLI, RMC. et al. Fatores de risco para infecção de ferida cirúrgica em puérperas
submetidas a cesarianas em Hospital Universitário de referência. Rev Epidemiol Control Infect.
2014.
ANEXO I - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS:

N° Prontuário/ Nº SUS: ....................

Idade .................... Data Nascimento....../......../.......

Data da internação ....../......../.......

Data da Cirurgia ....../......../........ Hora:

Etilismo: 1. Sim 2. Não

Tabagismo: 1. Sim 2. Não

IG ............

Hemograma recente: Data...../......./...... 1. Normal 2. Alterado

Tipo de alteração ...........................

Partos anteriores: Tipo: ......................... Há quanto tempo: .......................................

Medicações em uso nesta gestação ............................................

Tempo de uso ...................................... Com Prescrição: 1.Sim 2. Não

Patologias de base .................................................................................................

Patologias desenvolvidas nesta gestação ..............................................................

Intercorrências obstétricas nesta gestação ............................................................

Risco Cirúrgico: 1. ASAI 2.ASAII 3. ASAIII 4. ASAIV

Ruptura de bolsa: 1. Espontânea 2. Artificial

Tempo de Ruptura de bolsa ...........................................................................

Tempo de duração do trabalho de parto .........................................................

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