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Reforma Epitácio Pessoa (1901) mudando o ensino secundário para 6 anos, porém
não mudou o objetivo estabelecido na reforma anterior de “ preparar para o ensino
superior, no entanto, dava liberdade para ensinar”. Complementou o processo de
desoficialização do ensino promovendo a equiparação entre as escolas privadas e
oficiais, sob inspeção nos currículos.
Todavia, Ribeiro (1998, p 12) ressalta que “o aspecto positivo resultante de males
deste transplante cultural está no fato de ter levado os educadores a diagnosticar as
deficiências da estrutura escolar brasileira e denunciá-las categórica e
permanentemente [...]”.
Feitas as considerações relativas ao período imperial, nossa reflexão tomará como fio
condutor, de agora em diante, a linha temporal que se inicia na República Velha e vai
até a retomada da democratização brasileira, procurando manter o foco nas diversas
legislações que foram montando o mosaico do ensino no país.
A República Velha (1889-1930) é por assim dizer, o período em que mais se procedeu à
reformas educacionais; entretanto, isso não pode ser entendido como expansão
democrática do ensino. Inspirada nos ideais liberais norteamericanos, a Constituição
Republicana de 1891 introduziu o princípio federalista, ou seja, os Estados passaram a
organizarem-se por leis próprias, desde que respeitando a carta magna. Essas mudanças,
incidiram diretamente sobre a configuração do sistema de ensino do país. É
efetivamente a partir desse período que o movimento pela educação popular toma
fôlego.
No que diz respeito à grade curricular, o ensino secundário passou a compreender "o
estudo das ciências, incluindo noções de sociologia, moral, direito e economia política,
ao lado das disciplinas tradicionalmente ensinadas" (Xavier, M. Elizabete, 1994, p.
106).
Fica evidente, portanto, que a tão propalada democracia republicana não passou de um
movimento de cúpula, conservando em sua estrutura a dualidade da classe governante-
povo. No que tange à educação, entretanto, não se pode negar que houve pequenos
avanços, sobretudo, aqueles introduzidos com o ideário da Escola Renovada proposta
pelos "profissionais da educação". Embora não fazendo parte do objetivo principal de
nossa reflexão, mencionamos duas correntes político-filosóficas que corroboraram para
o tencionamento da demanda pela ampliação da educação popular; a primeira,
representada pelos socialistas com a criação de suas "Escolas Operárias" e as
"Bibliotecas Populares"; a segunda, pelos anarquistas, que criaram as chamadas
"Escolas Modernas" e por último, os comunistas que, no ano de 1922, fundaram o
Partido Comunista do Brasil, cujas propostas educacionais
Com a proclamação da República foi elaborada a 1ª Constituição republicana, promulgada em
24 de fevereiro de 1891, de caráter democrático e liberal, inspirada no modelo norte-
americano.
Foram adotados os princípios federalistas e, por isso, as antigas províncias passaram a estados
e o presidencialista, com regime de representatividade.
Na realidade o que aconteceu foi que a União passou a criar e controlar o ensino em todo o
país, bem como criar e controlar o ensino secundário acadêmico e a instrução em todos os
níveis na capital federal. Aos Estados coube a tarefa de criar e controlar o ensino primário e o
profissionalizante, que na época compreendia as escolas normais, para as mulheres, e as
escolas técnicas, para os homens.
Essa dualidade de controle do ensino se revela claramente no fato de a União tomar para si a
educação acadêmica no secundário e o ensino superior, ou seja, nos níveis de ensino que só a
elite tinha acesso. Os Estados, que nem sempre tinham recursos, cuidavam da educação
primária e profissionalizante.
Assim, a reforma Benjamim Constant, influenciada pela filosofia positivista, se pautou nos
princípios da liberdade e laicidade do ensino, bem como a gratuidade do ensino primário,
observando a orientação da própria Constituição.
Esta reforma se preocupou com o ensino superior voltado para as camadas mais ricas da
população. Acentua o aspecto literário ao incluir a lógica, retirando a biologia, a sociologia e a
moral, disciplinas consideradas de caráter positivista.
No governo de Venceslau Brás, em 1915, foi proposta a reforma Carlos Maximiliano, com o
objetivo de “Ministrar aos estudantes sólida instrução fundamental, habilitando-os a prestar,
em qualquer academia, rigoroso exame vestibular”. Esta reforma também se preocupou
apenas com os ensinos secundário e superior.
Finalmente, em 1925, no governo de Arthur Bernardes, foi proposta a reforma Rocha Vaz/Luis
Alves, com o objetivo de garantir “Base indispensável para a matrícula nos cursos superiores,
preparo fundamental e geral para a vida e cultura média geral do País”.
Esta reforma reintroduziu o ensino de Moral e Cívica com a finalidade de conter os protestos
estudantis contra Arthur Bernardes, que governou de modo autoritário, antidemocrático e em
permanente estado de sítio.
O País viveu intensos momentos de agitação política e cultural, Essas reformas, de um modo
geral, fracassaram e mesmo se limitaram apenas aos limites da cidade do Rio de Janeiro, que
na época era a capital federal, portanto centro de todas as decisões políticas e palco das
movimentações culturais, sociais, congregando diferentes interesses de grupos que ocupavam
o poder ou, pelo menos, aspiravam a ele.
Além dessas reformas, foram realizadas diversas outras, nos Estados, por educadores
inspirados nos princípios da escola nova, tais como a de Lourenço Filho, no Ceará, em 1923, a
de Anísio Teixeira, na Bahia, em 1925, a de Francisco Campos e Mario Casassanta, em Minas,
em 1927, a de Fernando de Azevedo, no Rio de Janeiro, em 1928 e a de Carneiro Leão, em
Pernambuco, em 1928.
Essas reformas serviram de base para o movimento da escola nova, nos idos de 1930, que
contou com o apoio desses educadores.
A Reforma Benjamin Constant – primeira proposta de mudança educacional deste período –
propunha um ensino gratuito, sem ligação ou vínculo com nenhum tipo de religião (ensino
laico) e a liberdade para a escolha e participação na educação.
Algo inovador proposto por esta reforma e que é uma realidade até os dias atuais consiste na
ideia de que o ensino deve formar os alunos para os níveis superiores de educação,
substituindo o foco literário pelo da ciência com um enfoque para as pesquisas científicas.
Em 1911 é proposta a Reforma Rivadávia Côrrea que determinava que o ensino secundário
promovesse a formação do cidadão brasileiro, bem como propunha a liberdade do ensino com
amplo acesso para a população brasileira e a troca do diploma por um certificado de
aproveitamento.
A última mudança deste período ficou por conta da Reforma João Luiz Alves que criou a
disciplina conhecida como Moral e Cívica, que oferecia conhecimentos sobre a sociedade
brasileira e o caráter, aumentando o sentido ético e nacionalista dos pequenos cidadãos
brasileiros.