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MASSAGEM DESLIZAMENTO

Teoria e Prática

Belo Horizonte
2019
ÍNDICE

Mensagem .................................................................................................................................................... 3

Nossas mãos são uma dádiva ........................................................................................................................ 5

O corpo e sua energia ................................................................................................................................. 6

Seu corpo imprime sua história ................................................................................................................. 7

As diferentes maneiras de escutar o nosso corpo .................................................................................. 8

Ambiente da massagem – Condições Gerais ......................................................................................... 10

Cuidados Especiais ................................................................................................................................... 10

Procedimento para a remoção de luvas.................................................................................................. 11

Técnica de lavagem das mãos ................................................................................................................. 11

As mãos e seu simbolismo ...................................................................................................................... 12

Exercício: Sensibilização das mãos ........................................................................................................ 14

Alongamento .............................................................................................................................................. 17

A dor ........................................................................................................................................................... 18

O Toque ...................................................................................................................................................... 20

História da Massagem ............................................................................................................................... 23

Benefícios da Massagem .......................................................................................................................... 24

O Deslizamento .......................................................................................................................................... 25

Técnicas de Deslizamento – Effleurage .................................................................................................. 26

Tipos de Deslizamento .............................................................................................................................. 27

Efeitos gerais do Deslizamento .................................................................................................................... 29

A influência da Massagem nas substâncias neuroendócrinas ............................................................ 31

Influências neuroendócrinas combinadas.............................................................................................. 33

Contraindicações ...................................................................................................................................... 35

Prática ......................................................................................................................................................... 36

Movimentos finais ..................................................................................................................................... 45

Bibliografia ................................................................................................................................................. 46

Professor Conteudista: Yara Pietra – Massoterapeuta e Pedagoga


Mensagem

Conheci há tempos um empresário extremamente ousado e cheio de energia. Tinha


grande criatividade para novos projetos e muita garra para realizá-los. Muitas vezes
acertava, com trabalhos bem sucedidos, mas várias outras vezes experimentava
fracassos. Com o tempo, depois de passar por alguns infortúnios, as dificuldades
começaram a pesar em sua conta corrente emocional, e ele foi esmorecendo. Ficou com
medo de arriscar novos projetos.

Desmotivou-se para o trabalho e procurou acomodar-se apenas no trivial, mas isso não
o gratificava e ele sentiu-se sem energia. Qualquer esforço o estressava, e sua saúde
sinalizou que as coisas não estavam indo bem. Procurou um médico, que o examinou
atentamente e lhe disse:

– Olha, ou você para e descansa algumas semanas, ou estará sujeito a um infarto.


Você decide.

Suicida ele não era. Depois de um ultimato desses, só mesmo tirando féri as. Já que
sempre teve grande admiração e carinho pela natureza, decidiu visitar as Cataratas do
Iguaçu, e ali passar alguns dias sozinho.

Ficou emocionado ao contemplar aquela imensidão de água. E passava algumas horas


ali, durante dias seguidos, meditando, totalmente envolvido por aquela exuberante
maravilha da natureza. Não compreendia exatamente a razão pelo fascínio que sentia,
mas um detalhe chamou sua atenção: o voo das andorinhas juntos às águas.

Ficou impressionado ao perceber as andorinhas chegando em alta velocidade e se


acomodando nas pedras e arbustos da cachoeira. Algumas são mais arrojadas e entram
diretamente no maior volume de água, outras preferem os volumes menores, algumas
passam pelos pequenos fios de água e outras apenas se aproximam dos arbustos que
ficam entre um volume de água e outro. Cada uma escolhe sua “aventura calculada”,
porém todas usufruem da sensação de estar junto às cataratas.

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Elas fazem aquilo com perfeição, vivendo normalmente junto ao grande perigo que a
cachoeira gigantesca representa para seus corpos frágeis. De repente, alguma
andorinha, talvez por um mínimo de desatenção em sua sagaz disciplina, é tragada pela
água e morre.

Depois de observar, maravilhado, esse fenômeno durante um tempo indefinido, o


empresário indagou-se: “Minha vida não é um pouco assim?” E passou a olhar para as
cataratas como sendo o seu mundo: um mundo de desafios. Por que algumas
andorinhas ficam na pedra ou nos arbustos, e outras vão para as partes mais perigosas
da cachoeira? Porque cada andorinha escolhe os seus próprios desafios, em um lugar
da cachoeira, com seu risco calculado. Existe toda uma harmonia a ser seguida, que
exige total qualidade no seu voo junto à queda d’água. Se a velocidade e inclinação não
forem exatas, ela morre.

Assim como as andorinhas, os seres humanos vivenciam situações diferentes para cada
pessoa, mesmo quando convivem em um mesmo ambiente. Todo dia os indivíduos
enfrentam desafios cada um com a sua medida. Alguns se contentam com pequenos
desafios, outros buscam desafios um pouco maiores e outros são motivados apenas por
grandes desafios.

“A natureza não conhece derrota.”


(Mandino)

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Nossas mãos são uma dádiva

Através de nossas mãos, podemos canalizar o amor existente em nossos corações no

sentido de aliviar o sofrimento daqueles que nos rodeiam.

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O corpo e sua energia

Imagine que o seu corpo é uma cidade, com muitas ruas, por onde circulam milhares
de veículos.

Se um dos carros quebra ou se há um acidente, todo o trânsito é prejudicado e as


pessoas não chegam aos seus destinos.

Seguindo a metáfora, o mesmo acontece com a energia vital, que os chineses chamam
de Chi.

Quando há algum desequilíbrio físico ou emocional, a energia fica acumulada, obstrui


algumas vias, não percorre o corpo todo e isso prejudica a saúde e o bem estar.

O objetivo da massagem é restaurar a energia vital...

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Seu corpo imprime sua história

Uma página branca.

É assim o corpinho novo em folha do recém-nascido.

Desde o instante do nascimento e a cada fase da vida, a pele,

os músculos, os ossos e os gestos registram dados muito

preciosos que contam nossa história.

“O homem é seu próprio livro de estudo, basta ir virando as

páginas para encontrar o autor.”

Jean Yves Leloup

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As diferentes maneiras de escutar o nosso corpo

A primeira maneira de conhecer o paciente é pelo trabalho de anamnese, mas antes é


necessário esclarecer esta palavra, sempre utilizada na prática da atividade e no modo
de abordar o ser humano.

É uma palavra muito empregada no meio médico e significa o conjunto de informações


que o médico, o psicólogo ou o terapeuta recolhem do paciente, quando o interrogam
sobre a história de sua doença. Em suma, é uma análise dos Sintomas e das
Somatizações.

A palavra anamnese deriva da palavra grega anamnésis, e significa recordação,


lembrança.

Platão já dizia que nada aprendemos e que apenas nos lembramos.

Existe em nós uma memória essencial, a memória do ser verdadeiro que somos.

Denomina anamnese essencial à arte e à prática de lembrar-se do ser, através do corpo


físico e das marcas psicológicas deixadas neste corpo físico. O corpo humano se recorda
de todos os momentos que atravessou e viveu.

É por isso que a orientação do nosso trabalho, mesmo se falamos de coisas bem
concretas ou triviais, permanece dirigida para a lembrança do ser, que é algumas vezes
bloqueada pelas memórias do corpo e do psiquismo.

Faremos inicialmente a escuta física, a anamnese médica ou fisiológica, reavivando a


memória do que aconteceu em nosso corpo, dos pés à cabeça. E tentaremos identificar
o nosso ponto fraco, o lugar do nosso corpo onde vem se alojar, regularmente, a doença
e o sofrimento.

Em seguida é preciso que entremos em uma escuta, na anamnese psicológica.


Observaremos o medo ou atração que vivemos em relação a algumas partes do nosso

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corpo. E em quais condições psicológicas se manifestaram certas doenças ou certos
sofrimentos. Esta é a escuta psicológica do corpo.

Há ainda a escuta espiritual. O espírito está presente em nosso corpo. Certas doenças
e algumas crises são manifestações do espírito que quer trilhar um caminho, que quer
crescer.

A abordagem física, psicológica e espiritual se dirige ao homem por inteiro.

O Homem Vitruviano, criado em 1.492 por Leonardo da Vinci, é símbolo universal da integração de mente, corpo e espírito.

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Ambiente da massagem – Condições Gerais

• Ambiente confortável: O ambiente deve ser aconchegante, pois é impossível


para os pacientes relaxarem se estiverem com frio. A sala deve ter acesso ao ar
fresco, é importante que haja algum tipo de ventilação.
• Privacidade: O paciente necessita de privacidade para trocar sua roupa na
preparação para o tratamento de massagem.
• Iluminação: Muitas vezes, uma iluminação forte no teto é desagradável e
ofuscante para o paciente. É melhor que haja luz indireta ou natural.
• Higiene: É importante que o profissional de massagem cuide da higiene pessoal
e previna os odores do seu corpo, pois todas as pessoas são sensíveis.
• Mãos aquecidas: Mãos frias são verdadeiros problemas para muitos
profissionais da massagem. As mãos devem ser aquecidas em água quente ou
então esfregando uma na outra antes de tocar no paciente.

Cuidados Especiais

É também muito importante que o massoterapeuta observe os seguintes cuidados:

– Não se esquecer de desligar o telefone celular.


– Cuidar de sua higiene pessoal e da limpeza de seu local de trabalho.
– Higienizar bem as mãos antes de cada atendimento, certificando-se de que as unhas
estão limpas, bem cortadas e, de preferência sem esmalte, pois alguns pacientes
podem ser alérgicos.
– Aquecer as mãos: as mãos frias são um grande problema para muitos profissionais
da massagem. As mãos podem ser aquecidas em água quente, com uso de uma
garrafa térmica, ou esfregando uma mão na outra antes de tocar no paciente.
– Não utilizar metal no corpo (aliança, anel, relógio, colar, etc.) para evitar
interferências energéticas.
– Utilizar lençol de papel descartável na maca.

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Procedimento para a remoção de luvas

A. Agarre a luva abaixo do punho;

B. Puxe-a para baixo por sobre a mão, virando-a para fora;

C. Insira os dedos da mão sem luva dentro da outra luva;

D. Repita o procedimento da letra “B” para a outra mão.

Técnica de lavagem das mãos

A. Crie uma camada com o sabonete;

B. Entrelace seus dedos para lavar entre eles, mantendo as mãos apontadas para
baixo;

C. Enxágue bem as mãos, mantendo seus dedos apontados para baixo;

D. Use o canto sem fio de um palito de “pau de laranjeira”, para limpar debaixo das
unhas;

E. Após enxugar as mãos, use uma toalha de papel seca para fechar a torneira.

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As mãos e seu simbolismo

Em hebraico, a mão é simbolizada pela letra “Y” (Yod), que encontrada no tetragrama
YHVH, significa divino.

A palavra mão está ligada ao conhecimento.

Tocar a mão, apertar a mão é se apresentar e firmar um conhecimento.

Na tradição dos terapeutas existe a prática da imposição das mãos.

Através das mãos comunicamos nossa energia, nosso coração.

É verdade que a ponta de nossos dedos está ligada ao cérebro.

No Monte Athos, os monges velhos e novos tricotavam. Essa prática, para eles, era
uma maneira de apaziguar o mental.

Porque há um elo entre as mãos e o cérebro.

Quando, por exemplo, rezamos o terço, quando temos as mãos ocupadas em um


trabalho manual, quando temos alguma coisa entre nossas mãos, nosso mental, nossa
psique se acalma.

O simbolismo dos cinco (05) dedos:

O polegar, na tradição antiga, representava o dedo de Vênus e, também, a cabeça.

O indicador é o dedo de Júpiter e está ligado à vesícula biliar.

O médio é o dedo de Saturno, ligado ao baço e ao pâncreas.

O anular é o dedo do Sol, ligado ao fígado.

O mínimo é o dedo de Mercúrio, ligado ao coração.

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Na Antropologia antiga, esta relação é feita entre uma parte do corpo humano e todo o
universo, todos os planetas, com os quais esta parte está em ressonância.

Pegamos a mão de alguém para cuidar.

Podemos pegar os pés, as mãos, as orelhas, porque cada parte está ligada à totalidade
do corpo.

A propósito do casamento, o rapaz pede a mão da moça. Mas o problema é que às


vezes, ele pede a mão da moça ao pai ou à mãe. E a sua própria mão nem sempre está
de acordo.

Encontramos essa expressão em diferentes tradições – A mão de Deus.

Algumas vezes podemos nos sentir guiados, como se tivéssemos uma mão pousada
em nosso ombro, em nossa cabeça, nas nossas costas, para nos fazer avançar, para
nos manter de pé.

Há um momento onde nos fundimos. E alguns de nós sentimos bem profundamente


esta mão invisível.

Como terapeutas, podemos trabalhar, cooperando com esta mão.

Quando tocamos algum corpo, podemos tocá-lo em diferentes níveis, em diferentes


camadas.

Podemos traduzir tudo isso em uma linguagem bem contemporânea quando falamos de
nosso corpo material, de nosso corpo energético, de nosso corpo espiritual.

É preciso, ainda uma vez, não opor as linguagens, mas ver que cada uma destas
linguagens podem nos ajudar a melhor compreender o ser humano. E a melhor cuidá-
lo. Para o nosso bem estar e o bem estar de todos.

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Exercício: Sensibilização das mãos

A maneira mais fácil e rápida de entender a energia e a anatomia energética, e de


compreender como é simples trabalhar com ambos, e aprender a sentir a sua própria
energia. Este exercício sensibiliza os chacras das mãos, localizados nos centros das
palmas, para que você possa sentir a energia entre elas.

Fique sentado ou de pé, como preferir.

1. Coloque a língua no céu da boca, logo atrás do palato duro (a saliência dura atrás
da arcada dentária superior). Mantenha-a nessa posição durante todo o exercício.
Essa posição da língua interliga os dois (02) principais canais de energia que
correm na região frontal e dorsal do corpo, ao longo dos quais estão localizados
os chacras mais importantes. Ela também aumenta a sua sensibilidade à energia.

2. Respire quatro (04) vezes, lenta e profundamente,


inspirando e expirando até o fundo dos pulmões.
Inspire e expire pelo nariz. A respiração ajuda a
desanuviar e acalmar a mente e a relaxar o corpo.

3. Gire os pulsos: levante os braços à frente, na altura


dos ombros. Gire as mãos pelos pulsos dez (10)
vezes, em ambas as direções: faça pequenos
círculos com as mãos, girando-as pelo pulso dez
(10) vezes no sentido horário e dez (10) vezes no
sentido anti-horário.

4. Abra as mãos: abra e feche as mãos vigorosamente dez (10) vezes.

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5. Vibre o cotovelo e os dedos: comece com os
braços ao lado do corpo. Aproxime os punhos dos
ombros, como se estivesse levantando halteres
nas mãos. O dorso da mão fica virado para fora.
Dessa posição, jogue os braços para baixo,
esticando os dedos, como se soltasse os halteres
imaginários. Recomece, fazendo esse movimento
dez (10) vezes, rapidamente. Cuide para não
estirar demais o cotovelo (além do seu limite
natural de movimento) ou deslocar a articulação.
Esse movimento não deve machucar.

6. Estenda as mãos à frente com as palmas distanciadas uns oito (08) cm uma da
outra, como se fossem bater palmas. Estique os dedos. Com o polegar direito,
pressione suavemente o centro da palma esquerda durante alguns segundos.
Repita o movimento com a outra mão, usando o polegar esquerdo para
pressionar a palma direita.

7. Mantenha os cotovelos próximos da cintura, com os antebraços esticados à


frente, paralelos ao solo. Mantenha as mãos relaxadas, palmas voltadas uma
para outra, afastadas uns sete (07) cm, como se fossem bater palmas. Feche os
olhos. Respire lentamente e concentre-se suavemente nos centros das palmas.
Fique nessa posição durante uns trinta (30) segundos.

8. Agora, mantendo as mãos, os pulsos e os cotovelos firmes, comece a movimentar


os braços para dentro e para fora alguns centímetros um do outro, aproximando
e afastando as mãos. Imagine-se batendo palmas muito lentamente, mas não
deixe as mãos se tocarem. Aproxime as palmas até uma distância de três (03) a
cinco (05) cm e em seguida, lentamente, afaste-as até uns trinta (30) cm e volte
a aproximá-las. Repita esse movimento por trinta (30) segundos. Quase que
imediatamente, você sentirá certa resistência entre as palmas, como se estivesse
segurando um balão, ou as palmas começarão a formigar, a coçar ou a esquentar.
Quando sentir essa resistência, calor ou

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excitação nas mãos, essa sensação é a sua energia, a força vital que envolve e
interpenetra os corpos de todos os seres vivos.

Não se preocupe se não sentir esta energia na primeira tentativa. Não havendo
sensação de aquecimento ou de formigamento nas palmas depois que completar o
exercício, pare durante alguns momentos, respire, concentre-se nas palmas e
recomece. Você logo sentirá a energia.

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Alongamento

O denominado “alongamento” é uma técnica utilizada para alongar o corpo de forma


natural, que consiste em isolar e trabalhar um grupo de músculos em particular.

De modo geral, qualquer movimento que acarrete aumento da amplitude de uma


articulação pode ser chamado de exercício de alongamento.

O alongamento pode ser classificado como ativo ou passivo, sendo ativo quando a
própria pessoa movimenta a parte do corpo e a mantém na posição desejada por
determinado tempo, e, passivo quando o movimento é realizado por outra pessoa.

O alongamento proporciona os seguintes benefícios:

– Aumento da flexibilidade e da força muscular;


– Diminuição das dores e dos desconfortos musculares;
– Permite a boa mobilidade da musculatura e das articulações;
– Melhora o alinhamento e postura corporal.

Braços e mãos.
Alongar estas áreas alivia o esgotamento e as inflamações provocadas por ações
repetitivas.

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A dor

O terapeuta de massagem precisa compreender em especial os mecanismos da dor.

A dor é uma experiência complexa, particular e abstrata, difícil de explicar e de


descrever. É o principal sintoma ou queixa que faz com que as pessoas procurem os
cuidados de saúde. Seu tratamento eficiente é um grande desafio. Não é fácil definir a
dor em termos descritivos e mensuráveis, porque a dor tem aspectos fisiológicos,
psicológicos e sociais.

O profissional de massagem precisa reconhecer que a dor é aquilo que o paciente diz
que é e existe, quando o paciente diz que existe.

A dor fornece informação sobre estímulos que causam dano em tecido e, desse modo,
nos possibilita com frequência nos proteger contra um dano maior. A descrição subjetiva
e a indicação do local da dor ajudam a definir com precisão a causa fundamental da
doença.

Os receptores da dor são encontrados em quase todos os tecidos do corpo, e eles


podem responder a qualquer tipo de estímulo. Quando estímulos para outras
sensações, como o toque, a pressão, o calor e o frio atingem certa intensidade, eles
também estimulam a sensação de dor.

O reconhecimento do tipo e da intensidade da maioria das dores está localizado


essencialmente no córtex cerebral.

Em geral, a dor é classificada como aguda, crônica, refratária ou fantasma.

Dor Aguda:

É o sintoma de um estado de doença ou aspecto temporário do tratamento médico. Age


como um sinal de aviso porque pode ativar o sistema nervoso simpático. É em geral,
temporária, súbita e facilmente localizada. Frequentemente o paciente pode descrever
a dor, que muitas vezes cessa com ou sem tratamento.

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Dor crônica:

É um grande problema de saúde para cerca de vinte e cinco por cento (25%) da
população. É uma dor que persiste ou reaparece em períodos indefinidos, em geral por
mais de seis (06) meses. Com frequência tem um começo obscuro, e, o caráter e a
qualidade da dor mudam com o tempo. É em geral difusa, mal localizada, e muitas vezes
exige os esforços de uma equipe multidisciplinar de saúde, que pode incluir um
terapeuta de massagem, para seu tratamento eficiente.

Dor refratária:

Quando a dor crônica persiste mesmo quando foi providenciado um tratamento, ou


quando existe sem alguma doença demonstrável, ela é chamada de dor refratária.
Representa o maior desafio para todos os provedores de cuidados de saúde. A
massagem pode proporcionar um alívio sintomático breve e temporário para esse tipo
de dor. Isso é realizado enchendo de sensação os receptores sensórios, distraindo o
paciente temporariamente da percepção da dor.

Dor fantasma:

É experimentada com frequência por pacientes que tiveram um membro amputado.


Esses pacientes ainda sentem dor ou outras sensações na região da extremidade
amputada, como se o membro ainda estivesse ali. É provável que essa dor ocorra
porque as porções proximais restantes dos nervos sensitivos, que anteriormente
recebiam impulsos do membro, estão sendo estimuladas pelo trauma da amputação.
Os estímulos desses nervos são interpretados pelo cérebro como se viessem do
membro inexistente (fantasma).

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O Toque

Tocar e ser tocado são uma das maiores experiências que podemos permitir-nos
vivenciar. Pode ser a mais pessoal, poderosa e surpreendente das experiências. É algo
capaz de fazer vibrar e transmitir uma mensagem que ultrapassa as máscaras e
mecanismos que construímos a fim de nos esconder e separar. É linguagem direta,
fluida, livre, verdadeira, comunicação que transcende limites e fala sem restrições.

Toque é tudo aquilo que traz contato, possibilita encontro, que evoca sensação, emoção
e sentimento. Estar em contato significa ser tocado pelo outro, ser tocado por si mesmo,
ser tocado pelas coisas animadas e inanimadas, ser tocado pela Vida.

Em cada toque a sensação, a emoção e o sentimento evocados são uma experiência


única, singular que tem a sua base de manifestação e existência no aqui–agora. O aqui–
agora é o espaço e tempo do toque.

É quando se está vivendo, exercendo, experimentando, sendo. É quando tudo converge


e culmina na plenitude da experiência. O toque acontece somente no aqui- agora... no
presente.

Se algo é vivenciado com consciência no momento presente torna-se parte integrante


de nós mesmos. É no aqui–agora que temos a chance de construir ou reconstruir a nós
mesmos.

As formas do toque são inúmeras e variáveis. Há toques que não somente de mãos e
pele... Há formatos que se diversificam numa gama enorme de expressão em
manifestação.

Seja qual for a natureza do toque, há mensagem, há linguagem, há comunicação, há


contato, há interação e possibilidade de encontro.

Para cada toque há uma resposta correspondente e equivalente. Quando um toque é


emitido e expresso, uma mensagem é enviada e recebe-se uma mensagem de volta,
que pode ser potencializada ou minimizada pela resposta daquele que o recebe.

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Seja qual for a qualidade do toque, não só é produzida uma sensação, uma emoção,
um sentimento naquele que recebe, mas também naquele que emite.

Tocar, ser tocado é uma experiência mútua, recíproca.


Quando se toca, também se é tocado. Essa é uma das grandes belezas e um dos
grandes mistérios do toque.

O segredo do toque, independente de qual seja a sua natureza, e para qual fim que se
destine é o se permitir sentir, fazer-se receptivo, aberto, despojado e disponível. É
tornar-se presente, entregue inteiro ao que se está vivenciando naquele momento.

Os resultados e feitos dessa experiência podem ser variáveis, imprevisíveis e


surpreendentes, cuja reação e resposta vão ser únicas próprias de cada um. Aquele que
desenvolve a sensação, que vivencia a emoção ou sentimento e que reage ao contato
é o próprio indivíduo dentro de sua liberdade e capacidade de perceber e sentir.

O toque é uma passagem para a experiência do momento presente, através do qual


transitam aqueles que estão em busca da perfeição e consciência progressivas tanto de
si como do outro, tanto de si como da vida.

Tocar, ser tocado, é criar a possibilidade do descobrir-se e descobrir o outro no espelho


das relações interpessoal e pessoal em que os reflexos e imagens projetados fornecem
pistas imprescindíveis para essa caminhada.

Tocar é se permitir descobrir, descobrindo-se; revelar, revelando-se; conhecer,


conhecendo-se. É um passe livre para a descoberta e revelação crescentes que
possibilita a expansão da consciência – razão maior da nossa existência.

As experiências do toque veiculam-se no corpo. Todas se relacionam a um efeito e


reação corporal. Todas se associam a percepção e reação sensorial que se refletem
nos acontecimentos corpóreos correspondentes. Essas experiências podem ser
conscientizadas ao se aprender a dar atenção às várias reações, procedimentos e
manifestações do corpo.

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As experiências do toque constituem importantes veículos para o desenvolvimento de
um comportamento de menos negligência perante, não só os movimentos e linguagem
do corpo, mas também em relação a tudo o que está à volta e que circunda o próprio
corpo. São a ampliação da capacidade de sentir e perceber o que está em torno e do
sentir-se e perceber-se no momento presente.

O toque é manifestação e dinâmica de vida. Expressão e fluência de energia, de


vitalidade, de motivação, de intenção e de algo mais que transcende a nós mesmos.
Estímulo imprescindível para o resgate da pulsação e trânsito livre da energia pelo
corpo.

O toque da mão que afaga o corpo acolhe a dor e abre novos caminhos, convida para
uma maior proximidade com a verdade interna de cada um de nós e sinaliza para a
busca da auto cura e apropriação pessoal da saúde. Saúde que se traduz como a
expressão livre da nossa verdade interna.

Tocando e sendo tocado, aprendemos várias possibilidades de sermos revitalizados,


fortalecidos, acolhidos, amados e curados. Aprendemos a sair do nosso isolamento e a
deixar as nossas defesas pessoais de convívio e relação. Experimentamos unidade,
identidade, integração, troca e partilha. Vivenciamos bem estar e prazer que nem
sempre entendemos inteiramente como começou ou como terminou, mas cuja memória
se perpetua no sentir. Ficamos sensibilizados, embevecidos, encantados e tomados
inteira e completamente por esse sentir. Descobrimos que a experiência do toque é
momentânea, mas que seu efeito permanece.

O toque nunca é esquecido. Sempre será lembrado pelo corpo e pela alma.

O toque é essencial à própria vida.

Texto elaborado por Laice Guimarães

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História da Massagem

2.000 a.C A massagem foi mencionada pela 1ª vez por escrito.

460 – 367 a.C Viveu Hipócrates – o primeiro na medicina grega a


descrever especificamente os benefícios médicos da
unção e da massagem.

589 – 617 a.C O conhecimento da massagem e de suas aplicações já


era bem estabelecido em medicina.

1517 – 1590 Ambroise Paré recomeçou a usar técnica de massagem


para rigidez das articulações e cura de ferimento após
cirurgia.

1776 – 1839 Per Henrik Ling recebe crédito pelo desenvolvimento da


massagem sueca.

1852 – 1943 John Harvey Kellogg escreveu dezenas de arquivos e


dois livros didáticos sobre a massagem e a hidroterapia.

1879 Douglas Graham escreve Uma história da massagem.

1894 É formada a sociedade dos massagistas treinados.

1916 Dr. James B. Mennel divide o efeito da massagem em


duas categorias: ações mecânicas e reflexas.

1920 – 1929 A massagem do tecido cognitivo é desenvolvida por


Elizabeth Dicke, e, a Drenagem Linfática Manual é
desenvolvida por Emil e Estrid Vodder.

1940 (início) Começa o licenciamento para a Fisioterapia.

1960 A ênfase na forma física por parte do presidente


americano John F. Kennedy desperta o interesse na
massagem esportiva.

1991 O Instituto Nacional de Saúde estabelece o


Departamento de Medicina Alternativa.

1992 É administrado pela 1ª vez o exame de Certificação


Nacional para Massagem Terapêutica e Trabalho de
Corpo.

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A massagem é bem mais do que um toque, que proporciona prazer. Não é apenas uma
experiência agradável, mas altamente recomendado para cuidar do corpo e da mente.

O efeito físico e emocional é imediato. Mas a prática vai além.

O toque terapêutico é um grande aliado para combater o estresse aos poucos, antes
que se instale na forma de doença.

Benefícios da Massagem

Entre os benefícios da massagem para o corpo humano, os relacionados abaixo


podem ser citados como os principais, a saber:

• Melhorar a circulação sanguínea;

• Aumentar a capacidade do corpo de eliminar toxinas;

• Relaxar os músculos, desfazendo contraturas (aquela espécie de “nó” que você


sente nos músculos);

• Equilibrar o sistema nervoso;

• Retardar o envelhecimento das células, contribuindo para a longevidade;

• Melhorar o tônus da pele;

• Reduzir a fadiga;

• Aliviar a dor causada por contratura e má postura;

• Aumentar os níveis de energia;

• Promover a saúde e o bem estar.

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O Deslizamento

As raízes da palavra massagem dizem respeito ao toque e as suas várias aplicações.

Anatômica e fisiologicamente dizemos: O toque é um conjunto de sensações táteis que


surgem da estimulação sensorial, em primeiro lugar da pele, mas também de estruturas
mais profundas do corpo, como dos músculos.

O toque é a ferramenta para a massagem.

O corpo humano é coberto por cerca de um e meio (1,5) a dois (02) metros quadrados
de pele, nosso maior órgão. Esse “revestimento”, que funciona como invólucro para todo
o organismo, é responsável por perceber uma série de estímulos, como as condições
térmicas, dor, pressão, coceira, dormência e é também uma fonte rica em substâncias
capazes de curar.

Quando estimulada por uma massagem ou outra forma de toque terapêutico, a pele é
capaz de produzir, por exemplo, antidepressivo e hormônio que melhora a circulação.

A massagem terapêutica tem fortes raízes na medicina chinesa, mas também possui
muitos aspectos em comum com outras tradições de curas, como a medicina indiana de
ervas e a medicina persa.

Acredita-se que a arte da massagem tenha sido mencionada pela primeira vez por
escrito em cerca de dois mil (2.000) antes de Cristo.

De acordo com os relatos de pesquisas, as mais antigas culturas praticavam alguma


forma de toque de cura.

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Técnicas de Deslizamento – Effleurage

Em 1879 apareceu pela primeira vez o termo effleurage, “movimento deslizante”, que
vem do verbo francês effleurer, que significa “deslizar” e “tocar levemente em”.

As aplicações mais superficiais desse movimento são determinadas pela pressão,


arrasto, velocidade, direção e ritmo, tornando essa manipulação uma das mais
versáteis.

A facilidade de aplicação do effleurage por ser uma manipulação eficaz pode ser
utilizada de modo repetido, enquanto gradualmente se aumenta a profundidade da
pressão. Essa é uma das manipulações preferidas para aquecer ou preparar o tecido
para um tratamento corporal mais específico.

Por causa da natureza horizontal da manipulação, o padrão de fluxo da massagem pode


progredir de modo suave, de uma área do corpo para outra. É um bom método para
avaliar a procura de tecido duro e mole, áreas quentes e frias ou áreas que parecem
tensas.

O effleurage também é o método preferido para a massagem abdominal e para a


massagem que visa facilitar a circulação.

Quanto mais superficial o movimento, mais reflexo será o efeito. Movimentos superficiais
lentos são muito calmantes, ao passo que os movimentos superficiais rápidos são
estimulantes.

O deslizamento é usado no começo de todas as rotinas de massagem e tem diversas


aplicações, mas talvez a mais importante seja o contato inicial com o paciente.

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Tipos de Deslizamento

Existem três tipos principais de deslizamentos, a saber:

• Deslizamento superficial;

• Deslizamento profundo;

• Deslizamento com o polegar.

Deslizamento superficial

É comparável a acariciar suavemente uma flor. Serve como uma abordagem confortável
para “fazer contato” com pacientes e amenizar seu nível de estresse.

A pressão aplicada não é nem muito leve nem suficientemente pesada para fazer com
que as mãos afundem nos tecidos.

O deslizamento superficial é extremamente eficiente na indução do relaxamento.

A circulação local e sistêmica também é melhorada com o deslizamento superficial leve,


que tem um efeito direto e mecânico sobre o retorno venoso, aumentando seu fluxo. Em
termos de reflexos, ele tem um efeito tonificante sobre os músculos voluntários das
paredes arteriais.

Deslizamento profundo

A pressão forte é transmitida aos tecidos mais profundos, melhorando, portanto, a


circulação venosa e a drenagem linfática nessas estruturas.

À medida que o conteúdo das veias é drenado, mais espaço é criado para o fluxo
sanguíneo arterial.

O tecido muscular também se beneficia do maior fluxo sanguíneo, que o supre de


oxigênio e fluido plasmático.

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As manobras profundas de massagem têm um efeito de alongamento sobre a fáscia
superficial e reduzem as formulações nodulares (áreas endurecidas) e a congestão.

A massagem profunda deve ser realizada apenas até serem atingidos os níveis de
tolerância de quem a recebe. Uma leve sensação de pressão ou dor inicial é sentida,
com frequência, nos tecidos superficiais; isso geralmente se reduz de forma gradual no
tratamento.

Deslizamento com o polegar

É outra forma de manobra profunda de massagem. Como é aplicada com apenas um


ou dois dedos, torna possível concentrar a pressão em pequenas áreas do tecido
muscular.

As manobras realizadas alternando-se os dedos são muito curtas e repetidas várias


vezes na mesma área. Elas são continuadas até que os tecidos comecem a ceder e a
sensação de “nó” das fibras seja reduzida.

As mãos podem então ser movidas para outra seção do mesmo músculo e o
deslizamento pode ser reiniciado.

O deslizamento com o polegar tem aplicações e efeitos como:

• Redução da dor: pode ser aplicado com dor na região lombar, dor generalizada
e tensão muscular:

• Redução da fadiga: uma vez que aumenta a circulação local dos músculos,
combate os efeitos da fadiga;

• Redução do edema: o deslizamento com o polegar também é utilizado para


reduzir edemas e aderências (congestão fibrosa);

• Calor: a pressão do deslizamento com o polegar aumenta a temperatura da fáscia


nas camadas profundas de tecido. Aquecer a fáscia facilita o alongamento das
fibras de colágeno no tecido fibrótico.

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Efeitos gerais do Deslizamento

A ação do deslizamento ocorre na pele, na circulação, nos músculos, no sistema


nervoso e no metabolismo.

Sobre a pele:

• A ação mecânica renova a camada epitelial superficial desobstruindo os poros e


assim eliminando os detritos superficiais;

• Beneficia a circulação cutânea e ao mesmo tempo aumenta a circulação local.

Sobre a circulação:

• Auxilia a circulação;

• Movimenta o sangue ao longo dos vasos sanguíneos;

• Auxilia o bom funcionamento dos órgãos ocos empurrando os conteúdos


internos, um recurso excelente para problemas como de prisão de ventre.

Sobre os músculos:

• Proporciona o aumento dos músculos;

• Com a estimulação ocorre uma melhora na circulação, na nutrição e, portanto na


energia vital.

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Sobre o sistema nervoso:

• O deslizamento é capaz de exercitar e estimular os nervos;

• Os receptores sensoriais existentes nos tecidos superficiais são terminais


nervosos que, quando são estimulados causam um efeito benéfico que se reflete
em uma área do organismo. Esta conexão se faz através do trajeto reflexo que
envolve o sistema nervoso autônomo, como o aumento do peristaltismo através
do estímulo dos músculos involuntários da parede intestinal.

Sobre o metabolismo:

• Proporciona o estímulo para o bom funcionamento geral do organismo.

Na eliminação da dor:

• Com o aumento do fluxo sanguíneo, os processos inflamatórios são minimizados


uma vez que o sangue ajuda a remover os agentes inflamatórios, que são os
agentes da dor;

• Com a massagem estimula-se a liberação de endorfinas que são analgésicos


naturais.

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A influência da Massagem nas substâncias neuroendócrinas

Algumas das principais substâncias químicas neuroendócrinas influenciadas pela


massagem são as seguintes:

• Dopamina;

• Serotonina;

• Epinefrina/adrenalina;

• Norepinefrina/noradrenalina;

• Encefalinas/endorfinas;

• Ocitocina;

• Cortisol;

• Hormônio do crescimento.

Dopamina:

Influencia a atividade motora que envolve o movimento (em especial o movimento


delicado aprendido, como o de escrever à mão), a seleção consciente (a capacidade de
concentrar a atenção) e o humor em termos de inspiração, intuição de possibilidade,
alegria e entusiasmo.

Baixos níveis de dopamina resultam nos efeitos opostos, tais como falta de controle
motor, falta de jeito, incapacidade de concentrar a atenção e tédio. A massagem
aumenta o nível de dopamina disponível no corpo.

Serotonina:

Permite que uma pessoa mantenha um comportamento adequado ao contexto; isto é,


fazer a coisa apropriada no momento apropriado. Ela regula o humor em termos de
emoções convenientes, atenção a pensamentos e efeitos calmantes; também reduz a
irritabilidade e regula estados de ímpeto, de modo que podemos reprimir a ânsia de falar,
tocar e ser envolvidos em lutas pelo poder. Por exemplo, quando alguém lhe diz para se
“controlar”, está dizendo que você poderia usar uma boa dose de serotonina.
31
A serotonina também envolve a saciedade; níveis adequados reduzem a sensação de
fome e ânsia, como a de comida e sexo. Também modula o ciclo de sono / vigília. Um
baixo nível de serotonina tem implicação na depressão, distúrbios alimentares,
problemas de dor e desordens obsessivo-compulsivas. Tudo indica que a massagem
aumenta o nível disponível de serotonina.

Epinefrina/adrenalina e Norepinefrina/noradrenalina:

Estes termos são usados de maneira intercambiável em textos científicos. A epinefrin a


ativa mecanismos de excitação do corpo, ao passo que a norepinefrina funciona mais
no cérebro. Elas são as substâncias químicas da ativação, excitação, do alerta e do
alarme, na resposta de luta ou fuga e em todos os comportamentos e funções de
excitação simpática.

Se os níveis dessas substâncias químicas estão altos demais, ou se elas são liberadas
num momento impróprio, a pessoas acha que alguma coisa muito importante está
exigindo sua atenção ou reage com os impulsos básicos de sobrevivência de luta ou
fuga (hipervigilância e hiperatividade).

A pessoa pode ter um padrão de sono perturbado, em particular uma falta de sono REM
(movimento rápido de olho), que é o sono restaurador. Com baixos níveis de epinefrina
e norepinefrina, o indivíduo fica moroso, sonolento, fatigado e subestimulado.

A massagem tem um efeito regulador sobre a epinefrina e a norepinefrina por meio da


estimulação ou inibição do sistema nervoso simpático ou da estimulação ou inibição do
sistema nervoso parassimpático. Essa função da massagem de equilíbrio generalizado
parece recalibrar os níveis apropriados de adrenalina e noradrenalina.

A massagem tanto pode despertar uma pessoa com facilidade, como consegue acalmar
outra que está furiosa e andando de um lado para o outro.

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Encefalinas/endorfinas:

São levantadores de ânimo que dão suporte à saciedade e modulam a dor. A massagem
aumenta os níveis disponíveis de encefalinas e endorfinas.

Ocitocina:

É um hormônio que pode ser associado à relação de par ou casal, na ligação dos pais,
nos sentimentos de atração e de tomar conta, junto com as suas funções mais clínicas
durante a gravidez e a lactação. A massagem tende a aumentar o nível de ocitocina, o
que poderia explicar o sentimento conectado e de intimidade da massagem.

Cortisol:

O cortisol e outros glucocorticóides são hormônios de estresse produzidos pelas


glândulas suprarrenais durante estresse prolongado. Níveis elevados desse hormônio
indicam aumento de estimulação simpática. O cortisol e outros glucocorticóides têm sido
relacionados a muitos sintomas e doenças associadas ao estresse, inclusive estados de
imunidade suprimida, perturbações do sono e aumentos no nível de algumas
substâncias. Foi demonstrado que a massagem reduz os níveis de cortisol e de outras
substâncias.

Hormônios do crescimento:

Promove a divisão celular e, em adultos, tem sido implicado nas funções de regeneração
e reparação de tecido. Esse hormônio é necessário para curar e é mais ativo durante o
sono. A massagem dinamiza, de maneira indireta, a disponibilidade do hormônio do
crescimento, encorajando o sono e reduzindo o nível de cortisol.

Influências neuroendócrinas combinadas

A massagem aumenta os níveis no sangue de serotonina, dopamina, e endorfinas, o


que, consequentemente, facilita a produção de células naturais no sistema imunológico.

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Essa resposta indica que seria benéfico incluir a massagem como parte de um programa
de tratamento total para estados viróticos e algumas formas de câncer. A ocitocina tende
a melhorar os sentimentos de suporte da associação.

Ao mesmo tempo, a massagem reduz o cortisol e regula a epinefrina e a norepinefrina,


o que facilita a ação do hormônio do crescimento.

É fácil ver porque a massagem é benéfica para problemas e que influencia indiretamente
muitos outros. Considere os seguintes exemplos:

• Uma pessoa solitária e deprimida se sente mais animada depois da massagem


(aumento de serotonina e ocitocina; diminuição de cortisol);

• Uma criança com deficiência de atenção e distúrbio de hiperatividade pode fazer


seu dever de casa depois de quinze (15) minutos de massagem (aumento de
dopamina e noradrenalina);

• Alguém que sofre de dor crônica funciona melhor depois de uma massagem
(aumento de endorfina, serotonina e ocitocina);

• Uma pessoa submetida a cirurgia tem cura mais rápida com massagem
(diminuição de cortisol e adrenalina; aumento de sono restaurador através da
redução da dor; aumento da endorfina e serotonina, resultando em maior
disponibilidade de hormônio do crescimento);

• Um indivíduo infectado com o vírus HIV pode ter uma resposta imunológica mais
forte depois da massagem (aumento de serotonina, dopamina, endorfina,
diminuição de cortisol);

• Um casal tende a relacionar-se melhor com o filho recém-nascido depois de


aprender a fazer massagem no bebê (aumento de serotonina e ocitocina:
diminuição de cortisol);

• As pessoas simplesmente se sentem melhor, suportam a vida com mais facilidade


e têm mais alegria quando são massageadas (processos químicos
neuroendócrinos dão origem a níveis mais elevados de pensamento integrado,
como crenças e valores, interpretar contexto e sentido, formar intuição, fazer
planos e prever, escolher e levar a cabo os sonhos).

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Contraindicações

Lembre-se de que nenhuma técnica é “milagrosa”, e, se os efeitos ou sintomas não


passarem, procure um especialista o mais rápido possível.

Compreender as próprias limitações e a necessidade de ajuda é ser sábio.

Existem algumas contraindicações para a aplicação da Reflexologia:

• Casos de trombose (pois a massagem pode deslocar o coágulo sanguíneo);

• Hipertensão;

• Gravidez;

• Fraturas ou lesões;

• Varizes expostas;

• Doenças graves dos rins, coração e fígado;

• Doenças como tuberculose

• Dermatites, micoses, erupções, hematomas, “frieiras”, edemas, áreas


inflamadas, hemorragias.

Antes de iniciar o tratamento é necessário fazer uma avaliação (ficha de anamnese)


com profissional especializado como massoterapeuta, esteticista ou fisioterapeuta.

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Prática

Procedimentos iniciais:

• Consentimento mudo (troca de energia);

• Energização das mãos;

• Interação paciente – massoterapeuta em sintonia com o paciente (essência);

Início:

Use toques leves, longos e suaves no começo e no final de cada sessão, para espalhar
o óleo uniformemente sobre o corpo. Deslize as duas mãos juntas sobre a pele, até onde
conseguir alcançar, e então avance para as laterais e para cima no corpo do paciente
(fazendo um movimento circular) até voltar à posição inicial.

1) Testa
Manobras:
• Posicionar os quatro (04) dedos, de cada mão, na testa do paciente e deslizar ao
mesmo tempo, do centro para as laterais.
• Trabalhar a testa com o lado dos polegares, no sentido da sobrancelha para a
raiz do cabelo. O movimento tem que ser o mais contínuo possível, um
deslizamento após o outro.

2) Rosto
Não há necessidade de usar óleo para a massagem no rosto. Os movimentos aplicados
no rosto são curtos e leves, com o cuidado de não tensionar os seus ombros.

Cuidado especial:
Antes de começar verifique se o paciente está usando lentes de contato e se sofreu
alguma cirurgia ocular.

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Manobras:
• Pressionar entre as sobrancelhas com os
polegares sobrepostos – Yintang;

• Pressionar a região temporal bilateralmente


com os polegares – Taiyang;

• Começando nas extremidades internas


das sobrancelhas, deslize os polegares
firmemente para as laterais indo até a
raiz dos cabelos e saindo no final
da cabeça, deslizando sobre toda a
linha da sobrancelha;

• Deslize os polegares suavemente sobre


as pálpebras, do canto interno para
o externo e saindo para as laterais da cabeça;

• Deslize pelo nariz da ponta ao topo,


alternando os polegares.
Então, comprima suavemente a ponta do
nariz entre o indicador e o polegar;

• Começando abaixo do canto interno


dos olhos, deslize os polegares pelo
osso zigomático (maçãs do rosto)
até a raiz do cabelo acima da orelha,
tirando-os do contato com a cabeça.
Repita o movimento, movendo os polegares
para baixo um (01) centímetro a cada vez e
trabalhe todo o rosto dessa maneira, em linhas.
Ao trabalhar perto do nariz, cuidado para não fechar as vias aéreas;

Cuidado especial: não use este movimento em

37
pessoas que fizeram cirurgias nos seios da face.

• Segure a ponta do queixo com os polegares e


os indicadores, e então afaste as mãos lentamente,
comprimindo todo o queixo e usando um toque
rítmico de “pinçamento”;

• Localize os músculos da mastigação em cada


lado do rosto. Então, faça movimentos lentos
e circulares sobre eles, com as polpas dos dedos;

• Coloque a eminência tenar das mãos a cada lado


do nariz. Agora afaste as mãos lentamente,
deslizando-as firmemente sobre as bochechas
até as orelhas;

• Segure as orelhas entre os dedos e a eminência


tenar da mão, puxando-as da cabeça muito
gentilmente, procure afastá-las um pouco da cabeça.
Então, deslize o polegar e os dedos ao redor delas;

• Coloque as palmas em concha sobre os olhos do


paciente, com os polegares ao lado do nariz e os
dedos apontados para o queixo. Fique nessa
posição por alguns momentos, descansando os
olhos dele na escuridão de suas mãos;

• Comece a descer as mãos por todo o rosto, atravessando as


bochechas e as orelhas, até a parte de trás do pescoço;

• Puxe as mãos subindo pelo pescoço e, colocando-as em concha sob a cabeça,


puxe-as lentamente na sua direção, tirando-as pelo alto da cabeça e continuando
pelos cabelos.

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3) Pescoço e Nuca
Manobras:
• Posicione-se na altura da cabeça do paciente e comece a aplicar o óleo em um
movimento longo e contínuo na parte superior do tórax, ombro e pescoço.
Coloque as mãos no tórax abaixo da clavícula, os dedos apontados para dentro
e voltados uns aos outros. Afaste-as lentamente, levando as eminências tenares
até as bordas dos ombros. Quando chegar ao final do ombro, faça uma curva
com as mãos ao redor da articulação e deslize-as ao longo do topo do ombro,
até voltar para a parte posterior do pescoço. Continue o movimento da parte
posterior do pescoço até a base do crânio, subindo pela cabeça até sair pela
porção mais alta da nuca.

4) Braços e Mãos
Manobras:
• Posicione-se ao lado do paciente na altura do quadril, de frente para a cabeça
dele. Comece a aplicar o óleo e aquecer um dos braços, usando um movimento
longo. Coloque as mãos lubrificadas no punho do paciente, os dedos apontados
para cima, na direção do braço. Agora deslize as mãos subindo pelo braço
seguindo seus contornos.

• Levante o antebraço do paciente, apoiando o braço no cotovelo. Agora, trabalhe


com os polegares em círculos pequenos em toda a área do punho, segurando-
o entre os polegares e os dedos. Trabalhar as mãos. Não se prender em uma
região específica, trabalhar de uma forma geral. Em seguida trabalhar os dedos
separadamente.

39
5) Tórax e Abdômen
Manobras:
• Posicione-se no topo da cabeça do paciente. Aplique o óleo sobre o tronco do
paciente e comece, colocando as mãos suavemente no meio do tórax dele.
Incline-se a partir dos quadris e deslize as mãos, descendo lentamente pelo
meio do tronco e seguindo os contornos do corpo. Nas mulheres, tome cuidado
de evitar os seios. Abaixo do umbigo, separe as mãos e faça uma curva para as
laterais. Então, incline-se de volta para trás, puxando as mãos para cima nas
laterais do corpo.

• Com as mãos unidas, deslizar sobre o esterno até a região epigástrica (parte
superior do abdômen) e deslizar cada uma das partes laterais do abdômen
sobre as falsas costelas e subir pelas laterais até as axilas.

• Massagear a região central do esterno


com a ponta dos dedos.

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6) Perna anterior e Pé
Manobras:
• Deslizar as mãos pela perna, com movimentos alternados, subindo e descendo.

• Trabalhar o deslizamento com as mãos apreendendo a perna. O movimento é


de vai e vem. Trabalhar a região do tornozelo até a coxa.

• Pinçar com os dedos a perna, e trabalhar a região do tornozelo até a coxa.

Cuidado especial: se o paciente tiver varizes, evite qualquer toque na perna, exceto
toques suaves, pois a massagem profunda pode agravar a condição. Trabalhe ao lados
das veias e nunca faça o movimento de cima para baixo na perna como um todo.

• Use “V” entre o polegar e o indicador para pressionar firmemente ao longo dos
músculos em ambos os lados da tíbia. Evite pressionar a tíbia diretamente, pois
isso pode provocar dor. Mova as mãos alternadamente, deixando que uma siga
a outra ritmicamente, do tornozelo até o joelho.

• Sente-se ou fique de pé de frente para o pé que está trabalhando. Segure o pé


com os dedos sob a sola e os polegares paralelos um ao outro no dorso do pé.
Comprimindo o pé firmemente, faça um deslizamento utilizando todo o
comprimento dos seus polegares, afastando-os abrindo o pé e alongando os
ossos como se os estivesse separando e tracionando-os para longe um do
outro.

• Envolva o pé entre as mãos, os dedos apontados para a perna. Deslize as mãos


na direção do seu corpo até saírem suavemente pelos dedos.

7) Perna posterior e Pé
Manobras:
• Coloque uma das mãos sob o tornozelo do paciente e outra atrás do joelho.
Lentamente eleve a perna formando um ângulo reto.

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• Deslizar as mãos pela sola dos pés com movimentos alternados, do calcanhar
para os dedos. Neste momento pode-se trabalhar com mais vigor.

• Deslizar as mãos pela perna, com movimentos alternados, subindo e


descendo.

• Trabalhar o deslizamento com as mãos apreendendo a perna. O movimento é


de vai e vem. Trabalhar a região do tornozelo até a coxa.

8) Glúteos
Manobras:
• Deslizamento realizado com os punhos para a região glútea superior e região
lombar.

• Deslizamento na região glútea com as mãos exercendo pressão enquanto se


movimentam em direção à linha mediana.

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9) Costas
Manobras:
• Deite o paciente de costas com os braços nas laterais do corpo. Coloque um
apoio sob os tornozelos e, se o pescoço do paciente estiver rígido, outro sob o
tórax. Se ele sentir dor lombar, coloque um travesseiro sob os quadris. Agora,
posicione-se na altura da cabeça do paciente e centre-se durante alguns
minutos antes de começar o movimento longo para espalhar o óleo. Com esse
toque, além de espalhar o óleo e esquentar as costas, você também se
familiariza com o corpo do paciente. Enquanto você move as mãos lentamente
pelo corpo, feche os olhos e perceba todas as sensações sob suas mãos. Deixe
que o seu toque seja como uma exploração.

• Junte as mãos suavemente no alto das costas; então, inclinando-se para frente
a partir dos quadris, comece a descer até o centro, ao longo de cada lado da
espinha. Na base da espinha, separe as mãos e faça uma curva ao redor das
laterais das nádegas; então, volte para o alto lentamente ao longo das laterais
do corpo, passando também pelos ombros.

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• Contornar a escápula com a ponta dos dedos. Agora, faça com os dedos
círculos pequenos e profundos na parte plana da escápula. Trabalhe a mesma
área várias vezes.

• Fique ao lado do paciente e coloque a face interna dos antebraços sobre o


centro das costas dele. Afaste-os lentamente, levando um deles até o pescoço
e o outro até a base da espinha. Repita trabalhando diagonalmente as costas.

Finalizar com a interação entre paciente e terapeuta

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Movimentos finais

Depois que o trabalho de alívio profundo liberar a força vital bloqueada, devem ser
usadas técnicas de toque sutil para polarizar a energia. O terapeuta deve aquecer
ativamente suas mãos e jogar fora a energia estática antes de cada movimento,
sacudindo as mãos, como se estivesse espirrando água.

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Bibliografia

BENTLEY, Eilean. O livro essencial de massagem. O guia completo sobre

terapias manuais básicas. Editora Manole.

CAIRO, Cristina. Linguagem do corpo. Editora Mercuryo Ltda.

CASSAR, Mario-Paul. Manual de massagem terapêutica. Um guia completo de

massoterapia para o estudante e para o terapeuta. Editora Manole.

CO, Stephen e ROBINS Eric B. Suas mãos podem curá-lo. Editora Pensamento.

FRITZ, Sandy. Fundamentos da massagem terapêutica. 2ª Edição. Editora

Manole

GORDON, Richard. A cura pelas mãos. A prática da polaridade. Editora

Pensamento.

LELOUP, Jean-Yves. O corpo e seus símbolos. Uma antropologia essencial. 11ª

Edição. Editora Vozes.

MARTIN, Suzanne. Alongamento. A maneira saudável e segura de manter o

corpo em forma. Editora Publifolha.

VILELA, Nereida fontes. Revista Seja. Leitura corporal. Ano 1 Nº 4.

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