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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES - CFP


CAMPUS II – CAJAZEIRAS/PB
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA
DISCIPLINA: INT. A PRAT. DO ENS. DA FÍSICA NA EDUC. BÁSICA
DOCENTE: PROFA. DRA. MIRLEIDE DANTAS LOPES
DISCENTE: CÍCERO MARCOS MENESES DA SILVA
SEMESTRE: 2017.1

RESENHA

SALLA, Fernanda e RATIER Rodrigo. Por que tão poucos querem ser professores.
Nova Escola, edição especial, 2010. Disponível em:
http://www.fvc.org.br/pdf/atratividade-carreira.pdf. Acesso em: 28/jun./2017.

O artigo expõe a realidade atual de desprestígio para com a profissão docente.


Foi confirmado, por pesquisa encomendada pela Fundação Victor Civita (FVC) à
Fundação Calos Chagas (FCC), que a educação brasileira vive uma realidade
preocupante: cada vez menos jovens desejam seguir a carreira docente. Neste sentido os
autores da matéria procurar elucidar, a partir dessa pesquisa, o quanto a carreira docente
está desprestigiada, sem possibilidade de atrair estudantes com bom repertório cultural
para exercê-la e quais as possíveis ações que poderão ser executadas para aumentar sua
atratividade.
A investigação ouviu 1.501 alunos do 3º ano do Ensino Médio, em 18 escolas
públicas e privadas, selecionadas em municípios que foram escolhidos pelo tamanho,
abrangência regional, densidade de alunos no Ensino Médio e oferta de emprego, nas
cinco regiões do país, a qual constatou que apenas 2% deles querem cursar Pedagogia
ou algum tipo de licenciatura, pelo motivo da profissão docente apresentar baixos
salários, desvalorização social e más condições de trabalho. Esses fatores afastam os
jovens alunos de pensar em ser professor, mesmo aqueles que já tenham cogitado
alguma vez sobre o assunto (32%), são desestimulados a continuar neste intuito,
mostrando que essa carreira não se apresenta nada atrativa atualmente.
A baixa remuneração (salários ruins) foi apontada por 40% dos entrevistados,
além de ter sido registrado também o desgaste da profissão; principalmente por
estudantes da classe média, que procuram outras carreiras que venham a exercer as
mínimas condições financeiras que possibilite sustentar o padrão de vida conquistado
pelos pais. E, a docência atualmente, não atende a esse requisito. (Patrícia Cristina
Albieri de Almeida – Coordenadora do estudo da FCC).
Outro aspecto identificado pela pesquisa é a falta de identificação pessoal ou
profissional, apontada por 32% dos que chegam a pensar em ser professor, visualizando
nessa atividade a necessidade de se ter “vocação”, “dom”, “amor” para desempenhá-la,
não sendo perceptível, portanto, as questões técnicas para a realização desse trabalho,
que estão sendo extremamente desvalorizadas, reforçando com isso o sentimento de que
o professor não tem sequer o direito de exigir uma compensação financeira por seu
trabalho, devendo simplesmente amar o que faz. Os alunos candidatos às futuras
profissões no mercado de trabalho veem diariamente o desrespeito e o desinteresse dos
estudantes para com o professor, a necessidade constante de estudar e as atribuições que
lhes são cobradas (trabalhar vários turnos, planejar aulas, elaborar e corrigir provas,
etc.), sem que haja um retorno para toda essa dedicação.
O Brasil já experimenta as consequências do baixo interesse pela docência no
Ensino Médio e nos anos finais do Ensino Fundamental, com um déficit de 710 mil
docente, o que os especialistas denominam de “escassez oculta” devido o ensino estar
sendo exercido por pessoas não plenamente qualificada a ensinar em determinado nível
escolar ou de disciplina. Em áreas como a Física, por exemplo, das vagas em atividades
docentes, apenas 25,2% estão sendo ocupadas por professores graduados no campo de
saber específico. Além disso, o número de aposentados tende a superar o número de
formandos nos próximos anos. Não porque esteja faltando vagas nas universidades, mas
porque não há procura para as áreas de Pedagogia e Licenciaturas. Em 2009, o Censo da
Educação Superior apontou a existência de 55% de vagas ociosas nos cursos para
formação de professores. A perspectiva é de aumentar essa escassez com as novas
exigências para o Ensino Médio e a obrigatoriedade de escolarização de crianças e
jovens de 4 a 17 anos.
Ainda com base na pesquisa realizada pela FCV/FCC, dos 1.501 alunos
pesquisados, apenas 31 desejam ser professor. Destes, 87% (27) são de escola pública e
77% (24) são do sexo feminino. Isso condiz com outros dados estatísticos oficiais, que,
em resumo expõe que: quem procura a docência são alunos provenientes de famílias de
baixa renda, com isso, tiveram poucos recursos para investir em ações que lhes
permitissem acesso a diversas atividades culturais; que cursaram sua educação básica na
rede pública de ensino, havendo um interesse maior por parte das mulheres. De acordo
com o artigo, a soma desses fatores tem levado à docência a um grupo com fraca
bagagem cultural.
Mas, tudo isso tem solução. De acordo com um grupo de 17 especialistas de
diversas áreas da educação que analisaram os resultados da pesquisa foi sugeridas
08(oito) propostas práticas, tais que: 1) Oferecer salários iniciais mais altos, 2) Montar
bons planos de carreira, 3) Melhorar as condições de trabalho, 4) Focar a formação em
serviço nos problemas reais, 5) Oferecer uma boa experiência escolar, 6) Melhorar a
formação inicial, 7) Resgatar o valor do professor na sociedade e 8) Tratar o professor
como profissional; mudaria o cenário negativo vivenciado hoje pela carreira docente e
atrairia para fazer parte dela, melhores profissionais, mudando assim o quadro da
educação no Brasil.
No decorrer do tempo, a docência passou de uma profissão respeitada para uma
com progressiva perda de prestígio, cada vez mais difícil, com maiores demandas,
tensões, conflitos, exigências, pressões, burocratização, múltiplas tarefas, maior
controle, avaliação, obrigação de resultados, prestação de contas...; ou seja, ensinar se
tornou algo mais complexo do que as pessoas pensam ser.
Há, portanto, uma dualidade na problemática atual da profissionalização
docente, na qual o professor faz parte dela ao mesmo tempo se torna fator estratégico de
sua solução, quando o mesmo tiver condições de trabalho adequado, uma formação de
qualidade, gestão e avaliação que fortaleça sua competência em sala de aula e um
reconhecimento social do seu papel como profissional.
O artigo estudado se revelou uma ótima oportunidade de leitura e aprendizado,
não só para alunos de Pedagogia e Licenciaturas, como para professores universitários
dos cursos de formação de novos docentes, expondo dados que podem ser executados
desde já por esses profissionais, começando no presente as mudanças necessárias que
deverão resultar em curto, médio e longo prazo, no que lhes couber, numa nova
realidade da profissão docente no Brasil.

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