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Superior Tribunal de Justiça

HABEAS CORPUS Nº 485.355 - CE (2018/0340228-9)

RELATOR : MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ


IMPETRANTE : SILVIO VIEIRA DA SILVA
ADVOGADO : SILVIO VIEIRA DA SILVA - CE011147
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
PACIENTE : NILVAN DOS SANTOS PEREIRA (PRESO)
EMENTA

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E PORTE ILEGAL


DE ARMA. PEDIDO DE SUPERAÇÃO DA SÚMULA N. 691 DO
STF. TERATOLOGIA. PRISÃO EM FLAGRANTE POR MAIS
DE 24 HORAS. DEMORA NA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA
DE CUSTÓDIA. ILEGALIDADE CARACTERIZADA. ORDEM
CONCEDIDA.
1. Permite-se a superação da Súmula n. 691 do Supremo Tribunal
Federal quando, a um primeiro olhar, constatar-se flagrante
ilegalidade na liberdade de locomoção do paciente.
2. No caso dos autos, o investigado foi preso em 13/12/2018 e
permaneceu custodiado unicamente em função do flagrante até o
cumprimento da decisão que deferiu o pedido liminar.
3. Considerando que a prisão em flagrante se caracteriza pela
precariedade, de modo a não permitir-se a sua subsistência por tantos
dias sem a homologação judicial e a convolação em prisão
preventiva, identifico manifesta ilegalidade na omissão apontada, a
permitir a inauguração antecipada da competência constitucional
deste Tribunal Superior.
4. Ordem concedida para, confirmada a liminar, relaxar a prisão em
flagrante do autuado, sem prejuízo da possibilidade de decretação da
prisão preventiva, se concretamente demonstrada sua necessidade
cautelar, ou de imposição de medida alternativa, nos termos do art.
319 do CPP. Determinada, ainda, comunicação ao CNJ.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas,


acordam os Ministros da Sexta Turma, por unanimidade, conceder a ordem,
nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Nefi Cordeiro,
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Antonio Saldanha Palheiro, Laurita Vaz e Sebastião Reis Júnior votaram com o
Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 19 de março de 2019

Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ

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HABEAS CORPUS Nº 485.355 - CE (2018/0340228-9)
RELATOR : MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ
IMPETRANTE : SILVIO VIEIRA DA SILVA
ADVOGADO : SILVIO VIEIRA DA SILVA - CE011147
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
PACIENTE : NILVAN DOS SANTOS PEREIRA (PRESO)

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ:


NILVAN DOS SANTOS PEREIRA alega sofrer coação ilegal
no seu direito de locomoção, em decorrência de decisão proferida por
Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, que indeferiu o
pedido de liminar formulado em seu favor nos autos do HC n.
000220533.2018.8.06.0000.

Consta dos autos que o paciente foi preso em flagrante, no dia


13/12/2018, como incurso nos arts. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006 e 14 da
Lei n. 10.826/2013, uma vez que foi abordado pela autoridade policial na posse
de 35 g de maconha, 4 g de crack, balança de precisão, além de um revólver
calibre 38, municiado com seis cartuchos.

Neste writ, a defesa sustenta que o investigado permanece


preso "por mais de 96 (noventa e seis) horas, sem a imprescindível análise de
legalidade dos requisitos do artigo 302 do Código de Processo Penal e/ou
previsão para realização da Audiência de Custódia." (fl. 7).

Destaca que, em entrevista pessoal com o réu, foram


constatadas "várias escoriações decorrentes de golpes de "facão" (fl. 15),
sobretudo na parte da cabeça e na perna do acusado, regiões onde as lesões
haveriam sido mais profundas, o que demonstraria a prática do crime de
tortura.

Requer, em razão do risco do desaparecimento das lesões pelo


transcurso do tempo, seja determinada a "APRESENTAÇÃO DO PRESO
PERANTE ESTA AUTORIDADE (juízo plantonista) PARA SER
OUVIDO AINDA NO PLANTÃO DO FINAL DE SEMANA" (fl. 23),
Pleiteia também seja "RELAXADA A PRISÃO EM FLAGRANTE DO
Paciente NILVAN DOS SANTOS PEREIRA" (fl. 23).

Deferida a liminar (fls. 150-155), a fim de relaxar a prisão em


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flagrante, e prestadas as informações (fls. 167-173), veio o parecer do
Ministério Público Federal (fls. 159-163), que opinou pela prejudicialidade do
habeas corpus.

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HABEAS CORPUS Nº 485.355 - CE (2018/0340228-9)

EMENTA

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E PORTE ILEGAL


DE ARMA. PEDIDO DE SUPERAÇÃO DA SÚMULA N. 691 DO
STF. TERATOLOGIA. PRISÃO EM FLAGRANTE POR MAIS
DE 24 HORAS. DEMORA NA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA
DE CUSTÓDIA. ILEGALIDADE CARACTERIZADA. ORDEM
CONCEDIDA.
1. Permite-se a superação da Súmula n. 691 do Supremo Tribunal
Federal quando, a um primeiro olhar, constatar-se flagrante
ilegalidade na liberdade de locomoção do paciente.
2. No caso dos autos, o investigado foi preso em 13/12/2018 e
permaneceu custodiado unicamente em função do flagrante até o
cumprimento da decisão que deferiu o pedido liminar.
3. Considerando que a prisão em flagrante se caracteriza pela
precariedade, de modo a não permitir-se a sua subsistência por tantos
dias sem a homologação judicial e a convolação em prisão
preventiva, identifico manifesta ilegalidade na omissão apontada, a
permitir a inauguração antecipada da competência constitucional
deste Tribunal Superior.
4. Ordem concedida para, confirmada a liminar, relaxar a prisão em
flagrante do autuado, sem prejuízo da possibilidade de decretação da
prisão preventiva, se concretamente demonstrada sua necessidade
cautelar, ou de imposição de medida alternativa, nos termos do art.
319 do CPP. Determinada, ainda, comunicação ao CNJ.

VOTO

O SENHOR MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ (Relator):


I. Súmula n. 691 do STF

De acordo com o explicitado na Constituição Federal (art. 105,


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I, "c"), não compete a este Superior Tribunal conhecer de habeas corpus
impetrado contra decisão denegatória de liminar, proferida por desembargador,
antes de prévio pronunciamento do órgão colegiado de segundo grau.

Em verdade, o remédio heroico, em que pese sua altivez e


grandeza como garantia constitucional de proteção da liberdade humana, não
deve servir de instrumento para que se afastem as regras de competência e se
exponham à apreciação das mais altas Cortes do país, em poucos dias, decisões
de primeiro grau às quais se atribui suposta ilegalidade, salvo se evidenciada,
sem necessidade de exame mais vertical, a apontada violação do direito de
liberdade do paciente.

Somente em tal hipótese a jurisprudência, tanto do STJ quanto


do STF, admite o excepcional afastamento do rigor da Súmula n. 691 do STF
(aplicável ao STJ), expressa nos seguintes termos: "Não compete ao Supremo
Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do
relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar."

Após consulta à página eletrônica do TJCE, verificou-se que o


Juízo de origem acatou a decisão liminar proferida por este Superior
Tribunal e determinou a expedição do alvará de soltura, além de
encaminhar o custodiado à perícia médica. A impetração aqui combatida foi
julgada prejudicada em 28/2/2019. Desse modo, por não identificar fato
superveniente que haja cessado a ilegalidade à qual foi submetido o acusado –
uma vez que a soltura do agente se deu, exclusivamente, por força da
decisão de fls. 150-155 –, prossigo na análise deste habeas corpus.

II. Contextualização

O insurgente foi preso em flagrante como incurso nos arts. 14


da Lei 10.826/2013 e 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, em 13/12/2018. A
defesa sustenta que o réu permaneceu na prisão "por mais de 96 (noventa e
seis) horas, sem a imprescindível análise de legalidade dos requisitos do artigo
302 do Código de Processo Penal e/ou previsão para realização da Audiência
de Custódia" (fl. 7).

O Desembargador plantonista indeferiu a tutela de urgência nos


seguintes termos (fls. 25-28):
SILVIO VIEIRA DA SILVA, em favor do paciente NILVAN DOS
SANTOS PEREIRA, motivado pela prisão em flagrante por conduta
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tipificada nos artigos 33 da Lei de Entorpecentes e 14 do Estatuto do
Desarmamento, ocorrido no dia 13.12.2018, entendendo o impetrante
ser ilegal, posto que o paciente se encontra preso há mais de 72
(setenta e duas) horas sem decisão judicial fundamentada acerca da
ilegalidade da prisão.
Sustenta o impetrante que até a presente data não ocorreu a audiência
de custódia e nem foi o paciente apresentado para verificação da
ocorrência de tortura por ele sofrida.
Afirma que não há decisão que justifique e fundamente a prisão em
flagrante do paciente, portanto requer que seja relaxada, haja vista que
a ausência de análise da legalidade da prisão em flagrante no prazo
estipulado nas resoluções nº 2013 do CNJ e na resolução nº 14/2015
do TJCE, que instituíram e regulamentaram a instalação da audiência
de custódia.
Desta feita, requer a concessão de medida liminar para conceder o
relaxamento de prisão, com o livramento do clausulado paciente, com
a expedição de alvará de soltura, bem como que seja determinado a
apresentação do preso perante a autoridade plantonista para o fim de
oitiva do mesmo.
Documentos acostados às fls. 15-77 dos autos.
É o relatório.
Fundamentação. Decisão.
Sabe-se que somente se submeterão ao regime de plantão judiciário os
feitos cuja urgência justifique a análise prévia e imediata da tutela
pretendida, ante a constatação de prejuízo que a parte possa sofrer
acaso tenha de aguardar a distribuição no expediente regular.
Pois bem. O presente pedido de Habeas Corpus se fundamenta no
excesso de prazo sem decisão judicial acerca da ilegalidade da prisão,
sem a realização de audiência de custódia, bem como a ausência de
justa causa para manutenção da prisão.
O caso não requer maiores considerações.
Extra-se da Resolução do Órgão Especial nº 10/2013, que passou a
vigorar em 27 de setembro de 2013:

Art. 1º O Plantão Judiciário, em primeiro e segundo graus, destina-se


exclusivamente ao exame das matérias exaustivamente previstas no
artigo 1º da Resolução nº 71 do Conselho Nacional de Justiça.
Art. 2º É vedada, no Plantão Judiciário, a reiteração de pedido já
apreciado no juízo de origem ou de plantão anterior, sua
reconsideração ou reexame, bem como a apreciação de solicitação de
prorrogação de autorização judicial para escuta telefônica.
Art. 3º Durante o plantão não serão apreciados:
I – pedidos de habeas corpus, liberdade provisória e relaxamento de

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prisão que tenham como fundamento excesso de prazo da prisão,
devendo tais pedidos serem analisados no expediente regular pelo
juízo competente;
serem analisados no expediente regular pelo juízo competente;
II – omisso
III – pedidos que poderiam ter sido apresentados ainda antes do início
do período de plantão e não o foram por inércia da parte interessada.

No caso dos autos, relata o impetrante que o paciente NILVAN DOS


SANTOS PEREIRA, encontra-se desde a sua prisão, que ocorreu
aos 13.12.2018, aguardando a audiência de custódia, tendo decorrido
72 horas, o que gerou constrangimento ilegal, posto que não foi
apresentado para verificação da ocorrência de tortura por ele sofrida.
Acrescenta outrossim, que não há decisão que justifique e fundamente
a prisão em flagrante do paciente, portanto requer que seja relaxada,
haja vista a ausência de análise da legalidade da prisão em flagrante no
prazo estipulado nas resoluções nº 2013 do CNJ e na resolução nº
14/2015 do TJCE Vislumbra-se que, o pedido insere-se na hipótese
prevista no art. 3º, I, da Resolução nº 10/2013, que veda ao
magistrado plantonista apreciar pedidos de habeas corpus com
fundamento em excesso de prazo, o que impossibilita esta Julgadora
de fazê-lo neste plantão, cabendo no caso a apreciação ser realizada
pelo juízo competente, haja vista que a autoridade policial já enviou o
inquérito policial em 13 .12.2018 ao Juízo de direito da 17ª Vara
Criminal de Fortaleza/Ce, bem como que já houve, por parte do
paciente, pedido de audiência de custódia junto aquele juízo (processo
nº 01861181-40.2018.8.06.0001) Quanto ao argumento de ausência
de justa causa para a manutenção da prisão, trata-se de pleito que
deve ser apreciado pelo juízo de primeiro grau, que bem fundará o
deferimento ou não em decisão fundamentada na oportunidade.
Portanto, deixo de apreciar os pedidos no expediente excepcional,
inclusive para proteger o princípio do juiz natural, de forma a evitar que
o Plantão Judiciário seja confundido com possibilidade de escolha
pessoal do julgador pelas partes, tudo em conformidade com a
Resolução da Corte Especial nº 10/2013 deste Tribunal e da
Resolução nº 71/2009, do Conselho Nacional de Justiça.
Remetam-se os autos à distribuição regular.
Expedientes necessários.
Fortaleza, 15 de dezembro de 2018
Desembargador Plantonista Relator

III. Acusado preso exclusivamente a título de flagrante por


mais de 24 horas – impossibilidade
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No que tange à ausência de realização de audiência de custódia,


faço o registro de que, em sessão realizada no dia 9/9/2015, o Supremo
Tribunal Federal concedeu parcialmente a medida cautelar formulada nos autos
da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 347 (Rel.
Ministro Marco Aurélio), que pede providências para a crise prisional do país, a
fim de determinar aos juízes e aos tribunais que passem a realizar
audiências de custódia no prazo máximo de 90 dias, de modo a viabilizar
o comparecimento do preso perante a autoridade judiciária em até 24
horas contadas do momento da prisão.

No entanto, é certo que há julgados deste Superior Tribunal no


sentido de que a não realização de audiência de custódia não induz à ilegalidade
do decreto preventivo, cujos fundamentos e requisitos de validade não
incluem a prévia realização daquele ato, vinculados, por força de lei, ao que
dispõem os arts. 312 e 313 do Código de Processo Penal.
Exemplificativamente: HC n. 416.735/SC, Rel. Ministro Rogerio Schietti, 6ª
T., DJe 21/11/2017.

Ainda, faço menção ao AgRg na Rcl n. 26.244/RJ, de relatoria


do Ministro Luiz Fux (DJe 9/8/2017), em que a Primeira Turma do Supremo
Tribunal Federal afirmou:
O reconhecimento de que o direito subjetivo do reclamante à
realização de audiência de apresentação não fulmina a prisão
preventiva e a respectiva fundamentação, porquanto a situação
jurídica não pode ser reparada, uma vez que já se transcorreu mais de
24 (vinte e quatro) horas após a realização do flagrante, circunstância
que torna prejudicada a presente ação sob o prisma da impossibilidade
fática de revolvimento temporal.

Todavia, neste caso, verifico que o paciente foi preso em


13/12/2018 e permanece custodiado unicamente em função do flagrante,
em frontal contrariedade ao que dispõe a Resolução nº 213/2015,
nomeadamente seu art. 1º, in verbis:

Art. 1º Determinar que toda pessoa presa em flagrante


delito, independentemente da motivação ou natureza do
ato, seja obrigatoriamente apresentada, em até 24 horas
da comunicação do flagrante, à autoridade judicial
competente, e ouvida sobre as circunstâncias em que se
realizou sua prisão ou apreensão.
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Assim, considerando que a prisão em flagrante se caracteriza


pela precariedade, de modo a não permitir-se a sua subsistência por tantos dias
sem a homologação judicial e a convolação em prisão preventiva, identifico
manifesta ilegalidade na omissão apontada, a permitir a inauguração antecipada
da competência constitucional deste Tribunal Superior.

Consigno que nada impede que o Juízo natural da ação penal


decrete a prisão preventiva do insurgente, se concretamente demonstrada sua
necessidade cautelar, ou imponha medida alternativa, nos termos do art. 319
do CPP, ante a natureza rebus sic standibus da decisão que decreta a
preventiva, de maneira a impor o permanente exame, pelo juiz, da necessidade
de manutenção de restrição, máxime porque atinge um dos bens jurídicos mais
expressivos, que é a liberdade.

Por fim, imperioso destacar que a ilegalidade ora reconhecida


não configura prática isolada no Estado do Ceará, o que se infere da análise do
HC n. 477.826/CE e HC n. 477.091/CE, os quais tratam de caso análogo ao
destes autos e em que a medida de urgência também foi deferida.

IV. Dispositivo

À vista do exposto, confirmo a liminar e concedo a ordem


para relaxar a prisão em flagrante do autuado, sem prejuízo da
possibilidade de decretação da prisão preventiva, se concretamente
demonstrada sua necessidade cautelar, ou de imposição de medida alternativa,
nos termos do art. 319 do CPP.
Oficie-se ao à Corregedoria do Conselho Nacional de
Justiça, para as providências que entender cabíveis, considerando-se que a
repetição dos casos de não observância de normativa de regência tem
repercutido na segurança pública daquele Estado.

Documento: 1804660 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/03/2019 Página 10 de 4
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEXTA TURMA

Número Registro: 2018/0340228-9 PROCESSO ELETRÔNICO HC 485.355 / CE


MATÉRIA CRIMINAL

Números Origem: 00022053320188060000 1026052018 22053320188060000

EM MESA JULGADO: 19/03/2019

Relator
Exmo. Sr. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro NEFI CORDEIRO
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ELA WIECKO VOLKMER DE CASTILHO
Secretário
Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA

AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : SILVIO VIEIRA DA SILVA
ADVOGADO : SILVIO VIEIRA DA SILVA - CE011147
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
PACIENTE : NILVAN DOS SANTOS PEREIRA (PRESO)

ASSUNTO: DIREITO PROCESSUAL PENAL - Prisão em flagrante

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Sexta Turma, por unanimidade, concedeu a ordem, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Nefi Cordeiro, Antonio Saldanha Palheiro, Laurita Vaz e Sebastião Reis
Júnior votaram com o Sr. Ministro Relator.

Documento: 1804660 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/03/2019 Página 11 de 4

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