JOÃO JUNIOR
GEOGRAFIA
__________________________________________
BIOMAS
Os ecossistemas podem ser classificados em
três grandes tipos, de acordo com os ambientes
do planeta: terrestres, de água doce e de água
salgada. Os grandes ecossistemas terrestres, que
ocupam vastas porções das terras emersas, são
chamados biomas.
As paisagens vegetais originais — como as
florestas tropicais, as savanas, as florestas de
coníferas ou a tundra — refletem bem o domínio
geográfico de um tipo de clima. No interior da área
abrangida pelas grandes paisagens vegetais há
alguma uniformidade nas condições de vida dos
organismos. As espécies animais das savanas
são, de modo geral, diferentes daquelas das
Os ecossistemas das áreas montanhosas não
podem ser adequadamente representados num
planisfério. Nessa escala,a sequência de biomas
que recobre pequenas áreas em diferentes cotas
de altitude simplesmente "desaparece".
Principais Ecossistemas globais.
As regiões tropicais: São consideradas
tropicais as regiões dominadas por massas de ar
quentes e, em geral, úmidas tropicais e
equatoriais, com temperatura média do mês mais
frio igual ou superior a 18º C. Estão localizados
CURSINHO
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_____
florestas tropicais. Por isso, a vegetação é utilizada
como elemento definidor dos biomas.
O mapa da distribuição dos principais biomas,
em escala global, cria a falsa impressão de que as
fronteiras entre biomas são linhas rígidas. É uma
ilusão criada pela escala cartográfica1. Na escala
de um planisfério, as faixas de fronteira dos biomas
têm de ser representadas como linhas .
Mas, na natureza, a floresta tropical não termina
bruscamente onde começa a savana, como se o
limite entre esses biomas fosse uma linha. Entre a
primeira e a segunda,aparece uma faixa de
transição na qual se misturam elementos dos dois
biomas. Da mesma forma, nas zonas temperadas, o
contato entre a floresta temperada e a floresta de
coníferas é uma faixa na qual se confundem
características de ambos os biomas.
nas baixas latitudes sem que, com tudo, coincidam
exatamente com a área compreendida entre os dois
trópicos, apesar de serem denominadas tropicais.
Estas regiões compreendem duas grandes áreas
bem definidas: as florestas equatoriais e tropicais e
as savanas.
O domínio das florestas equatoriais e tropicais.
A floresta equatorial, bem como o clima
equatorial, está mais ou menos distribuída nas
seguintes áreas verdes. Na imagem, vêem-se
perfeitamente três grandes áreas mundiais de
florestas equatoriais: na América do Sul, a
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Amazônia, a maior floresta equatorial e a mais
conhecida; no Centro de África, a chamada
floresta equatorial da bacia do Congo; e na Ásia,
quase toda a região da Indonésia, bem como a
Malásia, Filipinas e países vizinhos.
As florestas equatoriais e tropicais localizam-
se ao longo da faixa equatorial, alargando na
costa oriental dos continentes até uma latitude
norte e sul de aproximadamente 26º.
Compreendem boa parte da América, da África e o
Sul e Sudeste da Ásia.
O clima é permanentemente quente e a
variação anual da temperatura não ultrapassa 6º
C. As chuvas são abundantes e nesse ambiente
de calor e umidade desenvolve-se a maior
variedade vegetal do planeta. Muitas são as
espécies de valor econômico que permitem a
extração de madeiras de lei (jacarandá, Mogno e
etc.), de gomas resinas e outros produtos.
A fauna é rica em répteis, ofídios, macacos,
aves, borboletas, insetos e micróbios. Os solos
das florestas equatoriais e tropicais são profundos
e argilosos como consequência da decomposição
química do material rochoso
Quanto a sua fertilidade, estes são “pobres” e
é a decomposição orgânica, vegetal desprendidas
pela floresta que as sustenta. O desmatamento,
principalmente quando seguido de culturas
temporárias acelera a lixiviação que carrega os
componentes nutritivos e ao remover a camada
superficial, faz aflorar a laterita cujo o valor
agrícola é quase nulo embora venha oferecendo
um razoável aproveitamento para a formação de
pastagens.
O domínio das savanas.
Pode-se dizer que a savana é uma formação
vegetal herbácea (ervas) alta, atingindo nalgumas
regiões os 2 metros de altura, e "salpicada" de
algumas árvores e arbustos. Os arbustos são
quase sempre espinhosos e as árvores, são, na
sua grande maioria, de folha caduca, com troncos
muito duros e revestidos de casca espessa. As
raízes das plantas da savana são muito profundas
e ramificadas, para poderem captar o máximo de
água (que lhe permite sobreviver na estação
seca).
As árvores mais típicas da savana são a acácia
e o embondeiro (árvore de grande porte, também
conhecido por baoba).
Acácia e Baoba
De ambos os lados da linha do equador tanto no
hemisfério norte como no sul, onde o clima se
caracteriza por apresentar uma estação seca e
outra chuvosa, estendem-se os domínios das
savanas tropicais. As condições térmicas se
assemelham as das áreas das florestas tropicais,
exceto pela amplitude térmica anual que é maior,
embora não chegue a ultrapassar 12º C. A
vegetação campestre formada por ervas e
gramíneas verdejantes no verão e ressequidas no
inverno, porém as savanas baixas e altas cujas
espécies vegetais podem ultrapassar dois metros
de altura. Ao longo dos vales fluviais, onde os
recursos são permanentes alinham-se as matas
galerias como manifestações terminais das florestas
equatoriais e tropicais.
A savana típica encontra-se na África, nas
zonas intermediárias entre florestas tropicais e os
desertos subtropicais. Esse ambiente aberto
constitui o habita de animais de grande porte como
búfalo o elefante, a zebra, girafa e os grandes
predadores.
Os locais do bioma de savana, encontra-se
distribuído nas seguintes áreas do mundo:
Os desertos e os semi-desertos
No hemisfério norte, o domínio da aridez
abrange o sudoeste dos Estados Unidos, o norte do
México, o grande Saara e Península Arábica.
Devido à influência dos maiores conjuntos
orogênicos (processo de formação das cadeias
montanhosas que aconteceu por desdobramentos
de grandes pacotes de rochas sedimentares) da
Ásia de centro-sul, essa faixa árida devia-se para o
norte e alcança quase todas as áreas que vão até a
Ásia central, na Mongólia (deserto de Góbi),
2
incluindo tanto a Ásia menor quanto o noroeste da
Índia e da China. No hemisfério sul, em face da
existência de menos terra, as zonas áridas são
menores. Abrange os desertos de Atacama e da
Patagônia na América; o deserto de Kalahari no
sudoeste africano e a maior parte do território da
Austrália.
O que caracteriza as zonas áridas é a
escassez de água com um total pluviométrico
anual inferior a 500 mm mais muito mal
distribuída. A falta de umidade do ar provoca uma
grande variação anual e principalmente de diária
da temperatura. A zona semi-árida representa a
transição das savanas para o deserto. Predomina
uma vegetação rasteira de gramíneas e ervas
baixas que no conjunto não chegam a cobrir o
solo. Essa é a chamada estepe semiárida.
Nas zonas propriamente desérticas, em que o
total de chuvas anuais não ultrapassa os 250 mm
a vegetação é extremamente pobre e ajustada ao
regime pluvial. As regiões temperadas: As regiões
temperadas localizam-se nas latitudes médias,
principalmente entre os trópicos e círculos polares
ocupando, portanto, a maior parte da chamada
zona temperada do norte. No hemisfério sul, essa
região é pequena devido à inexistência de maior
quantidade de terra em tais latitudes.
Podem-se considerar os seguintes limites das
regiões temperadas: no sentido das baixas
latitudes a temperatura média do mês mais frio é
inferior a 18º C, o que significa a inexistência de
uma estação fria por mais curta que seja; no
sentido dos pólos a temperatura média do mês
mais quente é superior a 10º C o que representa a
possibilidade da pratica da agricultura em
condições naturais em pelo menos uma época do
ano.
As florestas de folhas caducas, os campos
limpos e as florestas de coníferas constituem
as regiões temperadas. A fauna dos desertos é
representada por animais pouco exigentes em
água e alimentos: algumas aves (como por
exemplo a avestruz e o falcão), répteis (cascavel e
monstrogila), roedores e insetos (como o
escorpião). Em relação aos mamíferos, os mais
típicos dos desertos, são o camelo e o
dromedário, mas também existem outros, como a
raposa, nas zonas de transição, ou mais nas
estepes, surgem uma variedade maior de animais.
Devido às elevadas temperaturas registradas
durante o dia, a grande parte dos animais dos
desertos, são mais ativos durante a noite.
Florestas de folhas caducas.
Em torno do paralelo de 40º onde as
precipitações são bem distribuídas durante o ano,
ocorrendo queda de neve durante o inverno,
primitivamente dominavam grandes extensões de
florestas abertas de espécies caducífolias,
(plantas que perdem as folhas a partir do
outono).
Compreendiam, no hemisfério norte, o nordeste
dos Estados Unidos e o sudeste do Canadá; a
maior parte da Europa Ocidental; o sul da Sibéria e
parte do Japão e no hemisfério sul boa parte do
Chile e centro – leste da Argentina, além na Nova
Zelândia.
O clima corresponde ao temperado típico com
quatro estações bem definidas ficando a
temperatura média do mês mais frio entre 18º C e
menos 3º C, enquanto a do mais quente é sempre
superior a 10º C. Nessas condições a vegetação é
constituída formações florestais de pouca espécies
arbóreas como os carvalhos que se agrupam sem a
densidade das selvas tropicais, onde a flora é rica e
concentrada. Esse é o domínio natural mais
alterado pela ação humana, a tal ponto que, das
matas originais que encobriam quase toda a Europa
Ocidental, o nordeste dos Estados Unidos e o
sudeste do Canadá, poucas manchas restaram e
são ainda preservadas.
O bioma da floresta caducifólia, não
corresponde totalmente às regiões de clima
temperado marítimo. Assim, o mapa que se segue,
diz respeito apenas às regiões do bioma de floresta
caducifólia, embora nessas regiões estejam
também áreas de clima temperado marítimo.
Campos limpos: Pradarias.
Nas zonas temperadas semi-úmidas que tem
uma estação desfavorável (muito seca ou muito
fria), desenvolvem-se, em geral, uma vegetação
rasteira que constitui os campos limpos, como por
3
exemplo, a pradaria, encontrada Unidos e no
centro sul do Canadá onde a pluviosidade é
escassa numa das estações. O pampa platino,
que cobre a porção central da Argentina, o
Uruguai e o sudoeste do Rio Grande do Sul,
também constitui uma pradaria em que a estação
desfavorável é o inverno.
Pradarias.
Na Europa Oriental o inverno rigoroso
caracteriza um clima temperado continental e a
vegetação representada pela ESTEPE, cujo solo
possui uma coloração escura denominada
tchernoziom (terra negra).
Estepes na Mongólia
Em termos de distribuição geográfica do bioma
de pradaria, e estepes estão localizados nas áreas
assinaladas na figura.
Floresta de conífera.
As florestas de coníferas desenvolvem-se na
extremidade da zona temperada nas latitudes
acima de 50º até as proximidades do circulo polar
o que inclui uma larga faixa do Canadá e da
Eurásia sendo praticamente inexistente no
hemisfério sul. O clima é frio e úmido dominado
principalmente por massas de ar polar com verãos
muito curtos e queda de neves de 3 até 6 meses
no ano. A vegetação é constituída de florestas
uniformes como os pinheiros. O tipo de solo de
coloração claro conhecido como podzol é pouco
favorável a agricultura. A maior floresta de
conífera conhecida no mundo é a floresta boreal,
localizada na parte Floresta Boreal acima dos
trópicos:
Bioma da Taiga.
Embora existam áreas muito perto de zonas
polares, o bioma que mais caracteriza o clima
subpolar será, possivelmente, a taiga. A taiga não
é mais do que uma designação para a floresta de
coníferas (por os frutos das suas árvores se
agruparem em pinhas de forma cônica). A taiga é
a mais extensa floresta do mundo, estendendo-se
nas regiões setentrionais da América, da Ásia e da
Europa.
Trata-se duma floresta muito densa, que não
possui grande variedade de espécies, sendo as
mais vulgares o abeto, o pinheiro, o lariço e a
bétula. O reduzido número de espécies e a
predominância de árvores de folha persistente (as
coníferas, de que o pinheiro é um exemplo, nunca
perdem as folhas), fazem da taiga uma floresta
monótona e sempre verde, quer no curto Verão,
quer no Inverno. Porém, devido ao Inverno ser
muito longo e frio, durante a maior parte do ano, a
taiga está quase sempre coberta de neve. As
coníferas agüentam muito bem o frio (até certos
limites) porque, entre outras razões, as folhas
pequenas e em forma de agulhas, possuem uma
superfície pequena e portanto, a área exposta ao
frio também é pequena, e perdem pouca água por
transpiração; a sua resina protege os tecidos do frio
e também ajuda a diminuir a transpiração; os ramos
são muito flexíveis o que lhes permite resistir aos
ventos e "dobram-se” quando estão cobertos com
muita neve, fazendo-a deslizar até ao chão.
Localização.
Mais uma vez se lembra que este bioma não
corresponde apenas ao clima subpolar. A taiga
engloba partes do clima subpolar, do temperado
continental e algumas espécies do clima polar.
Biomas da Tundra.
Nas regiões de clima polar, a taiga dá lugar à
tundra, que é uma formação vegetal muito rasteira,
constituída por ervas, musgos e líquenes. Contudo,
podem surgir na tundra, alguns raros e dispersos
tufos de arbustos e árvores anãs.
Formando uma paisagem bastante monótona
(durante todo o ano é sempre tudo branco e muito
plano, para onde quer que se olhe, é sempre a
mesma paisagem - veja-se as imagens acima).
No curto "Verão", se assim se pode chamar, a
tundra não forma um tapete herbáceo contínuo,
mas antes alterna com superfícies pantanosas e/ou
grandes extensões de rocha nua.
Uma característica muito interessante e peculiar
da tundra é o seu tipo de solo – o permafrost (à letra
significa sempre gelado) - que dificulta o
crescimento de raízes e a absorção de nutrientes
minerais. Por isso (aliado aos ventos intensos e
temperaturas baixas), quase não existe vegetação
arbustiva e arbórea. E, latitudes muito altas, para lá
dos 800, a tundra vai-se tornando mais escassa,
4
acabando por desaparecer, já que o solo também
desaparece sob um espesso manto de gelo.
As zonas polares: Nas extremidades
setentrionais dos continentes e nas bordas da
Antártida onde a temperatura média do mês mais
quente não a 10º C e onde o solo permanece
coberto de gelo durante mais da metade do ano,
desenvolve-se a Tundra , uma vegetação que
cresce somente durante o curto verão. A diante
das zonas de tundra nos hemisfério norte e em
praticamente toda a Antártida, impera o domínio
dos gelas eternos.
As altas montanhas.
Estas zonas apresentam muito peculiares
devido às condições do ambiente, pois a
temperatura do ar diminui com a altitude. Mais é
principalmente a umidade que vai dar a
configuração a paisagem. As altitudes médias são
dominadas, em geral, pela presença de florestas
semelhantes as das planícies de mesma latitude
visto que a umidade e as chuvas chegam até certa
altura. Desse modo a cobertura vegetal é formada
por uma vegetação herbácea e no máximo
arbustiva.
Em modo geral, a vegetação dos climas de
altitude, independentemente da região do Mundo,
vai rareando conforma a altitude vai aumentando,
de modo que em locais de "neves perpétuas", não
se encontram praticamente nenhum ser vivo (tal
como nas latitudes muito elevadas - perto dos
900).
Em termos animais, consoante a região do
planeta, podem-se encontrar em locais de clima
de altitude, o lama, a alpaca, a vicunha, a chinchila
(pequeno roedor), o iaque (bovino), o condor,
cabras de montanha, leopardo das neves, etc.
Localização das principais zonas montanhosas
BRASIL
No Brasil predominam os climas quentes. É o
Brasil tropical, que se estende das imediações da
Linha do Equador até o Trópico de Capricórnio.
Somente parte da Região Sul apresenta um clima
mais frio, o subtropical.
Em nosso território também predominam os
climas úmidos, exceto em algumas áreas como o
sertão nordestino.
Em geral, o clima brasileiro apresenta-se:
• superúmido na Amazônia e nas encostas
montanhosas das serras do Mar e da Mantiqueira;
• úmido na Zona da Mata do Nordeste, nas zonas
litorâneas e nas imediações dos grandes rios;
• subúmido na Região Centro-Oeste e em boa parte
do interior (sertão brasileiro);
• semi-árido no sertão do Nordeste, ao longo de
todo o nosso Polígono das Secas.
O maior contraste de umidade no clima
brasileiro é a grande diferença existente entre o
clima superúmido da Amazônia e o clima semi-
árido do sertão do Nordeste.
Os tipos de climas que podem ser
encontrados no Brasil são o equatorial, o tropical
semiúmido, o tropical semi-árido, o tropical úmido,
o tropical de altitude e o subtropical.
As temperaturas médias anuais são
Equatorial superiores a 25°C e o regime de chuvas
pode variar em áreas que apresentam o
clima equatorial.
As temperaturas médias anuais são
sempre superiores a 18°C e as
estações do ano são definidas por uma
seca e outra chuvosa. No Brasil
Tropical podemos encontrar variações do clima
tropical determinadas por elementos
como a umidade do ar ou a altitude
(semi-úmido, semi-árido, úmido e de
altitude).
As temperaturas médias anuais são
quase sempre inferiores a 18°C. As
Subtropic diferenças de temperatura ao longo do
al ano são bem grandes. Na primavera e
no verão são quentes e no outono e no
inverno são bem mais frias.
A distribuição das chuvas
Quanto à distribuição das chuvas durante o ano,
no Brasil predomina o regime tropical, com chuvas
no verão e secas no inverno.
A estação das chuvas pode se estender de
outubro a março, principalmente nos meses de
janeiro e fevereiro.
Já a estação das secas pode se estender de
abril a setembro e é mais rigorosa nos meses de
julho e agosto.
Na Região Norte, onde o regime é do tipo
equatorial, chove o ano inteiro na maior parte da
região, sem que haja uma estação seca definida.
5
 Já na Zona da Mata do Nordeste e na orla
litorânea da Bahia, o regime dominante é o das
chuvas de inverno.
Na Região Sul, onde as estações do ano são
bem mais definidas, as chuvas são “regularmente
distribuídas” e a estação seca é muito mal
caracterizada.
Quanto aos índices pluviométricos, nosso
território é relativamente bem servido pelas
chuvas. A maior parte do território brasileiro
recebe, anualmente, mais de 1.000 mm de
chuvas.
Uma extensa parte da Região Norte e do
Maranhão, grande parte da orla litorânea na Bahia
e alguns trechos da serra do Mar, que são as
regiões mais chuvosas do país, recebem mais de
2.000 mm de chuva por ano.
Mas há uma região de 936.993 km2 - do Piauí
até o norte de Minas Gerais, passando por todos
os estados da Região Nordeste, com exceção do
Maranhão - que recebe menos de 500 mm anuais
de chuvas. É o nosso famoso Polígono das Secas,
que se alonga por todo o sertão nordestino.
As massas de ar no Brasil
O comportamento médio da atmosfera
brasileira é consequência dos avanços e dos
recuos de, principalmente, três massas de ar: a
equatorial, a tropical atlântica e polar atlântica.
A equatorial é a massa de ar quente e úmido
que domina a Região Norte, boa parte da Centro-
Oeste e parte da Nordeste.
A tropical atlântica quente e úmida influencia,
de maneira dominante, o comportamento
atmosférico da Região Nordeste, Sudeste e Sul.
A polar atlântica é a massa de ar frio que
determina, durante o inverno, o estado de tempo
ou comportamento atmosférico na Região Sul.Os
avanços da polar atlântica provocam ondas de frio
na Região Sul, na Sudeste e na Centro-Oeste.
Essas ondas de frio são acompanhadas, muitas
vezes, por chuvas prolongadas ou garoas, geadas e
até por quedas de neve. Até mesmo a Amazônia é
atingida por esses avanços da polar atlântica
durante o inverno. É o fenômeno da "friagem", que
ocorre no sul do Amazonas e no norte do Mato
Grosso
A diversidade da vegetação brasileira
No Brasil, como em qualquer parte do mundo, a
vegetação recebe muita influência dos climas e
também exerce muita influência sobre os climas,
formando um ciclo em que outros elementos
também se destacam: as chuvas e a umidade, a
insolação, a temperatura e os ventos.
Apesar dessa grande influência climática, não
podemos nos esquecer de que outros fatores, como
por exemplo o solo e a presença do homem ou de
outros animais, são também importantes na
fisionomia das paisagens vegetais.
As florestas brasileiras
A floresta Amazônica estende-se pela Região
Norte, pelo estado de Mato Grosso, pelo norte de
Goiás e pelo oeste do Maranhão. É a maior floresta
úmida do Brasil. A floresta Amazônica caracteriza-
se por ser:
• perene (contínua, duradoura);
• emaranhada (fechada) e de difícil penetração;
• rica em espécies, com impressionante
exuberância;
• disposta em andares, com vegetais de todos os
tamanhos, em função da variedade de espécies;
• sombria e úmida em seu interior.
A floresta Amazônica representa, sozinha,
quase 47% de toda a cobertura vegetal brasileira.
Outra importante floresta úmida no Brasil é a
Mata Atlântica, também conhecida como floresta
Tropical Atlântica. Ela estende-se do sul da Bahia
ate o Rio Grande do Sul.
A extensão atual da mata Atlântica é o que
sobrou da devastação provocada pelos
colonizadores ao longo da nossa história, já que,
logo após a chegada dos portugueses ao Brasil, ela
era bem maior, cobrindo toda a fachada oriental do
Nordeste.
Quase tão exuberante e imponente quanto a
floresta Amazônica, a mata Atlântica é um denso
manto de árvores que recobre as escarpas dos
planaltos e das serras localizadas próximas ao
litoral.
Na Região Sul existe uma outra importante
floresta. É a mata dos Pinhais ou das Araucárias, do
tipo subtropical.
Localizada em uma faixa que apresenta o clima
subtropical, a mata dos Pinhais é bem diferente das
nossas florestas úmidas, pois se apresenta:
• com pequeno número de espécies;
• aberta e de fácil penetração.
A mata dos Pinhais ou das Araucárias já foi
explorada e reflorestada. Ela estende-se por toda a
6
Região Sul, principalmente pelos estados do
Paraná e Santa Catarina
Existem algumas outras florestas no interior do
nosso território, entre as quais se destacam a
mata dos Cocais ou babaçuais e as matas galerias
ou ciliares.
A mata dos Cocais, formada pelas palmeiras
de babaçu e carnaúba, aparece no trecho úmido
ocidental do Nordeste.
As matas galerias ou ciliares são aquelas
pequenas formações florestais que aparecem ao
longo dos vales fluviais, onde existe maior
umidade.
As vegetações arbustivas
Cerrado
A paisagem brasileira que melhor se define
como vegetação arbustiva é a dos cerrados,
representando 20% de nossa cobertura vegetal.
Os cerrados são aqueles capões de mata que
aparecem sobretudo na Região Centro-Oeste
(Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso) e
também na Região Sudeste (Minas Gerais e São
Paulo).
Os arbustos dos cerrados, com seus galhos
retorcidos, aparecem em formações ora mais
fechadas, ora mais abertas, popularmente
chamadas de cerradão, cerrado e cerradinho.
As árvores típicas do cerrado são a lixeira,
peroba-do-campo, barbatimão, pau-santo, pau-
terra e pequi. Entre as árvores, crescem
gramíneas como o capim-flecha e o capim-barba-
de-bode.
Os cerrados tem
sido muito mal
aproveitados
economicamente,
prestando-se, até
pouco tempo,
somente à pecuária
extensiva de gado
bovino. Só mais recentemente têm-se feito alguns
projetos agrícolas para o aproveitamento
econômico dessa vegetação.
Infelizmente, alguns desses projetos, como o
da monocultura da soja, têm sido responsáveis
pela descaracterização do cerrado e pela perda
da biodiversidade (variedade de organismos
em todos os níveis de vida).
Caatinga
A paisagem da
caatinga estende-se
de maneira contínua
pelo interior dos
estados nordestinos,
desde o Piauí até a
Bahia, alcançando o trecho semi-árido do norte de
Minas Gerais.
A vegetação da caatinga é própria do sertão do
Nordeste, onde predominam os climas quentes,
como o tropical e o semi-árido. As árvores típicas da
caatinga são juazeiros, mandacarus e xique-xiques.
A caatinga é uma vegetação difícil de ser
caracterizada, já que pode ser alta ou baixa, com
árvores tortuosas ou com arbustos. O que não é
difícil na caatinga é a caracterização ou a
identificação de suas espécies, pois elas são, em
geral, ricas em espinhos e pobres em folhas.
Campos
As paisagens de campos representam apenas
5% da cobertura vegetal no Brasil. Aparecem nas
diversas regiões brasileiras, principalmente nos
estados da Região Sul.
Os campos são formações compostas por
gramíneas, onde árvores e arbustos só aparecem
isoladamente. Os campos, quando compostos só
por gramíneas, são chamados campos limpos ou
campinas; quando formados, além das gramíneas,
por árvores e arbustos dispersos, são chamados
campos sujos.
As principais paisagens de campos no Brasil
são encontradas nos seguintes estados:
• Rio Grande do Sul, na Campanha Gaúcha;
• Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás;
• Roraima, Pará (ilha de Marajó), Amazonas e
Rondônia;
• Paraná e Santa Catarina.
Os campos são pastagens naturais muito
aproveitadas para a criação de gado.
Pantanal
A mais extensa e contínua formação vegetal
complexa no Brasil é a do Pantanal Mato-
grossense. Estende-se pelo sudoeste de Mato
Grosso e pelo oeste de Mato Grosso do Sul, até o
Paraguai.
O Pantanal Mato-grossense apresenta uma
vegetação bem diversificada.
Nessa formação podem ser identificadas três
diferentes áreas: as alagadas, as periodicamente
alagadas e as que não sofrem inundações.
7
 Nas áreas alagadas, a vegetação de adaptados à salinidade e aos solos pouco
gramíneas desenvolve-se no inverno e é usada oxigenados.
para a criação de gado bovino.
Nas áreas de alagamentos periódicos
encontram-se, além de vegetação rasteira,
arbustos e palmeiras, como o buriti e o carandá.
Nas áreas que não sofrem inundações
predominam os cerrados e, em pontos mais
úmidos, espécies arbóreas da floresta tropical.
Existe uma grande variedade de espécies
animais e vegetais no ecossistema pantaneiro
ameaçada pela contaminação por agrotóxicos
utilizados na agricultura, pela presença de
garimpos irregulares que prejudicam a qualidade
da água, pela caça e pela pesca predatórias e Por ser rico em matéria orgânica, o mangue tem
pela excessiva exploração da pecuária papel muito importante na reprodução e no abrigo
Mangue de espécies da fauna marinha. A atividade
A vegetação de mangue se desenvolve econômica que tradicionalmente se realiza no
principalmente no litoral do Amapá, no Pará, no mangue é a pesca de caranguejo.
Maranhão, no Ceará, na Bahia e no Rio de Atualmente, esse ecossistema sofre a ação
Janeiro. destrutiva do turismo predatório, da ocupação
A paisagem de mangue é composta de imobiliária e da poluição provocada por esgotos.
arbustos e espécies arbóreas. Predominam
vegetais de troncos finos e raízes aéreas,

Principais Impactos sobre os ecossistemas brasileiros

Ecossistemas Fatores de degradação Principais impactos
Amazônia: Garimpo; mineração industrial; Assoreamento, erosão e poluição de
Área total da Amazônia projetos agropecuários; cursos de água; desmatamento,
legal: hidrelétricas; caça e pesca inundação de florestas e áreas
cerca de 5 milhões de km2. predatórias. indígenas.
Cerrado Projetos agropecuários; Desmatamento; destruição de nascentes
Área total: garimpo; expansão urbana da Bacia do Paraguai, poluição por falta
cerca de 2,1 milhões de km desordenada. de saneamento básico e por agrotóxicos;
2
. erosão e assoreamento.
Pantanal Pecuária extensiva; pesca e Desequilíbrio da fauna; erosão e
Área total: caça predatórias, garimpo; assoreamento; poluição por esgotos;
cerca de 150 mil de km2. turismo e migração degradação da paisagem.
desordenados.
Caatinga Grandes latifúndios; Desmatamento; êxodo rural;
Área total: prospecção e desertificação; contaminação de cursos
cerca de 1,1 milhão de km2 exploração de lençóis de de água; erosão e assoreamento
água,
pastagens.
Mata Atlântica Grande concentrações Poluição atmosférica, poluição da água,
Área total: urbanas; pólos industriais; contaminação do solo; desmatamento;
cerca de 13 milhão de km2. transportes de combustíveis degradação de áreas costeiras; erosão;
por oleodutos; atividades problemas socioeconômicos graves.
portuárias.
Campos e Mata de Pecuária extensiva; plantio de Erosão; desertificação; desmatamento;
Araucária soja e trigo; queimadas. perda da fertilidade dos solos.
Área total:
de campos - 210 mil de km
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de araucárias - 300 mil km2.
Sistemas costeiros e Extração mineral; expansão Poluição do ar, água e solo; degradação
insulares urbana; atividades portuárias; de ecossistema, como manguezais e
Extensão do litoral: pesca excessiva. restingas; esgotamento de estoques
7 367 km2. pesqueiros.

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