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O Rei Demônio Vai a Um Encontro em Shinjuku Com

Aquela Garota do Trabalho – Parte 7

O que Emília Justina ainda se lembrava era que a terra de Ente


Isla estava em um balanço delicado entre as forças do Rei Demônio e
as da raça humana, que eram lideradas pela Igreja. Ela era apenas
uma criança, filha de Nord Justina, um humilde fazendeiro que
cuidava de um pequeno campo de trigo no interior do Continente do
Oeste. Eram apenas os dois na família, sem nenhum outro parente;
ela não se lembrava de sua mãe.
Quando tinha dez anos, o Continente do Norte e o reino ao
oeste caíram, destruídos pelo exército demoníaco vindo do
Continente Central como um tsunami. O Continente do Oeste era
bem protegido pelos generais da força real. Seus exércitos se
juntaram às tropas fornecidas pela Igreja, uma presença
aparentemente poderosa, cujo poder era conectado diretamente com
o próprio Paraíso. Mas o avanço das forças de invasão do oeste,
lideradas pelo Grande Demônio General, Lúcifer, colocou a ilha em
uma guerra total.

Nord Justina, um devoto da Igreja, fazia questão de visitar a


capela local com sua filha diariamente. A jovem Emília não sabia o
que as rezas cantadas pelos paroquianos significavam, mas até
mesmo ela conseguia ver que algo sério estava acontecendo.
Copiando os movimentos de seu pai, juntou as mãos e orou com
toda a força. Mas todas as preces foram em vão, pois as forças do
oeste começaram a fraquejar aos poucos perante à pressão do
avanço dos demônios.

Emília passava seus dias ouvindo os gritos que traziam as más


notícias à sua aldeia. Suas noites foram de medo, constantemente
pensando sobre quando os demônios apareceriam para queimar a
cultura que ela e seu pai plantaram.

Seu pai era um simples homem do campo. Não sabia de nada


sobre batalha, pois devotara toda a sua vida para a cultivação e
produção de trigo.

Sempre que Emília se deitava na cama à noite, chorando de


medo, sozinha, ele sempre aparecia, afagando seu cabelo com suas
mãos ásperas até que ela adormecesse. Ela o amava. O respeitava,
adorava e confiava nele mais do que em qualquer outra pessoa no
mundo. Ele era o maior herói que ela tinha.

Então, no ano em que completou doze anos, o fatídico


momento chegou.

A mensagem dizia que a terra pertencente à nobreza local,


muito próxima à província onde Emília vivia, havia caído.

E, depois, quase como se fosse um sinal, os bispos da Igreja


vieram. No começo, Emília pensou que a Guarda da Igreja tinha
vindo para salvar a aldeia. Mas viu-se sendo carregada para a
carruagem da Igreja, sozinha, enquanto seu pai lhe dizia que não iria
junto.

A princípio, não tinha ideia do que seu pai estava dizendo. Ela
implorou aos bispos e ao ancião da aldeia, o qual veio para se
despedir dela, para que convencessem seu pai a vir junto. Não posso
viver sozinha. Sou quem sou por causa do meu pai, por causa dos
aldeões.

— Vamos, pai! Vamos juntos!

Emília gritava o mais alto que podia, mas a resposta que ele
deu foi algo inacreditável.

— Emília, por favor, vá.

Ela duvidou daquilo que ouviu.

— Pai! Pai, o que você está…!


— Tudo isso é para evitar um dia que eu não quero ver
acontecer. Por doze anos, a protegi. Fui o pai da filha de um anjo,
uma que eu não tinha o direito de receber.
— Não entendo! O que está dizendo, pai!?

— Você é filha de um anjo. Herdou o sangue do Paraíso, aquele


que acabará com a escuridão que cobre Ente Isla. Você é a única
nessa terra com o poder de derrotar o Rei Demônio.

— Eu? Não! Não, pai! Sou sua filha! A filha de um aldeão, de


um fazendeiro!

— Sim, você é. Mas também é filha de sua mãe. A filha de um


anjo.
— Minha… minha mãe? Um anjo?

Ela havia falecido. Seu pai lhe disse isso há anos.

— Algum dia, você há de entender, Emília. Por favor, deixe que


os bispos te levem. Sua mãe ainda está viva, em algum lugar. Sei que
ela também olha por você.

— Mas…, mas pai—

— Prometi a sua mãe que nós três ficaríamos juntos aqui, nesta
aldeia, algum dia. E se eu quiser manter essa promessa, precisarei
lutar por ela.

Nord deu outro abraço em Emília, mais forte desta vez, que se
agarrou a ele como uma criancinha, então, ele se ajoelhou até ficar
no mesmo nível dos olhos dela. Uma mão grande e áspera afagou
sua cabeça, assegurando-a.

— Vai ficar tudo bem. Todos no exército da Igreja estão lutando


ao nosso lado para proteger a aldeia, esta província. O dia em que
nós viveremos juntos certamente chegará.

— Sério…?

— Mas é claro. Nunca minto para minha garotinha. Já quebrei


alguma promessa antes?

— Não… — Soluçando, Emília usou um punho para limpar as


lágrimas enquanto balançava a cabeça.

— Boa menina. — Seu pai riu. Sua risada era tão aconchegante
quanto um alqueire fresco de trigo.

— Estarei orando por você. Por um mundo onde a maldade não


existe, onde você pode viver sua vida banhada em luz sagrada.
Emília… minha filha, amo você do fundo do coração.

O resto estava todo nublado em sua memória. Seu pai, borrado


em seus olhos lacrimejantes, e o braço do bispo que tentava separá-
los. A aldeia e o único familiar que conhecia, ficando cada vez
menores do outro lado das escotilhas espessas da carruagem.

Provavelmente chorou até dormir, pois só se lembrava de estar


em um quarto luxuoso, ornamentado e completamente estranho.
O bispo que servia como seu mordomo explicou que ali era
Sankt Ignoreido, o quartel general da Igreja no Continente do Oeste.
Fazia um dia que tinha se separado de seu pai. No mesmo dia,
notícias chegaram de sua terra natal, sua aldeia. Ela foi destruída, os
esforços da Igreja se mostraram em vão.

Depois disso, o jovem bispo lhe contou sobre várias coisas.

As revelações fluíam como um riacho. Sua mãe era, na verdade,


um dos grandes arcanjos; apenas alguém nascido do relacionamento
entre um humano e um anjo poderia empunhar a espada sagrada
presenteada pelo Paraíso, a “Better Half”. Para Emília, ouvir tudo
isso não lhe proporcionava consolo nem dor. Ter todas essas
histórias estranhas jogadas diante de você, e então saber que tudo
isso era a mais pura verdade, seria difícil de aceitar para qualquer
um. Mas ela não desejava ter uma espada sagrada nem saber de
coisas duvidosas sobre sua mãe. Tudo o que queria era poder. Poder
para se vingar contra as forças do Rei Demônio que destruíram sua
pequena e pacata aldeia.

A partir do dia em que chegou a Sankt Ignoreido, começou a


aprender os caminhos da espada. Ainda se lembrava da surpresa que
teve ao sentir o peso da arma de ferro que os cavaleiros adultos
pareciam brandir com facilidade. Quando ficou acostumada com a
rotina de treino, seu corpo já estava cicatrizado, suas mãos estavam
cheias de calos.

A primeira jornada para uma batalha veio um ano depois. Ela


se juntou à linha de defesa montada em uma fronteira rural. O lado
dos demônios era composto por monstros no nível mais baixo,
apenas alguns goblins comuns e diabretes, mas, ainda assim, a visão
de seu primeiro campo de batalha e o cheiro de sangue fizeram com
que suas pernas fraquejassem. Não foi capaz de derrotar um único
demônio; os Cavaleiros da Igreja foram obrigados a protegê-la do
começo ao fim.

Sua própria fraqueza e o quão avançado e aterrorizante o


inimigo que ela tentava desafiar ficava claro. As lágrimas que
prometeu nunca mais derramar depois de perder seu pai saíam com
muita facilidade.

Mas o tempo continuava a passar, e Emília ganhava mais


experiência no campo de batalha. Antes que percebesse, já estava
nas linhas de frente, liderando os Cavaleiros da Igreja enquanto
capturavam as cidadelas e postos de comando do Rei Demônio.
O nome de Emília Justina, cavaleira da Guarda da Igreja,
espalhou-se não só entre as forças da Igreja, como também entre
todos os cavaleiros e mercenários que serviam aos exércitos dos
reinos de toda a terra. Ela portava um escudo, sua armadura
prateada tinha o símbolo da Igreja gravado em dourado e vermelho;
sua espada cavalheiresca apresentava a Cruz de Ignora, o símbolo da
Igreja de Ente Isla. Aqueles que a viam matando os bandos de
demônios que ousavam desafiá-la passaram a chamá-la de Virgem
do Campo de Batalha, a Cavaleira Sagrada. Sem demora, Emília
passou a ser reconhecida por toda a raça humana como a líder da
Guarda que enfrentava as hordas do Rei Demônio.

Um grande grupo de amigos confiáveis se reuniu sob sua


liderança.

Olba Meiyer, um dos seis arcebispos da Igreja, a figura mais


alta em sua burocracia. Emeralda Etuva, alquimista e membra da
corte de Saint Aile, um império no Continente do Oeste que foi
capturado pelo exército de Lúcifer. Albert Ende, um artista marcial
que trabalhou arduamente como lenhador nas montanhas do
Continente do Norte.

Às vezes eles lutavam como um quarteto. Mas, de vez em


quando, cada um liderava as próprias forças contra os exércitos do
Rei Demônio.
Quando Emília completou dezesseis anos, já tinha maturidade
o suficiente para ser uma guerreira capaz de empunhar a espada
sagrada. A Better Half foi fundida em seu corpo, garantindo-lhe,
tanto no nome quanto na habilidade, o poder para destruir o próprio
Rei Demônio.

Notícias de que o nascimento da Heroína Emília, a mulher que


portava a espada do Paraíso, espalharam-se por toda a terra,
reanimando os espíritos de todos aqueles que ouviam. O dia em que
a Heroína nasceu também foi o dia em que os humanos de Ente Isla
fizeram a primeira resistência realmente unificada contra o Rei
Demônio.

A resposta de Emília foi ignorada. Ela não sentia orgulho da


adulação; não havia sentido em manter uma grande
responsabilidade para com o povo. Aquele dia não tinha um
significado especial, porém, agora ela tinha o poder necessário para
desafiar o soberano demoníaco em seu próprio jogo.
Dentro do coração dela, duas coisas estavam presentes: a
imagem eterna e indomável de seu pai e um desejo obscuro por
vingança contra os demônios. Seus companheiros permaneceram
em silêncio, tendo ciência disso, prontos para se tornar a espada e
escudo dela enquanto se uniam por uma causa comum.

Com um ímpeto que parecia imparável, derrotaram três dos


Grandes Demônios Generais. Depois de um combate cansativo e
sangrento, invadiram o Castelo do Rei Demônio, o edifício que
serviria como o local da batalha final. A alegria obscura que Emília
sentiu quando sua espada cortou um dos chifres do Rei Demônio
quase a fez ficar eufórica por causa da sensação maravilhosa. E o
ódio feroz que sentiu quando ele escapou pelo Portal, fugindo de seu
golpe final, foi cataclísmico.

Desde o momento em que começou a treinar, sonhava com o


momento em que mataria o Rei Demônio com as próprias mãos.

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