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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

ANA PAULA SOARES CARVALHO PRAZERES


DAMARES MELO CÂMARA
NAYSA CHRISTINE SERRA SILVA

RESENHA: A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO SURDO

São Luís
2018
ORALISMO

O Oralismo, um método de ensino para surdos, ao qual era defendida a


maneira mais eficaz de ensinar o surdo através da língua oral. O Congresso
Internacional de Educadores de Surdos em Milão de 1880, a Língua de Sinais foi
proibida completamente da educação de surdos, impondo ao povo surdo, “o
oralismo”. Em 06 até 11 de setembro de 1880, houve um congresso internacional de
educadores surdos em cidade de Milão na Itália. Neste congresso, foi feita uma
votação proibindo oficialmente a língua dos sinais na educação de surdos. Este
congresso foi organizado, patrocinado e conduzido por muitos especialistas
ouvintistas, todos defensores do oralismo puro. Do total de 164 delegados, 56 eram
oralistas franceses e 66 eram oralistas italianos; assim, havia 74% de oralistas da
França e da Itália. Alexander Grahan Bell teve grande influência neste congresso.
Os únicos países contra a proibição eram os Estados Unidos e Grã Bretanha, havia
professores surdos também, mas as suas „vozes‟ não foram ouvidas e excluídas de
seus direitos de votarem (Strobel, 2006).

O defensor do Oralismo, Alexander Gran Bell contribui no resultado da


votação onde foi oficializada naquele período a proibição do uso de língua de sinais.
A oralização passou a ser objetivo principal na educação das crianças surdas. Sua
proposta era que os surdos fossem reabilitados, ou “normalizados” já que a surdez
era considerada uma anormalidade. As pessoas surdas deveriam se comportar, se
ouvissem e assim integrar-se à comunidade ouvinte e assim estimular a
possibilidade á aprendizagem da língua oral. Após o Congresso, vários países
adotaram o método oralista abolindo o uso da Língua de Sinais no contexto
educativo, fazendo assim que o povo surdo iniciasse um longo e árduo processo em
defesa da sua língua.

Antes do Congresso de Milão em 1880, a Língua de Sinais era mais


valorizada. As pessoas surdas não tinham problemas com a educação, às maiorias
dos sujeitos surdos dominavam a escrita e há evidências de que havia muitos
escritores surdos, artistas, professores e outros sujeitos surdos bem sucedidos. A
educação dos surdos após a escolha desse método apresentou vários fracassos. A
votação do oralismo puro no Congresso de Milão causou enorme sofrimento para o
povo surdo. A proibição do uso das línguas de sinais durou por mais de 100 anos.
Já no final da déc. de 50, o lingüista, William Stokoe, adentrou a Gallaudet
University na condição de professor de Literatura. Quando estava na universidade,
ele se deu conta de que estava em um campo de pesquisa fascinante. Em 1960,
publicou o livro “Estrutura da Língua de Sinais” (Sign Language Structure) e, a partir
de então, iniciasse o processo em que é possível de a forma natural fazer-se a
comunicação dos surdos, de fato através de uma língua. O uso dos sinais em
conjunto com a língua oral segundo Metódicos de L’Épée, é retomado no âmbito
escolar dos surdos. Na déc. de 70, esse método ganhou força, em alguns casos
incorporando recursos de comunicação. Surge assim a Comunicação Total, que
anos mais tarde será considerada, assim como o Oralismo, uma filosofia da
Educação de Surdos.

Na antiguidade, mais especificamente na Grécia, as pessoas que nasciam


surdas também eram indiscutivelmente consideradas mudas, incapazes, portanto,
de emitirem nenhuma palavra. Segundo Aristóteles, por lhes faltarem um sentido,
seria impossível aos surdos alcançarem a consciência humana. Esse pensamento
permaneceu por muitos séculos, sendo esses sujeitos colocados em condição muito
inferior à dos demais. Em Roma, nos primeiros anos de nossa era, os surdos
necessitavam de um curador, pois não podiam exercer a cidadania, já que não
possuíam direitos legais. Para a igreja Católica, eram criaturas castigadas por Deus
e sem alma, não tendo, assim, direito à vida eterna, uma vez que não poderiam
professar o sacramento da Santa Igreja Católica. No Império Romano, o imperador
Justiniano fez a separação entre surdez e mudez. Ele ordenava que as pessoas
surdas e mudas fossem proibidas de fazer testamento, tampouco de receber
herança. Em apenas alguns casos, como quando o surdo tivesse perdido a audição
após ter recebido a educação formal, poderia ter seus direitos preservados.

Já no século XVI, o médico Girolamo Cardano, através da convivência com


seu filho que era surdo desenvolveu estudos sobre o ouvido, nariz e cérebro e
propôs que os surdos deveriam ser ensinados, sobretudo a ler e a escrever, pois a
escrita equivaleria à fala e a leitura equivaleria à audição. Ainda nesse mesmo
século, Pedro Ponce de Leon, monge beneditino nascido na Espanha, tinha a tarefa
de ensinar crianças surdas filhas de nobres a ler, a escrever, a s e confessar entre
outras tarefas para que pudessem ter seus direitos resguardados. Ainda hoje, não
se sabe muito sobre os métodos utilizados pelo monge, apenas que utilizava algo
parecido com o nosso alfabeto manual, em que cada configuração de mão
correspondia a uma letra do alfabeto latino.

COMUNICAÇÃO ORAL

A partir de 1960 devido aos resultados insatisfatório do oralismo surge uma


nova abordagem filosófica associada aos oralismo pois, às pesquisas apresentavam
que as crianças filhas de pais surdos apresentavam um desenvolvimento superior ao
das crianças filhas de pais ouvintes e as primeiras pesquisas sobre a língua de
sinais americana – ASL, desenvolvidas por William Stokoe. Surge, então a
comunicação total uma abordagem linguística que trouxe reconhecimento a língua
de sinais.

Esta filosofia preocupa-se com a forma de comunicação utilizada tanto por


surdos e surdos quanto surdo e ouvintes e de que forma ocorre a aprendizagem oral
pela criança surda. Vale ressaltar que essa abordagem filosófica valoriza a utilização
de recursos viso manual como a gentes facilitadores do ato comunicativo.

Outro fato interessante, é que os profissionais que defendem essa


abordagem, percebem o sujeito surdo de forma diferenciada dos oralistas pois, não
eram vistos apenas como portadores de uma deficiência que deveria ser eliminada
mas como um pessoa. No que Ciccone, 1990 apud Goldfeld, 2002, p. 39 relata que:
” ... a surdez como uma marca que repercute nas relações sociais e no
desenvolvimento afetivo e cognitivo dessa pessoa”.

Neste contexto, constata-se que há uma valorização do surdo como um


individuo capaz de desenvolver segundo às pesquisas que em um ambiente que
ocorre a comunicação total o surdo desenvolveria a habilidade comunicativa e teria
melhor desenvolvimento escolar pois, diferencialmente do oralismo acredita que
apenas o aprendizado do oralismo não garante o pleno desenvolvimento da criança
surda.

Segundo Ciccone, 1990 apud Goldfeld, 2002, p.40 afirma: “que muitas
crianças que foram expostas sistematicamente a modalidade oral de uma língua,
antes de três anos de idade, conseguiram aprender esta língua de forma satisfatória,
porém no desenvolvimento cognitivo, social e emocional não foram bem-sucedidas”.

Neste contexto, também Stevenson(1964) e Meadow (1966) apud Veloso &


Filho (2015, p.40) concluíram que:” Filhos surdos de pessoas surdas (FSPS) eram
superiores aos filhos surdos de pessoas oralizadas (FSPO) em realização
acadêmica, matemática, leitura e escrita, vocabulário, sem diferenças na fala e na
leitura oro-facial. Como resultado dessas pesquisas concluíram que os sinais não
prejudicavam o desenvolvimento das crianças surdas, mas ao contrário, ajudava-as
no desenvolvimento escolar, sem prejuízo para as habilidades orais”.

Diante dessas pesquisas constata-se que língua de sinais não prejudica o


desenvolvimento educacional da criança surda mas, ajuda-as a progredir nos
estudos. Vale ressaltar que, a comunicação total é bem diferente das outras
abordagens educacionais pois, utiliza-se de qualquer recurso linguístico para realizar
a comunicação com surdos como: língua de sinais, língua oral ou códigos manuais.

No que Goldfeld, 2002, p.40 afirma que: “No Brasil, além da Língua Brasileira
de Sinais (Libras), a Comunicação Total utiliza ainda a datilologia, também
chamada de alfabeto manual( representação manual das letras do alfabeto) o cued-
speech (sinais manuais que representa os sons das línguas portuguesa), o
português sinalizado (língua artificial que utiliza o léxico da língua de sinais com
estrutura sintático português e alguns sinais inventados, para representar estruturas
gramaticais do português que não existe língua de sinais) e o pidgin(simplificação
da gramática de duas línguas e contato, no caso, o português e a língua de sinais.

Sendo assim, valoriza a comunicação e interação e não somente a língua ou


línguas pois, o aprendizado da língua não é o principal objetivo dessa abordagem.

Segundo PEREIRA,2011,p.11 afirma que: A comunicação total defende que


os surdos tenham acesso à linguagem oral por meio da leitura orofacial, da
amplificação, dos sinais e do alfabeto manual e que se expressem por meio da fala,
dos sinais e do alfabeto manual.

Neste sentido, constata-se que essa abordagem filosófica utiliza todas as


formas de comunicação de forma concomitante tanto oral quanto sinalizada que
resulta na utilização de uma única língua expressa em duas modalidades: oral e
gestual. No que Schlesinger (1998 apud Pereira, 2011,p.12) chama de bimodalismo.
Que segundo Pereira, 2011, p.12 define que bimodalismo refere-se:” à exposição ou
ao uso de uma só lingua, produzida em duas modalidades: oral e gestual.

Portanto, a comunicação total, crê que o bimodalismo veio para minimizar o


bloqueio de comunicação que o surdo tem, de forma evitar que essa criança surda
não desenvolva. Sendo assim, acredita que a família assumirá seu papel de decidir
sobre qual a forma de educação que seu filho terá pois essa decisão caberá aos
pais decidir e não aos profissionais que trabalha com a criança.

BILINGUISMO

O Bilinguismo é definido como a possibilidade de uso de duas ou mais


línguas, assim pode-se afirmar que o aluno surdo pode ter a possibilidade de ser
bilíngue como qualquer outro aluno. Grosjean (1996) afirma que o aluno precisa de
especificidades para tornar-se bilíngue.

Segundo Skutnabb-Kangas (1994), para um indivíduo ser considerado


bilíngue, o mesmo pode ter aprendido duas ou mais línguas desde a sua infância
com os falantes nativos ou como uma opção de resposta para uma demanda de
comunicação. Ser bilíngue é também ser reconhecido como uma pessoa que é
identificada e que se identifica como usuária de duas ou mais línguas, assim como
conhecedora e detentora das culturas e que possuem a habilidade de usufruir de
cada língua conforme sua escolha.

Skiliar (1997) diz que as crianças surdas devem ser inseridas na educação
bilíngue desde os primeiros anos escolares, que a primeira língua seja a língua de
sinais e que a segunda língua seja a majoritária de seu país. Sabe-se que a língua
de sinais é uma língua natural com estrutura especifica e, devido ser uma língua
espaço-visual, é facilmente aprendida pelos indivíduos surdos. É através da
aquisição da língua de sinais que as crianças surdas desenvolveram a sua
capacidade cognitiva, linguística e social. Permitira, também, a construção da
identidade do indivíduo surdo dentro da comunidade surda e/ou ouvinte. E, o mais
importante, é através da aquisição da língua materna que o aluno surdo terá a
possibilidade de aprender a língua majoritária.
Aqui no Brasil, a educação bilíngue é garantida por lei através do Decreto
Federal 5.626/2005, que disse que toda criança surda têm direito a uma educação
bilíngue, sendo sua aprendizagem em será através da sua primeira língua – a Libras
e da sua língua – o Português, na modalidade escrita. Ou seja, os conteúdos
escolares serão trabalhados por meio da Língua Brasileira de Sinais e da Língua
Portuguesa simultaneamente.

Nesse processo, o profissional surdo tem um papel de suma relevância na


aprendizagem da Libras pelas crianças surdas, pois além de condutor aos novos
conhecimentos, é, também, um referente para a construção da identidade dos
alunos surdos. Assim, faz-se necessário que as escolas tenham em seu quadro
docentes surdos.

Quadro (2005) explicita que a educação de surdos deve conter um currículo


estruturado em uma perspectiva viso-espacial, garantindo, assim, o acesso inclusivo
aos conteúdos escolares ensinados em sala de aula. O bilinguismo, para as pessoas
surdas, pr associado, precisa estar associado ao biculturalismo, ou seja, à
convivência e à identificação, efetivamente, com os grupos linguísticos que usam a
Libras e o Português, preferencialmente na modalidade escrita.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto Federal


nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005.
GOLDFELD, Marcia. A criança surda: Linguagem e cognição uma perspectiva
sociointeracionista. – 7ª ed. – São Paulo: Plexus Editora,2002.

GROSJEAN, François. Living with two languages and two cultures. In Ila Parasnis
(ed.) Cultural and language diversity and the deaf experience. Cambridge:
Cambridge University Press, 1996, 20-37.
PEREIRA, Maria Cristina da Cunha. CHOI, Daniel. VIEIRA, Maria Inês. GASPAR.
Priscilla. NAKASATO, Ricardo. Libras Conhecimento além dos Sinais. -1ª ed. - São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

QUADROS, R.M. Educação de Surdos - a aquisição da linguagem. Porto Alegre,


RS: Artes Médicas, 1997.
QUADROS, R. M. O ‘Bi’ em bilinguismo na educação de surdos. In E. Fernandes
(org.) Surdez e bilinguismo. Porto Alegre, RS: Editora Mediação, 2005, 26-36.
SKLIAR Carlos. Uma perpectiva sócio-histórica sobre a psicologia e a educação dos
surdos. In C. Skliar (org.) Educação e Exclusão. Porto Alegre: Ed. Mediação,
1997/2004.
SKLIAR, Carlos. A localização política da educação bilingue para surdos. In: Skliar,
C. (org.) Atualidades da educação bilingue para surdos: processos e projetos
pedagógicos. Porto Alegre: Ed. Mediação, 1999. p. 7-14.
SKUTNABB-KANGAS, Tove. Linguistic Human Rights. A Prerequisite for
Bilingualism. In I. Ahlgren & K. Hyltenstam (eds.) Bilingualism in Deaf Education.
International Studies on Sign Language and Communication of the Deaf. Vol. 27.
Hamburg: Signum-Verl, 1994. 139-159.
VELOSO,Eden. FILHO, Valddeci Maia. Aprenda libras com eficiência e rapidez.10ª
ed.- Curitiba: Pr. Volume:1 e 2.Editora: Mãos sinais,2015.

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