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Palestra de Paulo Romeiro - 1Samuel 28

Nota de rodapé da Bíblia Shedd (não foi Samuel que apareceu para Saul).

1. O livro de 1Samuel não foi escrito por Samuel, ele já havia morrido

2. Seus assessores (de Saul) não eram israelitas (eram estrangeiros)

3. A palavra médium no hebraico (0178 ‫אוב‬ ’owb, NDITAT #200), a


Septuaginta, versão grega do Antigo Testamento, traduziu como egastrímetos
(1064 γαστ ηρ gaster), que tem haver com gastronomia, estômago.

Qual era a crença então?

No antigo Israel os médiuns, feiticeiros, tinham uma tenda e nela cavavam um


buraco, falavam pelo estômago (eram ventríloquo). Então eles imitavam a voz
como a de um espírito, mas era ventriloquismo.

Suporte adicional vem de Isaías, que descreve os médiuns como indivíduos


que sussurram e murmuram: “Então, lançada por terra, do chão falarás, e do
pó sairá afogada a tua fala; subirá da terra a tua voz como a de um fantasma;
como um cochicho, a tua fala, desde o pó.” (Is 29.4).

O destino do médium era ser eliminado do povo (Lv 20.6) e sentenciado à


morte por apedrejamento (Lv 20.27). Não eram somente os médiuns e
adivinhos uma abominação ao Senhor, mas também é dito que aqueles que os
consultam são contaminados e fazedores do mal (Lv 19.31; 2Rs 21.6; 23.24).
Aqueles que consultam médiuns são tão responsáveis quanto os próprios
médiuns. Essa foi a sorte do próprio Saul: “Assim, morreu Saul por causa da
sua transgressão cometida contra o SENHOR, por causa da palavra do
SENHOR, que ele não guardara: e também porque interrogara e consultara
uma necromante” (1 Cr 10.13). Para uma discussão geral sobre adivinhação
qsm (praticar adivinhação, NDITAT # 7876).

O povo de Deus recebeu o mandamento de se manter longe destes ocultistas


(Lv 19.31).. Na verdade, a punição para quem se voltasse para tais "médiuns"
era a morte por apedrejamento (Lv 20.27). Naturalmente, ‘ob è incluiria na lista
completa de abominações semelhantes em Deuteronômio 18.10,11. Todas
estas ocupações li davam com o oculto. O homem tem desejado, desde
tempos imemoráveis, conhecer o futuro. Nos dias antigos alguns ocultistas
adivinhavam pelas nuvens, outros por meio de rins (Ez 21.21 [26])t enquanto
outros ainda consultavam espíritos. A palavra 'ôb refere-se claramente àqueles
que consultavam espíritos, visto que 1Samuel descreve uma destas pessoas
em ação. A famosa "pitonisa" de En-dor era uma 'ôb. Embora Saul tivesse
proibido "feiticeiras* e "mágicos", ele consultou uma delas. Disfarçando-se
pediu que a "médium" trouxesse Samuel dentre os mortos. Ela foi bem
sucedida e, embora ele tenha se queixado de ter sido perturbado, anunciou a
Saul as más noticias de que Deus não estava agradando-se de Saul e que
Saul e seus filhos morreriam no dia seguinte (DITAT, p. 24).

1. Deus não falava mais com Saul, nem por Urin/sim e Tumim/não

(pedras que ficavam no peito do sacerdote, dentro do éfode

(embornal, sacola, bolsa). Este era o oráculo mais simples para falas

com o povo de israel.

2. Deus não falava mais com Saul nem por visões, sonhos, revelações,

nem profeta.

Deus pergunta para Samuel:

Até quando você vai ter misericórdia de Saul?

Eu já o rejeitei!

3. Se Deus não queria falar mais com Saul, por que falaria por meio de uma
feiticeira, algo que ele já havia condenado na Lei (Torá). Consultar tais
indivíduos era estritamente proibido pela lei do Pentateuco:

“Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os


procureis para serdes contaminados por eles. Eu sou o SENHOR, vosso
Deus.” (Lv 19.31; cf. 20.6,27; Dt 18.10-11).

4. Podemos confiar no discernimentode Saul, ou da feiticeira,

ou dos servos de Saul (claro que não!).


Texto inspirado não quer dizer conteúdo inspirado!

Não é so Deus quem fala na Bíblia, os demônios também falam!

Aquele "Samuel" que ali falou com Saul, fez uma profecia:

Amanhã você e seus filhos estaram comigo.

E isso não se cumpriu!

Isso não aconteceu, morreram dezessete dias depois, e nem

todos os filhos de Saul morreram, alguns ficaram vivos.

5. Compare isso com 1Samuel 3.19

"E crescia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas

as suas palavras deixou cair em terra".

Ora! Se Samuel nunca mentiu em vida mentiria depois de morto?


Comentário de Champlin AT vol. 6 p. 3742/43

ADIVINHAÇÃO

I. A Prática da adivinhação nas Escrituras

O A.T. condena todas essas práticas entre os povos pagãos (Lev. 19:26. Deu.
18:9-14. II Reis 17:17 e 21:6). Porém, é fato fácil de ser demonstrado que o
próprio povo de Israel muito se envolveu com tais práticas, e que
freqüentemente o fez sem qualquer censura.

Abaixo oferecemos um sumário sobre a questão, mostrando os oito métodos


geralmente empregados nas páginas das Escrituras ou na cultura judaica:

1. Rabdomancia (ver Eze. 21:21). Varetas ou flechas eram atiradas para o ar, e
os presságios eram deduzidos das posições em que esses objetos caíam.
Talvez a passagem de Osé. 4:12 seja uma referência a isso.

2. Hepatoscopia (ver Eze. 21:21). Esse método de adivinhação consistia no


exame do fígado ou outras entranhas dos animais sacrificados. Sentidos
prováveis eram atribuídos aos diversos sinais desses órgãos, mais ou menos
semelhantes ao que fazem as quiromantes, ao examinarem as marcas das
palmas das mãos de seus fregueses.

3. Terafins. Eram imagens de antepassados mortos. (Ver I Sam. 15:23; Eze.


21:21 e Zac. 10:2). Alguns estudiosos acreditam que esse método
representava alguma forma remota de espiritismo.

4. Necromancia. Era a consulta aos mortos, isto é, aos espíritos


desencarnados de tais indivíduos. (Ver Deut. 18:11; I Sam. 28:7; II Reis 21:6;
Isa. 8:19,20). Essa prática era estritamente condenada pela lei mosaica. (Ver
Lev. 18:31 e 20:6). Supunha-se que o chamado médium ou intermediário
possuía um espírito familiar, ou, usando termos modernos, um controle. O
vocábulo «necromante» é utilizado em Deut. 18:11, e significa, literalmente,
«aquele que interroga os mortos». Não há razão alguma em supormos que o
A.T. queria dar a entender que essa prática é impossível; e as pesquisas
modernas parecem indicar que, pelo menos em alguns casos, se obtêm
contatos genuínos, e que mensagens genuínas são transmitidas assim. Porém,
de mistura com essa prática sem dúvida alguma surgem formas freqüentes de
demonismo, quando espíritos malignos fingem ser seres humanos já falecidos.
Outrossim, a maioria dos espíritos de mortos que podem entrar em contato
com os vivos são os de natureza maligna e inferior.

Regressam Os Espíritos dos Mortos?

a. A doutrina judaica condenava o contato com os espíritos dos mortos, mas


não considerava isso algo impossível.
b. A doutrina judaica comumente associava os demônios aos espíritos
humanos desencarnados depravados e aviltados. Essa idéia foi seguida por
muitos dos primeiros pais da igreja. O mais provável é que entre os demônios
havia tanto anjos decaídos como espíritos humanos desencarnados aviltados,
além de outros tipos de seres espirituais, sobre os quais não temos nenhum
conhecimento maior.

c. Não há razão para dúvidas de que, em tempos modernos, os chamados


«médiuns» sejam capazes de entrar em contato com certa variedade de
espíritos, incluindo espíritos humanos que se acham no mundo intermediário, a
saber, o mundo espiritual onde os destinos ainda não estão bem definidos. (Ver
notas em I Ped. 4:6 no NTI sobre como os «destinos eternos» não serão
determinados enquanto não houver a segunda vinda de Cristo). Apesar de
poder haver tais contatos—em meio a muita fraude—isso não é desejável, a
menos que Deus, por alguma razão específica, envie um desses espíritos em
missão, para dar alguma mensagem. Consideramos que esses casos são
raríssimos, e que não devem ser buscados abertamente pelos vivos.

d. Ver no NTI as notas completas sobre os «demônios», em Mar. 5:2; sobre a


«possessão demoníaca», em Mat. 8:28; sobre «Satanás», em Luc. 10:18.

5. Astrologia. Tal prática tira as suas conclusões mediante as posições dos


astros celestes, como o sol, a lua, os planetas e as constelações em relação ao
zodíaco (que é o cinturão imaginário, no firmamento que se estende por oito
graus, de ambos os lados da vereda aparentemente seguida pelo sol, incluindo
tanto a lua como os principais planetas. Tal campo está dividido em doze
partes iguais, também chamadas signos, cada uma das quais recebeu o nome
de alguma constelação) e em relação uns aos outros aesses corpos celestes. A
Bíblia, a despeito de não condenar abertamente tais especulações, despreza-
as, entretanto, conforme vemos em Isa. 47:13 e Jer. 10:2.

A história sobre os magos ou astrólogos que vieram do oriente, a fim de


apresentarem os seus presentes ao menino Jesus, era geralmente interpretada
pelos pais da igreja como uma admissão de que havia tais estudos em tempos
antigos e que Cristo foi a perfeita revelação de Deus que eliminou tais ciências,
porquanto tais homens prostraram-se ante a face de Cristo. (Ver Mat. 2:1-12
quanto a essa narrativa e sua devida interpretação).

Três Variedades De Astrologia

a. Há quem pense que os planetas e as estrelas, ao emanarem energia,


produzem efeitos, negativos ou positivos, sobre os homens, os quais, afinal de
contas, são campos de energia eletromagnética. Naturalmente, o sol e a lua
produzem tais efeitos, mas é difícil crer que a débil energia dos planetas
também os produzam.
b. Outros crêem numa forma de astrologia que operaria segundo o princípio da
«coincidência cheia de significado». Isso daria a entender que Deus, em um
desígnio total fantástico, teria equiparado as experiências de cada ser humano
com os movimentos dos planetas, da lua e do sol. Essa teoria nega,
essencialmente, que os corpos celestes realmente influenciem os homens por
meio de emanações de energia. Contudo, pensa-se que as posições e os
movimentos de tais corpos coincidem com os eventos das vidas humanas, e
isso por um desígnio divino. A vida de um ser humano, por conseguinte,
poderia ser lida nas estrelas, por aqueles que possuem o conhecimento
apropriado.

c. Também existe uma astrologia cristã. Alguns têm afirmado serem capazes
de encontrar, em vários aspectos do zodíaco, várias afirmações e ilustrações
acerca da glória de Cristo. Em outras palavras, cada sinal desvendaria algo
distinto a respeito dele. As vidas dos homens, envolvidas nele como estão,
naturalmente também seriam exibidas através daqueles signos.

6. Hidromancia. Esse método de adivinhação pode assumir diversas formas.


Uma delas consiste em encher uma taça ou copo com água, procurando
produzir com tal objeto um transe passageiro. Nesse estado mental podem-se
obter informações, ou da parte de algum ser superior, que então poderia
penetrar na mente e influenciá-la, ou da parle da porção subconsciente da
mente do próprio adivinho, naqueles casos em que as pessoas possuem
poderes telepáticos e de clarividência, de que ordinariamente não dispõem os
homens, embora o conhecimento assim obtido possa ser transmitido a um
indivíduo em estado de sonho. Trata-se, realmente, de uma forma de
adivinhação com bola de cristaI, que é apenas a sua forma moderna, embora
alguns desses adivinhos prefiram usar a água. Alguns indivíduos podem até
mesmo produzir tais efeitos contemplando alguma superfície plana e polida,
como a superfície de uma mesa ou de outro objeto polido. A única referência
bíblica insofismável a respeito desse método aparece no trecho de Gên. 44:5,
onde se lê qje José afirmou que usava o seu cálice de prata com tal propósito.
Os intérpretes têm feito muitas contorções para negar que José realmente
usava tal método de adivinhações, mas tal esforço é desnecessário, pois os
servos de José meramente repetiram o que ele ordenou que se dissesse. No
entanto, isso é tentar fazer as culturas antigas e suas práticas se adaptarem ao
ideal cristão conforme esse ideal é contemplado pela igreja cristã moderna.
Sabemos que José era possuidor de dons psíquicos, conforme os seus
sonhos, interpretações de sonhos e predições indicam claramente; e não há
razão real para duvidarmos de que ele usasse um ou mais métodos antigos
para provocar seu discernimento sobre tais questões. Além disso, o mal
consiste na fonte informativa espiritual com a qual ele entraria em contato, e
não no próprio método usado. Se porventura ele entrava em contato
meramente com o nível subconsciente de sua própria mente, dificilmente
poder-se-ia dizer que ele entrava em contato com alguma fonte maligna;
porém, se ele se deixava arrastar por transes profundos (o que não é usual no
método da «bola de cristal»), então sua mente subconsciente poderia ficar
aberta ante os poderes malignos; e isso é que seria perigoso.

Por essa mesma razão, não é sábio que indivíduo algum, exceto sob a
observação e as recomendações médicas mais estritas possíveis, submeta-se
ao hipnotismo, porquanto isso franqueia a mente subconsciente para alguém
de fora, sendo exercidas possíveis influências malignas, além de ficar
debilitado o poder da vontade do indivíduo. Essa prática também cria a
dependência psicológica, por parte do hipnotizado, ao hipnotizador, o que é um
grande mal. Casos de possessão demoníaca se têm verificado em resultado
direto do hipnotismo, porquanto a mente do indivíduo hipnotizado é
enfraquecida pela influência externa.

Deveríamos ainda advertir neste ponto, que muito daquilo que passa por
manifestações espirituais, no seio da igreja evangélica, como o falar em
línguas, os pronunciamentos proféticos, as visões, etc., podem nada ser além
do produto da mente subconsciente de alguns indivíduos, da influência
telepática exercida por terceiros ou por alguma entidade espiritual, quer um
espirito humano terreno, quer um espírito humano desencarnado, quer da parte
de algum outro ser espiritual qualquer. E tudo isso mediante a entrada do
indivíduo em uma forma de transe hipnótico superficial ou profundo. Tais
manifestações podem ser induzidas pelo próprio indivíduo ou por outros, os
quais, sincera mas ignorantemente, buscam os dons espirituais ou o contato
especial com o Espírito Santo. Esse contato espiritual, necessário é que se
diga, pode ser real, mas não com o Espírito Santo. Esses são os casos de
mistificação, Isso não significa, entretanto que não existam manifestações
genuínas do Espírito Santo.

No que diz respeito à adivinhação por bola de cristal, alguns estudiosos


acreditam que Balaão pode ter-se utilizado de suas capacidades de
clarividência através desse método. (Ver Núm. 24:1).

7. Sonhos. Muitas são as instâncias de sonhos reveladores, tanto no Antigo


como no Novo Testamentos, que foram dados por Deus como meios para guiar
os homens. O caso de José é uma ilustração que nos vem dos tempos
anteriores à lei mosaica; o caso de Daniel é um exemplo do tempo dos
profetas. (Ver Gên. 35:40,41 e Dan. 2:4,7). No N.T. diversos exemplos de
sonhos místicos são historiados. (Ver Mat. 1:20; 2:12,13,19,22 e Atos 2:17,
onde os sonhos são definidamente declarados como meios de comunicação
entre Deus e os homens, como cumprimento de parte de uma profecia que
aparece em Joel 2:28). O trecho de Zac. 10:2 mostra-nos que os falsos
profetas geralmente dependem muito de sonhos falsos e mentirosos.
Os estudos modernos sobre o fenômeno dos sonhos têm mostrado que os
sonhos comuns geralmente combinam o passado, o presente e o futuro dos
indivíduos, essencialmente com o propósito de resolver problemas. É óbvio,
pois, que a mente subconsciente tem a capacidade de atuar como um
computador, recolhendo dados das experiências passadas e presentes, e até
mesmo dos acontecimentos futuros, que se sabe fazer parte da experiência
necessária do indivíduo, fazendo juízos com base em tais informes; e então,
mediante um sonho, fornece orientação à pessoa. Através desses estudos se
tem verificado positivamente que todas as mentes humanas têm consciência,
em nível profundo, de acontecimentos futuros, sobretudo no que tange ao
próprio indivíduo, sendo uma das funções da psique humana.

Não existe experiência psíquica mais comum que a do sonho de conhecimento


prévio. Tal sonho é uma função da personalidade humana, que fornece
orientação ao indivíduo, ou que tem por finalidade prepará-lo psicologicamente
para alguma ocorrência acerca da qual a mente subconsciente foi adredemente
avisada. A maioria dos sonhos não é lembrada, após o despertar, e somente
os mais vívidos é que são relembrados. Alguns estudos têm indicado que todos
os principais acontecimentos, e talvez até mesmo todos os acontecimentos,
são primeiramente sonhados. Dessa forma, pois, parece que a função inteira
dos sonhos é de servir de dom de Deus aos homens, ajudando-os em suas
existências terrenas de maneira mais ordeira.

Com base em tudo aquilo que já sabemos ou que estamos aprendendo


concernente aos sonhos, não nos devemos surpreender que Deus use de tais
recursos para comunicar-se com os homens. Afinal de contas, o homem é um
ser espiritual, — apesar de temporariamente viver preso a um corpo físico,
porém, possui faculdades espirituais inegáveis. Se porventura encontrássemos
algum meio de fazer as nossas horas de sono se voltarem para Deus, como
também nossas horas despertas, sem dúvida muito proveito espiritual
tiraríamos disso.

8. Sortes. (Quanto a informações sobre esse método de adivinhação, ver as


notas expositivas sob ponto II).

O único uso que se faz no N.T. do termo adivinhação, aparece no trecho de


Atos 16:16, onde é contada a história de uma jovem que era possuída por um
espírito adivinhador. Tal caso possivelmente pode ser classificado sob o ponto
número (4), que aparece acima. O famoso délfico ficava no distrito de Pito (na
Grécia central). De Pito é que nos veio o termo pitonisa, termo esse que indica
as mulheres que adivinham as coisas. Tal termo era evidentemente utilizado de
forma irrestrita, para indicar qualquer pessoa sobrenaturalmente inspirada,
como sucedia às sacerdotisas de Delfos.

II. Como ilustrada em Atos 1:26


Então deitaram sortes a respeito deles e caiu a sorte sobre Matias, e por voto
comum foi ele contado com os onze apóstolos.

Esta história nos faz lembrar das práticas do A.T. Por essa época a igreja
primitiva ainda não usava da imposição de mãos, mas de uma espécie de
cerimônia que provavelmente vinha desde os tempos de Moisés. O método de
«lançar sortes» consistia em colocar pedras ou tabuinhas, com nomes escritos,
em um vaso, o qual era sacudido até que uma delas caísse. Aquele cujo nome
estivesse nessa pedra ou tabuinha era considerado como a pessoa escolhida
por Deus, porquanto pensava-se, que de algum modo, o Senhor Deus é quem
causara aquela ação particular. Não obstante, alguns estudiosos têm pensado
que tudo quanto se fazia em tais casos era «tomar um voto”, o que seria uma
antiga expressão idiomática acerca do lançamento de sortes. No entanto, a
maioria dos intérpretes tem-se manifestado contrariamente a essa noção, a
qual, mui provavelmente, apareceu como tentativa de «limpar» o texto sagrado,
posto que muitos cristãos modernos pensam que esse tipo de ação é muito
estranha, posto ser uma forma antiga de adivinhação.

«Interpretada à luz da oração que se fez, Atos 1:24, bem como pela palavra
«caiu», que aqui aparece, parece não restar dúvidas de que a passagem fala
sobre lançamento de 'sortes', e não sobre Votos'.» (E.H. Plumptre, in loc.).

A literatura antiga revela-nos que essas práticas eram extremamente comuns


em outras culturas da época, como, por exemplo, entre os gregos. A bem
conhecida história do estratagema de Cresponto, na divisão do território, após
a invasão dos dóricos (Sófocles, Aias, 1285) é um exemplo disso. A passagem
de Pro. 16:33 reflete tanto essa prática como também a confiança em que
Deus se utilizava desses meios para revelar a sua vontade: «A sorte se lança
do vaso, mas do Senhor procede toda a sua disposição». Isso pode refletir um
tipo de diferente modo de proceder, em que se punham várias sortes dentro de
um vaso, quando estas eram retiradas, as primeiras a saírem eram as
favorecidas, sem importar quais decisões estavam sendo tomadas.

No tocante a essa passagem, John Gill diz o seguinte (in loc.): «...lançadas em
seu colo, nas vestes de um homem, no seu seio, em seu chapéu, capa, urna
ou o que quer que tivesse no colo, de onde eram retiradas. Essa prática era
usada na escolha de líderes, tanto civis como eclesiásticos, nas divisões de
heranças e na determinação de casos duvidosos; também no estabelecimento
de contendas e para pôr fim aos conflitos e desentendimentos, o que, de outro
modo, não se poderia conseguir...o juízo que se deveria fazer mediante essa
prática, acerca de pessoas ou de coisas. . .era assim dirigido por Deus, de tal
modo que (a sorte) caía sobre a pessoa certa, ou então ficava conhecido aqui o
que era o motivo da dúvida...Isso deveríamos atribuir não ao acaso cego ou à
sorte, ou à influência das estrelas, ou a qualquer ser criado invisível, anjo ou
demônio, e, sim, somente ao próprio Senhor. Pois não existe aquilo que se
convencionou chamar de sorte, e nem acontecimentos fortuitos; tais
ocorrências, ainda aquelas que parecem mais fortuitas ou contingentes, são
todas dispostas, ordenadas e governadas pela vontade soberana de Deus».
(Isso dizia John Gill referindo-se ao trecho de Pro. 16:31. Ver também o uso
dessa prática por parte de Aarão, em Lev. 16:8. Ver também Núm. 34:13; I Crô.
24:6; João 1:17 e Luc. 1:9, referências bíblicas essas que mostram que a
ordem particular do serviço prestado pelos sacerdotes, isto é, quando e como
haveriam de servir em suas várias capacidades no templo, era determinada por
alguma forma de sorte, quando se empregavam diversos sistemas possíveis
conforme fica subentendido nas notas expositivas acima).

Outras alusões antigas a essa prática, fora da cultura hebraica, são as


seguintes: Livio xxiii.3. Sófocles, Aias, 1285. Josefo menciona igualmente tal
prática, no trecho de Antiq. vi. 5, havendo referências à mesma nos
antiquíssimos escritos de Homero.

Recair sobre Matias. Sem importar qual método de lançamento de sortes foi
usado, o resultado é que Matias foi considerado apóstolo por escolha divina,
porquanto se aceitou o fato de que Deus havia dirigido o salto da sorte para
fora do vaso ou urna; ou que, no caso da mesma haver sido retirada com a
mão, de algum recipiente, que Deus orientara a mão para que retirasse o nome
escolhido pelo Senhor. Desse modo Matias tomou lugar junto com os outros
onze apóstolos, no ofício apostólico.

Com base nessa circunstância ficamos sabendo da grande fé dos apóstolos na


providência divina, e que eles não criam que as coisas acontecem por acaso.

Ver o artigo separado sobre a astrologia. Ver também o artigo sobre os sonhos.

III. Comentários, críticas e observações.— 1. O fato de que os sonhos


regularmente prevêem o futuro mostra-nos que o homem comum recebeu de
Deus a capacidade de prever o futuro. Portanto, é absurda a idéia de alguns,
de que há algo de errado ou mesmo demoníaco nos sonhos. Como no caso de
tudo o mais, essa capacidade, ou a tentativa de desenvolvê-la abusivamente,
pode tornar-se prejudicial, quando a utilizamos com finalidades erradas.

2. As capacidades psíquicas, por si mesmas, não são boas e nem más. Os


estudos feitos em laboratórios têm demonstrado que todas as pessoas são
psíquicas. De fato, mui provavelmente é essa capacidade, posta em uso
diariamente, que permite a manipulação de nossos corpos. Em outras palavras,
o controle da mente sobre a matéria é a essência mesma da interação entre o
corpo e o espírito. A força psíquica é usada como um instrumento pelo espírito,
a fim de controlar o seu veiculo físico, o corpo. Porém, quando as habilidades
psíquicas são usadas abusivamente, no interesse próprio, ou para influenciar
outras pessoas para o mal, ou para prover meios para algum espírito estranho,
ou para forçar sobre nós influências diversas, então tais capacidades tornam-
se um instrumento maligno. Mas somente em tais casos.

3. A Bíblia pronuncia-se contrária à adivinhação (ver Deu. 18:1012), quando


esta é abusiva. Pois há provas óbvias de que os hebreus usavam formas de
adivinhação, como também o fizeram os apóstolos em Atos 1:26. Uma questão
tão séria como a questão de substituir Judas Iscariotes no apostolado foi
resolvida mediante o lançamento de sortes. Pode-se presumir que os pagãos
regularmente abusam da adivinhação, pelo que buscar a ajuda psíquica de
pessoas incrédulas, devido a essa circunstancia, não é apenas uma medida
inútil, mas até mesmo pode ser prejudicial. Além disso, os poderes
demoníacos, que atuam sobre os incrédulos, são reais, e precisam ser evitados
pelo crente.

4. O simples ato de tentar obter discernimento psíquico acerca dos problemas,


sem importar se isso envolve ou não conhecimento quanto ao futuro,
dificilmente pode ser algo errado, porque isso é o que os nossos sonhos fazem
regularmente. Os estudos mostram que quase tudo quanto fazemos, dotado de
qualquer importância, além de muitas coisas totalmente triviais, são previstas
pelos nossos sonhos. O truque consiste em lembrar os sonhos, pois apesar de
podermos ter mais de vinte sonhos a cada noite, talvez possamos relembrar
apenas quatro ou cinco deles por semana. Não há que duvidar que os sonhos
fazem parte de uma herança dada por Deus, para nossa orientação. Os sonhos
de cunho moral castigam-nos e nos fornecem instruções espirituais. Os sonhos
espirituais revelam- nos mistérios. Os sonhos psicossomáticos advertem-nos
de coisas que adoecem o corpo. Os estudos feitos no campo dos sonhos
mostram que há um intercâmbio telepático regular entre as pessoas que se
tornam íntimas, e muitos sonhos são compartilhados de forma literal ou
simbólica. Isso simplesmente faz parte dos sonhos. Portanto dificilmente pode
ser errado enviar e receber impulsos psíquicos ou telepáticos. Isso sucede
conosco o tempo todo, se estivermos despertos ou dormindo. Não obstante, a
negra mão do mal intromete-se em tudo, até mesmo em nosso comer e beber,
quando nos tornamos gulosos ou bebemos coisas prejudiciais à saúde .

5. O crente espiritual, conduzido pelo Espírito, recebe orientação de alguma


fonte mais elevada do que aquela que serve à adivinhação comum. Essa fonte
mais elevada é a que os crentes deveriam desenvolver. Os demais fenômenos,
mesmo quando não forem malignos em si mesmos, serão apenas uma
curiosidade para nós, mais do que qualquer coisa. E quando tais fenômenos
forem decididamente perversos, devem ser evitados por nós, para que os
espíritos malignos não tenham oportunidade para atacar-nos. Já temos
problemas suficientes, em nós mesmos, não havendo necessidade alguma de
convidar poderes estranhos para nos afetarem a vida.
6. Os extremos usualmente são absurdos. Afirmar que toda e qualquer
adivinhação, excetuando aquela praticada por Israel e pela Igreja primitiva, é
demoníaca, ou má em si mesma, de forma automática, é uma posição
extremada, manifestamente absurda. Dizer que a adivinhação não passa de
um jogo, também é um absurdo. Supor que não pode haver a intervenção da
malignidade de poderes sinistros nessa prática, é outro absurdo. De fato, a
adivinhação pode ser tudo isso: demoníaca, má por si mesma, indiferente (isto
é, nem boa e nem má), dotada apenas de discernimento psíquico, ou então
boa, ou mesmo apenas um jogo que diverte as pessoas. (IB ID NTI SH)

Ver informações sobre assuntos relacionados no artigo sobre a Parapsicologia.

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