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Sistema de proteção e políticas sociais brasileiras na contemporaneidade com

relação à família. E a atuação do profissional nesse contexto.


CEOB–Centro Educacional do Oeste Baiano

Sistema de proteção e políticas sociais brasileiras na


contemporaneidade com relação à família. E a atuação
do profissional nesse contexto.
Laudecir Maria do Nascimento Martins
Mirlei Inglede de Melo Rocha dos Anjos
Disciplina: Família e Serviço Social
Docente: Profª Drª Cacilda Ferreira dos Reis
Abril, 2019

A família é uma instituição que acompanha as mudanças culturais e sociais de


cada época, dessa forma ela assume inúmeras modalidades. Conforme Carvalho e
Almeida (2003) nas sociedades contemporâneas ocidentais, a família conjugal tradicional
é constituída pelo casal e seus filhos, que residem em um domicílio independente.
Contudo, como já se avançou, há uma brecha clara e crescente entre este modelo e uma
realidade muito mais plural, na qual uma proporção crescente de famílias não se enquadra
nesse padrão.
Entretanto, com o avanço da urbanização, da industrialização e da modernização
dessas sociedades, já não se pode mais caracterizar a família, em geral, como unidade de
produção. O declínio do poder patriarcal e de princípios e controles religiosos e
comunitários mais tradicionais traduziu-se em mudanças nas relações de gênero, na
ampliação da autonomia dos diversos componentes da família e em um exercício bem
mais aberto e livre da sexualidade, dissociada das responsabilidades da reprodução.
Na contemporaneidade, a família ressurge como agente privilegiado de proteção
social, impulsionada pela crise do estado e avanço do neoliberalismo como orientação
das políticas econômicas e sociais. A política de assistência social, incluída no sistema de
proteção social, sob a orientação da seguridade social, adota a matricialidade sócio
familiar como seu princípio estruturador.
A proteção social é um conceito abrangente, que surge no Brasil nos meados do
século XX, para compreender as formas institucionalizadas, que as sociedades constituem
para proteger o conjunto de sua população. Compreende todo um sistema de segurança
contra riscos, perdas, danos pessoais e sociais, que afetam as condições de vida dos
cidadãos. Essa segurança deve ser tanto de distribuição de bens materiais, quanto de bens
culturais, que permitam a sobrevivência e a integração dos indivíduos na vida social.
Sistema de proteção e políticas sociais brasileiras na contemporaneidade com
relação à família. E a atuação do profissional nesse contexto.
CEOB–Centro Educacional do Oeste Baiano

Alguns autores destacam que os marcos iniciais de um sistema de proteção social


no Brasil, situa-se entre os anos de 1930 a 1945, período marcado por grandes
transformações sociais, políticas e econômicas ligadas às produções das bases produtivas
da agroexportadora para urbana-industrial.
Surgem então, as primeiras configurações de políticas sociais, definidas pelo
Estado, que passa também a assumir mais intensamente as regulações no campo da
educação, saúde, previdência e habitação, sendo que o sistema de proteção social
brasileiro se configura de forma mais ampla, principalmente na década de 1970, quando
já estava consolidada a economia nacional na base industrial.
Conforme Cunha (2017), o modo como a política pública incorpora a família vai
se refletir na organização dos serviços de saúde e na organização do trabalho com as
famílias no cotidiano dos serviços e programas. Já para Teixeira (2012), o Sistema de
Proteção Social estava disposto a partir de situações específicas como trabalho infantil,
abandono, exploração sexual, delinquência, idade ou sexo, bem como para crianças e
adolescentes, mulheres e idosos, dentre outros. Isso não contemplava a família como uma
totalidade.
Entretanto para Sarti (2004), a discussão das políticas sociais busca responder
também a tendência atual das políticas sociais de tomar a família, em detrimento do
indivíduo isoladamente, como unidade de atendimento. Segundo a mesma, o atendimento
focalizado na família, lida com um mundo de relações e todo o seu emaranhado de
situações e pontos de vista.
Atualmente no Brasil, são políticas sociais, as intervenções públicas nas áreas:
 Seguridade Social;
 Saúde;
 Educação;
 Emprego;
 Saneamento;
 Habitação;
 Estrutura fundiária.

Já Ipea (2002), traz na figura 1, a existência de quatro diferentes grupos de


políticas sociais: políticas que se agrupam em torno do Eixo do Emprego e do Trabalho,
políticas que se agrupam em torno do Eixo da Assistência Social e do Combate à Pobreza,
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políticas que se agrupam em torno do Eixo dos Direitos Incondicionais de Cidadania


Social e políticas que se agrupam em torno do Eixo da Infraestrutura Social.

Figura 1 – Abrangência da ação social do Estado em Âmbito Federal

Fonte: Disoc/Ipea, 2002.

Para tornar os destinatários das políticas sociais alcançáveis, o governo


brasileiro se vale dos programas sociais de combate à pobreza desenvolvidos pelo MDS
(Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome). Nesse contexto, o SUAS
(Sistema Único de Assistência Social), desempenha importante papel por se tratar do
sistema que tem por finalidade a execução das diretrizes propostas pela PNAS/2004. Cabe
a este a distribuição e controle de todas as políticas no âmbito da assistência social.
Alguns programas neste sentido merecem destaque por se constituírem em modelos a
serem seguidos para o surgimento de tantos outros que se façam necessários.
O Programa Bolsa Família é um dos programas do governo federal que se
destina a transferência de renda às famílias de baixa renda. Como política
destinada às famílias em situação de vulnerabilidade social ele se desenvolve no
âmbito familiar e, ao mesmo tempo requer da família uma contrapartida em ações, que
para os objetivos do programa é de crucial importância. Em outras palavras, por
meio do Bolsa Família seus idealizadores pretendem alcançar as classes menos
abastadas da sociedade e, por meio do seu conjunto de ações, melhorar a qualidade
de vida de todos que fazem parte da família na área da saúde, educação, habitação, acesso
ao crédito entre outras coisas.
Discutir sobre a política de assistência social nos dias atuais, remete-se a repensar
primeiramente sobre sua trajetória e seu significado. Historicamente a concepção e a
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realização da prática da assistência social, estiveram associadas a noção de caridade,


ajuda aos pobres e beneficência.
O serviço social é uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho.
O assistente social atua, necessariamente, em um espaço contraditório, sendo que o
profissional atende, ao mesmo tempo, as demandas impostas pelos interesses do capital e
do trabalho. Entretanto, a sua opção ético-política, pode reforçar um destes dois polos. É
produtivo estabelecer um diálogo crítico com a sociedade de mercado, para que seja
possível propor alternativas que, pelo menos, não reproduzam as indicações dominantes
originalmente apresentadas. Mas que contribua indiretamente com o processo de
acumulação e com a sobrevivência dos trabalhadores através do gerenciamento e da
prestação de serviços na esfera social.
Apesar dos avanços no que se refere ao conhecimento da família como central
para as políticas sociais, sobretudo, na política de assistência social, ainda há muito o que
avançar. Hora a família como sujeito de direito, hora como responsável pela garantia da
proteção dos seus indivíduos. É preciso que a política pública cumpra o seu papel
mediante a oferta de benefícios e serviços dirigidos as famílias como forma de garantir o
direito à convivência familiar e comunitária das pessoas que garantam à família condições
dignas de vida.

Referências

CARDOSO Jr, J.C.; JACCOUD, L. Políticas Sociais no Brasil: organização, abrangência e


tensões da ação estatal. In: JACCOUD, L. (Org.). Questão Social e Políticas Sociais no Brasil
Contemporâneo. Brasília: IPEA, 2005, p. 181-260.

CARVALHO, Inaiá Maria. M. de; ALMEIDA, Paulo Henrique. Família e proteção social.
São Paulo em Perspectiva, 17(2): 109-122, 2003.

Cunha, Carme Lúcia. A centralidade da família nas políticas sociais:um olhar do assistente social
sobre o trabalho com famílias na área de saúde. In: VIII Jornada Internacional de Políticas
Públicas. São Luís, 25 a 26 de agosto 2017.

MONTAÑO, Carlos. Pobreza, “questão social” e seu enfrentamento. In: Serv. Soc. Soc.,
São Paulo, n. 110, p. 270-287, abr./jun. 2012.

PEREIRA, Potyara Amazoneida P. Utopias desenvolvimentistas e política social no


Brasil. In: Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 112, p. 729-753, out./dez. 2012.

SARTI, Cynthia Andersen. A família como ordem simbólica. In: Psicologia USP, 2004,
15(3), 11-28.
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relação à família. E a atuação do profissional nesse contexto.
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TEIXEIRA, Solange Maria. A Centralidade da Família nas Políticas Sociais e o Trabalho


Social com Famílias. IN: Políticas Públicas e Cidadania: temas em debate. LIMA, Antônia
Jesuíta e outros. Teresina: EDUFPI, 2012.

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