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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

LEOVANE RENATO SAWALISCH

ROBERTO VINICIUS STEFFEN

WILLIAN PAULO MAY

PROTEÇÃO DE ALIMENTADORES POR RELÉS DE


SOBRECORRENTE.

Santa Rosa
2017
LEOVANE RENATO SAWALISCH

ROBERTO VINICIUS STEFFEN

WILLIAN PAULO MAY

PROTEÇÃO DE ALIMENTADORES POR RELÉS DE


SOBRECORRENTE.

Trabalho realizado na disciplina de Proteção


de Sistemas Elétricos, do Curso de
Engenharia Elétrica da Universidade Regional
do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
– UNIJUÍ, como valor de obtenção da
segunda nota, para a aprovação na disciplina.

Orientador: Me. Luciano Malaquias.

Santa Rosa
2017
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS

Nenhuma entrada de índice de ilustrações foi encontrada.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO. ................................................................................................ 8

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA. ........................................................................ 9

2.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO. ............................................................................ 9

2.2 RELÉS. ........................................................................................................... 10

2.2.1 Princípios e características de operação de relés. ........................................ 10

2.3 RELÉS DE SOBRECORRENTE. .................................................................. 10

2.4 PROTEÇÃO PARA SOBRECARGAS ......................................................... 11

2.5 PROTEÇÃO PARA CURTO-CIRCUITOS................................................... 12

2.6 APLICAÇÃO DE RELÉS .............................................................................. 13

2.6.1 PROTEÇÃO INSTANTANEA ................................................................... 16

2.6.2 PROTEÇÃO TEMPORIZADA................................................................... 17

3 CONCLUSÃO.................................................................................................. 27
8

1 INTRODUÇÃO.

Os estudos na área de proteção em sistemas de distribuição de energia são de grande


importância sob os aspectos de qualidade, durabilidade e eficiência do sistema. Pois este tem a
finalidade de fornecer níveis de energia satisfatórios aos consumidores com o minimo de faltas
possíveis.

Para que tal proteção seja obtida com sucesso alguns dispositivos de segurança são ligados
na rede, estes equipamentos tem a função de se não evitar pelo menos reduzir os danos causados
por eventuais faltas, limitando as areas de falta de energia, atingindo assim um número menor de
consumidores e do mesmo modo protegendo equipamentos de maior importância econômica.

No presente trabalho iremos abordar o funcionamento e aplicação de um dos dispositivos


de proteção mais usados em alimentadores, seria este o relé de sobrecorrente.

De uma forma geral pode-se dizer que este dispositivo atua como um sensor que recebe as
inforrmações da rede e analiza se elas estão dentro dos padrões pré estabelecidos para este sistema,
com base nessas informações ele envia sinais para os demais dispositivos de proteção fazendo com
que estes atuem em conjunto.

_____________________________________________________________________________________________
9

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA.

2.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO.

Proteção em eletricidade é a técnica de selecionar, coordenar e ajustar os equipamentos


protetores disponíveis no mercado para sistemas elétricos, de tal forma que na ocorrência de
anormalidades na rede elétrica (curtos-circuitos, instabilidades, sobrecargas, etc), esta possa ser
isolada afetando o menor número de consumidores possível. Dessa maneira, as finalidades da
proteção de um sistema elétrico são:

• Efetuar o isolamento da seção da rede sob defeito no menor tempo possível, reduzindo os
danos aos condutores e equipamentos existentes;
• Menor número de consumidores atingidos por defeitos.

Os requisitos que um sistema de proteção deve ter para operar de forma eficiente são:

▪ SELETIVIDADE - Deve-se isolar apenas a parcela atingida pelo defeito;


▪ RAPIDEZ - As sobrecorrentes geradas a partir dos defeitos devem ser eliminadas maneira
suficientemente rápida para não propagar o problema;
▪ SENSIBILIDADE - Os equipamentos devem ser suficientemente sensíveis aos defeitos
do sistema;
▪ SEGURANÇA - O sistema não deve falhar quando da ocorrência de defeitos, nem ter
atuações intempestivas durante operações normais;
▪ ECONOMIA - Deve-se apresentar viável economicamente, evitando-se a instalação de
dispositivos em excesso.

Com o sistema de proteção devidamente dimensionado e ajustado, observando os itens


anteriores, obtém-se vantagens como menores danos aos condutores e equipamentos, menores
custos de manutenção, aumento do faturamento, melhoria da imagem da empresa, etc.

______________________________________________________________________________

Trabalho Proteção/2017
10

2.2 RELÉS.

Os relés de tornaram-se com o passar do tempo uns dos principais equipamentos de


proteção dos sistemas elétricos, são encarregados da retirada rápida do elemento (equipamento,
barra ou seção de linha) quando este está em curto-circuito ou operação anormal de funcionamento,
impedindo que o problema se propague a outros elementos do sistema.

Como citado anteriormente, os relés podem informar com maior precisão a localização da
falta com o objetivo de agilizar manutenção da rede e reduzir o tempo de interrupção do
fornecimento de energia.

É importante também que haja o registro de informações do relé, como grandezas


analógicas e digitais, possibilitando a análise da falta e da atuação da proteção usada.

2.2.1 Princípios e características de operação de relés.

Os relés podem ser classificados de acordo com a grandeza com a qual atuam (tensão,
corrente ou frequência) e também quanto ao tipo de funcionamento (eletromecânicos, estáticos ou
digitais).

Devido ao maior numero de recursos e a sua praticidade hoje vemos ser instalados às redes
em sua grande maioria relés digitais, embora ainda temos em nosso sistema os outros modelos
sendo usados a tendência é de que aos poucos sejam substituídos por estes mais modernos.

Os relés devem operar o mais rápido possível mantendo os princípios da sua seletividade e
proteção, quando instalados de forma coordenada com outros dispositivos ou até outro relé deve
haver um escalonamento dos tempos de atuação sucessivo dos componentes garantindo a atuação
prioritária da proteção do componente sob defeito e das suas sucessivas retaguardas.

2.3 RELÉS DE SOBRECORRENTE.

Conforme o próprio nome sugere, têm como grandeza de atuação a corrente elétrica do
sistema. Isto ocorrerá quando esta atingir um valor igual ou superior ao ajuste previamente
estabelecido (corrente mínima de atuação). A função de sobrecorrente pode ser encontrada em relé
de tecnologia eletromecânica, estática e digital.

_____________________________________________________________________________________________
11

De acordo com a forma de discriminação da corrente de curto-circuito, os relés de


sobrecorrente podem ser direcionais ou não direcionais, os relés de sobrecorrente sem
direcionalidade são usados quando o fluxo de corrente no sistema distribuição radial é sempre
conhecido. Para tanto, os relés de proteção devem ser coordenadoa com outros dispositivos, como
religadores, fusíveis e outros relés de sobrecorrente.

. Quanto a forma de atuação, podem ser instantâneos ou temporizados, os relés


temporizados podem operar com característica de tempo definido, onde o tempo de atuação é fixo
desde que ultrapassado o valor da corrente de operação; e com característica inversa, isto é, quanto
maior o nível de corrente, menor o tempo de operação dos mesmos.

Seja qual for a tecnologia do relé de sobrecorrente para que este tenha o comportamento
desejado é preciso que sejam analisadas as curvas características de operação, pois o equipamento
em questão sempre estará correlacionado a outros e para uma boa coordenação do sistema de
proteção, o ideal é que todos os reles tenham a mesma característica de inclinações das curvas.
Desta forma torna-se mais fácil obter a resposta desejada e garantir a correta operação dos
equipamentos para todas as correntes de curto-circuito do sistema.

2.4 PROTEÇÃO PARA SOBRECARGAS

São variações moderadas de sobrecorrentes que fluem no sistema elétrico. Se ocorrerem


limitadas no seu módulo e no tempo, não prejudicam os componentes elétricos do sistema. Muitas
vezes, o SEP já é projetado para permitir sobrecargas por tempo limitado, como é o caso dos
transformadores de potência que, dependendo da carga anterior a sobrecarga, podem suporta-la por
um longo período de tempo. Também há sobrecargas que devem ser toleradas, já que são inerentes
a operação do SEP. É o caso da partida dos motores elétricos de indução, cuja corrente de partida
assume valores muito elevados e que devem ser tolerados pelos dispositivos de proteção dentro
dos limites de suportabilidade dos motores e dos demais componentes do SEP.

Quando o valor da corrente de sobrecarga ultrapassa os limites permitidos de qualquer dos


componentes de um SEP, o valor de corrente deve ser reduzido ou o equipamento retirado de
operação.

______________________________________________________________________________

Trabalho Proteção/2017
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Os dispositivos mais utilizados para proteção contra os eventos de sobrecarga são os relés
térmicos. Também são utilizados outros tipos de relés: eletromecânicos, eletrônicos e digitais com
temporizações moderadas.

2.5 PROTEÇÃO PARA CURTO-CIRCUITOS.

Os curto-circuitos são variações extremas de corrente que fluem no SEP. Se não forem
limitados no seu módulo e no tempo, danificam os componentes elétricos por meio dos quais são
conduzidos. Enquanto os tempos permitidos nos eventos de sobrecarga podem s chegar a vários
segundos (tempo de rotor travado pode ser tolerado em até aproximadamente 15 segundos
dependendo das características do motor), os tempos permitidos para duração dos curtos circuitos
não devem superar o valor de 2 segundos. Normalmente, devem ser limitados entre 50 e 1000 ms.
Os dispositivos de proteção devem ser extremamente velozes e os equipamentos de manobra, no
caso os disjuntores e religadores, devem ter capacidade adequada para operar em condições
extremas de corrente.

Os equipamentos de manobra devem possuir duas características básicas de interrupção das


correntes de curto circuito:

a) Capacidade de interrupção:

É a corrente máxima que o equipamento de manobra deve ser capaz de interromper em


condições definidas por documentos normativos e está relacionada a tensão, a frequência natural
do sistema, a relação X/R, ao ciclo de operação.

b) Capacidade de fechamento em curto circuito:

Os equipamentos de manobra devem ter o mesmo valor da capacidade de fechamento em


curto circuito do que a capacidade de operação. Em casos específicos a capacidade de fechamento
em curto circuito deve ser superior a capacidade de interrupção.

Os dispositivos mais utilizados para a proteção contra os eventos de curto circuito em baixa
e média tensão (em equipamentos de distribuição) são os fusíveis. Nos sistemas de potência os
reles são os dispositivos mais utilizados na eliminação dos curtocircuitos e podem ser
eletromecânicos, eletrônicos e digitais, todos eles graduados com temporizações muito pequenas.

_____________________________________________________________________________________________
13

2.6 APLICAÇÃO DE RELÉS

O relé é definido como sendo um dispositivo sensor que comanda a abertura do disjuntor
quando surgem, no sistema elétrico protegido, condições anormais de funcionamento. O modo
geral de atuação de um relé pode ser sintetizado em quatro etapas:

• O relé encontra-se permanentemente recebendo informações da situação elétrica do sistema


protegido sob a forma de corrente, tensão, frequência ou uma combinação dessas grandezas
(potência, impedância, ângulo de fase, etc.);
• Se, em um dado momento, surgirem condições anormais de funcionamento do sistema
protegido tais que venham a sensibilizar o relé, este deverá atuar de acordo com a maneira
que lhe for própria.
• A atuação do relé é caracterizada pelo envio de um sinal que resultará em uma ação de
sinalização(alarme), bloqueio ou abertura de um disjuntor (ou nas três ao mesmo tempo).
• A abertura ou disparo do disjuntor, comandada pelo relé, irá isolar a parte defeituosa do
sistema.

Nos itens seguintes será visto, inicialmente, informações sobre relés de sobrecorrente, e
depois, no capítulo 3, exempla-se a aplicação destes para proteção de sistemas primários de
distribuição.

2.6.1 CURVAS CARACTERÍSTICAS

Quanto ao tempo de atuação, os relés possuem curvas características de dois tipos: de tempo
definido e de tempo dependente, assim sendo:

a) De tempo definido: uma vez ajustados os tempos de atuação (𝒕𝒂 ) e a corrente


mínima de atuação (𝐼𝑀𝐼𝑁,𝐴𝑇 ), o relé irá atuar neste tempo para qualquer valor de
corrente igual ou maior que o mínimo ajustado.

Figura 1 - Curva característica de tempo definido

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Trabalho Proteção/2017
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b) De tempo dependente: O tempo de atuação do relé é inversamente proporcional ao


valor da corrente. Isto é, o relé irá atuar em tempos decrescentes para valores de
corrente igual ou maior do que a corrente mínima de atuação (corrente de partida
ou starting current)

Figura 2 - Curva característica de tempo dependente

As curvas de tempo dependente são classificadas em três grupos: Normalmente Inversa


(NI), Muito Inversa (MI) e Extremamente Inversa (EI), conforme mostra a figura seguinte;

Figura 3 - Curvas características normalmente inversa (NI), muito inversa (MI) e extremamente inversa (EI).

_____________________________________________________________________________________________
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Essas curvas são definidas, por norma, a partir de equações exponenciais do tipo:

𝑘1 . 𝑇𝑀𝑆
𝑡=
𝐼 𝑘2
(𝐼 ) − 1
𝑠

Onde: 𝐾1 e 𝐾2 : constantes que, dependendo do valor recebido, irão definir os grupos (NI,
MI ou EI):

• 𝐾1 = 0,14 e 𝐾2 = 0,02 - CURVA NORMALMENTE INVERSA;


• 𝐾1 =13,5 e 𝐾2 = 1 - CURVA MUITO INVERSA;
• 𝐾1 = 80 e 𝐾2 = 2 - CURVA EXTREMAMENTE INVERSA;
• I: corrente que chega ao relé através do secundário de um TC;
• IS: corrente de ajuste ou de pickup;
• TMS: os valores numéricos atribuídos a TMS fazem as curvas se deslocarem ao
longo do eixo dos tempos. Estes valores geralmente variam de 0,01 a 1, com passo
de 0,01.

𝑰
Por norma, essas curvas são traçadas para valores do múltiplo ( 𝑴 = 𝑰 ) , variando,
𝒔

geralmente, de 1,5 a 20, em um sistema de eixos ortogonais com escala log x log.

Geralmente os relés de sobrecorrente são compostos por duas unidades: instantânea e


temporizada. Nos esquemas elétricos que representam equipamentos de proteção, estas recebem os
números 50 e 51, respectivamente (Fig. 4). Neste caso, o relé tem as funções 50 e 51. Se o relé está

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Trabalho Proteção/2017
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ligado para proteção de fase, as suas unidades são conhecidas como 50 e 51 de fases. No caso de
estar realizando a proteção de neutro ou terra, fala-se em unidades 50 e 51 de neutro ou terra.

Figura 4 - Esquema básico da proteção de sobrecorrente de saída de um alimentador primário radial.

O esquema básico tradicional de proteção de um alimentador radial, trifásico e aterrado, na


saída de subestação, utiliza três relés de fase e um de neutro ou terra, ligados através de três
transformadores de corrente, comandando um disjuntor (52).

Os relés de fase irão proporcionar proteção ao alimentador contra os curtos-circuitos que


envolvam, principalmente, as fases (trifásico e bifásico). O relé de neutro ou terra dará proteção
contra os curtos para a terra (fase-terra e bifásico-terra).

A vantagem desse esquema é que, para qualquer tipo de curto-circuito, haverá, no mínimo,
dois relés sendo percorrido pela corrente de curto.

Atualmente, com o emprego de relés digitais, os quatro relés do esquema da figura acima
são substituídos por um único que realiza as funções 50 e 51 de fase e terra. Além disso,
desempenham outras funções tais como: medição de corrente, registros de dados, de perturbações,
etc. São conhecidos como relés de multifunções.

2.6.2 PROTEÇÃO SOBRECORRENTE INSTANTÂNEA (ANSI 50).

As unidades instantâneas trabalham com corrente mínima de atuação e tempo de atuação


previamente definido. O nome instantâneo indica que o relé é propositalmente não temporizado e
nem tem característica temporizada, mas exige um tempo que é correspondente ao da
movimentação dos seus mecanismos de atuação.
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17

O tempo de atuação depende do projeto, tipo e fabricação, já o ajuste da corrente mínima


de operação deve levar em conta a possibilidade de não coordenação com as proteções do disjuntor
a jusante devido a erros de discriminação e assimetria introduzida pela corrente de curto-circuito.

O ajuste de corrente mínima de operação deve ser limitado tomando o nível de curto-
circuito entre 80% e 90% da linha de transmissão a ser protegida.

2.6.3 PROTEÇÃO SOBRECORRENTE TEMPORIZADA (ANSI 51).

As unidades temporizadas permitem dois tipos de ajuste: corrente mínima de atuação e


curva de atuação. Quando um relé for instalado em um alimentador sua corrente mínima de atuação
devera ser maior que a corrente da carga máxima multiplicada por um fator de sobrecarga (K) e
dividida pela respectiva RTC.

A nomenclatura, temporizado, vem da característica que este equipamento tem de analisar


os níveis das grandezas pré-estabelecidas por um determinado tempo para identificar uma possível
falta e aí então atuar, tendo também a capacidade de religamento automático, o tempo de rearme
do relé é medido pelo fabricante para cada posição da curva do relé e corresponde a tempos de
restabelecimento diferentes.

2.6.4 Determinação de relação de TC

Para se fazer o ajuste da corrente de atuação de um relé de sobrecorrente indireto, é


necessário, em primeiro lugar, a definição da relação do TC que irá alimentá-lo.

A relação do TC (RTC) que alimenta um relé deve atender aos seguintes requisitos:

• A corrente nominal primária do TC deve ser maior do que a razão entre o curto-
circuito máximo (no ponto da instalação) e o fator de sobrecorrente do TC (FS).
Geralmente, FS=20.

𝐼𝐶𝐶,𝑀𝐴𝑋
𝐼𝑁,𝑃 ≥
𝐹𝑆

• A corrente nominal primária do TC deve ser maior do que a máxima corrente de


carga a ser considerada:
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Trabalho Proteção/2017
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𝐼𝑁,𝑃 ≥ 𝐾. 𝐼𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎,𝑚𝑎𝑥

A máxima corrente de carga a ser considerada deverá levar em conta duas situações:

• Se a subestação não possuir circuito de transferência, a máxima corrente de carga a


ser considerada deverá ser: o somatório da corrente nominal do circuito em estudo
com a carga de outro circuito que eventualmente venha a ser interligado na mesma
subestação.
• Se a subestação possuir circuito de transferência, a máxima corrente de carga a ser
considerada deverá ser: o somatório da corrente nominal do circuito em estudo com
a carga de outro circuito considerado contingência usual, com interligação na rede
de distribuição.

2.6.5 Critérios para ajustes de corrente mínima de atuação

Dentro do limite da possibilidade, os ajustes de corrente mínima de atuação de relés de


sobrecorrente devem observar os critérios dados a seguir:

I. Unidade 51(temporizada) de fase:


a) Quando o relé for instalado no circuito alimentador da subestação, a qual não possui
equipamento de proteção para transferência, sua corrente mínima de atuação
deverá ser maior que a somatória da máxima corrente de carga do circuito em estudo
com a máxima corrente de carga do circuito que eventualmente venha a ser
transferido, multiplicada pelo fator de crescimento de carga (k) e dividida pela
respectiva RTC.

𝑘. ∑𝐼𝐶𝐴𝑅𝐺𝐴,𝑀𝐴𝑋
𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 ≥
𝑅𝑇𝐶

b) Quando o relé for instalado no circuito alimentador da subestação, a qual possui


equipamento de proteção para transferência, sua corrente mínima de atuação deverá
ser maior que a corrente de carga máxima multiplicada pelo fator de crescimento de
carga (k)e dividida pela respectiva RTC.

𝑘. 𝐼𝐶𝐴𝑅𝐺𝐴,𝑀𝐴𝑋
𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 ≥
𝑅𝑇𝐶

_____________________________________________________________________________________________
19

Fator de crescimento de carga k, é dado pela expressão:

𝑎% 𝑛
𝑘 = (1 + )
100

Em que 𝑎% , é a taxa anual prevista para o crescimento e n é o número de anos para


o qual o estudo está sendo planejado.

c) A corrente mínima de atuação deverá ser ajustada num valor menor do que a
corrente de curto-circuito bifásico dentro da sua zona de proteção, incluindo sempre
que possível os trechos a serem adicionados quando em condição de manobras
consideradas usuais.
𝐼𝐶𝐶,2𝜃(𝑁𝑂 𝐹𝐼𝑁𝐴𝐿 𝐷𝑂 𝑇𝑅𝐸𝐶𝐻𝑂)
𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 ≤
𝑅𝑇𝐶

II. Unidade 51(temporizada) de neutro:


a) Quando o sistema for ligado em estrela aterrado, ou delta aterrado através de um
transformador de aterramento, e não possuir cargas ligadas entre fase e terra ou
neutro, o relé de neutro deverá ter a sua corrente mínima de atuação ajustada para um
valor menor que a corrente de curto-circuito fase-terra mínimo dentro da sua zona de
proteção. E deverá ser maior do que 10% da corrente de carga do circuito devido erros
admissíveis nos transformadores de corrente.
0,1. 𝐼𝐶𝐴𝑅𝐺𝐴,𝑀𝐴𝑋 𝐼𝐶𝐶,𝜃𝑇,𝑀𝐼𝑁(𝑁𝑂 𝐹𝐼𝑁𝐴𝐿 𝐷𝑂 𝑇𝑅𝐸𝐶𝐻𝑂)
≤ 𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 ≤
𝑅𝑇𝐶 𝑅𝑇𝐶

b) Quando o sistema for ligado em estrela aterrado, ou delta aterrado através de um


transformador de aterramento, e possuir cargas ligadas entre fase e terra ou neutro,
o relé de neutro deverá ter a sua corrente mínima de atuação ajustada para um valor
menor que a corrente de curto-circuito fase-terra mínimo dentro da sua zona de
proteção. E deverá ser maior do que 10% a 30% da corrente de carga do circuito devido
aos desequilíbrios admissíveis do sistema.
(0,1 𝑎 0,3). 𝐼𝐶𝐴𝑅𝐺𝐴,𝑀𝐴𝑋 𝐼𝐶𝐶,𝜃𝑇,𝑀𝐼𝑁(𝑁𝑂 𝐹𝐼𝑁𝐴𝐿 𝐷𝑂 𝑇𝑅𝐸𝐶𝐻𝑂)
≤ 𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 ≤
𝑅𝑇𝐶 𝑅𝑇𝐶

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Trabalho Proteção/2017
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Conforme os critérios anteriores, os relés de fase e neutro devem ser sensíveis ao menor
curto-circuito mínimo no final do trecho dentro de sua zona de proteção. Geralmente devido a carga
do circuito nem sempre é possível atender a esta condição, portanto recomenda-se instalar elos-
fusíveis, seccionalizadores, ou religadores na rede para diminuir o trecho protegido.

III. Unidades 50 (instantânea) de fase e neutro:

As unidades instantâneas dos relés de fase e neutro não deverão ser sensíveis aos curtos-
circuitos localizados após o primeiro equipamento de proteção instalado a jusante.

Geralmente a unidade instantânea é ajustada para proteger 80% do trecho compreendido


entre sua localização e o ponto de instalação do primeiro equipamento de proteção a jusante,
conforme figura a seguir:

Figura 5 - Alcance máximo da unidade instantânea.

a) A unidade instantânea do relé de fase não deverá ser sensível às correntes de


energização do circuito. Entretanto, poderão ser ajustadas para atuar para curtos-
circuitos bifásicos e trifásicos próximos do primeiro equipamento de proteção a jusante.

3 𝑎 8. 𝐼𝐶𝐴𝑅𝐺𝐴<𝑀𝐴𝑋
𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 ≥
𝑅𝑇𝐶

𝑓𝑎 . 𝐼𝐶𝐶,3𝜃,𝑛𝑜.𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜.𝑝𝑟𝑖𝑚.𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝.𝑗𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 ≥
𝑅𝑇𝐶

O fator de multiplicação (3 a 8) que será tomado, dependerá da característica da carga do


circuito. Em sistema com muito transformador e motor de indução, geralmente se trabalha com
fator 8.

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21

b) Quando o sistema for ligado em estrela aterrado, ou delta aterrado através de um


transformador de aterramento, e possuir cargas ligadas entre fase e terra ou neutro, a
unidade instantânea do relé de neutro não deverá ser sensível às correntes de
energização dessas cargas. No entanto, poderá ser ajustada para atuar para curtos-
circuitos fase-terra nas proximidades do primeiro equipamento de proteção a jusante.

3 𝑎 8. 𝐼𝐷𝐸𝑆𝐸𝑄.
𝐼𝐴𝑇,𝐼𝑁𝑆𝑇 ≥
𝑅𝑇𝐶

𝑓𝑎 . 𝐼𝐶𝐶,𝜃𝑇,𝑛𝑜.𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜.𝑝𝑟𝑖𝑚.𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝.𝑗𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐼𝐴𝑇,𝐼𝑁𝑆𝑇 ≥
𝑅𝑇𝐶

Em que, 𝐼𝐷𝐸𝑆𝐸𝑄. = (0,1 𝑎 0,3). 𝐼𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎,𝑚á𝑥

Vale salientar que quando as unidades 51 permitem ajustes de tempo de atuação, como é o
caso dos relés digitais, os critérios das Equações 3.10 e 3.12 podem ser alterados para permitirem
que atuem para faltas dentro dos trechos protegidos por equipamentos temporizados, desde que
haja seletividade.

2.7 EXEMPLO DE APLICAÇÃO E AJUSTE DE RELÉS DE SOBRECORRENTE

Dimensionamento de transformadores de corrente e ajustes dos relés 52.3 e 52.4, para


realizar a proteção de uma carga de 4MVA relativo ao diagrama unifilar abaixo. Sendo utilizada a
curva de temporização normal inversa. O horizonte de projeto é de 2 anos com taxa decrescimento
de carga de 6,12% ao ano.

Figura 6 - Circuito exemplo aplicação de relés

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Trabalho Proteção/2017
22

Fonte: autoria própria, 2017.

Figura 7 - Diagrama unifilar do exemplo\

Fonte: autoria própria, 2017

Primeiramente deve ser obtida a relação de Transformação do TC (RTC):

4𝑀𝑉𝐴
𝐼𝑛 = = 100𝐴
√3 × 23𝑘

Valor inicial: 𝑅𝑇𝐶 = 400: 5 = 80

7𝑘𝐴
𝐼𝑐𝑐 = = 350𝐴
20

𝐹𝑠 = 20 (Fator de sobrecorrente)

1º) Ajuste 52-3

_____________________________________________________________________________________________
23

• Unidade 51F

(%)
𝐾 = 𝑡𝑥 = (1 + ( ))^𝑛 = 1,12%
100

𝑘 ∗ 𝑖𝑛 < 𝑖𝑎𝑗 < 𝑖 𝑐𝑐2𝑚𝑖𝑛

100 2,5𝑘
1,12 ∗ < 𝑖𝑎𝑗 <
80 80

1,4 < 𝑖𝑎𝑗 < 31,25

𝑡𝑎𝑝𝑒 = 3

𝑖𝑐𝑐2
𝑀= = 10,4
80 × 3

• Ajuste unidade instantânea 50-F

𝑘 ∗ 𝑖𝑛 𝑖𝑐𝑐2
< 𝑖𝑎𝑗 <
𝑟𝑡𝑐 𝑅𝑇𝐶

1,126 ∗ 100 2,5𝑘


< 𝑖𝑎𝑗 <
80 80

1,4 < 𝑖𝑎𝑗 < 31,25

• Ajuste 51-N

𝑘𝑛 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 = 0,2

𝑘𝑛 ∗ 𝑖𝑛 𝑖𝑐𝑐𝑓𝑡𝑚𝑖𝑛
< 𝑖𝑎𝑗 <
𝑅𝑇𝐶 𝑅𝑇𝐶

0,2 ∗ 100 1,3𝑘


< 𝑖𝑎𝑗 <
80 80

0,25 < 𝑖𝑎𝑗 < 16,25

𝑡𝑎𝑝 = 1

______________________________________________________________________________

Trabalho Proteção/2017
24

𝑖𝑐𝑐𝑓𝑡𝑚𝑖𝑛 1,3𝑘𝐴
𝑀= = = 16,25
𝑅𝑇𝐶 × 𝑡𝑎𝑝 80 × 1

Ajuste unidade 50-N

𝑘𝑛 ∗ 𝑖𝑛 𝑖𝑐𝑐𝑓𝑡𝑚𝑖𝑛
< 𝑖𝑎𝑗 <
𝑅𝑇𝐶 𝑅𝑇𝐶

1,126 ∗ 100 1,3𝑘


< 𝑖𝑎𝑗 <
80 80

0,25 < 𝑖𝑎𝑗 < 16,25

2º) Ajuste relé 52-2

• Dimensionar TC

𝑖𝑛 = 301,22𝐴

7𝑘
𝑖𝑐𝑐 = = 350
20

𝑡𝑐 = 400: 5 = 80

• Ajuste da unidade 51-F

𝑘 ∗ 𝑖𝑛 < 𝑖𝑎𝑗 < 𝑖𝑐𝑐2

1,12 × 301,22 2,5𝑘


< 𝑖𝑎𝑗 <
80 80

4,217 < 𝑖𝑎𝑗 < 31,25

𝑡𝑎𝑝 = 5

Cálculo do múltiplo:

2500
𝑀= = 6,25
80 × 5

Cálculo do Dial de tempo:

_____________________________________________________________________________________________
25

𝑡 × (𝑖 0,02 − 1) 0,5 × (6,250,02 − 1)


𝐷𝑇 = = = 0,133
0,14 0,14

• Ajuste unidade 50-F

𝑘 ∗ 𝑖𝑛 𝑖𝑐𝑐2
< 𝑖𝑎𝑗 <
𝑅𝑇𝐶 𝑅𝑇𝐶

1,12 ∗ 301,22 5𝑘
< 𝑖𝑎𝑗 <
80 80

4,22 < 𝑖𝑎𝑗 < 62,5

• Ajuste unidade 51-N

𝑘𝑛 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 = 0,2

𝑘𝑛 ∗ 𝑖𝑛 𝑖𝑐𝑐𝑓𝑡𝑚𝑖𝑛
< 𝑖𝑎𝑗 <
𝑅𝑇𝐶 𝑅𝑇𝐶

0,2 ∗ 301,22 2𝑘
< 𝑖𝑎𝑗 <
80 80

0,75 < 𝑖𝑎𝑗 < 25

𝑡𝑎𝑝 = 1

Cálculo do múltiplo:

𝑖𝑐𝑐𝑓𝑡𝑚𝑖𝑛 2000
𝑀= = = 25
𝑅𝑇𝐶 × 𝑡𝑎𝑝 80 × 1

Cálculo do dial de tempo:

𝑡 × (𝑖 0,02 − 1) 0,75 × (250,02 − 1)


𝐷𝑇 = = = 0,35622
0,14 0,14

• Ajuste unidade 50- N

𝑘𝑛 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 = 0,2

______________________________________________________________________________

Trabalho Proteção/2017
26

𝑘𝑛 ∗ 𝑖𝑛 𝑖𝑐𝑐𝑓𝑡𝑚𝑖𝑛
< 𝑖𝑎𝑗 <
𝑅𝑇𝐶 𝑅𝑇𝐶

0,2 ∗ 301,22 2𝑘
< 𝑖𝑎𝑗 < /
80 80

0,75 < 𝑖𝑎𝑗 < 25

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27

3 CONCLUSÃO

Após realizar as simulações propostas, foi possível verificar os efeitos dos distúrbios sobre
as cargas e rede elétrica. Além disso, é possível compreender o desbalanço de tensões a partir das
defasagens de entrada do sistema.

Além disso foi possível fazer a análise do comportamento das cargas, variando a tensão de
entrada. Assim, nesse caso é possível ver que quanto maior for o desequilíbrio de tensão maior será
aparecimento de harmônicas no sistema.

Em alguns casos pode-se analisar que as cargas não lineares acabam causando deformações
no sinal de tensão, aumentando assim as taxas de distorção de harmônicas de tensão e de corrente.

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Trabalho Proteção/2017

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