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23/04/2019 História, Teoria e Documento : "A história cultural de Michel Foucault” - Patricia O’Brien

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História, Teoria e Documento

QUARTA-FEIRA, 24 DE ABRIL DE 2013 GRUPO DE ESTUDO E PESQUISA HISTÓRIA,


TEORIA E DOCUMENTO
"A história cultural de Michel Foucault” - Patricia O’Brien É a mágica do conhecimento: ele se
multiplica quando dividido. Pensando
nisso, o Grupo de Estudos e Pesquisa
Segue mais um resumo dos nossos encontros - realizado no dia 23 de abril - confeccionado pelo professor
História, Teoria e Documento, da
Jailson.
Universidade Federal do Ceará, faz surgir
esse blog como uma ponte entre as
Boa Leitura! discussões realizadas em seus encontros
semanais e todos que se interessem pelo
*** tema. Aqui postaremos os principais
pontos abordados e analisados de textos
sobre teoria e metodologia da História
selecionados pelo professor Dr. Jailson
"Coleg@s, bom encontro o dessa tarde. Falar do Foucault é sempre um desafio pra nossa cabeça modorrenta.
Pereira da Silva - orientador do grupo - e
Espero que tenhamos crescido um pouco com os comentários acerca do texto da professora O’Brien. também de outros trabalhos sugeridos
A seguir, separamos alguns pontos que julgamos importantes para aquel@s que se ausentaram hoje. pelos integrantes, cujo estudo contribua
Antes, porém, algo sobre a professora O’Brien: para a formação dos estudantes de
Patricia O’Brien- dedica-se aos estudos sobre a civilização ocidental, focando seu olhar sobre temas como História.
prisão e punição, crime e teoria cultural. É especialista em História cultural francesa, atua junto à
Bem vindos!
Universidade da Califórnia e mantém contatos com muitos outras instituições como Yale University e a École
des Hautes Études en Sciences Sociales, in Paris.

O texto “A história cultural de Michel Foucault”, de Patricia O’Brien, foi publicado no começo dos anos 1990. INDICAMOS!
Nele, a autora busca mapear a recepção que as obras de foucaultianas tiveram na “tribo dos historiadores”, a
A Astúcia de Ulisses
partir de 1961, quando Foucault lançou “História da Loucura”. No tenso mundo do pó-guerra, a percepção da
Biblioteca Digital Mundial
História insinuada por Foucault se distanciava tanto do paradigma marxista quanto dos preceitos dos
annales e, talvez por isso, estivesse tão sujeita às críticas e rejeições. Nos dois modelos interpretativos,
pairava um receio de que a história da cultura pós-annales e pós-marxismo desembocasse num relativismo ATUALIZAÇÕES POR EMAIL
absoluto e inócuo, que poderia transformar a história no campo do irrelevante e descompromissado. Email address... Submit
Para O’Brien, no entanto, mais do que tentar encaixar Foucault num modelo de interpretação da História, o
importante é perceber: (1) a relação entre Foucault e os historiadores “profissionais” (nunca é demais lembrar
PROCURE:
que Foucault não era um historiador de profissão); (2) conquistas e fracassos do Foucault enquanto

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23/04/2019 História, Teoria e Documento : "A história cultural de Michel Foucault” - Patricia O’Brien
historiador; e (3) as influências de Foucault - e a perspectiva de continuidade dessa - sobre a escrita da Pesquisar
História. Sobre esses aspectos, destacamos:
ARQUIVO DO BLOG
1- A recepção à obra foucaultiana tem sido “conflitante”. Mas, já a partir dos anos 1970, ainda que de ► 2016 (2)
forma relutante, ele começa a ser reconhecido pelos historiadores. Continuadores dos annales aproximam-se
► 2015 (1)
dele, destacando suas análises sobre temas e objetos inusuais como a loucura. Do mesmo modo, marxistas
▼ 2013 (8)
destacam sua crítica às instituições (a exemplo da prisão, da clínica...) como uma denúncia do controle social,
► Junho (3)
tema clássico do marxismo. Reticente ou não, o fato é que Foucault foi sendo interlocutor, ainda que por
vezes incômodo, que passou a ser ouvido por muitos historiadores. ▼ Abril (5)
Reunião do dia 30.04 - Cancelada
2- Muitos outros, no entanto, rejeitam a obra foucaultiana condenando sua “... falta de método, o Reunião do dia 30/04
menosprezo pelos dados, a obscuridade filosófica, a linguagem singular, as simplificações excessivas e as
"A história cultural de Michel
abstrações, que para eles refletem a falta de validade histórica da obra de Foucault.” (p. 41). Essas críticas, Foucault” - Patric...
embora possam ter alguma validade, parecem superficiais, pois não compreendem o radicalismo da proposta
Calendário dos textos.
foucaultiana que visa problematizar as próprias estruturas de significação da História. Dito de outro modo,
Foucault se interessa por questionar a validade das convenções. Isso implica questionar as próprias “Relações de Força” - Carlo Ginzburg
ordenações do conhecimento; destronar a naturalidade dos discursos (da ciência, inclusive). Foucault deseja
“pensar o pensamento”. Por isso ele não vai de continuidade em continuidade, de evento em evento. Mas, ao
contrário, ele vai em busca das descontinuidades, rompe as linearidades, vilipendia o sagrado totem da
cronologia. Para O’Brien, “suas obras constituem uma surpreendente análise da civilização ocidental em
termos de normalização e disciplina.” (p.44) Foucault deseja estudar as formas de subjetivação, ou seja, ele
se interessa em saber como “os seres humanos são transformados em sujeito” (p.45). O poder, ponto fulcral
na obra foucaultiana, se apresenta como um objeto que não pode ser reduzido à atuação do Estado ou das
classes dominantes. O poder é uma tessitura de microrrelações. Não é apenas o aspecto repressor da
sociedade. É também um elemento de criação, porque cria sujeitos, estratégias de subjetivação. Foucault
sofre duras críticas, sobretudo dos marxistas, por explodir a noção de Estado. No entanto, a concepção
foucaultiana não aceitava nada como um “dado dado”; um objeto fechado, pronto, acabado, inquestionável.
Um ponto firme e natural, a partir do qual o edifício de interpretação podia ser erigido com segurança e
firmeza. Muito pelo contrário, para Foucault as coisas existem numa rede de discursos que tornam os objetos
visíveis e dizíveis: “O Estado, o corpo, a sociedade, o sexo, a alma e a economia não são objetos estáveis, são
discursos: meu tema geral não é a sociedade, mas sim o discurso verdadeiro/falso: (...) o que me interessa
não é simplesmente essa formação, mas os efeitos da realidade que são a ela atribuídos” (p.47-8). O método
foucaultiano (“genealógico”) impunha a busca pelo começo e não pela origem. “As origens implicam causas,
os começos implicam diferenças.” (p.49). Para o historiador, isso significa redefinir sua relação com o tempo,
esquecendo a linearidade causal que apontava sempre para um passado inerte e distante que se
autojustificava como causa primeira. Avançando seu método, problematizando constantemente a organização
sistêmica dos objetos e a relação “as palavras e as coisas”, Foucault “abandonou estruturas por formas e
funções e, ao fazê-lo, livrou-se das confortáveis amarras positivistas da escrita da história”. (p.57)

3- As críticas ao pensamento foucaultiano permanecem. Seu método, por vezes, mostra-se insuficiente para
suas ambições. Mas esse aspecto é um dos pontos, paradoxalmente, que tem atraído estudiosos, na França e
na Inglaterra particularmente, para a órbita gravitacional das ideias foucaultianas. Uma das contribuições
claras da obra de Foucault aos novos estudos da História Cultural diz respeito à maneira como ele encarou o
papel da linguagem/discurso como dispositivo de poder. Muitos temas (masturbação, loucura, linguagem,
doentes...) ganharam destaque na historiografia influenciados pela escrita foucaultiana. Sua obra não
desemboca num relativismo absoluto, como temiam uns e afirmam outros. Muito pelo contrário Foucault nos
ajudou a pensar instrumentos para a reflexão crítica sobre nossa historicidade, sobre nós mesmos.

O’BRIEN, Patricia. A História Cultural de Michel Foucault- In: HUNT, Lyn Hunt (org.). A nova História Cultural.
São Paulo: Martins Fontes, 2001.

É isso, até terça, se Deus quiser"

Um pouco sobre: Michel Foucault

(site http://www.michelfoucault.com.br/)

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23/04/2019 História, Teoria e Documento : "A história cultural de Michel Foucault” - Patricia O’Brien
"Michel Foucault nasceu em 1926 em Poitiers, no sul da França, numa rica família de médicos. Aos 20 anos
foi estudar psicologia e filosofia na École Normale Superieure, em Paris, período de uma passagem
relâmpago pelo Partido Comunista. Obteve o diploma em psicopatologia em 1952, passando a lecionar na
Universidade de Lille. Dois anos depois, publicou o primeiro livro, Doença Mental e Personalidade. Em
1961, defendeu na Universidade Sorbonne a tese que deu origem ao livro A História da Loucura. Entre 1963
e 1977, integrou o conselho editorial da revista Critique. Em meados dos anos 1960, sua obra começou a
repercutir fora dos círculos acadêmicos. Lecionou entre 1968 e 1969 na Universidade de Vincennes e em
seguida assumiu a cadeira de História dos Sistemas de Pensamento no Collège de France, alternando
intensas pesquisas com longos períodos no exterior. A partir dos anos 1970, militou no Grupo de
Informações sobre Prisões. Entre suas principais obras estão História da Sexualidade e Vigiar e Punir.
Foucault morreu de aids, em 1984"

(Extraído de: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/michel-foucault-307907.shtml )

Acessem o Portal Michel Foucalt: http://portail-michel-foucault.org/?lang=fr e também o


site http://www.michelfoucault.com.br/ - ambos disponibilizam uma série de arquivos, incluindo áudio e
vídeo, sobre tudo que gravita sobre Foucault.

Postado por Unknown às 12:31

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