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Senso comum
- superficial, isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar
simplesmente estando junto das coisas: expressa-se por frases como "porque o vi",
"porque o senti", "porque o disseram", "porque toda a gente o diz" ;
- sensitivo, ou seja, referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária;
- subjectivo, pois é o próprio sujeito que organiza as suas experiências e conhecimentos,
tanto os que adquire por vivência própria quanto os "por ouvir dizer" ;
- assistemático e desorganizado, pois não constitui um corpo organizado de conhecimento.
- acrítico, pois verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não
se manifesta sempre de uma forma crítica;
- imetódico e indisciplinar, pois o senso comum não possui meios para fazer a distinção
entre o antecedente casual e o antecedente causal. As suas pretensas explicações ou se
confinam a aparências, ou se fundam em coincidências.
- directo; espontâneo; imediato; diverso e heterogéneo;
- reconhecimento, isto é, as coisas não são como gostaríamos que fossem, ou como nos
ensinaram a ver;
- utilitário ou pragmático, pois serve essencialmente para resolver os problemas do
quotidiano.
- retórico e metafórico, pois não ensina, persuade
Conhecimento científico
- fáctico: parte dos factos, respeita-os até certo ponto e sempre retorna a eles.
. especializado: uma consequência da focagem científica dos problemas é a especialização.
Esta não impediu a formação de campos interdisciplinares como a biofísica, a bioquímica, a
psicofisiologia, a psicologia social, a teoria da informação, a cibernética ou a investigação
operacional. Contudo, a especialização tende a estreitar a visão do cientista individual.
- claro e preciso: os seus problemas são distintos, os seus resultados são claros. A ciência
torna preciso o que o senso comum conhece de maneira nebulosa.
- comunicável: a linguagem científica comunica informações a quem quer que tenha sido
preparado para a entender.
- verificável: deve passar pelo exame da experiência. Para explicar um conjunto de
fenómenos, o cientista inventa conjeturas fundadas de algum modo no saber adquirido. O
teste das hipóteses fácticas é empírico, isto é, observacional ou experimental.
- metódico: não é errático, mas planeado. Os investigadores sabem o que buscam e como o
encontrar.
- sistemático: uma ciência não é um agregado de informações desconexas, mas um sistema
de ideias ligadas logicamente entre si.
- geral: situa os factos singulares em hipóteses gerais, os enunciados particulares em
esquemas amplos.
- legislador: busca leis (da natureza e da cultura) e aplica-as.
- explicativo: tenta explicar os factos em termos de leis e as leis em termos de princípios.
- preditivo: transcende a massa dos factos de experiência, imaginando como pode ter sido o
passado e como poderá ser o futuro.
- aberto: não reconhece barreiras a priori que limitem o conhecimento. A ciência é aberta
como sistema, porque é falível, por conseguinte, capaz de progredir.
- racional: constituído por conceitos, juízos e raciocínios. Tanto o ponto de partida como o
ponto final do seu trabalho são ideias, e estas organizam-se em conjuntos ordenados de
proposições (teorias).
- objectivo: procura alcançar a verdade fáctica e verifica a adaptação das ideias aos factos.
- autónomo: a ciência tem o seu próprio campo de estudo, o seu método próprio de pesquisa,
uma fonte independente de informações que é a natureza: daí a sua autonomia em relação
à filosofia e à fé.
- revisível, pois encontra-se sujeito a correções.
Uma proposição ou uma teoria é verificável se, e apenas se, for possível comprová-la recorrendo
à experiência.
A comprovação empírica de uma proposição ou de uma teoria consiste em deduzir a sua verdade
a partir da experiência.
Uma proposição ou uma teoria é confirmável se, e apenas se, for possível confirmá-la (isto é,
verifica-la parcialmente) recorrendo à experiência.
A confirmação empírica de uma proposição ou de uma teoria consiste em mostrar a partir da
experiência, por indução, que provavelmente ela é verdadeira.
Uma proposição ou teoria é falsificável se, e apenas se, é possível descobrir que ela é falsa (isto
é, refutá-la) através da experiência.
Os métodos em ciência: indutivo, hipotético dedutivo e falsificacionista