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Tese submetida à
NILCEU NOVICKI
NILCEU NOVICKI
DOUTOR EM ENGENHARIA
_________________________________
Prof. Augusto J. A. Buschinelli, Dr. Ing. - Orientador
_______________________________________
Prof. Fernando Cabral, Ph. D. - Coordenador do Curso
BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Prof. Augusto J. A. Buschinelli, Dr. Ing. - Presidente
__________________________________
Prof. Américo Scotti, Ph. D. - Relator
__________________________________
Alexandre Meirelles Pope, Ph. D.
__________________________________
Prof. Ramón S. C. Paredes, Dr. Eng.
__________________________________
Prof. Carlos E. Niño Bohórquez, Dr. Eng.
iv
v
Tabela 2.1 – Relação entre t8,5 e CE para uma dureza máxima de 350 HV na ZTA ............. 14
Tabela 2.2 – Classificação dos processos de aspersão térmica segundo modo de
aquecimento na pistola .......................................................................................................... 31
Tabela 2.3 – Temperatura da superfície aspergida após 150 s do início do processo
segundo a % oxigênio no gás de arraste em mistura com nitrogênio ................................... 40
a) b)
Figura 2.3– Instalação de Dupla-Calha tipo A e B. A seta indica Tira de Superposição [18].
8
Figura 2.5– Solda de simples deposição sobre tubo com perda de parede interna [22].
O RDS tem aplicação assegurada por resultados que indicam sua capacidade de
recuperar a resistência da região danificada, inclusive se submetida a pressões cíclicas [22],
mas notadamente o risco de perfuração envolvido na operação é maior que em soldagem
de calhas, onde a menor penetração das soldas em ângulo (Fig. 2.6) permite o uso de
maiores energias de soldagem, diminuindo desta forma a taxa de resfriamento e a
possibilidade de trincas a frio [2]. O reparo neste método exige uma alinhada relação da
9
espessura remanescente a ser soldada com os parâmetros e procedimentos de soldagem,
incluindo a escolha adequada do tipo e diâmetro do eletrodo, garantindo-se principalmente
uma soldagem segura quanto à perfuração, e sem incidência de TF.
Quanto a direção de soldagem (longitudinal ou circunferencial), a orientação depende
da direção principal da descontinuidade a ser reparada. Porém, as tensões trativas
induzidas no tubo pela pressão interna são 2x maiores na direção circunferencial se
comparadas a longitudinal [23], portanto, os resultados obtidos de cordões longitudinais são
conservadores em relação aos circunferenciais [2].
RDS CALHA
Figura 2.7- Ocorrência de perfuração em deposição de solda sobre tubo SAE 1020 de 3,2
mm de parede [16].
Figura 2.8– Trinca induzida por hidrogênio na ZTA em uma soldagem de conexão [24].
¦ 14 kJ/cm
20 kJ/cm
16 kJ/cm
Figura 2.10– Taxa de Resfriamento de soldagem TIG autógeno na parede interna de tubo
ASTM A106 B. As curvas inferiores referem-se à mistura de 50 % de glicol em
água, e a superior à água [28].
Figura 2.11– Tempo para o resfriamento t8-5 (T8-5) e R540 da parede interna de tubo
contendo 50 % de glicol em água. Soldagem TIG autógeno (14 kJ/cm) [28].
13
Ainda em relação à pressão interna, os resultados obtidos no trabalho de Bruce e
Dorling [30] indicam como secundário o efeito da pressão em espessuras superiores a 6,4
mm, dado que o tamanho da área aquecida é pequeno, e a tensão circunferencial na parede
do tubo pode-se redistribuir ao redor da região aquecida pelo arco. Desta forma a variação
de pressão teria pouco efeito no controle da perfuração. Os resultados destes trabalhos, até
contraditórios, indicam ser necessário testes em condições mais próximas de escoamento
da aplicação real para permitir conclusões mais evidentes. O cuidado a ser observado com
os escoamentos líquidos é a possibilidade de ebulição e sua influência na perfuração, que
se torna problemática se essa ebulição for em filme (“film boiling”), provocando uma
contínua redução na taxa de transferência de calor e conseqüente aumento repentino da
temperatura do tubo. Já na ebulição nucleada (“nucleate boiling”), as bolhas formadas em
sítios movimentam-se com o fluído, provocando agitação mas sem alterar a taxa de
transferência de calor, que permanece elevada [28]. Portanto, o que se pode observar é a
existência de um limite mínimo de velocidade no escoamento condicionando a influência da
pressão no risco de perfuração. Se essa velocidade não for suficientemente elevada, pode
ocorrer a ebulição em sua situação mais grave. A norma PETROBRÁS N 2163 rev. C [17],
estabelece a necessidade de uma velocidade mínima do fluído para a soldagem, que deve
ser determinada experimentalmente.
Como meio de atenuar o risco da perfuração, algumas companhias com respaldo em
normas como as da API, adotam a redução para 80% do valor da pressão nominal,
estabelecida segunda a equação (2.1), conhecida como “regra ASME”. Esta prática, para
realmente oferecer maior segurança, deve considerar o estado físico do fluído: os gases
conduzem mais eficientemente o calor com o aumento da pressão, de modo que uma
redução pode provocar aumento de temperatura na superfície interna, favorecendo a
perfuração.
Pn 2 S t F E T /D (2.1)
onde:
Pn = pressão nominal;
S = tensão de escoamento do material;
t = espessura da parede do tubo;
F = fator de projeto;
E = coeficiente de eficiência da solda;
T = fator de temperatura;
D = diâmetro externo do tubo.
14
2.1.3 Programas desenvolvidos para prevenção dos riscos
A soldagem em operação teve um grande desenvolvimento no período entre 1979-
1991, com a validação de um modelo de análise térmica desenvolvido pelo Instituto Battelle
para prever a perfuração e o risco de TF [9]. Pelo método, através de uma solução numérica
bidimensional das equações de transferência de calor pode ser previsto o tempo de
resfriamento t8-5 mínimo necessário para que não ocorra TF, baseado numa dureza máxima
de 350 HV [31]. A Tab. 2.1 apresenta o tempo t8-5 para alguns valores de carbono
equivalente (CE) da fórmula desenvolvida para o International Institute of Welding (IIW) e
apresentada abaixo.
Mn Cr Mo V Ni Cu
CE C (2.2)
6 5 15
Tabela 2.1- Relação entre t8-5 e CE para uma dureza máxima de 350 HV na ZTA.
CE t8-5 (s)
0,50 13
0,45 9
0,40 7
0,35 5
0,30 3
0,25 2
Figura 2.12– Dureza crítica da ZTA em função do CEIIW e hidrogênio difusível para
soldagem em serviço de aços com teor de C > 0,10% [30].
16
Figura 2.13– Seleção da energia de soldagem em função da dureza crítica da ZTA e tempo
de resfriamento t8/5 [30].
Figura 2.14– Procedimentos de soldagem com elevada energia testados pelo WIC. a) passe
estreito seguido de passes trançados; b) seis passes estreitos; c) passes
estreitos com passe final de revenido; d) aplicação de quatro passes [34].
17
Os resultados dependem diretamente do controle dos cordões, o que faz com que a
técnica seja de difícil aplicação. Dos procedimentos testados, a aplicação de quatro passes
(letra d na Fig. 2.14) apresentou os melhores resultados referentes à redução de dureza. Na
técnica, a deposição dos dois primeiros passes tem contato maior com a luva do que com
tubo. O terceiro, com elevada energia (baixa velocidade) tem maior contato com o tubo,
enquanto o último não deve tocar de forma alguma a parede do tubo. Além da dificuldade
operacional, o desenvolvimento foi direcionado para uso de calhas ou conexões, não
prevendo o RDS. Os resultados, apesar de ainda não totalmente demonstrados, vão ao
encontro dos critérios do Battelle e EWI [1].
No controle de TF, está mundialmente consolidado o uso de eletrodos de baixo
hidrogênio, após a constatação do número de acidentes provocados pelo uso de eletrodos
celulósicos. Em pesquisa realizada pelo Battelle [9] nos EUA, envolvendo 11 companhias,
foram registrados 90 casos de falhas em no mínimo um mês após a soldagem, em
soldagens com eletrodos celulósicos em tubos com CE (> 0,44). Limitado o teor de
hidrogênio, a soldagem deve ser respaldada pelo controle da taxa de resfriamento, que são
elevadas pelo resfriamento imposto pelo fluxo do fluido.
O fenômeno da perfuração, que ocorre quando o material situado abaixo da poça de
fusão não tem resistência suficiente para resistir ao esforço proveniente da pressão
provocada pelo fluxo somada a eventuais tensões residuais de fabricação, está
condicionado à espessura do duto e sua capacidade de remoção de calor, à penetração
imposta pelo processo de soldagem, e às condições operacionais do fluido. O controle
através do limite da energia durante a soldagem, como já comentado, é conflitante com a
necessidade de evitar TF, sendo necessário, portanto, um procedimento adequadamente
balanceado de energia que permita a soldagem em operação segura quanto à execução e
integridade estrutural.
Com a tendência ao uso de tubulações fabricadas com aços com maior resistência
(X65, X70, X80...), permitindo o benefício econômico da menor espessura, aumentam os
cuidados relacionados ao risco de perfuração, e mesmo de TF pela maior exposição ao
resfriamento que um volume menor de material provocará. No programa de análise
desenvolvido pelo Instituto Battelle para soldagem em operação, o risco de perfuração é
avaliado pela temperatura atingida pela parede interna do tubo. Com base nos
experimentos, foi concluído que a perfuração tende a ocorrer quando esta temperatura
ultrapassa 1260oC. Para dar uma margem de segurança, a temperatura admissível foi
limitada a 982oC quando são usados eletrodos revestidos de baixo hidrogênio, e 760oC com
eletrodos celulósicos. Tendo como referência estes limites de temperatura, pode-se
considerar que não existe risco de perfuração em espessuras superiores a 6,4 mm, desde
que sejam utilizados eletrodos revestidos do tipo básico (baixo hidrogênio) e adotadas
18
práticas adequadas de soldagem [9]. Observa-se que o limite prático de espessura
adotado pelas companhias está entre 4 e 5 mm [18,22].
A análise desenvolvida pelo Battelle, com a previsão de temperatura máxima a partir de
dados como os parâmetros de soldagem e condições operacionais da tubulação, é
considerado o método mais útil na avaliação de riscos na soldagem em operação [1], mas
direcionada somente para soldas de conexões ou duplas-calhas. Em se tratando de RDS,
todo o arco incide no duto, ocasionando uma maior penetração se comparada às geometrias
analisadas pelo Battelle, o que exige cuidados adicionais em relação à espessura local e
energia de soldagem.
Tentativas de estabelecer diretrizes seguras para a soldagem com deposição direta
sobre tubos com parede inferior a 3,2 mm, tendo como fluido pressurizado o gás metano em
diversas velocidades, ocorreram em pesquisa do EWI encomendada pelo PRCI [2], com o
objetivo de desenvolver um guia que permitisse a soldagem em paredes finas. Para os
experimentos, realizados sobre tubos de 114,3 mm com pressão interna de 4,5 MPa, três
energias distintas foram testadas, considerando os efeitos em separado do diâmetro do
eletrodo AWS E7018 (2,0, 2,4 e 3,2 mm) e velocidade de soldagem. A Fig. 2.15 mostra
macrografias de seções transversais de três cordões de solda em um tubo com parede de
3,2 mm, diâmetro do eletrodo de 3,2 mm e energia de soldagem de 4, 7,3 e 11,9 kJ/cm.
Mediante a observação das macrografias, as soldas foram classificadas em três categorias
relativas à ocorrência de perfuração: seguras, marginais e perfuradas. Na macrografia
relativa a uma solda perfurada, realizada com a maior energia (11,9 kJ/cm) observa-se um
bojo pronunciado do lado da raiz da solda, trincas aparentemente de solidificação pelo
aumento de tensões provocado pela deformação e o prolongamento da ZTA grosseira até a
superfície interna do tubo. Além disso, em função da elevada temperatura, houve
enriquecimento do metal em carbono provindo do gás metano, com o qual formou-se um
constituinte eutético de baixa ductilidade, que apresenta trincas. Esta formação somente
ocorreu nos cordões com elevada corrente de soldagem, e já haviam sido reportados nos
experimentos do Battelle com propano líquido, onde foram observados em temperatura
acima de 1130oC [27].
Na Fig. 2.16 é mostrado o modo como foi definido o limite de energia para evitar
perfuração durante a soldagem. Pode-se observar que a curva foi traçada de forma
relativamente arbitrária entre os pontos experimentais classificados de forma qualitativa.
Os resultados do trabalho do EWI permitiram concluir que o uso de eletrodos revestidos
de pequeno diâmetro (menor nível de corrente) permite soldagens mais seguras quanto à
perfuração. O trabalho também deixa como orientação, evitar soldagem com eletrodos
revestidos de diâmetro 3,2 mm.
Uma abordagem diferenciada quanto à perfuração foi proposta por Sabapathy et al [35],
incluindo a transferência de calor no sentido longitudinal à solda e que não era considerado
19
nos modelos anteriormente citados, resultando em um modelo de simulação numérica tri-
dimensional para determinar o campo de temperatura em regime estável (isto é, quando já
foram atingidas as temperaturas máximas e é mais provável que aconteça a perfuração).
Mediante uma análise termo-elasto-plástica, determinam como varia a deflexão do material
no sentido radial segundo a pressão interna em uma soldagem com determinado aporte
térmico, como mostra a Fig. 2.17. Nesta observa-se um ponto onde a curva se desvia do
seu comportamento linear. Segundo os autores, esse ponto pode ser considerado um limite
de escoamento efetivo local, que representaria o limiar para ocorrer perfuração. Embora
esse método possa apresentar resultados confiáveis e permitir avaliar a influência da
pressão sobre a perfuração, é bastante demorado, sendo proposto pelos autores uma
variante. Com o aumento da temperatura ocorre uma redução local da resistência do
material. A tensão limite de escoamento na região de perda de resistência pode ser
calculada ao longo de uma linha A-A perpendicular à superfície do tubo conforme a
equação:
ro
PA A yr dr (2.3)
ri
onde:
PA-A = tensão limite de escoamento ao longo da linha A-A perpendicular ao tubo;
ri e ro = raio interno e externo do tubo;
s yr = limite de escoamento efetivo local.
A espessura da parede do tubo (em temperatura ambiente) que poderia suportar esta
carga pode ser calculada pela equação:
t PA A / yr (2.4)
A redução da resistência na região da solda pode ser, então, representada como uma
redução efetiva da espessura da parede, podendo então ser considerada por analogia como
um defeito ou cavidade. Fazendo este cálculo para vários pontos dentro de uma área do
tubo, podem ser encontradas as dimensões da cavidade efetiva. A partir daí, pode ser
determinada (por critérios como os constantes na norma ASME B31G [36]) a pressão
máxima que pode suportar o tubo tendo esta cavidade.
Ao comparar os valores previstos pelo modelo com aqueles obtidos experimentalmente
por Wade [37] em uma soldagem de um cilindro pressurizado com nitrogênio, pode-se
verificar a boa precisão do modelo conforme Fig. 2.18.
20
Figura 2.15– Macrografias indicando risco segundo a perfuração: solda segura (2M7);
marginal (2M9); e perfurada (2M8) [2].
Figura 2.16– Curva utilizada como critério para definir o limite de energia de soldagem em
função da aparência macrográfica das soldas em espessuras de 3,2 mm [2].
21
Limite de Escoamento
Efetivo Local
Figura 2.17– Deflexão radial calculada em função da pressão do fluido, para a soldagem de
um tubo de 3 mm de espessura utilizando aporte térmico de 7,5 kJ/cm [35].
Figura 2.18– Comparação das condições previstas para ocorrer perfuração com aquelas
observadas por Wade [36].
Num trabalho mais recente, Bang et al [38] apresentam um método para a previsão da
perfuração na soldagem circunferencial de dupla-calha, onde através de um modelo de
elementos finitos bi-dimensional axi-simétrico (isto é, considerando que o cordão de solda é
depositado ao mesmo tempo em toda a circunferência do tubo), foram estimadas as tensões
desenvolvidas e, dai, a deformação em cada local da região da solda. Segundo os autores,
quando a deformação ultrapassa a capacidade do material para deformar (valor que está
relacionado com o alongamento percentual do material obtido no ensaio de tração),
ocorreria a perfuração. Não pode ser afirmado nada sobre a precisão deste método, pois foi
aplicado a espessuras de 14 mm, nas quais na prática não ocorre perfuração.
Pelos exemplos e métodos citados, pode-se perceber que não se conhece a ‘forma
correta’ de realizar uma soldagem em operação. A grande aceitação da maioria das
22
companhias é pela orientação do programa Battelle, mas que tem suas limitações, como
por exemplo a não inclusão de RDS. A certeza tantas vezes mencionada neste trabalho, é
que deve-se afastar a possibilidade de risco de perfuração, garantindo desta forma a
segurança no momento da soldagem e, concomitantemente, prevenir que não haja a
incidência de TF, sendo que as medidas de prevenção provocam resultados antagônicos
nos riscos inerentes de uma soldagem nestas condições.
C < A,B
A C B
C > A,B
A C B
Figura 2.20- Esquema do modelo sugerido por Heiple e Roper [46] explicando a mudança
no movimento de convecção da poça de fusão segundo variação da tensão
superficial com a temperatura. Alto teor de oxigênio > 50 ppm.
25
Lu et al [51], em um trabalho onde a penetração e teor de oxigênio da zona fundida
foram relacionados com a variação de oxigênio na mistura de gás, Ar – O2 e Ar – CO2, em
processo TIG, comprovaram o efeito de alteração do perfil conforme o teor de oxigênio. A
soldagem foi realizada sobre aço inoxidável AISI 304, com alteração no perfil observada
com níveis de oxigênio na solda acima de 100 ppm. Os resultados podem ser observados
nas macrografias apresentadas na Fig. 2.21.
Em trabalhos foi procurado estabelecer o teor de oxigênio a ser absorvido pela solda
para que ocorra a alteração no movimento convectivo. Por exemplo, Taimatsu et al [54], em
experimentos sobre placas de ferro puro, estimaram que a faixa entre 150 – 350 ppm de
oxigênio pode ser considerada como crítica. Já Lu et al [53] em pesquisa também sobre
ferro puro observaram em seus experimentos a faixa de 150 – 350 ppm de oxigênio.
A importância dada à abordagem da força de Marangoni deve-se à presença do
oxigênio nos revestimentos proveniente do processo de aspersão térmica. Como a solda
será depositada sobre esta superfície, naturalmente procurou-se um conhecimento maior
sobre os efeitos que esta condição poderia provocar na soldagem. A seguir é apresentada
uma revisão das outras forças envolvidas:
a) pressão do arco: seu efeito depende da corrente e altura do arco [43], e pode provocar
em altas correntes uma depressão significativa na poça, como comprovam trabalhos como
os de Lin e Eagar [55], Mendez e Eagar [56], e Ko et al [59], que indicam ainda a incidência
de imperfeições como mordeduras, reforço irregular, ou falta de fusão. De uma forma geral,
desde que a corrente não ultrapasse um valor aproximado de 200 A, o efeito da pressão do
arco pode ser desconsiderado [43,49,55].
b) força de Lorentz: ou força eletromagnética, surge pela interação da corrente de soldagem
e o campo magnético induzido, provocando um movimento do fluxo que aprofunda e estreita
27
a poça, explicado pela conhecida regra da mão dirieta. Esta característica, dependente da
corrente, pode ter em altas intensidades, uma influência significativa na formação do perfil
da zona fundida [57], assim como uma maior densidade de corrente (menor mancha
anódica) provoca o mesmo resultado [43,57]. O efeito da força de Lorentz foi simulado no
trabalho de Kumar e DebRoy [58], sendo avaliado em uma condição onde a ação das
demais forças foram desconsideradas. Por exemplo, impondo um gradiente de tensão
superficial zero, o que anula a força de Marangoni. De outra forma, cordões de solda
realizados em processo Laser ou Feixe de Elétrons não apresentam as influências
provenientes da ação de um arco elétrico e com uma adequada equivalência na energia de
soldagem podem ser comparados perfis de cordões realizados em processos distintos,
como TIG e Feixe de Elétrons [47], o que permite isolar o efeito da força de Lorentz.
Segundo Ko et al [59], a força de Lorentz juntamente com a de Marangoni são as maiores
responsáveis pela definição do perfil da zona fundida, evidentemente considerando energia,
corrente, tensão e velocidade de soldagem constantes.
c) força de flutuação: deve-se a variação de densidade provocada pelo gradiente de
temperatura. A região localizada na parte central acima da poça junto à fonte de calor, está
mais quente em relação às extremidades e, portanto, com menor densidade. Como mostra a
Fig. 2.23, a ação da gravidade provoca um movimento de fluxo entre a e b que tende a um
perfil largo e raso da zona fundida, o que favorece o propósito deste trabalho. Entretanto, a
representatividade da força de flutuação é pequena [57,60,61]. Em experimentos realizados
pro Tsai e Kou [62], uma diferença de uma ordem de grandeza foi observada entre a força
de Lorentz e a de flutuação, como mostra a Fig. 2.24.
Figura 2.23- Esquema mostrando o movimento na poça de fusão provocado pela ação da
força de flutuação [43].
28
Figura 2.24- Esquema comparando o movimento de fluxo provocado pela ação das forças
de Lorentz e de Flutuação mostrando uma diferença de uma ordem de
grandeza na velocidade. Adaptado de [62].
d) jato de plasma: estas forças são produzidas por uma ação de arraste do plasma sobre a
superfície da poça de fusão, induzindo um movimento de fluxo ascendente, como mostra a
Fig. 2.25. Matsunawa et al [63] demonstraram que a ação da força do jato de plasma pode,
dependendo da altura do arco, superar as forças de Lorentz e Marangoni. A Fig. 2.26
compara duas séries de solda por processo TIG estacionário com comprimento de arco de
2,0 mm e 8,0 mm, onde prevalece o efeito da arraste do jato de plasma sobre a força de
Lorentz. Em um segundo experimento, os comprimentos de arco são mantidos, porém varia-
se o teor de enxofre. A Fig. 2.27 mostra o resultado onde o efeito da tensão superficial, que
provocaria um aumento na penetração nas amostras com maior teor de enxofre, é superado
pelo jato de plasma, produzindo perfis de solda similares em cordões com comprimento de
arco de 8,0 mm.
Figura 2.25- Esquema mostrando o movimento de fluxo provocado pela ação da força de
arraste do jato de plasma [43].
29
Figura 2.26- Esquema comparando o perfil da zona fundida obtida em soldagens com dois
tamanhos de arco. A menor penetração em arco de 8,0 mm indica o efeito de
arraste do jato de plasma prevalecendo sobre a força de Lorentz [63].
Figura 2.27- Esquema comparando o perfil da zona fundida em soldagens com dois
comprimentos de arco e dois teores de S. A equivalência nos perfis indica o
efeito de arraste do jato de plasma provocado pelo aumento do arco
prevalecendo sobre a força de Marangoni induzida pelo aumento do teor de S
[63].
Poros,
Vazios
Inclusões de óxidos
Partículas
não fundidas
Substrato
Figura 2.29- Micrografia de revestimento de aço carbono depositado por processo a arco.
Figura 2.30– Pistola de aspersão térmica por chama convencional para arame [70].
Figura 2.31– Pistola de aspersão térmica para processo a chama com pó [70].
34
pó
chama
PÓ
ar
comprimido
oxigênio
bico da
gás pistola
combustível
ar ARAME
comprimido material
fundido
mistura
oxi-acetileno
arame
capa
de ar
Figura 2.32– Desenho esquemático da seção transversal das pistolas de aspersão por
chama com pó e arame. Adaptado de [70,71].
1
Pelo exposto, observa-se uma alta variação entre pesquisadores em relação a velocidade das partículas,
possivelmente pelo constante desenvolvimento das pistolas e processos.
35
Apesar destes inconvenientes, o processo propicia aderência satisfatória, podendo
atingir 70 MPa para revestimentos autofluxantes, com valores em torno de 15 MPa para
cerâmicos e 30 MPa em geral. O grau de porosidade está entre 10 a 20%, e próximo de
zero para ligas autofluxantes. Com estas características, que podem ser consideradas
adequadas para a maioria das aplicações, o processo permite espessuras de revestimento
na faixa de 0,1 a 10,0 mm [72] que, somado a vantagens como custo relativamente baixo,
versatilidade de aplicação (uso em situações sem energia elétrica), simplicidade na
operação e manutenção e taxas de deposição relativamente altas, fazem com que o
processo FS tenha um grande uso na indústria.
Na aplicação devem ser reguladas no equipamento algumas variáveis, como pressão e
fluxo do ar comprimido, fluxo do gás combustível e oxigênio, e adequadamente
determinados parâmetros como distância pistola-substrato, preparação da superfície e
necessidade de pré-aquecimento.
arame +
arco
elétrico
ar
comprimido
capa
de ar
guia do
arame arame -
Figura 2.34– Pistola para aspersão térmica a arco elétrico do Laboratório de Aspersão
Térmica e Soldagens Especiais da UFPR.
2.3.3.2 Porosidade
Nos revestimentos por aspersão térmica, a porosidade pode representar até 15% [70]
nos processos FS e AS (valor alto se comparado com HVOF, onde a maior velocidade de
deslocamento das partículas colabora para uma menor porosidade). Depende de fatores
como a velocidade, que pode provocar uma elevada compactação das partículas ao se
chocar com o substrato, o que melhora a coesão e diminui a porosidade [11]; da
temperatura, devendo ser suficiente para que a partícula possa se deformar no choque com
o substrato, achatando-se com uma distribuição de área homogênea, por outro lado, se a
temperatura for excessiva, a partícula se espalhará além do necessário, podendo não aderir
ao substrato ou gerar ligações fortes, além de facilitar a oxidação [11]. Tem como causa
ainda o aprisionamento de óxidos na sobreposição das plaquetas lenticulares durante a
formação da estrutura lamelar.
Em processos onde o material a ser aspergido está na forma de pó, a morfologia
também contribui, sendo que o uso de pós aglomerados sinterizados permite camadas
menos porosas quando comparadas com as originárias de pós mais densos, que não
atingem temperatura para que ocorra a deformação plástica. Da mesma forma, pós de
granulometria superior a 45 m favorecem a formação de poros [76].
Um efeito direto da porosidade é a diferenciação nas propriedades entre o material
como aspergido em relação a sua forma maciça, afetando a condutividade térmica e
elétrica, assim como as propriedades mecânicas, pela menor área sólida de seção
transversal do revestimento, o que afeta também a adesão e coesão.
39
2.3.3.3 Oxidação
Para os processos FS e AS, a presença de óxidos está entre 10 e 30% [5,70,99]. Esta
oxidação pode ter influência sobre a formação de fases, microestrutura, propriedades e,
conseqüentemente, comprometer a performance do revestimento [77]. Três mecanismos
distintos, entre o aquecimento das partículas na pistola e sua deposição no substrato, são
responsáveis pela oxidação e dependem basicamente do grau de fusão das partículas
aspergidas, da atmosfera circundante e da velocidade de resfriamento. A oxidação pode
ocorrer nas partículas: durante o aquecimento pela reação com o oxigênio provenientes do
gás de arraste ou elementos oxidantes disponibilizados pelos produtos de combustão; pela
reação com a atmosfera vizinha durante a trajetória pistola-substrato que entra em contato
com as partículas aquecidas; e, ainda, pelo resfriamento da superfície do revestimento
recém formado, que recebe influência direta da temperatura da base revestida, seja ela o
substrato ou a camada anteriormente aspergida [78]. Os dois primeiros mecanismos
produzem oxidação em tempos na ordem de 1 ms, enquanto no terceiro na ordem de 1 s
[79]. Para o processo AS, Paredes [10] sugere ainda a oxidação ocorrida na fonte de calor
pela dissociação do oxigênio, hidrogênio e nitrogênio no bico da pistola devido à alta
temperatura, no caso o arco elétrico. A Fig. 2.35 mostra um esquema da atuação destes
mecanismos e regiões de oxidação.
arame
gás de
arraste
arame
Figura 2.35- Mecanismos de oxidação para processo de aspersão térmica à arco elétrico. 1)
no arco; 2) oxigênio do gás e produtos da combustão; 3) contato com o
ambiente; 4) após impacto. Adaptado de [79].
0,5
fl De t fl (2.5)
onde:
fl = profundidade de oxidação da partícula em vôo;
De = coeficiente de difusão do oxigênio na fase líquida;
tfl = intervalo de tempo entre o início de fusão e de solidificação (geralmente considerado o
tempo de vôo).
40
Pela equação 2.5 pode-se ver que, desde que a partícula não solidifique no trajeto, a
diminuição da trajetória ou o aumento da velocidade contribuem para uma menor oxidação.
Análise similar é feita em relação à oxidação ocorrida logo após o impacto da partícula
no substrato:
0 ,5
s De ts (2.6)
onde:
s = profundidade de oxidação da partícula após impacto;
ts = tempo de solidificação após impacto.
Um aumento na temperatura da superfície [80] ou da partícula provoca aumento em ts,
resultando em uma maior espessura oxidada. Estas duas análises mostram a dependência
da temperatura e servem para explicar a maior oxidação em AS em relação a FS.
Pesquisa pertinente foi realizada por Newbery e Grant [81], relacionando a temperatura
do substrato com a quantidade de oxigênio presente no gás de arraste. A Tab. 2.3 mostra
que a temperatura da partícula na superfície após 150 s do início do processo é menor em
deposições com teores baixos de oxigênio em mistura com nitrogênio. No mesmo trabalho
foi medida a oxidação da superfície em diferentes espessuras de revestimento, até 1,0 mm
de espessura. Os resultados apresentados na Fig. 2.36 indicam uma maior oxidação
segundo a espessura.
Tabela 2.3- Temperatura da superfície aspergida após 150 s do início do processo segundo
a % oxigênio no gás de arraste em mistura com nitrogênio [81].
% O2 temperatura (ºC)
15,2 370
10,0 280
4,8 235
0,0 215
Figura 2.36- Oxidação na superfície aspergida segundo teor de oxigênio no gás de arraste e
espessura do revestimento [81].
Figura 2.37- Oxidação em revestimentos de aço inoxidável AISI 420 segundo o gás de
arraste em processo a arco. O uso de gás inerte reduz a formação de óxidos.
Adaptado de [82].
De outra forma, menores teores de óxidos podem ser obtidos pela adequação dos
parâmetros do processo, como pressão do gás e distância pistola-substrato. Em pesquisa
desenvolvida no Laboratório de Aspersão Térmica e Soldagens Especiais – LABATS - da
UFPR, a redução da pressão de 410 kPa para 280 kPa diminuiu a incidência de óxidos de
26% para 22% em revestimentos com AWS410NiMo em AS [83]. Resultados similares
foram observados por Hoile et al, onde também variou-se a distância pistola-substrato [84].
No trabalho de Xiong et al, a mesma tendência foi observada [85].
42
O uso de processos como HVOF, onde o incremento de velocidade entre 5 e 10 vezes
diminui o tempo de exposição da partícula ao ambiente oxidante, e o processo Cold
Spraying, que alia ganho de velocidade com menor temperatura das partículas, são
alternativas aos tradicionais FS e AS. Em pesquisa recente, o Cold Spraying apresentou
uma relevante vantagem na menor incidência de porosidade e óxidos, quando comparados
com HVOF, Plasma e FS [86].
43
CAPÍTULO 3
MATERIAIS E MÉTODOS
3.2 Materiais
Para substrato foram utilizados chapas de aço carbono SAE 1020, e tubos API 5LX-70
e ASTM A53. Como material de aspersão, foi utilizado o arame AWS ER70S6, e para a
deposição de solda, eletrodo revestido AWS E7018. Estes materiais não apresentam
diferenças significativas de composição química, diminuindo a possibilidade de
incompatibilidade metalúrgica. A Tab. 3.1 mostra a composição química dos diferentes
materiais sugerida pelos fabricantes, ou de normas, nos casos do aço carbono SAE 1020
[87] e ASTM A53.
Figura 3.1- Fonte Sulzer Metco ValueArc 300E onde foram preparadas as amostras por AS.
Tabela 3.4- Parâmetros regulados para a soldagem com eletrodo revestido AWS E7018.
diâmetro corrente tensão velocidade
2,5 e 3,2 mm 70 a 110 A+ 26 volts 17 e 22 cm/min
exaustão
de gases
painel de
aquisição de controle controle
temperatura do
eletrodo
janela
aquisição
de dados
fonte de
soldagem
Figura 3.4- Bunker para soldagem em tubos pressurizados com fonte de energia, sistemas
de aquisição e acessórios.
Figura 3.5- Esquema da orientação dos cordões de solda sobre chapa de aço carbono SAE
1020 de 150,0 x 150,0 mm e 3,0 mm espessura (medidas em mm).
vista frontal
Figura 3.6- Esquema mostrando as dimensões (em mm) e região aspergida dos corpos de
prova de tubos API, assim como a divisão em quadrantes.
Além das duas geometrias apresentadas, foram preparados corpos de prova que
permitiram simular uma operação de reparo. Para tanto, foram realizados desbastes
localizados de espessura em uma área de 60 x 120 mm, por sobre onde foi aspergido o
revestimento com posterior deposição de solda. Nesta situação foi mantida a parede dos
tubos com 6,5 mm, sendo reduzida a espessura para 3,0 mm somente na área de desbaste.
A Fig. 3.7 mostra um desenho da geometria destas amostras.
área de
desbaste
Figura 3.7- Desenho de corpo de prova para aplicação da técnica simulando uma operação
de reparo em área desbastada (medidas em mm).
51
Para a aplicação do revestimento aspergido, um cuidado especial foi tomado quanto
a manutenção do revestimento junto as laterais, cuidado este que deve começar já no
processo de jateamento, devendo a pistola ser inclinada de forma a permitir o impacto das
granalhas na superfície das laterais, proporcionando a rugosidade necessária.
Evidentemente que em uma situação real de dano, estas laterais não existiriam. Uma outra
opção, não adotada no trabalho, seria o desbaste destas paredes em um ângulo que facilite
o acesso das granalhas para o jateamento.
Figura 3.8- Desbaste da lateral em 45º para facilitar o acesso do eletrodo para a soldagem.
Após a eliminação dos ângulos retos, tem-se início a deposição de solda, com os
cordões iniciais orientados sobre a região de desbaste junto ao contorno do revestimento,
diminuindo a possibilidade de não fusão do revestimento em sua periferia, e de uma
possibilidade de desplacamento. A Fig. 3.9 mostra um esquema destes primeiros cordões
de solda.
No total foram preparados 123 corpos de prova, divididos da seguinte forma: 90 em
chapas, 28 em tubos, e 6 em tubos com desbaste de dano simulado. Nas tabelas do
Apêndice podem ser identificados todas as amostras extraídas a partir destes corpos de
prova.
Os ensaios nos tubos foram realizados em 2,5 e 5,0 MPa de pressão interna. Para a
pressurização prevista, com água, foi utilizada uma bomba hidrostática com capacidade de
5,0 MPa, mostrada na Fig. 3.10. Durante as soldagens, a pressão foi acompanhada pelo
manômetro da bomba, que era diminuida manualmente por uma válvula de alívio toda vez
52
que aumentava mais que 0,5 MPa. Os experimentos não consideraram a condição de
escoamento pressurizado, somente pressão atmosférica em vazão de torneira, 13,5 l/min.
Figura 3.10- Bomba para teste hidrostático utilizada na pressurização dos tubos.
A vedação foi realizada através do acoplamento dos corpos de prova entre flanges e
o’rings, fixos por porcas através de quatro barras rosqueadas, como mostra o esquema da Fig.
3.11.
53
Figura 3.11- Conjunto de flanges previsto para vedação dos tubos (medidas em mm) [16].
Tabela 3.6- Quadro-resumo dos corpos de prova fabricados sobre chapas de aço carbono
SAE 1020 e tubos API 5LX70.
Aspersão Soldagem
tipo processo gás processo tipo
chapa FS ar ER cordão
chapa AS ar ER cordão
chapa FS argônio ER cordão
chapa AS argônio ER cordão
chapa FS ar ER revestimento
chapa AS ar ER revestimento
chapa AS ar laser cordão
tubo FS ar ER cordão
tubo FS ar ER revestimento
tubo AS ar ER reparo
ee e pa ps (3.1)
Figura 3.13- Projeto dos tampões utilizados para fechamento dos tubos para ensaio de
pressurização até o rompimento (cedido pelo LAMEF-UFRGS).
A pressurização com óleo foi realizada por bomba de engrenagem com capacidade de
70 MPa, potência de 2 CV e reservatório de 36 l. Na Fig. 3.15 pode ser vista a bomba
utilizada.
58
Figura 3.14- Desenho esquemático mostrando um corpo de prova preparado para o ensaio
de pressurização.
Figura 3.15- Bomba utilizada para pressurização do óleo nos ensaios de pressurização.
59
CAPÍTULO 4
RESULTADOS OBTIDOS
Inicialmente este capítulo apresenta resultados dos ensaios realizados sobre chapas
de aço carbono SAE 1020, previamente revestidas pelos processos de aspersão térmica a
Chama Convencional e Arco Elétrico. Através destes resultados, procurou-se delinear o uso
da aspersão térmica para recuperação prévia da espessura abordando aspectos como a
comparação entre os dois processos estudados, relação espessura revestida e penetração
do arco voltaico, presença de óxidos influenciando o movimento de convecção da poça de
fusão, uso de um gás inerte como alternativa ao ar comprimido para o arraste das
partículas, e controle da temperatura da superfície oposta à soldagem como critério de
perfuração. Na seqüência são analisados os resultados da aplicação da técnica sobre tubos
API 5LX-70, com a viabilidade comprovada em um teste de ruptura de uma amostra de tubo
recuperada nas condições propostas neste trabalho. Adicionalmente, tem-se a análise do
procedimento testado em chapas de aço inoxidável AISI 304.
rugosidade Ra ( m) aderência
3–4 desplacada
4–5 mantida
5–6 mantida
revestimento
substrato
1,5 mm
Como complemento dos testes para definição da rugosidade, foram revestidos 8 chapas
texturizadas com rugosidade da superfície inferior a 4 m e pré-aquecidas em temperatura
de 150ºC. O mesmo número foi preparado sem pré-aquecimento. O pré-aquecimento não
provocou alteração nas condições de aderência anteriormente observadas, apenas que
nesta situação a maioria das ocorrências de desplacamento, foi durante a deposição de
solda, como registrado nos gráficos da Fig. 4.2. Este desplacamento ocorreu de forma
grosseira, isto é, simplesmente o revestimento destacava-se do substrato, podendo ser
facilmente identificada a perda de aderência a olho nu. Convém salientar que mesmo que os
resultados indicassem a eficácia do pré-aquecimento, seria difícil manter a temperatura
desejada quando de uma aplicação sobre tubos com escoamento de fluido, pois o fluxo
provocaria um resfriamento rápido do substrato aquecido.
61
87,5% 50%
Tanto o teor de óxidos como a porosidade, apresentados na Tab. 4.2 (valores médios),
retirados de revestimentos de mesma espessura (aproximadamente 0,5 mm), estão dentro
62
de níveis aceitáveis para estes processos [3,4], e podem ser considerados muito bons se
comparados com os revestimentos aspergidos para aplicação industrial no Brasil. Os
valores ligeiramente mais elevados no processo AS são resultado da presença de O2 e N2
dissociados na passagem do ar comprimido pelo arco e a maior energia térmica proveniente
do arco elétrico se comparada à energia da combustão de gases no processo FS, o que
leva a um maior tempo de resfriamento e maior quantidade de óxidos formados nas
partículas, dificultando a acomodação quando do encontro com o substrato ou camadas
anteriores, conseqüentemente gerando revestimentos mais irregulares [78].
Tabela 4.2- Teor médio de óxidos e porosidade presentes nos revestimentos aspergidos em
espessura de 0,5 mm com arame AWS ER70S-6 pelos processos FS e AS
com ar comprimido como gás de arraste.
4.2 Deposição de solda com eletrodo revestido AWS E7018 sobre revestimento
aspergido
Segundo a metodologia proposta, os cordões de solda foram depositados sobre uma
chapa de 3,0 mm de espessura com 50% de área revestida por aspersão térmica,
permitindo que o mesmo cordão sobreponha-se as duas regiões distintas, conforme ilustra a
Fig. 4.4. Desta forma torná-se possível comparar os efeitos que o revestimento provoca
sobre a poça de fusão, através da análise de penetração, largura e estabilidade do arco.
área
revestida
Figura 4.4- Esquema da distribuição dos cordões de solda sobre chapa com área revestida
de 75 x 150 mm por aspersão térmica.
63
4.2.1 Aspecto dos cordões de solda
Através de análise visual em seções transversais de cordões de solda depositados
sobre revestimento aspergido, não foi constatado, a princípio, nenhum defeito que tornasse
inaceitável a solda. Para avaliar se haveria ou não molhabilidade em cordões depositados
sobre uma superfície com heterogenidades que poderiam comprometer a soldagem, e
também para avaliar se não haveriam desvios geométricos excessivos de penetração da
zona fundida (p) ou largura do cordão de solda (L), foram medidos os valores de p e L, e do
ângulo formado entre o reforço da solda e a superfície do revestimento ( ), assim como
avaliada a relação p/L de cordões depositados sobre chapas de aço carbono aspergidas
com espessura de revestimento de 0,50 mm pelos processos FS e AS. Os resultados
apresentados na Tab. 4.3 não apresentam indícios de desvios geométricos.
Não se observam também indícios de descontinuidade na transição entre material
aspergido e chapa maciça no local adjacente ao cordão de solda. As Fig. 4.5 e 4.6 mostram,
respectivamente, micro e macrografia de seção transversal de um cordão depositado sobre
uma espessura revestida de aproximadamente 1,30 mm, que ilustram as constatações
acima apresentadas. Já na Fig. 4.7 pode ser observada a seção longitudinal do mesmo
cordão, sem grandes desvios lineares. Esta regularidade mostra que a inevitável ocorrência
de curto-circuitos, que impedem o colamento do eletrodo, porém elevam momentaneamente
a corrente, não provocam picos de penetração do arco ao longo do cordão, o que permitiu
adotar o valor utilizado de 180 A, como corrente de curto circuito.
Tabela 4.3- Ângulo ( ) entre o reforço da solda e superfície do revestimento, penetração (p)
da zona fundida, largura (L) do cordão de solda e relação p/L de cordões de
solda depositados com energia de soldagem de 6,5 kJ/cm sobre espessuras de
revestimento e=0,5 mm.
solda
revestimento
substrato
Figura 4.5- Micrografia óptica da zona fundida de cordão de solda mostrando a transição
entre revestimento e chapa.
Figura 4.6- Vista de seção transversal de cordão de solda AWS E7018 depositado sobre
revestimento aspergido por processo FS.
Figura 4.7- Vista de seção longitudinal de cordão de solda AWS E7018 depositado sobre
revestimento aspergido por processo FS: penetração sem grandes desvios por
corrente de curto-circuito.
A Tab. 4.4 mostra que para o nível de significância =0,05% adotado, a análise de
variância (ANOVA) estabelece um valor Fobservado inferior ao Fcrítico, 0,079<3,68, indicando que
as médias das amostras, com uma confiabilidade de 95%, não são significativamente
diferentes entre si. Esta uniformidade observada possibilita a retirada aleatória das amostras
dentro do espaçamento útil disponibilizado. Os resultados completos estão disponibilizados
na Tab. 1 do Apêndice.
Figura 4.8- Orientação dos planos de corte para teste da influência do local de retirada da
amostra sobre penetração da zona fundida.
cordões sobre
revestimento cordões sobre
‘como aspergido’ revestimento
e=1,02 mm ‘esmerilhado’
e=0,97 mm
2,0 cm
Figura 4.9- Cordões de solda (6,5 kJ/cm) depositados sobre revestimento ‘como aspergido’
e ‘esmerilhado’ com espessura revestida entre 0,95 e 1,10 mm.
67
Uma análise do oscilograma apresentado na Fig. 4.10-a, indica uma grande flutuação
da tensão média, que não é observada na condição ‘esmerilhada’, visto na Fig.4.10-b, e
logicamente quando da deposição de solda sobre chapa sem revestimento (Fig. 4.10-c).
Figura 4.10- Flutuação da tensão média na deposição de solda AWS E7018 sobre
superfície: a) ‘como aspergida’; b) ‘esmerilhada’; c) não revestida.
68
No gráfico apresentado na Fig. 4.11, que compara a tensão média em intervalos de
1s, em soldagens depositadas sobre chapa sem revestimento, ‘como aspergido’, e
‘revestimento esmerilhado’, fica evidente a flutuação na situação ‘como aspergido. Esta
flutuação pode explicar as irregularidades geométricas observadas ao longo do cordão. Em
relação às condições ‘sem revestimento’ e ‘esmerilhada’, a proximidade de valores e não
flutuação da tensão média ao longo do cordão justificam a estabilidade do arco quando do
revestimento esmerilhado, assim como obviamente quando da deposição de solda sobre
superfície não revestida. Uma outra análise que reforça a irregularidade dos cordões na
condição instável, pode ser feita observando os desvios padrões das tensões médias ao
longo da deposição, e que, como mostra a Fig. 4.12, são maiores em soldagens sobre
superfície ‘como aspergida’
Figura 4.11- Tensão média ao longo da deposição de solda sobre chapa nas condições
‘sem revestimento’, ‘esmerilhada’ e ‘como aspergida’.
Figura 4.12- Desvio padrão relativo a variação da tensão média em deposição de solda
sobre chapa nas condições ‘sem revestimento’, ‘esmerilhada’ e ‘como
aspergida’.
69
Considerando a irregularidade apresentada no aspecto do cordão e a flutuação de
tensão em superfícies ‘como aspergida’, foi testada a hipótese que a instabilidade esteja
sendo provocada pelo aumento da presença de óxidos na superfície dos revestimentos com
a espessura [95]. Amostras da superfície de revestimentos nas condições ‘como aspergida’
e ‘esmerilhada’, ambas com espessuras revestidas próximas a 1,00 mm, e ‘como aspergida’
em uma espessura de 0,47 mm, foram avaliadas por difratometria de raios-X. Os resultados,
apresentados na Fig. 4.13, confirmam a presença de óxidos diferenciada segundo textura e
espessura de revestimento. A condição ‘como aspergida’, e=1,02 mm (Fig. 4.13-b) é a que
apresenta mais óxidos (FeO) em sua superfície, e que deve estar causando a instabilidade,
apesar da soldagem ser realizada em polaridade inversa, implicando no efeito de limpeza da
camada óxida na chapa. Comparando esta condição com a da Fig. 4.13-a, fica claro o efeito
do esmerilhamento na redução superficial do teor de óxidos. Da mesma forma,
considerando somente a variação da espessura, a diferença entre a amostra com 1,02 mm
para a com 0,47 mm (Fig. 4.13-c), mostra uma maior quantidade de óxido na superfície de
maior espessura aspergida.
Para espessura de 0,50 mm, a temperatura superficial máxima foi 178ºC. Após
resfriamento natural, deu-se seqüência ao revestimento na mesma chapa até
aproximadamente 1,00 mm, onde a temperatura atingiu 143ºC. Cordões depositados sobre
a chapa nas duas espessuras apresentam estabilidade do arco. Em uma nova chapa, onde
foi depositado 1,00 mm de revestimento de modo contínuo, isto é, sem parada que
permitisse o resfriamento intermediário, observou-se aumento na temperatura para 248ºC, e
a soldagem sobre a superfície ‘como aspergida’ apresentou instabilidade do arco.
Como os mecanismos responsáveis pela oxidação estão associados com a ação do
gás de arraste, a substituição do ar comprimido, de uso tradicional, pelo argônio, com
característica inerte, diminuiu consideravelmente a incidência de óxidos na superfície,
conforme mostram os difractogramas apresentados na Fig. 4.14 Cordões depositados sobre
estes revestimentos traduzem no aspecto visual o efeito da menor oxidação. Esta evidente
melhora, observada na Fig. 4.15, deve-se obviamente não somente à característica
superficial, mas, principalmente, à menor oxidação nas camadas formadoras do
revestimento. O arco mostra-se estável também em espessuras superiores a 0,50 mm, e
sem necessidade de esmerilhamento para redução do teor de óxidos na superfície.
A Fig. 4.16 mostra um quadro comparativo dos aspectos dos cordões de solda sobre
revestimentos nas condições ‘como aspergido’ e ‘esmerilhado’, com variação de espessura
e gás de arraste, que permite concluir ser necessário o esmerilhamento antes da deposição
de solda quando o ar comprimido for utilizado em revestimentos aspergidos com espessura
superior a 0,50 mm. O esmerilhamento, apesar de possibilitar a deposição de solda, não
permite cordões da qualidade observada sobre revestimentos onde o uso do argônio
proporciona uma menor oxidação, sendo neste caso dispensado o esmerilhamento.
71
Figura 4.14- Difractograma de raios-X obtidos em superfícies revestidas por processo a arco
elétrico com argônio como gás de arraste
2,0 cm
Figura 4.15- Cordões de solda (6,5 kJ/cm) depositados sobre revestimento ‘como aspergido’
e ‘esmerilhado’ com espessura entre 0,95 e 1,05 mm.
Tabela 4.6- Avaliação visual da estabilidade do arco voltaico para valores testados de
distância pistola-peça e pressão do ar comprimido em espessuras entre 1,1 e
1,3 mm como aspergidas.
Figura 4.17- Difractograma de raios-X obtido na superfície de revestimento (e=1,00 mm) por
processo AS com redução da pressão do ar comprimido para 0,4 MPa e
distância pistola-peça para 100 mm.
Figura 4.18- Histograma das amostras utilizadas no cálculo da penetração média sobre a
região não revestida (ps), de 1,04 mm e 1,33 mm para energias de soldagem
respectivas de 5,0 kJ/cm e 6,5 kJ/cm.
Figura 4.19- Desvios padrões das médias de penetração sobre a região aspergida segundo
espessura de revestimento, energia de soldagem, e processo de aspersão
térmica: a chama (FS) e a arco (AS).
75
Tabela 4.7- Coeficientes de variação (%) dos valores de penetração sobre região
aspergida segundo espessura de revestimento, energia de soldagem, e
processo de aspersão térmica: a chama (FS) e a arco (AS).
Tabela 4.8- Distribuição dos cordões de solda segundo processo de aspersão térmica (AS e
FS), e energia de soldagem; e porcentagem desconsiderada por extinção do
arco (EA), falha no deslocamento da amostra (FA), falha no controle do eletrodo
(FE), ajuste errado da fonte (EF) e queda de energia (QE).
A Fig. 4.20 mostra os gráficos ee x e para os dois processos estudados e duas energias
de soldagem, e permite definir duas espessuras limites: ei, que vem a ser a espessura na
qual ee passa a ter crescimento positivo, denominada espessura de inflexão; e ep,
espessura de viabilidade da técnica, onde ee passa a ser positiva.
Observando os gráficos resultantes da relação e x ee, nota-se uma equivalência
considerável na variação de ee independente do processo de aspersão e energia de
soldagem. Em todas as condições adotadas, partindo de espessuras de revestimento
próximas a 0,2 mm, inicialmente verifica-se uma faixa critica na qual a espessura
equivalente mostra uma queda para valores cada vez mais negativos, o que significa que o
revestimento aspergido está provocando um resultado contrário ao objetivo da técnica:
apesar da solda estar sendo depositada sobre uma espessura superior à de uma chapa sem
revestimento, a espessura remanescente não fundida abaixo da zona de fusão é menor do
que a observada no mesmo cordão depositado sobre a região não revestida da chapa, o
que representa um risco maior de perfuração. A Fig. 4.21 ilustra esta situação.
76
Figura 4.21- Maior risco de perfuração na região revestida por aspersão térmica com
espessura da camada dentro da faixa crítica.
Recuperando a equação 3.1, ee = e - (pa - ps), apresentada na seção 3.8.2, vê-se que o
decréscimo é resultado do maior crescimento da parcela referente à diferença entre a
penetração na região aspergida e sem revestimento (pa - ps), em relação ao crescimento de
e, provocando valores cada vez mais negativos da ee, conforme mostra a Tab. 4.9. Para
esta situação específica, energia de soldagem de 6,5 kJ/cm e processo a arco elétrico, a
tabela mostra os valores negativos de ee a partir de 0,3 mm até 0,8 mm de revestimento.
77
Porém, a partir de 0,7 mm, (ei), ocorre uma queda na penetração, provocando a inflexão
da curva ee x e, e o crescimento da espessura equivalente, o que não representa ainda a
viabilidade da técnica. Esta nova característica de crescimento das curvas vai ter seu
caráter positivo revelado a partir de espessuras de revestimento onde a espessura
equivalente passe a ser positiva (ep), isto é, quando e > (pa – ps), o que representa menor
risco na perfuração.
Na Tab. 4.10 podem ser observados os valores da espessura de inflexão (ei) das curvas
ee x e, assim como a espessura de viabilidade (ep), nas quatro combinações estudadas. Os
valores são maiores quando utilizado o nível de energia superior, o que representa maiores
espessura para a viabilidade da técnica segundo esta condição. Porém, como trata-se de
soldagem em operação, e uma das preocupações é a ocorrência de TF, esta aparente
vantagem em menores energias deve ser absorvida com ressalvas, mesmo porque a
diferença de espessura, em torno de 0,15 mm, pode até ser considerada desprezível.
Figura 4.22- Relação pa/ps segundo espessura de revestimento por processo a chama, e
energia variando com a velocidade de soldagem: 17 cm/min e 22 cm/min.
Uma análise similar foi realizada considerando agora o tipo de processo de aspersão
térmica, com energia de soldagem de 6,5 kJ/cm. Os resultados estão apresentados no
gráfico da Fig. 4.23. Evidentemente pelo comportamento observado nas curvas ee x e, a
relação pa/ps deve ser equivalente para os dois processos, demonstrando a não influência
das eventuais diferenças de processo nas camadas sobre a penetração da zona fundida,
dentro das características do projeto em estudo.
Figura 4.23- Relação pa/ps segundo espessura de revestimento por processo a chama
convencional (FS) e arco elétrico (AS), para energia de soldagem de 6,5 kJ/cm.
79
Como complemento à análise das curvas ee x e, e para testar o efeito do aumento da
energia obtido pelo aumento da corrente, foram depositados cordões com 80 A e velocidade
de 17 cm/min. A Fig. 4.24 mostra a curva ee x e, com valores ei e ep respectivos de 0,90 e
1,10 mm, o que mantém a tendência de deslocamento para a direita já observada nas
curvas anteriores quando do aumento da energia de soldagem. Este deslocamento confirma
que o incremento da energia utilizada na deposição de solda, seja pela diminuição da
velocidade ou aumento da corrente, exige espessuras maiores de revestimento para que a
técnica apresente suas vantagens.
A Fig. 4.25 compara a média de valores da região positiva das curvas ee x e, o que
significa revestimentos com espessura superior a 1,0 mm, para os três níveis de energia de
soldagem considerados, independente da variação de velocidade ou corrente. O que se
observa analisando estas curvas, é que a espessura equivalente é inversamente
proporcional ao nível de energia, porém a partir de espessuras revestidas próximas de 1,65
a energia não tem mais influência
O conhecimento proporcionado pela relação ee x e, permite concluir que dentro das
condições testadas até agora, a técnica apresenta vantagens somente a partir de
espessuras próximas de 1,0 mm. A identificação deste valor é, portanto, um dos grandes
benefícios do levantamento desta curva, que tem o foco na espessura.
Outra informação, retirada da comparação das curvas, diz respeito a uma maior
espessura equivalente com menor energia de soldagem, mas não é demais lembrar que a
aplicação destina-se a soldagem em operação, com seus requisitos próprios quanto a
energia de soldagem. No tópico a seguir, são apresentados resultados de testes
relacionando a penetração do arco com a corrente de soldagem, considerando
evidentemente os efeitos desta variável para a soldagem em operação com revestimento
prévio por aspersão térmica.
80
Figura 4.25- Espessura equivalente média (ee) segundo espessura de revestimento (e) por
FS para três níveis de energia conforme variação de velocidade ou corrente de
soldagem: 5,0 kJ/cm (22 cm/min-70 A); 6,5 kJ/cm (17 cm/min-70 A); 7,4 kJ/cm
(17 cm/min-80 A).
sobrepenetração
Figura 4.27- Cordões de solda (80 A, 26 volts, 17 cm/min) depositados diretamente sobre
chapa SAE 1020 com 3 mm de espessura e sobre revestimento FS, mostrando
a sobrepenetração ocorrida na transição entre regiões. À esquerda está a
superfície oposta à de deposição dos cordões.
Se o efeito da penetração do arco não resultar em riscos, soldagens com correntes mais
elevadas podem trazer além do benefício relacionado às TF, a possibilidade de
revestimentos com maiores espessuras, que exigem zonas fundidas de maior penetração
para garantir a fusão do revestimento até o substrato. A Fig. 4.28 mostra a seção transversal
de um cordão de solda depositado com 80 A sobre um revestimento com espessura de 2,15
mm. Correntes menores poderiam provocar uma situação onde a zona fundida não
adentrasse no substrato, deixando sem fundir uma região de material aspergido entre
cordão e substrato, como mostra a Fig. 4.29.
2,50 mm
falta de fusão
2,50 mm
sobrepenetração
na interface
sobrepenetração
no revestimento
Foi avaliada ainda a hipótese de influência da corrente de curto circuito (Icc) sobre a
penetração. Cordões de solda foram depositados alterando a Icc do valor nominal utilizado
na pesquisa de 180 A para 90 A em soldagens com 5 kJ/cm de energia. Foram utilizadas 06
(seis) chapas revestidas por processo FS em espessuras entre 0,60 mm e 0,73 mm, sendo
depositado um cordão de cada Icc testada, e retiradas para análise duas amostras de cada
cordão, totalizando desta forma um lote de 12 (doze) amostras em cada Icc. Uma análise de
variância, apresentada na Tab. 4.12, mostra para o nível de significância =0,05% adotado,
um valor Fobservado inferior ao Fcrítico, 0,142<4,30, indicando que as médias das amostras, com
uma confiabilidade de 95%, não apresentam diferenças significativas para o trabalho que
possam representar alguma influência deste parâmetro sobre a penetração do arco voltáico.
Os resultados completos estão disponibilizados na Tab. 3 do Apêndice.
Tabela 4.12- Análise de variância – influência da variação da corrente de curto circuito (Icc)
sobre a penetração do arco voltaico de cordões de solda depositados com
energia de 5 kJ/cm e Icc de 180 A e 90 A.
Figura 4.31- Penetração e largura de cordões de solda depositados com energia de 6,5
kJ/cm segundo a espessura de revestimentos aspergidos por processo a arco.
Figura 4.34- Perfuração na deposição de solda com corrente de 105 A sobre 1,40 mm de
espessura revestida em substrato de chapa de aço SAE 1020.
b) força de flutuação: o fluxo causado neste caso atua limitando o avanço da penetração,
pela diferença de densidade provocada pela distribuição de temperatura no volume da poça.
Os experimentos mostram penetrações crescentes com a espessura revestida, o que pode
indicar baixa influência da força de flutuação [43]. Como a poça atinge duas regiões com
características distintas, substrato e região aspergida, pode-se supor que exista um
87
gradiente diferenciado de temperatura do que em uma condição de fusão de material
exclusivamente maciço. Esta hipótese leva a uma outra: ou realmente a força de flutuação é
de pouca atuação, ou ela está evitando uma penetração ainda maior da poça de fusão.
Experimentos foram realizados invertendo a região de incidência do arco elétrico, como
mostra a Fig. 4.35. Para tanto, após o processo de aspersão térmica, as chapas tiveram sua
espessura original de 3,0 mm reduzida de forma gradual por usinagem, como mostra a Fig.
4.36. Desta forma, tem-se ao longo dos cordões de solda depositados sobre a nova
superfície gerada, uma variação da espessura da chapa maciça. Porém, apesar da
expectativa que a proposta pudessse ter êxito, a aderência não suportou a deformação
imposta pelo calor da soldagem, ocorrendo desplacamento e conseqüente perfuração.
Figura 4.35- Configuração para deposição de solda em material maciço sobre revestimento
aspergido.
c) jato de plasma: pode ter influência em arco com comprimento elevado, quando o efeito do
fluxo convectivo tende a tornar a poça mais larga e rasa, portanto oposto ao que ocorre
considerando regiões aspergidas. Como já esclarecido, a deposição de solda está sendo
feita por um sistema semi-automático onde a altura do arco é mantida constante pela
fixação de tensão controlada por servomecanismo. A variação deste valor permitiu avaliar a
88
geometria da zona fundida gerada em arco mais longos, e ainda comparar o efeito desta
variação sobre superfície com e sem revestimento. Para tanto, foram depositados 9 cordões
com tensão de 29 volts e outros 9 considerando a tensão nominal do projeto, de 26 volts,
todos sobre revestimento aspergido com espessura entre 0,7 e 0,8 mm, e pelo estabelecido
na metodologia, iniciados sobre superfície maciça. Como complemento dos parâmetros de
soldagem, usou-se uma corrente de 70 A com velocidade de 17 cm/min. Pelos resultados
apresentados na Tab. 4.13, -valores da penetração média em cada cordão- comparados por
uma análise de variância apresentada na Tab. 4.14 que indica não haver diferença
significativa nos valores de penetração (Fobservado<Fcrítico), o efeito que prevalece é o aumento
da tensão em relação ao aumento da energia de soldagem, provocando, como era de se
esperar, um incremento no valor médio da largura dos cordões, de 6,56 mm com 26 volts
para 7,28 mm com 29 volts, o que representa 11%. Agora, considerando somente o valor
médio sem uma análise estatística, a penetração é menor com 29 volts. Com esta tensão
tem-se uma maior energia de soldagem, 7,1 kJ/cm contra 6,5 kJ/cm com 26 volts, porém
não necessariamente uma maior energia imposta a peça, visto que um comprimento maior
de arco implica em maiores trocas de calor com o ambiente, refletindo em poças mais largas
e rasas.
Tabela 4.13- Penetração média da zona fundida de cordões de solda depositados com
tensão de 26 e 29 volts sobre espessura aspergida entre 0,7 e 0,8 mm.
As Tabs. 4.15 e 4.16 mostram o valor da largura média dos cordões, e a análise de
variância, indicando a influência do aumento de tensão (Fobservado>Fcrítico). Este ganho de
89
produtividade, e que poderia representar ainda um menor risco de TF pela maior energia
de soldagem, tem seu ônus: a incidência de poros, como mostra a Fig. 4.37, que torna a
opção pelo aumento de tensão não aconselhável. Ressalte-se que na tensão nominal
utilizada para o projeto, não se verificou porosidade com presença regular, somente em
ocorrência eventual, assim como o aumento de tensão não apresentou esta característica
quando da deposição de cordões sobre chapas maciças. Portanto, soldagens com arcos
mais longos, que podem provocar porosidade pela maior área superficial da poça de fusão e
turbulência, prejudicando a proteção da gota [96,97], apresentam uma sensibilidade maior
sobre revestimentos com as características impostas pela aspersão térmica.
Tabela 4.15- Largura média dos cordões de solda depositados com tensão de 26 e 29 volts
sobre espessura aspergida entre 0,7 e 0,8 mm.
Figura 4.38- Aspecto de cordão por soldagem Laser com energia de 2000 W sobre
revestimento aspergido com 0,45 mm de espessura.
1,5 mm
Figura 4.39- Macrografias de seções transversais de soldagem laser com 2000 W sobre
revestimento aspergido com espessura de 1,0 mm e 0,4 mm.
Como parte final da análise, estes resultados foram comparados com a penetração
obtida em chapas maciças, média de 0,7 mm, com mesma potência da fonte. Os testes
mostram uma equivalência entre o ocorrido em soldagens com eletrodo revestido e laser:
91
crescimento da penetração segundo espessura revestida, com valores superiores à da
zona fundida em chapas maciças. Portanto, não é o efeito da força eletromagnética o
responsável pelo fluxo convectivo que resulta nos perfis observados após a solidificação da
poça de fusão, mas pode estar contribuindo com o crescimento. A Tab. 4.17 apresenta os
resultados da penetração média, com o conjunto total de amostras avaliadas na Tab. 4 do
Apêndice.
Tabela 4.17- Penetração média da zona fundida em soldagens laser com 2000 W sobre
revestimentos aspergidos e chapa não aspergida.
Tabela 4.18- Teor de oxigênio (ppm) em camadas aspergidas segundo gás de arraste e
espessura por processo AS.
argônio
ar
comprimido
ar comprimido argônio
Tabela 4.20- Análise de variância – validação das amostras para análise do teor de oxigênio
pela comparação da penetração média (pa) da zona fundida entre os dados
considerados e a amostragem para caracterização dimensional.
3 mm
oxigênio p/L L
(ppm) (mm)
620 0,19 7,17
720 0,29 6,39
810 0,35 5,96
96
O crescimento de penetração promovido pelo aumento do teor de oxigênio ocorre
somente até espessuras de revestimento próximas a 0,90 mm. A partir deste valor observa-
se inicialmente um decréscimo com posterior estabilização, o que permite dividir o perfil da
zona fundida nestas características de soldagem sobre revestimento por aspersão térmica
em três regiões, segundo a penetração: I) crescente; II) decrescente; e III) estabilizada. A
condição onde o mecanismo de convecção da poça parece não sofrer mais a influência do
oxigênio, com decréscimo de p/L, foi observada também no trabalho de LU et al [53], que
em soldagens TIG autógenas concluíram que a poça de fusão tinha um limite na absorção
do oxigênio e que teores mais elevados provocavam a formação de uma camada de óxido
espessa na periferia da superfície da poça, não existindo na parte central pela maior
temperatura. Portanto, a parte central sofre a inversão do movimento de convecção pela
inexistência da camada de óxido, que funciona como uma barreira na periferia da poça,
impedindo a absorção de oxigênio proveniente do processo de soldagem. A influência da
capa óxida no perfil diferenciado do movimento de convecção está ilustrada no modelo
proposto por LU et al [53], apresentado na Fig. 4.44.
Figura 4.44- Modelo para convecção da poça de fusão mostrando a alteração do perfil
provocado pela maior espessura da capa óxida em c). As camadas mais finas,
em a) e b) não resistem a temperatura da soldagem. Adaptado de LU et al [53].
Na Fig. 4.45 pode ser observada a distribuição das três regiões de penetração do arco
voltaico (I, II e III) definidas em gráficos penetração e largura de cordões de solda segundo a
espessura de revestimento, com os macrografias das seções transversais características
das regiões II e III respectivamente nas Figs. 4.46 e 4.47.
97
Figura 4.45- Distribuição das regiões de penetração (I, II, III) em gráficos penetração x
espessura de revestimento e largura x espessura de revestimento para
soldagens com energia de 6,5 kJ/cm sobre superfície aspergida por processo a
chama convencional.
e =1,02 mm pa=2,33 mm
e =1,2 mm pa=2,27 mm
e =1,32 mm pa=2,15 mm
3 mm
e =1,60 mm pa=2,08 mm
e= 1,95 mm pa = 2,13 mm
3 mm
Tabela 4.22- Valores médios da espessura revestida (e), penetração (pa) e teor de oxigênio
(ppm) da zona fundida caracterizados conforme região de crescimento da
penetração.
Tabela 4.23- Desvio padrão ( ) e coeficiente de variação (CV) das medidas de penetração
da zona fundida segundo região de espessura de revestimento (e).
Tabela 4.27- Valores de espessura equivalente maciça (ee) segundo a média de espessura
revestida (e) usando argônio como gás de arraste em AS e energia de
soldagem de 6,5 kJ/cm.
e (mm) ee (mm)
0,38 0,46 a 0,55
0,65 0,76 a 0,92
0,83 0,93 a 1,10
Outra possibilidade permitida pelo uso do argônio, diz respeito ao risco de TF, que pode
ser controlado através da escolha adequada da energia de soldagem. Um aporte maior
permite uma taxa de resfriamento mais lenta, contribuindo diretamente para uma menor
ocorrência do defeito. Isto torná-se factível pelas menores penetrações do arco voltaico.
A terceira consideração diz respeito a uma possível falta de fusão entre metal de solda,
revestimento e substrato. Como a ação do arco voltaico tem uma profundidade menor,
poderá não atingir o metal base, deixando um volume de material aspergido entre solda e
substrato, como mostra a Fig. 4.48, com propriedades mecânicas sabidamente inferiores, e
que pode dar origem à falhas, principalmente o desplacamento entre solda-revestimento e
103
substrato. Soldagens sobre espessura superior a 1,30 mm apresentaram ainda um
agravante: os cordões de solda que não atingem o substrato tem uma incidência de
porosidade junto ao pé da solda, como mostram as Figs. 4.49 e 4.50.
Figura 4.48- Ausência de união metalúrgica entre metal de solda, revestimento e metal
base.
revestimento
não fundido
3,0 mm
Figura 4.49- Corte longitudinal de cordão de solda mostrando revestimento aspergido por
argônio não fundido e incidência de poros.
1,5 mm
Figura 4.50- Corte transversal de cordão de solda mostrando revestimento aspergido por
argônio não fundido e incidência de poros.
104
1,7 mm
1,7 mm
105
Figura 4.52- Menor incidência de porosidade em cordões com corrente de 100 A e fusão
do substrato.
Novos testes procuraram avaliar a incidência de poros de cordões com energia
equivalente aos anteriormente depositados com aumento de corrente até 100 A. Agora,
porém, variando a velocidade de soldagem, de 17 cm/min para 12 cm/min, mantendo 70 A.
Apesar da equivalência de energia na soldagem, a menor corrente colaborou para
penetrações inferiores, que não atingiram o substrato.
Tabela 4.28- Valores de temperatura (T) da superfície inferior de chapa durante a soldagem,
segundo espessura de revestimento (e) e penetração do arco (pa), para
soldagens com energia de 6,5 kJ/cm (70 A, 26 volts, 17 cm/min) sobre
revestimento por processo FS com ar comprimido.
e pa T (ºC)
0,00 1,38 1057
0,43 1,81 993
0,55 1,89 1002
0,78 2,19 1061
0,91 2,26 978
1,13 2,19 951
1,27 2,13 896
1,48 2,10 802
1,69 2,09 795
1,82 1,99 813
106
Tabela 4.29- Temperatura (T) da superfície inferior da chapa em deposição de solda com
energia (ES) de 7,4, 8,3 e 9,2 kJ/cm.
Como conclusão desta etapa, a perfuração através do limite de temperatura foi avaliada
com revestimentos onde utilizou-se o argônio como gás de arraste, que contribui
107
substancialmente para menores penetrações do arco. Como anteriormente comentado,
a técnica nestas condições de revestimento era viável independente da espessura, com
critérios devendo ser estabelecidos pela temperatura limite de perfuração. A Tab. 4.30, com
temperaturas medidas em soldagens com 6,5 kJ/cm, indicam que para esta energia uma
espessura de viabilidade limite estaria entre 0,62 e 0,70 mm, valor este inferior a 1,00 mm,
limite considerando ar comprimido.
O importante desta avaliação não é o valor, mas sim o fato da existência de um limite de
espessura, que naturalmente deve ser dimensionado segundo material da tubulação e as
condições de fluxo durante uma soldagem em operação.
Tabela 4.30- Temperatura (T) da superfície inferior da chapa em deposição de solda com
energia de soldagem (ES) de 6,5 e 7,4 kJ/cm sobre espessura (e) aspergida
com argônio como gás de arraste.
3,0 mm
Figura 4.54- Permanência de material aspergido entre solda e chapa e incidência de poros.
7,5 mm
Figura 4.55- Fratura, após dobramento, em cordões de solda provocados pela incompleta
fusão do revestimento aspergido.
Para tentar garantir a fusão sem risco de perfuração, foi testado para a deposição da
primeira camada um procedimento que prevê um desbaste de metade do cordão antes da
deposição do próximo, aproximando desta forma a linha de percurso do eletrodo da região
de ausência de fusão, em uma seqüência conforme o desenho da Fig. 4.56. Como cuidado
para garantir a eficácia deve-se procurar manter uma distância entre o eletrodo e a parede
formada no cordão anterior próxima de 1,0 mm. Um avanço sobre este valor leva a uma
sobreposiçao à solda já depositada e baixa penetração. De outra forma, o afastamento do
eletrodo impede a total fusão do material aspergido.
109
3,0 mm
Figura 5.58- Inspeção por Líquidos Penetrantes comprova ausência de trincas após
dobramento em cordões de solda com completa fusão do revestimento
aspergido.
ilhas
3,0 mm
111
Figura 4.59- Deposição de solda mostrando ‘ilhas’ de revestimento aspergido sem fusão
entre cordões e substrato.
solda
recristalizado
revestimento
aspergido
lamelar
55 m
Figura 4.61- Micrografia mostrando transição entre região aspergida recristalizada e lamelar.
SOLDA
SUBSTRATO
Figura 4.63- Valores de microdureza HV0,15 ao longo da espessura de uma ilha de material
aspergido.
3,0 mm
Figura 4.64- Deposição da primeira camada de solda pelo procedimento de desbaste total
dos cordões.
Com o conhecimento adquirido através dos experimentos sobre chapas, a técnica foi
estendida para a aplicação em tubos API 5LX-70. Os resultados podem ser avaliados no
capítulo a seguir.
Figura 4.65- Corpo de prova de tubo API 5LX-70 com diâmetro de 100 mm e espessura
reduzida de 3,0 mm. A amostra é revestida em 120 mm na parte central.
114
Inicialmente foram comparados os resultados para avaliar a influência do material.
Na seqüência foram depositados cordões em situações de resfriamento como água em
vazão de torneira, água pressurizada sem fluxo e água sem fluxo e sem pressão, além do
resfriamento provocado pelo ar ambiente. Convém esclarecer que estas condições de fluxo
somente foram estabelecidas para a soldagem, sendo o revestimento por aspersão térmica
realizado antes, em condições ambiente. As Tabs. 6 do Apêndice trazem os resultados de
penetração da zona fundida e espessura do revestimento conforme resfriamento
O capítulo finaliza com testes comparativos de rompimento de amostras de tubos
reparados com tubos sem danos.
Figura 4.66- Histograma comparativo dos valores de penetração da zona fundida sobre
chapas SAE 1020 e seções de tubos API 5LX-70 com ES=6,5 kJ/cm.
115
Tabela 4.31- Valores médios da penetração do arco voltáico segundo espessura de
revestimento (e) sobre chapa SAE 1020 e tubos API 5LX-70 com resfriamento
ao ar. ES=6,5 kJ/cm e processo FS.
Tabela 4.32- Espessura equivalente maciça (ee) segundo espessura de revestimento média
(e) para tubos API 5LX-70 com energia de soldagem de 6,5 kJ/cm e
resfriamento ao ar.
e (mm) ee (mm)
0,45 0,05 a 0,15
0,79 0,31 a 0,46
1,08 0,37 a 0,60
1,53 0,94 a 1,22
Figura 4.67- Curvas ee x e para chapas SAE 1020 e tubos API 5LX-70 com energia de
soldagem de 6,5 kJ/cm e resfriamento ao ar.
116
Esta análise comparativa tem por objetivo mostrar a influência do substrato na
definição dos limites de espessura para aplicação da técnica, e até pode gerar alguma
dúvida de validade, afinal estão sendo comparados geometrias diferentes. Para responder
esta questão, a técnica foi aplicada também em tubos ASTM A53, revestidos com espessura
média de 1,00 mm, tendo duas finalidades: i) avaliar se os valores de penetração teriam
equivalência com os observados em chapas; ii) comparar a eficiência da técnica com os
resultados do trabalho de Guerrero Pérez [16], onde foram definidos critérios para soldagem
em operação por deposição direta em tubos ASTM A53.
Foram depositados dezoito cordões divididos entre dois tubos, segundo disposição
similar a observada em chapas. De cada cordão foram tiradas quatro amostras, duas de
cada região, com e sem revestimento, totalizando trinta e seis amostras para cada
superfície. Posteriormente à preparação metalográfica, foram medidos os valores de
espessura de revestimento e penetração da zona fundida. Para superfície não revestida, a
penetração média encontrada foi 1,28 mm, com desvio padrão de 0,08 mm, valor muito
próximo da penetração de 1,33 mm em chapas. A equivalência entre chapa e tubo ganha
consistência se analisarmos os valores de penetração sobre revestimento: considerando
uma espessura média de 1,03 mm, tem-se em chapa penetração de 2,33 mm, valor este
retirado de gráfico da Fig. 3.45 e em tubos 2,32 mm. Novamente valores praticamente iguais
independente da geometria, permitindo desta forma validar a análise sobre chapa SAE 1020
em uma comparação com tubos API 5LX-70, e em uma analogia, dizer que sobre os tubos
API tem-se uma eficiência maior da técnica em relação a tubos ASTM A53.
Quanto ao segundo objetivo, Guerrero Pérez, estabeleceu como limite à perfuração
uma relação entre corrente (I) e velocidade de soldagem (vs), I1,5/vs0,7. Valores superiores a
este parâmetro, definido através de ensaios, inevitavelmente provocavam a perfuração. Em
uma situação com resfriamento ao ar, o valor deste limite é 138, para tubos com espessura
de parede de 3,2 mm. Valendo-se da mesma metodologia, observa-se que este valor seria
conservador se preliminarmente à soldagem fosse revestido o tubo em 1,20 mm de
espessura, o que acrescenta uma espessura equivalente maciça entre 0,15 e 0,35 mm.
Sobre um corpo de prova de tubo com esta espessura de revestimento, foram depositados,
sem perfuração, seis cordões de solda com corrente de 95 A e velocidade de soldagem de
15 cm/min, gerando um I1,5/vs0,7 de 139, suficiente para provocar a perfuração em um tubo
sem revestimento. Esta superação do limite proposto por Guerrero Pérez alimenta a certeza
que a recuperação preliminar da espessura diminui os riscos de perfuração, mesmo em uma
situação onde a penetração, considerada de forma isolada, mostra-se maior nos tubos com
revestimento.
Figura 4.68- Corpo de prova de tubo já montado com flanges e mangueiras pronta para
pressurização ou escoamento de água.
Como fluido foi utilizada a água, que por suas propriedades térmicas representa uma
taxa de resfriamento mais severa, se comparada aos hidrocarbonetos operacionalmente
utilizados. Abaixo estão as condições de fluido avaliadas:
- sem fluxo e pressão
- vazão de torneira (13,5 l/min)
- sem fluxo a 2,5 MPa
- sem fluxo a 5 MPa
60 mm
filme de
vapor
Figura 4.69- Deposição de solda sobre chapa em contato com água mostrando a formação
da camada de vapor.
deslocamento do arco
chapa
filme de
vapor
Figura 4.70- Deslocamento de filme de vapor junto à superfície da chapa em contato com a
água.
119
4.3.2.2 Resfriamento com água despressurizada e sem fluxo.
Foram depositados cordões sobre revestimentos com espessura média de 0,44, 0,82,
1,11 e 1,50 mm, com somente uma amostra sendo retirada de cada cordão a 40 mm da
abertura do arco, em um total de oito para cada espessura. Este procedimento procura
evitar a influência de uma possível pressurização provocada pelo aquecimento da água. O
valor médio sem revestimento foi obtido em tubo exclusivo para este objetivo.
O gráfico da Fig. 4.71 permite comparar a penetração da zona fundida com uma de
soldagem em condição de resfriamento ao ar. A proximidade de valores indica não haver
influência significativa a este nível de energia que possa justificar uma influência da água na
penetração. Porém, não se pode desprezar o fato de que em todas as espessuras
avaliadas, a média sempre foi superior nos lotes com amostras referentes ao resfriamento
natural, mesmo nos dois últimos pontos avaliados, onde ocorre quase uma sobreposição de
valores. Da análise desta equivalência, conclui-se que o revestimento até a espessura de
1,5 mm não é suficiente para alterar a capacidade de penetração do arco para a energia
dispendida e, portanto, a água estática, em uma situação hipotética, não teria influência
sobre a técnica nesta espessura de parede + revestimento.
Como complemento para avaliar se realmente não ocorre influência, foram medidas as
temperaturas em duas espessuras: 0,78 e 1,1 mm.
A Tab. 4.33 mostra que os valores máximos de temperatura, assim como a penetração
da zona fundida, foram próximos, e indicam que pelo critério de temperatura não há risco de
perfuração.
120
Tabela 4.33- Temperatura máxima da superfície interna de tubos submetidos a uma
energia de soldagem de 6,5 kJ/cm com resfriamento ao ar e água sem fluxo.
Tabela 4.34- Valores médios da penetração da zona fundida com energia de 6,5 kJ/cm
segundo espessura de revestimento em amostras de tubo API 5LX-70 com
fluxo de água a 13,5 l/min.
Uma análise dos resultados mostra que esta condição também não altera os valores de
penetração, quando comparados com o resfriamento ao ar ou em água estática. Previa-se
que a existência do escoamento pudesse arrastar a camada de vapor, ou mesmo não
permitir a sua formação, com conseqüente atuação sobre a penetração, como atestado no
trabalho de Kiefner [100], que apresenta uma diferença de 36% na penetração em uma
condição com fluxo de propano com velocidade de 1,0 m/s em relação a de uma soldagem
sobre amostra sem fluxo. A proximidade na penetração, já observada no trabalho de
Guerrero Pérez [16], mostra que esta perturbação não ocorre, isto é, a velocidade da água
não é suficientemente elevada para provocar uma alteração no fluxo capaz de agir sobre os
valores da penetração do arco. A norma PETROBRAS N 2163 Rev. C [17] estabelece a
necessidade de uma velocidade mínima do fluído para a soldagem, que deve ser
determinada experimentalmente. Possivelmente a velocidade nos experimentos foi baixa, o
que explica a não influência do fluxo nos valores observados de penetração.
Nas três condições de resfriamento testadas: ao ar, água estática e escoamento de
água em vazão de torneira, não se observou uma variação na penetração do arco. Como
121
em uma soldagem sobre um duto em operação, existe ainda a variável pressão, foram
realizados experimentos considerando a influência da pressurização.
Tabela 4.35- Espessura equivalente maciça (ee) e profundidade fundida do substrato (pfs)
segundo espessura do revestimento para fluido pressurizado a 5,0 MPa e
energia de soldagem de 6,5 kJ/cm.
Tabela 4.37- Temperatura máxima (ºC) da superfície interna de tubos em soldagens com 70,
80 e 90 A sobre revestimento de 1,5 mm de espessura média e resfriamento
ao ar e água sem fluxo .
Figura 4.73- Corpo de prova com área para reparo efetuada por usinagem (medidas em
mm).
125
Seguindo o procedimento proposto, a espessura foi recuperada por processo de
aspersão térmica AS e o preenchimento restante de material com solda por eletrodo
revestido AWS E7018. Estas amostras reparadas foram então submetidas a um teste
hidrostático até a ruptura.
Em relação ao dano induzido, foram testadas amostras em quatro condições: sem dano
(SD), com dano sem reparo (SR), com preenchimento total do dano por revestimento
aspergido (RA), e com dano e deposição de solda sobre revestimento. Sendo que para a
condição ‘com deposição de solda’, a técnica foi aplicada considerando duas possibilidades
de resfriamento: fluxo de água (RV) ou pressão de 5,0 MPa com água estática (RP).
Figura 4.75- Corpo de prova com espessura parcialmente recuperada em 0,8 mm por
processo FS.
1,2 mm
1,5 mm
ângulo
esmerilhado
Figura 4.78- Esmerilhamento em 45º do ângulo reto entre lateral da região desbastada e
revestimento aspergido.
128
Dando seqüência ao procedimento, foi feita a deposição de solda sobre o
revestimento aspergido, iniciando pelo contorno do desbaste. Na Fig. 4.79 pode ser
observado o primeiro cordão de solda, depositado sobre a região limítrofe entre
revestimento aspergido e tubo.
Figura 4.79- Deposição de cordão de solda sobre o contorno do dano simulado, previamente
revestido por aspersão térmica.
primeira
camada
primeiro cordão
da segunda camada
Figura 4.80- Primeira camada de solda depositada sobre o revestimento aspergido na área
de dano e primeiro cordão da segunda camada.
129
Figura 4.81- Corpo de prova com total preenchimento com solda na região de dano
simulado.
Figura 4.82- Corpo de prova com retirada por esmerilhamento do reforço de solda.
Figura 4.83- Tampão com geometria interna de calota utilizado para fechamento.
Figura 4.84- Corpo de prova com tampões e acoplamentos para entrada e saída do óleo.
Tabela 4.38- Pressão de ruptura em ensaios de explosão de tubos sem dano (SD), dano
sem reparo (SR), reparado com técnica aplicada em tubo com água a 5,0
MPa (RP) ou com água com vazão de 13,5 l/min (RV), e dano totalmente
preenchido por aspersão térmica (RA).
Condições do Tubo
SD SR RP RV RA
Pressão (MPa) 56,8 26,8 51,5 49,1 39,0
Os resultados mostram que a técnica, dentro das condições aplicadas, permite uma
recuperação de até 90% da resistência a ruptura por pressurização de um corpo de prova
sem dano. Por outro lado, se considerarmos um reparo total somente através do
revestimento aspergido, esta recuperação cai para 68%. Analisando o corpo de prova sem
reparo, onde os testes indicam uma manutenção da resistência de 47%, mostra que a opção
do uso somente da aspersão térmica acrescentaria um ganho de 21%. Já com a aplicação
da técnica este acréscimo é de 43%, o que representa pelo menos o dobro.
Considerando a fórmula ASME [equação 2.1] para pressão de trabalho no tubo sem
dano, com diâmetro externo de 114 mm, espessura da parede de 6,5 mm, fator de projeto
0,4 e demais fatores considerados 1 (o que representa um fator de segurança de 2,5),
tensão de escoamento especificada API 5LX70 de 482 MPa, (para o cálculo 0,72 x tensão
de escoamento [36]), o limite de pressão nominal é 15,82 MPa. Analisando agora as
tensões de ruptura observadas nos ensaios, tem-se como coeficientes de segurança os
valores apresentados na Tab. 4.39.
Tabela 4.39- Coeficientes de segurança doe ensaios de ruptura apresentados pelos tubos
sem dano (SD), dano sem reparo (SR), reparado com técnica aplicada em
tubo com água a 5,0 MPa (RP) ou com água com vazão de 13,5 l/min (RV), e
dano totalmente preenchido por aspersão térmica (RA).
Condições do Tubo
SD SR RP RV RA
coeficiente de
3,59 1,69 3,25 3,1 2,46
segurança
132
Nas situações de reparo acima do valor estabelecido de 2,5. Convém salientar que
a tensão de escoamento foi retirada de norma, e não de um ensaio de tração, o que poderia
alterar os valores da Tab. 4.39. Porém, considerando os resultados próximos entre condição
‘sem dano’ com as de reparo, fica evidente a eficácia do reparo.
A Fig. 4.86 mostra os gráficos dos ensaios, onde além da pressão pode ser observado
o tempo que o tubo suportou até o colapso, que variou de 118 s para o corpo de prova com
dano sem reparo, até 288 s para o corpo de prova com reparo em condições de pressão a
5,0 MPa. Em relação aos tempos, merece uma consideração o fato de uma certa diferença
entre as duas condições onde a técnica foi aplicada, ou seja, na condição com 5,0 MPa o
tempo foi 20% superior ao do corpo de prova em vazão (242 s), ficando mais próximo do
tempo do corpo de prova sem dano, que fraturou em 300 s, apenas 4% a mais. Porém essa
diferença não implicou em maior resistência à pressão na mesma ordem (49,1 MPa e 51,5
MPa), e pode ter ocorrido por uma aceitação maior de crescimento de trinca estável antes
da falha.
Figura 4.87- Corpos de prova após teste de ruptura segundo condição de reparo.
6,5 mm
solda + revestimento
tubo
região HV HVm
a) 214
205
solda 187 198,4 9,83
191
195
208
208
206
1º 199
192,8 13,28
cordão 188
184
174
176
210
240
ZTA 225 226,4 12,01
221
236
metal 183
184 -
base 185
b) região HV HVm
209
solda 196 198,6 7,58
191
185
160
173
1º
176 179,7 9,92
cordão
188
190
186
169
material
230 - -
aspergido
188
180
179
171
metal
178 176,7 2,81
base
178
175
176
Figura 4.92- Medidas de microdureza HV0,30 após deposição de solda com energia de 6,5
kJ/cm sobre corpo de prova revestido com 1,1 mm e pressurizado a 5,0 MPa.
a) fusão total do revestimento; b) permanência de material aspergido.
Dentro destes perfis obtidos na mesma amostra de tubo, pode-se observar, como
esperado, a não alteração nos valores de dureza do metal base na condição representada
137
por b. O efeito da soldagem, porém, pode ser observado sobre o material aspergido, o
que indica a variação microestrutural do revestimento. Já para a situação a, a presença de
uma ZTA é evidenciada pelo incremento de dureza. Nesta condição, o 1º cordão não
provocou fusão de nenhum outro, permanecendo material aspergido em suas laterais.
Considerando agora o 1º cordão, a diferença da dureza média explica-se pela análise do
desvio padrão, superior na condição b pela existência de pontos com queda de dureza, mais
precisamente o segundo, terceiro e quarto. Observando a linha escolhida para as medidas,
nota-se que estes pontos podem ter sofrido um revenimento dos cordões superiores, visto
estarem posicionados em uma região de alcance dos efeitos do calor produzido por dois
cordões de solda, o que não ocorre no 1º cordão de a. Quanto aos valores sobre a solda,
mantiveram-se equivalentes aos observados na análise apresentada na Fig. 4.92.
Prosseguindo a avaliação, foram feitas medidas de dureza em um corpo de prova com
espessura revestida de 0,8 mm, igualmente com deposição de solda nas mesmas
condições. Esta espessura, considerando um procedimento normal, garante a fusão
completa do revestimento. O local escolhido para as medidas, permite um perfil em linha
sobre quatro cordões, além da ZTA. Os resultados podem ser observados na Fig. 4.93.
Assim como os valores de microdureza da Fig. 4.95 ficaram seguramente distantes do limite
da susceptibilidade às TF.
região HV HVm
cordão
190 190 -
superior
218
208
3º
206 200 14,19
cordão
190
178
210
2º
200 201,6 6,23
cordão
195
211
223
207
1º
191 197,2 15,21
cordão
182
180
187
233
228
ZTA 216 224,8 6,76
220
227
metal 201
199 -
base 197
Figura 4.93- Medidas de microdureza HV0,30 após deposição de solda com energia de 6,5
kJ/cm sobre corpo de prova revestido com 0,8 mm e pressurizado a 5,0 MPa.
138
4.4 Experimentos adicionais em aço inoxidável austenítico AISI 304
A aplicação da técnica na proposta do trabalho foi sobre aço carbono SAE 1020 e API
5LX70. Mas seu uso pode ser expandido para outros campos que necessitem a
recuperação dimensional. Prevendo esta possibilidade, testes foram realizados sobre aço
inoxidável austenítico AISI 304, tendo como objetivo principal motivar futuros estudos e
aplicações da refusão de camadas aspergidas. Foram testadas três ligas como material
para os revestimentos aspergidos, sendo duas a base de Níquel (menos oxidável), além de
um material similar AWS E309L.
Diferente do comportamento observado sobre os aços ferríticos, a deposição de solda
com eletrodo revestido AWS E309L sobre revestimento aspergido de mesmo material por
AS, apresenta cordões estreitos e com alta penetração, com um ângulo entre reforço e
superfície próximo de 90º, como mostra a Fig. 4.94.
3,0 mm
Figura 4.94- Macrografia de seção transversal de cordão de solda com eletrodo revestido
AWS E309L sobre revestimento aspergido com arame AWS E309L por AS com
espessura de 0,21 mm. Energia de soldagem 6,5 kJ/cm (70 A, 26 volts, 17
cm/min). Ataque Villela.
Por outro lado, ainda no âmbito de experiências, foi substituído o material aspergido por
uma liga de Níquel 99% com traços de C, Si, Fe, S, Co e Cu (06T Nickel), mantendo o
material de solda. O resultado mostra um aumento da penetração e ângulo entre reforço e
superfície tornando-se menor que 90º (Fig. 4.95).
Uma terceira liga foi testada como material para a aspersão, AS-751, também a base
de Níquel mas contendo FTC (Fused Tungsten Carbide), destinada a proteção contra o
desgaste. Nesta combinação de eletrodo revestido E309L, camada aspergida AS-751, e
substrato AISI 304, tem-se menor penetração e maior largura, o que diminui a elevada
relação p/l observada com as outras ligas testadas, além do ângulo reforço-superfície ser
maior que 90º, indicando boa molhabilidade, como mostra a Fig. 4.96.
A diferença entre as ligas escolhidas para a aspersão térmica aguça a possibilidade
que a técnica estudada oferece, seja no âmbito de análise dos materiais, parâmetros e
processos de aspersão térmica e soldagem, ou no campo de aplicação da técnica.
139
3,0 mm
Figura 4.95- Macrografia de seção transversal de cordão de solda com eletrodo revestido
AWS E309L sobre revestimento aspergido com arame de liga de Níquel 99%
(06T Nickel) por AS com espessura de 0,45 mm. Energia de soldagem 6,5
kJ/cm. Ataque Villela.
3,0 mm
Figura 4.96- Macrografia de seção transversal de cordão de solda com eletrodo revestido
AWS E309L sobre revestimento aspergido com arame de liga de Níquel AS-
751 por AS com espessura de 0,50 mm. Energia de soldagem 6,5 kJ/cm.
Ataque Villela.
140
141
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
- avaliar novos processos de aspersão térmica que permitam uma menor oxidação da
camada aspergida, como HVOF e Coldspray; assim como uma maior variação dos
parâmetros e alternativas como o shoot peening na acomodação das camadas e redução da
porosidade;
- aplicar a técnica utilizando processos como TIG autógeno na refusão intermediária das
camadas revestidas, com posterior aplicação de camada sobreposta, permitindo
revestimentos mais espessos;
- ampliar o estudo referente a física do arco voltaico e seu comportamento em soldagens
sobre camadas com elevado teor de oxigênio como as provenientes de processos de
aspersão térmica;
- avaliar os aspectos referentes a metalurgia da soldagem relacionada às variações nas
propriedades mecânicas nas regiões envolvidas, principalmente considerando tenacidade à
fratura e incidência/crescimento de trincas por fadiga;
- estudar a aplicação da técnica sobre aço inoxidável austenítico, aproveitando os
resultados preliminares observados nas análises finais deste trabalho, assim como o uso em
outras atividades além da soldagem em operação.
144
145
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153
APÊNDICE
amostra ps L
10AA1-1 1,06 6,68
10AA1-2 1,02 6,55
10AA1-3 0,88 7,46
10AA2-1 1,03 6,59
10AA2-2 0,96 7,27
10AA2-3 1,15 5,96
10AA3 1,00 6,77
11AA1-1 0,91 7,48
11AA1-2 0,85 7,12
11AA1-3 0,93 7,13
11AA2-1 0,87 6,33
154
11AA2-2 1,04 5,89
11AA2-3 0,95 6,79
11AA3-1 0,93 6,97
11AA3-2 1,12 6,80
11AA3-3 1,19 7,13
11AA3-4 0,97 7,05
12AA1-1 1,01 7,05
12AA1-2 1,26 6,99
12AA1-3 0,79 6,70
12AA2-1 0,85 6,07
12AA2-2 1,22 7,74
12AA2-3 1,05 6,57
12AA3-1 0,92 6,32
12AA3-2 1,17 7,16
12AA3-3 1,16 6,41
13AA1-1 1,02 6,72
13AA1-2 1,02 7,33
13AA1-3 0,88 6,97
13AA2-1 0,98 6,69
13AA2-2 1,18 7,55
13AA2-3 0,92 8,02
13AA2-4 0,83 6,57
14AA1 1,15 6,61
14AA2 1,16 7,08
14AA3-1 0,95 6,27
14AA3-2 1,08 6,24
14AA3-3 1,07 6,68
17AA1 0,96 6,17
17AA2 1,02 6,48
17AA3-1 1,05 6,96
17AA3-2 0,98 6,70
17AA3-3 1,03 6,72
18AA1 1,37 6,53
18AA2 0,72 7,05
18AA3-1 1,12 6,92
18AA3-2 1,12 7,00
18AA3-3 1,16 6,67
33AA1 0,99 6,50
155
33AA2 1,00 7,45
33AA3 1,15 6,57
34AA1 0,89 6,50
34AA2 1,00 6,31
34AA3 0,74 6,57
35AA3 0,97 6,48
35AA2 0,75 6,44
35AA1 1,00 6,69
3AC1-1 1,07 6,60
3AC1-2 1,16 6,00
3AC1-3 0,91 6,55
3AC2-1 0,94 7,62
3AC2-2 0,97 6,72
3AC2-3 1,07 6,80
3AC3-1 0,89 7,19
3AC3-2 1,01 6,46
3AC3-3 0,93 7,22
3AC4-1 0,80 6,98
3AC4-2 1,06 5,95
3AC4-3 1,09 7.12
4AC1-1 1,01 6,85
4AC1-2 1,33 6,13
4AC2 1,03 7,36
4AC3-1 0,97 6,57
4AC3-2 1,03 6,99
4AC3-3 1,15 6,17
4AC4 0,78 7,38
7AC2 0,99 6,72
7AC3-1 1,24 6,50
7AC3-2 1,06 6,19
7AC3-3 0,90 7,75
7AC3-4 1,00 6,75
9AC1 1,18 6,41
9AC2 1,07 5,91
9AC3 1,13 6,43
19AC1 1,03 5,31
19AC2 1,13 6,89
19AC3-1 1,02 6,44
156
19AC3-2 1,07 6,17
19AC3-3 1,16 6,30
25AC1 0,87 6,67
25AC2 1,00 6,97
25AC3 1,17 6,43
23AC1 1,71 6,10
23AC2 1,00 6,39
23AC3-1 1,13 6,71
23AC3-2 0,84 6,37
23AC3-3 1,01 6,11
26AC1 0,86 6,80
26AC2 1,07 6,58
26AC3-1 1,00 6,39
26AC3-2 1,15 6,50
26AC3-2 1,12 6,70
13AA6 1,24 6,65
21AA2 1,35 7,06
21AA3-1 1,17 7,31
21AA3-2 1,15 7,46
21AA3-3 1,32 7,38
Tabela 2.2- Conjunto de amostras para o cálculo de ps com energia de soldagem de 6,5
kJ/cm. As amostras em vermelho não foram consideradas para o cálculo.
Icc (A)
90 180
2,03 1,83
1,77 1,95
1,81 1,76
2,01 1,88
1,90 1,73
1,77 2,10
1,85 2,07
1,79 1,75
1,92 1,81
2,01 1,83
1,85 1,90
1,89 1,79
171
Tabela 4- Valores de penetração da zona fundida (p). Soldagem Laser (2000 W);
processo de aspersao térmica AS com ar comprimido como gás de arraste.
tubo cordão e pa ps
1 14 0,80 – 0,80 – 0,85 1,39 – 1,37 – 1,39 0,88 – 0,94
1 15 0,74 – 0,80 – 0,69 1,44 – 1,50 – 1,53 0,91 – 0,96
1 16 0,69 – 0,71 – 0,73 1,52 – 1,60 – 1,59 0,92 – 1,02
1 17 0,78 – 0,80 – 0,78 1,49 – 1,42 – 1,44 0,83 – 0,87
2 14 0,76 – 0,76 – 0,71 1,65 – 1,57 – 1,52 0,79 – 0,89
2 15 0,89 – 0,83 – 0,77 1,60 – 1,59 – 1,50 0,84 – 0,93
2 16 0,76 – 0,87 – 0,83 1,48 – 1,49 – 1,44 0,88 – 0,91
2 17 0,76 – 0,71 – 0,69 1,50 – 1,45 – 1,41 1,05 – 0,98
3 14 1,10 – 1,05 – 1,07 1,79 – 1,83 – 1,70 0,93 – 0,99
3 15 1,06 – 1,04 – 1,15 1,80 – 1,75 – 1,83 0,96 – 0,93
3 16 1,12 – 1,08 – 1,15 1,67 – 1,71 – 1,62 0,85 – 0,92
3 17 1,12 – 1,09 – 1,15 1,75 – 1,85 – 1,64 0,91 – 0,81
4 14 1,16 – 1,12 – 1,13 1,79 – 1,72 – 1,79 1,03 – 0,95
4 15 1,15 – 1,13 – 1,16 1,59 – 1,61 – 1,60 0,91 – 0,89
4 16 1,19 – 1,15 – 1,13 1,74 – 1,64 – 1,73 0,82 – 0,94
4 17 1,12 – 1,09 – 1,14 1,86 – 1,83 – 1,85 0,97 – 0,91
5 14 1,48 – 1,53 – 1,52 1,53 – 1,59 – 1,67 1,05 – 0,95
5 15 1,46 – 1,49 – 1,46 1,62 – 1,49 – 1,54 0,91 – 0,98
5 16 1,50 – 1,53 – 1,53 1,65 – 1,52 – 1,63 1,00 – 0,92
5 17 1,44 – 1,45 – 1,49 1,59 – 1,53 – 1,50 0,88 – 0,95
6 14 1,50 – 1,52 – 1,52 1,61 – 1,65 – 1,52 0,91 – 0,93
6 15 1,46 – 1,54 – 1,49 1,58 – 1,50 – 1,67 1,05 – 0,91
6 16 1,51 – 1,52 – 1,48 1,69 – 1,65 – 1,58 0,85 – 0,84
6 17 1,49 – 1,55 – 1,50 1,67 – 1,60 – 1,58 0,82 – 0,87
7 14 0,48 – 0,44 – 0,49 1,19 – 1,18 – 1,20 -
7 15 0,47 – 0,45 – 0,39 1,27 – 1,20 – 1,23 -
7 16 0,49 – 0,44 – 0,50 1,29 – 1,37 – 1,32 -
7 17 0,42 – 0,45 – 0,42 1,20 – 1,27 – 1,27 -
177
Tabela 6.6- Valores de penetração ps (cordões depositados sobre chapa), pa (cordões
depositados sobre revestimento aspergido) e e (espessura de revestimento em
cada amostra referente a pa) em tubos API 5LX-70 com fluxo de água (13,5
l/min). ES = 6,5 kJ/cm
tubo cordão e pa ps
1 10 0,77 – 0,80 – 0,81 1,88 – 1,67 – 1,52 1,03 – 1,31
1 11 0,73 – 0,77 – 0,72 1,64 – 1,62 – 1,38 1,23 – 1,17
1 12 0,70 – 0,81 – 0,73 1,70 – 1,65 – 1,67 1,09 – 1,03
1 13 0,77 – 0,78 – 0,82 1,59 – 1,57 – 1,65 1,18 – 1,07
2 10 0,80 – 0,79 – 0,70 1,48 – 1,39 – 1,51 1,31 – 1,08
2 11 0,77 – 0,84 – 0,83 1,49 – 1,62 – 1,67 1,13 – 1,26
2 12 0,72 – 0,77 – 0,83 1,63 – 1,56 – 1,34 1,10 – 1,02
2 13 0,78 – 0,72 – 0,75 1,60 – 1,38 – 1,45 1,30 – 1,21
3 10 1,12 – 1,05 – 0,99 1,80 – 1,93 – 1,70 1,18 – 1,11
3 11 1,10 – 1,13 – 1,05 1,72 – 1,95 – 1,90 1,42 – 1,17
3 12 0,96 – 1,03 – 1,03 1,64 – 1,71 – 1,76 1,13 – 1,50
3 13 1,02 – 1,10 – 1,11 1,72 – 1,94 – 2,01 1,24 – 1,13
4 10 1,11 – 1,10 – 1,11 1,85 – 1,81 – 1,69 1,15 – 1,20
4 11 1,10 – 1,13 – 1,13 1,73 – 1,71 – 1,90 1,36 – 1,11
4 12 0,99 – 1,12 – 1,12 1,75 – 1,85 – 1,85 1,11 – 1,21
4 13 1,12 – 0,95 – 1,09 1,68 – 1,39 – 1,72 1,13 – 1,01
5 10 1,47 – 1,50 – 1,46 1,55 – 1,59 – 1,71 1,43 – 1,12
5 11 1,43 – 1,44 – 1,49 1,52 – 1,38 – 1,44 1,11 – 1,10
5 12 1,48 – 1,55 – 1,43 1,80 – 1,89 – 1,61 1,10 – 1,15
5 13 1,44 – 1,49 – 1,49 1,75 – 1,52 – 1,45 1,17 – 1,09
6 10 1,50 – 1,50 – 1,51 1,56 – 1,66 – 1,72 1,40 – 1,21
6 11 1,53 – 1,55 – 1,48 1,80 – 1,88 – 1,72 1,18 – 1,14
6 12 1,50 – 1,50 – 1,55 1,36 – 1,35 – 1,49 1,45 – 1,21
6 13 1,52 – 1,56 – 1,50 1,48 – 1,59 – 1,58 1,13 – 1,10
7 10 0,43 – 0,42 – 0,41 1,69 – 1,48 – 1,35 -
7 11 0,47 – 0,40 – 0,41 1,65 – 1,62 – 1,58 -
7 12 0,46 – 0,43 – 0,42 1,48 – 1,38 – 1,57 -
7 13 0,47 – 0,46 – 0,42 1,64 – 1,67 – 1,48 -
178