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· A Mensagem é uma obra épico-lírica, pois, como uma epopeia, parte de um núcleo
histórico (heróis e acontecimentos da História de Portugal), mas apresenta uma dimensão
subjectiva introspectiva, de contemplação interior, característica própria do lirismo.
O mito
Sebastianismo
A estrutura
· A Mensagem está dividida em três partes. Esta tripartição corresponde a três momentos
do Império Português: nascimento, realização e morte. Mas essa morte não é definitiva,
pois pressupõe um renascimento que será o novo império, futuro e espiritual.
A vinda do Encoberto era apenas por ele encarada «no seu alto sentido simbólico»
e não literal, como faziam os Sebastianistas tradicionais, de quem toma distância, e que
esse Desejado não seria mais do que um «estimulador de almas
O Quinto Império era afinal «o Império Português, subordinado ao espírito
definido pela língua portuguesa
O Quinto Império será «cultural», ou não será. E se diz, como Vieira, que o Império será
português, isso significa que Portugal desempenhará um papel determinante na difusão
dessa ideia apolínea e órfica do homem que toda a sua obra proclama.
Os Símbolos e os Mitos
• O mito é tudo: sem ele a realidade não existe, pois é dele que ela parte
• Deus é o agente da história; ou seja, é ele quem tem as vontades; nós somos os seus
instrumentos que realizam a sua vontade. É assim que a obra nasce e se atinge a
perfeição
• O sonho é aquilo que dá vida ao homem: sem ele a vida não tem sentido e limita-se à
mediocridade
• A verdadeira grandeza está na alma; É através do sonho e da vontade de lutar que se
alcança a glória
• Portugal encontra-se num estado de decadência. Por isso, é necessário voltar a
sonhar, voltar a arriscar, de modo a que se possa construir um outro império, um
império que não se destrói, por não ser material: é o Quinto Império, o Império
Civilizacional-Espiritual.
• D.Sebastião, além de ser o exemplo a seguir(pois deixa-se levar pela loucura/sonho),
é também visto como o salvador, aquele que trará de novo a glória ao povo português e
que virá completar o sonho, cumprindo-se assim Portugal.
“Ulisses” – símbolo da renovação dos mitos: Ulisses de facto não existiu mas bastou a sua
lenda para nos inspirar. A lenda, ao penetrar na realidade, faz o milagre de tornar a vida
“cá em baixo” insignificante. É irrelevante que as figuras de quem o poeta se vai ocupar
tenham tido ou não existência histórica! (“Sem existir nos bastou/Por não ter vindo foi
vindo/E nos criou.”). O que importa é o que elas representam. Daí serem figuras
incorpóreas, que servem para ilustrar o ideal de ser português.
2ª Parte – MAR PORTUGUÊS: a realização através do mar (em que heróis empossados da
grande missão de descobrir foram construtores do grande destino da Nação)
3ª Parte – O ENCOBERTO: a morte ou fim das energias latentes (é o novo ciclo que se
anuncia que trará a regeneração e instaurará um novo tempo)
“O Quinto Império” – símbolo da inquietação necessária ao progresso, assim
como o sonho: não se pode ficar sentado à espera que as coisas aconteçam; há que ser
ousado, curioso, corajoso e aventureiro; há que estar inquieto e descontente com o que se
tem e o que se é! (“Triste de quem vive em casa/Contente com o seu lar/Sem um sonho, no
erguer da asa.../Triste de quem é feliz!”) O Quinto Império de Pessoa é a mística certeza do
vir a ser pela lição do ter sido, o Portugal-espírito, ente de cultura e esperança, tanto mais
forte quanto a hora da decadência a estimula.
“Nevoeiro” – símbolo da nossa confusão, do estado caótico em que nos
encontramos, tanto como um Estado, como emocionalmente, mentalmente, etc.: algo ficou
consubstanciado, pois temos o desejo de voltarmos a ser o que éramos (“(Que ânsia
distante perto chora?)”), mas não temos os meios (“Nem rei nem lei, nem paz nem
guerra...”)
O carácter épico-lírico
- Lírico
Forma fragmentária
Atitude introspectiva
A interiorização
O simbolismo (3ªparte)
- Épico:
O tom heróico (“O Monstrengo”)