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O
s Parâmetros Curriculares Nacio- funções, como a de ilustrar um princípio,
Cleidson Carneiro Guimarães nais sugerem que o ensino de Fí- desenvolver atividades práticas, testar hi-
Professor de Educação Tecnológica do sica, nos níveis Fundamental e póteses ou como investigação. No entan-
Colégio Helyos, Feira de Santana, BA, Médio, seja contextualizado à realidade do to, esta última, acrescentam os autores, é
Brasil educando. Todavia, à medida que há um a que mais ajuda o aluno a aprender.
E-mail: cleidsonguimaraes@gmail.com aprofundamento nos conteúdos, há um Baseando-se nesse princípio, experimentos
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distanciamento da realidade imediata. Em simples podem ser úteis para contribuir
uma concepção bachelardiana [1], a ciên- com a inserção do estudante no processo
cia caracteriza-se como uma ruptura da de construção dos saberes a partir de um
realidade; então, como ensinar ciência de contexto ao qual os conteúdos carac-
forma associada a um contexto se o apro- terizam-se como respostas às curiosidades
fundamento em ciências promove uma mediadas ao longo do processo.
ruptura da realidade imediata? Isso sig-
nifica que é impossível ensinar ciências A construção
associado a um contexto? Nessa perspectiva é que se propõe a
Compreender a ciência como ruptura construção, por alunos do Ensino Funda-
não significa que os conteúdos de física mental e Médio, de bolinhas utilizando be-
ensinados existam apenas na escola e para xigas de aniversário. Para isso, a turma
a ela. É possível, e necessário, que o ensino pode ser dividida em grupos de quatro
dos conteúdos parta componentes e cada
de um contexto que Em uma concepção grupo deve encher
pode ser, por exem- bachelardiana, a ciência uma bolinha com
plo, uma situação ex- caracteriza-se como uma água e outra com ar
perimental e que o ruptura da realidade; então, (Fig. 1) até atingir um
distanciamento da como ensinar ciência de forma diâmetro médio de
realidade imediata ru- associada a um contexto se o 7 cm. Em seguida
mo à abstração ocor- aprofundamento em ciências deve-se acrescentar
ra à medida que o promove uma ruptura da várias bexigas, vazias,
educador avança na realidade imediata? sucessivamente à
discussão. Mas para bolinha formada. Essa
que o experimento possa contribuir sig- etapa é repetida até que as bolinhas ini-
nificativamente à aprendizagem do ciais (água e ar) sejam cobertas por 50 a
educando é necessário que o educador 100 bexigas.
consiga inserir o educando no processo
por meio de situações que desafiem o Avaliando e mediando o processo
Este artigo trata de uma sugestão de experi-
mento de construção de uma bolinha utilizando
estudante. Ou seja, um experimento Como sugerem vários autores [3-5],
bexigas para gerar o contexto ao qual os con- pouco ou nada contribui com o processo avaliar é muito mais do que dar uma nota.
teúdos relativos a energia cinética, potencial, ensino-aprendizagem quando o mesmo Avaliar significa coletar informações que
conservação de energia, choque elástico e ine- apenas demonstra um princípio ou serve permitam ao educador criar ações que
lástico possam ser construídos de forma que o apenas para que o educando encontre os intervenham no processo. Com essa com-
educando deixa de ser mero expectador da dados desejados pelo professor. É preensão (e intenção) o educador pode
transmissão de informações e passa a ser agente necessário que a situação desafie cogniti- perceber como os estudantes explicam o
ativo da construção de situação concreta a qual
vamente o estudante e para isso as ques- fenômeno, suas dúvidas, dificuldades e
os conteúdos constituem respostas aos ques-
tionamentos, mediados pelo docente, gerados
tões são fundamentais e o professor deve interesse pela atividade. Esses dados,
pelo envolvimento do educando em uma situa- incitá-las, agindo como mediador do pro- observados à medida que os estudantes
ção concreta e não por meio de um problema cesso. Segundo Izquierdo e cols. [2], a ex- agem, podem ser o diferencial na ação
de papel. perimentação na escola pode ter diversas docente. Percebe-se que os estudantes se

4 Bolinha de bexiga com elevado coeficiente de restituição Física na Escola, v. 12, n. 2, 2011
os conteúdos relativos a energia. E nada
melhor do que incitá-los por meio de
questionamentos: qual bolinha, de ar ou
de água, tem a maior energia potencial
quando estão a mesma altura? Por que a
bolinha de água faz mais barulho ao cho-
car-se com o chão? Se a energia é conser-
vada, então por que a bolinha não retorna
à altura inicial?
Considerações finais
A escola inverte o processo de cons-
trução do conhecimento quando ensina
respostas sem que os estudantes tenham
acesso às questões que geraram o con-
teúdo. É impossível, e desnecessário, que
a escola resgate todos os questionamentos
que, historicamente, geraram os con-
teúdos curriculares. Mas é perfeitamente
possível, e útil, utilizar a experimentação
mediada por problemas para criar o
contexto que irá acompanhar a discussão
dos conteúdos propostos pelo currículo.
Figura 1 - Alunas construindo a bolinha. Não se pode pensar que a experimentação
é a solução para os problemas do ensino
envolvem muito no processo de cons- de ar e de água, comparando-os em se- de física ou que por meio dela todos os
trução e ficam espantados com o “poder guida. Esse é o momento em que o edu- alunos irão se interessar no que está sendo
de retorno” da bolinha construída. Então cador pode mediar as questões: qual ensinado, mas observa-se, por nossa prá-
os mesmos podem ser desafiados a medir bolinha, de água ou ar, tem maior tica em sala de aula, que quando inseri-
o coeficiente de restituição da bolinha. Para coeficiente de restituição?; por que quan- mos um experimento, mediamos questio-
isso, basta usar uma fita métrica com o to mais bolas forem acrescentadas, maior namentos e estabelecemos discussões em
zero no chão e a bolinha na marca 100 cm será o coeficiente de restituição; por que sala (onde as informações coletadas no
(Fig. 2). Ao largar a bolinha, o grupo de uma bolinha feita com água e apenas uma experimento são consideradas), o envol-
estudantes deve observar qual foi a maior bexiga tem restituição praticamente nu- vimento dos estudantes naquilo que está
altura em que a bolinha atingiu após o la? sendo ensinado é completamente diferente
choque com o chão. Deve-se sugerir que Percebeu-se, também, que esse experi- daquele que teriam se não houvesse a
o grupo observe os valores para a bolinha mento pode ser utilizado para trabalhar inserção.

Referências
[1] G. Bachelard, A Formação do Espírito
Científico: Contribuição para uma
Psicanálise do Conhecimento (Con-
traponto, São Paulo, 1996).
[2] M. Izquierdo, N. Sanmartí y M. Espinet,
Enseñanza de las Ciencias 17, 45
(1999).
[3] J.Hoffmann, Avaliar Para Promover: As
Setas do Caminho(Mediação, Porto
Alegre, 2001).
[4] C.C.Luckesi, Avaliação da Aprendizagem
na Escola: Reelaborando Conceitos e
Recriando a Prática (Malabares
Comunicações e Eventos, Salvador,
2003).
[5] P. Perrenoud, Avaliação: da Excelência à
Regulação das Aprendizagens -Entre
Duas Lógicas(Artes Médicas Sul, Porto
Alegre, 1999).

Figura 2 - Alunas medindo a restituição.

Física na Escola, v. 12, n. 2, 2011 Bolinha de bexiga com elevado coeficiente de restituição 5

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