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Mecânica clássica – 1osem/2012

MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS


DIMENSÕES
Álgebra Vetorial
No estudo de movimentos em duas e três dimensões torna-se importante introduzir
o conceito de vetor.
Existem grandezas tais como massa, comprimento e tempo, que podem ser
caracterizados por um número e uma unidade. São as grandezas escalares. Outras
grandezas como velocidade e força, dependem de uma direção e um sentido, além
de um número e uma unidade. São as grandezas vetoriais.
Dois vetores A e B são iguais se eles têm o mesmo módulo (comprimento), direção
e sentido.
A soma vetorial é comutativa, isto é: A + B = B + A

A soma vetorial é associativa: A + B + C = (A + B) + C = A + (B + C)

xˆ , yˆ e zˆ são vetores unitários (módulo igual a 1) nas direções X, Y e Z do sistema


de eixos cartesiano.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Álgebra Vetorial
Assim, A = Ax xˆ + Ay yˆ + Az zˆ = ( Ax , Ay , Az )

(A + A + A )
1
O módulo de A é dado por A= 2
x
2
y
2
z
2

Multiplicação por escalar: cA = ( cA , cA , cA )


x y z

A ± B= ( A ± B , A ± B , A ± B )
x x y y z z

Produto escalar de A e B: A⋅B =AB cos θ


onde A e B são os módulos de A e B e θ é o ângulo entre eles.
O produto escalar é uma grandeza escalar.
Se A e B são perpendiculares entre si, então A.B = 0.
Se A e B são paralelos ou antiparalelos, então A.B = AB ou A.B = -AB,
respectivamente.
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DIMENSÕES
Álgebra Vetorial
Assim, A⋅B
= ( A , A , A ) ⋅ ( B , B , B =)
x y z x y z Ax Bx + Ay By + Az Bz
Se u é um vetor unitário, A.u é a projeção de A na direção de u.
O produto escalar é comutativo: A.B = B.A.

O produto escalar é distributivo: A.(B+C) = A.B + A.C.


Sendo m um escalar, então: m(A.B) = (mA).B = A.(mB).

O produto vetorial entre um vetor A e B, representado por AxB, é um vetor cujo


módulo é dado por:

ABsenθ
A×B =
AxB é um vetor perpendicular ao plano contendo A e B e o seu sentido é dado
pela regra da mão direita.
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DIMENSÕES
Álgebra Vetorial

Assim, A×B ≠ B× A

Se A e B têm a mesma direção, isto é, se θ = 0 ou 180o, então AxB = 0.

Ax(B+C) = AxB + AxC.

m(AxB) = (mA)xB = Ax(mB).

xˆ yˆ zˆ
A×B =Ax Ay Az
Bx By Bz
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DIMENSÕES
Álgebra Vetorial

Produto misto.
Ax Ay Az
A ⋅ (B × C) =Bx By Bz
Cx C y Cz

Permutações pares de linha ou colunas de um determinante não altera o seu


resultado, então A.(BxC) = B.(CxA) = C.(AxB).

Ax(BxC) = B(A.C) - C(A.B).

(AxB)xC = B(A.C) - A(B.C).


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DIMENSÕES
Diferenciação e integração de vetores
Um vetor A pode ser função de um escalar, por exemplo, t. Assim:

dA  dAx dAy dAz 


=
A A=
(t ) [ Ax (t ), Ay (t ), Az (t )] = , , 
dt  dt dt dt 
d dA dB
( A + B) = + ,
dt dt dt
d df dA
( )
=f A A + f ,
dt dt dt
d dA dB
( A ⋅ B )= ⋅B + A⋅ ,
dt dt dt
d dA dB
( A × B )= ×B + A×
dt dt dt
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DIMENSÕES
Diferenciação e integração de vetores
Vetor posição de um ponto: é o vetor que vai da origem ao ponto considerado. Se
houver dois pontos P e P´ representados pelos vetores r e r´, o vetor posição de P
em relação a P´ é R = r – r´.
Há grandezas escalares e vetoriais com um valor definido em cada ponto do espaço.
Essas grandezas são funções das coordenadas espaciais, podendo ser consideradas
como funções do vetor posição r.
Há funções escalares de ponto
u ( r ) = u ( x, y , z )
e funções vetoriais de ponto

=
A(r ) A=
( x, y, z ) [ Ax ( x, y, z ), Ay ( x, y, z ), Az ( x, y, z )]
Um exemplo de função escalar de ponto é a energia potencial V(x, y, z) e de função
vetorial de ponto é a intensidade de campo elétrico E(x, y, z).
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DIMENSÕES
Diferenciação e integração de vetores
Tomando uma curva C no espaço e uma função vetorial A definida em pontos sobre
essa curva, podemos considerar a integral de linha de A ao longo de C.

∫ A ⋅ dr
C

Um exemplo disto é o trabalho realizado por uma força F, que pode variar de ponto
a ponto, sobre uma partícula que se move ao longo da curva C.

=
W ∫ F ⋅ dr
C
Sendo r, em coordenadas cartesianas, dado por
r = xxˆ + yyˆ + zzˆ,
dr = dxxˆ + dyyˆ + dzzˆ
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DIMENSÕES
Diferenciação e integração de vetores
Sendo s a distância medida ao longo da curva, pode-se expressar a integral de linha
como uma integral comum sobre a coordenada s

∫ A ⋅ dr =
C
∫ A cos θ ds
onde θ é o ângulo entre A e a tangente á curva em cada ponto.
A integral acima também pode ser escrita como

dr ∫ ( A dx + A dy + A dz )
∫ A ⋅= x y z
C C

Sendo o vetor r ou as coordenadas (x, y, z) escritas como funções de um parâmetro


s de valor definido em cada ponto da curva e, conhecidos A(r) e r(s), a integral de
linha é calculada usando a formula abaixo:
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DIMENSÕES
Diferenciação e integração de vetores

 dr 
∫C A ⋅ dr= ∫  A ⋅ ds  ds
 dx dy dz 
= ∫  x ds y ds z ds  ds
A + A + A

Determinar o trabalho realizado sobre uma partícula em movimento semicircular de


raio a, por uma força que a atrai na direção do ponto (x = a, y = 0) e proporcional à
distância entre a partícula e o ponto (a, 0).
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DIMENSÕES
Cinemática no plano
Para descrever o movimento de uma partícula, escolhe-se um sistema de
coordenadas e localiza-se a partícula no espaço através de um ponto ou vetor
posição.
r = ( x, y ),
em relação a origem.
A trajetória é descrita em termos de um parâmetro ou variável independente s:

x = x(s) e y = y(s) ou r = r(s)

Quando s varia (x(s), y(s)) descreve uma curva.

Um exemplo é a equação do círculo:

x2 + y 2 − a2 =
0
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DIMENSÕES
Cinemática no plano
A equação do círculo pode ser expressa, em termos do parâmetro θ, como:

x = a cos(θ ),
y = a sen(θ ),
Em termos da distância s medida ao longo da circunferência:

x = a cos( s / a ),
y = a sen( s / a ),
Se a partícula se movimenta com velocidade constante v:

x = a cos(vt / a ),
y = a sen(vt / a ),
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DIMENSÕES
Cinemática no plano
Pode-se especificar o movimento de uma partícula especificando-se diretamente

=x x=
(t ), y y (t ) =
ou r r (t ).

A velocidade, a aceleração e seus componentes são dados por:

dr dx dy
v = = xˆ + yˆ =vx xˆ + v y yˆ ,
dt dt dt
dv d 2 r d 2 x d2y
a = = 2 = 2 xˆ + 2 yˆ = ax xˆ + a y yˆ .
dt dt dt dt
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DIMENSÕES
Cinemática no plano
Coordenadas polares são convenientes em muitos problemas. As coordenadas r e θ
se relacionam a x e y por:
= cos θ , y r senθ ,
x r=
=
r (x 2
+y )
2 1/2
.
Os vetores unitários rˆ, θˆ , na direção de r e θ crescentes, são funções do ângulo θ, e
estão relacionadas a xˆ , yˆ por:

=rˆ cos θ xˆ + senθ yˆ ,


θˆ =
− senθ xˆ + cos θ yˆ .
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DIMENSÕES
Cinemática no plano
Derivando essas equações, obtemos as seguintes formulas:

drˆ ˆ dθˆ
= θ, = −rˆ.
dθ dθ
O vetor r é expresso em termos de coordenadas polares como:

r = rrˆ(θ ).
Pode-se descrever o movimento da partícula em coordenadas polares especificando-
se r(t), θ(t) e determinando o vetor posição r(t). O vetor velocidade será

dr dr drˆ dθ  ˆ.
v= = rˆ + r  ˆ + rθθ
=
rr
dt dt dθ dt
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DIMENSÕES
Cinemática no plano
Assim, obtêm-se as componentes da velocidade nas direções rˆ e θˆ

= , vθ rθ.
vr r=
O vetor aceleração será:

dv drˆ dθ  ˆ + rθθ
 ˆ + rθ d θˆ dθ
a = = rrˆ + r + rθθ
dt dθ dt dθ dt
( ) ( )
r − rθ 2 rˆ + rθ + 2rθ θˆ.
= 

O termo rθ = vθ / r é denominado de aceleração centrípeta e origina-se no


2 2

r= r= 0 , a trajetória será uma circunferência.


movimento na direção θ. Se 
O termo 2rθ é muitas vezes chamado de aceleração de Coriolis.
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DIMENSÕES
Cinemática em três dimensões
A trajetória pode ser representada por

=x x=
( s ), y y=
( s ), z z ( s ).

A velocidade e aceleração são dados por

dr dx dy dz
v = = x+ ˆ y + zˆ = vx xˆ + v y yˆ + vz zˆ,
ˆ
dt dt dt dt
dv d 2 r d 2 x d2y d 2z
a = = 2 = 2 xˆ + 2 yˆ + 2 zˆ = ax xˆ + a y yˆ + az zˆ.
dt dt dt dt dt
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DIMENSÕES
Cinemática em três dimensões
As coordenadas polares cilíndricas (ρ, ϕ, z) são definidas pelas equações
x ρ=
cos ϕ , y ρ=
senϕ , z z ,

(x + y )
ρ= 2 2 1/2 y
, tgϕ =
x
.

ρˆ , ϕˆ , zˆ são os vetores unitários nas direções


de crescimento de ρ, ϕ e z.
ẑ é constante, mas ρˆ e ϕˆ são funções de ϕ:

=ρˆ cos ϕ xˆ + sen ϕ yˆ ,


ϕˆ = − sen ϕ xˆ + cos ϕ yˆ ,
d ρˆ dϕˆ
= ϕ,
ˆ = − ρˆ
dϕ dϕ
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DIMENSÕES
Cinemática em três dimensões
O vetor posição r pode ser expresso em coordenadas cilíndricas da seguinte forma:

r ρρˆ + zzˆ
=
Derivando com relação ao tempo, obtemos
dr
v = =ρρ
 ˆ + ρϕϕ ˆ + z zˆ,
dt
a = =( ρ − ρϕ 2 ) ρˆ + ( ρϕ + 2 ρϕ
dv
  ) ϕˆ + 
z zˆ.
dt
Qualquer vetor A pode ser expresso em termos de suas componentes ao longo de
ρˆ , ϕˆ , zˆ
A = Aρ ρˆ + Aϕϕˆ + Az zˆ.
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DIMENSÕES
Cinemática em três dimensões

Se A for função de um parâmetro t, então, a sua derivada deve ser feita tomando-se
cuidado de levar em conta as variações de ρˆ e ϕˆ , caso a localização do vetor
também varie com t:

dA  dAρ dϕ   dAϕ dϕ  dAz


= − Aϕ  ρˆ +  + Aρ  ϕˆ + zˆ.
dt  dt dt   dt dt  dt
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DIMENSÕES
Cinemática em três dimensões
As coordenadas esféricas (r, θ, ϕ) são definidas de acordo com as equações abaixo

x senθ cos ϕ , y r=
r= sen θ sen ϕ , z r cos θ .

ρ = r sen θ , r = ( x + y + z
2 2
)
2 1/2
,

tgθ=
ρ
=
(x 2
+y )
2 1/2

, tgϕ=
y
.
z z x
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DIMENSÕES
Cinemática em três dimensões
Também podemos obter as relações abaixo:
rˆ =cos θ zˆ + senθ ρˆ = senθ cos ϕ xˆ + senθ senϕ yˆ + cos θ zˆ,
θˆ =− senθ zˆ + cos θρˆ = cos θ cos ϕ xˆ + cos θ senϕ yˆ − senθ zˆ,
ϕˆ =
− senϕ xˆ + cos ϕ yˆ .
Derivando as equações acima, obtemos:
∂rˆ ˆ ∂rˆ
= θ= , senθϕˆ ,
∂θ ∂ϕ
∂θˆ ∂θˆ
=−rˆ, =cos θϕˆ ,
∂θ ∂ϕ
∂ϕˆ ∂ϕˆ
=0, =− ρˆ =− senθ rˆ − cos θ θˆ.
∂θ ∂ϕ
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Cinemática em três dimensões
Em coordenadas esféricas, o vetor posição é:

r = rrˆ(θ , ϕ ).

Derivando com relação ao tempo de usando as equações acima, obtemos a


velocidade e aceleração:

dr  ˆ + (rϕ senθ )ϕˆ ,


 ˆ + rθθ
v = =rr
dt
dv
( ) ( )
r − rθ 2 − rϕ 2 sen 2θ rˆ + rθ + 2rθ − rϕ 2 senθ cos θ θˆ
a = = 
dt
(
+ rϕsenθ + 2rϕ senθ + 2rθϕ )
  cos θ ϕˆ.
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DIMENSÕES
Cinemática em três dimensões
Novamente, qualquer vetor A pode ser escrito em termos de suas coordenadas
esféricas:
A = Ar rˆ + Aθ θˆ + Aϕϕˆ.

Se A e sua localização forem funções de t, então:

dA  dAr dθ dϕ   dAθ dθ dϕ  ˆ
= − Aθ − Aϕ senθ r +
ˆ + Ar − Aϕ cos θ θ
dt  dt dt dt   dt dt dt 
 dAϕ dϕ dϕ 
+ + Ar senθ + Aθ cos θ  ϕˆ.
 dt dt dt 
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DIMENSÕES
Elementos de análise vetorial
∂f ∂f ∂f
Seja f(x, y, z) uma função escalar de x. y e z e , , suas derivadas parciais
∂x ∂y ∂z
∂f
em relação a x, y e z, respectivamente. Assim, df = dx é a variação de f quando
∂x
x sofre uma variação infinitesimal dx. O mesmo para as outras variáveis:
∂f ∂f
=df = dy e df dz.
∂y ∂z
Se x, y e z sofrem variações infinitesimais, então:

∂f ∂f ∂f
df = dx + dy + dz.
∂x ∂y ∂z
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DIMENSÕES
Elementos de análise vetorial
Como dr = xdx
ˆ + ydy
ˆ + zdz
ˆ , podemos escrever:

∂f ∂f ∂f  ∂f ∂f ∂f 
df = dx + dy + dz =  xˆ + yˆ + zˆ  ⋅ ( xdx
ˆ + ydy ˆ )
ˆ + zdz
∂x ∂y ∂z  ∂x ∂y ∂z 

∂f ∂f ∂f
O vetor xˆ + yˆ + zˆ é chamado de gradiente de f e é representado por ∇f.
∂x ∂y ∂z
Podemos então escrever: df = ∇f.dr

df = ∇f dr cos θ

Vemos que a máxima variação de f se dá quando θ = 0, ou seja, quando dr tem a


direção de ∇f.
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DIMENSÕES
Elementos de análise vetorial

∇ ( f + g ) = ∇f + ∇g
∇(mf ) = m∇f , m = cte
∇( fg ) =∇( f ) g + f (∇g )

 ∂ ∂ ∂  ∂ ∂ ∂
=
∇  , , =  ˆ
x + ˆ
y + ˆ
z
 ∂x ∂y ∂z  ∂x ∂y ∂z
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DIMENSÕES
Elementos de análise vetorial
O produto escalar de ∇ pode se formado por uma função de ponto vetorial A(x, y, z)
e denomina-se divergente de A:
dAx dAy dAz
∇ ⋅=
A + + .
dx dy dz
O significado geométrico de ∇.A é fornecido pelo Teorema da Divergência ou
Teorema de Gauss:

∫∫∫ ∇ ⋅ AdV= ∫∫ nˆ ⋅ AdS ,


V S

onde V é um dado volume, S é a superfície que limita o volume V, e n é o vetor


unitário perpendicular à superfície S, apontando para fora do volume em cada ponto
de S. Logo n̂ ⋅ A é o componente de A normal a S, e a equação acima diz que a
quantidade ∇ ⋅ A dentro do volume V é igual ao fluxo total de A através da
superfície S.
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DIMENSÕES
Elementos de análise vetorial
Também pode-se formar um produto vetorial de ∇ por uma função de ponto vetorial
A(x, y, z), denominado rotacional de A:
 ∂Az ∂Ay   ∂Ax ∂Az   ∂Ay ∂Ax 

= × A xˆ  −  + yˆ  −  + zˆ  − 
 ∂y ∂z   ∂z ∂x   ∂x ∂y 
O significado geométrico de ∇xA é fornecido pelo Teorema de Stokes:

∫∫ nˆ ⋅ (∇ × A)dS= ∫ A ⋅ dr ,
S C

onde S é uma superfície no espaço, n um vetor unitário normal à superfície S e C é a


curva que limita S.

dr é um elemento infinitesimal de deslocamento orientado sobre a linha C e n é o


vetor unitário normal à S e orientado de acordo com a regra da mão direita.
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DIMENSÕES
Elementos de análise vetorial
∇ pode também ser expresso em coordenadas cilíndricas, em termos de seus
componentes, ao longo de ρˆ , ϕˆ , zˆ . Sendo f = f(ρ, ϕ, z)

∂f ∂f ∂f
df = dρ + dϕ + dz ,
∂ρ ∂ϕ ∂z

dr =ρˆ d ρ + ϕρ
ˆ dϕ + zdz
ˆ ,

∂ ϕˆ ∂ ∂
∇ ρˆ
= + + zˆ ,
∂ρ ρ ∂ϕ ∂z

df= dr ⋅∇f
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DIMENSÕES
Elementos de análise vetorial
∇ pode também ser expresso em coordenadas esféricas:

∂f ∂f ∂f
df = dr + dθ + dϕ ,
∂r ∂θ ∂ϕ

ˆ + θˆrdθ + ϕˆ rsenθ dϕ ,
dr =rdr

∂ θˆ ∂ ϕˆ ∂
=
∇ rˆ + + .
∂r r ∂θ rsenθ ∂ϕ
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Problema geral do movimento em 2 e 3-D.
Dada uma força F = (r, v, t), a equação do movimento torna-se um sistema de três
equações diferenciais de segunda ordem:
d 2x
m 2 = Fx ( x, y, z , x , y , z, t ) ,
dt
d2y
m 2 = Fy ( x, y, z , x , y , z, t ) ,
dt
d 2z
m 2 = Fz ( x, y, z , x , y , z, t ) .
dt
Se a posição ro = (xo, yo, zo) e a velocidade vo = (vxo, vyo, vzo) são conhecidas num
instante to, as equações do movimento fornecem d2r/dt2, e a partir de r , r, 
r para um
tempo t, podemos determinar r , r para pequenos intervalos de tempo anteriores ou
posteriores a t + dt, estendendo-se as funções r , r, 
r para o passado e futuro com o
auxílio das equações do movimento acima.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Problema geral do movimento em 2 e 3-D.

Pode-se tornar este argumento matematicamente rigoroso, levando-se ao


desenvolvimento de um teorema que garanta existência de uma única solução para
essas equações, sejam quais forem a posição e a velocidade no instante to.

Note que a solução geral das equações do movimento envolve seis constantes
arbitrárias xo, yo, zo, vxo, vyo, vzo.

Em geral, a resolução das três equações do movimento é muito complicada, já que,


as variáveis x, y, z, e suas derivadas aparecem nas três equações, como se
tivéssemos uma equação de sexta ordem.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Problema geral do movimento em 2 e 3-D.
Se cada componente da força depende somente da coordenada correspondente e
suas derivadas,
Fx = Fx ( x, x , t ) ,
Fy = Fy ( y, y , t ) ,
Fz = Fz ( z , z, t ) ,
então as três equações do movimento serão independentes entre si. Pode-se resolvê-
las separadamente para determinar x(t), y(t) z(t), como três problemas
independentes em movimentos unidimensionais. Um exemplo é quando F só é dada
como função do tempo
=
F F=
(t ) [ Fx (t ), Fy (t ), Fz (t )].
Outro exemplo é a força de atrito proporcional a velocidade e, também, o oscilador
harmônico tridimensional.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Oscilador harmônico em duas e três dimensões.
Consideremos o oscilador harmônico tridimensional, sem amortecimento, cujas
equações do movimento são
mx = −k x x,
my = −k y y,
mz = −k z z.
As soluções dessas equações são

x = Ax cos(ω xt + θ x ), ω x2 = k x / m,
y = Ay cos(ω y t + θ y ), ω y2 = k y / m,
z = Az cos(ω z t + θ z ), ω z2 = k z / m.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Oscilador harmônico e duas e três dimensões.
As seis constantes (Ax, Ay, Az, θx, θy e θz) dependem das condições iniciais. Cada
coordenada oscila independentemente com movimento harmônico simples.
Se as frequências angulares ωx, ωy e ωz forem comensuráveis, ou seja, se para um
conjunto de números inteiros (nx, ny, nz),

ωx ωy ωz
= = ,
nx n y nz

então a trajetória da massa m no espaço será fechada, e o movimento será periódico.


Se (nx, ny, nz) forem escolhidos de forma que não exista fator inteiro comum, então
o período do movimento será

2π nx 2π n y 2π nz
=τ = = .
ωx ωy ωz
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Oscilador harmônico em duas e três dimensões.

Durante o período, a coordenada x executa nx oscilações, a coordenada y executa ny


oscilações e a coordenada z executa nz oscilações, de forma que a partícula retorna
ao fim do período à posição e velocidade iniciais.

Se as frequências angulares ωx, ωy e ωz forem incomensuráveis, o movimento não


será periódico.

Se as três constantes kx, ky e kz forem todas iguais, o oscilador é chamado de


isotrópico, ou seja, é igual em todas as direções. Assim, as três frequências ωx, ωy e
ωz serão iguais e o movimento será periódico com cada coordenada executando um
ciclo de oscilação durante um período.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento de um projétil.
Um projétil em queda próximo da superfície da Terra, desprezando a resistência do
ar, move-se de acordo com a equação

d 2r
m 2 = − mgzˆ,
dt
onde o eixo z é tomado na direção vertical. Na forma de componentes:

d 2x
m 2= 0, =
x xo + vxot , Na forma de vetorial:
dt
d2y 1 2
m 2= 0, =
y yo + v yot , r =ro + vot − gt zˆ.
dt 2
d 2z 1 2
m 2 = − mg , z =+
zo vzot − gt .
dt 2
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento de um projétil.
Considerando um projétil partindo de (0, 0, 0) com velocidade inicial no plano xz,
teremos:
x = vxot ,
y = 0,
1 2
=
z vzot − gt .
2
Estas equações descrevem completamente o movimento do projétil.
Tirando o valor de t da primeira equação e substituindo na terceira, teremos:

vzo 1 g 2
=z x− 2
x.
vxo 2 vxo
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento de um projétil.
Que também pode ser escrita da seguinte forma:
2
 vzo vxo  2
vxo  vzo2 
x−  =
−2  z − .
 g  g  2g 
Que é a equação de uma parábola, com concavidade para baixo.
vzo vxo
Cruza o plano horizontal em z = 0 na origem e no ponto xm = 2 .
g
vzo2
Altitude máxima ocorre em zm = .
2g

Se a Terra fosse plana, xm seria o alcance máximo.


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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento de um projétil.
Considerando a resistência do ar como uma força de atrito proporcional à velocidade:

d 2r dr
m 2 = − mgzˆ − b .
dt dt
Na forma de componentes e considerando o movimento no plano xz:

d 2x dx
m 2 = −b ,
dt dt
d2y
m 2 = 0,
dt
d 2z dz
m 2 = − mg − b .
dt dt
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento de um projétil.

A resistência do ar é algo bem complicado, por isso, as soluções serão aproximadas.


Se o projétil parte de (0, 0, 0) em t = 0, as soluções das equações do movimento são:

vx = vxo e − bt / m ,

=x
mvxo
b
(1 − e − bt / m
) ,

 mg  − bt / m mg
vz = + vzo  e − ,
 b  b
 m 2 g mvzo 
( )
− bt / m mg
z = 2 + 1 − e − t.
 b b  b
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento de um projétil.
Isolando t na segunda equação e substituindo na quarta equação, obtemos a equação
para a trajetória abaixo

 mg vzo  m 2 g  mvxo 
z = +  x − 2 ln  .
 bvxo vxo  b  mvxo − bx 
Quando a resistência do ar (ou a distância) é muito pequena, ou seja, quando
bx/mvxo << 1, pode-se expandir a equação acima em potências de bx/mvxo, obtendo-
se

vzo 1 g 2 1 bg 3
z = x− 2
x − 3
x − ...
vxo 2 vxo 3 mvxo
Logo, a trajetória se inicia como uma parábola e depois decresce mais rapidamente.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento de um projétil.
Em t → ∞, mvxo
x= ,
b
e z → - ∞, ou seja, a trajetória termina como uma queda vertical. A velocidade final
(t → ∞) será –mg/b, que é a velocidade terminal.
vzo 1 g 2 1 bg 3
Fazendo z = 0, na equação z = x− 2
x − 3
x − ...
vxo 2 vxo 3 mvxo
além da solução trivial x = 0, uma outra solução para o alcance xm pode ser obtida
através de aproximações sucessivas. Primeiramente, reescrevemos a equação da
seguinte forma
2vxo vzo 2 b 2
xm = − xm − ...
g 3 mvxo
Desprezando o segundo termo, obtemos a primeira aproximação
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento de um projétil.
2vxo vzo que concorda com
xm = , O caso sem
g resistência do ar.

2vxo vzo 2 b 2
Substituindo essa equação no xm = − xm − ...
segundo termo da equação: g 3 vxo

2vxo vzo 8 bvzo2 vxo


obtemos a segunda aproximação: =xm − 2
.
g 3 mg

O segundo termo fornece a correção de primeira ordem para o alcance devido à


resistência do ar.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento de um projétil.
O caso oposto extremo, quando a resistência do ar é importantíssima para a
determinação do alcance, ocorre quando a queda vertical em x = mvxo/b se inicia
acima do plano horizontal z = 0. O alcance é então, aproximadamente,

mvxo  bvzo 
=xm ,  >> 1 .
b  mg 
Agora, considerando o efeito do vento sobre o projétil, supomos que a força de
resistência do ar é proporcional à velocidade relativa do projétil em relação ao ar:

d 2r  dr 
m 2 = −mgz − b  − vv  ,
ˆ
dt  dt 
onde vv é a velocidade do vento. Se vv é constante, o termo bvv comporta-se como
uma força constante somada a força peso, e o problema pode ser resolvido como no
caso anterior.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento de um projétil.
A resistência do ar ao projétil decresce com a altitude e a melhor forma para a
equação do movimento para um projétil que alcança grandes altitudes é

d 2r − z / h dr
m 2 = − mgzˆ − be ,
dt dt
onde h é a altura na qual a resistência do ar decresce para um valor 1/e do seu valor
na superfície terrestre. Na forma de componentes,

mx =  − z / h , my =
−bxe  − z/h ,
−bye
mz =  − z/h .
− mg − bze
Estas equações são difíceis de resolver. Como z aparece nas equações para x e y,
deve-se resolver primeiramente a equação em z e obter z(t) para substituir nas outras
duas.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Teoremas do momento linear e da energia
A segunda lei de Newton em três dimensões é dada por
d 2r
m 2 =F
dt
d 2x d2y d 2z
=
m 2 F=x, m 2
F=
y, m 2
Fz .
dt dt dt
O vetor momento linear p de uma partícula é definido como
p = mv
d dp
(m=
v) = F
dt dt
dpx dp y dpz
= F= x , =
Fy , Fz
dt dt dt
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DIMENSÕES
Teoremas do momento linear e da energia
Multiplicando por dt e integrando de t1 a t2, obtemos a variação do momento linear
entre t1 e t2 t
2

p2 − p1 = mv2 − mv1 = ∫ Fdt.


t1

A integral à direita é o impulso fornecido pela força, e as componentes serão dadas


por
t2

∫ Fx dt ,
p2 x − p1x =
t1
t2

∫ Fy dt ,
p2 y − p1 y =
t1
t2

∫ Fz dt.
p2 z − p1z =
t1
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DIMENSÕES
Teoremas do momento linear e da energia
Para obter a taxa de variação da energia cinética, multiplicamos por vx, vy e vz as
equações abaixo

d 2x d2y d 2z
=
m 2 F=x, m 2
F=
y, m 2
Fz .
dt dt dt

d 1 2 d 1 2 d 1 2
=  mv x  =
F v
x x ,  mv y  F=v
y y ,  mvz  Fz vz .
dt  2  dt  2  dt  2 

Somando as equações acima, teremos

d  1 2  dT
 mv = = F ⋅v potência
dt  2  dt
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DIMENSÕES
Teoremas do momento linear e da energia
Multiplicando por dt e integrando, teremos
t2
1 2 1 2
T2 − T1 =
2
mv2 − mv1 =
2 ∫ F ⋅ vdt
t1

Como vdt = dr e se F é função de r, teremos


r2
1 2 1 2
T2 − T
=1
2
mv2 − mv=
2
1 ∫ F(r) ⋅ dr
r1

A integral deve ser tomada ao longo da trajetória da partícula entre os pontos r1 e r2.

A integral à direita nas duas equações acima é o trabalho realizado pela força.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Teoremas do momento angular
O momento angular é definido como

L =r × p =m ( r × v )
onde o vetor r é tomado a partir de um ponto considerado como origem até a
posição da partícula.

dL d
= ( r × mv )
dt dt
dL dr dv
= m × v + mr ×
dt dt dt
dL
= mv × v + r × ( ma )
dt
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Teoremas do momento angular

dL
=r × F =Ν
dt
A taxa de variação do momento angular de uma partícula é igual ao torque (N) que
age sobre ela.

A forma integral do teorema do momento angular é dada por

t2

∫ Ν dt
L2 − L1 =
t1
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Energia potencial
Se a força F que age sobre uma partícula é função de sua posição r = (x, y, z), então
o trabalho executado pela força quando a partícula se desloca de r1 para r2 é dado
pela integral de linha r 2

=
W ∫ F ⋅ dr.
r1

Em analogia com o caso unidimensional, podemos sugerir a energia potencial V(r)


= V(x, y, z) como o trabalho realizado pela força sobre a partícula quando ela se
desloca de r para qualquer ponto de referência rs escolhido arbitrariamente:
r
− ∫ F ( r ) ⋅ dr .
V (r ) =
rs
A função V(r) deve ser somente função das coordenadas (x, y, z) dos pontos r e rs,
entretanto, em geral, a integral depende do caminho de integração de rs para r.
Então, somente quando a integral é independente do caminho de integração, a
definição será legitima.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Energia potencial
Se a integral é independente do caminho, então a variação de V quando a partícula
de desloca de r para r + dr é o trabalho realizado pela força F com sinal negativo

dV =− F ⋅ dr .

Lembrando que: du= dr ⋅∇u

Então, F = −∇V .

Na forma de componentes:

∂V ∂V ∂V
Fx =
− , Fy =
− , Fz =
− .
∂x ∂y ∂z
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Energia potencial
Sabemos que

∇ × ∇ = 0.
Aplicando isso à V:

∇ × ∇V = 0.

Então, ∇ × F = 0.

Como a equação acima foi deduzida considerando que a função potencial existe, ela
é uma condição necessária que deve ser satisfeita pela força F(x, y, z) antes que a
função potencial seja definida. É possível demonstrar que a equação acima também
é condição suficiente para a existência de um potencial através do Teorema de
Stokes, considerando um caminho fechado C, como o trabalho realizado pela força
F(r) quando a partícula se desloca ao longo deste caminho:
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DIMENSÕES
Energia potencial

∫ F ⋅ d=r ∫∫ nˆ ⋅ ( ∇ × F )dS ,
C S

onde S é uma superfície no espaço, limitada pela curva fechada C. Se o rotacional


de F é igual a zero, a integral a direita é igual a zero para qualquer caminho
fechado, assim

∫ F ⋅ dr =
C
0.

Mas se o trabalho realizado pela força F, ao longo de


qualquer caminho fechado, for igual a zero, então o
trabalho realizado para se ir de r1 para r2 será
independente do caminho.

W12 = −W21
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Energia potencial
Quando o rotacional de F é igual a zero, teremos
r2 rs r2

∫ F ⋅ dr = ∫ F ⋅ dr + ∫ F ⋅ dr
r1 r1 rs

= V (r1 ) − V (r2 ) = −∆V .


r2

Lembrando que: T2 − T1 = ∫ F ⋅ dr.


r1
Teorema da energia.

T1 + V (r1 ) =+
T2 V (r2 ).
Assim, a energia total é constante.

m ( x 2 + y 2 + z 2 ) + V ( x, y=
1
T=
+V , z ) E.
2
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Energia potencial
Uma força que só seja função da posição e cujo rotacional se anule é dita
conservativa, pois leva ao teorema da conservação da energia total.

Pode haver forças do tipo F(r, t). Nesse caso, a Lei da Conservação da Energia não
é mais válida.
Então, T + V não é mais constante quando F e V são funções do tempo. Esta força
não é considerada conservativa.

Quando as forças que agem sobre a partícula são conservativas, a equação abaixo
permite o cálculo de sua velocidade como função de sua posição. A energia E é
fixada pelas condições iniciais do movimento.

m ( x 2 + y 2 + z 2 ) + V ( x, y=
1
T=
+V , z ) E.
2
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Energia potencial
Para quais forças a energia potencial existe.

a ) Fx =
axy, Fy =
− az 2 , Fz =
− ax 2 ,
ay ( y 2 − 3 z 2 ) , Fy =
b) Fx = 3ax ( y 2 − z 2 ) , Fz =
−6axyz.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento sob a ação de uma força central
Força central é uma força que age sobre um objeto tal que:
ela está na direção da linha que liga o objeto a um ponto fixo.
sua intensidade depende da distância do objeto ao ponto fixo.

 x
 Fx = r
F (r )

r  y
= ˆ=
F rF (r ) F (r ).=
 Fy F (r )
r  r
 z
 Fz = F (r )
 r
r= x2 + y 2 + z 2
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento sob a ação de uma força central
Força central representa uma atração (F(r) < 0) ou uma repulsão (F(r) > 0) na
direção do ponto fixo na origem.
A força gravitacional e a força elétrica são exemplos de forças centrais e os casos
mais importantes são quando a força é inversamente proporcional a r2.
Propriedades das forças centrais:

i) O caminho ou órbita de uma partícula deve ser uma curva plana, ou seja, a
partícula move-se em um plano que contém o centro da força.
r F (r )
F =rF
ˆ (r ) = F (r ). ⇒ r × F =r × r =0.
r r
dv dv d
F= m ⇒ r × F = mr × = ( r × v ) = 0.
dt dt dt
r × v = c = cte.
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DIMENSÕES
Movimento sob a ação de uma força central
ii) O momento angular é constante.

N =r × F =( r × rˆ ) F (r ) =0.

dL dL
Como =N então = 0.
dt dt
Como conseqüência, o momento angular em torno de qualquer eixo que passe pelo
centro de força é constante.

iii) A partícula move-se de tal maneira que o vetor posição varre áreas iguais
em tempos iguais.
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DIMENSÕES
Movimento sob a ação de uma força central
Pela propriedade (i) a partícula sob esse tipo de força tem o movimento num plano.
O problema se reduz a duas equações diferenciais e quatro condições iniciais. Então
podemos escolher as coordenadas (r, θ) para escrever as equações do movimento.

F = ma ⇒ F (r )rˆ + 0θˆ = m  ( ) ( )


r − rθ 2 rˆ + rθ + 2rθ θˆ 

(r − rθ 2 =
m  )
F (r )
m ( rθ + 2rθ ) =
0
Multiplicando a segunda equação por r, teremos

( )
 
m r θ + 2mrrθ =
2
 0 ⇒
d
dt
2  dL
mr θ ==
dt
0. ( )
Essa equação expressa a conservação do momento angular em relação a origem.
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DIMENSÕES
Movimento sob a ação de uma força central
Integrando a equação anterior, obtemos a integral do momento angular das equações
do movimento:

mr 2θ= L= cte.
A constante L pode ser calculada a partir das condições iniciais.
Se nós podemos encontrar a energia potencial, então estaremos indiretamente
mostrando que a força F é conservativa.
r
Supondo que V existe F ⋅ dr =
− dV onde F = F (r ) .
r
r r
F ⋅ d=
r F (r ) ⋅ d= = F (r )dr.
r F (r ) dr
r r
Assim, V = − ∫ F (r )dr.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento sob a ação de uma força central
Como a força F é conservativa, teremos a conservação da energia

E= T + V
Lembrando que:
 ˆ,
 ˆ + rθθ
v= rr
v ⋅ v = r 2 + r 2θ 2 .
Então,

1 2
2
1
( )
mv + V = E ⇒ m r 2 + r 2θ 2 − ∫ F (r )dr = E
2
Lei da conservação da energia: E é a constante de energia obtida com as condições
iniciais.
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DIMENSÕES
Movimento sob a ação de uma força central
Que também pode ser escrita como:

1 2 L2
mr + 2
+ V (r ) =
E
2 2mr
Assim,
1/2
2 L  2
r=
  E − V (r ) − 2 
.
m 2mr 
Logo,
r
dr 2
∫ L  2 1/2
=
m
t. A solução permite obter r(t).

 E − V (r ) −
ro
2 
 2 mr 
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Movimento sob a ação de uma força central
A partir da equação: mr 2θ= L= cte.
Podemos obter θ(t):
t
L
θ= θ o + ∫ 2
dt.
0
mr
Assim, chegamos as soluções das equações do movimento em termos das quatro
constantes, L, E, ro, θo, que são obtidas quando se conhecem a posição e a
velocidade iniciais no plano.
1 2 1 2 2
A expressão mr + mr θ + V (r ) = E é análoga ao caso unidimensional.
2 2
A coordenada x é substituída por r, e o termo θ = L / mr 2 , na
1 2
mv + V ( x) =
E energia cinética, funciona como um adicional somado a
2
energia potencial, na expressão de E.
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DIMENSÕES
Movimento sob a ação de uma força central
 L
Substituindo θ = 2.
mr
em mr − mrθ 2 =
F (r )
L2
teremos: mr − 3 =
F (r )
mr
L2
=
mr F (r ) + 3 .
mr
Força real Força centrífuga (fictícia)
A força centrífuga não é realmente uma força, é parte do produto da massa pela
aceleração, transportada para o segundo membro da equação, com o objetivo de
reduzir a equação em r a uma força idêntica à do movimento unidimensional.
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Movimento sob a ação de uma força central
L2
Tratando-se a equação =mr F (r ) + 3
mr
como de um problema de movimento unidimensional, a energia potencial
correspondente à “força” à direita é
L2
− ∫ F (r )dr − ∫ 3 dr
V ´(r ) =
mr
L2
= V (r ) + 2
.
2mr
O segundo termo é a “energia potencial” associada à “força centrífuga”.

1 2 L2
Que dá exatamente: mr + 2
+ V (r ) =
E
2 2mr
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Movimento sob a ação de uma força central
A razão pela qual foi possível obter uma solução completa baseada somente em
duas integrais, ou constantes de movimento (L e E), é que as equações do
movimento não contém a coordenada θ, de forma que a constância de L é suficiente
para permitir a eliminação completa de θ em mr − mrθ 2 =F (r ) e reduzir o
problema a um problema unidimensional.
r
dr 2
A integral ∫ L 
2 1/2
=
m
t,
 E − V (r ) −
ro
2 
 2 mr 
as vezes é muito complicada e difícil de obter r(t), muitas vezes é melhor
determinar a trajetória de partícula no espaço, para depois calcular o seu
movimento com função do tempo.
Conhecendo r(θ), pode-se descrever a trajetória da partícula.
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Movimento sob a ação de uma força central
A equação resultante torna-se mais simples fazendo-se a seguinte substituição

1 1
=u = , r .
r u

Assim, usando a equação mr 2θ= L= cte.

1 du  2  du L du
r =
− 2 θ= −r θ = − ,
u dθ dθ m dθ
L d 2u  L2u 2 d 2u
r=
 − θ=− 2 .
m dθ 2
m dθ 2
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DIMENSÕES
Movimento sob a ação de uma força central
2
Substituindo r e rna equação=
L
mr F (r ) + 3 e multiplicando por –m/(L2u2),
mr
obtém-se uma equação diferencial para a trajetória em termos de u(θ):

d 2u m 1
=−u − 2 2 F   .
dθ 2
Lu u
Se L = 0, a equação acima diverge, mas se pode verificar a partir da equação mr 2θ = L
que, neste caso, θ é constante, e a trajetória é uma linha reta que passa pela origem.
Mesmo nos casos que é difícil obter soluções explícitas, é possível fazer uma
análise qualitativa, a partir do potencial efetivo V´ sobre o movimento em r. O
gráfico de V´ ajuda a decidir se o movimento em r é periódico ou não, podendo-se
achar os pontos de retorno e os pontos de mínimo (ro, por exemplo). Para energias
um pouco maiores que V´(ro), haverá oscilações harmônicas com freqüência angular
dada por:
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento sob a ação de uma força central

1  d 2V ´ 
ω =  2  .
2

m  dr  r
o

Devemos lembrar, sempre, que a partícula move-se em torno do centro de força com
uma velocidade angular dada por

 L
θ = 2.
mr
A taxa de revolução decresce quando r cresce. Quando o movimento em r é
periódico, θ → 0 quando r → ∞ , e a partícula pode ou não executar uma ou mais
revoluções completas em quanto se move para r = ∞, dependerá da rapidez com que
r cresce.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Movimento sob a ação de uma força central
A área varrida pelo raio da origem até a partícula, quando está de move formando
um pequeno ângulo dθ, é aproximadamente
1 2
dS = r dθ .
2
Logo, a taxa com que a área é varrida pelo raio é
dS 1 2  L
= = rθ .
dt 2 2m
Este resultado é verdadeiro para qualquer partícula que se mova sob a ação de uma
força central. Se o movimento for periódico, então, integrando-se para um período
completo τ do movimento, a área da órbita será

S= .
2m
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
K
F = 2 rˆ,
r
para o qual a energia potencial é
K
V (r ) = ,
r
onde o ponto referência rs é tomado no infinito para evitar um termo adicional
constante em V(r). Como exemplo, temos a força gravitacional com
K = −Gm1m2 ,
onde K é negativo porque a força gravitacional é atrativa. Outro exemplo é a força
eletrostática entre duas cargas q1 e q2, com
K = q1q2 ,
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
Essa força é repulsiva quando q1 e q2 têm o mesmo sinal, e atrativa no caso
contrário.

Quando a força é repulsiva (K > 0), não haverá


movimento periódico em r, só sendo possível E
positivo, e a partícula vem de r = ∞ até um
ponto de retorno, voltando para o infinito.
Para K = 0, o ponto de retorno ocorre para um r
menor do que para K > 0.
Quando a força é atrativa (K < 0) com L ≠ 0, o
movimento também será limitado se E > 0 e,
neste caso, o ponto de retorno será para um r
menor do que para K = 0.
K L2
V ´(r=
) +
r 2mr 2
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
1  mK 2 
Para K < 0, L ≠ 0 e −  2  < E < 0,
2 L 
a partícula oscila entre dois pontos de retorno
1  mK 2 
Para E = −  2  ,
2 L 
a partícula se move em um círculo de raio
ro = L2/(-Km). O período para pequenas
oscilações de r é o mesmo que o período
de revolução. Logo, para
1  mK 2 
E ≈ −  2 ,
2 L 
a órbita é uma curva fechada com origem levemente deslocada do centro. A órbita
será um elipse para E < 0, se L ≠ 0. Se L = 0, o problema será uma queda livre.
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DIMENSÕES
Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
r t
dr 2 L
Calcular as integrais nas equações ∫ L2 
1/2
=
m
t , θ= θ o +
∫0 mr 2 dt.
 E − V (r ) −
ro
2 
 2 mr 
para uma força da lei do inverso do quadrado é muito trabalhoso, por isso usaremos
a equação para a órbita, que será:
d 2u m 1 d 2u mK
=−u − F   ⇒ + u =−
dθ 2 L2u 2  u  dθ 2 L2
Essa equação tem a forma da equação de um oscilador harmônico, com frequência
unitária, submetido a uma força constante, onde θ aparece no lugar de t. Para a
equação homogênea, a solução é
=u A cos(θ − θ o ),

onde A e θo são constantes arbitrárias.


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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância

Uma solução óbvia da equação não-homogênea é


mK
u= − 2 .
L
A solução geral será:
1 mK
u= − 2 + A cos(θ − θ o ).
=
r L

Essa é a equação de uma seção cônica (elipse, parábola ou hipérbole) com o foco em
r = 0. θo determina a orientação da órbita. A constante A, que pode ser considerada
positiva, determina os pontos de retorno do movimento em r, dados por

1 mK 1 mK
=
− 2 + A, =
− 2 − A.
r1 L r2 L
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
1 mK 1 mK
=
− 2 + A, =
− 2 − A.
r1 L r2 L
Se A > -mK/L2 (condição necessária se K > 0), existe somente um ponto de retorno,
r1, pois r não pode ser negativo. Não se pode ter A < mK/L2, pois r não poderia ser
positivo para nenhum valor de θ.
Para um dado E, os pontos de retorno são soluções da equação
K L2
V ´(r ) =+ 2
=
E
r 2mr
cujas soluções são
1/2 1/2
mK  mK  2mE  mK  mK  2mE 
2 2
1 1
=
− 2 +  2  + 2  , =
− 2 −  2  + 2  .
r1 L  L  L  r2 L  L  L 
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DIMENSÕES
Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
Comparando as duas equações abaixo
1 mK 1 mK
=
− 2 + A, =
− 2 − A.
r1 L r2 L
1/2 1/2
mK  mK  2mE  mK  mK  2mE 
2 2
1 1
=
− 2 +  2  + 2  , =
− 2 −  2  + 2  .
r1 L  L  L  r2 L  L  L 

verifica-se que o valor de A, em termos da energia total e do momento angular, é


dado por

m 2 K 2 2mE
=
A 4
2
+ 2 .
L L
Até aqui
A órbita é, então, determinada em termos das condições iniciais.
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DIMENSÕES
Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
Uma elipse é definida como a curva desenhada por uma partícula que se move de tal
maneira que a soma de suas distâncias a dois pontos fixos F e F´ é constante. Os
pontos F e F´ são os focos da elipse. Usando a notação da figura

r´+ r =2a,
onde a é a metade do diâmetro maior da elipse.
Em coordenadas polares com centro no foco F e
com o eixo dos x negativo passando pelo foco
F´, a lei dos co-senos fornece

r 2 4a 2ε 2 + 4raε cos θ ,
r´2 =+

onde aε é a distância a partir do centro da elipse até o foco; ε é a excentricidade da


elipse.
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DIMENSÕES
Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
Se ε = 0, os focos coincidem e a elipse torna-se uma circunferência. Quando ε → 1,
a elipse degenera-se em uma parábola ou segmento de reta, dependendo de o foco
F´ se deslocar para o infinito ou permanecer em uma distância finita de F.
Substituindo
=
r´ 2a − r
em
r 2 4a 2ε 2 + 4raε cos θ ,
r´2 =+
teremos
a (1 − ε 2 )
r= .
1 + ε cos θ
Esta é a equação de um elipse em coordenadas polares com a origem num foco.
Sendo b a metade do diâmetro menor, temos
b a (1 − ε
= )
2 1/2
.
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Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
A hipérbole é definida como a curva descrita por uma partícula que se move de tal
maneira que a diferença entre as duas distâncias da partícula aos focos fixos F e F´ é
constante. A hipérbole tem dois ramos definidos por
=
r´− r 2a (ramo +),
r´− r =−2a (ramo −).
O ramo que envolve F é o ramo +, e o ramo que
envolve F´ é o ramo -.
A equação r´ =+
2
r 2 4a 2ε 2 + 4raε cos θ ,
também é válida para a hipérbole, mas a excentricidade é
maior do que 1. A equação da hipérbole em coordenadas
polares torna-se
a ( ε 2 − 1)
r= .
±1 + ε cos θ
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Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
As assíntotas da hipérbole (linhas tracejadas) fazem um ângulo α com o eixo que
passa pelos focos, onde α é o valor de θ para o qual r é infinito:
1
cos α = ± .
ε
Parábola é uma curva descrita por uma partícula
que se move de tal maneira que a sua distância a
uma linha D fixa (diretriz) é igual a sua distância
a um foco fixo F.
A partir da figura, temos
a
r= ,
1 + cos θ
onde a é a distância do foco à diretriz D.
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DIMENSÕES
Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
Pode-se escrever as três equações das cônicas na seguinte forma padrão:

1
= B + A cos θ ,
r

onde A é positivo e B e A são dados como segue:

B > A, elipse:
1 ε
=B = , A .
a (1 − ε )
2
a (1 − ε )
2

B = A, parábola:
1 1
=B = , A .
a a
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DIMENSÕES
Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
0 < B < A, hipérbole, ramo +:
1 ε
=B = , A .
a ( ε − 1)
2
a ( ε − 1)
2

-A < B < 0, hipérbole, ramo – :


1 ε
B=
− , A= .
a ( ε − 1)
2
a ( ε − 1)
2

O caso B < -A, não pode ocorrer nunca, pois r não seria positivo para nenhum valor
de θ. Existindo uma orientação arbitrária da curva em relação ao eixo x, então
1
B + A cos (θ − θ o ) ,
=
r
onde θo é o ângulo entre o eixo x e a linha que parte da origem até o periélio (ponto
de maior aproximação da curva á origem).
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DIMENSÕES
Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
A
Em todos os casos ε= .
B
B
Para a elipse ou hipérbole, a= .
A −B
2 2

1 mK
A equação u ==− 2 + A cos(θ − θ o ) para a órbita de uma partícula sob a
r L
ação de uma força que segue a lei do inverso do quadrado tem a forma da equação
1
B + A cos (θ − θ o ) ,
=
r
para uma seção cônica, com
1/2
mK  2 2mE 
B=
− 2 , A=
B + 2  .
L  L 
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Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
Assim, a excentricidade da órbita é
1/2
 2 EL 
2
ε= 1 + 2 
.
 mK 

Para uma força atrativa (K < 0), a órbita é uma elipse, parábola ou hipérbole,
dependendo se E < 0, E = 0, ou E > 0; se for uma hipérbole, será o ramo +. Para
uma força repulsiva (K > 0), deve-se ter E > 0, e a órbita só pode ser o ramo – de
uma hipérbole.
Para órbitas elípticas e hiperbólicas, o semi-eixo maior a é dado por

K
a= .
2E
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Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
Obtendo-se r da equação K L2
V ´(r ) =+ 2
=
E
r 2mr
os pontos de retorno serão
1/2
2 E  K  L 
2 2
r1,2 =±   +  .
K  2 E  2mE 
Os raios máximo e mínimo da elipse são:

r=
1,2 a (1 ± ε ) ,
e o raio da hipérbole é
r1 = a ( ε  1) ,
onde o sinal superior refere-se ao ramo + e o sinal inferior ao ramo –.
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Força central inversamente proporcional ao quadrado da distância
Comparando as equações r=
1,2 a (1 ± ε ) , r1 = a ( ε  1) ,
1/2
2 E  K  L 
2 2

com a equação r1,2 =±   +  .


K  2 E  2mE 

Pode-se obter os valores de a e ε. Assim, sabendo-se que a trajetória é uma elipse ou


hipérbole, pe possível determinar a seu tamanho e a sua forma a partir da equação

K L2
V ´(r ) =+ 2
=
E
r 2mr
Que foi obtida simplesmente a partir do método da energia, sem necessitar de uma
solução exata da equação da órbita.
ESTE É UM PONTO IMPORTANTE A SER LEMBRADO.
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DIMENSÕES
Órbitas elípticas, o problema de Kepler
Kepler enunciou três leis para descrever o movimento dos planetas através de
observações
1. Os planeta movem-se em elipses sendo o Sol um dos focos.
2. O raio vetor do Sol ao planeta varre áreas iguais em tempos iguais.
3. O quadrado do período de revolução é proporcional ao cubo do semi-eixo maior.
No caso de uma órbita elíptica, pode-se determinar o período do movimento:
Lτ 2m
S= . S = π ab. τ= π ab.
2m L
1/2
π K m
2 2
π a (1 − ε )=
2m 2 2 1/2
τ
=   ,
L  2 E3 
 
m 4π 2 3
ou τ = 4π a
2 3
. Com K = -GmM. τ= a.
K MG
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Órbitas hiperbólicas. Seção de choque de espalhamento.
No caso de colisão de duas partículas atômicas, a região em que a trajetória se afasta
de uma assíntota para a outra é muito pequena, e o que se observa é o ângulo de
deflexão Θ = π - 2α entre as trajetórias da partícula incidente e depois da colisão.

A figura ao lado foi desenhada para um centro de força


repulsivo situado em F.

1/2
Θ  mK 
2
=cot gα =( ε 2 − 1)
−1/2
tg = 2 
.
2  2 EL 
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Órbitas hiperbólicas. Seção de choque de espalhamento.
Considerando que a partícula tenha velocidade inicial vo e que viaje numa direção
que, se não for desviada, passará a uma distância s do centro de força F. A distância
s é denominada parâmetro de impacto. Pode-se calcular a energia e o momento
angular em termos da velocidade e do parâmetro de impacto:
1 2
=E = mvo , L mvo s.
2
Assim, o ângulo de espalhamento será:
Θ K
tg = 2
.
2 msvo
Para o caso de uma partícula leve de carga positiva q1
colidir com um pesada de carga q2, teremos:
Θ q1q2
tg = 2
.
2 msvo
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Órbitas hiperbólicas. Seção de choque de espalhamento.
A seção de choque é definida da seguinte maneira: se N partículas incidentes
colidirem com uma folha contendo n centros de espalhamento por unidade de área,
o número médio de partículas dN espalhadas entre os ângulos Θ e Θ + dΘ é dado
em termos da seção de choque dσ pela relação

dN
= ndσ .
N

dσ é a seção de choque de espalhamento entre os


ângulos Θ e Θ + dΘ, podendo ser considerada como a
área efetiva, que envolve o centro de espalhamento
que a partícula deve atingir para ser espalhada entre os
ângulos Θ e Θ + dΘ.
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Órbitas hiperbólicas. Seção de choque de espalhamento.
Existindo uma área-alvo dσ, em tordo de cada centro de espalhamento, então a área-
alvo total será ndσ. Se N partículas colidirem, por unidade de área, o número médio
que colidirá com a área-alvo será Nndσ, e isto é exatamente dN, o número de
partículas espalhadas.
Considere-se agora uma partícula incidente
aproximando-se de um centro de espalhamento F
como mostrado na figura. Se o parâmetro de impacto
estiver entre s e s + ds, a partícula será espalhada num
ângulo entre Θ e Θ + dΘ, onde Θ é dado pela equação
abaixo e dΘ pela sua diferencial.

Θ q1q2 1 q1q2
tg = . dΘ = − ds.
2 msvo2
2cos 2 ( Θ / 2 ) 2 2
ms vo
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MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA EM DUAS OU TRÊS
DIMENSÕES
Órbitas hiperbólicas. Seção de choque de espalhamento.
A área do anel em torno de F, de raio interior igual a s e raio exterior igual a s + ds,
no qual a partícula deve colidir para ser espalhada num ângulo entre Θ e Θ + dΘ, é

dσ = 2π sds.
Substituindo, na equação acima, as equações abaixo

Θ q1q2 1 q1q2
tg = . dΘ = − ds.
2 msvo2
2cos 2 ( Θ / 2 ) 2 2
ms vo
Obtém-se,
2
 q1q2  2π senΘ
dσ  2 
d Θ.
 2mvo  sen ( Θ / 2 )
4

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