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Produzido por Silvio Tendler o documentário em questão trata-se de uma reflexão acerca da
globalização com tendências neoliberais e suas consequências no mundo contemporâneo.
Pautado pelas considerações do geógrafo Milton Santos que se apresenta como intelectual
independente, o roteiro inicia-se pela apresentação de dois processos de globalização, o primeiro sendo
o globalismo na polarização da expansão colonialista mundializada do século XVI e, o segundo sendo
a globalização como um processo atual de fragmentação dos territórios. Ambos convergem para o
mesmo impasse: um mundo injusto na atualidade.
A condução do raciocínio segue um fluxo em que se apresenta o confronto entre hegemonia e o
conflito, causados por uma globalização que se configura perversa e apoiada em um pensamento único
o de consumo indiscriminado dos símbolos da globalização.
Apresentando lutas e reivindicações em diversas partes do mundo (Quito, La Paz, Rio de Janeiro,
Buenos Aires, Pequim e Paris) faz-se comprovar os contrastes e polarizações revelando assim a
globalização face as reais incorporações dos espaços e tempos pelos povos da América Latina, Ásia e
África, povos cujas culturas são embutidas de valores distintos ao mundo do Norte. Por sua vez esses
contrastes e polarizações se dão diante a uma nova divisão do trabalho na esfera da globalização do
território em que é promovida constantemente a precariedade da força de trabalho e disfarçada sob a
falácia de uma nova ordem mundial que promove o estreitamento de territórios.
Milton Santos faz o apontamento sistêmico teórico em que identifica três mundos:
Em sua genialidade Milton Santos nos faz uma proposta libertária, um chamamento à luta
intelectual, em que se enfrentam o mundo detentor do capital hegemônico e o mundo à margem, propõe
esse enfrentamento social pela criticidade contra o modelo hegemônico de produção intelectual,
econômica e cultural. A premissa dessa luta é humanista e tem o objetivo de confrontar aportes de
consumo do mundo contemporâneo. Então a inevitável pergunta, como?
Propõe Milton Santos que através da própria dinâmica da globalização em que prevalece a
informação reverberante de consciência universal, os excluídos promovam uma luta intelectual que se
desdobre na construção de um outro mundo possível, justo e equilibrado. Salienta o geógrafo, que se
trata de um confronto necessário, que passa por conflitos diversos em um mundo em desajuste pelas
garras do consenso e pensamento único, utilizando-se do mesmo instrumento, um novo mundo, uma
outra globalização é possível de ser construídos, pela consciência universal que considere como certo
o justo e o equilibrado, trabalhada pela força demográfica e intelectual dos excluídos.
Aqui, vale pautar a opção de Milton Santos no início do documentário por evitar o uso do termo
força popular por entender que o consciente coletivo já estava imbricado de um conceito errôneo acerca
de suas qualidades, portanto utilizar-se do termo antes de apresentar sua proposta libertária poderia
desconstruí-la antes mesmo de ser considerada pela extraordinária força demográfica dos excluídos
que, nessa proposta serão protagonistas na luta entre humanidade versus consumo perverso de
símbolos da globalização neoliberal.