Encontro de Rede 2019 – Regional São Carlos

A Cor da Cultura: territórios, lutas e resistências

1. Introdução
O Encontro de Rede é um momento de fortalecimento de todos os agentes que
fazem parte das diferentes redes que visam garantir os direitos de crianças e
adolescentes, indo além das políticas públicas de saúde, educação, assistência social,
judiciário, etc.
Em 2018, o Projeto Guri realizou, em parceria com a Secretaria de Cultura de Porto
Ferreira, o encontro de rede Arte, Cultura e Território, cuja abordagem se pautou em
quatro diferentes eixos estratégicos de resistência e mobilização, sendo:
empoderamento feminino, raça e etnia, população LGBTQ+ e coletivos urbanos. Para
este encontro, foi proposta a reflexão sobre o direito à cultura e o papel da Arte como
ferramenta de mobilização e resistência social, bem como fortalecer o diálogo entre os
municípios envolvidos a fim de criar estratégias em conjunto para o empoderamento
juvenil.
Com o intuito de aprofundar estes eixos e estimular novos diálogos, busca-se, para
o Encontro de Rede de 2019 em Porto Ferreira, propor reflexões atuais acerca das
desigualdades étnico-raciais, da invisibilidade de grupos historicamente excluídos e da
resistência social por meio da cultura de matriz africana, em suas raízes, heranças e
histórias.

2. Justificativa
Como referência, considera-se aqui a visão do pedagogo Paulo Freire, na qual
ensina que a visão do(a) educador(a) deve necessariamente respeitar o(a)
educando(a), ou seja, ensinar exige reconhecimento e assunção da identidade cultural.
Vivendo em um país onde mais da metade da população é afrodescendente, é
incompreensível que os meios de comunicação negligenciem a atuação deste
contingente como protagonista da vida social brasileira, atribuindo-lhe papel de
coadjuvante. A história oficial relegou à população negra um papel secundário, criando
um estado de desigualdade difícil de ser alterado, porém não impossível.
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No início do século XIX, as manifestações, rituais e costumes africanos eram

proibidos, pois não faziam parte do universo cultural europeu e não representavam sua
prosperidade. Eram vistas como retrato de uma cultura atrasada. Mas, a partir do século
XX, começaram a ser aceitos e celebrados como expressões artísticas genuinamente
nacionais e hoje integram o calendário nacional com muitas influências no dia a dia de
todos(as) os(as) brasileiros(as).
Vale ressaltar que a desigualdade não se reflete apenas nos contextos sociais ou
nos desníveis de renda, sendo estes aspectos apenas a expressão mais evidente do
racismo. Ela evidencia uma estrutura cultural e social que acaba por mascarar uma
discriminação mais profunda, cotidiana, de desvalorização, desumanização e
desqualificação, ou o não reconhecimento simbólico das tradições, saberes e culturas
do povo afrodescendente.
Com base nos fatos citados anteriormente devemos nos perguntar:
 O que é preciso fazer para minimizar estes impactos?
 Qual o papel da Arte e da Cultura neste cenário?
 Enquanto Educação, reconhecemos e validamos a cultura, bem como
transmitimos tais conhecimentos em sala de aula?
 De que forma a cultura afro é ensinada nas escolas?
 Na política da Assistência Social, são inseridas as famílias ou usuários(as)
dos serviços em um padrão comportamental que respeita sua cultura?
 Conseguimos olhar para a arte de rua agregando seu devido valor?
 Quanto, em nosso dia a dia, como profissionais dos diferentes serviços da
rede, embranquecemos a cultura de matriz africana ou a deixamos de
reconhecer e respeitar?
Resgatando em parte o histórico de luta, resistência e a busca por expressão em
diversos segmentos, a proposta para o referido encontro é refletir sobre as diversidades
da cor no âmbito da cultura brasileira.
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3. Público alvo
 Coordenações dos Polos da Regional São Carlos
 Gestores públicos da Educação, Cultura e Assistência Social dos municípios de
Araraquara, Bariri, Barra Bonita, Boa Esperança do Sul, Caconde, CASA
Araraquara, Cordeirópolis, Dois Córregos, Ibitinga, Igaraçu do Tietê, Itápolis,
Jaú, Lençois Paulista, Macatuba, Mineiros do Tietê, Nova Europa, Pederneiras,
Pirassununga, Porto Ferreira, Rincão, Rio Claro, Santa Cruz das Palmeiras,
Santa Gertrudes, Santa Maria da Serra, São Carlos, São José do Rio Pardo, São
Sebastião da Grama, Tabatinga, Tambaú, Tapiratiba e Vargem Grande do Sul.

4. Objetivos
A proposta da ação visa desconstruir preconceitos, atribuir valor e difundir, por meio
da sensibilização, as potencialidades dos municípios, e também construir estratégias de
fortalecimento e mobilização social para o reconhecimento e fomento da cultura afro.

5. Metodologia
Para a condução dos temas, foram convidados(as) três facilitadores(as) que terão
como missão levar ao público presente elementos teóricos que subsidiem a reflexão
sobre a história da cultura afrodescendente, os processos de discriminação e os
principais entraves e dificuldades.
Do mesmo modo, os participantes serão incentivados à identificação e valorização
das potencialidades, bem como a importância da cultura em nosso cotidiano e as
estratégias de resistência e luta por igualdade e respeito, por meio do mapeamento das
ações culturais existentes nos municípios.
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6. Cronograma

Horário Cronograma

13:00 Recepção - Alunos turma C violão Polo Porto Ferreira

Abertura - Supervisão de Desenvolvimento Social (Projeto Guri) Fala

13:20
de Abertura + vídeo Heróis de Todo Mundo: Carolina Maria de Jesus

13:40 Apresentação Coral Pirassununga - Alunxs turma C de Canto Coral

Contextualização histórica, racismo, lugar de fala, importância da

14:10 cultura como estratégia de mobilização e resistência. - Claudemir
Claudia Pereira (Centro Afro Araraquara)

Arte, cultura e a saúde mental. O reconhecimento do negro na

14:40 sociedade. - Eleida Regina Campos de Faria (Psicóloga e
coordenadora do polo de Caconde)

Maracatu, identidade cultural e histórico de resistência. - José

15:10
Aparecido dos Santos (Educador)

15:40 Coffee break

16:00 Apresentação poemas - Alexandre e Jaqueline (Porto Ferreira)

16:20 Apresentação Grupo Porto Ferreira

Apresentação Grupo de Maracatu - Alunxs turma C percussão do

16:40
Polo Lençóis Paulista

17:00
Encerramento - Supervisão de Desenvolvimento Social (Projeto Guri)
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7. Inscrição

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Ficha de Inscrição

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