Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Tertuliano
Nascimento 160
Cartago na província
romanada África
Tertuliano (em latim: Quintus Septimius Florens Tertullianus; c. 160 — c. 220 (60 anos))[1] foi
um prolífico autor das primeiras fases do Cristianismo, nascido em Cartago na província
romana da África Proconsular.[2] Ele foi o primeiro autor cristão a produzir uma obra literária (corpus)
em latim. Ele também foi um notável apologista cristão e um polemista contra a heresia.
Ele organizou e avançou a nova teologia da Igreja antiga. Ele é talvez mais famoso por ser o autor
mais antigo cuja obra sobreviveu a utilizar o termo "Trindade" (em latim: Trinitas) e por nos dar a mais
[a]
antiga exposição formal ainda existente sobre a teologia trinitária.[1][3] É um dos Padres latinos.
Algumas das ideias de Tertuliano não eram aceitáveis para os ortodoxos e, no fim de sua vida, ele se
tornou um montanista.
Índice
1Vida
o 1.1Conversão
2Obras
3Teologia
o 3.1A fé e a filosofia
o 3.2A teologia e o direito
o 3.3A regra da fé
o 3.4A Trindade
o 3.5Cristologia
o 3.6Mariologia
o 3.7Eclesiologia
o 3.8A penitência
o 3.9A Eucaristia
o 3.10Escatologia
4Notas
5Referências
6Bibliografia
7Ligações externas
Tertuliano
Pouquíssima informação confiável existe sobre a vida de Tertuliano. A maior parte do que sabemos
sobre ele vem de seus próprios escritos.
De acordo com a tradição, ele foi criado em Cartago[4] e acreditava ser o filho de um centurião romano,
um advogado treinado e um padre ordenado. Estas assertivas se baseiam principalmente em Eusébio
de Cesareia na sua História Eclesiástica (livro II, cap 2[5]) e em São Jerônimo, em De Viris
Illustribus (cap. 53 [6]).[7] Jerônimo alegou que o pai de Tertuliano tina a posição de centurio
proconsularis no exército romano na África. Porém, não está claro se esta posição sequer existiu nas
forças militares romanas.[8]
Adicionalmente, acredita-se que Tertuliano foi um advogado por causa do uso que ele faz de analogias
legais e de uma identificação dele com o jurista Tertulianus, que foi citado no "Digesta seu Pandectae".
Embora Tertuliano utilize conhecimentos da lei romana em seus escritos, seu conhecimento legal não
é — de forma demonstrável — superior ao que se esperaria de um romano com educação suficiente.
[9]
Dos escritos de Tertulianus, um advogado com o mesmo cognome, existem apenas fragmentos e
eles não demonstram uma autoria cristã. E Tertulianus só foi confundido com Tertuliano muito depois,
por historiadores cristãos.[10] Finalmente, também é questionável se ele era ou não um padre. Em suas
obras sobreviventes, ele jamais se descreve como ordenado [8] pela Igreja e parece se colocar como
leigo em trechos de "Exortação à Castidade" (7.3[11]) e "Sobre a Monogamia" (12.2[12]).
A África era famosa por ser terra de oradores. Esta influência pode ser percebida no estilo de
Tertuliano, permeado de arcaísmos e provincialismos, suas imagens brilhantes e o seu temperamento
apaixonado. Ele era um estudioso de grande erudição, tendo escrito pelo menos dois livros em grego.
Neles, ele se refere a si mesmo, mas nenhum sobreviveu até hoje. Sua principal área de estudo era
a jurisprudência e sua forma de raciocinar revela algumas marcas de um treinamento jurídico mais
formal.
Conversão[editar | editar código-fonte]
Sua conversão ao cristianismo aconteceu por volta de 197–198 (de acordo com Adolf
Harnack, Bonwetsch e outros), mas seus antecedentes imediatos são desconhecidos, exceto o que
pode ser conjecturado a partir de seus escritos. O evento deve ter sido repentino e decisivo,
transformando de uma vez sua própria personalidade. Ele escreveu que não podia imaginar uma vida
verdadeiramente cristã sem um ato consciente e radical de conversão:
“ Nós somos da mesma laia e natureza: cristãos são feitos e não nascidos
”
— Apologia, Tertuliano [13].
Dois livros endereçados à sua esposa confirmam que ele foi casado com cristã. [14]
No meio de sua vida (por volta de 207 d.C.), ele foi atraído pela "Nova profecia" do Montanismo e
parece ter deixado o ramo principal da Igreja. No tempo de Santo Agostinho, um grupo de
"tertulianistas" ainda tinham uma basílica em Cartago que, nesta mesma época, passou para a Igreja.
Não sabemos se esta é apenas uma outra denominação para os montanistas e se significa que
[b]
Tertuliano rompeu também com os montanistas e fundou seu próprio grupo. Tertuliano tinha um
temperamento violento e enérgico, quase fanático, lutador empedernido e muitos dos seus escritos
são polémicos. Este temperamento, impressionado com o exemplo dos mártires, que o levou
à conversão, permite compreender a sua passagem ao montanismo.
Jerônimo [6] diz que Tertuliano morreu com idade bastante avançada, mas não há outra fonte confiável
que ateste sua sobrevivência além do ano estimado de 220 d.C.. À despeito de seu cisma com
a ortodoxia da Igreja, ele continuou a escrever contra as heresias, especialmente o Gnosticismo.
Assim, através de suas obras doutrinárias que publicou, Tertuliano se tornou professor de Cipriano de
Cartago e o predecessor de Santo Agostinho que, por sua vez, se tornou o principal fundador da
teologia latina.
É bem conhecida a frase "credo quia absurdum". Apesar de ela não se encontrar nos escritos de
Tertuliano, mas apenas algumas semelhantes, ela condensa bem o seu pensamento acerca da razão.
Note-se que o seu significado é não apenas "creio embora seja absurdo", mas sim "creio porque é
absurdo". A verdadeira fé tem de se opor à razão.
Tertuliano, apesar de ter dotado a teologia trinitária dum vocabulário preciso, e de ter
procurado a exactidão, não se livrou de algumas ambiguidades e deficiências.
Tertuliano testemunha também o carácter sacrificial da Eucaristia. Fá-lo ao referir o temor que
alguns tinham de quebrar o jejum ao receberem o pão eucarístico. Tertuliano refere o costume
de levar a espécie eucarística para casa e tomá-la privadamente. É esta uma das mais antigas
alusões à reserva eucarística.