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FACULDADE PADRE JOÃO BAGOZZI

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

PROJETO INTEGRADOR VI
A atuação do pedagogo na promoção da gestão democrática na
escola
Rever formatação de forma geral

Angélica Castilhoal
Elisangela carvalho

Leticia Nunes De Alvarenga

CURITIBA
2016

Curso de Licenciatura em Pedagogia – Projeto Integrador IV


1. Tema

A atuação do pedagogo na promoção da gestão democrática na escola

1.1 Delimitação do tema

A atuação do pedagogo na promoção da gestão democrática nas escolas


publicas.

2. Problematização

Considerando os desafios da gestão democrática nas escolas públicas, que


ações e iniciativas podem desenvolver o pedagogo para promover a
organização coletiva das atividades pedagógicas e a participação na
comunidade no ambiente escolar?

3. Objetivos

Compreender o trabalho do pedagogo escolar, identificando as possibilidades


de atuação desse profissional para organizar a gestão democrática do trabalho
pedagógico em escolas públicas.

3.1 Objetivos específicos

Compreende a natureza e o conjunto das atribuições do trabalho do pedagogo


escolar

Apresentar e descrever as características de um modelo de gestão


democrática para o ambiente escolar na educação pública.

Identificar ações e iniciativas que podem ser realizadas pelos pedagogos para
a promoção da gestão democrática.

4. Justificativa

A comunidade escolar tem recebido inúmeras influências do meio social,


algumas bem negativas, desinteresse dos alunos, manifestações de violência,
presença de drogas, ausência dos pais. Além destes problemas existe ainda a
questão da falta de recursos, descontentamento dos professores com as
condições de trabalho, falta de investimentos na educação. Para Frigotto
(1996), a educação publica passa por grandes dificuldades, e as políticas

Curso de Licenciatura em Pedagogia – Projeto Integrador IV


implementadas nos últimos são arranjos cosméticos com resultados pouco
efetivos. Além das situações indicadas, muitas vezes os problemas ainda são
agravados pelos modelos de gestão, que na prática, em muitas escolas, ainda
são pouco participativos.

São muitos os desafios das escolas, alguns antigos, como também é


antigo o desejo de muitos educadores de construir uma escola diferente, mais
humana, democrática e acolhedora. Historicamente, foi com a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação de 9394/96 que o ideal de uma escola verdadeiramente
aberta e democrática torna-se uma meta das políticas públicas. Na busca pelas
metas estipuladas, será a partir da década de 1990 que vão ocorrer algumas
reformas educacionais que afetaram o fazer pedagógico nas escolas (Vieira,
2001).

Esse estudo busca analisar com base numa revisão bibliográfica como
tem ocorrido o trabalho pedagógico nas escolas publicas contemporâneas, que
práticas podem ser identificadas como democráticas e o que apontam os
autores como sendo ainda os desafios a serem superados pela comunidade
escolar.

5. Metodologia

O presente estudo será realizado a partir de uma revisão bibliográfica,


identificando os autores com pesquisas nessa temática. Além dos autores de
referência, também serão utilizados, artigos acadêmicos, e pesquisas
realizadas na forma de teses e dissertações.

6. Referências

FRIGOTTO, Gaudêncio. A formação e profissionalização do educador: novos


desafios. IN: SILVA, Thomaz Tadeu da; GENTILI, Pablo. (orgs) Escola S.A:
Quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo.
Brasília: CNTE, 1996.

VIEIRA, Sofia Lerche. Escola – Função social, gestão e política educacional.


IN: FERREIRA, Naura Syria Carapeto; AGUIAR, Márcia Ângela da S. (orgs).
Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. 3ª ed. São
Paulo: Cortez, 2001.

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Sobre a natureza e as atribuições do pedagogo escolar.

- caixa alta

A figura do pedagogo remonta Grécia Antiga, na imagem do escravo


encarregado de encaminhar a criança à escola. Com o tempo, mais do que só
acompanhar até a escola, muitos escravos libertos ficaram encarregados de
conduzir a criança acompanhando-a em seu desenvolvimento até tornar-se um
bom cidadão. Desde suas origens, a pedagogia esteve muito próxima da
filosofia, sendo uma atividade que abrangia a formação integral do cidadão,
algo tanto presente na Grécia, quanto na Roma antiga.

Segundo Cambi (1999), no curso da história, foi somente entre os


séculos XVIII e XIX que a pedagogia como uma área de saber vai ganhando
independência e assumindo um perfil de conhecimento voltado a aprendizagem
das pessoas. Será rá nesse contexto que a escola enquanto instituição será
constituída, ocorrendo também a institucionalização da pedagogia como área
de pesquisa e prática especificamente ligadas ao ambiente escolar.

Nessa linha, podemos compreender que a pedagogia vai se constituindo


como uma a ciência da educação, um conjunto de saberes envolvendo
diferentes disciplinas, filosofia, sociologia, psicologia, didática, história,
antropologia, entre outras, que se articulam na formação de um profissional
que tem seu foco de atuação, em desenvolver processos, ambientes e
atividades de aprendizagem.

No contexto brasileiro, a pedagogia é regulamentada pela legislação que


surge na década de 1930, passando por mudança a partir da década de 1970
com a reformulação nos cursos de formação para pedagogos. Segundo
Libâneo (2010) será a partir da década de 1980 que ocorrera um processo de
valorização da educação da educação pública e a consequente valorização dos
profissionais da educação, o que inclui os pedagogos.

O mesmo autor ainda indica que a partir da década de 1990 a oferta dos
cursos de formação em pedagogia nas universidades é reestruturada,
habilitando esses profissionais para atuar nas séries iniciais na educação
infantil, e também na gestão das instituições de ensino. O pedagogo vai

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despontando com um profissional habilitado a atuar como organizador e
articulador do trabalho nas instituições de ensino, voltado a uma atuação,
crítica, ética e reflexiva (LIBANEO, 2010).

Considerando o que aponta esse autor, o curso e a formação dos


pedagogos vai delineando um campo de saber próprio e delimitado para a
atuação dos profissionais de pedagogia, vai se formando uma cultura em torno
desse profissional e sua identidade.

- creio que esta abordagem histórica precisaria ser revista. Considerando que
brevemente se aborda desde a antiguidade, passa por alguns fatos mas não
sintetiza a situação atual.

A atuação do pedagogo escolar (numerar título, em caixa alta)

Contemporaneamente, o entendimento da atuação do pedagogo escolar


vai além de atribuições meramente técnicas, como aquelas ligadas aos aspetos
burocráticos que inclui verificação de diários de classe, planos de aula, uso de
materiais didáticos, orientações mais técnicas no preenchimento de
documentos, etc. Essas tarefas tem sua importância no âmbito escolar, mas
não precisam ser necessariamente feitas por um pedagogo, alguém com
formação técnica, bem orientada, poderia fazer essas tarefas, deixando um
tempo maior para que os profissionais de pedagogia possam atuar em outras
frentes, responder a desafios que questionam o papel da escola em relação a
vida dos alunos para além dos muros da escola.

Essa perspectiva já acena para uma mudança de enfoque em relação à


educação tradicional. No entendimento de Paro (2008, p. 29) é preciso romper
com uma educação convencional ainda presa ao senso comum pedagógico,
que em seus métodos de ensino

privilegia os “conteúdos” em detrimento dos sujeitos envolvidos – e


se opta pela realização de uma educação democrática – que tem no
ser humano-histórico sua principal referência – certamente há que
adotar outros parâmetros metodológicos, que levem em conta a
condição de sujeito tanto do educando quanto do educador (PARO,
2008, p.29). arial 10, espaçamentos simples

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Para Vieira (2001) cada vez mais o pedagogo passa atuar como
articulador do processo pedagógico, um agente de transformação da realidade
escolar em consonância com as demandas da sociedade. Nesse sentido esse
profissional busca articular a aproximação entre escola e comunidade.
Atividades comuns desse profissional como organizar turmas, calendários,
organização de horários, acompanhamento das turmas, orientação aos
professores, entre outras tarefas corriqueiras do trabalho escolar, passam a ter
um novo foco além do mero trabalho burocrático na escola.

Mesmo continuando com essas atividades e ainda outras, crescem nas


discussões entre autores que estudam o trabalho do pedagogo e que estudam
as práticas escolares, uma percepção diferente desse profissional e do papel
reservado a escola, conforme indicado por Lombardi (2006, p. 21) que a escola
precisa mudar e ouvir a sociedade, estar atenta às demandas de seus alunos,
pois a escola não é uma instituição.

A - histórica, atemporal, mas, sim, produto da ação humana concreta


e objetivamente determinada pela forma como se articula e se
relaciona as diversas forças políticas presentes em cada período
histórico; que, portanto, como qualquer outra instância da vida e da
sociedade, ela se transforma permanentemente, sendo nós, seres
humanos, os agentes dessa transformação; que, finalmente, partindo
da escola que temos, aprendemos com a história que é possível
construir outra ESCOLA, articulando-a mais coerentemente com um
projeto político-pedagógico que vise a fazer da instituição escolar um
instrumento de construção de uma sociedade justa, fraterna e
solidária. (LOMBARDI, 2006, p. 18) arial 10, espaçamento simples

Considerando o que apresenta Lombardi (2006), cresce a noção de que


o de que a comunidade escolar, assim como o pedagogo, precisam se
entender como agentes sociais e políticos. Mais que uma proposição, mas uma
constatação. Cresce estudos e relatos de que muitos profissionais da
educação, especialmente o pedagogo, estão atuando no sentido de responder
não só a problemas de ordem pedagógica, mas também a problemas ligados a
comunidade.

Os alunos que vão para a escola levam consigo a sua realidade e a suas
circunstâncias. Se a comunidade enfrenta problemas de segurança, de

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qualidade de vida, se no bairro faltam serviços básicos, se a violência está
muito presente, se as condições de vida são precárias, se as famílias estão
sofrendo, se existem doenças, separações, conflito, perdas, se falta apoio, se o
diálogo é difícil. Todos estes elementos vão junto para a escola e afetam a vida
dos estudantes. O estudo que estamos realizando aponta para a necessidade
da instituição escola mais atenção para esses aspectos e das políticas
públicas, que sejam operacionalizadas de modo a dar condição a gestores e
professores condições de ajudar nessas demandas.

Entendemos que a escola também é limitada em suas possibilidades,


que os professores não são assistentes sociais ou psicólogos. No entanto,
quando se fala em gestão democrática, significa acolher essas demandas no
sentido de que se possa falar sobre elas, dar vez e voz aos atores da
educação. Tornar a escola e as aulas um espaço vivo de debates,
relacionarem os conceitos com a realidade vivida, fazendo que alunos possam
qualificar seu olhar sobre seu mundo. Ou como dizia Freire (2001, p 79),
“aprender a ler, é aprender a ler o mundo, o que equivale a dizer que estudar é
compreender criticamente o mundo, para atuar sobre ele”.

Os alertas e críticas colocados por Freire soam como desafios aos


modelos de gestão escolar e a responsabilidade dos pedagogos por estarem à
frente do trabalho pedagógico e exercerem um papel de liderança e de

Aglutinação dos demais segmentos participantes da vida da escola.


Trata-se, certamente, de um desafio ao mesmo tempo político e
pedagógico do qual não é possível ao gestor se esquivar, visto ser
inerente ao cargo por ele exercido, e cujo enfrentamento, uma vez
assumido verdadeiramente, permitirá que se concretize toda a
relevância social do papel que lhe cabe no interior da instituição
escolar (LOMBARDI, 2006, p.18)

Falar em gestão democrática tem a haver com essas questões, com a


inclusão dos alunos e da comunidade nos processos pedagógicos sob a forma
de consulta, de participação e diálogo, a participação dos alunos nas decisões,
sua organização via entidades estudantis próprias, via grêmio local,
representam um esforço de estabelecer a democracia no ambiente escolar.
Quando isso acontece, o trabalho escolar vai além da formação acadêmica,

Curso de Licenciatura em Pedagogia – Projeto Integrador IV


centrada nos conteúdos. Ao vivenciar essas realidades de participação e
diálogo, os alunos vão, realmente aprendendo a vivenciar a cidadania. A escola
passa a ser um estágio de vida social e política, mais que uma preparação
técnica, a escola irá ajudar a realmente preparar para a vida.

Gestão democrática algumas ideias e práticas (numerar título, em caixa


alta)

Um dos principais desafios a ser alcançado pela gestão democrática das


escolas públicas é a participação da comunidade. O público interno que
envolve os trabalhadores, os professores e os próprios alunos é uma realidade
que faz parte da dinâmica da escola com maiores possibilidades de
mobilização pela equipe gestora. No entanto, os pais, o conjunto da
comunidade que faz parte da escola, quase sempre fica de fora do
planejamento e das decisões, e isso representa o principal desafio de uma
gestão que realmente seja democrática Inserir os pais e familiares nos
processo decisórios da escola é uma das tarefas mais difíceis. (LIBANEO,
2008).

Parindo do que coloca esse autor, isso ocorre por duas razões
principais, primeiramente porque muitas escolas tem receio de incluir os pais
em suas decisões. Para muitos diretores e pedagogos, a presença dos pais e
familiares na escola representa uma ameaça ao seu poder. Dialogar, estar
disposto a explicar, envolver a comunidade, qualificar sua participação são
demandas que exigem da equipe gestora uma posição aberta, na qual o poder
que possuem momentaneamente seja desenvolvido como um serviço a favor
de todos que fazem a escola. O poder não pode ser visto como um privilégio,
uma condição de privilégio ou algo do gênero. Outra possibilidade apontada
pelo autor, é a falta de iniciativas e estratégias eficientes para atrair e envolver
os pais e familiares. Muitas vezes os pais são chamados na escola para
receber criticas e cobranças. Existe uma forte cultura apontada inclusive por
Libâneo (ano), de que tradicionalmente a imagem que os pais têm da escola é
de uma instituição fechada e separada do mundo, quase um mal necessário.

Curso de Licenciatura em Pedagogia – Projeto Integrador IV


Para Nogueira (2004), trata-se de compreender que essas estratégias
tradicionais que envolvem reuniões para entrega de boletins e para resolver
situações de emergência, problemas etc., não é efetiva para sensibilizar e atrair
a comunidade para a escola. Nogueira fala sobre essa relação de poder como
um problema de quem participa da vida escolar, muitas vezes quer sobrepujar
os outros
resolver algum problema ou postular a posse de bens e direitos,
modificando sua distribuição. Vale-se, para tanto, de recursos
(políticos, técnicos, financeiros, intelectuais) próprios ou disponíveis
em alguns espaços comuns. Quem participa procura projetar-se
como sujeito que porta valores, interesses, aspirações e direitos:
constrói assim uma identidade, formula uma „teoria‟ para si e traça
um plano de ação (NOGUEIRA, 2004, p. 129).

Para esse autor, a gestão das escolas precisa definir que tipo de
participação irá buscar e incentivar na comunidade escolar que está fora da
escola. Muitas vezes, a participação buscada pela escola não é aquela efetiva
de integrar a comunidade às suas vivências e processos, mas uma
participação assessória, que visa interesses mais imediatos, por exemplo,
envolver a comunidade em eventos e arrecadação de fundos para alguma
reforma mais urgente. Na espera do poder publico, a escola se mobiliza para
realizar algo. Às vezes uma pequena reforma, uma pintura, um problema
elétrico, algo que tem urgência e afeta o dia a dia da escola.

Esse tipo de participação, que Nogueira (2004) chama de pontual e


episódica, não pode ser caracterizada como uma participação democrática e
efetiva. Outro tipo de participação é a social, quando a direção quer mobilizar a
comunidade externa para alguma questão. Podemos citar o problema das
drogas ou da violência e presença de gangues nas escolas. Assim, a
comunidade é chamada a participar de oficinas, cursos e palestras, esperando
com que isso possa se ajudar a enfrentar problemas. Pode ajudar, mas não
resolve se as causas desses problemas estão associadas a problemas mais
graves, como falta de presença do estado e investimentos na região.

Para Nogueira (2004) poucas vezes as escolas realimentam e se


mobilizam para buscar uma participação política efetiva, onde os indivíduos e
grupos tenham a capacidade de

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interferem para fazer com que diferenças e interesses se explicitem
num terreno comum organizado por leis e instituições, bem como
para fazer com que o poder se democratize e seja compartilhado. É
essa participação, em suma, que consolida, protege e dinamiza a
cidadania e todos os variados direitos humanos. Justamente por isso,
seus protagonistas centrais são os cidadãos. (NOGUEIRA, 2004, p.
133)

Se a cidadania fosse se tornando o eixo no qual se articula a gestão


democrática nas escolas, a comunidade interna e externa poderia ser envolvida
em projetos permanecentes anuais, em torno de questões de interesse coletivo
e geral. Um bom exemplo seria tornar o conselho escolar, que o principal órgão
de gestão da escola, em algo realmente efetivo e funcional. Esse tipo de
participação só se realizar conquanto a escola assuma a tarefa de educar e
formar também os pais. Essa participação é política e o foco principal é o
cuidado da escola, os investimentos, na melhoria do ambiente escolar,
incremento da aprendizagem. Uma iniciativa dessa natureza faria com que a
gestão tivesse que ser realmente democrática aberta ao diálogo e participação
representativa de todos que fazem a escola, portanto pais, familiares,
professores, funcionários e alunos. Um conselho realmente representativo e
atuante é marca segundo Nogueira (2004) da gestão democracia na escola
pública.

São os colegiados dentro da escola, os espaços e as lideranças


representativas, que formam os elementos reais que podem tornar a gestão
democrática, mais que um conceito, uma prática. A totalidade dos sujeitos que
fazem parte da escola precisam se sentir representados. Incentivar e permitir a
organização independente do grêmio estudantil, a presença de professores de
oposição a administração do diretor no conselho escolar, dar vez e voz a
segmentos da comunidade como igrejas, comercio, associações etc., é o que
torna uma escola forte atuante e faz da democracia uma experiência real e
formativa (MARTINS 1998).

A atuação do pedagogo os grêmios e do conselho escolar (numerar título,


em caixa alta)

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Curso de Licenciatura em Pedagogia – Projeto Integrador IV


Falar em gestão democrática na escola sem considerar a participação
dos alunos tona-se algo incompleto. A razão de ser de uma escola é o
atendimento a comunidade, à formação dos alunos, sua preparação para a
vida social e profissional. Assim, para colocar a gestão democrática dentro da
escola, e a participação do pedagogo como agente de promoção e mediação, é
muito importante que façamos algumas considerações sobre o grêmio
estudantil e sua contribuição nas escolas.

A instituição escola é formada por seus trabalhadores e por seus


usuários, assim como os professores e funcionários possuem sua
representatividade, também os alunos precisam ter esse direito assegurado.
Dessa forma o grêmio estudantil aparece como um colegiado dos estudantes
que cumpre essa função, a de representar os estudantes. Previsto na
legislação a função da organização estudantil dentro da escola existe para
atuar em prol dos interesses e direitos dos estudantes. Conforme estabelece
Ribeiro (2008, p. 04) a ação do grêmio deve representar o coletivo de
estudantes para

promover a ampliação da democracia, desenvolvendo a consciência


crítica”. Essa forma de organização estudantil é importante para a
escola e para a sociedade, pois se pode configurar em “[...] estratégia
de atuação e intervenção nos processos decisórios da escola,
constituindo-se em ambiente de promoção e formação de lideranças.

Partindo do que coloca Ribeiro (2008), a ideia de educação é vista de


maneira ampla, como uma prática associada a cidadania a partir da escola. A
vida estudantil não fica limitada ao aspecto acadêmico voltado à aprendizagem
de conteúdos, habilidades e competências. Na verdade, ser estudante, é estar
na escola para aprender a ser um cidadão e o ambiente escolar precisa
contribuir para isso também, não só para aquisição de conhecimentos.
Entendemos que o pedagogo tem um papel importante em relação a
organização estudantil escolar por meio do grêmio. O pedagogo pode atuar
como um animador, incentivando para que os alunos se organizem e
estabeleçam relação com outras entidades estudantis. Uma escola que fique

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Curso de Licenciatura em Pedagogia – Projeto Integrador IV


limitada a sua função conteúdista não cumpre com seus objetivos mais
profundos para a vida democrática. Nesse aspecto existem dificuldades que
foram percebidos ao longo da própria história das autoras desse texto.
Enquanto, estudantes observamos quem muitas vezes a direção da escola, e
até as pedagogas agiam de modo a dificultar que os alunos se organizassem.
Viam essas iniciativas como problemas, não queriam ter que lidar com as
reivindicações dos estudantes além dos problemas que já fazem parte da vida
escolar. Havia também um certo desrespeito para com os estudantes, pois os
gestores achavam que o grêmio iria muito mais atrapalhar do que ajudar a
direção. Além dessas situações, muitas vezes quando os alunos insistiam em
seu direito de ter um grêmio a direção da escola tentava, e muitas vezes
conseguia colocar alunos que era “amiguinhos” da direção. Dessa forma nos
parece, o grêmio perdia o sentido, pois a atuação não era para os estudantes
para p bem da direção que não queria mais problemas.

Se pensarmos um pouco a partir da história, veremos que os estudantes


quase sempre tiveram um papel importante nos acontecimentos sociais. Para
Ribeiro (2008, p. 6), é necessário destacar que ao longo do tempo,

os estudantes tiveram papel central. Estando à frente em campanhas


assistenciais e sociais, tomando partido em discussões políticas, o
Movimento Estudantil foi atuante, antes mesmo da criação da UNE
(União Nacional dos Estudantes) em 1937 e de sua legalização em
1942, pelo então presidente Getúlio Vargas.

De modo geral todos os grêmios estudantis, de todas escolas estão


vinculados à União Nacional dos Estudantes. O papel e atuação da UNE é de
em nível nacional, com capacidade de mobilizar os estudantes e articular suas
lideranças em prol de seus interesses. Podemos pensar nos acontecimentos
recentes no Estado de São Paulo, onde a UNU e diversos grêmios estudantis
agiram de modo coordenado para ocupar as escolas e pressionar o governador
Geraldo Alckim para que recuasse em sua iniciativa de “fechar a escolas”. Sem
entrar mais profundamente nessa questão, que é complexa e envolve
interesses diversos, o fato é que muitos estudantes estão aprendendo que tem
vez e voz, estão participando, se manifestando, estão aprendendo a serem

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Curso de Licenciatura em Pedagogia – Projeto Integrador IV


cidadãos críticos e participativos. Mesmo que políticos queiram “usar” os
estudantes, nessas manifestações, fica bem visível nas falas abaixo.

“A nossa reivindicação agora, além da garantia de que os que


participaram do movimento não serão retaliados, é pela melhoria da
educação nas escolas e o aumento da participação na administração.
A eleição do diretor pela comunidade é uma das propostas”, destaca
Fabrício Ramos, que cursa o terceiro ano do ensino médio na Escola
Caetano de Campos, região central da capital. 1.

Ou ainda o que diz a aluna Rafaela

“Essas ocupações provocaram os alunos de tal forma que eles vão


dizer: eu não quero mais sentar em frente à lousa. Eu vou querer
sentar no chão, vou querer outro tipo de aula, e isso vai requerer
nova dinâmica para organizar o tempo, o espaço escolar. Estamos
falando da necessidade de ter biblioteca, de ter laboratório, para que
os alunos sintam que são convidados a ir e a ficar na escola”. 2

O relato desses alunos chama a atenção para sua consciência política.


Entendemos que a escola, via grêmio estudantil tem a obrigação de ajudar
seus alunos a entenderem seu mundo apara poder agir para melhorar sua
escola, sua cidade e comunidade. A gestão democrática nas escolas tem
haver com ajudar os alunos, dar apoio para que possam se organizar e se
manifestar, de defender seus direitos, inclusive o direito a uma escola de
qualidade. Mesmo que os alunos de São Paulo e também de outros Estados
do Brasil, de suas cidades e de escolas das periferias não consigam tudo que
buscam sobre seus direitos, ficará a lição de cidadania, de que juntos podem
ter mais força.

Outro importante instrumento de formação para cidadania dentro das


escolas, é o conselho escolar. Diferente do grêmio que mais para os alunos, o
conselho escolar pode abranger não só estudantes, mas, pais, professores,
funcionários da escola e outras pessoas da comunidade que queiram participar
e acompanhar a escola.

1
Disponível em: http://zip.net/bntb5l - Acesso em abril de 2016.

2
Disponível em: http://zip.net/bntb5l - Acesso em abril de 2016

Arial 10, espaçamento simples.

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A lei que regulamenta a existência e o funcionamento dos conselhos
escolares é da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em seu
artigo principal sobre esse assunto regulamenta a independência dos sistema
S de ensino para organizar a melhor fora de gerir sua escola, de acordo com as
necessidades da comunidade que faz parte a escola.

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão


democrática do ensino público na Educação Básica, de acordo
com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I – participação dos profissionais da Educação na elaboração do


projeto pedagógico da escola;

II – participação das comunidades escolar e local em conselhos


escolares ou equivalentes.3referenciar (BRASIL, 1996).

O conteúdo do que traz a lei, embora não faça uma indicação explicita
do pedagogo nesse processo, fica muito claro que os profissionais da
educação devem participar ativamente na elaboração do Projeto Político
Pedagógico da escola. Dentro do que estamos discutindo nesse artigo, a figura
do pedagogo, aparece como uma pessoa e um profissional chave desse
processo. A liderança exercida pelo pedagogo na escola o coloca como
elemento estratégico na promoção e organização da gestão democrática na
escola.

Indo ao encontro dessa ideia, Veiga (2007) reforça que a escola é uma
instituição que existe para promover a formação plena de cidadãos. Como
instituição social, a escola deve refletir a partir de si mesma os valores e as
práticas da sociedade democrática.

Assim, o conselho escolar surge como uma instância de máxima


representação dentro da escola. Isso é assim, pois o conselho tem uma
representação plural incluindo professores, estudantes, funcionários, pais e
outros membros da comunidade. Por isso, é importante que os conselhos
sejam formados para existir e atuar realmente na vida da escola.

3
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm - Acesso abril de 2016

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Conforme ensina Libâneo (2008) os conselhos existem para debaterem
as decisões e problemas da escola, agir de modo a acompanhar a vida da
escola. Também podem deliberar sobre questões político-pedagógicas, como
as que envolvem um projeto maior entre escola e comunidade. O conselho
também pode deliberar sobre questões administrativas e financeiras da escola,
desde pequenas reformas, até compra de recursos para a escola.

Considerando que os integrantes do conselho são eleitos, o pedagogo


poderá atuar diretamente, ajudando a elaborar e construir as normas que irão
orientar as eleições, estabelecer as regras de seu funcionamento. Muitas vezes
considerando as dificuldades da comunidade local, caberá ao pedagogo ajudar
na formação e qualificação dos conselheiros para que atuem de modo mais
eficiente.

A estrutura do Conselho Escolar pode ter como presidente o diretor ou o


pedagogo, exercendo a função de articular e coordenar as decisões do
Conselho. Nessa função, o presidente exerce um serviço a comunidade e não
um poder de mando. Como se trata de um colegiado todas as decisões são por
meio de voto dos membros do conselho.

A gestão democrática na escola tem no Conselho Escolar Local uma


forma de integrar escola e comunidade com vistas ao bem de ambas. Da
escola, por ser fiscalizada, acompanhada em sua atuação pedagógica,
financeira e administrativa, o que favorece maior transparência e eficiência de
suas funções e a comunidade por se beneficiar diretamente dos resultados da
escola, seja na preparação dos estudantes, e aprendizagem das famílias que
se aproximam da escola. Essa aproximação cria um vinculo benéfico para
ambas e fortalece a base social da educação. (VEIGA, 2007).

Para Libâneo (2008) é importante chamar atenção para função formativa


dos Conselhos Escolares. Tendo na figura do pedagogo seu principal
articulador, o Conselho pode atuar na formação da própria comunidade. A
organização de eventos, cursos e palestras voltadas a comunidade é um dos
eixos de atuação do conselho na promoção da educação como um valor social,
político e democrático.

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Curso de Licenciatura em Pedagogia – Projeto Integrador IV


A escola vai se tornando um espaço de vivencias sociais e pedagógicas,
um espaço de transito entre a comunidade estudantil e a comunidade externa
visando a integração e a valorização deu seu pluralismo. Por fim destaca-se
ainda que o pedagogo a por ser um especialista em educação, poderá atuar de
modo a mediar a relação da escola como a formação da comunidade. Os
cursos que são oferecidos pelo Ministério da Educação (MEC) e pelas
Secretárias de Ensino voltados a formação dos conselheiros podem ser
viabilizados no espaço escoar sob a coordenação do pedagogo.

Considerações finais (numerar título, em caixa alta)

Ao longo dessa pesquisa, fomos aprendendo mais sobre alguns dos


desafios da atuação do profissional de pedagogia, entre eles, e bem urgente, é
o pedagogo atuar como agente de promoção e construção da democracia na
escola.

E, ao longo de nossa reflexão, pudemos refletir, mesmo que de maneira


breve, sobre um pouco da história dessa profissão e algumas das mudanças
pelas quais passou, desde seu início na Grécia Antiga até a profissionalização
na educação brasileira no início do século XX.

Podemos dizer que dentre as mudanças e o reconhecimento da


profissão, fica como um elemento bem importante o que essa profissão possui
de simbólico em relação a sua natureza e objetivos, educar e ajudar o ser
humano em seu desenvolvimento e potencial.

Acreditamos que esta seja a principal missão dos pedagogos, e por isso,
conforme falava Paro (2008), essa missão acontece de modo mais especial
dentro do ambiente escolar, na forma de uma educação organizada e
sistemática. Pensando nisso, parece bem importante reafirmar que esse
profissional precisa superar a burocracia escolar, tornando-se aquela pessoa
que motiva, inspira e ajuda outros educadores em sua missão.

Não podemos esquecer que o foco desse nosso artigo esteve ligado à
discussão política, naquele sentido em que falava Paulo Freire (ano) que a

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Curso de Licenciatura em Pedagogia – Projeto Integrador IV


educação ajuda as pessoas a melhorarem como pessoas e como cidadãos e
dessa forma podem ajudar a melhorar também a sociedade. Por isso, é preciso
reafirmar que o pedagogo, na maneira como nós tratamos nesse texto, e nos
autores que utilizamos, tem uma sim, uma responsabilidade social, de ajudar a
comunidade escolar, da qual faz parte a escola, a se entenderem como
pessoas que tem direitos a cidadania. Além de agentes sociais, os pedagogos
são também agentes políticos, não no sentido de ficar defendendo um partido,
ou algum líder, mas de ajudar alunos e comunidade a entenderem que a
política faz parte de nossa vida e o que os políticos fazem ou não fazem afeta a
vida das pessoas, para o bem e o para o mal. Os pedagogos podem ajudar na
politização, isto é, ajudar as pessoas a participarem e atuarem de modo
organizado na sociedade. Se partirmos dessas ideias, entendemos que a
gestão democrática na escola tem muitas possibilidades de ajudar nesse
sentido.

Ao longo de nosso estudo, identificamos duas possibilidades bem


importantes, a partir das quais o pedagogo pode ajudar a construir uma escola
mais democrática e por conseqüencia ajudar também numa sociedade
democrática, falamos dos grêmios dos estudantes e do conselho escolar. São
duas possibilidades importantes que ajudam muito na democracia e na
cidadania dentro e fora das escolas.

O primeiro ajuda a formar lideres estudantes críticos e participativos, que


poderiam fazer uma grande diferença, como estamos podendo testemunhar
sobre a resistência dos estudantes de São Paulo, e também no Paraná que
lutam por suas escolas e seus direitos, inclusive o de ter acesso a uma
merenda de qualidade na escola.

O outro caminho é a escola, por meio do pedagogo, ajudar a toda a


comunidade escolar e não escolar a se tornarem protagonistas da escola e da
sociedade. Se a escola é um direito e pertence a todo a comunidade, essa
comunidade precisa estar presente naquilo que é decidindo dentro da escola,
nos problemas e suas soluções, nos recursos das escola e na melhor forma de
usar esses recursos, inclusive os financeiros.

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Temos o entendimento que é um assunto bem complexo e envolvem
vários outros assuntos relacionados, como é o caso das políticas publicas para
educação nas escolas publicas. Estamos cientes de que a nossa reflexão
precisa ser melhorada e ter mais base e aprofundamento, algo que queremos
fazer em outras pesquisas. Por enquanto fica a nossa convicção que a
educação pública precisa ser defendida e apoiada, pois é onde a maioria das
pessoas estuda. É um direito que precisa começar dentro da escola,de que
forma??? Como vcs falaram na pesquisa. incentivando e dando espaço para
alunos e comunidade participar. Dentro de tudo que foi colocado nesse texto, a
figura do pedagogo escolar é essencial dentro desse processo democrático.

Faltou esclarecer uma pouco mais a pesquisa. Essas considerações


estão respondendo a problematização e aos objetivos?? Verifiquem.

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Referências

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S. (orgs). Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. 3ª
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