Вы находитесь на странице: 1из 7

49

GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADA A


BIBLIOTECAS DIGITAIS: ESTUDO DE CASO NO
MINISTÉRIO DA SAÚDE E NA INFRAERO
Knowledge Management Applied To Digital Libraries: Case Study at Ministry of Health and Infraero

Roberto Campos da Rocha Miranda(1), Sandra C Teixeira(2), Adriana R Filizola(3)


(1) Câmara dos Deputados, Cefor, roberto.rocha@camara.leg.br. (2) Ministério da Saúde,
sandra.teixeira@saude.gov.br. (3) Secretaria de Aviação Civil, afilizola@gmail.com

Resumo Abstract
Este estudo se propõe a mostrar a importância da gestão do This study aims to show the importance of knowledge man-
conhecimento como método de abordagem às bibliotecas agement as a method of approach to digital libraries - BD.
digitais - BD. Justifica-se a pesquisa uma vez que o We justifiy the search considering that the treatment of BD as
tratamento das BD como somente repositórios de informação only repositories of information and data is inadequate be-
e dados é inadequado em virtude das inúmeras possibilidades cause of the numerous possibilities of expanding the
de ampliação do processo de criação de conhecimento. knowledge creation process. So they are taken in this study in
Assim, são tomadas para estudo as aplicações em duas two different application on governmental organizations: the
diferentes organizações governamentais: o Ministério da Ministry of Health - MS and Infraero - Brazilian Airport
Saúde – MS e a Infraero - Empresa Brasileira de Infrastructure Company. In MS, appling the knowledge
Infraestrutura Aeroportuária. No MS, aplicam-se os métodos measurement methods and in Infraero, evaluating the
de mensuração do conhecimento e, na Infraero, avalia-se o knowledge socialization process of cretion a BD. The de-
processo de socialização do conhecimento. A pesquisa de scriptive research involved conducting qualitative and quanti-
caráter descritivo envolveu a realização de método tative method in the survey and processing the data. The
qualitativo e quantitativo no levantamento e tratamento dos methodology includes conducting surveys in different
dados. A metodologia empregada abarca a realização de groups: a survey applied to employees of BD / MS to check
pesquisa de campo em grupos diferenciados: um survey for knowledge management parameters to measure library of
aplicado aos colaboradores da BD/MS para verificar a production and, secondly, applied to managers and decision
existência de parâmetros de gestão do conhecimento para makers Infraero to validate the need to create the database.
medir a produção da biblioteca e, outro, aplicado a gestores e The results showed that the tools of measurement of
tomadores de decisão da Infraero para validar a necessidade knowledge on BD / MS indicated the possibility of prioritiz-
de criação da BD. Os resultados mostraram que as ing demands and it is possible to optimize the use of
ferramentas de mensuração de conhecimento na BD/MS knowledge, explicit and tacit, Infraero using the resources of
apontaram a possibilidade de priorização de demandas e que a digital library.
é possível otimizar o aproveitamento do conhecimento, Keywords: Information Management; Knowledge Manage-
explícito e tácito, da Infraero utilizando-se dos recursos de ment; Digital Library; Indicators. Infraero; Ministry of Health
uma Biblioteca Digital..
Palavras-chaves: Gestão da Informação; Gestão do
Conhecimento; Biblioteca Digital; Indicadores; Infraero.
Ministério da Saúde.

1 Introdução foco no conhecimento, bem como identificar


indicadores que permitam a implantação da gestão do
Estudos sobre bibliotecas digitais – BD tendem a trata- conhecimento – GC em BD já criadas.
las como grandes repositórios de dados que podem ser
acessados para se obter informações importantes. O problema de pesquisa se delineia em duas frentes: na
Contudo, esse “repositórios” podem ser melhor avaliação de uma alternativa de estruturação e
utilizados se os imaginarmos como “casas de aproveitamento do conhecimento organizacional da
conhecimento emergente”. Neste caso, a visão sobre as Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária –
BD volta-se para a preocupação de como criar BD com Infraero e, na aplicação de estratégias de GC na

Miranda, Roberto Campos da Rocha; Teixeira, Sandra C; Filizola, Adriana R. Gestão do conhecimento aplicada a bibliotecas digitais: Estudo de
Caso no Ministério da Saúde e na Infraero. // Brazilian Journal of Information Studies: Research Trends. 10:1 (2016) 49-55. ISSN 1981-1640.
50

Biblioteca do Ministério da Saúde – MS, definindo 2.1 Categorias e Processos de Converssão


indicadores que permitam, a partir da avaliação de
pontos fracos e fortes entre os setores estruturantes o Para Sveiby (1998) o conhecimento é composto por
aprimorando o processo de tomada de decisão da Casa. quatro categorias: o Conhecimento Tácito utilizado
como uma ferramenta para lidar com o que está sendo
Este artigo é organizado, então, apresentando-se, em focalizado e, em grande parte, relaciona-se ao
um primeiro momento, conceitos relacionados à GC, as conhecimento prático; o Conhecimento Orientado para
implicações pragmáticas de implantação de programas a Ação que é gerado por meio da análise das
de GC e o paralelo com as BD. Em seguida, conceitos impressões sensoriais que recebemos, liberando-nos de
e características são explorados. Posteriormente são conceitos e crenças antigas, sendo tal qualidade
apresentados os estudos de caso de aplicação da GC na dinâmica do conhecimento refletida em verbos como
criação da BD da Infraero e do estabelecimento dos aprender, esquecer, lembrar e compreender; o
indicadores de GC na BD do MS. Conhecimento Sustentado por Regras que ocorre
quando praticamos uma atividade, testamos regras e
2 Gestão do Conhecimento procuramos aprimorá-las, estando atreladas ao
resultado de ações; e, o Conhecimento em Constante
2.1 Conceitos Mutação que se traduz pelo fato de que o conhecimento
articulado por palavras, quando explicitado pela
A literatura apresenta diversos modelos conceituais linguagem, transforma o conhecimento tácito em
para Gestão do Conhecimento, alguns mais explícito e esse se torna estático, podendo, então, ser
abrangentes: focalizado para fins de reflexão e geração de novos
conhecimentos
Gestão do conhecimento nos oferece uma percepção dos
aspectos de gestão que não compreendíamos De acordo com Nonaka e Takeuchi (1997) o
adequadamente, devido à nossa falha em considerar a conhecimento é criado por meio da interação entre o
natureza e as características do conhecimento (Terra; conhecimento explícito (podemos encontrá-lo em
Gordon, 2002, p. 55). processos, mídias disponíveis dentro da organização) e
o conhecimento tácito (não está registrado em lugar
Outros focados na capacidade organizacional de gerar algum, está apenas na memória individual de cada um
conhecimento, a fim de propiciar a otimização do da organização).
aproveitamento do capital intelectual institucional:
De acordo com os autores a conversão do
Gestão do conhecimento é a construção sistemática, conhecimento acontece da seguinte forma:
explícita e intencional do conhecimento e sua aplicação Conhecimento tácito em conhecimento tácito –
para maximizar a eficiência e o retorno sobre os ativos de Socialização – é o compartilhamento de experiências
conhecimento da organização (Tarapanoff, 2001, p. 44). podendo ser adquirido de outras pessoas (Nonaka;
Takeuchi, 1997); Conhecimento tácito em
Ou ainda, conceitos focados na tomada de decisão: conhecimento explícito – Externalização – “é a
articulação do conhecimento, é um processo de criação
Gestão do conhecimento é a disponibilização do do conhecimento perfeito, na medida em que o
conhecimento certo para as pessoas certas, no momento conhecimento tácito se torna explícito, expresso na
certo, de modo que estas possam tomar as melhores forma de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou
decisões para a organização (Tarapanoff, 2001, p. 44).
modelos”. (Nonaka; Takeuchi, 1997, p.71); Isto posto,
“A externalização é a chave para a criação do
Para este trabalho foi adotado um modelo conceitual conhecimento, pois cria conceitos novos e explícitos a
baseado no indivíduo, suas crenças e experiências, e partir do conhecimento tácito”. (Nonaka; Takeuchi,
sua capacidade de interação: 1997, p. 73); Conhecimento explícito em conhecimento
Conhecimento é o conjunto total incluindo cognição e explícito – Combinação – “é um processo de
habilidades que os indivíduos utilizam para resolver sistematização de conceitos em um sistema de
problemas. Ele inclui tanto a teoria quanto a prática, as conhecimento [por] meio de documentos, reuniões,
regras do dia a dia e as instruções sobre como agir. O conversas ao telefone ou redes de comunicação
conhecimento baseia-se em dados e informações, mas, ao computadorizadas”. (Nonaka; Takeuchi, 1997, p. 75);
contrário deles, está sempre ligado a pessoas. Ele é
e, Conhecimento explícito em conhecimento tácito –
construído, por indivíduos e representa suas crenças sobre
relacionamentos casuais (Probst, Raub; Romhardt, 2002, Internalização – “é o processo de incorporação do
p. 29) conhecimento [por] aprender fazendo [sendo o
conhecimento gerado] nas pessoas [por] modelos
mentais ou know-how técnico compartilhado”
(Nonaka; Takeuchi, 1997, p. 77)

Miranda, Roberto Campos da Rocha; Teixeira, Sandra C; Filizola, Adriana R. Gestão do conhecimento aplicada a bibliotecas digitais: Estudo de
Caso no Ministério da Saúde e na Infraero. // Brazilian Journal of Information Studies: Research Trends. 10:1 (2016) 49-55. ISSN 1981-1640.
51

2.3 Indicadores de GC Indicadores de Indicadores de Indicadores de


Estabilidade Estabilidade Estabilidade
Segundo Rua (2004), indicadores são medidas, são Tabela 1 – Indicadores de Ativos Intangíveis
atribuições de números e objetos, acontecimentos ou Fonte: Adaptado de Sveiby (1998, p. 197)
situações, de acordo com certas regras. Enquanto De acordo com Alonso-Arévalo et al (1999) os
medidas, os indicadores referem-se às informações que, indicadores são focados em sistemas organizacionais:
em termos conceituais, são mensuráveis, Indicadores de Inputs: recursos introduzidos no
independentemente de sua coleta obedecer a técnicas sistema; Indicadores de Processos – atividades que
ou abordagens qualitativas ou quantitativas. transformam recursos em produtos; Indicadores de
Conforme Teixeira Filho os indicadores de GC podem Atividades – produtos e serviços criados para a
ser: de esforço – o foco são as iniciativas de GC e Biblioteca; Indicadores de Resultados ou de Impactos –
Inteligência Competitiva – IC da organização, sem que efeito das atividades da Biblioteca na comunidade.
possa refletir resultados estratégicos ou operacionais; Esses indicadores somados aos de Teixeira Filho visam
de resultados – focado nas iniciativas da organização agrupar os novos indicadores da Biblioteca do MS
refletindo nos resultados estratégicos ou operacionais, proporcionando um panorama de como os mesmos
podendo assumir caráter qualitativo ou quantitativo estão distribuídos nos setores e processos.

Diante da criação do conhecimento, Teixeira Filho 3 Bibliotecas Digitais


(2000) enumera políticas organizacionais que visam
criar um ambiente viável para a implantação da GC. A Pode-se tomar como conceito de biblioteca digital:
biblioteca por ser um organismo dinâmico necessita de
As Bibliotecas Digitais são organizações que fornecem os
todas as políticas de GC que uma organização precisa recursos, incluindo pessoal especializado, para selecionar,
para manter-se alinhada as novas demandas da estruturar, distribuir, preservar a integridade, e garantir a
instituição. Para isso serão levantados indicadores que permanência das coleções digitais, de tal forma que elas
atendam as necessidades da biblioteca a partir dos estejam disponíveis para uma ou várias comunidades
seguintes itens: memória organizacional, comunicação, (Digital Library Federation, 1998).
segurança e proteção, atualização e gestão de
Desta forma, como características de uma biblioteca
conteúdos, formação e reciclagem, compartilhamento,
digital, adota-se os requisitos levantados por Cunha
sistemas de informação e bases de dados,
(1999): acesso remoto pelo usuário, por meio de um
investimentos, processos e inovação.
computador conectado a uma rede; utilização
Para Sveiby (1998, p. 2) “gerenciar ou avaliar os ativos simultânea do mesmo documento por duas ou mais
intangíveis de uma empresa, devemos ser capazes de pessoas; inclusão de produtos e serviços de uma
“ver” uma organização como uma organização do biblioteca ou centro de informação; existência de
conhecimento, vê-la do ponto de vista do coleções de documentos correntes onde se pode acessar
conhecimento”. O autor comenta que os ativos não-somente a referência bibliográfica, mas também o
tangíveis e intangíveis dependem das pessoas para que seu texto completo; provisão de acesso em linha a
continuem a existir onde ela dentro de uma organização outras fontes externas de informação (bibliotecas,
direciona seus esforços para manter e construir a museus, bancos de dados, instituições públicas e
organização no qual se cria a estrutura interna da privadas); utilização de maneira que a biblioteca local
empresa com foco na imagem do cliente se cria não necessite ser proprietária do documento solicitado
relações com a empresa, surgindo assim a estrutura pelo usuário; utilização de diversos suportes de registro
externa. Os ativos invisíveis constantes no balanço da informação tais como texto, som, imagem e
patrimonial de uma organização podem ser números; e, existência de unidade de gerenciamento do
classificados em três elementos: competência do conhecimento, que inclui sistema inteligente ou
funcionário, estrutura interna e estrutura externa. O especialista para ajudar na recuperação de informação
autor descreve os indicadores de avaliação para os três mais relevante.
ativos intangíveis de acordo com a tabela abaixo.
Comenta ainda que os gerentes utilizem esses três 3.1 Processo de Implementação
grupos de medidas de avaliação para fins internos:
crescimento e a renovação – em outras palavras, a Para Cunha (1999, p. 258):
mudança –, a eficiência e a estabilidade. (Sveiby, não existe uma estratégia única a ser empregada na
1998). implementação de uma biblioteca digital. As estratégicas,
tal como as bibliotecas nascem num determinado tempo e,
obviamente, sofrem influencias da cultura e das situações
Competência Estrutura Interna Estrutura Externa
Indicadores de Indicadores de Indicadores de
econômico-financeiras.
Crescimento/Renovação Crescimento/Renovação Crescimento/Renovação
Indicadores de Indicadores de Indicadores de
Entretanto, alguns pontos devem ser avaliados no
Eficiência Eficiência Eficiência processo de implementação de uma Biblioteca Digital:
Instalações físicas – espaço físico, mobiliário,

Miranda, Roberto Campos da Rocha; Teixeira, Sandra C; Filizola, Adriana R. Gestão do conhecimento aplicada a bibliotecas digitais: Estudo de
Caso no Ministério da Saúde e na Infraero. // Brazilian Journal of Information Studies: Research Trends. 10:1 (2016) 49-55. ISSN 1981-1640.
52

equipamentos; Aquisição, desenvolvimento de conhecimento científico e técnico em saúde


coleções e comutação bibliográfica – variedade de registrado, organizado e armazenado em
formatos, pagamento da informação, cooperação, formato eletrônico nos países da América
compartilhamento, novas tecnologias; Processamento Latina e do Caribe”. A BVS é acessível de
técnico – catalogação, classificação, indexação; Tipos forma universal na Internet, e é compatível
de acervo – hemeroteca, referência, etc.; Preservação – com outras bases internacionais gerenciadas
acondicionamento, obsolescência de equipamentos e pelo Centro Latino Americano e do Caribe de
programas; Tecnologia – seleção dos recursos em Informações em Ciências da Saúde/Bireme
tecnologia da informação a serem utilizados, avaliação • Biblioteca Digital Perseus: O Projeto Perseus
das velocidades de transmissão, memórias, etc. foi fundado pelas entidades: Digital Libraries
Initiative Phase 2, National Endowment for
3.2 Tipos de Bibliotecas Digitais desenvolvidas para the Humanities, National Science Foundation,
empresas Institute of Museum and Library Services e
Tufts University. As ferramentas da Perseus
Inicialmente, faz-se necessário diferenciar bibliotecas permitem ainda que por meio de links nas
eletrônicas, virtuais, digitais e hibridas. notas de rodapé o usuário venha a ter acesso
• Bibliotecas Eletrônicas: os processos básicos ao inteiro teor dos textos citados. Um outro
da biblioteca são eletrônicos, com uso recurso é a varredura automática dos textos de
intensivo de computadores, sendo a coleção língua inglesa que citem nomes de lugares.
apresentada e administrada em diversos meios • Biblioteca Médica Digital da Marinha dos
– texto, imagens e sons (Pereira, 1995); Estados Unidos: A avaliação Ongoing da
• Bibliotecas Virtuais: uso de computação biblioteca digital é uma parte chave de um
avançada em alta velocidade e as processo da melhoria de qualidade contínua.
possibilidades de telecomunicação de acesso e Em setembro 2003, o Web site da biblioteca
distribuição dos recursos informacionais digital foi usado por aproximadamente
(Pereira, 1995); 125.000 usuários, que leram aproximadamente
• Bibliotecas Hibridas: compreende as 750.000 páginas da informação.
bibliotecas que usam diferentes mídias, Aproximadamente 66% deste uso são dos
envolvendo material impresso e digital profissionais médicos da marinha dos E.U.A.
(Garcez; Rados, 2002); A avaliação feita pelos usuários é incentivada
• Bibliotecas Digitais: bibliotecas que dispõem e obtida por meio de um formulário de
dos textos completos em formatos digitais e comentário online.
acessados por meio informatizado (Kuramoto, • Biblioteca Digital do Instituto Nacional de
2005). Pesquisas Espaciais – INPE: Segundo os
autores Barbedo e Ribeiro (2005), o enfoque
utilizado na Biblioteca Digital do INPE foi o
4 Estudo de Caso - Infraero mapeamento do conhecimento com base na
identificação de toda a produção do
4.1 Estudo Comparado de Bibliotecas Digitais conhecimento em todos os setores daquela
organização. Este mapeamento serviu de
Com o fito de desenvolver a biblioteca digital da inventario do conhecimento institucional, sua
Infraero, tomou-se por base o estudo comparado de localização, identificação de impedimentos e
iniciativas de outras instituições, sendo que são fluxos, sendo ainda uma oportunidade para
apresentados os principais levantamentos realizados e a utilização e disseminação do conhecimento
conclusão quanto aos elementos de GC que cada uma existente.
adota, conforme se segue: • Observou-se que todas as bibliotecas digitais
• Biblioteca Digital Brasileira – consideradas na comparação adoraram
PROSSIGA/IBICT: A Biblioteca Digital processos de identificação, captura, seleção,
Brasileira – BDB é uma iniciativa do classificação e compartilhamento de
Ministério de Ciência e Tecnologia, por meio conhecimento conclui-se que há na sua
de seus órgãos Instituto Brasileiro de geração algum método de mapeamento e
Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT partilha de conhecimento. Com base nesse
e do Programa de Informação e Comunicação resultado, foi proposta a BD da Infraero
para Pesquisa - PROSSIGA. (Filizola, 2006) com foco em três questões:
• Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde – • Institucional: está relacionada com a história
BVS: Segundo o projeto da Biblioteca Virtual da empresa, galeria dos presidentes, acesso à
Ministério da Saúde (Brasil, 2000), a BVS “é intranet e Internet. Este conteúdo deve incluir
visualizada como a distribuição do bancos de dados de vídeo e de figuras.

Miranda, Roberto Campos da Rocha; Teixeira, Sandra C; Filizola, Adriana R. Gestão do conhecimento aplicada a bibliotecas digitais: Estudo de
Caso no Ministério da Saúde e na Infraero. // Brazilian Journal of Information Studies: Research Trends. 10:1 (2016) 49-55. ISSN 1981-1640.
53

• Serviços: estão relacionados com o acesso a abrigar, em um mesmo espaço físico, o acervo, os
publicações digitais, relatórios de projetos, serviços e os usuários (Informa, 2002).
leis e legislação aplicada ao setor da aviação,
Em 2002, uma das principais atividades desenvolvidas
open archives, fórum eletrônico. Esses
foi a qualificação das informações cadastradas no
materiais incluem registros de "lições
sistema de informação e legislação e a implementação
aprendidas" e opiniões ("colocar o seu
do Sistema Nacional de Legislação em Saúde, o Saúde
comentário aqui"), a fim de melhorar e
Legis, que é uma parceria entre a SE/SAA/CGDI e o
compartilhar conhecimento sobre o tema
DATASUS.
envolvido. Esta ideia amplia o envolvimento
dos funcionários em compartilhar O projeto de reestruturação da BMS foi iniciado em
conhecimento . 2003 sob a supervisão de uma consultoria especializada
• Interativo: está relacionada a eventos do setor com o objetivo de revitalizar os produtos e serviços
de aviação e informações sobre bem utilizar oferecidos por meio da modernização da sua
os aeroportos brasileiros. infraestrutura técnica e administrativa. Para tanto,
foram implantados o Sistema de Controle Bibliográfico
5 Estudo de Caso – Ministério da Saúde Interno (CFDOC), responsável pelo controle do
recebimento de material bibliográfico doado
5.1 Criação e Evolução da Biblioteca do MS diariamente e o Sistema de Inventário, que permitiu o
tombamento sequencial dos documentos existentes no
Em 1979 a Biblioteca do Ministério da Saúde (BMS) acervo, estabelecendo a ordem cronológica da data de
(Brasil, 2006), , que até então era conhecida como incorporação, além do resgate de parte da história da
Centro de Documentação do Ministério da Saúde, foi própria biblioteca. Foi desenvolvido também um
instituída como Secretaria e o bibliotecário Agenor estudo da viabilidade para implantação de um software
Briquet de Lemos foi chamado para ser o secretário, de gerenciamento de biblioteca, o Personal Home
cargo que ocupou de 1979 a 1984. Nesse período Library (PHL), como instrumento de gerenciamento
foram desenvolvidas várias atividades, entre as quais a das funções da biblioteca e alimentação para a base de
primeira compra de periódicos técnico-científicos; a dados Lilacs, por meio do software Lildbi.
criação do Boletim Informação para Saúde (IS), que
existe até hoje; a primeira avaliação do acervo vindo do No período, destacam-se ainda como tarefas relevantes
Rio de Janeiro; o início da catalogação e a higienização de 103.000 documentos e o início dos
disponibilização do acervo ao usuário; a primeira estudos para a elaboração da Política de
implantação de um sistema automatizado de Desenvolvimento de Coleções e o Projeto de Estudo do
bibliotecas, chamado Stairs; as primeiras inclusões da Perfil de Usuários da Biblioteca do Ministério da
legislação do Ministério da Saúde no sistema Normas Saúde. No ano de 2003, foi criado o Conselho Editorial
Jurídicas de Hierarquia Inferior (NJR2) do Prodasen e do Ministério da Saúde (Coned) (Brasil, 2003), que
as primeiras decisões para se ter um controle das tem um papel relevante para atuar junto às unidades e
publicações do Ministério da Saúde, tendo em vista a entidades do Ministério da Saúde, no sentido do
economia de recursos. Ainda nesse período, tiveram cumprimento do depósito legal (Brasil, 1979) junto à
início as parcerias do Ministério da Saúde com os Biblioteca do Ministério da Saúde, contribuindo para a
organismos internacionais, tais como Opas, OMS e efetiva implantação do controle bibliográfico e da
Bireme. padronização dos documentos, facilitando a coleta dos
dados para posterior recuperação em sistemas
No período entre 1999 e 2001, houve uma segunda automatizados.
avaliação do acervo, a implementação do sistema
Lildbi-WEB juntamente com a adoção da Metodologia 5.2 Indicadores da Biblioteca do MS
Lilacs para catalogação desse acervo e também a
reestruturação do site eletrônico da BMS. No final Os indicadores aqui apresentados são oriundos da
desse período, houve a concretização da parceria com o pesquisa realizada com os profissionais lotados na
Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação biblioteca do MS em 2006.
em Ciências da Saúde (Bireme) para implantação do 1. Memória organizacional:
Projeto Biblioteca Virtual em Saúde. a. Estatística de uso: trata-se de
indicador verificado como existente
Paralelamente, deu-se início à reforma física da na biblioteca, mas que não gera
biblioteca, que durou cerca de um ano e meio, e a conhecimento, pois ações não são
equipe ficou lotada em dois setores diferentes: uma adotadas em função da sua
parte no subsolo e outro no quarto andar do Edifício existência;
Anexo. No dia 31 de outubro de 2002, a Biblioteca do b. Depósito legal: o indicador existe,
Ministério da Saúde ganhou novas instalações que mas não mostra os resultados
possibilitaram condições seguras e confortáveis para alcançados;

Miranda, Roberto Campos da Rocha; Teixeira, Sandra C; Filizola, Adriana R. Gestão do conhecimento aplicada a bibliotecas digitais: Estudo de
Caso no Ministério da Saúde e na Infraero. // Brazilian Journal of Information Studies: Research Trends. 10:1 (2016) 49-55. ISSN 1981-1640.
54

2. Comunicação organizacional: • Indicadores de Inputs: são todos os recursos


a. Metas dos setores: indicador de de entrada introduzidos no sistema que
máxima prioridade para a biblioteca; poderão gerar algum tipo de conhecimento
b. Resultados alcançados: corresponde para que os dados sejam recuperados. Podem
aos efeitos das metas; ser incluídos os de: Sistemas de Segurança
c. Satisfação do cliente: indicador de para Proteção do Acervo; Sistemas de
qualidade sob a perspectiva do Segurança para as Bases de Dados;
usuário; Treinamento (reciclagem) na Área;
d. Comunicação interna: fator existente Qualificação do Perfil dos Funcionários;
na biblioteca e bem utilizado; Custo-Benefício de Graduação/Pós-
3. Segurança e proteção: Graduação; Custo-Benefício de
a. Sistema de segurança para proteção Eventos/Congressos; Custo-Benefício com
do acervo: existente e bem utilizado Atualização Equipamentos; Integração dos
na biblioteca Sistemas (geral); e Manutenção das Bases de
b. Sistema de segurança de bases de Dados.
dados
c. Padronização de rotinas administrati- • Indicador de Processos: são todas as
vas atividades que transformam os recursos em
d. Padronização das atividades de produtos e verifica-se que entre os indicadores
rotinas da biblioteca existentes podemos inserir os de: Depósito
4. Formação e reciclagem de recursos humanos Legal; Padronização das Rotinas
a. Treinamento Administrativas; Padronização das Atividades
b. Qualificação do perfil dos colabora- de Rotinas da Biblioteca; e Organização dos
dores Setores.
5. Compartilhamento • Indicador é de Atividades: que são todos os
a. Empréstimo entre biblioteca produtos e serviços que a biblioteca cria para
b. Nível de participação ativa dos que se possam analisar os serviços por ela
colaboradores prestados. Destacamos os seguintes
c. Serviços de aleta de novas indicadores: Satisfação do Cliente; Estatística
publicações de Uso; Serviço de Alerta das novas
6. Sistema de informação e bases de dados Publicações; e Empréstimo entre Bibliotecas.
a. Manutenção das bases de dados
b. Integração dos sistemas • Resultados ou Impacto: que é a avaliação de
7. Investimentos todos os serviços prestados pela biblioteca
a. Custo-benefício com atualização em com a finalidade de analisar o impacto
equipamentos causado na biblioteca, com o usuário, enfim a
b. Custo-benefício de eventos/congresso comunidade e dentre os citados destacamos:
c. Custo-benefício de graduação/pós- Nível de Participação dos Funcionários;
graduação Criatividade e Inovação; Metas dos Setores; e
8. Processos Resultados Alcançados.
a. Organização dos setores da biblioteca Observou-se que os parâmetros importantes
9. Inovação relacionados com a KM ainda não estão
a. Criatividade e inovaçãoCom o fito de implementadas, quais sejam: Segurança e proteção de
desenvolver a biblioteca digital da bancos de dados; Treinamento; Capacitação de
Infraero, tomou-se por base colaboradores; Definição de metas para os setores de
Biblioteca; Objetivos alcançados; Custo-Benefício em
cursos de graduação e pós-graduação de investimento;
5.3 Métricas de Gestão do Conhecimento da Biblioteca e, Integração de Sistemas (Teixera, 2006). Embora os
do MS indicadores considerados são avaliado também em uma
Analisam-se as métricas de GC dentro da filosofia de biblioteca tradicional, eles são igualmente aplicados a
Alonso-Arévalo (1999) que posiciona os indicadores uma BD e representam um avanço significativo em
com enfoque em sistemas organizacionais de termos de exploração de ferramentas de medição de
bibliotecas, tendo com objetivo gerenciar os serviços GC .
prestados pela biblioteca. A partir dos indicadores
levantados em relação aos de Teixeira Filho (2000) 6 Considerações Finais
podem ser assim agrupados:
Quando as bibliotecas digitais estabelecem parâmetros
para suas atividades, é possível aprimorar a relação

Miranda, Roberto Campos da Rocha; Teixeira, Sandra C; Filizola, Adriana R. Gestão do conhecimento aplicada a bibliotecas digitais: Estudo de
Caso no Ministério da Saúde e na Infraero. // Brazilian Journal of Information Studies: Research Trends. 10:1 (2016) 49-55. ISSN 1981-1640.
55

entre os colaboradores por meio da socialização de Digital Library Federation. (1998). A working definition of digital
library. http://old.diglib.org/about/dldefinition.htm (27-08-15).
conhecimentos e possibilitando a melhoria do serviço,
além do aumento do domínio pessoal de cada um Filizola, A.C. (2006). Gestão da informação e do conhecimento
aplicada a bibliotecas digitais. Monografia (Especialização em
(conhecimento tácito). De fato, os indicadores devem Inteligência Competitiva). Faculdade de Ciência da Informação e
ser relacionados ao aperfeiçoamento pessoal e da Documentação. Brasil: Universidade de Brasília, 2006.
compartilhamento de conhecimento como formação Garcez, E. M. S.; Rados, G. J. V. (2002). Biblioteca híbrida: um
empregados, reuniões informais, contatos etc. O ponto novo enfoque no suporte à educação a distância. // Ciência da
aqui é desenvolver atitude pessoal , o que aumenta a Informação, Brasília 31:2 (maio/ago. 2002).
partilha de experiências, ideias, conhecimentos e Informa. (2002). Brasília: Ministério da Saúde, a. 2, n. 18, nov./dez.
2002. 14 p.
capacidade técnica que criam um ambiente de
confiança mútua . Kuramoto, H. (2005). Biblioteca digital brasileira: integrando a ICT
brasileira. // Marcondes, C. H.; Kuramoto, H.; Toutain, L. B.;
Pesquisas futuras devem considerar a importância das Sayão, L. (eds.) Bibliotecas digitais: saberes e práticas. Salvador:
EDUFBA, 2005.
bibliotecas digitais no contexto da formulação de
Nonaka, I.; Takeuchi, H. (1997). Criação de conhecimento na
estratégias e tomar decisões estratégicas. empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da
inovação. 14 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997.
Nota Pereira, M. N. F. (1995). Bibliotecas virtuais: realidade, possibilidade
ou alvo de sonhos. // Ciência da Informação 24:1.
(1) Este trabalho é o resultado de duas monografias
Probst, G.; Raub, S.; Romhardt, K. (2002). Gestão do conhecimento:
apresentadas no curso de especialização em Inteligência os elementos construtivos do sucesso. Porto Alegre: Bookman,
Organizacional e Competitiva na Sociedadade da 2002.
Informação UnB/2006.
Rua, M. G. (2004). Desmistificando o problema: uma rápida
introdução do estudo de indicadores. Mimeo, Escola Nacional de
Referências Administração Pública, Brasília, 2004.
http://www.enap.gov.br/downloads/ec43ea4fUFAM-
Alonso-Arévalo, J.; Echeverria-Cubillas, M. J. Martín-Cerro, S. MariadasGraEstudoIndicadores-novo.pdf (27-08-2015).
(1999). La gestión de lãs Bibliotecas Universitárias: indicadores Sveiby, K. E. (1998). A nova riqueza das organizações: gerenciando
para su avaliación. // Anais Seminário: indicadores em la univer- e avaliando patrimônios de conhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro :
sidade: información y decisiones. Leon: Universidad de Leon, 9- Campos, 1998.
11 de jun. 1999. http://eprints.rclis.org/4285/ (27-08-15).
Tarapanoff, K. (org.). (2001). Inteligência organizacional e
Barbedo, S. A. D. D.; Ribeiro, M. L. (2005). A biblioteca digital do competitiva. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.
INPE como ferramenta de apoio para mapeamento estratégico do
conhecimento. http://mtc- Teixeira Filho, J. (2000). Gerenciando o conhecimento: como a
m18.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/ePrint@80/2005/12.02.12.34/doc empresa pode usar a memória organizacional e a inteligência
/barbedo21.pdf (29-08-2015). competitiva no desenvolvimento de negócios. Rio de Janeiro:
Senac, 2000.
Brasil. Ministério da Saúde. (1979). Portaria n.º 586, de 3 de outubro
de 1979. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, Teixeira, S.C. (2006). Indicadores de Gestão do Conhecimento para a
08 out. 1979. Seção 1, p. 14753. Biblioteca do Ministério da Saúde. Monografia (Especialização
em Inteligência Competitiva). Faculdade de Ciência da
Brasil. Ministério da Saúde. (2000). Projeto Biblioteca Virtual em Informação e da Documentação. Brasil: Universidade de
Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. Brasília, 2006.
Brasil. Ministério da Saúde (2003). Portaria n.º 1.722, de 2 de Terra, J. C. C.; Gordon, C. (2002). Portais corporativos: a revolução
setembro de 2003. Diário Oficial da União, Poder Executivo, na gestão do conhecimento. São Paulo: Negócios Editora, 2002.
Brasília, DF, 3 set. 2003b. Seção 1, p. 133.
Brasil. Ministério da Saúde. (2006). Política de desenvolvimento de
coleções da biblioteca do Ministério da Saúde. Brasília: Editora
MS, 2006.
Received: 2015-01-12. Accepted: 2016-02-21.
Cunha, M. B. (1999). Desafios na construção de uma biblioteca
digital. // Ciência da Informação 28:3 (set./dez. 1999) 257-268.

Miranda, Roberto Campos da Rocha; Teixeira, Sandra C; Filizola, Adriana R. Gestão do conhecimento aplicada a bibliotecas digitais: Estudo de
Caso no Ministério da Saúde e na Infraero. // Brazilian Journal of Information Studies: Research Trends. 10:1 (2016) 49-55. ISSN 1981-1640.

Вам также может понравиться