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ATERIAL DE

ESTUDOS
CATEGORIA ADULTA
J. t.
A.,?
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CATEGORIA ADULTA

HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO SUL

1. PRIMEIROS HABITANTES

.1- GÊS

Os grupos Gês foram conhecidos pelos nomes de Guaianás, Coroados, Pinarés,


Ibirajarás, Caraguás, Gualachos, Botocudos e Bugres.
Dividiam-se em dois grupos de trabalho (clãs): Clã do sol-caçadores e Clã da lua-
guerreiros. Moravam em casas de palha, mas no inverno abriam covas: as casas
subterrâneas. Realizavam coleta de pinhão. Dedicavam-se à caça, pesca e praticavam uma
agricultura rudimentar (milho, mandioca, abóbora e batata-doce). O grupo punia homens
e mulheres faltosos. As famílias eram dirigidas por um chefe que praticava a feitiçaria.
A terra e a éoleta de mel eram comunitárias e organizavam a caçada em grupo.
Habitavam os "Campos de Cima da Serra". Preferiam as zonas uas araucárias, pois o
pinhão constituía a base de sua alimentação.
Cuidavam da limpeza corporal enfeitando-se com penas, penteados, furando o lábio
inferior para o uso de botoque, acreditavam em Maré (deus criador e civilizador), quase
nenhum traço da cultura Gê passou para nós. Eram dirigidos por um chefe que praticava a
feitiçaria.
Foram conhecidos como Kaigangs.

1.2 - OS GUARANIS

Pertenciam a este grupo: Tapes, Arachanes e Carijós ou Patos.


Eram dóceis e pacatos. Praticavam a antropologia ritual. A poligamia era usual
apenas entre os chefes. Cabia às mulheres a agricultura e aos homens a caça, a pesca e a
guerra. Viviam em aldeias, ocas coletivas e dormiam em redes. Praticavam agricultura
rudimentar, plantavam milho, feijão, abóbora, batata-doce, amendoim, fumo e algodão.
Coletavam erva-mate e frutos. Armavam-se de arco, flecha, tacape, lança e boleadeira.
Tatuavam e pintavam o corpo, usavam colares e pulseiras. Confeccionavam cerâmica.
Os índios guaranis mormente os do grupo Tape, foram elemento básico da formação
das Reduções Jesuítas, as semelhanças religiosas com a igreja católica facilitaram o trabalho
de catequese dos missionários. Após a expulsão dos jesuítas suas terras foram tomadas, seu
gado roubado e a população dizimada, uns poucos se integraram na sociedade rio-
grandense.
A caça era feita em grupo e o matador do animal repartia a carne entre os demais
participantes. Também era repartida a pesca e a coleta.
Situavam-se no litoral, na Lagoa dos Patos e nas margens dos grandes rios.

1.3 - OS PAMPEANOS

Eram constituídos pelas tribos Guenoas, [arós, Charruas e Minuanos.

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Armavam seus toldos em meio de banhados. Não eram agricultores, alimentavam-se


aves, peixes, animais e crustáceos e coletavam frutas. Praticavam a poligamia. Usavam
o armas a boleadeira, a lança e a flecha. Tinham uma vida semi-nômade, com falta de
~ção comunitária.
Acreditavam que a pessoa tem um espírito guia a cultura dos índios pampeanos
eu modificações a partir do século XVII quando entraram em contato com os
.onários, com o gado e com as frentes de povoamento.
Tomaram-se exímios e temíveis cavaleiros. O pampeano contribuiu muito na
mestiçagem dos peões das estâncias do pampa gaúcho. Não se organizavam em aldeias com
chefias. Somente em tempos de guerra é que escolhiam temporariamente um chefe. Os
pampeanos viviam no pampa gaúcho.

2. REDUÇÕES JESUÍTAS

A Espanha fez com que os jesuítas viessem para o Rio Grande do Sul, a fim de
catequizar e supervisionar os índios, fazendo com que pagassem impostos e aceitassem o
serviço militar.
Em 1626, o padre Roque Gonzales de Santa Cruz consegue atravessar o Rio Uruguai
e iniciar as Missões no Tape, atual Rio Grande do Sul, quando foram fundadas 18 reduções.
Em 1628, índios revoltosos comandados pelo feiticeiro Nheçu, trucidaram os padres
Roque Gonzáles, Afonso Rodrigues e João DeI Castilho.

2.1 - AS TEORIAS DE INTRODUÇÃO DO GADO NO RIO GRANDE DO SUL E A

VACARIA DO MAR.

Há várias teorias sobre a introdução do gado no Rio Grande do Sul.


Uma corrente defende que o gado era originário dos pequenos rebanhos na foz do
Rio Negro. Outra corrente afirma que Francisco Naper de Alencastro introduziu o gado
em 1691. A terceira corrente é a missioneira, o Padre Cristóvão de Mendonça e o padre
Romero introduzem em 1634 o gado vacum em grande escala. Isso, porque uma das
principais preocupações dos jesuítas sempre foi com que todos os índios fossem
sustentados, as lavouras não eram garantidas pois estavam sujeitas a prolongadas secas e
enxurradas devastadoras. Os padres compravam o gado e distribuíam entre as reduções.
Quando os bandeirantes devastaram as reduções, os jesuítas transferiram o gado para
o sul do [acuí. Nesta região, com boa pastagem e aguada formou-se a vacaria do Mar.
Em 1636, os bandeirantes arrasaram tudo, mas parte desse gado escapou e começou a
se criar solto, povoando os campos do Rio Grande do Sul. Espanhóis e portugueses
descobriram a Vacaria do Mar, abatendo animais, para tirar couro e sebo e tropas para
levar as feiras de Itu e Sorocaba.

2.2 - A AÇÃO DOS BANDEIRANTES

Interrompido o tráfico de escravos índios pela ação dos jesuítas os paulistas uniram-
se em sociedades para prear índios. Essas sociedades acionárias olganaaUas em São Paulo

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•••••••••• o nome· de "Bandeiras". Capturavam os índios das reduções porque eles eram
_ ••••••. ULlCLI.

...ão-de-obra especializada.
_-o tape, os bandeirantes agridem com furor os infelizes índios impotentes em
- frenrar armas de fogo. Chefes paulistas: Raposo Tavares (1636), André Fernandes (1637),
~ ão Dias Paes (1637-1638), Domingos Cordeiro (1638).
Em 1640, os bandeirantes encerraram a caça ao índio na região sul.
Em 1641, na batalha fluvial de Mbororé os bandeirantes voltaram derrotados e
aumilhados para São Paulo. Os jesuítas retiram os índios para outra margem do Rio
Jruguai,

3. MISSÕES JESUÍTAS

o
gado introduzido em 1634, nas missões se criava solto. Também, o governo
espanhol havia ordenado a fundação de povoados, ocupando as terras com estâncias e
lavouras para deter o avanço português em direção ao sul. Por esses motIVOS,OSíndios
guaranis com padres jesuítas, reiniciaram a partir de 1682 a segunda fase das reduções
jesuítas, chamadas de Sete Povos das Missões, que foram:
• São Francisco Borja: Fundada em 1682 pelo padre Francisco Garcia.
• São Nicolau: Foi construída em 1687 pelo padre Ancelmo de La Mata no mesmo
local do primeiro período.
• São Luiz Gonzaga: Formada em 1687 pelo padre Alonso de Castilhos.
• São Miguel Arcanjo: Fundada no primeiro período pelo padre Cristóvão de
Mendonça, foi reconstituída em 1687. Atualmente as ruínas de São Miguel são
consideradas "Patrimônio Histórico da Humanidade" desde 1983.
• São Lourenço Mártir: Foi fundada em 1690 pelo padre Bernardo de La Veja.
• São João Batista: Fundada em 1697 pelo padre Antonio Lepp, talvez o mais genial dos
missionários: músico, artista e arquiteto, extraiu o primeiro ferro das missões.
• Santo Ângelo Custódio: Fundada entre 1706 e 1707 pelo padre Diogo de Hasse.
Os Sete Povos estavam organizados com uma praça central, igreja, colégio, oficinas,
casa das mulheres, ruas, blocos de habitações dos índios, depósitos, hospital, hospedaria,
moinho, olaria e mais a área rural, com lavouras, estâncias, curral e erval. Os índios
possuíam grandes qualidades, com uma memória prodigiosa e talentos para serviços
manuais, atingindo elevado grau de desenvolvimento. As crianças aprendiam a ler,
escrever, contar, música e dança religiosa no colégio.
O gado missioneiro foi à base inicial de todas as estâncias portuguesas no Rio Grande
do Sul.
O regime foi o socíal-teocrático.

4. OCUPAÇÃO PORTUGUESA

4.1 COLONIA DO SACRAMENTO E FUNDAÇÃO DE LAGUNA


Foi fundada a 22 de janeiro de 1680, pelo português D. Manuel Lobo. A descoberta
do ouro em Curitiba e Paranaguá incentivaram o plano de alargar as fronteiras do reino de
Portugal até o Rio da Prata, com os objetivos de estabelecer um forte militar no Rio do
Prata e criar um ponto livre de comércio.

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Por não ter .sido criada em terras portuguesas, mas da Espanha, foi um solo de
consrantes combates e motivo de briga entre as duas coroas.
Mais ou menos em 1686, foi fundada a cidade de Laguna, em Santa Catarina, por
Domingos de Brito Peixoto e Francisco de Brito Peixoto. Laguna foi criada para ser um elo
união entre São Paulo e a Colônia de Sacramento, para melhor socorrer este reduto, se
ecessário.

5. TRATADO DE MADRID

O contrabando entre a Colônia do Santíssimo Sacramento e Buenos Aires provocava


uma sangria na economia colonial espanhola.
Os Sete Povos das Missões prosperavam. Enquanto isso, os castelhanos de Buenos
Aires atacavam constantemente a Colônia do Sacramento, pois entendiam que aquelas
terras pertenciam à Espanha.
Estando casados o rei da Espanha com a princesa portuguesa e rei de Portugal com a
princesa espanhola, diplomatas de ambos, os países negociaram a troca da Colônia do
Sacramento por terras equivalentes.
Portugal trocou a Colônia do Sacramento, uma cidade na fronteira com a Espanha e
as Filipinas pelos Sete Povos, oeste de Santa Catarina, oeste do Parana, Mato Grosso e
Amazônia.
Está ai o problema: a Colônia pelos povos missioneiros, onde habitavam mais de 30
mil índios reduzidos e cuja retirada devia se dar no prazo de um ano. As missões não
aceitaram o tratado.
Do lado português foi nomeado o General Gomes Freire de Andrade então
governador do Rio de Janeiro; do lado espanhol foi nomeado o Marquês de Valdelírios.
Em que pese à desgraça do Tratado de Madrid, ele trouxe alguns benefícios ao Rio
Grande do Sul: além de abrir caminhos e fazer reconhecimentos dos rios e acidentes
geográficos, são resultados desta atividade a fundação de várias cidades, como a de Porto
dos Casais (Porto Alegre).

5.1 GUERRA GUARANÍTICA

Os missioneiros não concordaram com a transmigração dos Sete Povos para o


território entre os rios Uruguai e Paraná, porque não queriam abandonar suas igrejas,
cemitérios e lavouras. Os missioneiros da outra margem do Uruguai não aceitavam a
transmigração porque lá não havia mais terras disponíveis para :r10V0 povoados e lavouras.
C

Em janeiro de 1756, os exércitos luso e espanhol se encontraram e avançaram em


direção aos Sete Povos, sofrendo ataques de guerrilhas armadas por Sepé Tiaraju. Até que,
num golpe fracassado, o governador de Montevidéu consegue matar o grande mestre
militar dos índios missioneiros o Cacique de São Miguel, Sepé Tiaraju, a 07 de fevereiro de
1756.
Apesar desse revés, os índios não desistiram. Nicolau Nenguiru, novo chefe tape,
comandou o encontro decisivo em Caiboaté, a 10 de fevereiro, quando 1200 Índios
tingiram de sangue o campo de batalha. Foi uma matança de índios, carecedores do
necessário preparo militar para enfrentar os dois exércitos peninsulares.

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Daí por diante os índios não mais conseguem se recuperar, fugindo sempre dos
exén .tos ibéricos, incendiaram seus lares e igrejas refugiando-se nas matas.
A Guerra Guaranítica destruiu moralmente as reduções, abalando a confiança dos
.os nos jesuítas e nas autoridades e destruiu estâncias e ervais.

5.2 TRATADO DE EL PARDO - Em 1761, o tratado de El Pardo anulava o Tratado de


_Iadrid e os índios retomavam às Missões, mas completamente transfigurados dos
imponentes e bravos companheiros de Tiarajú e Nhenguiru.

6. FUNDAÇÃO DO FORTE JESUS-MARIA-JOSÉ

Em 1680, foi fundada pelos portugueses a Colônia do Sacramento, porém os


espanhóis julgavam que o território pertencia à Espanha, ou seja, era de suas posses, e
passaram a atacá-lo. Para dar apoio às tropas portuguesas que estavam na Colônia foi
fundada em 1686, a cidade de Laguna em Santa Catarina, que ficava muito distante de
Colônia localizada no atual Uruguai.
Por esse motivo, é que foi fundada em 19 de fevereiro de 1737, uma guarnição forte
(um "presídio", como se dizia naquela época), por José da Silva Pais. Recebeu o nome de
"Jesus-Maria-José". Seria a primeira fundação oficial português em solo gaúcho. Esta
fundação deu origem à cidade de Rio Grande.

7. A COLONIZAÇÃO AÇORIANA NO RIO GRANDE DO SUL

O arquipélago dos Açores, formado por nove ilhas vulcânicas, foi descoberto e
povoado pelos portugueses.
A superpopulação das ilhas, provocada pela concentração de propriedades agrícolas,
dava aos pobres 2 opções de vida: dedicar-se à pesca ou imigrar.
Preocupados com a baixa densidade demo gráfica do Brasil, o conselheiro
Ultramarino sugeriu o povoamento com casais açorianos.
Em 1752, o Governador Gomes Freire de Andrade, em função do Tratado de Madrid,
resolveu substituir os índios dos Sete Povos por casais açorianos da ilha de Santa Catarina.
Inicialmente, lutaram com muitas dificuldades, provenientes da impossibilidade do
governo português em cumprir com as promessas feitas. A lentidão na distribuição das
datas, as rebeliões dos índios, as invasões castelhanas e a deficiência de recursos da
metrópole para um empreendimento de tal natureza, formaram as contas do colar de
amarguras dos infelizes açorianos, arrastando-se por mais de vinte anos de desilusões.
A não desocupação dos índios do território onde acontecera o estabelecimento dos
açorianos ocasionou o estabelecimento dos casais na região onde surgiu Porto Alegre,
A sorte melhoraria em 1764, com a inauguração em Taquari do primeiro núcleo
oficial dos açorianos no Rio Grande do Sul. Em 1772 o governo doou as datas.
Espalhando-se pelo litoral organizaram as povoações de Torres, Mostardas, Estreito e
Gravataí; atingindo o Rio [acuí, desenvolveram Porto Alegre, Santo Amaro e Rio Pardo,
expandindo-se pelas localidades adjacentes.

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LUTAS NO SUL E A INVASÃO ESPANHOLA

_ Europa, no período de 1752 a 1763, era sacudida pela mortífera Guerra dos Sete

A França governada por Luís XV, tentando destruir o poder marítimo inglês, uniu
- os os países da Dinastia Bourbon (França, Espanha e Nápoles, todos esses países sob
o domínio de reis da Família Bourbon, descendentes de Luís XIV), num tratado de
1761, conhecido como "Pacto de Família".
D. José, rei de Portugal, preferiu conservar a amizade da Inglaterra, e por isso o
território lusitano foi invadido pelas tropas espanholas e francesas.
Precavendo-se dos reflexos destes fatos no Rio Grande do Sul, Gomes Freire de
Andrade deu ordens ao Cel. Tomás Luis Osório de criar o forte de Santa Tereza, em
1762, interceptando o caminho dos castelhanos.
O governador de Buenos Aires, D. Pedro Ceballos, atacou a Colônia do Sacramento.
Em 1763, era a vila de Rio Grande ocupada pelos castelhanos.
A paz firmada na Europa através do Tratado de Paris em 1773 veio interromper a
marcha do invasor. Após a Colônia do Sacramento foi devolvida.
O governo português retomou a Vila de Rio Grande.
Em 1777 D. Pedro Ceballos recebeu ordens de suspender hostilidade em atenção ao
Tratado de Santo Ildefonso.

8.1 Tratado de Santo Ildefonso

Assinado em 1 de outubro de 1777, modificava a linha de limites das terras entre as


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duas Coroas Ibéricas: a Colônia do Sacramento e os Sete Povos das Missões voltavam à
Espanha, ficando Portugal com a Vila de Rio Grande e a Ilha de Santa Catarina

9. CRIAÇÃO DA REAL FEITORIA DE UNHA-CÂNHAMO

Quando a agricultura começou a ser abandonada pelos açoritas, o governo


português procurou desenvolver a plantação de linho-cânhamo, tão necessário para a
confecção de velame e cordas para navios, nas chamadas Reais Feitorias do Linho-
Cânhamo, a primeira localizada em Canguçu, de 1783 a 1790, e a segunda no Faxinal
do Courita de 1788 a 1824.
Ambas as feitorias fracassaram pela má administração e pelo uso de mão-de-obra
escrava.

10. A CONQUISTA DAS MISSÕES

Mesmo após o Tratado de Santo Ildefonso os sonhos de conquista de todo o


território até o Prata nunca foram esquecidos pelos portugueses, no fim do século XVIII
inicia-se na Europa a Revolução Francesa. Em 1801 a Espanha declara guerra a Portugal. O
estancieiro Manoel dos Santos Pedroso e o desertor Jose Borges do Ül:Ptn formaram grupos
de ataque ao inimigo e foram conquistando um a um dos sete povos das missões.

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_ conquista não se estendeu mais porque a paz foi firmada na Europa pelo tratado
iós em 1801.

CRIAÇÃO DA CAPITANIA E DA POSTERIOR PROVÍNCIA DO RIO


GRANDE DO SUL

o apoiar os ingleses contra Napoleão, D. João VI realizou um acordo secreto com a


terra, para a mudança da capital do Reino para o Brasil. Ao chegar, realizou várias
reformas.
Em 1807, o Rio Grande do Sul é elevado a Capitania Geral autônoma, e nomeado
para primeiro governador D. Diogo de Souza. A capital era Rio Grande, que em 1763 foi,
ocupada pelos castelhanos, sendo transferida para Viamão.
Em 1773, muda novamente a sede do governo, para Porto Alegre, que era um lugar
menos exposto a uma agressão partida do interior e distante das diversas povoações já
existentes no território. Em 1809, o território rio-grandense ficou dividido em quatro vilas:
Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha. Após a Independência
do Brasil, o Rio Grande do Sul passa de Capitania para Província.
Buscando desforra pela invasão de Portugal pelos Franceses apoiados pelos espanhóis
D. João ordenou a invasão de Caiena e a intervenção no Prata.

12. A INDEPENDENCIA DO BRASIL E CONSEQUÊNCIAS NO RIO GRANDE DO


SUL

Proclamada a Independência do Brasil em 1822, tratou-se da organização


administrativa do novo Império. A anterior Capitania tornou-se Província de São Pedro do
Rio Grande do Sul. Para presidi-Ia o imperador no minou o Dr. José Feliciano Fernandes
Pinheiro (futuro Visconde de São Leopoldo), que prestou compromisso em janeiro de
1824.
Entre suas atividades, destaca-se a fundação do Hospital de Caridade de Porto
Alegre, atualmente Santa Casa de Misericórdia. Organizou a primeira colônia alemã, à
margem do Rio dos Sinos, em 1824. É considerado o primeiro h'istoriador elo Rio Grande
do Sul com sua obra: "Anais da Província de São Pedro".
Exerceu o mandato de dois anos por ter sido convocado por Dom Pedro I para
participar do ministério como Secretário dos Negócios do Império.
O quinto município criado foi o de Cachoeira do Sul.

13. OS IMIGRANTES ALEMÃES NO RIO GRANDE DO SUL E A COLONIZAÇÃO

Quando a corte portuguesa se transferiu para o Brasil em 1808, D. João estabeleceu


condições para a imigração estrangeira, com a finalidade de implantar colônias agrícolas.
O presidente da província foi certificado pelo Governo Imperial, portaria de 1824, da
criação de urna colônia alemã na antiga feitoria do Linho-cânhamo. Desembarcaram na
fracassada feitoria à margem do Rio dos Sinos dia 25 de julho de 1824. A antiga Real
Feitoria recebeu o nome de Colônia de São Leopoldo, em homenagem a nossa primeira
imperatriz, D. Leopoldina.

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Diversos problemas tiveram os imigrantes alemães nas terras rio-grandenses entre
do chegaram, ainda não haviam sido divididas as terras, por isso tiveram que
bom tempo, eram mal pagos, não sabiam fazer suas casas e roças; as guerras;
es dos índios; o ensino.
Os colonos que não se adaptaram à agricultura deram início à indústria familiar onde
atividades como moleiros, sapateiros, alfaiates, tecelões, carpinteiros e
=..:..... eiros. Contando com diversos profissionais, a colônia logo progrediu e até 1830, as
espalharam-se formando novos núcleos principalmente no vales dos rios Caí,
......u:-1..J.LJLUL":>

~2Jqruan·e Iacuí. De São Leopoldo, pólo irradiador, muitos outros municípios surgiram da
onização alemã: Lageado, Estrela, Novo Hamburgo, Montenegro.
Desenvolveram pequenas indústrias, trouxeram a primeira fábrica de fiação de lã e
vários curtumes e moinhos, uma fábrica de sabão, engenho para lapidação de pedras e
I tivo desenvolvimento agrícola.
Quem trouxe os imigrantes alemães para o Rio Grande do Sul foi o Major Jorge
Antonio Schaeffer, por ordem de Jose Fernandes Pinheiro, primeiro presidente da
província.

14. REVOLUÇÃO FARROUPILHA

Com a abdicação de D. Pedro I o país entrou numa fase agitada, cujo ideal federativo
parecia estar definitivamente firmado. Diversas, causas contribuíram para essa reação, que
levaria à revolução Farroupílha.
• Influências externas: as idéias liberais agitavam o mundo desde a segunda metade
do século XVIII.
• Causas políticas: o Rio Grande do Sul viveu intensamente rixas violentas entre as
correntes partidárias.
• Causas econômicas: a economia rio-grandense passava por uma cnse
sobrecarregada de pesados impostos, atingindo especialmente o charque;
• Causas administrativas: não se realizava nenhuma obra de utilidade pública; as
estradas abandonadas; as pontes caídas; a educação esquecida.
• Causas militares: o constante recrutamento de homens para as fileiras do exército,
não se oportunizando aos rio-grandenses cursos de aperfeiçoamento, atingia os brios dos
gaúchos. Os quartéis estavam caindo. Os danos da guerra jamais tiveram indenização,
eram agravados por retiradas de quantias das tropas em favor de outras províncias.
• A Maçonaria e o Clero: a Maçonaria espalhava os ideais da Revolução Francesa,
dela fazendo parte de grande número dos futuros chefes farroupilhas. O clero participou
ativamente do movimento, cinco deles fazendo parte da Assembléia Constituinte
Farroupilha e entre tantos, destaca-se: Padre Francisco dos Chagas Martins Ávila e Souza,
o Vigário apostólico Feliciano Rodrigues Prastes, ...
Em 1834, o Dr. Antonio Rodrigues Femandes Braga substituía José Mariani, com o
apoio dos liberais liderados por Bento Gonçalves da Silva, pois então Presidente da
província caiu no desagrado dos liberais que conseguiram sua substituição.
Mas surgiram desavenças entre os Liberais e o irmão de Fernandes Braga, colocando
o governo, em choque com seus partidários. Fernandes Braga acusa Bento Gonçalves,
Bento Manuel de Lima e Silva, de conspiração com o auxílio de Lavalleja (uruguaio). A 20
de abril de 1935, Fernandes Braga acusou ainda, os chefes liberais de separatistas. As

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Assembléia tornaram-se agitadas e ameaçadoras. Ainda mais quando o
~:s.:l:e.:::eco essou que não tinha provas concretas para as acusações. Nada mais deteria a
e visava, inicialmente, a deposição de Fernandes Braga.
- tarde de 19 de setembro de 1935, estourava a revolução, concentrando os
.Lcn.:r •.....u;:>V~ ao comando de Vasconcelos Jardim e Onofre Pires, na Azenha, arredores sul da
ubestimado as tropas revoltosas, o governo mandou o Major Visconde de
{...::::l211U com pequena tropa, rechaçado pela vanguarda Farroupilha à frente o Capitão

ieira da Rocha (Cabo Rocha). Braga fugiu precipitamente para o Rio Grande
eaeuanto os farroupilhas tomavam Porto Alegre, comandados por Bento Gonçalves, vindo
Pedras Brancas (Guaíba). É empossado no cargo de Presidente da Província o Dr.
ciano Pereira Ribeiro e para comandante das armas Bento Manuel Ribeiro.
Bento Gonçalves informa ao Ministro da Justiça, os fatos ocorridos na Província. A
Corte nomeia o Dr. Araújo Ribeiro como Presidente, recebido festivamente pelos
revolucionários. Devido às atitudes dúbias Araújo Ribeiro perdeu o Crédito. A Assembléia
Provincial votou pela degeneração da sua posse.
A primeira fase do movimento farroupilha , que contou com o apoio de todas as
correntes liberais, desenvolveu-se de 20 de setembro de 1835 a 11 de setembro de 1836,
caracterizando-se pela deposição do presidente Braga, pelo governo do vice-presidente
Marciano Pereira Ribeiro, por vários combates e pela atuação da esquadrilha liberal. Os
revolucionários aguardaram em vão que os liberais das outras províncias se unissem ao
movimento, que era brasileiro.
A luta entre Farroupilhas e Imperiais prolongaria-se por P-12is !!C' ..•. aIlCS, a maior luta
T~

civil do Brasil. Síntese dos principais acontecimentos do decênio:


• 15 de julho de 1836: O Major Marques de Souza e o Marechal João de Deus Menna
Barreto ocupam Porto Alegre, desalojando os Farroupilhas para sempre da Capital,
recolocando na presidência o Dr. Araújo Ribeiro.
• 11 de setembro de 1836: O General Farroupilha Antonio de Souza Neto, após
vencer, no dia anterior, o legalista Silva Tavares no Seival, proclamou a República Rio-
Grandense. Os Farroupilhas ofereceram a Bento Gonçalves a presidência da república.
Enquanto Bento Gonçalves estava preso, elegeram Gomes Jardim. Os farrapos
fundaram uma república separatista porque adotaram uma nova bandeira, escudo de armas
e hino, concediam cidadania, consideravam os brasileiros como estrangeiros, mantiveram
representantes diplomáticos no Pata e em suas cartas diziam que fundaram uma nova
nação. Pela primeira vez em território brasileiro, funcionou um estado republicano com
presidente, ministros, coletorias, serviço de correio, exército, leis próprias e projeto de
constituição, tendo como capitais a Vila de Piratini (10/11/1836 a 14/02/1839), Caçapava
(14/02/1839 a 23/03/1840) e Alegrete até o término da guerra civil. O jornal "O Povo", que
circulou de 01/09/1838 a 23/05/1840, era seu órgão oficial. Entre as realizações destacam-
se: desenvolvimento à instrução; foram criadas novas estradas, melhoradas as antigas e
regularizado o serviço dos correios; um delegado em cada município elaborando as leis e
estabelecendo o voto obrigatório e em matéria civil e penal, manteve as mesmas leis do
Império; desenvolveu a diplomacia com os países vizinhos.
A proclamação da República Rio-Grandense foi um gesto extremo, uma vez que
todas as tentativas de unidade nacional foram inúteis.
• 04 de outubro de 1836: Prisão de Bento Gonçalves. Após 3 dias de combates, na
Ilha do Fanfa, rendia-se Bento Gonçalves a Bento Manuel Ribeiro, que fora ajudado pela

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13:~~-Z - perialcomandada por John Pascol GeefelL Bento Gonçalves foi enviado preso
e Janeiro e de lá para o Forte do Mar na Bahia donde conseguiu fugir auxiliado
=";~Glari'La retomando ao Rio Grande do SuL
novembro de 1836: Constituição do Governo Republicano.
e julho de 1839: Visando alargar o cenário da revolução e necessitando de um
a exportação de charque e couro, para a compra de armas e munições, pois o
e Rio Grande estava em mãos dos imperiais e Montevidéu fechado aos farrapos,
<=.. Canabarro partiu com uma coluna expedicionária para Laguna, Santa Catarina,
anxiliado pela esquadra de José Garibaldi, composta por dois pequenos navios "Seival" e
~ '0 Pardo"; transportados até o mar, na Barra do Tramandaí. La~na é ocupada após dura

batalha, proclamando-se ali a República Juliana, coligada à Rio-Grandense. Foram


desalojados pelos legalistas a 15 de novembro de 1839.
•. Fevereiro de 1843: Realizou-se as primeiras sessões da Assembléia Constituinte
(1838), o projeto de constituição com modelo na norte-americana e traços da Revolução
Francesa. Onofre Pires acusa Bento Gonçalves da morte do vice-presidente Antonio
Paulino da Fontoura. Travaram os dois um duelo, saindo ferido Onofre Pires, morrendo
poucos dias depois. Em conseqüência, Bento Gonçalves renuncia o cargo, o mesmo
fazendo Antonio Neto, deixando o comando do exército, assumindo Vasconcelos Jardim e
David Canabarro.
• Outubro de 1843: Chegam ao Rio Grande do Sul o Marechal de Campo Luís Alves
de Lima e Silva, (Duque de Caxias), nomeado presidente e comandante chefe das
operações militares, assumindo as funções em 9 de novembro. Gênio militar atraiu o
Brigadeiro Bento Manuel desfalcando os farroupilhas de um valor militar; imprimiu
mobilidade, novas táticas e reforços após a paz.
• 28 de fevereiro de 1845: Canabarro lança uma Proclamação dissolvendo o exército
republicano e declarando pacificada a província.
• 1º de março de 1845: Às margens do Rio Santa Maria, perto de ponche verde,
Caxias anunciava a paz.
Diversos motivos levaram os farroupilhas a assinarem a paz: o esgotamento dos
farroupilhas pelo prolongado período de guerra, faltavam roupas, armas, haviam
desentendimentos internos; o poderio dos legalistas aumentavam cada vez mais,
bloqueavam estradas e tinham táticas perfeitas; o perigo externo simbolizado pelo ditador
argentino Juan Manuel Rosas, sonhando na restauração do vice-reinado do Prata.
Após longos entendimentos entre Caxias e Canabarro, a Corte deu "carta branca" a
Caxias para a assinatura da Paz atendendo as condições farroupilhas e em 1º de março de
1845 foi publicada a carta do tratado da "PAZ DE PONCHE VERDE". As condições de paz
foram:
• O indivíduo que foi indicado pelos revolucionários para Presidente da Província, é
aprovado pelo governo Imperial e passará logo a presidir a província.
• A dívida nacional é paga pelo Governo Imperial, devendo apresentar-se ao Barão de
Caxias, a relação dos credores para ele entregar à pessoa ou pessoas para isso nomeadas
pelo Governo da República, a importância que montar a dita dívida.
• Os oficiais da República que pelo nosso comandante CI!! chefe forem indicados
passarão a servir o Exército do Brasil nos mesmos postos e, os quequiserem sua demissão,
ou não quiserem pertencer ao referido exército não serão jamais obrigados a servir, tanto
em Guarda Nacional como em primeira linha.

11
-o livres e como tais reconhecidos, todos os cativos que serviram na revolução.
causas civis, não tendo nulidades escandalosas são válidas, bem como todas as
,{fu;pe.iJ.SC1.S e licenças eclesiásticas.

i: garantida
a segurança individual e de propriedade em toda sua plenitude.
endo o Barão de organizar um corpo de linha receberão todos os oficiais para ele,
rep licanos, sempre que assim voluntariamente o queiram.
_-ossos prisioneiros de Guerra serão logo soltos e aqueles que estão fora da
, cia serão reconduzidos a ela.
_ ão serão reconhecidos em sua patente os nossos generaIS, porém gozarão das
dades dos demais cidadãos.
LLLL'u...u.L·

• O governo Imperial vai tratar definitivamente da linha divisória com o estado


Oriental do Uruguai
• Os soldados da república, com os respectivos comandantes relacionados ficam .
isentos do recrutamento de primeira linha.
• Os oficiais e soldados que pertenceram ao Exército Imperial e se apresentarem ao
serviço da República, são plenamente garantidos como os demais republicanos.

15. A GUERRA DO PARAGUAI E A INVASÃO DO RIO GRANDE DO SUL

Quando Solano Lopes assumiu a presidência do Paraguai em 1862, o Paraguai tinha


um bom desenvolvimento. Mas alguns países tinham uma opinião bastante desfavorável
sobre a situação do Paraguai: a Inglaterra defendia a liberdade do comércio sem pagar taxas
alfandegárias como às cobradas pelo governo do Paraguai. O Brasil estava interessado em
navegar pelos seus rios, o que não era permitido por aquele governo.
Os conflitos aumentaram durante a luta do Brasil contra o governo de Aguirre, no
Uruguai. Lopes rompeu relações com o Brasil e atacou a Argentina. A agressão Paraguaia
fez com que esses dois países se unissem contra Solano Lopes. Tiveram o apoio do Uruguai,
Brasil e Argentina, formaram então a "Tríplice Aliança". O comando das forças Aliadas
ficou com o general Mitre, presidente da Aliança.
Em 1865 começou a luta. A esquadria aliada destruiu a esquadra paraguaia na
Batalha do Riachuelo em 1865.
Em 1869, o Paraguai estava derrotado. Saiu arrasado do conflito.
No Rio Grande do Sul em 1864, David Canabarro colocou acampamento entre
Itaqui e São Borja.
Em maio de 1865, os paraguaios invadiram Santo Tomé. Quando os paraguaios
chegaram ao meio do Rio Uruguai, os brasileiros abriram o fogo contra o inimigo que
recuou.
Em agosto os paraguaios chegaram a Uruguaiana acampando nos arredores.
Em 18 de setembro chega a comitiva imperial a Uruguaiana. Dom Pedro 11intimou
os invasores comandados por Estigarriba a se renderem. Era o fim da invasão paraguaia no
Rio Grande do Sul.

16. O NEGRO NO RIO GRANDE DO SUL

O negro entrou no Rio Grande do Sul com a ocupação portuguesa, pois esse e os
luso-brasileiros já se acostumaram a ter escravos que não podia, dispensa-Ias nos seus

12
=-uc::......u.J...Q.. _-as expedições de João Magalhães e do Brigadeiro Silva PaIS, o escravo negro
esre=e ~resente e o comércio escravagista corria normalmente na colônia. Depois de
de viagem nos porões dos navios, sem conforto, sem higiene com alimentação
'-ú:"-llJ"-J os negros eram vendidos aos fazendeiros. A seguir partiam para as fazendas.
, do trabalho excessivo, da falta de higiene em que eram obrigados a viver, da má
~:::e;Lltação e dos maus tratos e dos escravos que ficavam doentes com freqüência e
=:illJ:::::l.êI.Ill jovens, o número de mortes era maior que o de nascimentos. Portanto, nos
:x1."('u"'~ XVI, XVII e XVII chegaram no Brasil 2.000.000 de negros.

_.o Rio Grande do Sul, na agricultura, o braço escravo era utilizado nos trabalhos
....., pesados, como a derrubada de matas, abertura de estradas. Nas charqueadas
..camente faziam tudo desde a montagem dos edifícios até o preparo do charque para
exportação.
Desde o período colonial o negro sempre participou das tropas militares, porém são
os Farroupilhas os primeiros a reconhecerem devidamente a sua colaboração. O
movimento abolicionista encontra boa guarida no Rio Grande do Sul, repercutindo'
favoravelmente em diversos municípios. O Partenon Literário criou o "Centro
Abolicionista", logo imitado por toda província, o resultado da campanha foi declarar a
cidade de Porto Alegre livre da escravidão.
Ao raiar de 1885, quase não havia mais escravos na Província. A libertação de todos
os escravos do país ocorreu em 13 de maio de 1888. Nessa data, a Princesa Isabel, que
estava governando o país durante uma viajem de D. Pedro II, assinou a "Lei Áurea". Esta
acabou definitivamente com a escravidão no Brasil. O negro recebeu a emancipação, sem
indenização pelos anos de serviço gratuito e perdendo os empregos que possuía como
escravo.
O negro estava presente em toda a vida da estância:o cuidado doméstico estava nas
mãos das escravas e mesmo o cuidado dos filhos dos estancieiros lhe cabia.

17. A IMIGRAÇÃO E A COLONIZAÇÃO ITALIANA NO RIO GRANDE DO SUL

A 24 de maio de 1870, o presidente da Província do Rio Grande do Sul criava as


colônias Conde D'Eu e Dona Isabel, localizadas entre o Rio Caí e os campos da Vacaria.
A colônia Conde D'Eu e Dona Isabel deram origem aos municípios de Garibaldi,
Carlos Barbosa e Bento Gonçalves. Os objetivos da Província em trazer imigrantes
italianos para essas colônias eram: a ocupação das terras, a necessidade de mão-de-obra e a
continuação da política de formação de uma classe média agrícola.
No ano de 1872 começaram a chegar os primeiros colonos, o plano fracassou em
1875 o governo imperial indenizou a província e assumiu a administração das colônias.
Os imigrantes tinham como objetivos: o anseio da paz e segurança; a trágica situação
do agricultor na Itália, e a propaganda das nações americanas. Os grupos italianos fixaram-
se na colônia de Nova Palmira, em 20 de maio de 1875. As terras do Rio das Antas foram
totalmente ocupadas. A partir de 1884, os colonos atravessaram o Rio das Antas, fixando-
se em Alfredo Chaves, que mais tarde deu origem aos municípios de Veranópolis, Nova
Prata e Nova Bassano.

13
onos adotaram inicialmente a economia de subsistência,}\'i.
A ferrovia ligando Porto Alegre à Caxias, em 1910, troux/ ~~ 5resso
região.
cesso econômico dos imigrantes aconteceu quando eles se inseriram no sistema
,::co::.o'-..:::;n·co da sociedade brasileira, pois esta era o único mercado consumidor.

8. SÍMBOLOS OFICWS DO RIO GRANDE DO SUL

,1-0 HINO
A 30 de abril de 1838 os farroupilhas obtiveram uma de suas maiores vitórias em
o o decênio revolucionário: a conquista da vila legalista de Rio Pardo. Em meio à
euforia do triunfo, eles descobriram que havia sido aprisionada a banda militar do 2º
Batalhão Imperial de Caçadores e seu respectivo maestro, Joaquim José de Mendanha.
Então lhe deram a ordem para que compusesse a música do Hino da República Rio-
Grandense. "Dizem" ter acontecido à primeira execução em 05 de maio de 1838, A letra
cantada atualmente é esta:

Como aurora precursora Mostremos valor, constância, Mas não basta pra ser livre,
Do farol da divindade Nesta ímpia e injusta guerra; Ser forte aguerrido e bravo;
Foi o Vinte de Setembro Sirvam nossas façanhas Povo que não tem virtude,
o precursor da liberdade. De modelo a toda terra. Acaba por ser escravo.

A adoção do hino como um dos nossos símbolos estaduais se oficializou através da


Lei 5.213, de 5 de janeiro de 1966, sendo o Governador Ildo Meneghetti.

18.2 - BANDEIRA

A bandeira do Estado do Rio Grande do Sul teve seus primórdios no dia 12 de


novembro de 1836, quando o governo da República Rio-Grandense, instalado em Piratini,
baixou o decreto criando o "escudo d'armas da República", assim entendido o pavilhão dos
farroupilhas. A bandeira compõe-se de três panos: verde, vermelho, e amarelo, em
tonalidades normais. Terá um eclipse vertical, em pano branco onde estarão insertas as
Armas. Num lenço, ao centro do Brasão, se lê "República Rio-Grandense" e, sob o brasão o
lema "Liberdade-Igualdade-Humanidade". Foi"oficialmente adotada pelo decreto estadual
ns, 5.213, de 5 de janeiro de 1966, sendo governador Ildo Meneghetti. Deve-se sua
concepção ao farroupilha Bernardo Pires, em trabalho conjunto com José Mariano de
Mattos.

18.3 - BRASÃO DE ARMAS

As armas do Estado são as da histórica República Rio-Grandense. A bandeira


incorporou o brasão após a Paz de Ponche Verde. Foi institucionalizado um dos símbolos
cívicos do Estado juntamente com a bandeira e o hino.

14
9. mOLOS ECOLÓGICOS DO RIO GRANDE DO SUL

. -_ VE

ei ns. 7.418 de 1º de dezembro de 1980, instituiu como ave-símbolo do Rio


~Uil..1!edo Sul o QUERO-QUERO. É encontrada nas campinas úmidas da América do Sul
_':'..r!!entina,Uruguai e quase todo o Brasil). É de porte elegante e de colorido geral
ento claro, com ornatos pretos na cabeça, no peito, nas asas e na cauda; o ventre é
co, como também as coberturas maiores das asas, enquanto às menores apresentam
um tom verde metálico. De cor vermelha são o bico e as pernas. Caracteriza-se por umas
penas compridas na parte posterior da cabeça. É e ave astuta, valente e briguenta. Sua voz
tem um timbre metálico e seus gritos incessantes deram origem ao nome. É bom guardião

19.2-ÁRVORE

A lei nº. 7.439, de 08 de dezembro de 1980, institui a ERVA-MATE, como árvore


símbolo do Rio Grande do Sul. A Erva-Mate é um arbusto ou árvore de 6 a 8 metros de
altura. Trata-se de uma planta de clima temperado quente, originário da América do Sul, e
que aparece em estado nativo no Paraguai oriental e no Brasil meridional.

19.3-FLOR

Por intermédio do Decreto nº. 38.400, de 16 de abril de 1998, instituiu-se como Flor-
símbolo do Estado do Rio Grande do Sul, a espécie "Brinco-de-princesa", ocorre nas
regiões mais altas, no Noroeste do Estado. Em sua grande maioria, essa flor é cultivada
como planta ornamental e é híbrida. Caracterizam-se por serem arbustos de folhas ovais
ou lanceoladas (forma de lança), algo denteada (de bordos com entalhes perpendiculares a
linha do comprimento), opostas, caules flexíveis, que lignificam ao passar do tempo. As
flores são axilares isoladas, mas abundantes: cálice tubular dividido em quatro sépalas e
carola com quatro pétalas de cores vermelho-arroxeado, envolvendo a carola roxo-violeta
Destacam-se por se adaptar a climas frios e a tolerar geadas.

19.4 - ANIMAL

O cavalo é o animal-símbolo do Rio Grande do Sul, por decreto do Governo do


Estado sancionado em 2002. Rústico, resistente e versátil é sinônimo de companheirismo e
devoção, alimentados por séculos de interdependência. Sempre fiel, foi o guerreiro dos
índios, garantiu a sobrevivência, auxiliando na busca do alimento e servindo como arma
tamanha força e valentia em guerras e batalhas travadas pela História. E foi esta coragem e
habilidade que concretizou o sonho de liberdade, independência e mantém registrada a
imagem do herói Sepé Tiaraju empunhando uma lança, montado em seu cavalo Crioulo.
Hoje, mesmo com o avanço tecnológico, o cavalo ainda não pode ser substituído por
máquinas nas lidas de campo.

15
CATEGORIA ADULTA

GEOGRAFIA DO RIO GRANDE DO SUL

1. LOCALIZAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL

o território
do Rio Grande do Sul está localizado na chamada "Zona Temperada do
Sul", que é a extensa faixa da superfície terrestre compreendida entre o Trópico de
Capricórnio e o Círculo Polar Antártico. Posição Subtropical.
O Rio Grande do Sul localiza-se no extremo meridional do Brasil, sendo um estado
de fronteira, pois limita-se com dois países sul-americanos: Uruguai e Argentina. É um
estado que faz parte da região sul do Brasil, juntamente com os Estados de Santa Catarina e
Paraná. O Rio Grande do Sul fica bem no sul do Brasil. O Rio Crande do Sul ocupa
48,86% da Região Sul. É o 9 estado em extensão do Brasil.
Q

2. LIMITES

Os limites são linhas demarcatórias que separam dois territórios vizinhos, o RS se


limita:
• Ao norte: Santa Catarina
• Ao sul: República do Uruguai
• Ao leste: Oceano Atlântico
• Ao oeste: República da Argentina

Pontos extremos
• Ao norte: Curvas do Rio Uruguai
• Ao sul: Arroio Chuí na Volta da Baleia
• Ao leste: Barra do Rio Mampituba, ao norte de Torres
• Ao oeste: Barra do Rio Quarai.

3. VEGETAÇÃO

A vegetação natural depende das características do solo e do clima, por exemplo as


matas ou florestas necessitam de solos mais ou menos profundos para que as raízes possam
se desenvolver. Os solos rasos normanlmente são cobertos por plantas de pequeno porte
que em geral constituem os campos, ao mesmo tempo as matas precisam de água por isso
ocorrem florestas em regiões de clima úmido com chuvas abundantes.

Tipos de vegetação e sua localização geográfica:


1- CAMPO: É uma vegetação rasteira formada por plantas que se desenvolvem rente
ao solo. São ervas, capim e grama. Os campos ocupam mais da metade do Estado e
estão localizados em áreas mais ou menos planas, ocupando as porções mais baixas
do planalto e parte da depressão central.
2- MATA OU FLORESTA:
a) FLORESTA: são grandes áreas de vegetação fechada (densa) com árvores altas
cujas copas se tocam.

16
) :\1ATA: são áreas cobertas de árvores altas. No Rio Grande do Sul temos a MATA
DOS PINHAIS OU ARAUCÁRIAS E A MATA SUBTROPICAL.
• MATA DOS PINHAIS OU ARAUCÁRIAS: é formada por pinheiros
também chamados de araucárias. Esta localizada no Planalto Rio-grandense
e nas Encostas, fornecendo pinhão.
• MATA SUBTROPICAL: é formada por diferentes espécies de árvores. Nela
encontram-se árvores de grande valor econômico, chamadas "madeiras de
lei", como a canela, o ipê, o louro, o angico, o cedro e outras. Localiza-se no
vale dos rios Uruguai e Jacuí.

3- VEGETAÇÃO LITORÂNEA: formada por plantas baixas (rasteiras), ralas do tipo


gramíneas é uma vegetação pobre porque o solo é a~enoso e apresenta grande
quantidade de sal. Localizada no Litoral.

4. RELEVO

Relevo é o conjunto das diferentes formas da superfície terrestre. O Relevo do Rio


Grande do Sul apresenta-se das seguintes formas: Planaltos, Planícies e Depressões. Sob o
aspecto geológico o território Rio-grandense é constituído por rochas cristalinas,
sedimentares e basálticas.
• PLANALTOS - áreas mais elevadas, planas ou onduladas, suas bordas formam
escarpa ou encosta
• PLANÍCIES - são extensões de terreno mais baixas, mais ou menos planas.
• DEPRESSÕES - são as áreas situadas abaixo do nível do mar. As depressões
alongadas são chamadas VALES, sobre o qual normalmente passa um curso de água.
• MONTANHAS - são grandes elevações de terreno com altitudes superiores a 300m.
As de menos altura são chamadas de COLINAS OU MORROS. O agrupamento de
montanhas alinhando-se numa mesma direção formam as SERRAS.
Destacam-se no Rio Grande do Sul cinco diferentes áreas de relevo:
1- Planalto Rio-grandense: no centro sul encontramos uma área de rochas muito
antigas, trata-se do escudo cristalino, apresentando morros arredondados, no
nordeste deste planalto no município de Bom Jesus localiza-se o ponto culminante
do relevo Rio-grandense o Pico do Realego com 1500 metros de altitude;
2- Campanha ou Planície do Sudeste: é uma área de elevações suaves e compridas
formando colinhas, que recebem a denominação regional de coxilhas,essa região e
conhecida como Campanha ou Pampa Gaúcho;
3- Planalto do Sudeste ou Serra do Sudeste ou ainda Escudo Rio-Grandense: são
elevações suaves com altitude inferior a 500 metros, as serras que compõem esse
conjunto são as serras de: Caçapava, Encruzilhada, Erval, Tapes, Piratini e Dom
Feliciano;
4- Depressão Central: é um extenso vale entre a serra geral e do mar, separa as terras
do Planalto norte Rio-grandense dos terrenos menos elevados do Planalto Sul Rio-
grandense;
5- Planície Litorânea: é uma faixa de terra situada ao leste do Rio Grande do Sul na
região das lagoas e charcos junto ao Oceano Atlântico que se estende do Chuí até
Torres.

17
o do Rio Grande do Sul é subtropical e úmido, as chuvas ocorrem durante
eses do ano e são bem distribuídas. No verão os ventos vindos do norte, são
ionando altas temperaturas e no inverno os ventos de origem polar, provocam
peraturas.

OS DE VENTOS

Os ventos que predominam no Estado sopram de sudoeste a nordeste. As estações do


y......,--.:r.--no
e primavera são mais ventosas, é o período em que predominam os ventos
enientes da massa de ar Tropical Atlântica.
_.o Rio Grande do Sul há vários tipos de ventos:
• Vento Minuano: vindo do sul, é frio e seco;
• Vento Pampeano: comum na campanha é frio e úmido;
• Vento Norte: este vento é quente e seco;
• Vento do Sudeste (Carpinteiro da Costa ou da Praia): comum no litoral.

6. HIDROGRÁFIA

6.1 - BACIAS HIDROGRÁFICAS


É o conjunto das terras banhadas pelo rio principal e seus afluentes. No Rio Grande do Sul
ternos duas bacias hidrográficas: a BACIA DO RIO URUGUAI e a BACIA DO RIO JACUÍ
ou BACIA DO SUDESTE.
6.1.1 - BACIA DO RIO URUGUAI - a Bacia do Uruguai é formada pelo rio Uruguai e seus
afluentes: Rio Quarai, Ibicuí, Ijuí, Passo Fundo, Várzea e Turvo.
• RIO URUGUAI - tem origem na junção dos rios Canoas e Pelotas. É um rio
de planície, separa o RS de Santa Catarina e da República da Argentina. Seu
principal afluente é o Rio Ibicuí. É o maior rio do Rio Grande do Sul. Nele
encontramos as Usinas Hidrelétricas de Itá e Machadinho.
6.1.2 - BACIA DO RIO JACUÍ ou BACIA DO SUDESTE - a Bacia do Sudeste ou do [acuí é
formada pelo Rio Jacuí e seus afluentes: Rio Pardo, Taquari, Caim, Sinos e Gravataí.
• RIO JACUÍ - é o mais importante do nosso Estado, pelas condições
excelentes de navegabilidade. Nasce a leste da cidade de Passo Fundo, na
região do Povinho, no Planalto Rio-grandense. Deságua na Laguna dos
Patos formando antes o Lago Guaíba que banha Porto Alegre. Seu principal
afluente é o Rio Taquari. Inicialmente o Rio Jacuí corre para o Sul, sobre
terras elevadas, descendo o Planalto, em um trecho acidentado com forte
correnteza, ótimo para produzir energia elétrica. Por isso nesta parte do rio
foram construídas diversas Usinas Hidrelétricas corno: Salto do [acuí,
Ernestina, Passo Real e Itaúba. Depois de descer a Encosta do Planalto, o rio
Jacuí dirige-se para leste, tornando-se um rio de planície, portanto
navegável.

18
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•... )
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o está contornado pelos rios:
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r- :.J
elotas: dividindo o RS com Santa Catarina;
-ruguai: na fronteira com a Argentina e Santa Catarina;
Quarai, Jaguarão e Lagoa Mirim: separando o RS do Uruguai.
~ ~
r- )
~ ~ . LAGUNAS, LAGOAS E LAGOS.
LI )
rn- ) - -LAGOA
rr )
São represamentos de quantidades regulares de águas, é na planície litorânea que se
I~ ~ localizam várias lagoas importantes tanto para a navegação quando para a pesca e o
I-
~ . mo. É o caso da Lagoa Mirim e da Lagoa Mangueira. Existem outras lagoas menores
I- } orno a dos Barros, Quadros, Itapeva e outros.
1:- 1
I· }
7.1.1- LAGOA MIRIM
~
!'"
~ Localiza-se no litoral, fronteira com a República do Uruguai, comunica-se com a
~. Laguna dos Patos através do Canal de São Gonçalo.

~
, 7.1.2 - LAGO GUAÍBA
,j
O Lago Guaíba é formado pelas águas dos rios [acuí, Sinos e Gravataí, lançando suas
I: águas na Laguna dos Patos. É importante via de navegação, banha a capital do Estado
(Porto Alegre).
~.

~ 7.2 -LAGUNA
É o nome que se dá às lagoas que se comunica com o oceano. A Laguna dos Patos é li
j maior laguna do Brasil, recebe as águas do Lago Guaíba e comunica-se com o Oceano
Atlântico por meio da Barra do Rio Grande. E nela se encontra a Ilha dos Marinheiros que
,'" é a maior ilha do Estado.
••• ~
8. HIDRELÉTRICAS E TERMELÉTRICAS
., -
~
O crescimento da industria no Rio Grande do Sul foi possível graças a um
considerável aumento de capacidade de geração de energia elétrica ocorrido em 1970 esse
,~t aumento foi obtido com a construção de diversas usinas.
4 ___
8.1 - USINAS HIDRELÉTRICAS
4'" Utilizam a força da água (hidráulica) para produzir energia elétrica. As principais
hidrelétricas do RS são:
4~ • USINA DE ITAÚBA - situada no município de Arroio do Tigre, utiliza as
4 I
4"
4'"
águas do Rio Jacuí;
• USINA DO SALTO DO JACUÍ - situada no município de Salto do Iacuí,
utiliza as águas do Rio [acuí ;
4 -. • USINA DO PASSO REAL - situada no município de Espumoso, utiliza as
..t i

águas do Rio Jacuí;


~~
4_ ~
19
41 •
~~ ~
~
• USINA DE MACHADINHO - situada no município de Machadinho, utiliza
as águas do Rio Uruguai;
• USINA DE ITÁ - situada no município de Itá, utiliza as águas do Rio
Uruguai
• USINA DE ERNESTINA - situada no município de Ernestina, utiliza as
águas do Rio Passo Fundo.

Sendo que as Usinas de Machadinho e Ita são consideradas as maiores do RS.


do as mesmas estiverem operando com sua capacidade máxima o RS será auto
.ente em geração de energia elétrica.

82 - USINAS TERMELÉTRICAS
Utilizam o calor, a partir da queima de combustíveis (lenha, carvão e petróleo) para
produção de energia elétrica. No RS temos as seguintes Usinas Termelétricas:
• USINA TERMELÉTRICA DE CHARQUEADAS - no municio de
charqueadas, utiliza o carvão como fonte de energia;
• USINA TERMELÉTRICA PRESIDENTE MÉDICI - situada a 4 km da mina
de Candiota, utiliza o carvão.
Em 2000 entrou em operação a Termelétrica de Uruguaiana.
Atualmente cerca de 70% da produção de eletricidade no nosso estado é obtida de
geradores hidráulicos e os demais 30% são conseguidos de geradores térmicos.

9. A ECONOMIA

As atividades da economia do Rio Grande do Sul são:


• Agricultura;
• Pecuária;
• Mineração;
• Produção industrial;
• Comércio.

9.1 - AGRICULTURA
Os principais produtos cultivados no Rio Grande do Sul são: arroz, milho, soja e
trigo. Em menor escala encontramos: o feijão, a batata, a cebola, o fumo, a mandioca, a
erva-mate e as frutas.

9.2 - PECUÁRIA
A campanha gaúcha é a região típica da pecuária do Rio Grande do Sul - O PAMP A
- onde existem grandes pastagens, como também os Campos de Cima da Serra, no planalto
rio-grandense (municípios de Lagoa Vermelha, Bom Jesus, Vacaria e São Francisco de
Paula). Os rebanhos mais significativos são os de: bovino, suíno, ovino e eqüino. O Rio
Grande do Sul é o maior produtor de lã do Brasil.

9.3 - MINERAÇÃO
OS principais minerais extraídos do solo rio-grandense são: carvão, cobre, ferro,
chumbo e estanho, ouro, calcário, xisto e pedras semipreciosas.

20
ODUÇÃO INDUSTRIAL
indústrias de produtos alimentícios são as que mais se destacam no Rio Grande do
o que outros setores também têm seu percentual de desenvolvimento, tais como:
ruímico, metalúrgica, mecânico, calçados, vestuário, bebida, agroindústrias e
J2:='CK .•

rermanas.

~ -COMÉRCIO
O comércio consiste na compra e venda de produtos obtidos pela agricultura,
dústria e pecuária. Os produtos que temos de sobra são vendidos para outros estados do
osso país e os que nos faltam são comprados, assim o comércio é feito entre estados e
regiões que dependem uma das outras.

21
CATEGORIA ADULTA

TRADIÇÃO, TRADICIONALISMO E FOLCLORE DO RIO GRANDE DO SUL

1. TRADIÇÃO, TRADICIONALISMO, FOLCLORE, FOLCLORE NATIVISMO

. -TRADIÇÃO

É o ato de transmitir os fatos culturais de um povo, através de suas gerações. É a


missão das lendas, narrativas, valores espirituais, acontecimentos históricos, através
os tempos, de pais para filhos.
É um conjunto de idéias, usos e costumes, recordações e símbolos, conservados pelos
tempos. É um culto, costume das boas coisas do passado. O povo gaúcho tem no chimarrão,
no fandango, na pilcha, nas lendas, na música, na poesia, na doma, a mais bela das
tradições.

1.2 - TRADICIONALISMO

É a tradição em marcha, passando de geração a geração. É a arte de colocar em


movimento peças de uma tradição. São os meios pelos quais a tradição passa de pai para
filho. É um movimento.
O tradicionalismo gaúcho busca conservar as boas coisas do passado através do culto
e da vivência.

1.3-FOLCLORE

É o conjunto de conhecimentos, crenças e costumes que o povo herda do passado que


sobrevive sem ensino formal.
FOLCLORE COMO CIÊNCIA: é uma ciência que estuda as manifestações do povo.
Estuda a maneira de sentir, pensar, agir e reagir do homem na sociedade. Estuda
cientificamente, o conjunto das tradições, poemas, lendas, crenças populares, ou seja, a
cultura material, espiritual e moral de um povo.
FOLCLORE COMO MANIFESTAÇÃO POPULAR: é a manifestação espontânea de
um povo, transmitida oralmente, de geração para geração. São manifestações folclóricas: as
lendas, os contos, os provérbios, as canções, as danças, as superstições, as cantigas de roda ...
FOLCLORE GAÚCHO: é muito rico, graças à influência dos diferentes elementos
humanos que contribuíram para a formação de nossa cultura. Nele podemos identificar
manifestações de origem alemã, italiana, portuguesa, africana e indígena.
Nosso folclore registra, na sabedoria popular, usos e costumes maravilhosos, de
nossos antepassados.
O dia 22 de agosto foi institucionalizado como o dia do folclore no mundo. Em 1965
foi declarado no Brasil, pelo presidente Humberto Castelo Branco.

1.4 - NATIVISMO

22
É tudo aquilo que é próprio do lugar de nascimento, natural, não adquirido e que
conserve as características originais. É o sentimento de defesa e amor ao pago nativo. A
---.T~C1'~ nativista nasce do desejo de cantas as coisas do Rio Grande do Sul.

Os estivais nativistas buscam temas naturais (natureza) num canto de preservação e


'Gêill:!TICl·L<i'da
destruição da natureza.

2 TRADICIONALISMO ORGANIZADO

-CRIAÇÃO

A partir de 1947, com a criação do Departamento de Tradições Gaúchas do Grêmio


=.studantil Júlio de Castilhos de Porto Alegre, o tradicionalismo passou a organizar-se.
Decorria o ano de 1947. A Liga de Defesa Nacional incluiu entre as programações da
Semana da Pátria daquele ano, a transladação dos restos mortais do General David
Canabarro de Santana do Livramento até o Partenon Rio-Grandense da Santa Casa de
_ lisericórdia em Porto Alegre e para acompanhar o cortejo foi organizado um piquete de
OITO cavalarianos gaúchos do Departamento de Tradições Gaúchas do Grêmio Estudantil
Júlio de Castilhos, que mais tarde ficou conhecido oficialmente por GRUPO DOS OITO.

2.2 - O GRUPO DOS OITO

O Grupo dos Oito era formado pelos jovens estudantes: João Carlos Paixão Côrtes,
Antônio João Sá de Siqueira, Cilço Campos, Cyro Dias da Costa, Cyro Dutra Ferreira,
Fernando Machado Vieira, [ão Machado Vieira e Orlando Jorge Degrazia.

2.3 - CRIAÇÃO DO "35 CTG"

Foi criado em 24 de abril de 1948 em Porto Alegre. O "35 CTG" nasce da


espontaneidade de impulsos da juventude. Estudantes do Colégio Estadual Júlio de
Castilhos, sob a liderança decidida e incansável de João Carlos Paixão Côrtes, preocupados
com o estado de esquecimento em que se achavam as tradições do Rio Grande do Sul, pela
influência norte-americana da época, fundaram, naquele educandário o Departamento de
Tradições Gaúchas do Colégio Estadual Júlio de Castilhos.

2.4 - A ORIGEM DA RONDA CRIOULA

A realização da 1ª Ronda Crioula (hoje Semana Farroupilha) foi uma iniciativa do


Departamento de Tradições Gaúchas do Grêmio Estudantil Júlio de Castilhos, liderado por
Paixão Côrtes.
Ocorreu no ano de 1947, no dia 7 de setembro - Independência do Brasil até 20 de
setembro - início da Revolução Farroupilha. Com uma Centelha de Fogo Simbólico da
emana da Pátria, transportada até o Colégio Júlio de Castilhos onde foi colocada num
candeeiro crioulo. Estava instituída a 1ª CHAMA CRIOULA P as comemorações
farroupilhas.

25 -ATIVIDADES CULTURAIS DESENVOLVIDAS NA 1ª RONDA CRIOULA


(de 07 a 20 de setembro de 1947)
1. Retirada à centelha da Chama da Pátria;

23
2. Formação de um piquete de 8 cavalarianos;
3. A chama foi colocada num candeeiro típico, no Colégio Júlio de Castilhos em Porto
Alegre;
. Fogo de Chão (aceso) com gaúchos ao redor contando causos, aguardando seu
o de Ronda, para substituir o companheiro da guarda de homa à Chama Crioula,
corria de mão em mão o chimarrão;
5. Apresentação de gaiteiros, violeiros, cantores, declamadores e trovadores;
6. Decoração do Colégio Júlio de Castilhos, com utensílios campeiros;
7. Exposição de quadros e fotografias com motivos tradicionalistas;
8. Conferências sobre os objetivos e a importância da Ronda;
9. Realização do Fandango, no Teresópolis Tênis Clube, <::0I!"' músicas e danças
gaúchas (dupla Osvaldinho e Zé Bemardes);
10. Escolha da 1ª Prenda da Ronda;
11. Concurso de indumentária masculina e feminina;
12. Concurso de declamação;
13. Desfile gauchesco (Dia 20 de setembro);
14. Churrasco e culinária gaúcha.

3. MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO - MTG

3.1 - CRIAçÃO
O Movimento Tradicionalista Gaúcho, identificado também pela sigla MTG, foi
criado, com aprovação de seus estatutos no 12º CONGRESSO TRADICIONALISTA
realizado em Tramandaí no dia 28 de outubro de 1966.
O MTG é uma federação de entidades tradicionalistas juridicamente constituídas. .
Tem objetivos associativos e ideológicos, agindo para orientar e disciplinar as atividades
dos seus filiados, especialmente no que diz respeito ao cumprimento da Carta de
Princípios.

3.2 - ORGANIZAÇÃO
O Movimento Tradicionalista Gaúcho é administrado por um CONSELHO
DIRETOR, composto de 33 membros, com mandado de 2 anos, eleitos através de dois
Delegados de cada CTG ou entidade filiada - efetiva durante a Assembléia Geral Eletiva,
que é realizada no CONGRESSO TRADICIONALISTA.
O novo CONSELHO DIRETOR escolhe entre si um PRESIDENTE, um VICE-
PRESIDENTE ADMINISTRATIVO, um VICE-PRESIDENTE DE FINANÇAS, um VICE-
PRESIDENTE CULTURAL e um VICE-PRESIDENTE DE EVENTOS.
Ficando constituída da seguinte maneira:
• Presidente;
• Quatro vice-presidentes:
• Secretário executivo;
• Departamentos: cultural, artístico, campeiro, social e departamento jovem.
No VIII CONGRESSO TRADICIONALISTA realizado de 20 a 23 de julho de 1961,
em Taquara, foram traçados os objetivos do MTG num documento denominado "CARTA
DE PRINCÍPIOS" de autoria de Glaucus Saraiva. São eles:

24
I - Auxiliar o Estado na solução dos seus problemas fundamentais e na conquista do
bem coletivo.

II - Cultuar e difundir nossa História, nossa formação social, nosso folclore, enfim,
Tradição, como substância basilar da nacionalidade.

m - Promover, no meio do nosso povo, uma retomada de consciência dos valores


orais do gaúcho.

IV - Facilitar e cooperar com a evolução e o progresso, buscando a harmonia social,


criando a consciência do valor coletivo, combatendo o enfraquecimento da cultura comum
e a desagregação que daí resulta.

v - Criar barreiras aos fatores e idéias que nos vem pelos veículos normais de
propaganda e que sejam diametralmente opostos ou antagônicos aos costumes e pendores
naturais do nosso povo.

VI - Preservar o nosso patrimônio sociológico representado, principalmente, pelo


linguajar, vestimenta, arte culinária, forma de lides e artes populares.

VII - Fazer de cada CTG um núcleo transmissor da herança social e através da prática
e divulgação dos hábitos locais, noção de valores, princípios morais, reações emocionais,
etc.; criar em nossos grupos sociais uma unidade psicológica, com modos de agir e pensar
coletivamente, valorizando e ajustando o homem ao meio, para a reação em conjunto
frente aos problemas comuns.

VIII - Estimular e incentivar o processo aculturativo do elemento imigrante e seus


descendentes.

IX - Lutar pelos direitos humanos de Liberdade, Igualdade e Humanidade.

X - Respeitar e fazer respeitar seus postulados iniciais, que têm como característica
essencial a absoluta independência de sectarismos político, religioso e racial.

XI - Acatar e respeitar as leis e poderes públicos legalmente constituídos, enquanto


se mantiverem dentro dos princípios do regime democrático vigente.

XII - Evitar todas as formas de vaidade e personalismo que buscam no Movimento


Tradicionalista veículo para projeção em proveito próprio.

XIII - Evitar toda e qualquer manifestação individual ou coletiva, movida por


teresses subterrâneos de natureza política, religiosa ou financeira.

XIV - Evitar atitudes pessoais ou coletivas que deslustrem e venham em detrimento


dos princípios da formação moral do gaúcho.

25
xv - Evitar que núcleos tradicionalistas adotem nomes de pessoas vivas.

XVI - Repudiar todas as manifestações e formas negativas de exploração direta ou


. eta do Movimento Tradicionalista.

XVII - Prestigiar e estimular quaisquer iniciativas que, sincera e honestamente,


~ eiram perseguir objetivos correlatos com os do tradicionalismo.

XVIII - Incentivar, em todas as formas de divulgação e propaganda, o uso sadio dos


autênticos motivos regionais.

XIX - Influir na literatura, artes clássicas e populares e outras formas de expressão


espiritual de nossa gente, no sentido de que se voltem para os temas nativistas.

xx - Zelar pela pureza e fidelidade dos nossos costumes autênticos, combatendo


todas as manifestações individuais ou coletivas, que artificializem ou descaracterizem as
nossas coisas tradicionais.

XXI - Estimular e amparar as células que fazem parte de seu organismo social.

XXII - Procurar penetrar e atuar nas instituições públicas e privadas, principalmente


nos colégios e no seio do povo, buscando conquistar para o Movimento Tradicionalista
Gaúcho a boa vontade ea participação: dos representantes de todas as classes e profissões
dignas.

XXIII - Comemorar e respeitar as datas, efemérides e vultos nacionais e,


particularmente o dia 20 de setembro, como data máxima do Rio Grande do Sul.

XXIV - Lutar para que seja instituído, oficialmente, o Dia do Gaúcho, em paridade de
condições com o Dia do Colono e outros "Dias" respeitados publicamente.

xxv - Pugnar pela independência psicológica e ideológica do nosso povo.

XXVI - Revalidar e reafirmar os valores fundamentais da nossa formação, apontando


às novas gerações rumos definidos de cultura, civismo e nacionalidade.

XXVII - Procurar o despertamento da consciência para o espírito cívico de unidade e


amor à Pátria.

XXVIII - Pugnar pela fraternidade e maior aproximação dos povos americanos.

XXIX - Buscar, finalmente, a conquista de um estágio de força social que lhe dê


ressonância nos Poderes Públicos e nas Classes Rio-grandenses para atuar real, poderosa e
eficientemente, no levantamento dos padrões de moral e de vida do nosso Estado,
rumando, fortalecido, para o campo e homem rural, suas raízes primordiais, cumprindo,
assim, sua alta distinação histórica em nossa Pátria.

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3.3 - DIVISÃO ADMINISTRATIVA EM REGIÕES TRADICIONALISTA

O YITG está dividido em 30 regiões tradicionalistas, cada uma é presidida por um


coordenador, que é representante da região mediante o MTG e as autoridades de sua
região, cada Região Tradicionalista é presidida por um Coordenador . que é o
resentante da região mediante o MTG e as autoridades de sua região, que é escolhido na
Assembléia eletiva regional pelos patrões das entidades filiadas que comprovem ter
.cipado de 70% dos encontros de Patrões.
O mandato do coordenador é de um ano, com direito a reeleição sendo empossado
o Congresso Tradicionalista juntamente com os Conselheiros do MTG.

4. CENTRO DE TRADIÇÕES GAÚCHAS

Um Centro de Tradições Gaúchas (CTG) é uma entidade associativa organizada


com finalidade sociocultural, a nomenclatura campeira as associação, inventada por
Glauco Saraiva, partiu do princípio que o CTG é uma estância simbólica.
ela, o Presidente é o PATRÃO, o Vice-Presidente é o CAPATAZ, o secretário é o SOTA
CAPATAZ, o tesoureiro é o AGREGADO DAS PILCHAS, o orador é o AGREGADO DAS
FALAS, o sócio é o PEÃO, a sócia ou dependente mulher é a PRENDA, o menino é o PIÁ,
a menina é a PRENDINHA ou a PRENDA MIRIM, os conselheiros são os VAQUEANOS,
os departamentos são as INVERNADAS e os titulares são os COORDENADORES, o
responsável pela limpeza da sede é o PEÃO CASEIRO, os bailes 850 os VA NDA NGOS.
Um CTG deve ter no mínimo os seguintes Departamentos: CAMPEIRO,
ARTÍSTICO, CULTURAL E JOVEM.
OS Centros de Tradições Gaúchas, bem como as demais entidades filiadas ao MTG
tem como finalidade e aplicação, entre seus associados e na área de sua influência, dos
objetivos contidos na Carta de Princípios do MTG.

5. EVENTOS OFICIAIS DO MTG

5.1 - CONGRESSO TRADICIONALISTA DO RIO GRANDE DO SUL

Reúne-se anualmente em local e data fixada no Congresso anterior. É realizado na 1ª


quinzena de janeiro. O Congresso Tradicionalista do Rio Grande do Sul é a reunião em
Assembléia geral das entidades filiadas efetivas, com objetivo de traçar diretrizes rumos e
princípios para o MTG, é no congresso que é eleito o novo Presidente e empossado os
coordenadores das 30 RT.

5.2 - CONVENÇÃO TRADICIONALISTA DO RIO GRANDE DO SUL

Reúne-se anualmente em local e data fixados em convenção anterior. É realizada na


2~ quinzena de julho. A convenção é integrada pelos membros do Conselho Diretor,
Coordenador das 30 RT, Conselho de Vaqueanos e Junta Fiscal, com o objetivo de
estabelecer regramento claro para a prática do gauchismo, sempre para a preservação dos
aspectos tradicionais e referentes à organização das atividade.

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5.3- CIRANDA CULTURAL DE PRENDAS
5.3.1- ETAPA REGIONAL

Essa etapa é organizada sob a responsabilidade da Coordenadoria Regional,


assessorada pela Vice-presidente de cultura do MTG e por um conselheiro indicado pelo
G. As entidades detentoras de títulos regionais de prendas poderão habilitar-se para
sediar o evento, caso isso não ocorra, cabe a Vice-presidência de cultura decidir sobre o
ocal da realiz~ção.

5.3.2 - ETAPA ESTADUAL

Nessa etapa concorrem as Primeiras Prendas regionais ou suas substitutas legais,


inscritas em tempo hábil. Realizado na Região da 1ª Prenda do Estado, com preferência, no
seu município. Ocorre na 2ª quinzena do mês de maio.

5.4 - ENTREVERO CULTURAL DE PEÕES E GURIS FARROUPILHA

É realizado na Região de origem do Peão Farroupilha desde que reúna as condições


necessárias à realização de todas as provas. Ocorre na 2ª quinzena do mês de abril.

5.5- SEMINÁRIO ESTADUAL DE PRENDAS E CAMPEIRO DE PEÕES


É realizado nos mesmos dias da FECARS.

5.7- ENART (ENCONTRO DE ARTES E TRADIÇÃO GAÚCHA)


Tem por finalidade a preservação, valorização e divulgação das artes, da tradição, dos
usos e costumes e da cultura popular do Rio Grande do Sul. Os principais objetivos são:
• Promover o intercâmbio cultural entre os participantes das diversas regiões culturais
do Rio Grande do Sul.;
• Projetar a cultura popular e tradicional do Rio Grande do Sul em nível regional e
estadual, abrindo perspectivas de amplitude além de nossas fronteiras;
• Promover a harmonia, a integração e o respeito entre os participantes;
• Valorizar o artista amador do Rio Grande do Sul.
É realizado em três etapas:
• lª Fase: ENART REGIONAL
LOCAL: Definido pela coordenadoria
• 2ª Fase: ENART MACRO REGIÕES
LOCAL: Em região que habilitar-se como sede
• 3ª Fase: ENART ESTADUAL
LOCAL: Cidade de Santa Cruz
DATA: Mês de novembro

5.8- FECARS (FESTA CAMPEIRA DO RIO GRANDE DO SUL)

Tem por finalidade divulgar e valorizar os hábitos campeiros do Rio Grande do Sul.
Fase Estadual
Local: definido pela Convenção Tradicionalista.

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6. SEMANA FARROUPILHA

6.1- ÉPOCA

De 14 a 20 de setembro de cada ano.


Oficializada pela Lei Estadual ns, 4850 de 11 de setembro de 1964.

62-0RIGEM

A Semana Farroupilha se originou de uma Ronda Cívica, com uma chama acesa antes
da extinção da chama da pira da Pátria, dia 7 de setembro de 1947.

6.3 - CRIAÇÃO

Foi criada pelo Departamento de Tradições Gaúchas [úlio de C~5!m~.OSde Porto


Alegre, comandada pelo estudante João Carlos Paixão Côrtes e pelo Grupo dos Oito.

6.4 - OBJETIVOS

• Divulgar os símbolos Rio-Grandenses, esclarecendo o uso e o conhecimento dos


mesmos;
• Estimular as pessoas a entoarem o Hino Rio-Grandense, divulgando sua letra e
música;
• Promover palestras, cursos ou seminários para incentivar o conhecimento da
História do Rio Grande do Sul;
• Realizar palestras, a fim de que seja destacado o "Sentido Cívico do 20 de Setembro
de 1835" e a valorização e a importância da Semana Farroupilha.

6.5 - CHAMA CRIOULA

A Chama Crioula é o símbolo autêntico da tradição gaúcha representado na Semana


Farroupilha o compromisso de manter acessa a Chama sagrada de servir nossos irmãos e
irmanados, procurar despertar valores positivos do ser humano.
A Chama Crioula é um símbolo do gaúcho, representa o facho, que nunca se apagou
nos corações dos sul-rio-grandenses, arde permanentemente nos Centros de Tradições
Gaúchas. Conserva aceso os ideais de justiça e liberdade. Símbolo da fertilidade de uma
cultura própria.

7. CHIMARRÃO·

7.1- ORIGEM

O Chimarrão é originário da Colômbia. A erva-mate e seu uso foi descoberto pelos


espanhóis de Assumpção. Seu aparecimento, como hábito, deu-se entre os guaranis, tribo
que vivia em território compreendido entre os rios Paraná, Uruguai e Paraguai.

7.2 - IMPORTÂNCIA SOCIAL

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o chimarrão. ou mate é o símbolo da cordialidade, de confiança depositada de
ínzimidades entre as pessoas. A hospitalidade é um valor constante na vida do Gaúcho. E o
o chimarrão é o fator agregador; que reúne, que harmoniza através do calor
m::::::a110 o relacionamento entre as pessoas.
_ o se formar uma "roda de chimarrão" todas as pessoas se tomam amigas, pois este é
- ~..: o numa só cuia que passa de mão em mão e a bomba passa de boca em boca. Só
.zos poderão ter esse privilégio. Por isso, o chimarrão é o símbolo da hospitalidade
. cha e alcança todas as classes .

.3 - OS AVIOS DO MATE

Avios é o conjunto de objetos, utensílios que são usados para o mate. O aparelho do
mate é constituído especificamente da cuia e bomba. Pode ser acrescido do tripé (para o
apoio da cuia). O mate é o conjunto de: cuia, erva-mate e bomba.
A cuia é feita de porongo. O porongo é o fruto do porongueiro, que depois de
maduro, se torna lenhoso e oco, com sementes soltas em seu interior.
A bomba do mate é formada por um canudo metálico de 20 a 25 em de
comprimento. Uma das extremidades é achatada, deixando um pequeno orifício para
impedir o fluxo excessivo de água. Na outra ponta, possui um ralo, coma finalidade de coar
a infusão da erva-mate.
A erva-mate é feita das folhas da erveira, que depois de recolhida é sapecada, secada
e triturada.

7.4 - PREPARAR O CHIMARRÃO OU CEVAR O MATE

• Colocar uma cevadura (certa quantidade) de erva-mate na cuia, equivalente a 2/3 de


sua capacidade;
• Acomodar a erva-mate sobre um lado da cuia;
• Colocar água morna, nunca chiando, no espaço sem erva da cuia;
• Deixar inchar a erva;
• Tampar o bocal da bomba com o dedo polegar, introduzindo-a bem no fundo, sobre
um costado de erva;
• Sorver o primeiro mate ou cuspir fora. Geralmente o cevador ou mateador cospe fora .
esta primeira infusão, por isso o primeiro mate é chamado de MA TE DO ZONZO,
VENENO DO MATE ou MATE CUSPIDO.

7.5 - LINGUAJAR PECULIAR

a) O ato de preparar o mate é chamado de: cevar o mate, fechar o mate e enfrenar o
mate;
b) O termo AMARGO é usada no lugar de mate ou chimarrão;
c) Para iniciar uma roda de chimarrão, os convites são:
• Vamos matear?
• Vamos chimarrear?
• Vamos verdear?
• Vamos gervear?
• Vamos amaguear?

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• Vamos tomar um mate?
• amos tomar um chimarrão?
• amos apertar um mate?
• OJ,Ietal um mate?
Mate solito: é o mate tomado isoladamente;
e) ate de parceria: a pessoas espera por companheiros a fim de motivar o mate;
Roda de mate: agrupar pessoas de diferentes raças, credo, cor ou posse material,
integrando-as num clima de respeito enquanto o mate é sorvido;
Mate lavado: é o mate que perdeu o sabor, deixou de espumar;
h) Mate virado: retira uma parte lavada da erva-mate e acrescenta uma parte nova de
erva
i) Encilhar o mate: novo recurso de reaproveitar o mate, reforma o mate ou seca a
erva ao sol para recuperar a parte da fortidão;
j) O pialador de mate: é o indivíduo que, chegando numa roda de mate se posiciona
de tal maneira a receber o próximo mate;
k) Tome mais um mate: o gaúcho costuma dizer para uma pessoa que está querendo ir
embora: "E cedo ainda, tome mais um mate".
1) Mate de estribo: é o mate que se toma antes de ir embora;
m) Mate de João Cardoso: é o mate que nunca chega, fica só na promessa.

7.6 - LINGUAJAR POÉTICO

O chimarrão é utilizado como veículo sutil de comunicação. Assim:


• Mate com açúcar: significa "só amizade";
• Mate com açúcar queimado: "simpatia";
• Mate com canela: "só penso em ti";
• Mate com casca de laranja: "vem buscar-me";
• Mate com mel: "quero casar contigo";
• Mate frio: "desprezo";
• Mate lavado: "vá tomar mate noutra casa";
• Mate enchido pela bomba: "está na hora de ir embora", "você é indesejado";
• Mate muito amargo (redomão): "chegaste tarde já tenho novo amor";
• Mate com sal: "não apareça aqui";
• Mate muito longo: "a erva está acabando";
• Mate curto: "po de prosear a' vonta d"
e ;
• Mate servido com a mão esquerda: "pessoa não é bem vinda".

8. CULINÁRIA GAÚCHA

8.1- PRATOS SALGADOS


Para o estudo da cozinha gaúcha, devem-se considerar as particularidades regionais:
mana (a base de produtos do mar); a cozinha da campanha e missões (predominando as
es vacum e ovino); na regiao dos campos de cima da serra (onde o pinhao tem
presenca e o café com graspa sobrepõe ao chimarrão).

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Os pratos mais característicos da cozinha gaúcha são dois: churrasco e arroz de
carreteiro.
O CHURRASCO - é toda a carne assada nas brasas, labaredas ou sob o calor do fogo,
com ou sem espetos.
O ARROZ DE CARRETEIRO - era o prato predileto dos carreteiros que
transportando mantimentos e abrindo caminhos pelas matarias e descampados
contribuíram para o povoamento dos pampas-riograndense.
Temos ainda outros pratos típicos da culinária campeira;
• Arroz engasga-gato - é o arroz feito com carne fresca, cortada em grandes
pedaços mistura de vários tipos de carne, cozido com bastante água em forma de
sopão, o arroz fica grudento.
• Arroz de china pobre - é o arroz feito com lingüiça esbugalhada.
• Fervido - é um sopão com muito vegetal e osso com carne (contendo tutano).
Quando estiver pronto, retiram-se com a escumadeira as partes sólidas, o caldo é
grosso é mexido com farinha de mandioca formando um pirão.
• Puchero - é um sopão com muito vegetal e carne de .peito (às vezes com
costela ou até com lingüiça), mas sem tutano e sem pirão.
• Revirado de feijão - feijão cozido, bem temperado, podendo ter pedaços de
carne suína ou courinho, engrossado com farinha de mandioca.
• Citamos ainda o mocotó, a farofa simples, a farofa com couve, matambre,
rabada, arroz com pêssego (origones).
• PRATOS DOCES - ambrosia, arroz doce,(com leite), sagu, frutas em calda,
frutas cristalizadas, doces de tacho (chímia, marmelada, etc ..)

9. DANÇAS TRADICIONAIS

A dança foi inicialmente utilizada para rogar favores aos deuses ou homenageá-los,
mais tarde a dança passou a ser utilizada como recreação, prazer e diversão.
A dança de sala é de origem francesa (1835) primeira festa com o nome de baile, os
principais divulgadores da dança foi: Espanha, Portugal, França e Áustria.

9.1 - Ciclo das danças

As danças se apresentam em quatro ciclos:


• Minueto: como música foi usado em composições para piano ou orquestra, como
dança teve origem na região de Poitu. Se tornou a principal dança da aristocracia. É uma
dança com gestos comedidos e refinados, com muitas mesuras, citamos o Anú e o
Carangueijo;
• Fandango: vem do latim, origem na Espanha, herança do árabe deixada pelos
mouros. Substituiu o minueto. Dança de galanteio e exibição, são exemplos deste: o
Balaio e o Tatu;
• Contradança: tornou-se a dança de abertura dos bailes da corte, chegou ao Brasil
com a corte portuguesa, no Sul foram enriquecidas com a chegada dos açorianos e luso-
brasileiros, na forma alegre e distraída: Quadrilha, Polonaise e Pericon são exemplos de
Contradança;

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ares enlaçados: A valsa é o exemplo mais marcante desta fase, que tomou conta dos
é alegre e envolvente.

- Danças tradicionais: origens e caracteristicas

As danças tradicionais são as seguintes:


• Anu: sapateada, origem espanhola;
• Balaio: sapateada, origem portuguesa;
• Cana verde: não sapateada, origem portuguesa;
• Caranguejo: não sapateada, origem portuguesa;
• Chico sapateado: sapateada, origem portuguesa;
• Chimarrita: não sapateada, origem portuguesa;
• Chimarrita-balão:sapateada, origem portuguesa;
• Chote de carreirinho: não sapateada, origem alemã;
• Chote de sete voltas: não sapateada;
• Chote de duas damas: não sapateada, origem alemã;
• Chote de quatro passi: não sapateada, origem italiana;
• Chote inglês: não sapateada, origem alemã;
• Havaneira marcada: não sapateada, origem espanhola;
• Maçanico: não sapateada, origem portuguesa;
• Meia canha ou polca de relações: não sapateada, origem espanhola;
• Pau de fitas: não sapateada, origem universal;
• Pezinho: não sapateada, origem portuguesa;
• Quero-mana: não sapateada;
• Rancheira de carreirinha: não sapateada, origem espanhola;
• Rilo: não sapateada, origem escocês;
• Roseira: sapateada, origem portuguesa;
• Sarrabalho: sapateada por prendas e peões, origem portuguesa;
• Tatu: sapateado e criação invemada artística do 35 CTG em 1954;
• Tatu com volta no meio: sapateada, origem no fandango gaúcho;
• Tirana do lenço: sapateada, origem espanhola.
São consideradas danças masculinas as danças de facões (que tem influencia negra) e
dança da chula (de origem portuguesa, lembra um pouco das danças africanas como
disputa).

10. PRINCIPAIS RITMOS DOS FANDANGOS

Os ritmos tocados nos fandangos são:


• BUGIO: aos feitos da ralé com movimentos semelhantes aos feitos pelo macaco, o
que caracteriza o bugio é o jogo do fole da gaita. É o único ritmo exclusivamente gaucho.
• VANEIRA - origem dos negros de Cuba e Haiti.
• VANEIRÃO - mesma vaneira com movimentos mais rápidos.
• RANCHEIRA - denominação dada à mazurca.
• POLCA - é também chamada de polquinha dela surgiram às brincadeiras.
• VALSA - de origem australiana.

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• CH OTE - de ongem italiana ou alemã pode ser dançado tanto enlaçado como
cado.
• ~mONGA - dança que veio de Buenos Aires para o RS, da mesma geração do tango.
• CHAMAMÉ - é uma polca européia modificada na Argentina.

11. INSTRUMENTOS MUSICAIS DO FOLCLORE

Os instrumentos folclóricos mais conhecidos são: gaita, viola, violão, rabeca.


• GAITA PIANO - é de origem italiana e apareceu no Rio Grande do Sul em 1875, foi
inventada pelo austríaco Damien Buschmann em 1829.
• GAITA BOTÃO - é muito popular no Rio Grande do Sul, onde existe somente uma
fábrica no Rio Grande do Sul DANIELSON: Santa Rosa.
• VIOLA - é o mais antigo instrumento musical do Rio Grande do Sul, trazido pelos
portugueses e espanhóis.
• VIOLÃO - é um instrumento muito antigo, sua introdução no Rio Grande do Sul
ocorreu durante a guerra do Paraguai, entre 1860 e 1870 sua origem é espanhola e
portuguesa.
• RABECA - é uma espécie de violino que está em desuso, é da época da viola trazido
por europeus especialmente por padres jesuítas.
Encontramos ainda alguns instrumentos muito importantes na nossa cultura,
porém menos utilizados na atualidade: pandeiro, serrote, colheres, marimbau, tambor,
triangulo, reco-reco, age, machaça, pente de boca, duas cuias, gaita de boca, flauta.

12. MUSICAS FOLCLÓRICAS

Musica folclórica é aquela que é verdadeiramente popular porque é aceita pelo


povo, preservar-se e transmitir naturalmente de pessoa para pessoa, de geração para
geração.
As musicas folclóricas se apresentam na forma de cantigas que são elas:
Cantigas de mendigar, de beber, de adormecer e ninar, de danças, de trabalho ou pregões e
até mesmo religiosas.

13. CRENDICES E SUPERSTIÇÕES DO RIO GRANDE DO SUL

13.1 - CRENDICES

Crendice é aquilo que o homem crê, mas não teme. É quando se faz algo para dar
sorte e saúde. Alguns exemplos de crendices:
• Para melhorar o tempo entrar na chuva e rezar três vezes com os dedos entrelaçados
ta Clara, traz o sol para enxugar o meu lençol";
Sobre doença uma ferradura fixada na porta evita que a doença entre em casa;
Quem brinca com fogo faz xixi na cama;
Comer a rapa de arroz faz chover no dia do casamento.

ERSTIÇÃO

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É aquilo que. o homem acredita e teme, é aquilo que dá azar, que não presta aquilo
ue se deixa de fazer por medo. Como objetos de defesa e para trazer sorte são usados os
etos, transformados em adornos e jóias, tais como:
• A figa;
• O ramo de arruda;
• O olho;
• O trevo;
• O pé de coelho.
Exemplos de superstições:
• Relógio parado;
• Abrir guarda-chuva dentro de casa;
• Derramar sal.
As crendices e superstições foram trazidas pelos colonizadores portugueses,
açorianos e judeus. Elas surgiram há muito tempo atrás quando os povos não tinham
conhecimento suficiente para dar resposta aos acontecimentos de suas vidas, em
conseqüência disso, surgiram formas de explicar mágicas e fantasiosas que originaram as
crendices e superstições.

14. MITOS E LENDAS DO RIO GRANDE DO SUL

14.1 - MITOS

Quer dizer fábulas, narrativa dos tempos fabulosos ou heróicos, representam fatos
ou personagens reais exagerado pela imaginação popular. Dando a explicação aos
fenômenos da natureza, deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com
fatos da realidade para dar sentido à vida e ao mundo.

14.2 - LENDAS

Lendas é a narração escrita ou oral de caráter maravilhoso nas quais as histórias são
deformadas pela imaginação poética ou popular. É uma mistura de realidade com fantasia.

15. BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS

15.1 - BRINQUEDOS

Os brinquedos são objetos que servem para as crianças brincarem, podem ser
individual ou em grupo. Os brinquedos podem ser industrializados ou os folclóricos.
Os industrializados são feitos em série. Exemplo: bonecas de plástico, carrinhos de
metal, bolas de borracha, etc. Os brinquedos folclóricos são confeccionados a mão tem
tradição no meio onde aparecem e o seu uso é transmitido através da imitação. Exemplos:
bruxa de pano, cata-vento, pião, cavalinho de pau.

15.2 - BRINCADEIRAS

35
As brincadeiras são coletivas, socializantes, reúne crianças por vezes às brincadeiras
requerem um implemento. Exemplo: uma vara para brincar de chicote queimado, pedra
para jogar sapata, corda para pular.
As brincadeiras constam de jogos passeios e rodas cantadas a música empregada nas
brincadeiras é folclórica e passa de geração para geração. Exemplo de brincadeiras:
• Jogo das pedrinhas ou cinco marias;
• Ovo choco;
• Passa anel;
• A canoa virou;
• Esquilo sai da toca.
As brincadeiras de contagem geralmente em versos são para realizar uma escolha ou
seleção, consistem na forma democrática e pacífica que se instituiu para eleger líderes e
participantes para distribuir posições, escolher campo e iniciar a competição, chamados de
formuletes. Exemplos:
• Par ou impar;
• Discórdia;
• Versos recitados;
• Uni, duni, te;

16. FESTAS JUNINAS

As festas juninas são comemoradas de 13 a 29 de junho de cada anc.

16.1-SANTOANTÔNIO

Comemorado no dia 13 de junho é o santo casamenteiro, as mulheres que querem


arrumar um marido ou namorado fazem promessas, ou então como diz a tradição castigam
o santo até ele arrumar um marido.
A fogueira tem formato de quadrilátero (o famoso chiqueirinho), Seus símbolos
litúrgicos são: O coração e a flor de lírio, é costume comemorá-lo no dia 12 dia dos
namorados, no dia de Santo Antonio as igrejas católicas costumam distribuir pãezinhos aos
fiéis após a missa.

16.2 - SÃO JOÃO

Comemorado no dia 24 de junho, tem a festa mais popular. Conta a história desse
santo que Isabel prima da Virgem Maria era casada com Zacarias que eram velhos mas
queriam muito ter um filho e que por obra de Deus conseguiram. Maria foi visitar sua
prima e combinou que quando o bebe nasce-se Isabel iria avisar Maria, foi o que fez
quando nasceu João Isabel fazendo uma fogueira cônica e colocou. üiú iiiã.~í:r0para avisar.
Ele é o santo festeiro, protetor das mulheres grávidas, a fogueira é cônica e seus
símbolos litúrgicos são: a concha e o cordeiro com a cruz.

36
-S-OPEDRO

o santo que festejamos dia 29 de junho é São Pedro padroeiro do Rio Grande do Sul,
e o ao papa por ter sido o primeiro papa da história. É o santo guardião das chaves, o
rteiro do céu, o protetor dos pescadores e das viúvas. Tem como símbolos litúrgicos a
·e do céu e o peixe.
Em nosso estado, os festejos dos santos do ciclo junino devem ser caracterizados pelas
demonstrações do folclore gaúcho de forma a verificar-se a divulgação dos componentes
da nossa cultura.

17. RITOS

São baseados numa disciplina escrita e liga a formulas, gestos, símbolos e sinais de
um determinado significado para a sociedade. O rito é um processo fácil de estabelecer e
desenvolver costumes pode adquirir uma certa estabilidade quando executado
ritmicamente e acompanhado de músicas, versos, danças ou cantos. Na religião o rito
representa um processo de comunicar-se com forças sobrenaturais.
São exemplos de ritos: Cruz na estrada, Capela, promessa, romaria, mesa dos
inocentes, promessa de bandeira, ritos de morte, etc.

18. PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES

18.1-ÍNDIO

Os índios nos deixaram as seguintes contribuições: sentar em banquinhos, descansar


de cócoras, deitar em redes, tomar banho diário, uso do cavalo, chimarrão, uso das ervas
medicinais, cultivo de milho, mandioca, batata-doce, abóbora, amendoim. pimenta, feijão,
fumo, pilão, gamela, peneira, colher de pau, poncho, o mutirão, artesanato em taquara
(cestos, peneiras, arcos e flechas), lendas (mandioca, erva-mate, João de barro, etc.).

18.2 - NEGROS

Os negros nos deixaram as seguintes contribuições: a charqueada, o tambor, o samba,


o turbante, as pulseiras coloridas, os brincos, berloques, colares de guia, adereços,
umbanda, quimbanda, batuque, Iemanjá, Ogum, congadas, na culinária a feijoada, o
mocotó, mingau, pirão e quibebe, instrumentos de percussão, atabaques, lendas (negrinho
do pastoreio).

18.3 - ALEMÃES

Os alemães nos deixaram as seguintes contribuições: arquitetura (igrejas e casas em


enxainel (tijolos e madeiras intercalados), nas comidas batatinha frita, salsicha, presunto,
café colonial, tortas, carne de porco, chopp, cerveja e comidas com doces, kerb com danças
e cantorias, jogo de tiro ao alvo, bandas musicais (com instrumentos de sopro), oktoberfest,
árvore de natal, ninhos de páscoa, ovos recheados com amendoim, ,:,'h.C'':'0l:!te
e açúcar.

37
18.4 - PORTUGUESES

Os portugueses nos deixaram as seguintes contribuições: as casas de modelo de portas


e janelas grandes (tipo guilhotina), oratória, candeeiro, bordados, guardanapos de
recortado, alambique, carretas, carroças, embarcações, o uso do chale, tamanco, saias
rodadas, histórias de Pedra Malazarte, mitos, ditados, crendices, cantigas de roda,
cadeiras, festas de Nossa Senhora dos Navegantes, juninas, Corpos Christi e divino
írito santo, na alimentação sarda e rabanada.

85 - ITALIANOS

Os italianos nos deixaram as seguintes contribuições: primeira matriz da gaita, os


jogos da mora, bisca, escova, bocha, vinhos, artesanatos, garrafões de vidro, trabalhos em
vime, reza do terço, acompanhar procissões, como culinária espaguetes, agnolini, tortéi,
capeleti, pizza, lasanha, salame, polenta, sopas, os costumes dos filó, festa da colheita,
domingueiras, terços em famílias, e a literatura do sanguanel.

19. MEIOS DE TRANSPORTES

19.1-CARRETA

Também chamada de carro de boi, puxada por dois bois ligados. a carreta pelo jugo,
amarrados aos chifres dos animais por meio dos conjuntos, possuem duas rodas de madeira.

19.2 - CARROÇA

É semelhante à carreta, porém com formato maior com quatro rodas, sendo puxada
por uma junta de bois ou cavalos. Os animais são atrelados por meio de uma canga.

19.3 - CAVALO

Maior companheiro do gaúcho chamado carinhosamente de pingo. O cavalo serve


para doma, desfile, tropeada, trabalho no campo e ir às festas.

20. INDUMENTÁRIA DO GAÚCHO

20.1- INDUMENTÁRIA ATUAL PARA ATIVIDADES ARTÍSTICAS E SOCIAIS

É a indumentária a ser utilizada nas atividades cotidianas, apresentações


artísticas e participações sociais, tais como bailes, congressos, representações, etc.

20.1.1 - PILCHA MASCULINA

1 - Bombacha
• Tecidos: brim (não jeans), sarja, linho, algodão, oxford, microfibra.
• Cores: claras ou escuras, sóbrias ou neutras, tais como marrom, bege, cinza, azul
marinho, verde-escuro, branca. Fugindo as cores agressivas, fosforescentes, fugindo das
cores contrastantes e cítricas, como vermelho, amarelo, laranja, verde-limão, cor-de-rosa.

38
elo: cós largo sem alças, dois bolsos na lateral, com punho abotoado no
_ o.
.:a -os: O uso de favos e enfeites de botões, depende da tradição regional. As
oornbachas podem ter, nos favos, letras, marcas e botões.
: roupas de época não podem ter marcas.
Largura: com ou sem favos, coincidindo a largura da perna com a largura da
cintura, ou seja, uma pessoa que use sua bombacha no tamanho 40, automaticamente
everá ter, aproximadamente, uma largura de cada perna de 40 em.
Obs.: A largura das bombachas, na altura das pernas, deve ser tal que a caracterize como
tal e não seja confundida com uma calça. As bombachas deverão estar sempre para dentro
das botas. É vedado o uso de bombachas plissadas e coloridas.

2 -Camisa
• Tecido - preferencialmente algodão, tricoline, viscose, linho ou vigela, microfibra
(não transparente), oxford.
• Padrão - liso ou riscado discreto.
• Cores - sóbrias, claras ou neutras, preferencialmente branca. Evitando cores
agressivas e contrastantes.
• Gola - social (ou seja, abotoada na frente, em toda a extensão, cem gvb atual, com
punho ajustado com um ou mais botões).
• Mangas longas - para ocasiões sociais ou formais, como festividades, cerimônias,
fandangos, concursos.
• Mangas curtas - para atividades de serviço, de lazer e situações informais.
• Camiseta de malha ou camisa de gola pólo - exclusivamente para situações
informais e não representativas. Podem ser usadas com distintivo da Entidade, da Região
Tradicionalista e do MTG.
Obs.: Vedado o uso de camisas de cetim e estampadas.

3- Botas: De couro liso nas cores: preto, marrom (todos os tons) ou couro sem tingimento.
É vedado o uso de botas brancas. As botas "garrão de potro" são utilizadas exclusivamente
com traje de época. A altura do cano varia de acordo com a região. Normalmente o cano
vai até o joelho.

4- Colete: Se usar paletó poderá dispensar o colete. Modelo tradicional (do mesmo tecido e
cor das bombachas, podendo ser tom sobre tom), sem mangas e sem gola, abotoado na
frente com a parte posterior (costas) de tecido leve, ajustado com Gvela, de urna cor só, no
comprimento até a altura da cintura.

5- Cinto (Guaiaca): tendo de uma a três guaiacas, internas ou não, com uma ou duas fivelas
frontais, ou de couro cru, com ou sem guaiacas, mas sempre com uma ou duas fivelas
frontais, ambos deverão ter no mínimo 7 em de largura.

6- Chapéu: de feltro ou pelo de lebre com abas a partir de 6 em, com a copa de acordo com
as características regionais.
Obs.; É vedado o uso de boinas e bonés.

39
; - P e ó: usado especialmente para ocasiões formais, podendo ser do mesmo tecido e cor
mbachas.
O .: é vedado o uso de túnicas militares substituindo o paletó.

8- Lenço: no caso do uso com algum tipo de nó, com a medida de 25 em a partir deste.
Com o uso do passador de lenço, com a medida de 30 em a partir deste. Nas cores
vermelho, branco, azul, verde, amarelo, ou carijó nas cores supra citadas. É possível, ainda,
carijós em marrom ou cinza.

9 - Faixa: Opcional, se usada deverá ser lisa, na cor vermelha, preta de lã ou bege cru
(algodão), de 10 a 12 em de largura.

10- Esporas: trata-se de peça utilizada nas lides campeiras. Nas representações
coreográficas de danças tradicionais é admissível o seu uso.
Obs.: é vedado o uso de esporas em bailes e fandangos

11- Pala: De uso opcional. Se usado deverá ser no tamanho padrão, com abertura na gola.
Poderá ser usado no ombro, meia-espalda, atado da direita para a esquerda. Poderá ser
usado em todos os trajes.

12- Faca: O uso da faca é opcional nas apresentações artística e vedada nas demais
atividades sociais.

20.1.2 - PILCHA FEMININA

1- Saia e Blusa ou Bata


• Nas apresentações artísticas, o traje feminino deve representar à mesma classe social
do homem.
• Saia com a barra no peito do pé, godê, meio-godê ou em panos.
• Blusa ou bata de mangas longas, três quartos ou até o cotovelo (vedado o uso de
"boca de sino" ou "morcego"), decote pequeno, sem expor os ombros e os seios, podendo
ter gola ou não.
• Tecidos: lisos e mais encorpados, sem usar enfeites dourados, prateados, pinturas a
óleo e demais tintas e purpurinas, bordados, ter o cuidado de escolher cores harmoniosas e
lisas, esquecendo as cores fortes, berrantes e fosforescentes.

2- Saia e Casaquinho
• Saia com a barra no peito do pé, godê, meio-godê ou em panos, sem bordados.
• Tecidos: lisos e mais encorpados, não transparente, sem usar enfeites dourados,
prateados, pinturas a óleo e demais tintas e purpurinas. Bordados discretos, ter o cuidado
de escolher cores harmoniosas e lisas, esquecendo as cores fortes, berrantes e
fosforescentes.
• Casaquinho: de mangas longas (vedado o uso de mangas "boca de sino" ou
"morcego"), gola pequena e abotoada na frente.
Obs.: Saia com casaquinho (roupa de época), a saia deve ser lisa. No casaquinho poderá ter
bordados discretos.

40
3- '-estido
• Inteiro e cortado na cintura ou de cadeirão ou ainda corte princesa com barra de
saia no peito do pé, corte godê, meio-godê, franzido com ou sem babados.
• Mangas - longas, três quartos ou até o cotovelo, admitindo-se pequenos babados
nos punhos, sendo vedado o uso de "mangas boca de sino" ou "morcego".
• Decote - pequeno, sem expor ombros e seios.
• Enfeites - de rendas, bordados, fitas, passa-fitas, gregas, viés, transelim, crochê,
nervuras, plisses, favos. É permitida pintura miúda, com tintas para tecidos. Não usar
pérolas e pedrarias, bem como, os dourados ou prateados e pintura a óleo e demais tintas
ou purpurinas.
• Tecidos - lisos ou com estampas miúdas e delicadas, de flores, listras, petit-poa e
xadrez delicados e discretos. Podem-se ser usados tecidos de microfibra, crepes, oxford.
Não serão permitidos os tecidos brilhosos ou fosforescentes, transparentes, slinck, lurex,
rendão e similares.
• Cores - devem ser harmoniosas, sóbrias ou neutras, evitando-se contrastes
chocantes.
• Não usar preto, as cores da bandeira do Brasil e do RS (combinações)
• Na categoria mirim: não usar cores fortes (ex: marrom, marinho, verde escuro,
roxo, bordô, pink, azul forte).

4- Saia de Armação: Leve e discreta, na cor branca. Se tiver bordados, estes devem se
concentrar nos rodados da saia, evitando-se o excesso de armação. O comprimento deve
ser inferior ao do vestido.

5- Bombachinha: Branca, de tecido, com enfeites de rendas discreta, abaixo do joelho, cujo
comprimento deverá ser mais curta que o vestido.

6- Meias: Devem ser de cor branca ou bege e longas, o suficiente para não permitir a nudez
das pernas.

7- Sapatos: Nas cores preta, marrom e bege, com salto 5 ou meio salto, com tira sobre o
peito do pé, que abotoe do lado de fora ou botinhas pretas, marrom (vários tons de
marrom). O salto da botinha é de 5 em. Não é permitido: Uso de sandálias e nem de
sapatos abertos com vestidos, saias e casacos e saia e blusa.(em nenhum momento é
permitido o uso de sapatos abertos com pilcha feminina).
8- Cabelos: Podem ser soltos, presos, sem i-presos ou em tranças, enfeitados com flores
naturais ou artificiais, sem brilhos ou purpurinas.
Obs.: O coque é permitido somente para prendas adultas e veteranas. As flores poderão ser
usados por prendas adultas e juvenis, bem como, um pequeno passador (travessa). As
prendas mirins não usam flores. Proibido o uso de plástico.

9 - Maquiagem: Discreta de acordo com a idade e o momento social.


OBS.:
• Nas atividades de serviço (torcida, atividades nas escolas, eventos campeiros), a
prenda poderá usar: saia e blusa, bombachas feminina (lisa, sem bordado, com abertura

41
teral) e camiseta e:m manga com gola "V" ou redonda, com o símbolos da entidade, da
egião Tradicionalista ou do MTG, chinelo campeiro (de couro), alpargata, alpargata de

• _-os Congressos, Convenções, Concursos de Prendas, Concurso de Peões (parte


. ica), Encontros Regionais, Visitas Sociais, não é permitido o uso de bombachas

• A faixa das prendas deverá ser substituída por crachá sempre que estiver com o
trai e alternativo ou de bombachas.
• A Categoria Mirim (masculino e feminino) usará pilcha de acordo com o que
prescreve o "Livro de Indumentárias", editado pelo MTG.

0.2 - INDUMENTÁRIA ATUAL PARA ATIVIDADES CAMPEIRAS

A indumentária a ser utilizada nas atividades campeíras, t-~is como rodeios,


cavalgadas, desfiles e outras lidas.

20.2.1 - PILCHA MASCULINA

1 - Chapéu: de feltro ou pelo de lebre com abas a partir de 6 em, com a copa de acordo
com.
As características regionais.
Obs. É vedado o uso de boinas e bonés.

2- Barbicacho: de couro, sola ou crina, podendo ter algum enfeite de metal.

3- Lenço: no caso do uso com algum tipo de nó, com a medida de 25 em a partir deste.
Com o uso do passador de lenço, com a medida de 30 em a partir deste. Nas cores
vermelho, branco, azul, verde, amarelo, ou carijó nas cores supra citadas. É possível, ainda,
carijós em marrom ou cinza.

4- Camisa: estilo social, com mangas longas ou curtas, com colarinho e botões na parte
frontal, em cores sóbrias, de acordo com as determinações regionais. Sendo vedado o uso
de camiseta e camisa gola pólo.
Obs. A camisa deverá estar sempre por dentro das bombachas.

5- Cinto (Guaiaca): tendo de uma a três guaiacas internas, ou não, com uma ou duas fivelas
frontais. Ou de couro cru, com ou sem guaiacas, sempre com uma ou duas fivelas frontais.
Ambos deverão ter no mínimo 7 em de largura.

6- Tirador: de uso opcional, exceto para pealar. Quando usado, este substituirá o cinto
quando tiver um reforço na parte superior (cintura) imitando um cinto, com ou sem
guaiacas e que tenha no mínimo uma fivela de tamanho grande (5 a 7 em).

- - aixa: de uso opcional. Quando usada deverá ser de lã, nas cores preta ou vermelha.
Bombachas: com ou sem favos, coincidindo a largura da perna com a largura da cintura,
seja. uma pessoa que use sua bombacha no tamanho 40, automaticamente deverá ter,
roximadamente, uma largura de cada perna de 40 em.

42
gura das bombachas, na altura das pernas, deve ser tal que a caracterize como
- seja confundida com uma calça. As bombachas deverão estar sempre para dentro

.::::...--=-::.=tas=.:.: de couro, nas cores preta, marrom e amarela (baia).

10- Esporas: de uso obrigatório para as categorias de rapaz, peão, veterano e facultativo
para as demais categorias. Sempre usado no calcanhar e com rosetas não pontiagudas.

11- Faca: O uso da faca na cintura é obrigatório para as categorias dos peões e rapaz, exceto
na gineteada, vedado para piás e guris e facultativo para as demais categorias. Quando
utilizada, a faca deverá ter no mínimo 15 em e no máximo 30 em de lâmina e ser adequada
ao uso campeiro.

20.2.2 - PILCHA FEMININA

1- Chapéu: de feltro ou pelo de lebre com abas a partir de 6 em, com a copa de acordo com
as características regionais.
Obs. É vedado o uso de boinas e bonés.

2- Barbicacho: de couro, sola ou crina, podendo ter algum enfeite de metal.

3- Lenço: de uso opcional. Quando usado não poderá ser uma tira ou fita.

4- Camisa: estilo social, com mangas longas ou curtas, com colarinho e botões na parte
frontal, podendo ter cortes e características femininas (rendas, babados, etc.), em cores
sóbrias, de acordo com as determinações regionais. Sendo vedado o uso de camiseta e
camisa gola pólo.

5- Cinto (guaiaca): de uso opcional, porém quando usado, tendo de uma a três guaiacas,
internas ou não, com uma ou duas fivelas frontais, ou artesanal de couro cru, com ou sem
guaiacas, mas sempre com uma ou duas fivelas frontais.

6- Tirador: de uso opcional, exceto para pealar. Quando usado, este substituirá o cinto
quando tiver um reforço na parte superior (cintura) imitando a....
i). cinto, com ou sem

guaiacas e que tenha no mínimo uma fivela de tamanho grande (5 a 7 cm).

7- Faixa: de uso opcional. Quando usada deverá ser acompanhada do cinto e ser de lã, nas
cores preta ou vermelha.

8- Bombachas: com ou sem favo, sem bordados e sem pregas costuradas. Podendo ser de
. o feminino, ou seja, com aberturas laterais. A largura das bombachas, na altura da
perna, será, aproximadamente, a mesma largura da cintura. Naturalmente as bombachas
femininas serão mais estreitas do que as masculinas.

9- Bota: de couro, nas cores preta, marrom e amarela (baia).

43
O- Thporas: de uso opcional. Quando utilizadas, deverão ser dotadas de rosetas não
pontiagudas.

- aca: de uso opcional .


.: Aconselha-se que quando a prenda for montar com vestido ou saia, que ela use o
e
as montarias convencionais. Poderão também ser usados os trajes alternativos
.anais, desde que devidamente comprovados e aprovados em Encontro Regional.

0.3 - INDUMENTÁRIA ATUAL PARA A PRÁTICA DE ESPORTES

A indumentária a ser utilizada nas atividades esportivas, tais como jogos de truco,
oocha, campeira, tava, etc.

20.3.1 - PILCHA MASCULINA

1- Chapéu: de feltro ou pelo de lebre com abas a partir de 6 em, com a copa de acordo com
as características regionais, porém para as provas realizadas em locais cobertos, é vetado o
seu uso.
Obs. É vetado o uso de boinas e bonés.

2- Barbicacho: de couro cru, sola ou crina, podendo ter algum enfeite de metal.

3- Lenço: no caso do uso com algum tipo de nó, com a medida de 25 em a partir deste.
Com o uso do passador de lenço, com a medida de 30 em a partir deste. Nas cores
vermelho, branco, azul, verde, amarelo, ou carijó nas cores supra citadas. É possível, ainda,
carijó em marrom ou cinza.

4- Camisa: estilo social, com mangas longas ou curtas, com colarinho e botões na parte
frontal, em cores sóbrias, de acordo com as determinações regionais. Sendo vedado o uso
de camiseta e camisa gola pólo.

5- Cinto CGuaiaca):tendo de uma a três guaiacas, internas ou não, com uma ou duas fivelas
frontais, ou de couro cru, com ou sem guaiacas, mas sempre com uma ou duas fivelas
frontais, ambos deverão ter no mínimo 7 em de largura.

6- Faixa: de uso opcional. Quando usada deverá ser de lã, nas cores preta ou vermelha.

- - Bombachas: com ou sem favas, coincidindo a largura da perna com a largura da cintura,
seja, uma pessoa que use suas bombachas no tamanho 40, automaticamente deverá ter,
rnximadamente, uma largura de cada perna de 40 em.
O.
- _ largura das bombachas, na altura das pernas, deve ser tal que a caracterize como
tal e não seja confundida com uma calça.

44
- As bombachas deverão estar sempre para dentro das botas.

=-~=:<.!:de couro, nas cores preta, marrom e amarela (baia).

~~=ca: é vedado o seu uso.

2 - PILCHA FEMININA

- Chapéu: de uso opcional, de feltro ou pelo de lebre com abas d. pcu i.~J. de 6 em, com a
co de acordo com as características regionais, porém para as provas realizadas em locais
cobertos, é vedado o seu uso.
Obs. É vedado o uso de boinas e bonés.
- Barbicacho: de couro cru, sola ou crina, podendo ter algum enfeite de metal.

3- Lenço: de uso opcional. Quando usado não poderá ser uma tira ou fita.

4- Camisa: estilo social, com mangas longas ou curtas, com colarinho e botões na parte
frontal, podendo ter cortes e características femininas (rendas, babados, etc.), em cores
sóbrias, de acordo com as determinações regionais. Sendo vedado o uso de camiseta e
camisa gola pólo.

5- Cinto (Guaiaca): de uso opcional, porém quando usado, tendo de uma a três guaiacas,
internas ou não, com uma ou duas fivelas frontais, ou artesanal de couro cru, com ou sem
guaiacas, mas sempre com uma ou duas fivelas frontais.

6- Faixa: de uso opcional. Quando usada deverá ser acompanhada do cinto e ser de lã, nas
cores preta ou vermelha.

7- Bombachas: com ou sem favo, sem bordados e sem pregas costuradas. Podendo ser de
estilo feminino, ou seja, com aberturas laterais. A largura das bombachas, na altura da
perna, será, aproximadamente, a mesma largura da cintura. Naturalmente as bombachas
femininas serão mais estreitas do que as masculinas.

8- Bota: de couro, nas cores preta, marrom e amarela (baia).

9- Faca: é vedado o seu uso.


Obs. Poderão ser usados ainda, os demais trajes femininos descritos nestas diretrizes.

20.3.3 - OBSERVAÇÕES GERAIS PARA TODAS AS SITUAÇÕES


É vedado, por não fazerem parte da indumentária tradicional do gaúcho:
• Bonés e boinas;
• Barbicachos exclusivamente de metal;
• Chapéus de couro, palha, ou qualquer material sintético;
Cinto com rastra (enfeite de metal com correntes na parte frontal);
• Botas de borracha ou de lona.

45
21. LEI DA PILCHA

A Lei da Pilcha é a lei de ns. 8813, de 11/01/1989, tendo como autor do projeto o
Deputado Joaquim Mondes, onde oficializa como traje de honra e de uso preferencial no
Rio Grande do Sul, para ambos os sexos, a indumentária denominada "Pilcha Gaúcha".
Deputado Algir Lourenzon, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio
Grande do Sul, faz saber, em cumprimento ao disposto no parágrafo 5º, do Art. 37, da
Constituição do Estado, que a Assembléia Legislativa decretou e eu promulgo a seguinte
lei:
Art. 1º - É oficializado como traje de honra e de uso preferencial no Rio Grande do
Sul, para ambos os sexos, a indumentária "Pilcha Gaúcha".
Parágrafo Único - será considerada "Pilcha Gaúcha" somente aquela que, com
autenticidade, reproduza a elegância, a sobriedade da nossa indumentária histórica,
conforme os ditames e as diretrizes traçadas pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho.
Art. 2º - A "Pilcha Gaúcha" poderá substituir o traje convencional em todos os atos
oficiais, públicos ou privados, realizado no Rio Grande do Sul.
Considerações Gerais:
Ao usar a vestimenta gaúcha é preciso saber que se está preservando o nosso
patrimônio sociológico, por isso há necessidade de manter a autenticidade e, seu uso,
exterioriza sentimentos, constituindo-se num símbolo para o gaúcho se identificado em
qualquer meio em que se encontra.
É importante, não confundir as vestimentas de trabalho (como o tirador, chapéu,
alpargatas, botas campeiras, esporas, chimarrita para as mulheres, etc.) com a indumentária
de passeio (uso do colete e do casaco) bem como é incorreto o uso de camiseta, faixa sem
guaiaca e bombachas com alpargatas em sessões solenes e atos cívicos oficiais.
Deve-se tomar cuidado para que a Prendinha Mirim não se traje como uma senhora
usando vestimenta de estância ou coque.

22. SÍMBOLOS OFICIAIS DO MTG

22.1- BRASÃO DE ARMAS

o Brasão de Armas do Tradicionalismo foi constituído no XII Congresso


Tradicionalista Gaúcho, em Tramandaí. O autor do projeto é HERMES GONÇALVES

46
FERRElRA. Com. o passar dos anos o brasão foi alterado, passando a constar na elipse
superior, à sigla MTG ao invés da palavra "Tradicionalismo".
O Brasão de Armas do Tradicionalismo é constituído de: Escudo de Damas com
bordadura em azul, perfilada de preto. Campo terciado com a seguinte composição: chefe
em amarelo, com um tronco de árvore brotado em sua cor "dextra" em vermelho com um
cavalo passante em amarela partição "sinestra" em verde com cuia de chimarrão com
bombinha em branco.
Na bordadura em azul, duas estrelas de cinco pontas em amarelo, separam a parte
superior da elipse, onde se insere o termo MTG em letras em amarelo.
As cores representam as profissões liberais, sustentáculo sócio-econômico de um
povo ou organismo. No preto, a ciência; no branco, a cultura; no azul, a engenharia; no
amarelo, a química; no verde, a medicina; no vermelho, o direito.

o tronco representa o passado. O broto representa o presente. As sete folhas


representam o tradicionalismo como organismo social de natureza nativista, cívica,-
cultural, literária, artística e folclórica. O mate (chimarrão) simboliza uma das virtudes;
que melhor caracteriza o homem do Rio grande do Sul: a hospitalidade. O cavalo
representa a liberdade e é o traço de união entre os povos.

22.2 - BANDEIRA DO MTG

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47
A Bandeira oficial do MTG é representada por um retângulo (branco) e tem um
assente, em sua parte central o Brasão oficial do MTG. A cor branca representa a
coerência, a compostura, a harmonia, a paz, a moderação, a prudência, a quietude, a
serenidade, a transigência e a tolerância.

22.3 - HINO TRADICIONALISTA


No 43º Congresso Tradicionalista Gaúcho, em Santa Cruz do Sul, foi aprovado o
Hino Tradicionalista, com letra e música, de Luiz Carlos Barbosa Lessa.
I
Eu agradeço a Salamanca do Jarau
Por me ensinar o que aprendeu com "Velho" Blau:
Com ALMA FORTE e SERENO CORAÇÃO
Achei meu rumo pra sair da escuridão.
Vi uma luz que se tornou fogo-de-chão.
sorvi a luz no ritual do Chimarrão,
E descobri que é a Cordialidade
Que nos conduz a real felicidade.

11

Avante, cavaleiro mirim!


Em frente, veterano peão!
Lado a lado, prenda e prendinha!
Todos juntos dando a mão.
Avante, seguindo os avós!
Em frente, trazendo os piás!
Coisa linda é se ver gerações
Convivendo em santa paz.
E dá uma gana de sair dançando,
Ou gritando com força juvenil:
"Viva a TRADIÇÃO GAÚCHA.
Dos campeiros do Brasil" ( bis)

23. TESE O SENTIDO E O VALOR DO TRADICIONALISMO

Na vida humana, a sociedade - mais que o indivíduo - constitui a principal força na


ma pela existência. Mas, para que o grupo social funcione como unidade, é necessário que
indivíduos que o compõem possuam modos de agir e de pensar coletivamente. Isto é
conseguido através da "herança social" ou da "cultura". Graças à cultura comum, os
...•.•.•..
mores de uma sociedade possuem a unidade psicológica que lhes permite viverem em
conjunto, com um mínimo de confusão. A cultura, assim, tem por finalidade adaptar o

48
· divíduo não só ao seu ambiente natural, mas também ao seu lugar na sociedade. Toda a
tura inclui uma série de técnicas que ensinam ao indivíduo, desde a infância, a maneira
co o comportar-se na vida grupal. E graças à Tradição, essa cultura se transmite de uma
geração a outra, capacitando sempre os novos indivíduos a uma pronta integração na vida
em sociedade.

I - A DESINfEGRAÇÃO DE NOSSA SOCIEDADE


A cultura e a sociedade ocidental estão sofrendo um assustador processo de desintegração.
Incluídas nesse panorama geral, a cultura e a sociedade de quaisquer dos povos ocidentais,
necessariamente, apresentam, com maior ou menor intensidade, idêntica dissolução. É nos
grandes centros urbanos que esse fenômeno se desenha mais nítido, através das estatísticas
sempre crescentes de crime, divórcio, suicídio, adultério, delinqüência juvenil e outros
índices de desintegração social.
Analisando tais circunstâncias, mestres da moderna Sociologia chegaram à conclusão de
que problemas sociais cruciantes da atualidade são causados, ou incentivados, pelo
relaxamento do controle dos costumes e noções tradicionais de cada cultura.

II - OS DOIS FATORES DE DESINTEGRAÇÃO


Sociólogos de renome afirmam que a desintegração social, característica de nossa época, é
devida a dois fatores:
Primeiro: o enfraquecimento das culturas locais.
Segundo: o desaparecimento gradativo dos "Grupos Locais" comunidades transmissoras de
cultura.
Analisemos, então, esses dois fatores.

a) O ENFRAQUECIMENTO DO NÚCLEO CULTURAL


A cultura de qualquer sociedade se compõe de duas partes. Há um núcleo sólido, de certa
forma estável, constituído pelo PATRIMÔNIO TRADICIONAL. Nesse núcleo se
concentram aqueles inúmeros hábitos, princípios morais, valores, associações e reações
emocionais partilhados por TODOS os membros de determinada sociedade (como a
linguagem, a indumentária típica, os princípios fundamentais de moral, etc. ou ainda, por
TODOS os membros de certas categorias de indivíduos, dentro da sociedade (como as
ocupações reservadas só às mulheres ou só aos homens, as reações emocionais típicas de
todos os velhos ou de todas as crianças, bem como os conhecimentos técnicos reservados
aos ferreiros, aos médicos, aos agricultores, etc.). Tais elementos culturais contribuem para
o bem-estar da coletividade, pois o indivíduo fica sabendo como comportar-se em grupo, e
qual o comportamento que pode esperar dos outros("expectativas de comportamento"). Em
suma: o cerne cultural dá, aos indivíduos, a unidade psicológica essencial ao
funcionamento da sociedade.
Mas, cercando o núcleo, existe uma zona fluída e instável, constituída por elementos
culturais chamados, em sociologia, Alternativas, e que são traços partilhados apenas por
ALGUNS indivíduos, representando diferentes reações às mesmas situações, ou diferentes
técnicas para alcançar os mesmos fins. (Certa pessoa viaja a cavalo, fazendo o mesmo
percurso que outra prefere realizar em carroça; certa pessoa sente-se tremendamente
ofendida se alguém faz "crítica" a um defeito físico seu, enquanto outra se comporta
resignadamente face a tais críticas; etc.)

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É esta zona de Alternativas que permite à cultura crescer e acomodar-se aos avanços de
civilização. Evidentemente, quanto maior for o entrechoque com culturas diversas,
.or será a possibilidade de adoção de novas Alternativas, por parte dos membros de uma
iedade.
Quando a cultura de determinado povo é invadida por novos hábitos e novas idéias, duas
coisas podem ocorrer: se o patrimônio tradicional dessa cultura é coerente e forte, a
sociedade só tem a lucrar com o referido contato, pois sabe analisar, escolher e integrar em
seio aqueles traços culturais novos que, dentre muitos, realmente sejam benéficos à
coletividade; se , porém, a cultura invadida não é predominante e forte, a confusão social é
inevitável: idéias e hábitos incoerentes sufocam o núcleo cultural, desnorteando os
indivíduos, e fazendo-os titubear entre as crença e valores mais antagônicos. Quem mais
sofre com essa confusão social - acentua o sociólogo Donal Pierson - são as crianças e os
adolescentes, os responsáveis pela sociedade do porvir.
Crescendo nessas circunstâncias, a criança não sabe como agir, não é capaz de assumir, em
seu espírito, qualquer expectativa clara de comportamento. E assim se originam, entre
outros, os problemas da delinqüência juvenil, resultados de uma desintegração social.
Pois bem. Devido ao surto surpreendente do maquinismo em nossos dias, bem como da
facilidade de intercâmbio cultural entre os mais diversos povos, observa-se que o núcleo
das culturas locais ou regionais vai se reduzindo gradativamente, a ponto de se ver
sufocado pela zona das Alternativas. E a fluidez naturalmente se acentua, à medida que as
sociedades mantêm novos contatos com traços culturais diferentes ou antagônicos,
introduzidos por viajantes ou imigrantes, ou difundidos por livros, imprensa, cinema, etc.
Nossa civilização, antes alicerçada num núcleo sólido e coerente, transformou-se numa
variedades de Alternativas, entre as quais o indivíduo tem que escolher .. Sem ampla
comunidade de hábitos e de idéias, porém, os indivíduos não reagem com unidade a certos
estímulos, nem podem cooperar eficientemente. Daí os conflitos de ordem moral que
afligem o indivíduo, fazendo atarantar-se sem saber quais as opiniões e os valores que
merecem acatamento.
Essa insegurança reflete-se imediatamente na sociedade como um todo e,
consequentemente no Estado, pois, conforme ensina Ralph Linton "embora os problemas
de organizar e governar Estados nunca tenham sido perfeitamente resolvidos, uma coisa
parece certa: se os cidadãos tiverem interesses e culturas comuns, com a vontade unificada
que daí advém, quase qualquer tipo de organização formal de governo funcionará
eficientemente; mas se isso não se verificar, nenhuma elaboração e padrões formais de
governo, nenhuma multiplicação de lei, produzirá um Estado eficiente ou cidadãos
satisfeitos" .

b) O DESAPARECIMENTO DOS "GRUPOS LOCAIS"


As duas unidades mais sociais mais importantes, como transmissoras de cultura, são a
"família" e o "grupo local". Através dessas duas unidades, o indivíduo recebe, com maior
intensidade, a sua "herança social".
São exemplos de "grupo local", em nossa sociedade, o "vizindário" ou "pago" das populações
rurais, bem como as pequenas vilas do interior, ou ainda (um exemplo do passado) os
bairros com vida própria das cidades de há alguns anos atrás.
Por "grupo local" entende-se o agregado de famílias e de indivíduos avulsos que vivem
juntos em certa área, compartilhando hábitos e noções comuns.

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Embora não tenha organização formal (como o distrito ou o município), o "grupo local" é a
unidade social autêntica. O "pago", por exemplo, influencia a vida dos seus membros,
estabelece limites à vida social (quais as famílias que podem ser convidadas para as festas) ,
mantém elevado grau de cooperação entre os indivíduos, pois todos devem se auxiliar
(antigos trabalhos de puxirão) e cada qual tem consciência desse dever de auxílio mútuo. O
divíduo conhece perfeitamente os costumes e os princípios morais instituídos pelo seu
pago"; além disso, há um conhecimento íntimo entre os membros de um mesmo "pago"
(conhecem-se até os animais objetos pertencentes aos vizinhos). Todas essas circunstâncias
influem para que o "grupo local" se constitua numa potente barragem para as transgressões
à ordem pública ou à moral (furto, sedução, adultério, etc.). Ademais, embora não tenha
um meio de reação formal(como a polícia), o "grupo local encerra grande força punitiva,
através de medidas como a perda de prestígio, o ridículo, o ostracismo. Certamente já
depreendemos, então, a grande importância de que se reveste o "grupo local" para
assegurar a normalidade da vida comum, segundo os padrões culturais instituídos pelo
grupo.
Acresce notar o seguinte: o integrar-se a um "grupo local" constitui verdadeira
NECESSIDADE PSICOLÓGICA para o indivíduo normal. Este precisa de uma unidade
social coesa, maior que a família, dentro da qual sinta que outros indivíduos são seus
amigos, que compartilham suas idéias e hábitos. Tanto é verdade que o indivíduo se sente
inseguro quando se vê só entre estranhos.
Pois bem. O enfraquecimento da vida grupal - conforme acentuou Ralph Linton - é outra
característica de nossa época. As unidades sociais pequenas estão gradativamente
desaparecendo, e cedendo lugar às massas de indivíduos. Nas zonas rurais, os "grupos
locais" ainda conservam um pouco de sua função como portadores de cultura; mas, em
geral - devido ao afluxo de Alternativas - os jovens discordam dos padrões culturais
antigos; acontece, porém, que a sociedade mais ampla - com a qual o jovem entra em
contato por meio da imprensa, do rádio e cinema - ainda não têm padrões coerentes de
vida para oferecer-lhes. Daí a insegurança que começa a notar-se em nossa sociedade rural.
Se nas zonas rurais se percebe apenas uma insegurança incipiente, apenas o relaxamento
das forças do "grupo local" , o que se percebe nas cidades é a desintegração total dessas
forças. A mudança de padrões culturais, em nossos dias, tem sido tão rápida que, em geral,
o adulto de hoje teve sua infância condicionada à vida segundo as bases do "grupo local".
Ensinaram-lhe a esperar dos seus vizinhos encorajamento e apoio moral; e quando esses
vizinhos se afastam, o indivíduo se sente perdido. Ele escolhe entre muitas Alternativas,
mas não dispõe de meios para estabelecer contato com outros que tenham feito, escolha
semelhante.
Sem o apoio de um grupo que pense do mesmo modo, é - lhe impossível sentir-se seguro a
respeito de qualquer assunto. E assim o indivíduo torna-se presa fácil de qualquer
propaganda insistente, (quer seja a má propaganda, quer seja a boa propaganda).
Por isso, Ralph Linton escreveu "A cidade moderna, com sua multiplicidade de
organizações de toda a espécie, dá a imagem de uma massa de indivíduos que perderam
seus "grupos locais" e estão tentando, de maneira tateante, substituí-los por alguma outra
coisa. De todos os lados surgem novos tipos de agrupamentos, mas até agora nada foi
encontrado, que pareça capaz de assumir as principais funções do "grupo local". Ser
membro do Rotary Club, por exemplo, não substitui adequadamente a posse de vizinhos e
amigos tal como se verifica nos grupos locais".

51
o OVIMENTO TRADICIONAUSTA RIO - GRANDENSE
O ovimento tradicionalista rio-grandense - que vem se desenvolvendo desde 1947, com
características especialíssimas - visa precisamente combater os dois reconhecidos fatores de
. regração social. O fundamento científico deste movimento encontra-se na seguinte
afirmação sociológica: "Qualquer sociedade poderá evitar a dissolução enquanto for capaz
e manter a integridade de seu núcleo cultural. Desajustamentos, nesse núcleo, produzem
conflitos entre indivíduos que compõem a sociedade, pois esses vêm a preferir valores
. erentes, resultando, então, a perda da unidade psicológica essencial ao funcionamento
eficiente de qualquer sociedade".
Através da atividade artística, literária, recreativa ou esportiva, que o caracteriza - sempre
realçando os motivos tradicionais do Rio Grande do Sul - o Tradicionalismo procura, mais
que tudo, reforçar o núcleo da cultura rio-grandense, tendo em vista o indivíduo que tateia
sem rumo e sem apoio dentro do caos de nossa época.
E, através dos Centros de Tradições, o Tradicionalismo procura entregar ao indivíduo uma
agremiação com as mesmas características do "grupo local" que ele perdeu ou teme perder:
o" pago". Mais que o seu "pago", o pago das gerações que o precederam.
Cada Centro de Tradições Gaúchas, em si, é um novo "Grupo Lcc...l". E ~ medida que
surgem novos Centros, em todos os municípios do Rio Grande do Sul, vai o
Tradicionalismo confundindo-se com o Regionalismo, pois opera para que todos os
indivíduos que compõem a Região sintam os mesmos interesses, os mesmos afetos, e desta
forma reintegrem a unidade psicológica da sociedade regional. E com isso o
Tradicionalismo pode se transformar na maior força política do Rio Grande do Sul. Para
evitar confusão de "política" com "política partidária", expressemo-nos assim: O
Tradicionalismo pode constituir-se na maior força a auxiliar o Estado na resolução dos
problemas cruciais da coletividade .
. Para compreendermos tal afirmativa, basta repetir a transcrição já feita: "Se os cidadãos
tiverem interesses e culturas comuns, com vontade unificada que daí advém, quase
qualquer tipo de organização formal de governo funcionará eficientemente. Mas, se isso
não se verificar, nenhuma elaboração de padrões formais de governo, nenhuma
multiplicação de lei, produzirá um Estado eficiente ou cidadãos satisfeitos.

O SENTIDO DO TRADICIONAUSMO
O Tradicionalismo consiste numa EXPERIÊNCIA do povo rio-grandense, no sentido de
auxiliar as forças que pugnam pelo melhor funcionamento da errgÃ.·cüâg.::m da sociedade.
Como toda experiência social, não proporciona efeitos imediatamente perceptíveis. O
transcurso do tempo é que virá dizer do acerto ou não desta campanha cultural. De
qualquer forma, as gerações do futuro é que poderão indicar, com intensidade, os efeitos
desta nossa - por enquanto - pálida experiência. E ao dizermos isso, estamos acentuando o
erro daqueles que acreditam ser o Tradicionalismo uma tentativa estéril de "retorno ao
passado". A realidade é justamente o oposto: o Tradicionalismo constrói para o futuro.
Feitas estas considerações preliminares, podemos tentar um conceito do movimento
tradicionalista. E então diremos:
"Tradicionalismo é o movimento popular que visa auxiliar o Estado na consecução do bem
coletivo, através de ações que o povo pratica (mesmo que não se aperceba de tal finalidade)

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com o fim de reforçar o núcleo de sua cultura: graças ao que a sociedade adquire maior
tranqüilidade na vida comum".

C: CTERÍSTICAS DO TRADICIONAUSMO
do que uma teoria, o Tradicionalismo é um movimento. Age dentro da psicologia
co etiva. Sua dinâmica realiza-se por intermédio dos Centros de Tradições Gaúchas,
emiações de cunho popular que têm por fim estudar, divulgar e fazer com que o povo
n as tradições rio-grandenses.
O Tradicionalismo deve ser um movimento nitidamente POPULAR, não simplesmente
intelectual. É verdade que o tradicionalismo continuará sendo compreendido, em sua
finalidade última, apenas por uma minoria intelectual. Mas, para vencer, é fundamental
que seja sentido e desenvolvido no seio das camadas populares, isto é, nas canchas de
carreiras, nos auditórios de radioemissoras, nos festivais e bailes populares, na "Festas do
Divino" e de "Navegantes", etc.
Para alcançar seus fins, o Tradicionalismo serve-se do Folclore, da Sociologia, da Arte, da
Literatura, do Esporte, da Recreação, etc. Tradicionalismo não se confunde, pois, com
Folclore, Literatura, Teatro, etc. Tudo isso constitui MEIOS para que o Tradicionalismo
alcance seus fins. Não se deve confundir o Tradicionalismo, que é um movimento" com o
Folclore, a História, a Sociologia, etc., que são ciências. Não se deve confundir o folclorista,
por exemplo, com o tradicionalista: aquele é o estudioso de uma ciência, este é o soldado
de um movimento. Os Tradicionalistas não precisam tratar cientificamente o folclore;
estarão agindo eficientemente se servirem dos estudos dos folcloristas, como base de ação,
e assim reafirmarem as vivências folclóricas no próprio seio do povo.

AS DUAS GRANDES QUESTÕES DO TRADICIONALISMO


Existem duas questões importantíssimas, que de maneira nenhuma podem ser descuidadas
pelos tradicionalistas, sob pena deste esforço cultural se desenhar, de antemão, como uma
experiência fracassada.

a) ATENÇÃO ESPECIAL ÀS NOVAS GERAÇÕES


Deve, o Tradicionalismo, operar com intensidade no setor infantil ou educacional, para
que o movimento tradicionalista não desapareça com a nossa geração. Porque nós - os
tradicionalistas de primeira arrancada - entramos para os Centros de Tradições Gaúchas
movidos pela necessidade psicológica de encontrar o "grupo local" que havíamos perdido
ou que temíamos perder. Mas as gerações novas não chegaram a conhecer o grupo local
como unidade social autêntica, e somente seguirão nossos passos por força de impulsos que
a educação lhes ministrar.
Por isso não temo afirmar que o dia mais glorioso para o movimento tradicionalista será
aquele em que a classe de Professores Primários do Rio Grande do Sul - consciente do
sentido profundo desse gesto, e não por simples atitude de simpatia - oferecer seu decisivo
apoio a esta campanha cultural.
Aliás, não se concebe que as Escolas Primárias continuem por mais tempo apartadas do
movimento tradicionalista. Pois a maneira mais segura de garantir à criança o seu
ajustamento à sociedade é precisamente fazer com que ela receba, de modo intensivo,
aquela massa de hábitos, valores, associações e reações emocionais - o patrimônio

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tradicional, em suma - imprescindíveis para que o indivíduo se integre eficientemente na
cultura comum.

b) ASSISTÊNCIA AO HOMEM DO CAMPO


idéia nuclear das Tradições Gaúchas é a figura do campeiro das nossas estâncias. Por isso,
é sumamente necessário que o Tradicionalismo ampare social e moralmente o homem do
campo, para que um dia não se chegue à situação paradoxal de manter-se uma Tradição de
fantasia, em que se tecessem hinos de louvor ao "Monarca das Coxilhas", ao "Centauro dos
Pampas" , e esse gaúcho fosse um desajustado social, um pária lutando febrilmente pela
própria subsistência. A nossa cultura somente poderá se impor sobre as outras culturas, no
entrechoque inevitável, se for suficientemente prestigiosa. Daí a razão por que precisamos
mostrar às novas gerações - bem como àqueles que, vindos de terras distantes, acorrerem à
nossa querência - que as tradições gaúchas são REALMENTE belas, e que o gaúcho merece
realmente a nossa admiração.

O TRADICIONALISMO COMO FORÇA ECONÔMICA


Prestigiando as tradições gaúchas e prestando assistência moral e social ao homem do
campo, o Tradicionalismo estará contribuindo de maneira inestimável para a solução do
problema que ora sufoca a nossa vida econômica: o êxodo rural, a crise agrícola. É que,
dentre as principais causas do êxodo rural, encontramos uma que foge ao âmbito dos
fenômenos econômicos. Para proteger o homem do campo, e fazer com que ele permaneça
no meio rural, não basta que o Estado lhe forneça meios econômicos mais seguros. Se o
campesino acaso julgar que o lugar que lhe está reservado na sociedade encontra-se nas
cidades, ele será um desajustado enquanto não realizar seu sonho de transferir-se para a
cidade. Este fenômeno prende-se ao conceito sociológico de "status", que é a posição social
de uma pessoa em relação a todas as outras com quem está em contato. Se "os outros"
demonstram que certo indivíduo ocupa um "status" digno, ele fica satisfeito; mas se "os
outros" demonstram o contrário, ele é, inconscientemente, levado a demonstrar
habilidade, e, nesse afã, sempre deseja competir com os indivíduos que considera
superiores, jamais com aqueles que considera inferiores. Assim sendo, se o campesino se
considera inferior ao citadino, mais cedo ou mais tarde tentará procurar a cidade, para ali
competir com quem lhe rouba a posição social.
Prestigiando as tradições gaúchas, e prestando assistência moral e social ao homem do
campo, o Tradicionalismo estará convencendo o campesino da dignidade e importância do
seu "status", Estará, em suma, pondo em prática aquilo que o sanitarista Belizário Penna
um dia salientou, mais ou menos nestes termos: "O Brasil é o país onde mais se fala em
valorização. Valorização do café brasileiro, do dinheiro brasileiro, do algodão brasileiro, do
boi brasileiro. Somente não se pensa na mais urgente e importante valorização: a do
Homem brasileiro, a qual, por si só, estaria conduzindo a todas as outras".

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