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Bá, Amadou Hampaté, A. Tradição Viva In.

História geral da África, I: Metodologia e pré-


história da África / editado por Joseph Ki -Zerbo. – 2.ed. rev. – Brasília : UNESCO, 2010.
Capitulo 8, p. 167-214.

Ahmadou Hampaté Bá era escritor e etnólogo nascido no Mali em 1900. Formado na


escola carânica e francesa, desde cedo destacava-se nos estudos e por isso ingressou na escola
de magistério da ilha de Gorée, no Senegal. Ocupou cargos na administração colonial e
trabalhou ccomo etnólogo no IFAN (Instituto Fundamental da África Negra. Após
independência do Mali trabalhou em diversos cargos dentro da UNESCO e dentro da mesma
ajudou a preservar as culturas orais africanas.

É sobre tradição, nesse caso, tradição viva de que se trata capitulo de Bá no livro Historia
Geral da África, volume I. O autor apresenta a importância da tradição oral africana e mostrar
seu valor moral para o povo deste continente. O autor mostra a relação que essa tradição tem
com o divino, sua relação de controle sobre as forças do mundo, a importância na educação e a
sua legitimidade frente ao pensamento ocidental.

A oralidade vem ganhando notável reconhecimento como patrimônio cultural da


humanidade, porem nem sempre fora assim. No meio acadêmico, por exemplo a desconfiança
que se mantinha em relação a fontes orais punha em chegue qualquer metodologia de trabalho
cientifico. E até décadas atrás, um povo sem escrita era considerado um povo sem história. Não
obstante, é a este lugar de povo sem história a qual o continente africano esteve subjugado por
ser um povo de tradição oral, não desenvolvera escrita. A não ser, e não esqueçamos
geograficamente, da civilização egípcia. De acordo com o autor, alguns estudiosos acreditavam
que independente do testemunho, tanto escrito como falado, advém do homem, logo, sua
confiabilidades estaria mais direcionada ao homem do que aos discursos. No contexto da
tradição africana, de acordo com o texto, o homem encontra-se ligada à palavra.

De acordo com o autor, a palavra tem origem divina, segundo as tradições da Savana do
sul do Saara, antigo Bafur. A tradição Bambara Komo considera a palavra uma força oriunda
do criador de todas as coisas, do próprio ser supremo o qual chamam de Maa Ngala. O criador
criara o homem para ser seu interlocutor (Maa) e recebeu parte do poder divino, o dom da mente
e da palavra. Ensinou sobre cosmogonia, harmonia universal e a conservação da mesma. Maa
foi o responsável pela transmissão do conhecimento a sseus descendentes, da qual dera origem
à tradição oral. E é esse poder de criação que compele a fala a função de conservar e destruir,
sendo o grande agente ativo da tradição africana. Deste modo, de acordo com Bá, a
originalidade divina da oralidade cria uma relação entre o homem e a harmonia com o mundo
que o cerca, sendo, portanto, a mentira um crime à moral. Mentir significa matar-se civil,
religiosa e moralmente diante da sociedade.

Percebemos também o respeito por pela herança ancestral, de acordo com o autor, é
através dos “tradicionalistas” que se mantem a história, pois além de depositários de
informações tratam também de uma ciência em vida. São ferreiros, tecelões, caçadores e tantos
outros que, embora não sejam especialistas em algum ramo, são generalizadores cuidando da
vida em sua totalidade. Cabe aos “tradicionalistas”, através da oralidade o dever de ensinar seus
conhecimentos da ciência da vida e dos ofícios para crianças, jovens e adultos. Sem dúvidas o
Ocidente perdeu muitas riquezas culturais e ganhos intelectuais quando, ao invés de assimilar
a cultura africana, resolveu destruí-la. Segundo o autor:

os últimos anciãos herdeiros dos vários ramos da Tradição provavelmente


terão desaparecido. Se não nos apressarmos em reunir seus testemunhos e
ensinamentos, todo o patrimônio cultural e espiritual de um povo cairá no
esquecimento juntamente com eles, e uma geração jovem sem raízes ficará
abandonada à própria sorte. ( p. 176)

Para tornar-se um “tradionalista”, de acordo com o autor, é necessário ser conhecedor e


ter aptidões individuais. Percebe-se que o conhecimento era valorizado e estava acima de
qualquer coisa posto que o segredo velho não se compra com dinheiro mas com boas maneiras.

Enfim, o autor conclui nos mostrando o quanto a modernidade é complexa para o povo
africano. Mundos e mentalidades conflitantes sobrepõem-se, interferindo uns nos outros. A
modernidade não compreende a complexidade africano ao passo que os africanos não se
aproximam da realidade moderna. Bá também salienta a busca da juventude culta
contemporânea ás tradições ancestrais na busca de resgatar valores fundamentais e reencontrar
suas raízes e sua própria identidade.

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