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uma decisão do que fazer em cada situação


TÓPICOS DAS VIDEOAULAS
concreta. O que se deve fazer em cada
ÉTICA, CIDADANIA E RESPONSABILIDADE situação concreta é um problema moral. Nós,
SOCIAL seres humanos, não só agimos moralmente,
mas refletimos sobre o comportamento prático
EMENTA e o tomamos como objeto da nossa reflexão
ou pensamento. O problema ético aparece
Origem e fundamentos da ética: liberdade, quando decidimos investigar e refletir sobre o
escolha, lei e vontade. Principais teorias da comportamento moral. Iremos propor vários
obrigação moral e responsabilidade social. problemas éticos aqui e colocaremos em
Empreendedorismo, profissionalismo e discussão alguns problemas morais reais ou
sociedade. Política, cidadania e convivência fictícios. A Ética também se relaciona com
humana nas cidades. Impasses entre ética e outras ciências, que sob ângulos diversos,
economia. Ética e cibercultura. estudam as relações e os comportamentos
dos homens em sociedade e proporcionam
dados e conclusões que contribuem para
esclarecer o tipo peculiar de comportamento
UNIDADE 1 - Origem e fundamentos da humano que é o moral. Estas lições
ética: liberdade, escolha, lei e vontade. preliminares dos conceitos gerais da Ética e
Moral serão úteis para o entendimento de toda
a matéria.
A Ética vem de (ethos) do grego e é
Para que haja ética é preciso que exista
definida atualmente como a teoria ou ciência
o agente consciente, isto é, aquele que
do comportamento moral dos homens em
conhece a diferença entre bem e mal, certo e
sociedade. A Ética portanto, é teoria,
errado, permitido e proibido, virtude e vício. A
interpretação ou explicação de um tipo de
consciência moral não só conhece tais
experiência humana ou forma de
diferenças, mas também se reconhece como
comportamento dos homens, o da moral,
capaz de julgar o valor dos atos e das
considerado porém na sua totalidade,
condutas e de agir em conformidade com os
diversidade e variedade. Já a Moral é um
valores morais, sendo por isso responsável por
sistema de normas, princípios e valores, que
suas ações e seus sentimentos e pelas
regulamenta as relações mútuas entre os
consequências do que faz e sente.
indivíduos ou entre estes e a comunidade, de
Consciência e responsabilidade são condições
tal maneira que estas normas, dotadas de um
indispensáveis da Ética. A consciência moral
caráter histórico e social, sejam acatadas livre
manifesta-se, antes de tudo, na capacidade
e conscientemente, por uma convicção íntima,
para deliberar diante de alternativas possíveis,
e não de uma maneira mecânica, externa e
decidindo e escolhendo uma delas antes de
impessoal. As pessoas se enganam sobre a
lançar-se na ação. Ter a capacidade para
moral. Ela não existe para punir, para reprimir,
avaliar e pesar as motivações pessoais, as
para condenar. Para isso há os tribunais, os
exigências feitas pela situação, as
policiais, as prisões, que ninguém confundiria
consequências para si e para os outros, a
com uma moral. A moral começa onde somos
conformidade entre meios e fins (empregar
livres: ela é essa liberdade mesma, quando ela
meios imorais para alcançar fins morais é
se julga e se comanda.
impossível), a obrigação de respeitar o
Para melhor entendimento das questões estabelecido ou de transgredi-lo (se o
nesta disciplina, cabe diferenciar os problemas estabelecido for imoral ou injusto).
morais dos problemas éticos. Os problemas ou
dilemas morais aparecem quando demandam
PUC MINAS IEC - PUC Virtual Professor Cristiano Garotti da Silva 2º 2017 Disciplina: Ética, Cidadania e Responsabilidade Social
Advertência: Por ser resumo de videoaulas, estes tópicos não se apresentam como o único material de estudo e pesquisa para a realização das atividades e avaliação na disciplina.
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A vontade é esse poder deliberativo e liberdade e responsabilidade. Ao contrário, é
decisório do agente moral. Para que exerça tal ativo ou virtuoso aquele que controla
poder sobre o sujeito moral, a vontade deve interiormente seus impulsos, suas inclinações
ser livre, isto é, não pode estar submetida à e suas paixões, discute consigo mesmo e com
vontade de um outro nem pode estar os outros o sentido dos valores e dos fins
submetida aos instintos e às paixões, mas, ao estabelecidos, indaga se devem e como
contrário, deve ter poder sobre eles e elas. devem ser respeitados ou transgredidos por
outros valores e fins superiores aos existentes,
O campo da ética é constituído pelos
avalia sua capacidade para dar a si mesmo as
valores e pelas obrigações que formam o
regras de conduta, consulta sua razão e sua
conteúdo das condutas morais, isto é, as
vontade antes de agir, tem consideração pelos
virtudes. Estas são realizadas pelo sujeito
outros sem subordinar-se nem submeter-se
moral, principal constituinte da existência ética.
cegamente a eles, responde pelo que faz,
O sujeito ético ou moral, isto é, a pessoa, só
julga suas próprias intenções e recusa a
pode existir se preencher as seguintes
violência contra si e contra os outros. Numa
condições: ser consciente de si e dos outros,
palavra, é autônomo.
isto é, ser capaz de reflexão e de reconhecer a
existência dos outros como sujeitos éticos Do ponto de vista dos valores, a ética
iguais a ele; ser dotado de vontade, isto é, de exprime a maneira como a cultura e a
capacidade para controlar e orientar desejos, sociedade definem para si mesmas o que
impulsos, tendências, sentimentos (para que julgam ser a violência e o crime, o mal e o
estejam em conformidade com a consciência) vício e, como contrapartida, o que consideram
e de capacidade para deliberar e decidir entre ser o bem e a virtude. Por realizar-se como
várias alternativas possíveis; ser responsável, relação intersubjetiva e social, a ética não é
isto é, reconhecer-se como autor da ação, alheia ou indiferente às condições históricas e
avaliar os efeitos e consequências dela sobre políticas, econômicas e culturais da ação
si e sobre os outros, assumi-la bem como às moral. Consequentemente, embora toda ética
suas consequências, respondendo por elas; seja universal do ponto de vista da sociedade
ser livre, isto é, ser capaz de oferecer-se como que a institui (universal porque seus valores
causa interna de seus sentimentos, atitudes e são obrigatórios para todos os seus membros),
ações, por não estar submetido a poderes está em relação com o tempo e a História,
externos que o forcem e o constranjam a transformando-se para responder a exigências
sentir, a querer e a fazer alguma coisa. A novas da sociedade e da Cultura, pois somos
liberdade não é tanto o poder para escolher seres históricos e culturais e nossa ação se
entre vários possíveis, mas o poder para desenrola no tempo. Além do sujeito ou
autodeterminar-se, dando a si mesmo as pessoa moral e dos valores ou fins morais, o
regras de conduta. O campo da ética é, campo ético é ainda constituído por um outro
portanto, constituído por dois polos elemento: os meios para que o sujeito realize
internamente relacionados: o agente ou sujeito os fins. Costuma-se dizer que os fins justificam
moral e os valores morais ou virtudes éticas. os meios, de modo que, para alcançar um fim
Do ponto de vista do agente ou sujeito moral, a legítimo, todos os meios disponíveis são
ética faz uma exigência essencial, qual seja, a válidos. No caso da ética, porém, essa
diferença entre passividade e atividade. afirmação deixa de ser óbvia.
Passivo é aquele que se deixa governar e A liberdade é a capacidade para
arrastar por seus impulsos, inclinações e darmos um sentido novo ao que parecia
paixões, pelas circunstâncias, pela boa ou má fatalidade, transformando a situação de fato
sorte, pela opinião alheia, pelo medo dos numa realidade nova, criada por nossa ação.
outros, pela vontade de um outro, não Essa força transformadora, que torna real o
exercendo sua própria consciência, vontade,
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que era somente possível e que se achava calúnia, a má-fé, o roubo são considerados
apenas latente como possibilidade, é o que faz violência, imoralidade e crime. Considerando
surgir algo novo. O possível não é pura que a humanidade dos humanos reside no fato
contingência ou acaso. O necessário não é de serem racionais dotados de vontade livre,
fatalidade bruta. O possível é o que se de capacidade para a comunicação e para a
encontra aberto no coração do necessário e vida em sociedade, de capacidade para
que nossa liberdade agarra para fazer-se interagir com a Natureza e com o tempo,
liberdade. Nosso desejo e nossa vontade não nossa cultura e sociedade nos definem como
são incondicionados, mas os sujeitos do conhecimento e da ação,
condicionamentos não são obstáculos à localizando a violência em tudo aquilo que
liberdade e sim o meio pelo qual ela pode reduz um sujeito à condição de objeto. Do
exercer-se. Se nascemos numa sociedade que ponto de vista ético, somos pessoas e não
nos ensina certos valores morais – justiça, podemos ser tratados como coisas. Os valores
igualdade, verdade, generosidade, coragem, morais se oferecem, portanto, como expressão
amizade, direito à felicidade – e, no entanto, e garantia de nossa condição de sujeitos,
impede a concretização deles porque está proibindo moralmente o que nos transforme
organizada e estruturada de modo a impedi- em coisa usada e manipulada por outros.
los, o reconhecimento da contradição entre o
ideal e a realidade é o primeiro momento da
liberdade e da vida ética como recusa da Capítulo 1 (SANDEL) - Fazendo a coisa
violência. O segundo momento é a busca das certa
brechas pelas quais possa passar o possível,
isto é, uma outra sociedade que concretize no
real aquilo que a nossa propõe no ideal. Esse Sandel apresenta neste livro seu
segundo momento indaga se um possível pluralismo ideológico e sua concepção
existe e se temos o poder para torná-lo real, comunitarista, no sentido de ser adepto a uma
isto é, se temos como passar da “pena de cultura multilateral que aceite pontos de vista
viver” e da “árvore milagrosa” a uma felicidade discordantes na busca da prosperidade
que, enfim, esteja onde nós estamos. O comum e da geração de oportunidades
terceiro momento é o da nossa decisão de agir equânimes. A metodologia adotada se funda
e da escolha dos meios para a ação. O último na reflexão das teorias filosóficas de
momento da liberdade é a realização da ação pensadores antigos e modernos, como
para transformar um possível num real, uma Aristóteles, Immanuel Kant, Jeremy Bentham e
possibilidade numa realidade. John Rawls, voltadas para dilemas jurídicos,
políticos, morais e sociais com o fito de
Quando uma cultura e uma sociedade ponderar sobre possíveis soluções para
definem o que entendem por mal, crime e conflitos que assolam a natureza humana e a
vício, estabelecem aquilo que julgam violência vida cívica. São apresentadas três concepções
contra um indivíduo ou contra o grupo. de justiça na obra: a utilitarista, a ideia de que
Simultaneamente, erguem os valores positivos justiça começa pela liberdade e a de justiça
– o bem e a virtude – como barreiras morais associada à virtude.
contra a violência. Em nossa cultura, a
violência é entendida como o uso da força Sandel propõe no capítulo 1, uma
física e do constrangimento psíquico para comparação econômica: ainda que os preços
obrigar alguém a agir de modo contrário à sua altos proporcionem maior fornecimento de
natureza e ao seu ser. A violência é a violação mercadorias, tal benefício confronta-se com a
da integridade física e psíquica, da dignidade sobrecarga imposta às pessoas de menor
humana de alguém. Eis por que o assassinato, potencial aquisitivo. Em situações calamitosas,
a tortura, a injustiça, a mentira, o estupro, a como uma enchente, pessoas abastadas
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podem se aborrecer por ter de pagar mais confrontamos como cidadãos democráticos.”
caro, enquanto quem tem menos recursos Seguem teorias que ligam justiça à liberdade:
encontra dificuldade e acaba permanecendo disputas entre o laissez-faire e equanimidade,
no local sem buscar segurança. Outro caso que tem teóricos de tendência mais igualitária.
ilustrativo analisado por Sandel foi o “tsunami A justiça requer diretrizes que corrijam as
financeiro” – metáfora usada nos EUA para desvantagens sociais e econômicas e que
denominar a crise financeira de 2008 a 2009 – deem a todos oportunidades justas de
que trouxe indagações acerca da sucesso.
operacionalização do mercado, a perseguição Devemos tentar descobrir qual princípio
do lucro e o interesse pessoal. A notícia dos pesa mais ou é mais adequado
bônus ocasionou protestos públicos, cuja circunstancialmente. Confirma Sandel que: “A
ofensa foram as recompensas pródigas com vida em sociedades democráticas é cheia de
os fundos do contribuinte aos membros do divergências entre o certo e o errado, entre
sistema financeiro. Os bônus pareceram justiça e injustiça.” O autor reflete que às
recompensar a ganância e o fracasso. vezes uma discussão pode mudar nossa
Após essas considerações, são opinião. Reflexão moral é o ir e vir de nosso
propostas concepções conflitantes sobre o pensamento, da ação para a razão. Conceber
caráter moral e valor militar. Para algumas a moral como dialética entre opiniões e
pessoas, só se deve considerar ferimentos princípios a refletir tem tradição nos diálogos
sangrentos: estresse pós-traumático socráticos e filosofia aristotélica. A reflexão
demonstra fraqueza indigna de honrarias. Para moral não é uma busca individual, mas
outros, danos psicológicos causam depressão coletiva. Não podemos descobrir o significado
e são tão graves quanto perder um membro da justiça ou a melhor forma de viver apenas
em combate. Análogo à honra e à virtude são por meio da introspecção. Se a reflexão moral
medalhas militares. Por isso, Sandel conclui: é dialética, avançando e recuando entre
“os americanos são mais rigorosos quanto ao julgamentos feitos em situações concretas,
fracasso do que quanto à ganância." Em uma necessita de opiniões como pontos de partida.
sociedade de mercado é tênue a linha que O autor americano conclui o capítulo
separa a ganância do interesse próprio; perguntando se certas virtudes e bens de
diferentemente, a linha separatista entre o natureza tão elevada transcenderiam às leis
sucesso e o fracasso é mais definida. O modo do mercado e ao poder do dinheiro.
como é feita a distribuição de renda, deveres e
direitos, poderes e oportunidades, cargos e ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES
honrarias é parâmetro para saber se uma
sociedade é justa – se for, distribui esses bens
de maneira correta, dando a cada um o que
lhe é devido.
Há três abordagens da distribuição de
bens: a que se preocupa com o bem-estar, a
que considera a perspectiva de liberdade e a
que se baseia no conceito de virtude. São
ideais que caracterizam formas diferentes de
pensar sobre a justiça. Sandel sustenta que “a
filosofia política não pode solucionar
discordâncias desse tipo, mas pode dar forma
aos nossos argumentos e trazer clareza moral
para as alternativas com as quais nos

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