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Guia de Gravidez
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FEVEREIRO / ABRIL 2015 • N.º 24 • TRIMESTRAL
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EDITORIAL
Rosa vilas
Está grávida? Parabéns! Vai iniciar uma via- velocidade incrível e o ser indefeso que levou
gem por um dos momentos mais marcan- para casa irá dando lugar a um bebé cada vez
tes da sua vida. Apesar da alegria que é sen- mais autónomo, que demonstrará diariamente
tir que existe um ser a crescer dentro de nós, novas capacidades e exigirá novas respostas
haverá sempre receios, dúvidas e inseguranças. da sua parte.
Nem todas as mulheres vivem este momento da Se o bebé estará no centro de todas as aten-
mesma forma: algumas sentem-se sempre ma- ções, como ficarão vocês, o casal?
ravilhosamente bem, enquanto outras vivem em O que acontecerá à vossa intimidade, à vossa vida,
permanente mal-estar e aceitam com dificuldade aos vossos hábitos?
as transformações físicas inevitáveis.
A Mamãs & Bebés, pretende ser um guia útil e in-
Com o nascimento do seu bebé, a verdade é que dispensável, durante a sua gravidez e primeiro ano
tudo irá dar uma volta de 180 graus. de vida do seu bebé, procurando informar, orientar
A rotina diária girará em torno do seu peque- e alertar.
nino, que precisará de ser alimentado, limpo e
satisfeito a qualquer hora do dia ou da noite. E Por último, não deixe de aderir ao clube Mamãs &
uma coisa é certa: o seu bebé vem sem livro de Bebés e usufruir de todas as vantagens que temos
instruções! para si!
O primeiro ano do seu bebé será um ano de Esperamos que com a nossa ajuda consiga vencer
desafios e mudanças. Um mês, uma semana ou as suas inseguranças, vivendo em pleno a sua gra-
até mesmo um dia farão toda a diferença no videz e desfrutando cada avanço do crescimento
seu desenvolvimento. Vê-lo-á crescer a uma do seu pequeno tesouro!
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ÍNDICE MedicalMedia - Mamãs & Bebés
Delegação Sul
Edifício Atlantapark 1, Estrada da Luz, nº 90, 8.º d – 1600-160 Lisboa
Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Delegação Norte
Rua António Cândido, 215 - 4200-077 Porto
Telf: +351220107170 | Fax: +351211528542
geral@mamasebebes.ptt
Índice e Contactos . . . . . . . . . . . . . . . . 2
MedicalMedia
Administração (Directora Geral)
Cuidados Pré-Natais . . . . . . . . . . . . . . 4 Marta Castro
Coordenadoras Operacionais:
Ângela Santos e Filipa Barreiros
Nove Meses de Emoção . . . . . . . . . . 10 Direcção Comercial:
Joana Alegria
Directora Editorial:
Cuidados da grávida . . . . . . . . . . . . . 22 Ana Apolinário
Organização de eventos:
Vanessa Veiga
Tudo a postos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Fotografia Capa:
Rosa vilas
Fotografia conteúdo:
Hug - Produções Fotograficas
O Parto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Comissão Científica
APN- Associação Portuguesa Nutricionistas
APSI- Associação para a Promoção da Segurança Infantil
O Pós-Parto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Enfermeira Lurdes Ribeiro
Enfermeira Maria do Céu Ramalho
Dr. Vasco Soares
Impressão: Lisgráfica
Nasceu o seu bebé. . . . . . . . . . . . . . . . 43 Pré-impressão: Alves&Albuquerque
Tiragem: 30 000 Exemplares
Viver com o Bebé . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Periocidade: Trimestral
Embora todos os conteúdos tenham sido revistos por espe-
cialistas, a MedicalMedia não se responsabiliza por eventuais
A alimentação do bebé . . . . . . . . . . . 56 erros. A informação contida neste guia não dispensa nem
substitui a consulta médica. Interdita a reprodução total ou
parcial de quaisquer textos ou ilustrações, sem autorização
prévia da MedicalMedia.
Desenvolvimento do bebé . . . . . . . . . 66
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VIGILÂNCIA MÉDICA ão as medidas necessárias para que corra tudo bem
durante a gravidez. Será de extrema importância
Os cuidados pré-natais são fornecer o máximo de informações para o médico
fundamentais para uma gravidez elaborar um relatório clínico rigoroso, relacionadas
saudável e para um pleno com hábitos alimentares, actividades quotidianas,
desenvolvimento do bebé. doenças já sofridas, ciclo menstrual, a data da úl-
tima menstruação (para calcular a data da concep-
Para a vivência de uma gravidez tranquila é neces- ção), o contraceptivo, etc.
sário seguir as indicações do obstetra e não deixar Nunca se deve esconder nenhum pormenor. Se a
de fazer os exames prescritos, pois muitas das com- grávida fuma, se consome bebidas alcoólicas re-
plicações que surgem podem ser solucionadas se gularmente, etc., deverá revelá-lo, pois são dados
forem detectadas a tempo. decisivos para uma boa avaliação.
Assim, mal a gravidez seja confirmada, é muito im-
portante consultar um médico, sobretudo em caso Exames da primeira consulta
de doenças crónicas, como diabetes, epilepsia ou
hipertensão. Na primeira consulta, a grávida será submetida a
um exame ginecológico e demais exames físicos,
A PRIMEIRA CONSULTA tais como a medição da tensão arterial ou a verifi-
cação do peso e da altura.
A primeira consulta deverá ocorrer entre a 6ª e a O médico irá ainda procurar ouvir o foco (coração)
12ª semana. Confirmar-se-á a gestação e tomar-se- do bebé, prescrever a primeira ecografia e pedir
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uma série de exames, que voltará a repetir poste- Este exame ecográfico pode, quase sempre, ser
riormente no segundo e terceiro trimestres do pe- efectuado por via abdominal, não sendo necessário
ríodo de gestação. ter a bexiga cheia. Este exame é importante porque
permite:
CONSULTAS SEGUINTES • Datar a gravidez;
• Avaliar os riscos de Síndroma de Down (Trissomia
gp
Após a primeira consulta, a grávida terá de ir regu- 21) e outras anomalias cromossómicas;
larmente ao médico, mais ou menos de mês a mês, • Diagnosticar uma gravidez múltipla;
até à 28ª semana. A partir dessa data, e até à 36ª • Diagnosticar algumas anomalias fetais;
semana, o médico poderá querer vê-la de 2 em 2 • Diagnosticar precocemente uma morte fetal.
semanas e, posteriormente, uma vez por semana,
até ao momento do parto. No caso de gravidez de Ecografia das 20-24 semanas:
gémeos ou de risco, é possível que seja observada Normalidade fetal / Pesquisa de anomalias
com mais frequência.
A rotina repete-se: o médico analisa exames la- Esta ecografia, vulgarmente conhecida por eco-
boratoriais efectuados, faz perguntas sobre o grafia morfológica, corresponde a um exame mi-
estado geral da grávida, pesa-a, ouve o coração nucioso, durante o qual o feto é observado com
do bebé. São feitos alguns exames de contro- grande detalhe. É prestada uma especial atenção
lo, como análises ao sangue, medição da tensão ao cérebro, à face, à coluna, ao coração, ao es-
arterial, observação externa do abdómen e controlo tômago, aos intestinos, aos rins e membros do
dos edemas (excesso de líquido nos tecidos). bebé.
Estas consultas de rotina são fundamentais, inclu- Se forem detectadas grandes anomalias ou peque-
sivamente para clarificar todas as dúvidas que pos- nas alterações anatómicas, deverá ser discutido o
sam surgir à futura mãe. Além disso, dão a oportu- seu significado e o casal terá a oportunidade de ob-
nidade à grávida de participar ao seu médico todo e ter um aconselhamento posterior.
qualquer problema que lhe surja. É também na ecografia do 2º trimestre que a maio-
ria dos casais sabe pela primeira vez o sexo do feto.
ECOGRAFIAS
Ecografia das 32-34 semanas:
A ecografia obstétrica é um dos principais exames Avaliação do crescimento e bem-estar fetal
complementares de diagnóstico utilizados para a
vigilância da gravidez, pois para além do despiste Este exame destina-se a fazer a avaliação do cresci-
de malformações, permite monitorizar o desenvol- mento e bem-estar do feto, bem como reassegurar
vimento do bebé. a sua normalidade, através de:
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• Medição da cabeça fetal, abdómen, fémur e esti- Rastreios disponíveis
mativa do peso fetal;
• Exame dos movimentos do feto; Existem vários testes de rastreio disponíveis, cuja esco-
• Avaliação da localização e características morfo- lha pode estar relacionada com o momento da gravi-
lógicas da placenta; dez, com a altura em que se pretendem os resultados,
• Avaliação da quantidade de líquido amniótico; ou, em última análise, com a preferência do médico.
• Avaliação do fluxo sanguíneo placentar e fetal, Rastreio Combinado do 1º Trimestre: Este tes-
através do Doppler; te é realizado entre a 9ª semana e a 13ª semana
• Detecção de anomalias de instalação tardia (como + 6 dias e usa os resultados de um teste bioquímico,
a hérnia diafragmática e hidronefrose) . onde são medidas duas proteínas – BhCG e PAPP-A
-, e os resultados da ecografia das 11 semanas, para
Ecografia 3D calcular o risco do bebe ser portador de Trissomia
21 e/ou Trissomia 13/18. Este teste tem uma taxa
Os recentes avanços tecnológicos têm permitido a de detecção entre os 90 e os 97%. Existe uma ver-
obtenção de imagens das ecografias cada vez com são deste teste, designado pro Rastreio Combinado
melhor definição. A «ecografia 3D» permite a obten- Precoce, oferecido pelo laboratório CGC Centro de
ção de imagens tridimensionais do feto. Contudo, Genética Clínica, em que o doseamento bioquímico
embora represente uma inovação na medicina e é efectuado às 9 semanas, e o resultado é retido até
seja frequentemente apresentada como um impor- à execução da ecografia às 11 semanas. Nesta altura
tante coadjuvante da ecografia convencional, não o médico ecografista envia ao laboratório os dados
substitui a «ecografia 2D». ecográficos e o relatório com o cálculo de risco é
emitido e enviado de imediato ao médico. Desta
forma é possível melhorar a taxa de detecção do
RASTREIO PRÉ-NATAL teste ao fazer o teste bioquímico numa fase em que
PELA CENTRO GENÉTICA CLÍNICA os marcadores têm maior eficiência; por outro lado
o resultado do rastreio é logo transmitido à grávida,
Um teste de rastreio pré-natal é um conjunto de num ambiente clínico, e com a possibilidade de se-
análises , incluindo a ecografia, que permite calcu- rem logo discutidas condutas futuras.
lar o risco de o bebé apresentar determinadas ano- Rastreio do 2º Trimestre (bioquímico): É reali-
malias cromossómicas. O resultado deste teste pode zado entre as 14 e as 22 semanas, de preferência
ser: um risco reduzido ou um risco aumentado, de entre a 15ª e a 18ª. É um exame simples, a partir
o bebé ter uma dessas anomalias. O conhecimento da análise de algumas substâncias do sangue
desse risco pode ajudar a futura mãe a decidir se da grávida. A taxa de detecção deste rastreio é de
quer ou não fazer testes de diagnóstico específicos 70%, e por ter uma eficiência inferior ao rastreio
– como a amniocentese ou a colheita de vilosidades do 1º trimestre, este teste é efectuado nas situa-
coriónicas- para obter uma resposta mais concreta ções em que não foi possível efectuar o rastreio no
sobre a existência ou não do problema. 1 trimestre. Neste rastreio, o risco é, apenas, deter-
minado pelos resultados laboratoriais, em conjunto
com a idade materna.
Rastreio Integrado (bioquímico e ecográfico):
Este método, que se faz em 2 fases, tem uma taxa
de detecção de Trissomia 21 de 90 a 97%. A primei-
ra fase é realizada entre as 10 e as 13 semanas de
gestação, fazendo-se uma colheita de sangue e uma
ecografia para determinar com precisão o tempo de
gestação e medir a TN. Marca-se também a data para
a segunda colheita de sangue, que deverá ser entre
as 15 e as 22 semanas (idealmente às 15 semanas). E
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TESTES PRÉ-NATAIS NÃO INVASIVOS
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de internacional mais prestigiada em cuidados Onde pode ser feito este teste?
pré-natais. Este (e outros testes não invasivos) podem ser
feitos através de vários laboratórios. O Teste Har-
Representa algum risco para a mãe? mony, por exemplo, pode ser realizado através de
Como se trata de uma simples colheita de san- qualquer laboratório da rede Labco.
gue, o teste Harmony, não comporta qualquer
risco de abortamento. Com as vantagens deste teste, em que
circunstância recomenda o recurso a uma
Qual a fiabilidade dos resultados do teste amniocentese?
pré-natal não invasivo? Os testes invasivos (amniocentese ou biópsia das
Mais de 150.000 grávidas fizeram já este teste vilosidades coriónicas) continuam a ter indica-
em todo o Mundo e a fiabilidade é, de facto, ex- ção, entre outras nas seguintes situações:
celente. Globalmente podemos dizer que 99% • sempre que o teste não invasivo identifica um
dos casos das trissomias mais comuns (trisso- risco elevado de trissomia 21 (ou outra), deverá
mias 13, 18 e 21) são detetadas por este teste, recorrer-se a um teste invasivo para confir-
com apenas 1 em 1.000 falsos positivos. mar (ou excluir) a existência dessa anomalia;
A outra evidência de fiabilidade é a seguinte: 4 nenhuma decisão irreversível sobre a gestação
em cada 5 grávidas com um Teste Harmony posi- pode ser tomada sem antes confirmar através
tivo para trissomia 21 têm efetivamente um bebé de um teste invasivo a existência dessa alte-
com trissomia 21. ração;
• sempre que é detectado um sinal de alarme ou
Em que é que o teste pré-natal não invasivo mesmo uma malformação fetal na ecografia.
difere da amniocentese? De facto, nestas situações é importante anali-
Os testes invasivos (como a amniocentese e a sar todos os cromossomas e não apenas detec-
biópsia das vilosidades) permitem detectar 100% tar/excluir a trissomia 21 (ou as trissomias 13 e
dos casos de trissomias e muitas outras anoma- 18), pelo que um teste não invasivo normal não
lias cromossómicas. No entanto, obriga a picar o tranquilizará suficientemente a grávida.
útero para recolher material do bebé para análi-
se, o que comporta um risco, ainda que pequeno Para mais informações, vá ao site www.labco.pt
de abortamento. http://www.labco.pt/Catalogo/teste-pre-natal-
Os testes não invasivos são feitos através de uma -harmony.aspx E
simples colheita de sangue, tal como uma aná-
lise habitual, pelo que não há qualquer risco de
perda do bebé. Estes testes no entanto, apenas
permitem analisar os cromossomas 21,18,13, X e
Y, detectando 99% das alterações de número de
cromossomas.
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NOVE MESES DE EMOÇÃO
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No que diz respeito à mãe, é por volta da 6ª dá pontapés - embora a mãe ainda nada sinta - e
semana que começa a sentir realmente a gravi- engole líquido amniótico.
dez: surgem ou agravam-se os enjoos, instala- No final do primeiro trimestre, quase todos os ór-
-se o cansaço e os seios ficam inchados e/ou gãos e estruturas vitais do feto estão formados.
doridos. Durante as semanas seguintes, ela irá Para a mãe, esta altura poderá ser de alívio, pois
continuar a ser atropelada por uma avalanche os principais desconfortos do início da gravidez
de sintomas. tendem a desaparecer, assim como as hipóteses
de aborto espontâneo. Entretanto, a cintura co-
8ª à 9ª semana meça a perder as formas e os seios estão cada
vez mais volumosos.
Na 8ª semana, o embrião ainda apresenta uma
espécie de cauda, mas a face continua a mudar SEGUNDO TRIMESTRE
e aparecem as orelhas e o nariz. Os braços e as
pernas alongam-se e desenvolvem-se os primei- Esta poderá ser a melhor fase da gravidez. Final-
ros sinais de articulações. Inicia-se a ossificação mente a grávida pode dizer adeus ao permanente
do esqueleto, os intestinos começam a formar-se mal-estar e dar as boas vindas ao apetite, que
dentro do cordão umbilical e os rins a produzir regressa com energia extra.
urina. O cérebro e o coração desenvolvem-se a O útero ainda não está suficientemente grande
um ritmo cada vez maior. para ser notado exteriormente, mas a grávida já
Por volta da 9ª semana, o embrião pesa mais ou poderá reparar que as roupas não lhe servem.
menos um grama, dando-se inicio à formação A pele pode começar a secar e a possibilidade de
dos seus órgãos internos e sistemas vitais. surgirem estrias aumenta, sobretudo nos seios,
A futura mãe, poderá deparar-se com alguma abdómen, coxas e ancas. Não há como preveni-
acne e aumento de oleosidade da pele, que -las totalmente, mas a adopção de um hidratante
desaparecerão no final do trimestre ou após o poderá ajudar. Por outro lado, é importante beber
parto, quando os níveis hormonais baixarem. muita água e seguir uma alimentação saudável.
O seu corpo já poderá apresentar sinais típicos Quanto ao bebé, por volta da 13ª semana de gra-
de gravidez, sendo o mais óbvio o aumento dos videz, tem um rosto cada vez mais humano. Os
seios. olhos começam a juntar-se, e o mesmo acontece
com as orelhas.
10ª à 12ª semana Os intestinos, que faziam parte do cordão um-
bilical, deslocam-se para a cavidade abdominal.
A partir da 10ª semana a cauda do embrião de- Começam também a formar-se as cordas vocais.
saparece, já se vislumbram os braços, as pernas
e o nariz, e os olhos estão bem desenvolvidos, 14ª à 18ª semana
embora ainda muito separados. O embrião já au-
mentou cerca de 50 vezes o A 14ª semana de gestação é um marco muito impor-
seu tamanho inicial e na tante, porque assinala o final de um período crítico
11ª semana já é con- no desenvolvimento do bebé. Com efeito, apesar de
siderado feto. Tam- ele ter apenas 9 cm e pesar cerca de 14 g, todas as
bém já estruturas básicas do corpo estão formadas.
Por esta altura, ele irá começar a ensaiar movi-
mentos respiratórios de inspiração e expiração.
Nos dedos tem já as suas impressões digitais e as
suas mãos tornam-se mais funcionais, pelo que
começará a aprender a movimentá-las.
Pela 15ª semana, a sua pele fina e transparente
estará coberta de uma pelugem ultra-fina (lanu-
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go), que irá continuar a crescer até à 26ª semana. voz da mãe, o sangue dela a correr, a sua respira-
Através dos impulsos cerebrais, o bebé começa ção, batimentos cardíacos e ruídos do estômago.
também a exercitar os músculos faciais, a revi- Entretanto forma-se a vérnix caseosa, uma subs-
rar os olhos e a fazer caretas. Por outro lado, já tância de cor branca que protege a pele do bebé, e
começou a desenvolver a habilidade de agarrar e às 21 semanas o bebé já produz mecónio, as suas
poderá ser capaz de chuchar no dedo. primeiras fezes quando chegar ao mundo exterior.
O bebé continua a inspirar e expirar líquido am- Entre a 22ª e a 23ª semana, o corpo do bebé - com
niótico, o que ajuda a desenvolver os alvéolos cerca de 350 g e 20 cm - está cada vez mais pro-
dos pulmões. O sistema circulatório estará bem porcional e tem aspecto de um recém-nascido
desenvolvido, os ossos cada vez mais fortes e as em miniatura. Começam a nascer as primeiras
pernas e os braços cada vez maiores. sobrancelhas, assim como as unhas. Os lábios
Nesta altura, e devido ao bom desenvolvimento tornam-se mais nítidos e começam a surgir os pri-
do diafragma, o bebé poderá ter soluços, que a meiros sinais de dentes. Os olhos do bebé já estão
mãe sentirá como movim entos súbitos e repeti- formados, mas a íris ainda não tem a pigmenta-
tivos. Embora continue de pálpebras fechadas, é ção. A cor definitiva dos olhos, aliás, só acontece
possível que ele se aperceba da luz. aos 3 meses de idade.
À 18ª semana, as feições humanas estão comple- Durante estas semanas, o bebé ganhará tecido
tas. Nas meninas, o útero e as trompas de Falópio gorduroso, tornando-se mais rechonchudo. De-
estão formados, e nos meninos os genitais são senvolve-se também o pâncreas, que produzirá
já perceptíveis, embora possam estar escondidos hormonas após o nascimento.
durante as ecografias. O volume do útero já estará por cima do umbigo,
No que diz respeito à mãe, esta pode notar que pelo que a mulher começa a revelar uma barri-
as veias dos seios estão mais dilatadas e visíveis guinha bem visível. A partir da 20.ª semana, ele
e que as aréolas dos mamilos estão maiores e es- irá subir cerca de 1 cm por semana, começando a
curas. Entre a 16ª e a 17ª semana, é cada vez mais empurrar os pulmões para cima e a barriga para a
provável que comece a sentir os movimentos do frente, o que pode fazer com que o umbigo fique
bebé. Apesar disso, são sensações muito ténues saliente. Pode-se também formar uma linha escu-
e podem até confundir-se com gases intestinais. ra entre os pelos púbicos e o umbigo, que só irá
Entretanto, e à medida que o útero estica, é pos- desaparecer depois do parto.
sível que ocorram pontadas no abdómen, causa- Periodicamente, algumas mulheres poderão sentir
das pelos estiramentos dos músculos. Apesar de o útero a contrair ou a barriga a endurecer. São as
naturais, se forem intensas e persistentes, dever- chamadas contracções de Braxton Hicks, que são
se-á alertar o médico. perfeitamente normais, indolores e acontecem em
intervalos irregulares. É apenas um sinal que o
19ª à 23ª semana corpo da mulher está a preparar-se para o grande
dia. De qualquer forma, se surgirem mais do que
Na 19ª semana o bebé já deve pesar cerca de 250 g 4 vezes por hora é imperativo contactar o médico.
e medir 15 cm. Nesta fase, uma ecografia já po- De salientar ainda que, a partir da 23ª semana a
derá identificar o sexo, embora seja mais seguro grávida poderá começar a engordar entre 300 g e
fazê-lo entre a 20ª e 24ª semana de gestação. 400 g por semana.
Os braços e as pernas são agora mais proporcio-
nais e os rins continuam a produzir urina. Começa 24ª à 28ª semana
também a crescer algum cabelo.
Esta fase é marcada pelo desenvolvimento dos Quando atinge as 24 semanas, o bebé já tem hi-
sentidos: o cérebro do bebé começa a definir áreas póteses de sobreviver fora do útero, com assis-
especializadas para o cheiro, o paladar, a audição, tência médica adequada. Contudo, o seu sistema
a visão e o tacto. De facto, o bebé começa a ouvir respiratório ainda está em desenvolvimento.
tudo o que se passa à sua volta, nomeadamente a Com efeito, às 25 semanas, os vasos sanguíneos
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dos pulmões estão ainda em franco crescimento estão também em rápida maturação e a ca-
e na semana seguinte acabam de se formar os al- beça está a ficar maior, criando espaço para
véolos. Os pulmões continuam também a produ- o cérebro que está em franca expansão. Este
zir surfactante, que permitirá que o bebé respire crescimento acelerado faz com que as neces-
à nascença. Paralelamente, o cérebro continua a sidades nutricionais do bebé atinjam o máxi-
aperfeiçoar as zonas que controlam os sistemas mo, sendo que a sua principal função é agora
visual e auditivo. acumular gordura para garantir energia após
O bebé continua a acumular ainda mais gordu- o nascimento.
ra, adquire o pigmento que atribui cor à pele e Na 30ª semana o bebé já mede 40 cm e pesa
apresenta um sentido do paladar bastante de- cerca de 1,5 kg. Já distingue a luminosidade da
senvolvido. escuridão e, por isso, já consegue acompanhar
À 27ª semana pesa cerca de 1 kg e mede cerca um foco de luz.
de 30 cm. O sentido da audição está desen- Quanto à grávida, e tal como o bebé, poderá
volvido e os olhos estão abertos. Agora mais aumentar bastante de peso. Poderá também
sensível ao ambiente à sua volta, o bebé po- sentir o feto a descer, o que oferece algum
derá perceber alguns estímulos externos, res- alívio, nomeadamente ao nível da respiração.
pondendo ao toque ou assustando-se com
barulhos fortes. 31ª à 36ª semana
Com 28 semanas, talvez porque já consegue abrir
e fechar os olhos, o bebé já tem uma rotina de Com 31 semanas o bebé passa por outro salto
sono, mantendo-se a dormir ou acordado com de crescimento. Está mais gordinho, consegue
intervalos regulares. virar a cabeça de um lado para o outro e o sen-
Quanto à futura mãe, já sentirá diariamente os tido da visão está desenvolvido. A vida fora do
movimentos do bebé, que ainda tem muito es- útero torna-se de dia para dia mais viável: os
paço para se mover, chutar, saltar e dar camba- pulmões e o sistema digestivo ficam formados
lhotas. durante esta semana.
À 32ª semana, as unhas e o cabelo já cresce-
TERCEIRO TRIMESTRE ram, e o bebé já pesa quase 2 kg e mede cerca
de 43 cm. Ocupa agora grande parte da barriga
O último trimestre começa às 29 semanas. Ain- da mãe, pelo que terá menos espaço para se
da que seja cedo para o bebé nascer, já que as movimentar. É, por isso, natural que a grávida
últimas semanas são muito importantes para o sinta menos cambalhotas e pontapés. No en-
amadurecimento dos pulmões, a verdade é que tanto, não deverá deixar de sentir movimentos.
ele já conseguiria respirar sozinho no mundo Se tal acontecer durante muito tempo, é ne-
extra-uterino, com ajuda de cuidados especiais. cessário alertar o médico.
Por esta altura, o feto está a crescer a toda Na 33ª semana o bebé continua a crescer e a
a velocidade, pesando aproximadamente mais engordar, perdendo gradualmente o aspecto
250 g do que na semana anterior. Os músculos enrugado. A maioria dos ossos estão a ficar
duros, embora o crânio mantenha uma estru-
tura flexível, que irá permitir a passagem da
cabeça pelo canal de parto.
Durante a 34ª semana, o bebé começará a co-
locar-se na posição final, preparando-se para
o nascimento. A maioria coloca-se de cabeça
para baixo (apresentação cefálica), embora
alguns permaneçam sentados (apresentação
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Se o bebé decidir nascer nesta altura, terá 99% de 37ª à 40ª semana
probabilidades de conseguir sobreviver, sendo que
a maioria não desenvolverá problemas relaciona- No final da 37ª semana, o bebé já será considera-
dos com a sua prematuridade. do um bebé de termo, o que significa, em termos
Com efeito, às 35 semanas, ele tem o seu sistema de desenvolvimento, que está pronto para viver
respiratório e rins completamente desenvolvidos, fora do útero.
e o fígado consegue processar alguns resíduos. A esta altura já deverá estar de cabeça para baixo,
Aliás, a maior parte do seu desenvolvimento físi- prontinho para um parto sem problemas. No en-
co está agora concluída e as próximas semanas tanto, se, durante a semana seguinte, o bebé não
servem apenas para ganhar peso (30 g por dia). der a volta, o médico poderá sugerir a marcação
Assim, à 36ª semana já tem cerca de 2,7 kg e de uma “versão cefálica externa”, isto é, tentará
48 cm. Está a perder a maior parte da penu- virar o bebé manualmente, empurrando-o a partir
gem que lhe cobria o corpo, bem como a vernix do exterior da barriga.
caseosa (apesar de à nascença poder ainda ter Na 38ª semana, o bebé pesará provavelmente
alguns resíduos). entre 2,7 e 3,4 kg e medirá entre 48 e 51 cm. Os
Relativamente à futura mamã, o peso poderá co- órgãos estão desenvolvidos e bem posicionados.
meçar a tornar-se desconfortável. As probabili- Os pulmões e o cérebro já irão funcionar correcta-
dades de aparecerem ou se agravarem as varizes mente no exterior, embora continuem a amadure-
aumentam, assim como o inchaço das pernas. cer durante a infância.
Aconselha-se a levantar as pernas 2 vezes por Pronto para ver o mundo, o bebé continua-
dia, de manhã e ao final da tarde, durante cerca rá a acumular gordura e é provável que às
de 20 minutos. 39 semanas já meça mais de 50 cm e pese
Nesta fase, também é importante aprender a dis- mais de 3,1 kg. A média para os recém-
tinguir as verdadeiras contracções das de Braxton -nascidos do sexo masculino é de 3,5 kg, já
Hicks, que poderão aumentar de intensidade, mas as meninas tendem a ser ligeiramente mais
não indiciam o início do trabalho de parto. leves (3,3 kg).
Por esta altura, a mãe deverá descansar o mais
possível e deverá estar preparada porque o
sinal de alerta pode chegar a qualquer mo-
mento. Por seu turno, se o bebé não nascer às
40 semanas, não será motivo de preocupação.
Há gestações que atingem as 42 semanas, so-
bretudo na primeira gravidez. Contudo, se as
ultrapassar, é muito provável que o médico
induza o parto.
de desejo.
15
PRIMEIRO TRIMESTRE que se sente mais feliz, bonita e feminina e orgu-
lha-se de mostrar a barriga.
Durante os primeiros meses de gravidez, a situa- Haverá, de qualquer forma, casos contrários, em
ção mais frequente é a diminuição da frequência que as mulheres reagem mal às mudanças no cor-
de relações e do desejo sexual. No entanto, alguns po, achando-se gordas, feias e pouco atraentes e
casais revelam precisamente o contrário, isto é, evitando a relação sexual com o parceiro. Neste
um aumento de actividade sexual, pois a emoção caso, nada melhor do que o diálogo entre os dois,
e a alegria do momento que estão a viver propi- para em conjunto encontrarem soluções.
cia-lhes maior intimidade.
Para algumas mulheres, a gravidez proporciona TERCEIRO TRIMESTRE
inclusivamente uma maior realização sexual, de-
vido ao aumento acentuado das secreções vagi- Esta é a fase em que a mulher começa a su-
nais, aliado à maior afluência de sangue a todos portar menos a gravidez, sofrendo não só com
os órgãos genitais, que aumenta o seu prazer. Até o peso da barriga - que altera o seu centro de
mesmo o facto de se poder ter sexo sem protec- gravidade, tornando-a um pouco mais desajei-
ção pode originar uma sensação erótica. tada ao caminhar - mas também com dores nas
No entanto, regra geral, é comum dar-se a perda pernas, com uma maior frequência urinária ou
da libido, quer pelo conflito do novo papel de mãe com a dificuldade em encontrar posição para
com o de mulher, quer pelas mudanças do corpo dormir.
e indisposições associadas a esta nova fase, como Por outro lado, a ansiedade aumenta face à apro-
os enjoos, náuseas ou dores no peito. ximação do dia do parto e continua a existir o
É também natural que o casal leve algum tempo medo de que uma relação sexual desencadeie
a adaptar-se às mudanças e isso irá ter, obvia- contracções prematuras ou que a penetração
mente, implicações na vida sexual. magoe o bebé. Mas atenção: em nenhum mo-
Por seu turno, muitos casais evitam ter relações mento o bebé corre perigo durante as relações
durante os primeiros meses, com medo de que as sexuais, porque está longe dos órgãos genitais da
contracções do útero provoquem um aborto. Este mãe e muito bem protegido dentro da bolsa de
é um dos grandes mitos da gravidez! Só quando líquido amniótico.
existe alguma complicação é que a actividade físi- Nesta fase também aumenta a dificuldade em
ca, inclusive a sexual, poderá representar um risco. encontrar uma posição confortável durante o
sexo. Aqui ficam algumas sugestões de posições
SEGUNDO TRIMESTRE alternativas.
1. A grávida coloca-se por cima do parceiro, sem
A partir do 4.º mês de gestação, alguns desconfor- pressionar o ventre e distribuindo o peso pelas
tos da gravidez tendem a desaparecer, nomeada- pernas. Os braços, apoiados ao lado da cabeça
mente as náuseas e a fadiga, e a tendência é para do parceiro, dão-lhe uma boa sustentação e
um maior reequilíbrio hormonal. A mulher sente- controle de movimentos.
se melhor fisicamente e com mais disposição para 2. A posição de lado é indicada especialmente para
o sexo, que se torna especialmente agradável. os últimos meses: o homem encaixa-se atrás da
Por seu turno, o casal já teve mais tempo para mulher, permitindo que a barriga fique total-
se habituar à nova realidade e poderá sentir-se mente livre.
mais relaxado. É também nesta altura que a grá- 3. Esta é uma posição adequada para qualquer
vida começa a sentir o bebé, nomeadamente os fase da gravidez: a mulher coloca-se de joe-
primeiros pontapés, sendo esta uma experiência lhos e apoia os cotovelos no chão, enquanto
física quase inseparável da resposta emocional o homem a penetra por trás, não exercendo
que se segue. qualquer pressão sobre o abdómen. Os joelhos
Assim, tanto em termos físicos como emocionais, e os cotovelos funcionam como pontos de
esta é, regra geral, a melhor fase para a grávida, equilíbrio para a mulher. E
16
O QUE SÃO CÉLULAS ESTAMINAIS?
ESPERMATOZÓIDE MÓRULA
BLASTOCISTO FETO
OVÓCITO TOTIPOTENTE
PLURIPOTENTE
Um bebé começa por ser uma única célula, que para qualquer órgão e tecido do corpo, como por
se foi dividindo e diferenciando para dar origem exemplo, células nervosas, células cardíacas, cé-
aos vários tecidos e órgãos. lulas da pele, do sangue, do osso e da cartilagem.
Assim, a célula representa a menor porção de As células estaminais são possuidoras de carac-
matéria viva, sendo uma unidade estrutural e terísticas únicas que permitem ao organismo re-
funcional de todos os organismos vivos. parar órgãos ou tecidos danificados, bem como
substituir as células que vão envelhecendo e
Ao contrário de todas as outras células, as células morrendo. No fundo, funcionam como um sis-
estaminais são por definição células primordiais tema de auto-renovação e reparação contínua
indiferenciadas, isto é, não possuem uma espe- do corpo, substituindo ininterruptamente outras
cialização funcional, possuindo propriedades que células e permitindo uma renovação constante,
lhes permitem regenerarem-se e dividirem-se in- dado a sua enorme capacidade de se multiplica-
definidamente, com a capacidade de: rem e de se diferenciarem.
18
A partir de 1980, o sangue do cordão umbilical normal de encontrar um dador compatível é
começou a ser reconhecido pela medicina como inferior a 0.01%.
uma fonte rica de células estaminais, nomeada-
mente células estaminais hematopoiéticas, uma • Devido à recolha ser realizada no início da vida
população de células que tem a capacidade de do ser humano, as células estaminais apresen-
se diferenciar em células de linhagem sanguínea tam uma imaturidade que se traduz por uma
e do sistema imunitário, dando origem aos com- maior capacidade de multiplicação e de dife-
ponentes do sangue, nomeadamente: glóbulos renciação.
brancos; glóbulos vermelhos e plaqueta.
• Ao estarem protegidas pela placenta e não ten-
Mais recentemente, os investigadores demons- do praticamente contacto com o meio exterior
traram que também o tecido do cordão umbilical imediatamente antes da recolha, é expectável
é rico num tipo especial de células estaminais, as que as células do sangue do cordão umbilical
células estaminais mesenquimais. Estas podem estejam livres de qualquer doença, isentas de
ser facilmente extraídas a partir do tecido gelati- vírus e com um menor risco transmissão de
noso existente entre a pele e os vasos sanguíneos doenças infecciosas ou de contaminação viral.
do cordão umbilical (geleia de Wharton) e têm
o potencial e a capacidade de se diferenciarem • A utilização das células estaminais do sangue
noutras linhagens celulares, tais como osteoblas- do cordão umbilical é uma técnica de trata-
tos (osso), adipócitos (tecido adiposo) e condró- mento certificada e comprovada devido ao
citos (cartilagem). número crescente de aplicações terapêuticas
em todo o mundo, quer em crianças quer em
Porquê criopreservar o sangue do cordão indivíduos adultos.
umbilical?
• Sendo quase tão versáteis como as células es-
• As células estaminais do sangue do cordão taminais embrionárias, as células estaminais do
umbilical são 100% compatíveis com o próprio sangue do cordão umbilical têm a vantagem de
bebé. Existe também uma maior probabilidade não levantarem problemas éticos na sua reco-
de tratamento de familiar próximo, como um ir- lha nem na sua utilização médica.
mão ou irmã (aproximadamente 25% de proba-
bilidades de que sejam totalmente compatíveis). • A recolha do sangue do cordão umbilical não
apresenta qualquer risco ou dor, quer para o
• A probabilidade de sobrevivência após um bebé, quer para a mãe, sendo um processo rá-
transplante é mais do dobro quando se utiliza pido, realizado após o nascimento do bebé.
uma amostra de um familiar em vez de um do-
ador anónimo. • A utilização de células estaminais do sangue do
cordão umbilical garante menor incidência de
• As células do sangue do cordão umbilical estão uma das principais causas de morte nos trans-
imediatamente disponíveis no caso de serem plantes alogénicos: a doença do enxerto/trans-
necessárias para transplante. A probabilidade plante contra o hospedeiro – GVHD.
19
Limitações Sangue do Cordão Umbilical cados diversos estudos que revelam resultados
iniciais promissores da utilização de células ex-
A maior desvantagem das células do sangue do pandidas em pacientes.
cordão umbilical relaciona-se com o facto de se-
rem obtidas numa única colheita à nascença, não Outra limitação do sangue do cordão um-
havendo possibilidade de repetição. bilical relaciona-se com o caso das doenças
congénitas ou de algumas leucemias devidas
Existe também o risco da quantidade de célu- a alterações cromossómicas, em que a utiliza-
las estaminais extraídas ser reduzida devido ao ção da amostra do próprio poderá ser desaconse-
tamanho e espessura do cordão umbilical, limi- lhada. No entanto é sempre possível fazer testes
tando o tratamento até mesmo em crianças ou genéticos que avaliem o seu potencial terapêuti-
adultos de menor peso. co e num futuro próximo, a hipótese de aplica-
ção de terapias genicas. De qualquer forma, se a
Apesar destas limitações, existem inúmeros criança tiver a doença com idade mais avançada,
grupos de investigação a trabalhar em proto- as suas próprias células poderão ser idóneas para
colos de expansão ex vivo, isto é, na descoberta efectuar o tratamento.
de processos que procuram estimular a divisão
e o aumento do número de células estaminais, Porquê criopreservar o Tecido do Cordão
mantendo as suas características originais e Umbilical?
tendo por objectivo múltiplas utilizações de
cada amostra e o aumento da sua capacidade O tecido do cordão umbilical é uma fonte de
para transplantes em adultos. Já foram publi- excelência de células estaminais mesenquimais,
com um potencial incalculável em Medicina Re-
generativa, que inclui a Engenharia de Tecidos e
as Terapias Celulares.
20
Gravidez
com
om
&
Amamentação
AMOR
CUIDADOS DA GRÁVIDA
www.hug.pt
ALIMENTAÇÃO NA GRAVIDEZ dente do trimestre em que se encontra. No entan-
PELA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA to, tal não significa que deverá comer “por dois”.
DE NUTRICIONISTAS Deve sim, ter especial atenção a alguns alimentos
e nutrientes, nomeadamente ácido fólico, iodo,
A grávida precisa de adoptar ferro, ácidos gordos essenciais e fibra alimentar.
uma alimentação adequada,
para manter ou melhorar a Energia
sua saúde e, simultaneamente,
criar condições para o parto e As necessidades energéticas na gravidez vão
proporcionar um desenvolvimento aumentando de acordo com o trimestre de
fetal normal. gestação. Assim, durante o 1º trimestre a
grávida não tem necessidades aumentadas
A gravidez é um período determinante para a saú- de energia; já no 2º trimestre, as suas ne-
de do bebé e da mulher. Por isso é importante que cessidades energéticas aumentam cerca de
a mãe pratique uma alimentação saudável e equi- 33kcal; no 3º trimestre, verifica-se um au-
librada, a fim de optimizar a sua saúde, reduzir o mento de 452kcal, além das 2.000kcal reco-
risco de complicações durante o parto e prevenir mendadas diariamente.
o aparecimento de algumas patologias no bebé. A grávida deverá ter bastante atenção ao au-
mento de peso, uma vez que é um dos factores
NECESSIDADES NUTRICIONAIS que mais se associa às complicações no parto
e ao comprometimento da saúde do bebé. Na
A grávida tem necessidades aumentadas de ener- tabela seguinte faz-se referência ao aumento
gia e de nutrientes, sendo este aumento depen- de peso ideal durante a gravidez:
22
Tabela 1 – Guia para o aumento de peso na gravidez
23
Alimentos ricos em ácido fólico micronutriente nas quantidades necessárias. Foi
De uma forma geral, os vegetais folhosos verde escuros, legumi-
por este motivo que a Direção Geral de Saúde
nosas, gema de ovo, cereais integrais, são ricos em ácido fólico:
lançou uma nova norma em 2013 aconselhando
Agrião cru 200 µg/100g a ingestão de um suplemento diário de iodo com
Beterraba 109 µg/100g 150 a 200 µg em todas as mulheres que preten-
Couve-de-bruxelas 110 µg/100g dem engravidar, grávidas ou mães amamentar.
Couve Lombarda cozida 80 µg/100g
Espargos cozidos 155 µg/100g Teor médio de iodo nos alimentos (em mg/100g)
Espinafres cozidos 105 µg/100g Fresca
Comida
Salsa 167 µg/100g Médio Variação
Arroz integral cru 55 µg/100g Peixe (água doce) 3,0 1,7-4,0
Peixe (mar) 83,2 16,3-318,0
Pão de mistura (trigo/centeio) 33 µg/100g
Marisco 79,8 30,8-130,0
Pão integral de trigo 31 µg/100g Carne 5,0 2,7-9,7
Cereais sup. ác. Fólico integrais 250 µg/100g Leite 4,7 3,5-5,6
Grão-de-bico cozido 54 µg/100g Ovos 9,3 –
Cereais 4,7 2,2-7,2
Feijão-frade cozido 210 µg/100g Fruta 1,8 1,0-2,9
Feijão vermelho 43 µg/100g Legumes 3,0 2,3-3,6
Fonte: Tabela de composição dos Alimentos Portuguesa, 2006 Vegetais 2,9 1,2-20,1
Fonte: http://www.fao.org/docrep/004/y2809e/y2809e0i.htm
Iodo
Ferro
O iodo é um micronutriente essencial, utilizado
pela glândula tiroideia para a produção de hor- O ferro é um nutriente extremamente importan-
monas tiroideias. Durante a gravidez estas hor- te na gravidez, uma vez que é essencial para o
monas são cruciais para assegurar o desenvol- crescimento e metabolismo energético do bebé.
vimento saudável do cérebro e sistema nervoso Durante a gravidez, as necessidades de ferro au-
do bebé. Há um aumento da produção materna mentam, havendo necessidade de suplementação.
destas hormonas durante este período, sendo A Anemia por défice de ferro afecta cerca de 30%
muito importante que as grávidas e mulheres das mulheres grávidas, sendo que esta situação po-
amamentar ingeram iodo em quantidades sufi- derá aumentar o risco de baixo peso à nascença, nas-
cientes. Um estudo recente revelou que cerca de cimento de bebés pré-termo e mortalidade perinatal.
83% das grávidas portuguesas não ingerem este Pode igualmente prejudicar a interacção mãe-bebé.
24
Alimentos ricos em ferro (por 100g) • Comer diariamente carne, peixe ou ovos, para ter o aporte
De uma forma geral, os alimentos que têm na sua composi- adequado de proteína, nas quantidades necessárias;
ção maiores quantidades de ferro são os alimentos de origem • Limitar o consumo de carnes gordas (carne de vaca,
animal (como a carne, o peixe e as vísceras), as leguminosas carne de porco), preferindo carnes magras (frango,
(como a soja, feijão ou grão-de-bico) e os vegetais folhosos peru, coelho) e retirando peles e gorduras visíveis;
verde-escuro, nomeadamente bróculos, couve-galega, alface. • Controlar a ingestão de gordura na confecção e
Carne de Vaca estufada 2,0mg/100g tempero dos alimentos, preferindo azeite e óleos
Costeleta de Porco grelhada 1,7mg/100g polinsaturados;
Lombo de Carne de Cavalo 4,5mg/100g
Frango grelhado 1,1mg/100g
• Reduzir parte do sal e da gordura para temperar,
Perna de peru assada 2,1mg/100g usando maior quantidade de cebola, alho, tomate,
Feijão manteiga cozido 2,7 mg/100g pimento e ervas aromáticas;
Grão-de-bico cozido 2,1 mg/100g • Beber 2 litros de água por dia. A água é muito im-
Grão de soja cozido 2,6 mg/100g
Couve-galega cozida 0,7mg/100g
portante para o crescimento e desenvolvimento da
Couve portuguesa 1,0 mg/100g placenta, líquido amniótico e feto. Para além disso,
Espinafres 2,0 mg/100g é importante para regular o intestino;
Bróculos cozidos 1,0 mg/100g • Praticar actividade física moderada.
Alface 1,5 mg/100g
Alho 0,8 mg/100g
Pão integral 3,0 mg/100g
Peixe chicharro grelhado 2,1 mg/100g CURSOS DE PREPARAÇÃO
Carapau grelhado 2,1mg/100g PARA O PARTO
Queijo flamengo 0,9 mg/100g
Fígado grelhado 9,8 mg/100g
Chouriça de sangue 14 mg/100g O desconhecido é muito difícil de controlar, prin-
Fonte: Tabela de composição dos Alimentos Portuguesa, 2006 cipalmente quando se é mãe (ou pai) pela pri-
meira vez. Nestes casos, os cursos de preparação
Recomendações pré-parto podem ser uma boa solução.
O que se aprende? Antes de mais, os mecanismos
• Tomar sempre o pequeno-almoço, pois é uma das fisiológicos do parto. Tendo em conta que a con-
mais importantes refeições. Após 8h de jejum noc- tracção muscular aumenta a dor, a ideia é desde
turno, é fundamental fornecer ao organismo todos logo aprender a descontrair todos os músculos do
os nutrientes que ele necessita para o começar de corpo, a fim de tornar essas dores mais suportáveis.
um novo dia. Ele previne episódios de hipoglicémias, Ensina-se também os tipos específicos de respira-
caracterizados por suores frios, falta de forças, des- ção que devem acompanhar as diferentes fases do
falecimento/desmaio e mesmo coma hipoglicémico; trabalho de parto e a exercitar os músculos do pavi-
• Não estar mais de 3 a 3,5 horas sem comer (5 - 7 mento pélvico, a fim de facilitar o trabalho de parto.
refeições/dia), para que ao longo do dia, o organismo Estes cursos trazem também uma dimensão afecti-
tenha o aporte de nutrientes e energia necessários; va e de partilha de experiências com os outros casais
• Iniciar as refeições principais com um prato de e ainda preparam o casal, adquirindo competências,
sopa e acompanhá-las com saladas ou legumes, atitudes e práticas nos cuidados ao recém-nascido,
assegurando, desta forma, a quantidade ideal de de modo a facilitar a vivência do puerpério e conse-
vitaminas, minerais e fibra, esta última bastante quentes adaptações à vida da nova família.
importante para a prevenção da obstipação; Simultaneamente, os cursos permitem o acesso a
• Comer calmamente e mastigar muito bem os alimentos; informação organizada e o conhecimento das ro-
• Variar os métodos de confecção, optando pelos tinas e procedimentos hospitalares, o que minimi-
mais saudáveis (estufados e assados em pouca za a ansiedade do desconhecido, inerente a uma
gordura, grelhados, cozidos a vapor, cozidos), evi- experiência única que é o nascimento de um filho.
tando os menos saudáveis (fritos); Na escolha do curso, será necessário verificar se
• Reduzir o consumo de refrigerantes e sumos de é efectuado por profissionais de saúde detento-
fruta (têm muito açúcar e não matam a sede); res de habilitação para ministrar as aulas. E
26
TUDO A POSTOS?
Rosa vilas
PREPARATIVOS mais tarde. Por exemplo, basta adquirir apenas
algumas peças de roupa nos tamanhos recém--
Os primeiros dias com o recém- -nascido e pequeno. A partir daí, só será preciso
-nascido podem ser muito renovar a colecção de acordo com o crescimento
agitados. Se os pais estiverem da criança e a estação do ano.
já preparados tudo poderá ficar
mais fácil. TUDO O QUE O BEBÉ PRECISA
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A futura mamã deverá fazer as compras o quanto antes, numa altura da gravidez em que ainda
se sinta com energia. Nas últimas semanas estará cansada e sobrecarregada com outras tarefas.
em causa a segurança do bebé. Uma cadeira em entanto, que estas devem ser substituídas nos
segunda mão, por exemplo, poderá ter perdido a primeiros meses pela 1ª água ou água morna da
eficácia. Deverá verificar-se sempre se está apro- torneira, aplicados com os discos de algodão.
vada pelas normas internacionais, para o tama- Não esquecer um creme protector para aplicar
nho e o peso do bebé. na muda das fraldas, de uma escova de cabelo
macia e uma tesoura de unhas de pontas arre-
Para a Higiene dondadas. Como nas primeiras semanas (até aos
10 dias de vida) não se deve cortar as unhas mas
O mais fácil e seguro é optar por uma banheira sim limá-las, dever-se-á também ter uma lima
rígida de plástico, com fundo de relevo antider- de cartão.
rapante (ou tapete). Existem ainda as banheiras
desdobráveis, que são mais macias, e modelos Para vestir
muito práticos que têm um tampo e se transfor-
mam num muda-fraldas. É sempre muito excitante escolher as roupas dos
Quanto aos produtos de limpeza, devem ser bebés. No entanto, é preciso ter em conta que o
próprios para bebé, suaves, pouco perfumados e bebé cresce muito depressa. Por isso, dever-se-
de PH neutro. Convém ainda comprar duas toa- á comprar o indispensável, embora prevenindo
lhas macias com ou sem capuz, suficientemente com peças suficientes para as inúmeras mudan-
grandes para envolver o bebé. ças de roupa que o bebé terá de fazer durante
No que diz respeito à muda de fraldas, convém um dia.
ter um tapete ou muda-fraldas. As fraldas de No Verão: As roupas devem ser confortáveis, fá-
pano, mesmo quando se utilizam fraldas des- ceis de vestir ou despir, de materiais leves, como
cartáveis, poderão ser muito úteis. Poder-se-á o algodão, linho ou cambraia. Não esquecer de
utilizar toalhitas em viagens, sem esquecer, no comprar pelo menos dois casaquinhos largos,
não muito quentes, e optar por pijamas e cami-
sas de dormir finas, para o bebé não ter calor de
noite. Será essencial ter um xaile ou uma man-
tinha não muito quente para quando se trans-
portar o bebé.
No Inverno: Deve-se optar por lã antialergénica,
pois não tem pelo e é macia. As luvas e as boti-
nhas são indispensáveis, assim como os casacos
de lã. É preferível optar pelo body em vez das ca-
misolas como roupa interior e pijamas com pés e
abertura por trás, para manter o bebé quentinho.
Nas noites mais frias, pode-se optar pelos sacos--
-cama, fechados em baixo, pois os bebés estão
sempre a destapar-se.
Para comer
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APLICAÇÃO
Informação adaptada a si
A primeira aplicação portuguesa que lhe oferece informação personalizada sobre
o desenvolvimento do bebé e da sua gravidez.
FAÇA JÁ O DOWNLOAD EM
NOVEMESES.PT
Para dormir
CONSELHO ÚTIL:
Aconselha-se a ter pelo menos três jogos de
Antes de se preparar a mala para a mater- lençóis (de preferência 100% algodão) e dois
nidade, dever-se-á contactar o hospital ou cobertores, colchas ou edredões leves. É es-
maternidade onde irá decorrer o parto para sencial também ter pelo menos dois resguardos
verificar se existe alguma lista de sugestões, impermeáveis por baixo dos lençóis.
que poderá variar consoante o local.
O QUE LEVAR PARA MATERNIDADE
também adquirir uma cadeirinha estável, lavável É preciso ser prática quando se prepara a mala
e com correias de segurança. Nesta altura, será para levar para a maternidade, pois o interna-
importante também ter um prato inquebrável mento nunca será mais de 3 dias, e isto só em
e uma picadora para fazer os primeiros purés. caso de cesariana.
No caso de a mãe amamentar, será necessário ter Se o parto for no Verão, o enxoval do bebé de-
discos de amamentação e prevenir-se com pelo verá ser leve e simples. Nada de casacos de lã,
menos 2 biberões, se for necessário dar ao bebé com medo que o recém-nascido tenha frio. A lã
algum leite adicional ou se a mãe ficar doente. guarda-se para o Inverno, embora sem exageros,
Se o bebé é alimentado a biberão, deverá ter um já que o bebé sobre agasalhado irá sentir-se tão
conjunto de biberões e um esterilizador. O leite desconfortável como se estivesse com frio.
para o bebé deverá ser posteriormente aconse- Para a mãe, o essencial será o conforto. A camisa
lhado pelo médico. de noite deve ser aberta, com botões à frente,
OQ
QUE LEVAR PARA A MATERNIDADE
Para a Mãe
2/3 camisas de dormir, largas com abertura à frente
Cuecas de algodão ou descartável para 2/3 dias;
Sutiã de amamentação e discos absorventes;
Chinelos de quarto e de duche;
Toalha de banho e 2/3 toalhas de formato pequeno;
Estojo de higiene pessoal (gel duche, champô, pensos higiénicos,...);
Exames que tenha realizado previamente ao internamento, e os respectivos
relatórios;
Boletim de grávida, bilhete de identidade e cartão de utente
Indicação dos medicamentos que toma habitualmente;
Roupa para vestir no regresso a casa
Para o bebé
4 mudas de roupa (interior e exterior) e meias de algodão;
2 fraldas de pano;
Toalha de banho;
Pente/escova de cabelo;
Fraldas descartáveis para 2/3 dias (12 a 18 unidades);
1 Gorro
Creme hidratante
Não esquecer: Deverá separar-se a primeira roupinha que se vestirá ao bebé.
Nota: deverá solicitar a lista junto do local previsto para o nascimento,
dado que poderá existir diferenças de local para local.
para poder amamentar o bebé sem ter de se des-
CONSELHOS ÚTEIS pir. As cuecas subidas são mais confortáveis do
que as tangas, principalmente se o parto for de
01. Optar por roupas de cor fixa, laváveis à cesariana.
máquina, e por um detergente suave ou O ideal é preparar a mala da maternidade o
sabão neutro. quanto antes, de preferência no início do 8.º mês
02. Nunca vestir o bebé com roupa nova an- de gestação, para evitar atropelos.
tes de a lavar.
03. Nunca utilizar lixívia nem amaciadores e O QUARTO DO BEBÉ
deixar a roupa a secar ao sol.
04. As roupas com cores brilhantes são sempre Preparar o ambiente para a chegada do bebé é um
uma boa opção, já que os bebés gostam e momento empolgante. É impossível não imaginar
não se sujam tanto como as brancas. que, em breve, o bebé vai estar deitado no berço e a
05. As peças de roupa deverão ser fáceis de brincar com os brinquedos especialmente escolhidos
vestir e despir e devem proporcionar um para ele. Mas não basta decorar um quarto e enchê-
acesso fácil às fraldas, para que não seja -lo de coisas bonitas. É preciso ter cuidados na es-
necessário despir o bebé sempre que for colha do mobiliário e acessórios, tendo em conta
preciso mudá-las. acima de tudo a segurança e o bem-estar do pe-
06. Os acessórios que fecham a roupa não queno.
deverão estar em sítios que possam irri-
tar a pele do bebé: fechos de correr nas Berço
costas, demasiado perto do queixo, etc.
07. É de evitar casacos e os xailes de malha larga, É sempre preferível adquirir um berço ou ca-
pois os dedos do bebé podem prender-se. minha de grades - pois permitem ao bebé ver
08. Os recém-nascidos não controlam a o que se passa à sua volta - com um dos lados
temperatura do corpo e, por isso, no amovíveis, para evitar dores nas costas dos pais
Inverno um gorro é essencial; no Verão o quando se deita e levanta o bebé.
chapéu protege do sol. As grades deverão ter no mínimo 60 cm de altura
09. É de evitar roupa com laços e fitas, pois de- e qualquer abertura deve ser inferior a 6 cm. De-
sapertam-se e desfiam-se com facilidade: verá ser amplo, confortável e cumprir as normas
10. Será preferível escolher golas com bo- europeias de segurança, pois é nele que o bebé
tões ou molas, pois por vezes a roupa irá passar a maior parte do tempo.
deixa de servir simplesmente porque O berço deverá ser instalado longe das zonas de
deixa de passar pela cabeça. perigo, como a janela, tomadas, escadas e portas.
11. Cortar sempre as etiquetas, especialmente Sobretudo se for um berço em segunda mão, será
as que se encontram junto ao pescoço. essencial verificar se a tinta pode ser removida
12. Em vez de botões, optar por molas de facilmente. Os bebés gostam muito de morder as
pressão e fitas de velcro. grades e muitas tintas contêm substâncias tó-
13. Optar por modelos que permitam o bebé xicas que representam risco de envenenamento.
movimentar-se. Quanto ao colchão, deverá ser fino e à prova de
14. Evitar calças e meias/collants com elásti- água, mas não demasiado mole, adaptado ao
cos muito fortes e apertados. tamanho da cama, para que não fique qualquer
espaço entre o colchão e as grades.
Os protectores laterais são também úteis, pois
são acolchoados e evitam que o bebé sofra al-
guma lesão ao bater nas barras, protegendo-o
também de correntes de ar e eventuais cons-
tipações.
31
Chão e paredes Iluminação e tomadas
O chão do quarto do bebé deve ser quente, fácil De dia, dever-se-á aproveitar a luz natural. À
de limpar e não escorregadio. Os tapetes são dis- noite, o bebé poderá dormir no escuro, mas será
pensáveis, pois podem dar azo a escorregadelas. importante ter alguma iluminação que permita
De qualquer forma, se for essa a opção, deverá entrar no quarto e vigiar o seu sono sem o in-
fixá-los com adesivos antiderrapantes. comodar. Pode-se optar por um interruptor com
Quanto às paredes pintadas, deverão ser de tinta regulador de intensidade ou adquirir uma luz de
lavável e não tóxica. A pintura deve ser feita com presença ou um quebra-luz.
alguma antecedência, para que os vapores das Ainda relativamente à iluminação, é de evitar os
tintas desapareçam antes de o bebé ir para casa. candeeiros de pé e optar por lâmpadas de pa-
Os tons pastel dão tranquilidade. No entanto, para rede.
o tornar mais acolhedor, pode-se acrescentar ele- As tomadas de electricidade devem estar prote-
mentos decorativos que alegrem o ambiente. gidas com tampas apropriadas para o efeito. Pre-
ferencialmente, deverão estar longe da cama ou
Janelas e Cortinas da cómoda sobre a qual se faz a muda do bebé.
Nunca ter fios e extensões pelo chão.
O quarto deve estar ventilado e as janelas cala-
fetadas, fora do alcance do bebé. Para impedir Temperatura
que a luz do dia perturbe o seu sono, pode-se
optar por cortinados bem forrados e estores de É primordial para o bem-estar do bebé manter
materiais não inflamáveis. Como medida de se- uma temperatura ambiente adequada, isto é, en-
gurança, deve ser colocado um fecho em todas tre 18 e 21 °C. Nunca se deverá aquecer dema-
as janelas e/ou varandas, assim como barras de siado o quarto, pois pode colocar o bebé em risco
protecção, no caso de as janelas se encontrarem de sobreaquecimento.
junto ao chão.
Brinquedos
Mobiliário
É importante que cada criança tenha e reconhe-
Preferencialmente, os móveis, estantes ou prate- ça um espaço para os seus próprios brinquedos.
leiras devem estar fixos à parede, para não caírem Estes deverão ser guardados num local baixo,
sobre a criança. O ideal será comprar móveis com para que ela não seja tentada a trepar para os
os cantos arredondados, devendo-se proteger os alcançar. Por sua vez, as caixas de brinquedos
cantos pontiagudos com protectores de borracha. não devem ter uma tampa pesada que possa cair
Uma cómoda será essencial para guardar a rou- sobre a criança. É necessário ter cuidado, igual-
pinha e os acessórios do bebé. Algumas transfor- mente, com o tamanho dos brinquedos, para evi-
mam-se em muda-fraldas e há mesmo modelos tar engasgos. E
que têm uma banheira incorporada. A cómoda
deve ter altura suficiente para que os pais se pos-
sam debruçar sem esforço. Será preciso, no entan-
to, ter muito cuidado ao mudar o bebé, pois existe A JANELINHA (LISBOA)
o risco de queda. Para maior segurança, poder-se- www.ajanelinha.com
-á colocar uma protecção dos quatro lados. E, cla- Desconto: 5% em móveis e carrinhos|10% em
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próprios, que retêm os maus cheiros.
32
O PARTO
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raramente se sentem mais do que duas vezes por
hora e podem localizar-se em distintos segmen-
tos do útero (pelo que nem sequer o contraem no
seu todo). Já as contracções de trabalho de par-
to começam devagar, tornando-se mais fortes,
frequentes, dolorosas e com crescente pressão
intra-uterina.
Relativamente à dor, a sensação é um pouco
subjectiva, já que as pessoas reagem de formas
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diferentes perante o mesmo estímulo. Tudo de-
pende do chamado “limiar de dor”, isto é, o mo-
mento em que um dado estímulo é reconhecido
como doloroso. Assim, se uma mulher tem um qualquer forma, em caso de dúvida, o melhor é
limiar baixo, sentirá a dor mais rapidamente do contactar o médico.
que outra com um limiar mais elevado, embora o Regra geral, o trabalho de parto inicia-se quando
estímulo seja igual. Por isso, para avaliar o início surgem as contracções com intervalos regulares,
de trabalho de parto é fundamental medir a fre- de 20 a 30 minutos e duração de cerca de 30 a
quência e regularidade das contracções, e não a 60 segundos, ainda moderadas, que irão permitir
intensidade da dor. que o útero fique mais fino, mole e curto, come-
çando a dilatar-se. Este período, a que se chama
A hora de ir para o hospital ou maternidade fase lactente, pode demorar até 8 horas, embora
seja mais curto para quem já teve filhos.
A maioria das mulheres sente um conjunto de Esta fase não implica ainda o internamento.
sintomas e sinais que indicam que entrou em Aliás, a grávida deve mesmo caminhar para au-
trabalho de parto. No entanto, esses sinais não mentar as contracções e abreviar a chegada à
obedecem a uma ordem específica e, há casos, fase seguinte.
em que nem sequer se manifestam. Também é Quando é que, então, se deverá ir para o hospi-
importante não esquecer que o trabalho de par- tal? Não há regras rígidas, mas em princípio será
to nem sempre progride de forma regular. Por quando as contracções ocorrerem de 15 em 15
exemplo, os sintomas podem surgir, desaparecer minutos, com duração de cerca de um minuto.
durante horas e depois regressar. Por seu turno, Mas há outros sinais:
as contracções, em vez de começarem com inter- • Quando a bolsa de água rebenta. A futura
valos relativamente espaçados e com pouca in- mamã sentirá um líquido quente, de odor ca-
tensidade, poderão repetir-se de 3 em 3 minutos racterístico e coloração geralmente clara a fluir
desde o seu aparecimento, assemelhando-se em bruscamente entre as pernas e, ao contrário da
termos de dor às contracções que se verificam urina, não conseguirá contê-lo. A bolsa pode
durante o parto. Isto não significará, no entanto, romper de uma vez, deixando sair todo o líqui-
que estará prestes a dar à luz e geralmente há do amniótico em torrente, ou apenas na parte
tempo de sobra para chegar à maternidade. De de cima, pelo que o líquido sairá lentamente.
Como é a contracção?
As contracções provocam a sensação de endurecimento da barriga e são acompanhadas de dores
comparáveis às cólicas que se sentem durante o período menstrual. Relativamente à intensidade
da dor, varia muito, mas de qualquer forma são geralmente bastante dolorosas. Durante cada
contracção, a dor começa devagar, atinge um pico de cerca de 30 segundos e depois diminui. As
dores podem localizar-se, esporadicamente, na região lombar.
34
terá de aguentar, pois se fizer força com 8 ou 9
Situações para alarme cm de dilatação, o colo do útero transformar-se-
• Quando a bolsa rebenta antes das 37 se- -á num anel espesso e inchado em volta do co-
manas. curuto da cabeça do bebé.
• Quando há perda de líquido ensanguen-
tado ou esverdeado. A epidural
• Quando ocorre uma perda de sangue igual
ou superior a uma menstruação. A técnica da analgesia epidural pode ser rea-
• Quando há diminuição dos movimentos lizada quando a parturiente sente dores. Nes-
fetais (consulte o boletim da grávida). sa altura, se a paciente quiser ou se o médico
achar conveniente, poderá aplicar-se a analge-
• Quando se verifica a perda do rolhão mu- sia epidural, uma técnica analgésica que elimi-
coso pela vagina, um muco pegajoso e espes- na as dores do parto sem afectar a mobilidade e
so que se acumulou durante a gravidez. Não consciência da grávida. Com efeito, o objectivo
tem cheiro, é acastanhado ou rosado e pode não é a ausência total de sensação, só o desa-
sair de uma vez só ou aos poucos, juntamente parecimento da sensibilidade dolorosa. Assim, a
com vestígios de sangue. Apesar de não indicar epidural não impede a mulher de participar e
o início de trabalho de parto, demonstra que sentir toda a experiência do parto. Este acaba
houve uma alteração no colo do útero e que o por ser mais tranquilo, beneficiando o feto, no-
bebé está a chegar. meadamente no que diz respeito à passagem de
oxigénio da mãe para o filho.
NA MATERNIDADE A analgesia, após realizada, começa a actuar
progressivamente entre 10 a 20 minutos. Por
Quando a grávida chega à maternidade é subme- isso, se a dilatação começar a avançar rapida-
tida a uma série de exames, para se determinar mente, pode não haver tempo para administrá--
a fase do trabalho de parto em que se encontra. -la. Depois de aplicada, a mulher tem de perma-
Mediante a observação dos sintomas, ser-lhe-á necer deitada.
realizado um exame obstétrico - palpação vagi- Entretanto, sendo uma técnica invasiva, a epidu-
nal (toque) - que permite verificar o comprimen- ral também tem riscos, embora raramente haja
to do colo do útero e o seu grau de dilatação. Se problemas.
a grávida tiver pelo menos com 3 cm de dilatação
e com contracções regulares, entrou na fase acti-
va do parto, sendo admitida para internamento. SEGUNDA ETAPA DO PARTO
É então levada para uma sala de dilatação, onde
será monitorizada através de um monitor fetal, Durante a segunda etapa do
que avaliará o bem-estar do bebé, através do re- parto, ou período expulsivo, as
gisto dos seus batimentos cardíacos, e controlará contracções uterinas irão forçar
a periodicidade das contracções. o bebé a percorrer o canal do
O colo do útero vai então dilatando lentamente, parto até ao nascimento.
à medida que as contracções vão aumentando.
Antes ainda de entrar na segunda etapa do tra- O despoletar de uma vontade de fazer força po-
balho de parto, isto é, o nascimento do bebé, a derá ser o sinal de partida para a segunda fase.
grávida pode passar por uma fase de transição. As contracções são agora mais fortes e frequen-
Nesta fase podem ocorrer duas situações: ou a tes, ocorrendo a intervalos de 2-4 minutos e du-
mulher tem já a dilatação completa e não tem a rando cerca de 60-90 segundos. Nesta fase, as
vontade de fazer força; ou não tem ainda a di- contracções passam para o centro da barriga,
latação necessária para a expulsão mas sente já acompanhadas do endurecimento e do alonga-
vontade fazer força. Neste último caso, a grávida mento dos músculos uterinos.
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Assim que se confirmar que a dilatação está Quando o bebé estiver cá fora, esperam-se
completa, a grávida deverá começar a fazer aproximadamente 30 segundos para se colo-
força no pico de cada contracção, em sentido carem duas molas ou a pinça de Kocher no
descendente, e descansar nos intervalos. cordão umbilical. Segundos depois procede-se
No caso de ter sido administrada a epidural, e ao corte.
porque a mulher não sente a dor das contrac- Este tempo de espera é útil pois irá permitir que
ções, o importante é manter a respiração e con- uma quantidade significativa de sangue escoe
centrar-se no esforço, pois ser-lhe-á indicado o da placenta para o bebé, para prevenir uma
momento em que deverá fazer força. eventual anemia.
Tratando-se do primeiro parto, a segunda fase Se por opção do casal, decidirem efectuar a re-
pode durar 2 a 3 horas, embora a duração média colha das células estaminais do cordão umbili-
seja de uma hora. No segundo parto e nos partos cal, é neste momento que o profissional de saú-
subsequentes, geralmente dura entre 15 a 20 mi- de procederá à recolha do sangue, sem provocar
nutos, embora possa ser ainda muito mais rápida. qualquer dor à mãe ou ao bebé.
DESCIDA
TERCEIRA ETAPA DO PARTO
A cada contracção, a cabeça do bebé aparece cada
vez mais na abertura vaginal e deixa de escorregar Com a expulsão da placenta e das
para o interior da vagina nos intervalos. Na altura membranas, dá-se a terceira fase
em que a cabeça do bebé está prestes a sair, é natu- do parto. Mas os futuros pais
ral que a mulher sinta uma sensação de queimadu- estão tão absorvidos com o bebé
ra ou ardor, pois a vagina é esticada ao limite. Neste que nem reparam em mais nada.
momento, é importante que pare de fazer força,
deixando que as contracções uterinas expulsem A terceira e última etapa do parto correspon-
naturalmente o bebé, sob risco de fazer um rasgão de à expulsão da placenta. Nesta fase o útero
na vagina e nos tecidos do períneo. É também por continua a ter contracções, embora já sem dor,
esta altura que a enfermeira especialista em saúde para ajudar a placenta a desprender-se, o que irá
materna e obstétrica irá decidir se fará uma episo- acontecer logo após o nascimento ou até 30 ou
tomia, isto é, um corte na zona vulgo-vaginal. O 40 minutos depois. A placenta é expelida pela va-
objectivo é aumentar ou dilatar o canal de parto, gina (dequitadura), seguida pelas membranas e
para prevenir exactamente a ocorrência de lesões. pelo que se designa de coágulo retroplacentário.
Depois da episiotomia, a saída da cabecinha do Se passados os 40 minutos, a placenta não tiver
bebé produz-se de forma quase imediata. sido expulsa, o médico terá de a desprender e re-
tirar, antes que o colo uterino comece a fechar.
EXPULSÃO Uma vez retirada, é preciso garantir que não fi-
quem resíduos dentro do útero. Nesse caso, será
Quando a cabeça do bebé sair, o profissional de preciso fazer uma curetagem para retirá-los.
saúde irá segurá-la e retirar restos de muco e de De seguida, a mamã terá de tomar medicamen-
sangue do nariz, da boca e dos olhos. tos apropriados para ajudar a que o útero se
De seguida irá sair o restante corpo do bebé. contraia.
Para descanso das mamãs, é bom salientar que nem É possível que antes ou após a expulsão da pla-
todos os bebés nascem a chorar. Com efeito, em al- centa a mãe tenha reacções estranhas, despole-
guns casos os bebés demoram entre vinte segun- tadas pelo enorme esforço que acabou de fazer.
dos a um minuto. Neste caso, e antes da primeira Poderá dar por si a tremer incontrolavelmente,
inspiração, ser-lhe-ão aspiradas as mucosidades como se de repente tivesse um frio extremo, ou
e restos de líquido amniótico que possam estar a sentir enjoos intensos. São reacções normais e
obstruir o nariz e as vias respiratórias superiores. frequentes. E
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O PÓS-PARTO
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que se chama lóquios. Estas perdas de sangue, pois da primeira menstruação, sem causar dor ou
perfeitamente naturais, diminuem com o tempo, qualquer complicação na vagina ou no útero.
embora possam ser muito abundantes no início.
Por seu turno, nos primeiros 3 ou 4 dias, os EPISIOTOMIA
lóquios apresentam uma coloração de sangue
vivo, depois tornam-se acastanhados, amarela- É provável que, durante alguns dias, a mulher
dos e, nos últimos dias, amarelo-esbranquiça- fique com dor na zona onde foi realizada a epi-
dos. siotomia (incisão perineal feita durante o parto,
Esta expulsão dos resíduos, juntamente com o para facilitar a saída do bebé). Para evitar este
aleitamento, facilita a involução do útero e pos- desconforto e a possível infecção, deve-se apli-
sibilita um revestimento interno que dará origem car gelo nessa região durante os primeiros 2 dias
ao novo ciclo menstrual. após o parto e a mulher deve colocar-se em de-
cúbitos laterais (deitada de lado) durante a ama-
O regresso da menstruação mentação.
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RECUPERAÇÃO DO PESO
Dietas: sim ou não? cício físico deverá ser feito o mais depressa
possível, para tonificar os músculos que foram
Se a mulher não amamentar, uma dieta equili- distendidos durante a gravidez e o parto. Nos
brada não deverá levantar qualquer problema. primeiros dias, dever-se-á fazer exercícios sim-
No entanto, para a mãe que amamenta, não ples, sobretudo para trabalhar e fortalecer os
fará muito sentido iniciar uma dieta de emagre- músculos da zona pélvica. Fazer caminhadas e
cimento: por um lado, porque ela irá continuar a ginástica pós-parto podem ser óptimas solu-
a perder peso naturalmente; por outro, porque ções.
poderá correr o risco de comprometer a produ- Antes de fazer exercido físico, porém, a recém-
ção e a qualidade do leite, não colmatando as -mamã deverá certificar-se de que possui as
necessidades nutricionais do bebé. condições físicas e psicológicas para o fazer.
Os quilos a mais não existem à toa. Na verdade,
representam uma reserva calórica que permite CONSULTAS GINECOLÓGICAS
ao organismo produzir leite.
Por todos estes motivos, a mamã deverá esperar A primeira consulta de ginecologia será feita an-
pelo fim da amamentação para iniciar uma dieta, tes mesmo de a mãe sair da maternidade. Se o
o que não quer dizer que não possa ter alguns parto foi normal e sem complicações, a consulta
cuidados com a alimentação. de revisão do parto deverá realizar-se entre as
4-6 semanas subsequentes. Se foi cesariana, a
Exercício: quando começar? consulta deverá ser entre o 10º e o 15º dia após a
cirurgia. Esta consulta irá permitir detectar pro-
Quando se tem de cuidar de um bebé recém- blemas como lesões ao nível do útero, períneo,
-nascido, é possível que fazer exercício pareça ou corrimento. As consultas seguintes serão in-
perfeitamente secundário. No entanto, o exer- dicadas pelo próprio ginecologista. E
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NASCEU O SEU BEBÉ!
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AS PRIMEIRAS HORAS achar que o filho não é parecido com ela nem
tão bonito como desejaria. O tão famoso amor
O bebé nasceu! E agora? maternal pode estar condicionado a variadís-
simos factores, entre os quais as dores, cansaço
Após nascimento, o bebé é entregue à mãe. Nes- ou sonolência.
se primeiro contacto, recebe desde logo o calor O amor que as mães sentem pelos filhos poderá
e a segurança que tanto precisa, reconhecendo apenas crescer à medida que os dois vão inter-
os batimentos cardíacos da mãe, o seu cheiro e a agindo e a verdade é que por vezes é preciso al-
sua voz. É aqui que se inicia uma relação emocio- gum tempo para assimilar a ideia de que agora
nal única e duradoura, que se irá estabelecer de são mães. Trata-se, no fundo, de um processo de
modo gradual ao longo da existência de ambos, aprendizagem.
num processo de adaptação mútua. Estabelece--
-se, deste modo, o vínculo mãe-filho, onde dar a O PRIMEIRO EXAME DO BEBÉ
mama é um factor central.
O início desse processo, no entanto, nem sempre Assim que o bebé chega ao mundo exterior é
corresponde às expectativas da mulher. Quer isto submetido a uma avaliação inicial, o desig-
dizer, que aquele amor maternal, forte e inaba- nado Índice de Apgar, um diagnóstico feito
lável, de que toda a gente fala, pode não surgir pelo médico no 1º minuto de vida e repetido
assim que o bebé nasce, apesar de toda a ternura ao 5º minuto. Através deste exame é pos-
e sentimento de protecção que ele possa despo- sível ter uma ideia geral do estado de saúde do
letar. Na realidade, a primeira sensação da mãe bebé, nomeadamente no que diz respeito à sua
pode até ser de alívio, misturada com alguma capacidade para reagir aos estímulos da vida
desilusão de expectativas não colmatadas, como extra-uterina.
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O índice de Apgar analisa cinco aspectos: a fre- mitir que comece a fazer o metabolismo da re-
quência cardíaca, a capacidade respiratória, o tó- serva dos alimentos. Nos primeiros dias de vida,
nus muscular, a resposta reflexa e a cor da pele. ele irá fazer o metabolismo de glicogénio que
A pontuação máxima é 10, dando-se entre 0 e 2 foi acumulado nas últimas 8 semanas de vida
pontos a cada um dos sinais avaliados. Um bebé intra-uterina, e que irá colmatar as necessida-
em condições adequadas terá uma pontuação de des energéticas do bebé nos momentos em que
Apgar entre 7 e 10. a mãe não tem leite.
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O bebé à nascença também já tem um paladar • Estabelecer uma rotina consistente ao deitar
apurado, pelo que consegue distinguir um sabor para o bebé identificar que está na hora de
agradável de outro desagradável, reagindo com dormir.
mudanças de expressão. Assim, revela reacções • Preparar o quarto para dormir, adequando a
positivas aos alimentos doces, desaprovando os temperatura e deixando-o suficientemente e
salgados, amargos ou ácidos. Quando não gosta curo.
de algo, para além de caretas, abre mais a boca e Pode-se utilizar uma luz de presença ou de cabe-
aumenta a salivação. ceira para ter luz suficiente para ver.
• Proporcionar actividades alegres mas nunca
agitadas: contar uma história, etc.
COMPORTAMENTOS • Dar miminhos, sobretudo durante o primeiro
DO RECÉM-NASCIDO mês, para transmitir segurança.
• Deitar o bebé na cama quando está sonolento,
O Sono mas ainda acordado, para se habituar a acal-
mar sozinho e não acordar a chorar pela mãe
Se é verdade que os recém-nascidos passam cada vez que der pela sua falta.
quase o dia inteiro a dormir, não quer dizer que A partir dos 9 meses, o bebé poderá ficar mais
estejam sempre em sono profundo. Na reali- difícil de adormecer, pois já desenvolveu novas
dade, vão alternando os estádios de sono com capacidades e quer ficar acordado para as prati-
estados de vigília. Dormem cerca de 18 horas car. Assim, em vez de dormir, fica agitado com o
por dia, fazendo normalmente sonos de 3 ou 4 sono. Para acalmá-lo, os pais podem embalá-lo
horas sem ritmo circadiano, não distinguindo o um pouco antes de adormecer ou colocar uma
dia da noite. música suave. Devem também ter o cuidado de
Um bom sono para o bebé é uma necessidade deitá-lo sempre no mesmo sítio, pois ele já se
tão básica como comer e beber. E por isso, no habituou a ele, e evitar sair à noite, pois após os
início de vida, ele pode dormir cerca de 18 horas 6 meses o bebé já terá adquirido padrões de sono
por dia, dependendo do seu ritmo e característi- para dormir toda a noite.
cas fisiológicas, acordando apenas quando tem
fome ou frio ou quando se sente incomodado. É Onde e como deverá dormir?
preciso deixar o bebé a dormir à vontade. À me-
dida que ele vai crescendo a sua necessidade de Geralmente, quando é mais pequeno, o bebé
dormir vai diminuindo. Com um mês, o bebé já dorme no quarto dos pais. Este contacto é mui-
fica acordado 8 a 10 horas, divididas em 4 ou 5 to importante, até por uma questão de segu-
intervalos. Aos 10 meses, normalmente, já dorme rança, pois em qualquer emergência os pais es-
toda a noite e tem 3 intervalos de vigília durante tão logo ali. A altura da passagem para o quarto
o dia, intercalados de sonos prolongados. Com próprio deve ser no máximo aos 6 meses.
12 meses, já só necessita de 2 sestas por dia, uma Entretanto, o quarto deverá ser relativamente
de manhã e uma à noite. É por volta dos 3 anos silencioso, longe de ruídos fortes. Tal não quer
que os padrões de sono da criança começam a dizer que se ande em pezinhos de lã e se fale
aproximar-se dos adultos, embora ainda neces- aos sussurros cada vez que a criança está a dor-
sitem de uma sesta. mir. É preciso que ela se habitue aos ambientes
de casa, e isso inclui o aspirador ou secador. A
Como adormecer o bebé? maioria dos bebés habitua-se facilmente. O que
o poderá perturbar são os sons bruscos e re-
Um recém-nascido em princípio dorme quando pentinos. Relativamente à posição para dormir,
lhe apetece e em qualquer lugar. No entanto, é aconselhável que os bebés durmam de bar-
quando for a hora de ir dormir, os pais poderão riga para cima, com a cabeceira elevada (sem
fazer o seguinte: almofada).
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VIVER COM O BEBÉ
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Convém já ter a toalha estendida, para deitar o
bebé mal saia da água. Não é necessário que seja
uma toalha própria para bebé, mas deverá ser ex-
clusivamente utilizada para a sua higiene. O bebé
deverá ser bem sequinho, para que a humidade
não provoque irritações e assaduras. Será ne-
cessário ter particular atenção às pregas da pele
em volta das pernas, especialmente a das coxas,
assim como à zona da fralda e em redor do pes-
coço. Se for necessário, coloca-se de seguida o
hidratante e começa-se a vestir o bebé pela parte
de cima, mantendo o resto do corpo enrolado na
toalha, para ele não arrefecer.
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As unhas
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• Quando o coto cair, deverá dirigir-se a um ser-
viço de saúde para ser observado e, se necessá- SINAIS DE ALERTA
rio, fazer algum tratamento.
• Febre, zona do umbigo inchada e vermelha,
AS FRALDAS pus na base do coto umbilical (pode ser uma
infecção muito grave designada onfalite);
A mudança das fraldas não será apenas uma ro- • Sangue no umbigo (só é motivo de preocupa-
tina diária, mas algo que terá de se fazer muitas ção se não parar após o umbigo ser pressio-
vezes por dia. Em regra, os bebés urinam até cer- nado durante cerca de 5 a 7 minutos). Con-
ca de 20 vezes por dia. Cuidados a ter: sultar de imediato um profissional de saúde.
• Antes de se retirar a fralda suja, depois de a
abrir, esperar um pouco porque os bebés,
quando sentem frio, podem fazer chichi; deve iniciar-se assim que aparecem os primeiros
• Limpar da frente para trás, arrastando as fezes dentes, embora não se justifique apenas com um
para a fralda; ou dois, como é óbvio. Dever-se-á comprar uma
• Mudar as fraldas com frequência e secar bem escova de dentes apropriada, preferencialmente
as dobras das pernas para evitar assaduras; de cores vivas, para se tornar mais atraente para
• Colocar um creme protector de pele; o bebé.
• Se a zona em torno do rabinho ou entre as per- Os pais devem criar desde logo uma rotina de
nas estiverem vermelhas ou inchadas, é sinal lavar os dentes de manhã e à noite. Para isso,
de assadura. Para tratar esta irritação, aplique sentar o bebé ao colo e inclinar a cabeça para
um creme que contenha óxido de zinco na trás, escovando os dentes em movimentos leves
zona afectada na mudança da fralda - consulte e rotativos. A escova deve ser substituída de seis
um serviço de saúde. em seis semanas.
O rabinho da menina deve ser sempre limpo da As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de
frente para trás (da vagina para o ânus), para evitar protecção contra certas doenças. Mesmo quan-
que alguns restos de fezes possam ir para a vulva e do não se fica totalmente imunizado, quem está
vagina, provocando uma infecção. Será importante vacinado tem sempre mais resistência na even-
abrir levemente os lábios vaginais e lavar a parte tualidade da doença ocorrer.
interna. É necessário utilizar uma compressa, res- Todos os países possuem programas de vaci-
peitando sempre o sentido vagina-ânus. nação para o combate às principais doenças,
podendo existir algumas variações ao nível de
Como limpar um menino
51
calendário. As vacinas protegem as crianças da ocorrer, de forma muito ligeira e durante um
difteria, tosse convulsa, tétano, poliomielite, sa- curto período de tempo.
rampo, papeira, tubercolose (BCG) e uma estirpe
Haemophilus Influenzae do tipo B (Hib). QUANDO NÃO SE PODE VACINAR
Em geral, é preciso receber várias doses da mes-
ma vacina para que esta seja eficaz. Outras vezes A ocorrência de determinadas situações pode le-
é também necessário fazer doses de reforço, nal- var a que as vacinas sejam adiadas ou mesmo
guns casos ao longo de toda a vida. anuladas. É o caso do aparecimento de uma do-
ença aguda com febre, de alergias a ovos, de uma
Efeitos secundários reacção forte a outra vacina ou anteriores crises
de convulsões. Nestes casos, dever-se-á comuni-
Após a vacina, poderão surgir alguns efeitos me- car a situação ao médico, assim como quando se
nos agradáveis, em geral nunca graves e de curta está a fazer algum tratamento de quimioterapia
duração. Entre os mais comuns, destacam-se as ou radioterapia, a tomar doses elevadas de este-
borbulhas, a febre e o mal-estar geral. Entretan- róides ou se é portador de HIV.
to, na zona em que o bebé leva a vacina pode- Já pequenas constipações, asma e alergias, tosse
rá também aparecer um vermelhão, inchaço e ou a toma de antibióticos em princípio não in-
eventualmente alguma dor. terferirão na calendarização das vacinas, desde
Finalmente, entre as doses da vacina, e porque que o bebé se sinta bem. De qualquer forma, é
ela ainda não está completa, a doença poderá sempre aconselhável falar com o médico. E
10-13 anos Td
52
OS PREBIÓTICOS
NO CUIDADO DA PELE DO BEBÉ
Cada vez mais estudos provam os temporária, e que não fazendo parte da micro-
benefícios do uso de prebióticos flora natural, têm algum potencial para se tornar
dermatológicos. Fique a saber prejudiciais. A microbiota residente, por seu lado,
o que são e qual o papel que é composta por microrganismos benéficos que
desempenham na saúde da pele impedem a pele de ser colonizada por microrga-
do bebé. nismos agressivos, que provocam infeção.
A preservação da microbiota residente e dos seus
Autor: Dra. Graça Oliveira, microrganismos benéficos é essencial para man-
Neonatalogista ter a pele do bebé saudável.
Centro Hospitalar Lisboa Norte EPE
Hospital Santa Maria Microrganismos benéficos são alimentados
pelos prebióticos
A pele do bebé é mais fina do que a do adulto. Ao alimentarem os microrganismos benéficos,
É imatura, frágil e particularmente suscetível a os prebióticos têm a capacidade de estimular
agressões externas tais como trauma e infeções. as defesas naturais da pele, pois fortalecem as
A superfície cutânea do bebé em relação ao seu peso bactérias amigáveis da pele, impedindo assim o
corporal é 3 a 5 vezes superior em relação ao adulto, crescimento de bactérias nocivas. Desta forma,
o que torna a pele do bebé mais permeável aos agen- educam o sistema imunológico na prevenção da
tes agressivos: microrganismos, alergénios e toxinas. doença cutânea por trauma, infeção ou alergia.
53
Vantagens do uso de prébióticos no cuidado BIBLIOGRAFIA
diário da pele do bebé
Quando a pele do bebé perde o seu equilíbrio, as 1. Valido AM, Guimarães H, Amaral JMV, Januário
bactérias benéficas deixam de conseguir desen- L, Carrapato R, Tomé T, Martins V. Consensos em
volver-se e proteger das bactérias nocivas que Neonatologia. Secção de Neonatologia, Socie-
penetram na pele, originando problemas como dade Portuguesa de Pediatria 2004; 105-9
irritação, vermelhidão, prurido ou inflamação. 2. Challenges in Neonatal Nursing: Providing
Os prebióticos ajudam no reequilíbrio cutâneo Evidence-Based Skin Care. NANN 2003
e impedem o crescimento de microrganismos 3. Cogen AL, Nizet V and Gallo RL. Skin microbio-
agressores. ta: a source of disease or defence?. Br J Der-
Estudos demonstram que a utilização dos pre- matol. 2008 March; 158(3):442-455
bióticos em produtos para higiene e cosmética 4. Krutmann J. Pre-and probiotics for human
é importante para a manutenção de uma pele skin. Journal of Dermatological Science
saudável do bebé. Ao associar prebióticos à com- 2009;54:1-5.
posição de produtos de higiene, cosmética e tra- 5. Caramia G, Atzei A, Fanos V. Probiotics and the
tamento para a pele do bebé, para além de limpar skin. Clinics in Dermatology 2008 ;26:4-11.
e hidratar, permite a regulação da microbiota. 6. Al-Ghazzewi F and Hand Tester RF. Impacto of
Assim, o equilíbrio biológico da pele é retoma- prebiotics and probiotics on skin health.Bene-
do, impedindo a proliferação de microrganismos ficial Microbes 2014;5(2):99-107.
patogénicos. 7. Thomas DW, Greer FR, and Committe on Nutri-
tion; Section on Gastroenterology, Hepatology,
Em síntese: and Nutrition. Probiotics and Prebiotics in Pe-
O que são Probiótico? diatrics .Pediatrics 2010;126:1217
São microrganismos vivos (não patogénicos) que 8. Bockmu LD, Jasoy C, Nieveler S, et al. Prebiotic
promovem o crescimento e a sobrevivência da cosmetics: an alternative to antibacterial pro-
microbiota benéfica para a saúde. ducts. IFSSC Mag 2006;9:1–5.
9. Holland KT, Bojar RA. Cosmetics. What is their
O que são prebióticos? influence on the skin microflora? Am J Clin
Componentes alimentares não digeríveis que Dermatol 2002;3:445–9.
estimulam o crescimento e/ou atividade de bac- 10. Elias PM. The skin barrier as an innate im-
térias benéficas para o organismo humano. Os mune element. Semin Immunopathol
prebióticos são o alimento dos probióticos. 2007;29:3–14.
11. Fredricks, D.N.: Microbial ecology of human
O que são prebióticos dermatológicos? skin in healtand disease. J. Investig. Dermatol.
São componentes ativos que estimulam as defe- Symp. 2001 Proc. 6, 167–169
sas naturais da pele, ao nutrirem os microrganis-
mos benéficos, que impedem o crescimento de
bactérias nocivas na pele.
54
ALIMENTAÇÃO DO BEBÉ
56
• Menor risco de desenvolvimento de diabetes
(tipo I);
• Menor risco de manifestações alérgicas, como
a asma;
• Diminuição do aparecimento de cárie dentária
e melhorias significativas na formação da boca
e dentição nas crianças amamentadas;
• Melhor desenvolvimento mental e emocional
do bebé.
57
1. Oferecer a mama ao bebé: a mãe deverá Posições de amamentação
pegar na mama com a mão livre, formando
uma concha: o indicador na zona da auréo- Na hora de mamar, a mãe deverá adoptar uma
la e os restantes dedos na zona inferior da posição cómoda, relaxada. O bebé deverá estar
mama. Depois deverá aproximar a mama aos aninhado no seu braço, com a cabeça encostada
lábios do bebé, de modo a que o mamilo tac- no ângulo do cotovelo e as costas e o rabinho
teie o lábio superior, a fim de fazer uma boa apoiados no antebraço e mão. O bracinho do
pega. bebé deverá estar livre para que possa tocar na
2. Verificar se o bebé está a mamar bem: a mãe.
boca deve estar bem aberta, abrangendo todo Na prática, a mãe poderá amamentar o bebé em
o mamilo e parte da auréola e dos tecidos que qualquer posição, desde que ele consiga agar-
estão sob ela, incluindo os seios lactóforos rar correctamente o mamilo e a mãe se sinta
(base do mamilo). confortável. É importante experimentar várias
O bebé deve esticar o tecido da mama para fora, posições para escolher a que mais se adequa e
formando um longo bico, em que o mamilo é até para que o bebé não exija sempre a mesma.
apenas um terço do total. A auréola deve estar Sugestões:
mais visível em cima do que em baixo da boca Sentada: Para pegar no bebé escolher a posição
do bebé e o músculo do maxilar do bebé deve do berço, o bebé entre os braços, segurando-o no
estar a trabalhar ritmadamente, estendendo- colo e apoiando a sua cabeça no antebraço, em
-se o movimento até às orelhas. frente ao peito.
Atenção que o bebé não deverá ter a cara Deitada: Poderá dar jeito, sobretudo nas primei-
apertada contra o seio: o nariz deve ficar livre, ras semanas e nos casos em que o parto seja por
garantindo a sua boa respiração. cesariana. Neste caso, a mãe deve deitar-se de
j
3. Estimular os vínculos: será importante que a lado, com a ajuda de umas almofadas, e encaixar
mãe fale com o bebé, sorria e olhe para ele, se o corpo do bebé ao seu lado, apoiando as costas
lt
ele estiver de olhos abertos, para ele associar do bebé com uma das mãos.
i
o momento ao rosto da mãe.
d
4. Retirar a mama: quando a mãe verificar que A duração e frequência das mamadas
A ti
o bebé está a sugar mais lentamente, deverá
retirar-lhe o seio antes que ele comece a en- Em princípio, a mamada dura até o bebé revelar
golir ar ou que adormeça. Para o fazer, deverá desinteresse, isto é, se brincar com o peito, se se
pressionar suavemente no queixo ou deslizar afastar ou simplesmente adormecer. De qualquer
o dedo mindinho entre a auréola e o canto da forma, 10 ou 15 minutos em cada peito será sufi-
58
“É
reconfortante
saber que posso dar-te
o suficiente”.
22-jan-15
aleitamento materno
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aguentar quatro horas e é possível que já durma a
noite inteira sem acordar para comer.
60
No entanto, é consensual de que não se deverá
DEZ MEDIDAS PARA SER começar a diversificação excessivamente cedo.
CONSIDERADO HOSPITAL Por um lado, porque irá eventualmente interrom-
AMIGO DOS BEBÉS per a amamentação, privando o bebé de benefi-
E PARA CONTRIBUIR ciar de uma alimentação que é adequada às suas
PARA O SUCESSO necessidades. Por outro lado, os bebés pequenos
DO ALEITAMENTO não têm maturidade a nível gastrointestinal e re-
MATERNO nal para lidar com alimentos mais complexos e
outros líquidos para além do leite.
Todos os serviços que prestam cuidados às
mães e recém-nascidos devem: Está na hora
01. Ter uma política de promoção do aleita-
mento materno escrita, afixada a trans- Se o bebé começar a perder ou estabilizar o peso
mitir regularmente a toda a equipa de poderá ser altura de lhe começar a dar alimentos
cuidados de saúde. sólidos. Outro sinal relevante é o facto de o bebé
02. Dar formação à equipa de cuidados de pedir mais leite ou demonstrar-se insatisfeito no
saúde para que implemente esta política. final das refeições. Também poderá ser um sinal
03. Informar todas as grávidas sobre as van- o facto de o bebé começar a mostrar interesse no
tagens e a prática do aleitamento ma- que os adultos estão a comer.
terno. A partir do momento em que se identificam os
04. Ajudar as mães a iniciarem o aleitamen- sinais, será necessário ir introduzindo os alimen-
to materno na primeira meia hora após tos de forma gradual, tendo em conta que o bebé
o nascimento. demonstrará quais os alimentos de que gosta e
05. Mostrar às mães como amamentar e determinará o seu ritmo.
manter a lactação, mesmo que tenham
de ser separadas dos seus filhos tempo- Adaptação
rariamente.
06. Não dar ao recém-nascido nenhum As primeiras refeições de alimentos sólidos de-
outro alimento ou líquido além do lei- verão ser dadas pela mãe, pois o bebé poderá
te materno, a não ser que seja segundo entendê-las como um afastamento. Será, por
indicação médica. isso, também importante colocá-lo ao colo, para
07. Praticar o alojamento conjunto: permitir que o bebé não sinta tanta diferença. Já depois
que as mães e bebés permaneçam juntos do bebé se habituar, a mãe pode delegar natu-
24 horas por dia. ralmente a tarefa ao pai ou a outras pessoas de
08. Dar de mamar sempre que o bebé queira. confiança, como os avós.
09. Não dar tetinas, bicos artificiais ou chu- Para iniciar o processo de diversificação alimen-
petas às crianças amamentadas ao peito. tar o melhor será optar pela hora de almoço, por
10. Encorajar a criação de grupos de apoio volta do meio-dia, numa altura em que o bebé
ao aleitamento materno, encaminhando estará suficientemente desperto. Nos primeiros
as mães para estes, após a alta do hospi- dias se o bebé tiver dificuldade em aceitar o novo
tal ou maternidade. alimento, a refeição pode ser complementada
com leite que o lactente está a beber.
61
mes, depois a fruta, mais tarde a carne, o peixe e, A dieta do bebé
por último, os ovos.
Por seu turno, a consistência dos alimentos deve Geralmente, começa-se a diversificação com as
variar, progressivamente, de homogénea (creme papas de cereais, que podem ser lácteas (pre-
batido) para granulosa, depois para partículas paradas com água) ou não lácteas (preparadas
mais volumosas e, finalmente, para fragmentos. com o leite materno e/ou fórmula infantil).
Os alimentos devem ser dados à colher, preferen- Aconselha-se a começar pelas papas sem glú-
cialmente as de silicone. Na primeira vez, pode- ten, para se poder detectar e diminuir a pre-
se mesmo optar por colocar a comida na ponta valência da doença celíaca, uma doença do
do dedo, para que o bebé possa sugar. Não se intestino delgado que pode ser provocada pela
deverá também dar muita quantidade de cada alergia àquela substância.
vez, para o bebé não se engasgar. A colher deve- A partir dos seis meses de idade, já se pode-
se introduzir bem na boca, mas não demasiado, rá dar a papa com glúten e começar a comer
para não lhe provocar vómitos. sopa às refeições principais. Esta deve ser ini-
Ao início, devem-se escolher alimentos simples, cialmente fluida e à base de batata, cenoura
que deverão ser introduzidos um de cada vez, ou abóbora, e um pouco de azeite (no final
respeitando intervalos de pelo menos uma se- da cozedura), aumentando progressivamente
mana, para que o bebé se habitue ao sabor e para a consistência até se tornar num puré. Poste-
se poder identificar uma provável intolerância riormente, e a intervalos regulares semanais,
alimentar. devem ser introduzidas as verduras e outros
Entretanto, quando se começa a diversificação legumes. Deve-se evitar acrescentar sal.
alimentar, será importante começar a oferecer No que diz respeito à introdução da carne,
água entre as refeições, principalmente nos dias deverá ser também progressiva: frango, peru,
quentes. Idealmente, entre as duas horas depois coelho, borrego, vitela, etc.
da refeição anterior e meia hora antes da refei- Relativamente às frutas, devem ser introdu-
ção seguinte. zidas após os legumes e optar primeiro pela
Também todas as crianças devem tomar, pelo maçã e pêra (raladas, em sumo ou cozidas)
menos, meio litro de leite por dia, embora nunca e banana. Após os 6 e até aos 9 meses, já se
se deva dar leite de vaca antes dos 12 meses. poderá dar manga, papaia, melão, etc. Os ci-
trinos, podem iniciar-se entre os 7 ou 7 meses
e meio, embora cada vez se espere mais pelos
9 meses.
Também será por esta altura que se deverá in-
troduzir o peixe. Este, tal como a carne, deve
ser magro, como a pescada, linguado, pregado,
besugo, bacalhau fresco, cherne, garupa, tam-
boril, robalo, dourada, etc. Evitar os peixes com
alta concentração de mercúrio, como o cação,
o peixe-espada, o espadarte e o atum.
Só depois dos 9 meses de idade é que se deverá
introduzir os ovos na alimentação do bebé, e
mesmo assim só a gema. Deve-se começar por
um quarto, seguido de metade, e depois uma
gema inteira cozida, que se pode acrescentar
ao puré de legumes. Não se aconselham mais
do que duas ou três gemas por semana. A clara
do ovo e o ovo inteiro, só deverão ser introdu-
zidos a partir dos 12 meses. E
62
VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO
63
AMAMENTAR CRIA LAÇOS COM O BEBÉ de desenvolver anemia, osteoporose, cancro de
mama e cancro do colo do útero.
O aleitamento natural é também de extrema im-
portância de um ponto de vista psicológico. De PARA PROLONGAR A AMAMENTAÇÃO
facto, o contacto físico – o toque entre bebé-mãe NaturalFeeling é a gama da Chicco exclusiva-
– favorece o desenvolvimento emocional do bebé mente dedicada ao aleitamento. É composta por
e o estabelecimento da vinculação, permitindo, produtos especificamente desenvolvidos para o
por sua vez, o desenvolvimento da sua persona- aleitamento natural, que permitem à mãe viver
lidade, do seu relacionamento interpessoal e da esta experiência de forma serena e tranquila, e
sua perceção do mundo que o rodeia. durante o máximo tempo possível.
Além disso, a gama inclui ainda os Biberões Na-
VANTAGENS PARA A MÃE turalFeeling para ajudar as mães que pretendem
continuar o aleitamento materno mas que, por
O aleitamento materno tem também inúmeras razões profissionais ou outras, estão longe do
vantagens para a mãe: favorece o processo de bebé. Os biberões NaturalFeeling garantem a
contração do útero, reduzindo as perdas de san- máxima naturalidade, para a mãe e para o bebé. E
gue no pós-parto; ajuda no processo de involu-
ção uterina, permitindo à mãe voltar à sua forma
física mais rapidamente; e diminui o risco
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CRESCIMENTO FÍSICO AS TABELAS DE CRESCIMENTO
66
meses aumenta cerca de 30 g por dia, cerca de 20 No nascimento, o perímetro craniano é em média
g por dia durante o segundo trimestre, no tercei- cerca de 34 a 36 cm, crescendo cerca de 7 a 8
ro trimestre aumenta 15 g por dia e já no quarto cm nos primeiros 6 meses. Regra geral, no final do
aumenta cerca de 10 g diárias. De qualquer forma, primeiro ano de vida o perímetro cefálico do bebé
ao 5º mês já terá duplicado o peso que tinha à é de 46 cm, embora oscile entre os 42 e os 49 cm.
nascença e aos 12 meses triplicado.
A altura dos recém-nascidos situa-se entre os 48
e os 52 cm, sendo em média 50 cm para os do DESENVOLVIMENTO DAS
sexo masculino e 49 cm para os do sexo femini- CAPACIDADES MOTORAS
no. Ao longo dos primeiros 12 meses, a altura do
bebé aumenta significativamente, atingindo em No período de 12 meses, o bebé
média os 74 cm, embora possa variar entre os passa de um ser desengonçado,
65 cm e os 80 cm. Regra geral, quando o bebé que não controla o seu próprio
completar o primeiro ano de vida, medirá em corpo, a uma criança capaz de se
média 25 cm a mais de quando nasceu. deslocar sozinha.
Entretanto, existem inúmeros factores que influen-
ciam o peso e a altura. Por exemplo, se um bebé ficar É a partir dos 3 meses que o bebé começa a fi-
doente, é possível que perca o apetite e perca peso. car fisicamente proporcionado e a controlar os
Por seu turno, um bebé mais activo irá ter um maior músculos do corpo, demonstrando maior coor-
gasto calórico do que um bebé mais tranquilo. denação e capacidade de manipulação. Em pou-
Também existem algumas diferenças entre os sexos co tempo, ele irá aprender a controlar a cabeça
no que diz respeito à altura, pois geralmente os me- e o tronco, para depois conseguir manter-se di-
ninos são mais compridos 1 cm do que as meninas, reito e mais tarde começar a sentar-se, gatinhar,
até aos 12 meses. A raça também pode influenciar a a pôr-se de pé e, finalmente, a dar os primeiros
altura média. De salientar ainda que cada bebé tem passos.
um ritmo, e é possível que alguns aumentem regu- O desenvolvimento processa-se sempre a partir
larmente centímetro por centímetro e outros apre- da cabeça em direcção aos pés, em concordância
sentem saltos de vários centímetros de cada vez. com a maturação da medula, já que as regiões
cerebrais que comandam a cabeça e o pescoço
PERÍMETRO CEFÁLICO desenvolvem-se antes das que comandam os
braços e as pernas.
O tamanho da cabeça, verificado através da medi- Por seu turno, cada estágio de desenvolvimento
ção do perímetro cefálico, é o parâmetro de ava- ocorre por uma determinada ordem, depois de se
liação do crescimento do bebé que menos varia. ter passado o estágio anterior.
Permite conhecer o crescimento e a diferencia- Mais uma vez é preciso salientar que nem todos
ção do sistema nervoso, assim como indirecta- os bebés se desenvolvem à mesma velocidade.
mente o desenvolvimento do cérebro. Por isso, se uma criança começa a andar aos 11
meses e outro ainda gatinha aos 15, tal não quer
dizer que haja algum problema.
De qualquer forma, se o desenvolvimento das
capacidades motoras do bebé estiver cerca de
30% mais lento do que a média, deverá ter-se
em atenção. Por exemplo, se a média para andar
se situa entre os 12 e os 15 meses, e se um bebé
chegar aos 17 meses e ainda não revelar sequer
interesse em dar os primeiros passos, o melhor é
consultar o médico, embora sejam raros os casos
em que se observa uma patologia.
67
CONTROLAR A CABEÇA tarde - poderá ser até aos 10 ou 12 meses – e
outras há que nem sequer passam por ela, man-
Quando nasce, o bebé não consegue ainda con- tendo-se sentadas até ao momento em que se
trolar a cabeça. É aos 6 meses que ele irá conse- põem de pé e começam a andar.
guir controlá-la, quando a cabeça e o pescoço
estão suficientemente fortes para o bebé con- PÔR-SE EM PÉ
seguir controlar os seus movimentos. Assim, se
estiver deitado de costas, o bebé vai conseguir O bebé poderá conseguir levantar-se e colocar-
erguer a cabeça e olhar para os dedos dos pés. -se em pé por volta dos 7 meses. No entanto, há
Se o colocarmos deitado de barriga para baixo, bebés perfeitamente normais em todos os aspec-
suporta o peso da cabeça e do tronco sobre as tos do seu desenvolvimento que só conseguem
mãos e consegue rolar da posição de deitado de fazê-lo depois de completarem um ano. Geral-
costas, para deitado de lado. mente são crianças mais pesadas e sossegadas.
As primeiras tentativas do bebé em colocar-se de
CONTROLAR DO TRONCO: pé ocorrem, então, por volta dos 7 ou 8 meses,
APRENDER A SENTAR-SE com a ajuda de um adulto. Aos 9 meses, se o lar-
garmos já o consegue fazer sem apoio, embora
Geralmente esta capacidade só é desenvolvida se demonstre cambaleante e inseguro, caindo
por volta dos 8 ou 9 meses, embora algumas muito rapidamente. Será aos 10 meses que ele
crianças consigam sentar-se sozinhas por volta conseguirá manter-se de pé, agarrado. Quando
dos 6 ou até menos. Com efeito, a idade com chegar aos 11 meses já conseguirá estar em pé
que as crianças se conseguem sentar - assim sozinho e inclinar-se para apanhar qualquer coi-
como gatinhar, pôr-se em pé ou até andar - é sa do chão. Aos 12 meses, em princípio estará
sempre mais variável do que a idade esperada preparada para dar os primeiros passos.
para começarem a controlar os movimentos
da cabeça e dos braços. De qualquer forma, se ANDAR
a criança revelar algum atraso, os pais podem
incentivá-la (nunca antes dos 5 meses). Por Em geral, a criança começa a dar os primeiros
exemplo, podem sentá-la na cama, apoiada em passos entre os 12 e os 15 meses. No entanto,
almofadas, para que ela se possa familiarizar pode começar antes – a partir dos 9 - e depois,
com a posição. até aos 18. Dependerá de muitos factores, entre
os quais o espírito mais ou menos aventureiro da
GATINHAR criança, o peso, as quedas que sofre na aprendi-
zagem, etc. De qualquer forma, todas passam pe-
Para conseguir gatinhar, o bebé já terá de coor- los mesmos estágios ou fases antes de andarem
denar os movimentos das mãos com os joelhos, de forma equilibrada e confiante:
conseguir endireitar o corpo, controlar a cabeça
e o pescoço e ter força suficiente nos braços para
conseguir levantar a cabeça e o tronco do chão.
É possível que, de início, mesmo que demonstre
vontade em gatinhar, ainda não tenha essa força
e então ele encontrará alternativas para se des-
locar, como arrastar-se de lado, ou de rabo, etc.
Normalmente, as crianças começam a gatinhar
por volta dos 8 meses. Se o bebé não gatinhar
dentro desta idade, não há que ficar preocupado,
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70
DESENVOLVIMENTO O BEBÉ APRENDE A COMUNICAR
COGNITIVO
O bebé deve ser desde logo estimulado para a
O facto de o bebé parecer comunicação, pelo que os pais devem falar com
pouco activo logo após o ele, trocar mimos e proporcionar o contacto vi-
nascimento não quer dizer sual olhando muito para ele e deixando que ele
que não esteja a aprender. observe os seus rostos.
Ao mesmo tempo que ele Os bebés percebem cedo que para sobreviver
cresce fisicamente e ao nível têm de comunicar e, antes da palavra, fazem-
da coordenação, ele está -no através de outras manifestações. Primeiro,
a desenvolver-se ao nível comunicam através do choro, depois aprendem a
emocional e intelectual. conversar através do sorriso e mais tarde a expres-
sar-se com movimentos da cabeça, como quando
Os principais estimuladores da aprendizagem dizem «não», ou quando apontam para um objecto.
do bebé acabam por ser os pais, que mais Para ajudar o bebé nesta aprendizagem é es-
do que ensinar regras concretas e objectivos sencial comunicar com ele. Quando ele quer um
restritos, deverão procurar tornar a nova re- objecto, por exemplo, é preciso devolver-lho, di-
alidade atractiva, proporcionando-lhe experi- zendo o nome do objecto e explicando-lhe que
ências originais, fornecendo-lhe explicações, estamos a compreender o que ele está a pedir.
sem nunca esquecer de o elogiar e encorajar, Entretanto, a partir dos 7 ou 8 meses, o bebé apren-
pois será com o seu apoio que o bebé irá ob- de a imitar e também que a repetição pode ser
ter auto-confiança. Enquanto educadores, os muito útil para memorizar. Com efeito, os bebés já
pais deverão potenciar as forças e qualidades nascem com alguma memória rudimentar, embo-
do filho e minimizar defeitos e fraquezas, de ra a memória enquanto capacidade para armaze-
modo a que ele desenvolva ao máximo as suas nar informação só irá ser desenvolvida nos meses
potencialidades. seguintes e até aos 2 anos, fortalecendo-se com a
Saliente-se que o papel é de guia, alguém linguagem.
que irá apresentar ao bebé várias hipóte-
ses e novidades, mas que no final deixa- O BEBÉ APRENDE A FALAR
rá que seja ele a decidir o que conside-
ra mais interessante. O objectivo é ajudar A fala representa uma importante fase de aprendi-
quando ele precisa. Não se deverá forçar o zagem, pois a partir da mesma, o bebé não precisa-
bebé a aprender o que algumas ideias pré- rá mais de chorar ou gesticular para ser entendido.
-concebidas consideram que ele deve apren- No entanto, mesmo antes de falarem ou de sa-
der. É preciso responder às necessidades do berem o significado das palavras, os bebés já
bebé e não ao contrário. percebem alguns elementos de linguagem, como
Nesse sentido, convém ter noção de que o ritmo de alterações de som, os ritmos e entoações das
aprendizagem não é contínuo, processando-se falas. Desde o nascimento, por exemplo, que as
por saltos e recuos. Assim, o bebé irá ter mo- crianças respondem melhor ao estímulo da fala
mentos em que irá demonstrar novas ideias e do que a qualquer outro ruído. Muitos bebés até
capacidades, mas até que as consiga consolidar distinguem uma língua da outra. Por exemplo,
e passar para o passo seguinte, poderá parecer um bebé português reage muito melhor quando
que abranda ou até mesmo que se esquece de lhe falam em português, do que em chinês.
aquisições anteriores. Tudo isto é normal, e o
papel dos pais é tornar as coisas mais interes- Evolução
santes na altura dos avanços. Ele estará pronto
a aprender e absorver informação a um ritmo O bebé começa desde logo a produzir sons, quan-
muito acelerado. do procura afecto, comida e conforto ou quando
71
sente prazer ou satisfação. Por volta das 6 sema- Os brinquedos
nas aumenta a sua intensidade, mas só aos 3 ou
4 meses é que será capaz de emitir sons baixos e É preciso proporcionar aos filhos a descoberta
modulados, semelhantes aos de sílabas isoladas, de cores e formas, texturas e imagens, ruídos e
de tónica aberta. As primeiras consoantes que ele sons. Através das brincadeiras, e dos brinquedos
utiliza são o “p”, o “b” e o “m”. em particular, ele vai descobrindo e aperfeiçoan-
Dos 7 aos 9 meses já é capaz de soletrar pala- do as suas novas habilidades. Não precisam de ser
vras de duas sílabas, repetindo a sílaba inicial: brinquedos caros, mas sim adequados à idade e à
“ma-mã”, “da-dá”, etc. Depois, começará a utilizar fase do desenvolvimento da criança. Para os mais
expressões como “ai” ou “ui” e mais tarde será ca- pequenos, é preciso encontrar brinquedos que es-
paz de gritar para chamar a atenção. timulem os sentidos, para os mais velhos os que
Aos 9 meses tem já um discurso mais elaborado, ajudam no desenvolvimento físico e intelectual.
juntando sílabas e pronunciando-as mais nitida-
mente. Entre os 10 e os 11 meses, começa a dizer Brincadeiras
as primeiras palavras mais definidas, certamente
de coisas, pessoas ou animais que lhe são mais Certas brincadeiras que os pais podem fazer
importantes. com o filho ajudam o seu desenvolvimento. Nos
Ao completar um ano, a criança começa a rela- primeiros meses, por exemplo, as cócegas nos
cionar as palavras com os significados e a nomear pés serão muito divertidas e permitem tonificar
coisas. Mesmo as que não falam, podem fazer os músculos das pernas e dos pés. O mesmo se
gestos para mostrar que sabem o que é o nariz, pode dizer de jogar às escondidas, pois estimula
os olhos, etc. Por volta dos 18 meses, as capa- a capacidade visual da criança e o conceito de
cidades linguísticas da criança desenvolvem- permanência das coisas.
se bastante. A partir dos 6 meses, são particularmente úteis
as brincadeiras que ajudam a fortalecer os mús-
Quando há atrasos culos, que corrijam posturas e auxiliem a procura
do equilíbrio. Um exemplo: deitar o bebé de cos-
As crianças não atingem estas fases exactamen- tas e fazer a bicicleta com as pernas ou flexionar
te na mesma altura, podendo variar um ano ou os braços.
mais. De qualquer forma, se aos 2 anos ou 2 A partir dos 9 meses, pode-se apostar em exer-
anos e meio a criança ainda não falar, será me- cícios para fortalecer os músculos das pernas e
lhor consultar um médico, pois poderá ter algum assim contribuir para a aventura dos primeiros
problema de audição ou até mesmo da fala, que passos. O clássico “cavalinho”, em que se senta a
poderá ter solução se for tratado a tempo. criança ao colo, neste caso, é perfeitamente ade-
quado, pois a criança desenvolve não só o sentido
BRINCAR do equilíbrio, como os músculos, ao ter de se agar-
rar bem para não cair. Os brinquedos de empurrar
Brincar representa um papel de grande im- nesta altura serão também muito úteis.
portância no desenvolvimento saudável da As massagens são também uma boa brincadeira,
criança, quer ao nível de aprendizagem quer ao mesmo tempo que proporcionam o fortale-
ao nível da definição de comportamentos so- cimento de vínculos entre pais e filhos e contri-
ciais. Neste âmbito, o papel dos pais é essen- buem para a saúde do bebé.
cial. Não basta passar horas com o filho, é Entretanto, para qualquer criança, a água é moti-
preciso falar-lhe, sorri-lhe, tocar-lhe e, neste vo de brincadeira, seja na praia ou mesmo na ba-
caso, brincar com ele. É no clima de afecto e nheira. Por isso será sempre positivo deixar o bebé
de permanente estimulação que o bebé ganha divertir-se na água. Para além disso, é também um
autoconfiança e desenvolve as suas capaci- excelente exercício físico, que aumenta a resistên-
dades intelectuais e motoras. cia e estimula as suas defesas imunitárias. E
72