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DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DE
ENCRUAMENTO DE MATERIAIS DÚCTEIS
ATRAVÉS DE UM ENSAIO DE DUREZA
Por,
Lucas Queiroz Machado
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
i
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia Mecânica
PROJETO DE GRADUAÇÃO
DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DE
ENCRUAMENTO DE MATERIAIS DÚCTEIS
ATRAVÉS DE UM ENSAIO DE DUREZA
POR,
Banca Examinadora
Prof. Lucival Malcher, UnB/ ENM (Orientador)
ii
Àquele de quem provêm todas as coisas,
animadas e inanimadas, desde o minúsculo
átomo até o maior dos mundos, de modo que
o que se vê surgiu daquilo que não se pode
ver. Ao Eterno Criador e Mantenedor de
todas as coisas, todo meu louvor e gratidão.
iii
Agradecimentos
Ao meu amado pai, o legislador da cidade, porém, mais importe, o cabeça da família, de quem
sempre obtive apoio e guia e de quem aprendi a ter uma justa concepção da vida. Obrigado
por fazer da Lei de Deus o governo de nossa casa.
À minha amada mãe, que por meio de paciente e vigilante amor deu à minha mente a
verdadeira direção, cultivando os mais belos e atrativos traços de caráter.
Ao querido Professor Lucival Malcher, meu muito obrigado pelo constante apoio e tempo
dedicado em me orientar em diversos trabalhos, pelas portas que se abriram por seu intermédio
e por todo conhecimento compartilhado.
Meu muito obrigado ao Felipe Canut, Guilherme Vaz e Matheus Zegatti pela ajuda e dicas no
desenvolvimento deste projeto e aos colegas de curso que me acompanharam nesta caminhada.
Lucas Queiroz Machado
iv
RESUMO
v
ABSTRACT
In this current project it is proposed the determination of the hardening curve of ductile materials
through a parametric identification process, having as pillar for this goal an indentation test. In order to
determine such material parameters, a combined set of numerical methods that encompasses the golden
ratio search, least square method and finite elements are used. First, the tensile test is performed and the
hardening parameters are extracted from it through the inverse parameter identification methodology.
In the sequence, a Brinell indentation test is performed and then modeled for simulation in a finite
element environment. The same routine of parametric identification used for tensile test is then used for
the indentation test. With this resources, the method tries to numerically replicate the same indentation
mark left in the specimen by the indenter. Finally, a comparison is made between the hardening
parameters obtained from tensile and indentation tests.
vi
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
1.1 CONTEXTO E MOTIVAÇÃO ............................................................................................ 1
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 3
1.3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 4
1.4 COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DO TRABALHO. ................................................................ 5
vii
4.3 IDENTIFICAÇÃO PARAMÉTRICA E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS. ............................ 41
4.4 ANÁLISE COMPARATIVA ............................................................................................. 43
4.4.1 Comparação entre parâmetros obtidos via ensaio de tração e via ensaio de dureza.
43
4.4.2 Comparação dimensional da impressão experimental obtida via ensaio de dureza e
impressões obtidas por meio de simulações com os parâmetros materiais determinados ......... 44
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 46
8 ANEXOS .............................................................................................................. 51
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.4 Procedimentos para formulação do método de determinação da curva de encruamento via
ensaio de dureza. .............................................................................................................................. 4
Figura 2.1- Ensaio uniaxial de tração com metais dúcteis (Souza Neto, 2008)....................................... 6
Figura 2.2 Superfícies de escoamento de Tresca e von Mises no espaço das tensões principais. (Souza
Neto, 2008) ...................................................................................................................................... 9
Figura 2.3 Representação das projeções das superfícies dos critérios de Tresca e von Mises (Jorge,
2005). ............................................................................................................................................. 11
Figura 2.4 Representação do fenômeno de movimento de aresta, com o semipleno extra em A (a)
sendo deslocado para B (b) (Callister, 2007, Adaptado). .............................................................. 13
Figura 2.5 Teste uniaxial e representação de endurecimento isotrópico no plano π (Jorge, 2005)....... 14
Figura 2.6 Curvas de carregamento e descarregamento de um típico teste de dureza (Kang, 2013). ... 18
Figura 3.2 Geometria do corpo de prova para o ensaio mecânico monotônico de tração. .................... 23
Figura 3.4 Curva Força versus Deslocamento das ligas R4 650 ºC (a), U2 550 ºC (b), U2 450 ºC (c) e
U2 350 ºC (d), equivalente ao comprimento de interesse do clip gauge. ...................................... 24
Figura 3.5 Curva Tensão versus Deformação verdadeiras das ligas R4 650 ºC (a), U2 550 ºC (b), U2
450 ºC (c) e U2 350 ºC (d), convertida da Fig. (3.4) ..................................................................... 25
Figura 3.6 Curvas obtidas através de regressão não linear usando a função nlinfit do MatLab, aplicada
às curvas de encruamento das ligas R4 650 ºC (a), U2 550 ºC (b), U2 450 ºC (c) e U2 350 ºC (d).
........................................................................................................................................................ 26
ix
Figura 4.1 Corpos de prova usados no ensaio de dureza. R4 650 ºC (a), U2 550 ºC (b), U2 450 ºC (c) e
U2 350 ºC (d). ................................................................................................................................ 28
Figura 4.2 Máquina Zwick/Roell ZHU250 usada para ensaio de dureza. ............................................. 29
Figura 4.3 Fotos tiradas com o microscópio confocal LEXT OLS4100 da impressão causada no CP R4
650 ºC por uma carga de 187,5 kgf aplicada usando uma esfera de 2,5 mm. (a).Foto 2D (b)
representação 3D ............................................................................................................................ 32
Figura 4.4 Perfil da calota esférica impressa no corpo de prova R4 650 ºC. Eixos com unidade em µm.
........................................................................................................................................................ 32
Figura 4.6 Fotos tiradas com o microscópio confocal LEXT OLS4100 da impressão causada no CP U2
550 ºC por uma carga de 187,5 kgf aplicada usando uma esfera de 2,5 mm. (a).Foto 2D (b)
representação 3D ............................................................................................................................ 33
Figura 4.7 Perfil da calota esférica impressa no corpo de prova U2 550 ºC. Eixos com unidade em µm.
........................................................................................................................................................ 33
Figura 4.9 Fotos tiradas com o microscópio confocal LEXT OLS4100 da impressão causada no CP U2
450 ºC por uma carga de 187,5 kgf aplicada usando uma esfera de 2,5 mm. (a).Foto 2D (b)
representação 3D ............................................................................................................................ 34
Figura 4.10 Perfil da calota esférica impressa no corpo de prova U2 450 ºC. Eixos com unidade em
µm. ................................................................................................................................................. 34
Figura 4.12 Fotos tiradas com o microscópio confocal LEXT OLS4100 da impressão causada no CP
U2 350 ºC por uma carga de 187,5 kgf aplicada usando uma esfera de 2,5 mm. (a).Foto 2D (b)
representação 3D ............................................................................................................................ 35
Figura 4.13 Perfil da reta 1 da calota esférica impressa no corpo de prova U2 350 ºC. Eixos com
unidade em µm. ............................................................................................................................. 35
Figura 4.20 Comparação entre os perfis de impressão das simulações 3D e 2D para liga U2 450 ºC .. 39
x
Figura 4.23 Processo de Otimização ...................................................................................................... 41
Figura 4.24 Curva de reação resultante do processo de otimização em comparação com os dados
experimentais estimados a partir do ensaio de dureza. .................................................................. 42
Figura 4.25 Comparação entre os perfis de impressões causadas a partir dos parâmetros de
encruamento obtidos por meio de ensaio de tração e de dureza. ................................................... 44
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Condições de Teste e Recomendações de Intervalo de Dureza para penetrador com D =
2,5mm. (American Society for Testing and Materials, 2012) ....................................................... 20
Tabela 3.1 Dados obtidos da regressão não linear para as ligas R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2
350 ºC............................................................................................................................................. 27
Tabela 3.2 Propriedades mecânicas obtidas com processo de otimização via ensaio de tração para as
ligas U2 550 ºC, U2 450 ºC, U2 350 ºC e R4 650 ºC. ................................................................... 27
Tabela 4.1 Condições de Teste e Recomendações de Intervalo de Dureza para penetrador com D =
2,5mm. (American Society for Testing and Materials, 2012). ...................................................... 30
Tabela 4.2 Dados experimentais para as ligas R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350 ºC. .......... 31
Tabela 4.3 Dados de diâmetro e profundidade da calota esférica impressa no corpo de prova para liga
R4 650 ºC ....................................................................................................................................... 32
Tabela 4.4 Dados de diâmetro e profundidade da calota esférica impressa no corpo de prova para liga
U2 550 ºC ....................................................................................................................................... 33
Tabela 4.5 Dados de diâmetro e profundidade da calota esférica impressa no corpo de prova para liga
U2 450 ºC ....................................................................................................................................... 34
Tabela 4.6 Dados de diâmetro e profundidade da calota esférica impressa no corpo de prova para liga
U2 350 ºC ....................................................................................................................................... 35
Tabela 4.7 Análise comparativa e erro associado às medições para as ligas R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2
450 ºC e U2 350º. ........................................................................................................................... 36
Tabela 4.8 Propriedades mecânicas obtidas com processo de otimização via ensaio de dureza para as
ligas U2 550 ºC, U2 450 ºC, U2 350 ºC e R4 650 ºC. ................................................................... 43
Tabela 4.9 Análise comparativa de diâmetro e profundidade, com erro associado às medições
experimentais e numéricas para ligas R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350º. ................... 45
xii
LISTA DE QUADROS
xiii
LISTA DE SÍMBOLOS
Símbolos Latinos
𝑨 Conjunto de forças termodinâmicas
𝐷 Diâmetro do perfurador
𝐸 Módulo de Elasticidade
𝔈 Domínio elástico
𝑓 𝒑 Função objetivo
𝐺 Módulo de cisalhamento
𝐍 Vetor de escoamento
𝑛 Expoente de encruamento
𝑝 Tensão Hidrostática
xiv
𝑹CDE
B Força em cada iteração calculada pelo método de elementos finitos
FGH
𝑹B forças em cada iteração medidas experimentalmente.
𝔜 Superfície de Escoamento
Símbolos Gregos
𝛼 Parâmetro de endurecimento
𝜺 Tensor deformação
Φ Função de Escoamento
𝜎4 , 𝜎6 𝑒 𝜎7 Tensões principais
𝜎\ Limite de Resistência
𝜎] Tensão de escoamento
𝜏 Tensão de cisalhamento
𝜈 Coeficiente de Poisson
xv
𝜓TF Energia de deformação elástica distorcional
𝛾 Multiplicador plástico
Subscritos
max máximo
min mínimo
inf inferior
sup superior
Siglas
xvi
1 INTRODUÇÃO
Atualmente o engenheiro tem à sua disposição grande número de ferramentas e recursos que o
auxiliam na solução de problemas e compreensão da ciência. É sabido que quanto mais conhecimento
científico se torna disponível, mais capazes os engenheiros se tornam para elaborar soluções para
problemas práticos.
1
Unidades FPSO’s, como mostrado na Fig. (1.1), são utilizadas em locais de produção distantes da
costa, podendo operar por até 25 anos sem docagem, que é a manutenção preventiva de navios em
FPSO (Floating Production Storage and Offloading) é uma unidade industrial flutuante utilizada pa
estaleiro (Modica, 2009). Por este motivo, dentre os mais diversos recursos que o navio possui, o sistema
produção, processamento (petróleo e gás) armazenamento e escoamento da produção de petróle
de fundeio (Fig. 1.2) é certamente crítico, pois será responsável por manter a embarcação no
(offloading) pararestringindo-a
fundeadouro, navios aliviadores. Sãodeslocamentos
contra grandes utilizados em locais
devido de produção
correnteza, distantes
ventos e ondas (Fonseca,da costa com
inviabilidade
2002). de ligação por oleodutos ou gasodutos e podem operar por até 25 anos sem docage
2
Para um projeto de engenharia, a seleção do material é uma decisão fundamental para o projetista,
pois indica os tipos de aplicações para os quais o material pode ser empregado. O teste de tração é
comumente usado para averiguar diversas características do material e as resistências que são usadas
em projeto. Contudo, para se realizar este tipo de ensaio, primeiro temos que um corpo-de-prova padrão
é necessário, o que exige tempo e gasto com usinagem. Segundo, um dispositivo específico para o
ensaio, a máquina de tração, deve estar disponível. Terceiro, o ensaio de tração leva vários minutos para
ser realizado e quarto, é um processo destrutivo. Analisando esses quatro fatores, percebe-se que cada
um dos requerimentos para este ensaio encarece substancialmente o processo de determinação dos
parâmetros de encruamento de materiais. Atentando para as limitações ou barreiras agregadas à
realização do ensaio de tração, propõe-se então o uso de um ensaio de dureza no lugar daquele, pois,
como declarado por Callister (2006), o ensaio de dureza é, primeiro, simples e barato e segundo, não é
destrutivo.
Desta forma, sempre que se pensa em lançar um novo produto no mercado o seu processo de criação
requer cuidadoso planejamento em diversas áreas, desde a concepção até sua instalação e uso. Há,
portanto, no meio industrial, uma crescente procura por otimizar os processos de fabricação. Isso se dá,
em grande parte, devido à conscientização da potencialidade que os métodos científicos possuem para
prover materiais que satisfaçam a funcionalidade com um baixo custo de produção.
1.2 OBJETIVOS
Levando-se em conta o contexto apresentado, este trabalho tem por objetivo a determinação da curva
de encruamento de materiais dúcteis através de um ensaio de dureza, utilizando uma rotina de
identificação paramétrica baseada em métodos numéricos associados. Com este intuito, busca-se realizar
a comunicação entre a rotina de otimização, construída em MatLab, e a simulação do ensaio de dureza
em elementos finitos, no ABAQUS. Por meio de processo iterativo, determina-se a curva de
encruamento para quatro materiais, sendo eles as variações do aço U2, devido tratamento térmico a
revenido: U2 550 ºC, U2 450 ºC, e U2 350 ºC, aplicados à indústria naval, e a liga de grau R4 a 650 ºC,
com aplicações offshore, como para sistemas de amarração.
3
Após extração dos parâmetros de encruamento dos materiais abordados, estes são comparados com
aqueles obtidos do ensaio de tração. Considerando as vantagens do ensaio de dureza, defende-se que
este substitua o ensaio de tração no processo de identificação paramétrica de materiais dúcteis.
1.3 METODOLOGIA
A maioria dos métodos expostos na literatura que propõem a determinação de parâmetros materiais
por ensaio de dureza, o fazem pela caracterização das curvas de carregamento e descarregamento de um
teste de dureza instrumentado, como apresentado a seguir na seção 2.6. No entanto, aqui é proposto um
método alternativo. Não se busca caracterizar a curva de reação de um teste de dureza, mas utilizar este
recurso no procedimento de otimização dentro da função objetivo, ao comparar a resposta experimental
com a numérica. O ensaio de dureza Brinell foi o escolhido no processo de determinação da curva de
encruamento.
Inicialmente, esforços são aplicados no sentido de compreender o comportamento dos materiais sob
ensaio de dureza. Para tanto, segue-se a linha de procedimento ilustrado na Fig. (1.4), que se inicia com
o ensaio tradicional de tração (Fig. 1.4a) e segue com a extração dos parâmetros materiais, usando
método de otimização computacional (Fig. 1.4b). A seguir, tem-se o ensaio de dureza na Zwick/Roell
ZHU25 (Fig. 1.4c), análise dimensional do ensaio de dureza em microscópico confocal LEXT OLS4100
(Fig. 1.4d), simulação do ensaio de dureza em elementos finitos usando ABAQUS/Standart 6.14-1, com
curva de encruamento obtida do ensaio de tração (Fig. 1.4e). Daí é feita uma análise dimensional da
calota resultante da simulação em elementos finitos (Fig. 1.4f) e, por fim, obtenção dos parâmetros
materiais através do ensaio de dureza (Fig. 1.4g), valendo-se do mesmo recurso de otimização usado
para determinar a curva de encruamento via ensaio de tração.
d. Análise
b. Extração de dimensional da
a. Ensaio de parâmetros c. Ensaio de
impressão
Tração dureza
materiais via causada pelo
ensaio de ensaio de dureza.
tração.
Curva de Rea9c~
ao
U2 450 o C
2500
Exp.
2000 Num.
For9ca [N]
1500
1000
e. Simulação
500
do ensaio de
0
f. Análise 0 0.05
Deslocamento [mm]
0.1
dureza em g. Extração de
dimensional da
parâmetros
elementos calota resultante da
finitos materiais via ensaio
simulação em
de dureza.
elementos finitos.
Figura 1.4 Procedimentos para formulação do método de determinação da curva de encruamento via ensaio de dureza.
4
O procedimento de otimização é baseado em um método de ajuste de curva, comparando a curva de
reação experimental com a numérica. Neste aspecto, uma limitação se interpõe devido a dificuldade de
determinação da profundidade máxima (ℎ2 ) atingida pelo penetrador em sua carga máxima de ensaio
𝑃2 , quando utilizando o ensaio de dureza Brinell. Assim que o carregamento 𝑃2 é retirado, há uma
ligeira recuperação elástica, fazendo com que a profundidade final ℎ1 seja inferior à profundidade
máxima atingida em 𝑃2 . Para corrigir essa limitação, adotou-se também uma rotina de identificação da
profundidade máxima ℎ2 . A profundidade máxima ℎ2 é determinada por simulação via elementos
finitos usando a curva de encruamento experimental obtida via ensaio de tração, tendo como critério de
parada a convergência dos resultados numéricos de ℎ1 com os obtidos experimentalmente.
5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A Figura (2.1) mostra um diagrama esquemático do ensaio uniaxial de tração executado para definir
a curva tensão-deformação de metais dúcteis e deste identificam-se alguns conceitos fundamentais.
Observa-se a existência de um domínio elástico em dois diferentes estados compreendidos nos
segmentos 𝑂& 𝑌& e 𝑂4 𝑌4 . Quando analisando o intervalo 𝑂& 𝑌& , por exemplo, a barra, quando submetida
a um carregamento que produza tensões dentro deste segmento, volta à sua respectiva posição inicial
𝑂& quando o carregamento é retirado. O mesmo acontece para o segmento 𝑂4 𝑌4 . Neste domínio
considera-se não haver nenhuma deformação plástica à situação descarregada anterior, sendo cada
estado superiormente delimitado pela respectiva tensão de escoamento.
Figura 2.1- Ensaio uniaxial de tração com metais dúcteis (Souza Neto, 2008).
6
Nota-se também na Fig. (2.1) que quando a tensão aplicada ao corpo de prova ultrapassa o domínio
elástico, definido acima, a inclinação da curva sofre uma mudança e dá-se início ao escoamento plástico.
Este novo domínio é marcado pela evolução da deformação plástica e pela evolução da tensão de
escoamento. Analisando o gráfico da Fig. (2.1), vê-se que o corpo de prova é primeiramente carregado
até um ponto 𝑍& superior à tensão de escoamento associado ao ponto 𝑌& . Deste modo, quando o
carregamento é retirado, o corpo não volta a sua configuração inicial 𝑂& , mas agora observa-se uma
deformação permanente no novo estado descarregado 𝑂4 . Se um novo carregamento for aplicado, será
observado uma nova tensão de escoamento, maior que a prévia, associada ao ponto 𝑌4 e, caso esse novo
limite elástico seja ultrapassado pelo carregamento aplicado, o corpo sofrerá aumento da deformação
plástica também. Esse fenômeno que acaba de ser descrito é conhecido como encruamento. (Souza Neto,
2008)
Tomando as considerações feitas para o modelo constitutivo unidimensional e o fato que esta provê
todos os elementos necessários para o modelo constitutivo elasto-plástico geral, os fenômenos descritos
acima serão expressos matematicamente para o modelo mais geral.
Uma hipótese importante lida com a decomposição aditiva do tensor deformação total 𝜺 em outras
duas componentes, uma elástica 𝜺F e outra plástica 𝜺H , conforme Eq. (2.1).
𝜺 = 𝜺F + 𝜺H . (2.1)
𝝈 = 𝔻: 𝜺F , (2.2)
No contexto desta análise, é mais significativo expressar a Eq. (2.2) em termos do módulo de
deformação volumétrica 𝐾 e do módulo de cisalhamento 𝐺
onde 𝜺FT é o tensor das deformações elásticas de desvio e 𝜀VF é a deformação elástica volumétrica,
também conhecido como o primeiro invariante do tensor das deformações (𝜀VF = 𝑡𝑟[𝜺F ]).
Compreendendo que o tensor das tensões pode ser também definido a partir das parcelas esférica
4
𝐼𝛿 , e de desvio 𝑺, onde 𝐼4 é o primeiro invariante do tensor das tensões, obtêm-se uma nova
7 4 BR
7
𝝈 = 𝑺 + 𝑝𝑰, (2.4)
4
onde 𝑺 = 2𝐺𝜺FT e 𝑝 = 𝐼4 .
7
Observa-se, portanto, na perspectiva da Eq. (2.4), que a componente esférica causa apenas variação
de volume, ao passo que as distorções são causadas pelo tensor das tensões de desvio.
Levando-se em consideração que a função de escoamento não varia com o sistema de eixos
escolhidos, podemos expressá-la em função dos três invariantes do tensor das tensões:
𝐼4 = 𝑡𝑟(𝝈), (2.5.1)
4 6
𝐼6 = [𝑡𝑟 𝝈 − 𝑡𝑟 𝝈𝟐 ], (2.5.2)
6
𝐼7 = 𝑑𝑒𝑡(𝝈). (2.5.3)
Tem-se que o primeiro invariante do tensor das tensões desviadoras 𝐽4 é nulo, o que explicita a
independência da deformação plástica com relação à tensão hidrostática 𝑝. Consequentemente, tem-se
apenas os segundo e terceiro invariantes do tensor desviador, determinados de acordo com as Eqs.
(2.6.1) e (2.6.2):
4
𝐽6 = 𝑺: 𝑺, (2.6.1)
6
O valor obtido a partir da função de escoamento indicará se o estado de tensões imposto está dentro
do domínio elástico, no limiar deste ou no domínio plástico. Para os casos em que o estado de tensões
não implica qualquer deformação permanente, o estado de tensões imposto ao material está localizado
no domínio elástico, definido como:
Para o limiar do domínio elástico, onde deformações plásticas podem começar a acontecer, a
chamada superfície de escoamento é definida como:
8
𝔜 = 𝜎|Φ 𝝈, 𝑨 = 0 . (2.8)
O início do escoamento plástico pode ser definido por diversos critérios, entre eles tem-se os critérios
de escoamento de Tresca e von Mises, apresentados a seguir.
𝜎4 − 𝜎6 ≤ 𝜎] 𝛼 = 𝑌(𝛼), (2.9.1)
𝜎4 − 𝜎7 ≤ 𝜎] 𝛼 = 𝑌(𝛼), (2.9.2)
𝜎6 − 𝜎7 ≤ 𝜎] 𝛼 = 𝑌(𝛼). (2.9.3)
onde 𝑌(𝛼) é uma função característica do material obtida a partir de um ensaio de tração uniaxial,
dependente da deformação plástica e quantificada em função do parâmetro de endurecimento 𝛼.
As Equações (2.9.1) (2.9.2) e (2.9.3) são representadas graficamente como uma superfície no espaço
das tensões principais em forma de um prisma hexagonal regular e infinitamente longo (Fig. 2.2),
permitindo uma simples ilustração de qualquer critério de escoamento.
Figura 2.2 Superfícies de escoamento de Tresca e von Mises no espaço das tensões principais. (Souza Neto, 2008).
A partir das Equações (2.9.1) (2.9.2) e (2.9.3) definem-se as tensões principais máximas e mínimas:
9
𝜎2B~ = min (𝜎4 , 𝜎6 , 𝜎7 ). (2.11)
4
𝜏2{G = 𝜎2{G − 𝜎2B~ . (2.12)
6
4
𝜎2{G − 𝜎2B~ = 𝜏] (𝛼), (2.13)
6
4
Φ 𝝈 = 𝜎2{G − 𝜎2B~ − 𝜏] (𝛼), (2.14)
6
que é equivalente a:
𝜎] = 2𝜏] . (2.16)
Em substituição à Eq. (2.7), a definição do domínio elástico pelo critério de Tresca é definido como
expresso na Eq. (2.18):
O critério de escoamento de von Mises, formulado em 1913, também conhecido como critério da
energia de distorção, prediz o início do escoamento quando a energia de deformação por distorção em
uma unidade de volume alcança ou excede a energia de deformação por distorção por unidade de volume
no escoamento sob tração ou compressão simples do mesmo material (Budynas, 2008). Em outras
palavras, von Mises disse que o processo de escoamento tem início quando o segundo invariante do
tensor desviador atinge um valor crítico, de acordo com a Eq. (2.19):
10
4
𝐽6 − R 𝛼 = 0, (2.19)
6
Figura 2.3 Representação das projeções das superfícies dos critérios de Tresca e von Mises (Jorge, 2005).
Com o intuito de dar uma interpretação física para a o critério de von Mises, (Nadai, 1950) propôs
o conceito de corte octaédrica, baseado na tensão de corte nos planos do octaedro regular, regida pela
Eq.(2.20):
6
𝜏_`a = 𝐽 . (2.20)
7 6
Com o mesmo intuito, (Hencky, 1924) deu outra interpretação física para o critério de von Mises.
Levando-se em conta que comportamento da curva tensão-deformação no domínio elástico é
considerado linear, a energia de deformação elástica armazenada pode ser definida pela soma de suas
respectivas parcelas volumétrica e distorcional:
4 4
𝜌𝜓TF = 𝒔: 𝒔 = 𝐽6 , (2.22)
6‚ ‚
e parcela volumétrica é:
4
𝜌𝜓VF = 𝑝6 . (2.23)
„
Hencky (1924) então propõe que o escoamento ocorre quando a energia de distorção atinge o valor
crítico:
11
4
𝑅. (2.24)
‚
Em ambas as definições dos critérios de Tresca e de von Mises é observado a independência deles
com relação a parcela tensão hisdrostática 𝑝, o que significa a não contabilização do primeiro invariante
do tensor das tensões nestes critérios de escoamento. Outra similaridade entre estes dois critérios
encontra-se na concordância de valores para os casos de cisalhamento puro e tração pura. A função de
escoamento definida para o caso de cisalhamento puro é apresentada na Eq. (2.25):
Φ(𝝈) = 𝐽6 (𝒔 𝝈 ) − 𝜏] , (2.25)
onde 𝜎] = 3𝑅 é a tensão uniaxial de escoamento. Assim é fácil notar que há uma relação entre as
tensões uniaxial e de cisalhamento onde
𝜎] = 3𝜏] . (2.27)
Da Figura (2.3), verifica-se também que a discrepância maior entre os critérios de Tresca e von
Mises acontece no plano de corte puro, onde 𝜎7 = −𝜎4 e 𝜎6 = 0. Quando se aplicam os dados critérios
para esta situação, obtêm-se:
4
𝜎|V_~ EB‰F‰ = (𝜎4 − 𝜎6 )6 + (𝜎6 − 𝜎7 )6 +(𝜎7 − 𝜎4 )6 = 3𝜎4 , (2.29)
6
Ao combinar os resultados das Eqs. (2.28) e (2.29), verifica-se que o critério de escoamento de
Tresca é mais conservativo que o de von Mises por uma razão, entre suas respectivas tensões efetivas,
de aproximadamente 1,15.
12
Na seção anterior foram introduzidas as deformações elástica e plástica, sendo a deformação elástica
reversível e a plástica irreversível ou permanente. Como veremos a seguir, a deformação plástica é
resultado de mudanças na estrutura do material, no sentido que ligações entre átomos se quebram e os
átomos, separados do átomo anterior, formam novas ligações com outros átomos. Essa ruptura e
restabelecimento de ligações entre átomos é consequência de uma força aplicada sobre o material. No
domínio elástico a força aplicada não é suficiente para ocasionar quebra de ligações, mas apenas causa
um alongamento nesta ligação, que volta rapidamente à configuração inicial assim que o carregamento
é retirado (Callister, 2006). Portanto, para uma compreensão do processo de deformação, faz-se
necessário ter um claro entendimento dos fenômenos microestruturais, especialmente para o caso
plástico.
É sabido que a estrutura atômica não é perfeita, pois nela estão presentes defeitos como vazios,
discordâncias e átomos intersticiais. A deformação plástica é definida como sendo resultado do
movimento de um grande número de discordâncias (Callister, 2006). Dentro das discordâncias, as
fundamentais são as discordâncias de aresta, espiral e mista. A discordância de aresta é uma distorção
localizada da rede cristalina ao longo da linha de discordância, resultado da aplicação de uma tensão
cisalhante, que é perpendicular a esta linha. Essa linha de discordância é definida como sendo o
semiplano extra na estrutura cristalina, representado por A na Fig. (2.4).
a. b.
Figura 2.4 Representação do fenômeno de movimento de aresta, com o semipleno extra em A (a) sendo deslocado para B (b)
(Callister, 2007, Adaptado).
À medida que a força é aplicada, o semiplano extra é deslocado de A (Fig. 2.4a) para B (Fig. 2.4b),
e assim sucessivamente, por meio de quebras e estabelecimentos de ligações. Deste modo, a deformação
plástica é produzida em movimento de discordância de aresta. Este processo, comumente conhecido
como escorregamento, é um movimento paralelo à tensão de cisalhamento. Para o segundo caso, a
discordância espiral, seu movimento é resultado de uma tensão de cisalhamento, tendo direção
perpendicular a essa tensão. No interior do cristal, o maior número de discordâncias é do tipo misto,
tendo ambas as componentes, de aresta e espiral.
13
Tem-se visto que a deformação plástica corresponde ao deslocamento de um grande número de
discordâncias, havendo uma relação de dependência entre deformação plástica e movimento de
discordâncias. Conclui-se que a resistência mecânica de um material pode ser melhorada se a mobilidade
das discordâncias é reduzida. Há diversas técnicas de endurecimento ou aumento de resistência de um
material, tais quais redução do tamanho do grão, solução sólida e endurecimento por deformação plástica.
Conforme observado no item 2.1 e explicitado na Fig. (2.1), inicialmente o material possui tensão
de escoamento referente à componente vertical do ponto 𝑌& . Após ser plasticamente deformado e ter o
carregamento retirado, quando uma nova tensão foi aplicada ele possuía uma nova tensão de escoamento
superior àquela observada incialmente, representada pela componente vertical do ponto 𝑌4 . Este é
claramente um exemplo de endurecimento isotrópico, como ilustrado na Fig. (2.5). Nele, a evolução da
superfície de escoamento (Eq. 2.7) no plano π acontece de modo que sua expansão é linear, sem
translação e independente de estar sendo comprimido ou tracionado no fluxo plástico (Jorge, 2005).
Figura 2.5 Teste uniaxial e representação de endurecimento isotrópico no plano 𝝅 (Jorge, 2005).
Para uma caracterização mais precisa do modelo plástico, leis de evolução de fluxo plástico e de
encruamento, associadas às variáveis internas do tensor deformação 𝜺 e ao conjunto de variáveis de
endurecimento 𝜶, são postuladas nas Eqs. (2.30) e (2.31), respectivamente.
𝜺H = 𝛾𝑵, (2.30)
𝜶H = 𝛾𝑯, (2.31)
14
A evolução das Eq. (2.30) e (2.31) seguem a condição de complementaridade de carregamento e
descarregamento, apresentada na Eq. (2.32):
Φ ≤ 0, 𝛾 ≥ 0, Φ𝛾 = 0 . (2.32)
O mecanismo de endurecimento por deformação pode ser entendido pelo exemplo de deformação
plástica efetiva 𝜀 𝒑 de von Mises, definido pela Eq. (2.33).
6 H H
𝜀𝒑 = 𝜺 :𝜺 . (2.33)
7
a T𝜺𝒑
𝜀𝒑 = & Ta
𝑑𝑡 . (2.34)
Assim, von Mises propõe que a tensão de escoamento do material é uma função da deformação
plástica acumulada, como visto na Eq. (2.35), o que define a curva de encruamento por deformação,
podendo ser obtida a partir de um ensaio de tração.
𝜎] = 𝜎] (𝜀 𝒑 ). (2.35)
15
2.3 MÉTODO DE OBTENÇÃO DOS PARÂMETROS MATERIAIS
Nas seções prévias, desenvolveu-se a fundamentação teórica sobre a qual o modelo elasto-plástico
é formulado. Os materiais analisados neste trabalho, U2 550 ºC, U2 450 ºC, e U2 350 ºC, aplicados à
indústria naval e a liga de grau R4 a 650 ºC, com aplicações offshore, tem seu comportamento descrito
por este modelo. Para caracterização dos parâmetros materiais, usa-se a lei de endurecimento de
potência, como descrita na Eq. (2.36).
~
𝜎 = 𝜎]& + 𝐻𝜀 H , (2.36)
”•– 6
4 ~ 𝑹•‘’
• (𝒑)“𝑹•
𝑓 𝒑 = B—4 ”•– , (2.37)
~ 𝑹 •
CDE FGH
onde 𝑹B é a força em cada iteração calculada pelo método de elementos finitos e 𝑹B são as
forças medidas experimentalmente.
16
O método da seção áurea é simples e de uso geral para determinação do ponto ótimo de uma função.
Para tanto, admite-se que a função objetivo 𝑓 (𝒑), cujo valor mínimo deseja-se determinar, é unimodal
e unidimensional, ou seja, depende de uma única variável e não possui mínimos locais, mas apenas um
mínimo global compreendido dentro do denominado intervalo de incerteza [𝑥B~1 , 𝑥‰>H ], onde 𝑥B~1 é o
ponto inferior e 𝑥‰>H é o ponto superior.
A escolha dos pontos intermediários [𝑥4 , 𝑥6 ], dentro do intervalo, de incerteza está intimamente
relacionada à qualidade e eficiência do processo de otimização. Para o método da Seção Áurea, esses
pontos são definidos a partir da razão áurea:
Passo 5: Se 𝑓(𝑥4 ) > 𝑓(𝑥6 ) - o ponto ótimo estará no intervalo [𝑥4 , 𝑥‰>H ].
17
2.4 ENSAIO DE DUREZA
O processo de desenvolvimento dos testes de dureza deu-se início por volta de 1822, quando Moh
formulou uma escala constituída por dez minerais classificados em ordem crescente de dureza pela
capacidade que um tinha de riscar o outro (Callister, 2006). Atualmente, os testes de dureza, em sua
maioria, são realizados pela aplicação de um carregamento controlado através de um penetrador contra
uma superfície. A curva força versus deslocamento, derivada deste ensaio, pode ser usada para extrair
propriedades mecânicas, tais quais o módulo de Elasticidade (𝐸) e o módulo de encruamento (𝐻).
(Oliver & Pharr, 1992).
Figura 2.6 Curvas de carregamento e descarregamento de um típico teste de dureza (Kang, 2013).
Da Figura (2.6), tem-se que a curva de carregamento é descrita pela lei de Kick (Kang, 2013),
expressa na Eq. (2.39):
𝑃 = 𝐶ℎ2 , (2.39)
18
onde 𝑃 é carregamento aplicado, ℎ é a profundidade de penetração e 𝐶 e 𝑚 são constantes. Os
valores usuais de 𝑚 para algumas geometrias são 𝑚 = 1 para cilindros planos, 𝑚 = 2 para cones, 𝑚 =
1,5 para esferas, considerando pequenos deslocamentos, e 𝑚 = 1.5 para paraboloides de revolução. As
variáveis ℎ2 e ℎ1 são, respectivamente, a profundidade máxima atingida e a profundidade final com
recuperação elástica, após retirada do carregamento. O deslocamento geralmente atinge seu valor
máximo (ℎ2 ) quando sob carregamento máximo (𝑃2 ). A inclinação 𝑆 referente ao descarregamento
inicial é expressa pela Eq. (2.40):
T¥¦
𝑆= , (2.40)
T§ §¨
Largamente utilizado, o ensaio de dureza Brinell é realizado pelo uso de uma máquina que força um
penetrador esférico, de carbeto de tungstênio e diâmetro D, contra o material sob avaliação. O diâmetro
𝑑 da impressão deixada no corpo de prova é então medido. O diâmetro 𝑑 é utilizado para calcular a área
da calota esférica impressa no corpo de prova. Com isso, calcula-se o número referente à dureza Brinell
(𝐻© ) como sendo a razão entre a força aplicada sobre o corpo de prova e a área superficial da impressão
deixada nele (Eq. 2.41) (American Society for Testing and Materials, 2012).
¥ 6¥
𝐻© = = , (2.41)
ª«§ ª«(«“ « ¬ “T ¬ )
Observa-se que o ensaio de dureza Brinell consiste de dois passos principais: O primeiro passo é
trazer o penetrador em contato com o corpo de prova e aplicar a carga de teste. O segundo e último passo
é realizar a medição do diâmetro 𝑑 em pelo menos duas direções perpendiculares uma à outra. A dureza
19
é calculada com base no valor médio das duas medições de 𝑑. (American Society for Testing and
Materials, 2012).
Os penetradores usados no teste de dureza Brinell (Fig. 2.8) devem ser de carbeto de tungstênio e
de diâmetros 1; 2,5; 5 ou 10 mm. Estes devem ser devidamente mantidos livres do acúmulo de óleo,
poeira ou de qualquer outro corpo estranho, para evitar que tais resíduos alterem os resultados do teste.
Há um intervalo de dureza adequado para cada configuração de penetrador e força aplicada ao corpo
de prova, conforme apresentado na Tab. (2.1):
Tabela 2.1 Condições de Teste e Recomendações de Intervalo de Dureza para penetrador com D = 2,5mm. (American
Society for Testing and Materials, 2012)
Logo, faz-se necessário que os valores de dureza Brinell sejam seguidos por um código que
represente as condições de realização do teste. Esse código é descrito por HBW, seguido por até três
20
índices. O primeiro índice diz respeito ao diâmetro do penetrador, o segundo se refere à intensidade da
força aplicada em kgf e, por último, o índice que representa o tempo de aplicação da força sobre o corpo
de prova, que estará presente caso este valor esteja fora do intervalo de tempo padrão de 10 s a 15 s. Há,
entretanto, a possibilidade de suprimir os índices quando o teste for realizado considerando a
configuração padrão de ensaio Brinell, que é realizada com penetrador de 10 mm e aplicação de uma
força de 3000 kgf por 10 s à 15 s.
21
3 DETERMINAÇÃO DA CURVA DE
ENCRUAMENTO VIA MÉTODO TRADICIONAL
A determinação das propriedades mecânicas de materiais é ponto fundamental na engenharia.
Geralmente faz-se esta averiguação por meio de um ensaio de tração, pois, como expresso
anteriormente, o modelo uniaxial, embora simples, engloba todos os conceitos essenciais da teoria
matemática da plasticidade e provê a fundação para o modelo multidimensional geral (Souza Neto,
2008).
Amplamente usado, o ensaio de tração é efetuado com o intuito de se obter certas propriedades
mecânicas de materiais, com resultados abrangendo ambos os regimes elástico e plástico. Nele um corpo
de prova, padronizado segundo a norma brasileira NBR ISO 6892, é submetido à ação de uma máquina
projetada para alongá-lo, causando-lhe deformações permanentes e geralmente alongando-o até sua
fratura. Portanto, este tipo de ensaio é classificado como destrutivo. O alongamento é realizado à uma
taxa constante, ao mesmo tempo em que se mede, em tempo real, a força crescente aplicada e o
alongamento resultante.
Será feita inicialmente a caracterização mecânica das ligas U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350 ºC,
aplicados à indústria naval, e da liga de grau R4 a 650 ºC, com aplicações offshore. Cada corpo de prova
foi fabricado a partir de uma barra de 19 mm de diâmetro em torno de comando numérico, para assegurar
maior precisão e concordância dimensional (Fig. 3.1a). A Figura (3.1b) ilustra as dimensões adotadas
para os corpos de prova.
a. b.
Figura 3.1 Corpo de Prova (a) e sua geometria (b) para o ensaio mecânico monotônico de tração.
Os ensaios de tração foram realizados em uma máquina MTS (Fig. 3.3) com capacidade de carga de
até 100 𝑘𝑁, na qual o corpo de prova foi alongado até sua ruptura. O alongamento foi verificado com
auxílio de um clip gauge de 25 𝑚𝑚 de length gauge (+ 5 / −2,5 𝑚𝑚).
Como resultado do ensaio, foi obtida a curva força versus deslocamento na região equivalente ao
comprimento de interesse do clip gauge. Da curva de reação obtida, determina-se a tensão de
escoamento pelo critério de von Mises. Apresenta-se aqui a região plástica, que é a região usada na
identificação paramétrica. Para cada um dos quatro materiais, considerou-se um coeficiente de Poisson
23
(𝜈) de 0,3 e módulo de elasticidade (𝐸) de 200 GPa. As curvas para os materiais R4 650 ºC, U2 550 ºC,
U2 450 ºC e U2 350 ºC, são apresentadas na sequência na Fig. (3.4),
#10 4 ao R4 650 o C
Curva de Rea9c~ #10 4 ao U2 550 o C
Curva de Rea9c~
3.7 3.4
3.6
3.3
3.5
3.2
3.4
For9ca [N]
For9ca [N]
3.3 3.1
3.2 3
3.1
2.9
3
2.8
2.9
2.8 2.7
0 0.4 0.8 1.2 1.6 2 2.4 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
Deslocamento [mm] Deslocamento [mm]
a. R4 650 ºC b. U2 550 ºC
#10
4 Curva de Rea9c~ao U2 450 o C #10
4 Curva de Rea9c~ao U2 350 o C
4.35 5.45
4.3 5.4
4.25 5.35
4.2 5.3
For9ca [N]
For9ca [N]
4.15 5.25
4.1 5.2
4.05 5.15
4 5.1
3.95 5.05
3.9 5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4
Deslocamento [mm] Deslocamento [mm]
c. U2 450 ºC d. U2 350 ºC
Figura 3.4 Curva Força versus Deslocamento das ligas R4 650 ºC (a), U2 550 ºC (b), U2 450 ºC (c) e U2 350 ºC (d),
equivalente ao comprimento de interesse do clip gauge.
O resultado deste ensaio é registrado em unidades de Força (𝑁) versus deslocamento (𝑚𝑚) do qual
é reproduzida uma curva tensão-deformação, que descreve o comportamento mecânico do material, e,
como dito anteriormente, dela podemos averiguar diversas propriedades materiais. Essa conversão de
unidades dá-se com o intuito de evitar que as dimensões do corpo de prova interfiram na análise do
problema, portanto usam-se os parâmetros tensão de engenharia (𝜎) e deformação de engenharia (𝜀),
definidas conforme as Eqs. (3.1) e (3.2), respectivamente:
C
𝜎= , (3.1)
±²
³• “³² ´³
𝜀= = . (3.2)
³² ³²
24
Uma vez que a tensão e a deformação de engenharia são calculadas, por meio da Eq. (3.1) e da Eq.
(3.2), é feita uma outra conversão para a tensão verdadeira (𝜎µ ) e deformação verdadeira (𝜀µ ), por meio
da Eq. (3.3) e da Eq. (3.4). Como visto na Seção 2.2, à medida que o corpo é alongado, o material tem
sua resistência aumentada, embora os gráficos na Fig. (3.4) pareçam indicar o contrário. Essa leitura de
perda de resistência acontece porque a área da seção transversal do pescoço do corpo de prova está
sofrendo estricção, que é o fenômeno de redução de área onde a deformação ocorre, e na Eq. (3.1) leva-
se em consideração a área de seção transversal inicial do corpo de prova. Como consequência, tem-se
que o corpo de prova se torna menos capaz de suportar o carregamento. Logo, faz sentido usar a
deformação e tensão verdadeiras, como exposto na Eq. (3.3) e na Eq. (3.4):
𝜖µ = ln (1 + 𝜀). (3.4)
Aplicando-se as Eqs. (3.3) e (3.4) às curvas apresentadas na Fig. (3.4), novos gráficos são gerados
para tensão e deformação verdadeiras dos materiais R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350 ºC,
apresentados na Fig. (3.5).
Curva de Tens~
ao vs. Deforma9c~
ao Verdadeira Curva de Tens~
ao vs. Deforma9c~
ao Verdadeira
R4 650 o C U2 550 o C
800 700
680
750 660
Tens~ao [MPa]]
Tens~ao [MPa]
640
700
620
600
650
580
600 560
540
550 520
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
Deforma9c~
ao Pl. [%] Deforma9c~
ao Pl. [%]
a. R4 650 ºC b. U2 550 ºC
Curva de Tens~ao vs. Deforma9c~ao Verdadeira Curva de Tens~ao vs. Deforma9c~ao Verdadeira
U2 450 o C U2 350 o C
900 1100
880 1080
860
ao [MPa]
ao [MPa]
1060
840
1040
Tens~
Tens~
820
1020
800
780 1000
760 980
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
Deforma9c~ao Pl. [%] Deforma9c~ao Pl. [%]
c. U2 450 ºC d. U2 350 ºC
Figura 3.5 Curva Tensão versus Deformação verdadeiras das ligas R4 650 ºC (a), U2 550 ºC (b), U2 450 ºC (c) e U2 350 ºC
(d), convertida da Fig. (3.4).
25
3.2 IDENTIFICAÇÃO PARAMÉTRICA E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
Para cada um dos quatro materiais, considerou-se um coeficiente de Poisson (𝜈) de 0,3 e módulo de
elasticidade (𝐸) de 200 GPa. O modelo empregado para descrever o comportamento da curva de
encruamento dos materiais R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350 ºC está apresentado na Eq. (3.5).
Os recursos empregados objetivam a identificação de três propriedades materiais presentes nesta
equação, sendo elas o limite de escoamento ( 𝜎]& ) , módulo de encruamento (𝐻) e expoente de
encruamento do material (𝑛).
~
𝜎 = 𝜎]& + 𝐻𝜀 H . (3.5)
Uma metodologia inversa de identificação paramétrica foi utilizada, combinando o método dos
elementos finitos e o método da seção áurea, tendo como função objetivo os mínimos quadrados. Para
tanto, esse método depende da indicação de estimativas para cada parâmetro a ser identificado. Os
parâmetros 𝐻 e 𝑛 são estimados através de um método de regressão não-linear utilizando a função nlinfit
do MatLab e o parâmetro 𝜎]& é estimado observando a curva de encruamento pelo critério de von Mises.
A seguir apresenta-se a Fig. (3.6), com as curvas obtidas pela regressão numérica:
640
ao [MPa]
700
620
Tens~
600
Tens~
650
580
600 560
540
550 520
0 1 2 3 4 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
Deforma9c~ao Pl. Eq. [%] Deforma9c~ao Pl. Eq. [%]
a. R4 650 ºC b. U2 550 ºC
Curva de Tens~
ao vs. Deforma9c~
ao Curva de Tens~
ao vs. Deforma9c~
ao
U2 450 o C U2 350 o C
900 1120
Experimental Experimental
880 Regress~
ao usando nlin-t 1100 Regress~
ao usando nlin-t
860 1080
Tens~ao [MPa]
Tens~ao [MPa]
840 1060
820 1040
800 1020
780 1000
760 980
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
Deforma9c~
ao Pl. Eq. [%] Deforma9c~
ao Pl. Eq. [%]
c. U2 450 ºC d. U2 350 ºC
Figura 3.6 Curvas obtidas através de regressão não linear usando a função nlinfit do MatLab, aplicada às curvas de
encruamento das ligas R4 650 ºC (a), U2 550 ºC (b), U2 450 ºC (c) e U2 350 ºC (d).
26
Por meio da regressão, obtiveram-se os dados expostos na Tab. (3.1):
Tabela 3.1 Dados obtidos da regressão não linear para as ligas R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350 ºC.
Foi utilizada uma malha de elementos finitos com 275 nós e 240 elementos finitos bidimensionais
quadrilaterais de quatro nós, com integração reduzida. Na Tabela (3.2) são mostradas as propriedades
mecânicas obtidas a partir da simulação numérica para as ligas U2 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC, U2
350 ºC e R4 650 ºC.
Tabela 3.2 Propriedades mecânicas obtidas com processo de otimização via ensaio de tração para as ligas U2 550 ºC,
U2 450 ºC, U2 350 ºC e R4 650 ºC.
27
4 DETERMINAÇÃO DA CURVA DE
ENCRUAMENTO VIA ENSAIO DE DUREZA
O intuito inicial é ensaiar um material cujas propriedades e curva de encruamento são conhecidas,
visando a comparação dos resultados obtidos para validação do novo modelo. Entretanto, procederemos
de modo a considerar a ausência dessas informações. A explicação é simples, busca-se aqui estabelecer
uma rotina de etapas cujas tarefas demonstrarão a linha de acertos e desacertos nos mecanismos de
determinação dos parâmetros de encruamento de um dado material.
O Ensaio de Dureza Brinnel foi o método usado para aquisição das informações preliminares quanto
à dureza e formato da calota esférica impressa no corpo de prova. O método aplicado seguiu as diretrizes
padrões definidas pela ASTM E10 – 12.
Os corpos de prova utilizados no ensaio de dureza foram obtidos de corpos de prova usados
previamente para ensaio de tração. Após realização dos ensaios de tração e obtenção da curva de
encruamento de cada corpo de prova, a parte que ficara presa pela garra é cortada do corpo de prova,
dando origem ao corpo de prova para o ensaio de dureza. Escolheu-se usar a região presa pela garra,
pois esta está livre de deformação, evitando que o encruamento impeça a análise do material em sua
condição inicial.
Na Figura (4.1) vê-se os quatro corpos de prova usados no experimento. Da esquerda para a direita,
os corpos de prova R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350 ºC:
a. R4 650º C b. U2 550º C
c. U2 450º C
d. U2 350º C
Figura 4.1 Corpos de prova usados no ensaio de dureza. R4 650 ºC (a), U2 550 ºC (b), U2 450 ºC (c) e U2 350 ºC (d).
28
Após o corte, cada peça é lixada usando lixas d’água, passando pelas numerações 240, 600, 800 e
1200, dando acabamento superficial polido e plano, como estabelecido pela norma. Isso permite uma
medição do diâmetro de acordo com a tolerância especificada e minimiza alterações da dureza
superficial.
Quanto às dimensões do corpo de prova, não há tamanho ou formato padrões especificados para o
corpo de prova a ser ensaiado pelo método Brinell. Há, no entanto, recomendações e limitações, que
estabelecem características mínimas que o corpo de prova deve possuir de modo a produzir resultados
acurados. Essas características mínimas dizem respeito a espessura, largura e acabamento. A espessura
mínima do corpo de prova deve ser de, pelo menos, dez vezes maior que a profundidade ℎ da calota
impressa nele. A largura mínima deve seguir os requerimentos de espaço entre impressões, que
estabelece uma distância mínima de três vezes o diâmetro da calota esférica entre o centro de duas
impressões adjacentes. (American Society for Testing and Materials, 2012)
Os ensaios foram realizados utilizando a Zwick/Roell ZHU250 (Fig. 4.2). Essa máquina de ensaios
possui aplicações para cinco variedades de testes: Vickers, Knoop, Rockwell e Brinell. Para este trabalho
selecionou-se o ensaio de dureza Brinell, de acordo com as normas ISO 6506 e ASTM E10-12. Cada
corpo de prova foi ensaiado cinco vezes.
29
É recomendado que o diâmetro da impressão, deixado pela carga aplicada, esteja no intervalo de
24% a 60% do diâmetro da esfera empregada no teste. Para todos os ensaios se utilizou uma esfera de
carbeto de tungstênio de 2,5 𝑚𝑚. Logo temos que o diâmetro da calota esférica impressa pela esfera no
corpo de prova deve estar no intervalo de 0,6 𝑚𝑚 ≥ 𝑑 ≥ 1,5 𝑚𝑚. No entanto, quanto mais próximo a
razão situar-se da média desse intervalo, 37,5%, ou seja, 𝑑 = 0,9375 𝑚𝑚, mais satisfatório será o
resultado (American Society for Testing and Materials, 2012). Outro fator determinante para averiguar
se o ensaio foi realizado dentro do padrão, encontra-se explicitado na Tab. (4.1), que estipula um
intervalo de dureza no qual a carga especificada pode ser aplicada.
Tabela 4.1 Condições de Teste e Recomendações de Intervalo de Dureza para penetrador com D = 2,5mm. (American
Society for Testing and Materials, 2012).
Baseando-se em conhecimentos prévios dos materiais ensaiados, optou-se por aplicar a carga de
187,5 𝑘𝑔 a todos os corpos de prova, trabalhando no intervalo de dureza de 95,5 – 650 HBW..
Quatro corpos de prova foram analisados: R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350 ºC. Para cada
corpo de prova realizou-se cinco ensaios, produzindo cinco calotas esféricas para serem analisadas.
Portanto, para cada amostra apresentar-se-á a média e o desvio padrão do diâmetro e profundidade
medidas. Tais medições foram realizadas de duas formas. A primeira foi realizada logo após a impressão
ser deixada no corpo de prova através da própria máquina de ensaio Zwick/Roell ZHU250. Utilizando a
relação expressa na Eq. (2.41), calculou-se a profundidade (𝑝) da calota esférica. Para a segunda forma
de medição utilizou-se o microscópio óptico confocal LEXT OLS4100. Por meio dele foram realizadas
as mesmas medições para diâmetro e profundidade da calota esférica
30
4.1.3 Resultados obtidos via durômetro Zwick/Roell ZHU2
Tabela 4.2 Dados experimentais para as ligas R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350 ºC.
31
4.1.4 Resultados experimentais obtidos via microscópio óptico confocal
LEXT OLS4100
A seguir são apresentados os resultados experimentais obtidos via microscópio confocal LEXT
OLS4100. Para cada uma das ligas R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350 ºC apresentar-se-á uma
tabela contendo as medições de cinco impressões realizadas no corpo de prova e três fotos de uma dessas
impressões, mostrando sua vista superior, vista 3D e o perfil da calota.
R4 650 ºC
Tabela 4.3 Dados de diâmetro e profundidade da calota esférica impressa no corpo de prova para liga R4 650 ºC.
1 2 3 4 5 𝑥+𝜎
𝑑(𝜇𝑚) 863,66 821,125 817,789 824,461 828,631
985,5952 ± 12,899
ℎ(𝜇𝑚) 72,839 72,434 69,85 69,993 72,345
103,9532 ±0,7360
Figura 4.3 Fotos tiradas coma.o microscópio confocal LEXT OLS4100 da impressão causada no CPb.R4 650 ºC por uma
carga de 187,5 kgf aplicada usando uma esfera de 2,5 mm. (a).Foto 2D (b) representação 3D.
Figura 4.4 Perfil da calota esférica impressa no corpo de prova R4 650 ºC. Eixos com unidade em 𝜇𝑚.
32
U2 550 ºC
Tabela 4.4 Dados de diâmetro e profundidade da calota esférica impressa no corpo de prova para liga U2 550 ºC.
1 2 3 4 𝑥+𝜎
𝑑(𝜇𝑚) 1014,619 1017,121 1005,445 997,1045
1008,5724 ± 9,1457
ℎ(𝜇𝑚) 107,9845 109,791 106,0135 106,6695
107,6146 ±1,6664
b.
a.
Figura 4.5 Fotos tiradas com o microscópio confocal LEXT OLS4100 da impressão causada no CP U2 550 ºC por uma
carga de 187,5 kgf aplicada usando uma esfera de 2,5 mm. (a).Foto 2D (b) representação 3D.
Figura 4.6 Perfil da calota esférica impressa no corpo de prova U2 550 ºC. Eixos com unidade em 𝜇𝑚.
33
U2 450 ºC
Tabela 4.5 Dados de diâmetro e profundidade da calota esférica impressa no corpo de prova para liga U2 450 ºC.
1 2 3 4 5 𝑥+𝜎
𝑑(𝜇𝑚) 886,179 888,681 899,523 896,187 901,191
894,3522 ± 6,630
ℎ(𝜇𝑚) 84,906 85,234 85,046 84,4025 83,969
84,7115 ±0,5170
a. b.
Figura 4.7 Fotos tiradas com o microscópio confocal LEXT OLS4100 da impressão causada no CP U2 450 ºC por uma
carga de 187,5 kgf aplicada usando uma esfera de 2,5 mm. (a).Foto 2D (b) representação 3D.
Figura 4.8 Perfil da calota esférica impressa no corpo de prova U2 450 ºC. Eixos com unidade em 𝜇𝑚.
34
U2 350 ºC
Tabela 4.6 Dados de diâmetro e profundidade da calota esférica impressa no corpo de prova para liga U2 350 ºC.
1 2 3 4 5 𝑥+𝜎
𝑑(𝜇𝑚) 863,66 821,125 817,789 824,461 828,631
831,3132 ± 18,621
ℎ(𝜇𝑚) 72,839 72,434 69,85 69,993 72,345
71,4922 ±1,44677
a. b.
Figura 4.9 Fotos tiradas com o microscópio confocal LEXT OLS4100 da impressão causada no CP U2 350 ºC por uma
carga de 187,5 kgf aplicada usando uma esfera de 2,5 mm. (a).Foto 2D (b) representação 3D.
Figura 4.10 Perfil da reta 1 da calota esférica impressa no corpo de prova U2 350 ºC. Eixos com unidade em 𝜇𝑚.
35
A seguir, na Tab. (4.7), tem-se uma comparação entre os dados medidos via microscópio e via
durômetro:
Tabela 4.7 Análise comparativa e erro associado às medições para as ligas R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350
ºC.
R4 650 ºC
Método\Parâmetro 𝑑 + 𝜎 (𝜇𝑚) ℎ + 𝜎 (𝜇𝑚)
U2 550 ºC
Método\Parâmetro 𝑑 + 𝜎 (𝜇𝑚) ℎ + 𝜎 (𝜇𝑚)
U2 450 ºC
Método\Parâmetro 𝑑 + 𝜎 (𝜇𝑚) ℎ + 𝜎 (𝜇𝑚)
U2 350 ºC
Método\Parâmetro 𝑑 + 𝜎 (𝜇𝑚) ℎ + 𝜎 (𝜇𝑚)
36
4.2 SIMULAÇÃO NUMÉRICA
Além da análise em microscópio, foi também realizado uma simulação por meio de ferramenta
computacional de Elementos Finitos usando o software Abaqus. O Software Abaqus é disponibilizado
sob licença da © Dassault Systèmes, 2012 e é largamente usado por engenheiros para solução de
diversos problemas, cobrindo uma vasta gama de aplicações industriais.
Com o objetivo de simular um ensaio de dureza Brinell, foram criadas duas partes: uma meia casca
esférica (Fig. 4.11), como corpo rígido, representando o penetrador, e um cilindro deformável (Fig.
4.12), representando o corpo de prova a ser ensaiado.
Atentando para uma mais precisa descrição do comportamento mecânico, o corpo de prova é
discretizado espacialmente levando em consideração um refinamento adequado da região ao redor da
zona de ensaio, por isso fez-se necessário particionar o cilindro em 5 regiões, conforme observado nas
Figs. (4.12) e (4.13).
37
Foi utilizada uma malha com 94080 elementos finitos hexagonais lineares com integração reduzida.
4.2.2 Simplificação 2D
38
Figura 4.15 Modelo axissimétrico.
O modelo axissimétrico foi comparado ao modelo simulado 3D por meio dos perfis obtidos das
impressões causados pela esfera rígida sobre o corpo de prova deformável (Fig. 4.16) para uma mesma
profundidade de penetração aplicada à liga U2 450 ºC. A partir do resultado expresso na Fig. (4.16) e
no fato de que as profundidades e os diâmetros calculados divergem de 2,1% e 0,7%, respectivamente,
conclui-se que a simplificação não prejudicará a rotina, mas contribuirá para que o processo de
determinação da curva de encruamento seja mais eficiente.
Compara9c~
ao entre os per-s de impress~
ao dos modelos 2D e 3D
U2 450 o C
0.02
Modelo 2D
Modelo 3D
Deslocamento [mm]
-0.02
-0.04
-0.06
-0.08
-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8
Dist^
ancia ao longo do corpo de prova [mm]
Figura 4.16 Comparação entre os perfis de impressão das simulações 3D e 2D para liga U2 450 ºC.
Como mostrado na Fig. (4.17), utilizou-se uma malha com 841 elementos finitos axissimétricos
bilineares quadrilaterais, com integração reduzida, sendo um valor consideravelmente menor ao usado
no modelo 3D, que possuía 94080 elementos finitos. Isso fez com que o tempo de simulação reduzisse
de 7,5 horas para 3 minutos, considerando um sistema operacional Windows 8.1 Pro de 64 bits, com
processador com base em x64 Intel(R) Xeon(R) CPU-2630 v3 @ 2,40 GHz, com memória RAM
instalada de 128 GB.
39
Figura 4.17 Representação da malha aplicado ao corpo de prova axisimetrico.
Assim, como no caso 3D, aqui o corpo de prova é discretizado espacialmente, levando em
consideração um refinamento adequado da região ao redor da zona de interesse, conforme exposto na
Fig. (4.18):
Há três passos pelos quais a simulação ocorre, definindo, assim, a simulação do ensaio de dureza.
No passo inicial são definidas a interação entre a esfera e o corpo de prova (Figs. 4.18 e 4.19) e a
condição de contorno que estabelece o estado engastado do corpo de prova em sua base. Num segundo
momento, definido como passo 1, é estabelecido um deslocamento vertical do penetrador com relação
ao corpo de prova, imprimindo-lhe uma deformação. Esse deslocamento vertical é estimado a partir da
profundidade ℎ da calota obtida por meio do ensaio de dureza Brinell. Por conseguinte, o passo 2
estabelece a volta da esfera à sua posição inicial com consequente recuperação plástica da deformação.
As condições estabelecidas em cada passo são propagadas para o seguinte, com exceção do
deslocamento definido no passo 1, que não é propagado para o passo 2. O coeficiente de fricção entre
as superfícies do penetrador e do corpo de prova são desprezadas. Uma relação “mestre-escravo” é
estabelecida entre as partes, sendo o penetrador o mestre e o corpo de prova o escravo.
40
4.3 IDENTIFICAÇÃO PARAMÉTRICA E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS.
41
Conforme o fluxograma da Fig. (4.19), a otimização é um processo de ajuste de curvas. No capítulo
3, foi apresentada a curva de reação experimental de um ensaio de tração e um modelo de ajuste baseado
na lei de endurecimento de potência. Essa lei possuía três parâmetros, os quais foram determinados via
processo de otimização quando a função objetivo atingiu se valor mínimo baseado na tolerância
especificada. O processo de identificação paramétrica através de um ensaio de dureza não é diferente.
Há, porém algumas limitações. Ao passo que um ensaio de tração produz automaticamente uma rica
fonte de dados, cada ensaio de dureza Brinell produz somente um ponto em sua curva de reação.
Portanto, para que o processo de otimização produzisse melhores resultados, dois ensaios extras de
dureza Brinell nas configurações HBW 2,5/62,5 e HBW 2,5/31,25 foram realizados para cada liga.
Assim, a curva de reação experimental foi composta de três pontos. Da simulação em elementos finitos,
uma curva de reação numérica é gerada e comparada com os dados experimentais. Do processo de
otimização obteve-se a curva de reação do ensaio de dureza, mostrado na Fig. (4.20):
Curva de Rea9c~
ao Curva de Rea9c~
ao
R4 650 o C U2 550 o C
2500 2000
Exp. Exp.
2000 Num. Num.
1500
For9ca [N]
For9ca [N]
1500
1000
1000
500
500
0 0
0 0.05 0.1 0.15 0 0.05 0.1 0.15
Deslocamento [mm] Deslocamento [mm]
a. R4 650 ºC b. U2 550 ºC
For9ca [N]
1500 1500
1000 1000
500 500
0 0
0 0.05 0.1 0 0.05 0.1
Deslocamento [mm] Deslocamento [mm]
c. U2 450 ºC d. U2 350 ºC
Figura 4.20 Curva de reação resultante do processo de otimização em comparação com os dados experimentais
estimados a partir do ensaio de dureza.
42
Tabela 4.8 Propriedades mecânicas obtidas com processo de otimização via ensaio de dureza para as ligas U2 550 ºC,
U2 450 ºC, U2 350 ºC e R4 650 ºC.
Curva de Tens~
ao vs. Deforma9c~
ao Pl. Curva de Tens~
ao vs. Deforma9c~
ao Pl.
R4 650 o C U2 550 o C
3000 2200
Otimiza9c~
ao via Dureza Otimiza9c~
ao via Dureza
Otimiza9c~
ao via Tra9c~
ao
2000 Otimiza9c~
ao via Tra9c~
ao
2500
1800
Tens~ao [MPa]]
Tens~ao [MPa]
2000 1600
1400
1500
1200
1000 1000
800
500
600
0 400
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Deforma9c~
ao Pl. Deforma9c~
ao Pl.
Curva de Tens~
ao vs. Deforma9c~
ao Pl. Curva de Tens~
ao vs. Deforma9c~
ao Pl.
U2 450 o C U2 350 o C
1800 1700
Otimiza9c~
ao via Dureza Otimiza9c~
ao via Dureza
Otimiza9c~
ao via Tra9c~
ao
1600 Otimiza9c~
ao via Tra9c~
ao
1600
1500
Tens~ao [MPa]
Tens~ao [MPa]
1400 1400
1300
1200
1200
1000 1100
1000
800
900
600 800
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Deforma9c~
ao Pl. Deforma9c~
ao Pl.
Figura 4.21 Curvas de encruamento obtidas para as ligas R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350 ºC via ensaio de
tração e via ensaio de dureza.
43
A curva de encruamento de cada um dos materiais é produzida utilizando um conjunto de 47 pontos,
variando de zero a um, que representa a deformação plástica efetiva (𝜀 H ). O conjunto de pontos está
exposto no Anexo IV.
A seguir, na Fig. (4.22), são apresentadas as curvas referentes aos perfis obtidos a partir dos
parâmetros presentes nas Tabs. (3.2) e (4.8).
Per-l da calota resultante do Ensaio de Dureza Per-l da calota resultante do Ensaio de Dureza
R4 650 o C U2 550 o C
0.02 0.02
Otimiza9c~
ao via Dureza Otimiza9c~
ao via Dureza
0 Otimiza9c~
ao via Tra9c~
ao 0 Otimiza9c~
ao via Tra9c~
ao
Deslocamento [mm]
Deslocamento [mm]
-0.02 -0.02
-0.04 -0.04
-0.06 -0.06
-0.08 -0.08
-0.1 -0.1
-0.12 -0.12
0 0.25 0.5 0.75 0 0.25 0.5 0.75
Dist^
ancia ao longo do corpo de prova [mm] Dist^
ancia ao longo do corpo de prova [mm]
a. R4 650 ºC b. U2 550 ºC
Per-l da calota resultante do Ensaio de Dureza Per-l da calota resultante do Ensaio de Dureza
U2 450 o C U2 350 o C
0.02 0.02
Otimiza9c~ao via Dureza Otimiza9c~ao via Dureza
0 Otimiza9c~ao via Tra9c~ao Otimiza9c~ao via Tra9c~ao
Deslocamento [mm]
Deslocamento [mm]
-0.02
-0.02
-0.04
-0.04
-0.06
-0.06
-0.08
-0.1 -0.08
0 0.25 0.5 0.75 0 0.25 0.5
Dist^ancia ao longo do corpo de prova [mm] Dist^ancia ao longo do corpo de prova [mm]
c. U2 450 ºC d. U2 350 ºC
Figura 4.22 Comparação entre os perfis de impressões causadas a partir dos parâmetros de encruamento obtidos por
meio de ensaio de tração e de dureza.
44
A Tabela (4.9) apresenta a avaliação dimensional do ensaio de dureza comparando os dados
experimentais ℎ e 𝑑 com os valores de ℎ e 𝑑 obtidos numericamente:
Tabela 4.9 Análise comparativa de diâmetro e profundidade, com erro associado às medições experimentais e
numéricas para ligas R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350º.
R4 650 ºC
Método\Parâmetro 𝑑(𝜇𝑚) ℎ(𝜇𝑚)
45
5 CONCLUSÕES
Para determinar os parâmetros de encruamento por meio de um ensaio alternativo ao de tração, uma
nova abordagem foi proposta levando em consideração a execução de um ensaio de dureza e deste extrair
as propriedades mecânicas de encruamento de materiais dúcteis.
O desenvolvimento do novo método requereu sete etapas principais: inicialmente, com base na
metodologia já estabelecida, o ensaio de tração foi realizado e deste extraído a curva de reação para as
ligas R4 650 ºC, U2 550 ºC, U2 450 ºC e U2 350 ºC. Segundo, com os dados experimentais executou-
se o procedimento de identificação paramétrica através da rotina de otimização parfinder.m, em anexo,
baseada no método da seção áurea, extraindo assim os parâmetros de encruamento. No terceiro passo,
se inicia o desenvolvimento do método alternativo de identificação paramétrica. Para isso, ensaios de
dureza Brinell são executados de acordo com as normas estabelecidas pela ASTM E10 – 12 e deles são
extraídas informações de carregamento e profundidade de impressão da calota esférica. O quarto passo
trata-se de mais precisa análise das impressões deixadas no corpo de prova via microscópio confocal
LEXT OLS4100. Neste passo obtêm-se os perfis das calotas, bem como uma segunda averiguação quanto
ao diâmetro e profundidade da impressão.
Com entendimento dos procedimentos experimentais do ensaio de dureza, o quarto passo habilita o
desenvolvimento de um modelo de ensaio de dureza numérico, cuja formulação e simulação fazem parte
do quinto passo nessa escala de desenvolvimento do método alternativo de identificação paramétrica via
ensaio de dureza. Uma vez que o ensaio de dureza é executado, torna-se possível quantificar a qualidade
da simulação, conduzindo ao sexto passo. Esta avaliação foi realizada levando-se em conta
características dimensionas da impressão, comparando os valores numéricos de ℎ e 𝑛 com os obtidos
nos passos três e quatro. Os resultados para o modelo axissimétrico empregado são condizentes com os
dados experimentais, possuindo, no pior caso, um erro de aproximadamente 14% para diâmetro e cerca
de 1,2% para a profundidade. Assim temos que o modelo para ensaio de dureza desenvolvido em
elementos finitos é aplicável à determinação de parâmetros de encruamento, sendo este o sétimo e último
procedimento realizado neste processo. Semelhantemente ao processo de otimização por ensaio de
tração, os parâmetros gerados pelo ensaio de dureza geram valores de profundidade e diâmetro, no pior
caso, com erro de aproximadamente 14% para diâmetro e cerca de 2% para a profundidade, quando
comparado aos dados experimentais.
46
apenas 3 minutos, com profundidades e os diâmetros calculados divergindo de 2,1% e 0,7%,
respectivamente.
As vantagens deste método alternativo são várias quando comparado ao ensaio de tração, a começar
pelos custos com usinagem e tempo de ensaio superiores que esta última requer, tornando vantajoso o
investimento no método alternativo. A possibilidade de uso do mesmo corpo de prova para realização
de diversos ensaios, com diferentes cargas é outro ponto positivo. Ao passo que cada corpo de prova do
ensaio de tração é ensaiado apenas uma vez, no ensaio de dureza realizou-se para cada corpo de prova,
em média, nove ensaios com aplicação de três diferentes carregamentos. Com os dados de três diferentes
carregamentos, três pontos experimentais foram gerados, sendo suficientes para determinar
satisfatoriamente os parâmetros de encruamento. Deste modo, a metodologia de identificação
paramétrica via ensaio de dureza foi, portanto, determinada.
47
6 TRABALHOS FUTUROS
Potenciais áreas a serem estudas de modo a melhorar os resultados aqui apresentados tem que ver
com o comportamento do material, métodos de obtenção de dados experimentais e recursos
computacionais.
Um ponto importante relacionado ao teste de dureza seria a avaliação em tempo real da curva força
versus profundidade. Isto evitaria a perda de tempo realizando diversos ensaios, muito embora sejam
rápidos e simples. Além disso, produziria uma quantidade maior de dados experimentais, o que tornaria
a avaliação mais precisa.
48
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Metallic Materials. West Conshohocken: ASTM International.
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instrumented spherical indentation loading curve. Acta Mater, 4023- 4032 .
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analysis and finite element modelling of two separate indenters. J. Engineering Materials and
Technology, 603-608.
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Informação Metal Mecânica: http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6555-
introducao-principios-e-medicao#.WBEsaKOZP-Y
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Redução da Dependência do Ponto de Calibração. Universidade de Brasília. Brasília:
ENM.TD, Departamento de Engenharia Mecânica.
49
Modica, J. E. (2009). Riscos em projetos de docagens de navios petroleiros. Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia Naval e Oceânica. São Paulo:
Modica.
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http://www.nrz.com.ar/muestraobjeto.asp?id=798&descrip=Esferas&tipo=1
Oliver, W., & Pharr, G. (1992). An improved technique for determining hardness and elastic modulus
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1564-1583.
Sneddon, I. N. (1965). The relation between load and penetration in the axisymmetric boussinesq
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Science, 47-57.
Souza Neto, E. d. (2008). Computational methods for plasticity: theory and applications. Chichester,
West Sussex, United Kingdom: John Wiley & Sons Ltd.
50
8 ANEXOS
Pág.
ANEXO I Rotina de otimização – parfinder.m 52
ANEXO II Modelo de Simulação – Dureza.py 64
ANEXO III Pós-processamento-post_processing.py 71
ANEXO IV Valores de Deformação Plástica para Simulação 77
51
ANEXO I - Rotina de otimização – parfinder.m
%% PROJETO DE GRADUAÇÃO 2
% Semestre 02/2016
% Prof. Orient. Lucival Malcher
% Aluno: Lucas Queiroz Machado Matrícula: 10/0015981
% Função 'parfinder'
%
% Descrição: Para um comportamento elasto-pl·stico descrito por n
% parâmetros, esta funÁ„o identifica o vetor dos par‚metros (p)
através do
% método dos mínimos quadrados, utilizando o método univariável e a
seção
% ·áurea como intermediários, comparando uma resposta experimental a
uma
% resposta numérica, obtida pelo Método dos Elementos Finitos.
function parfinder
clear all
close all
clc
%___________________________________________________________________
_______
% N˙mero de par‚metros:
% title='Identificador de Par‚metros';
% prompt={'Informe o n˙mero de par‚metros a serem identificados:'};
%
% % Menu do n˙mero de par‚metros:
% answer=inputdlg(prompt,title);
% [npar]=str2num(answer{1});
tstart=tic;
n=3;
psup=[640; 1800; 820];
pinf=[440; 1590; 620];
%psup=[800; 600; 400; 30];
%pinf=[500; 400; 250; 10];
%___________________________________________________________________
_______
% ResoluÁ„o do problema:
p = univ(pinf,psup);
%___________________________________________________________________
_______
% Resultados:
52
disp(' ');
for i=1:n
aux=horzcat('p(',num2str(i),') = ',num2str(p(i)));
disp(aux);
disp(' ');
end
t=toc(tstart);
thoras=t/3600;
tmin=t/60;
%___________________________________________________________________
_______
% Plotagem das curvas:
% Curva experimental:
% abrir arquivo e colocar o par Profundidade vs Forca
% Abre arquivo
%% Verifica existencia e le arquivo de dados experimentais
if exist('DADOS_EXP_U2_550C.txt')==2
expID=fopen('DADOS_EXP_U2_550C.txt','r');
A=dlmread('DADOS_EXP_U2_550C.txt');
fclose(expID);
dexp=A(:,1); % deslocamento exp
fexp=A(:,2); % forÁa exp
% RETIRADO DO MAIN
% fid = fopen('output_U2_550C.txt','r');
% diametro = fscanf(fid, 'DIAMETRO=%f\n\n', 1);
% profundidade = fscanf(fid, 'PROFUNDIDADE=%f\n\n', 1);
% Forca_reacao_y = fscanf(fid, 'Forca_reacao_y=%f\n\n', 1);
%
% fclose(fid)
% CODIGO ORIGINAL
% expID=fopen('EXP_OPTARQ.cur','r');
% A=dlmread('EXP_OPTARQ.cur');
% fclose(expID);
% dexp=A(:,1); % deslocamento exp
% fexp=A(:,2); % forÁa exp
figure(2)
53
plot(dexp,fexp,'o')
title('ComparaÁ„o entre a Resposta NumÈrica e a Resposta
Experimental');
xlabel('Deslocamento');
ylabel('ForÁa');
hold on
%-------------------------------------------------------------------
-------
%% GERAR CURVA DE ENCRUAMENTO A PARTIR DE p1 p2 e p3
% Dados de deformacao
XX = fopen('DEFORMACAO.txt', 'r');
XDATA = fscanf(XX, '%f');
fclose(XX);
% CODIGO ORIGINAL
% % Curva numÈrica:
% % Construir a curva encruamento a partir de p1 p2 e p3/1000
% pID=fopen('FEM_OPTARQ.har','w+');
% fprintf(pID,'%14.10f\t',p(1),p(2),(p(3)/1000));
% fclose(pID);
%-------------------------------------------------------------------
-------
%% Run Abaqus
mo='noGUI';
% mo='script';
disp('Dureza2D_U2_550C.py executado')
%% Le Output do Abaqus
% Verifica existencia do arquivo
if exist('CURVA_REACAO.txt')==2
% Abre Arquivo
54
mefID=fopen('CURVA_REACAO.txt','r');
B=dlmread('CURVA_REACAO.txt');
fclose(mefID);
% mudar os indices para 2 e 1 respct.
fmef=B(:,2); % forÁa num
dmef=B(:,1); % deslocamento num
disp('CURVA_REACAO.txt acessado com sucesso')
else
error('parfinder.m nao leu arquivo CURVA_REACAO.txt gerado pelo
Abaqus')
end
% CODIGO ORIGINAL
% mefID=fopen('FEM_OPTARQ.gnu','r');
% B=dlmread('FEM_OPTARQ.gnu');
% fclose(mefID);
% % mudar os indices para 2 e 1 respct.
% fmef=B(:,6); % forÁa num
% dmef=B(:,3); % deslocamento num
% ------------------------------------------------------------------
-
plot(dmef,fmef,'*');
legend('Curva Experimental','Curva NumÈrica');
hold off
fmefin=interp1(dmef,fmef,dexp);
suma=0;
N1=length(dmef);
N2=length(dexp);
N=min(N1,N2);
for i=1:N
suma=suma+((fmefin(i)-fexp(i))/fexp(i))^2;
end
f=sqrt(suma/N);
%___________________________________________________________________
_______
% Arquivo de saÌda dos resultados:
% TÌtulo:
pID=fopen('PARFINDER_OUTPUT.par','w+');
aux=horzcat('\r\n','------------------------------------------------
-',...
'-------------------------','\r\n','\t\t\t
PARFINDER','\r\n',...
'---------------------------------------------------------------
--',...
'---------','\r\n');
fprintf(pID,aux);
% Intervalo inicial:
aux=horzcat('\r\n','\t\t\t INTERVALOS INICIAIS','\r\n',...
'---------------------------------------------------------------
55
--',...
'---------','\r\n');
fprintf(pID,aux);
aux=horzcat('\tPAR¬METRO\t\tP_SUP\t\t\t P_INF','\r\n',...
'---------------------------------------------------------------
--',...
'---------','\r\n');
fprintf(pID,aux);
for i=1:n
fprintf(pID,'\t %u\t\t\t%6.2f\t\t\t %6.2f\r\n',i,...
psup(i),pinf(i));
end
% Resultados:
aux=horzcat('\r\n','\t\t\t RESULTADOS','\r\n',...
'---------------------------------------------------------------
--',...
'---------','\r\n');
fprintf(pID,aux);
aux=horzcat('\tPAR¬METRO\t\t\t\t\t P_”TIMO','\r\n',...
'---------------------------------------------------------------
--',...
'---------','\r\n');
fprintf(pID,aux);
for i=1:n
fprintf(pID,'\t %u\t\t\t \t\t\t %6.2f\r\n',i,...
p(i));
end
end
% FunÁ„o 'univ'
%
% DescriÁ„o: MÈtodo univari·vel de minimizaÁ„o de funÁıes. Dado um
% intervalo, esta funÁ„o identifica os par‚metros Ûtimos (pot) que
% minimizam a funÁ„o objetivo (minquad).
%
% Uso: pot = univ(pinf,psup)
% pinf: vetor dos limites inferiores dos par‚metros;
% psup: vetor dos limites superiores dos par‚metros;
% pot: vetor dos par‚metros identificados.
56
function pot = univ(pinf,psup)
fb=minquad(p0); % InicializaÁ„o de fp
iterID=fopen('PARFINDER_ITEROUT.out','w+');
aux=horzcat('\r\n','\t\t\t REGISTRO DE ITERA«’ES','\r\n',...
'---------------------------------------------------------------
--',...
'---------','\r\n');
fprintf(iterID,aux);
aux=horzcat('\tPAR¬METRO\t\tGLOBAL_ITER\t\tLOCAL_ITER','\r\n',...
'---------------------------------------------------------------
--',...
'---------','\r\n');
fprintf(iterID,aux);
fclose(iterID);
% Primeira iteraÁ„o:
pn=p0;
j=1;
erro=0;
for i=1:n
di=zeros(1,n); % InicializaÁ„o do vetor direÁ„o
di(i)=1;
pn(i)=secaoaurea(pn,di,pinf(i),psup(i),j);
end
globitername(j,erro);
fn=minquad(pn);
erro=abs(fn-fb);
if (erro<tol)
pot=pn;
else
while (erro>tol)
fb=fn;
j=j+1;
globitername(j,erro);
for i=1:n
di=zeros(1,n);
57
di(i)=1;
pn(i)=secaoaurea(pn,di,pinf(i),psup(i),j);
end
fn=minquad(pn);
erro=abs(fn-fb);
end
pot=pn;
end
end
% FunÁ„o 'secaoaurea'
%
% DescriÁ„o: Para um dado conjunto de par‚metros e uma direÁ„o de
% otimizaÁ„o, esta funÁ„o calcula o comprimento de passo Ûtimo
segundo o
% mÈtodo da seÁ„o a˙rea, analisando um par‚metro dentro um intervalo
dado.
%
% Uso: a = secaoaurea(p,d,a_inf,a_sup)
% p: vetor dos par‚metros a serem identificados;
% d: vetor direÁ„o de busca;
% a_inf: limite inferior do intervalo de busca;
% a_sup: limite superior do intervalo de busca;
% globiter: valor atual da iteraÁ„o global
% a: vetor dos par‚metros corrigido.
function a = secaoaurea(p,d,a_inf,a_sup,globiter)
I=a_sup-a_inf;
if d(3)==1
tol=1E-3;
else
tol=1E-2;
end
i=0;
while I>tol
% Caixa de dialogo com o numero da iteraÁ„o:
i=i+1;
localitername(i,d);
% C·lculo de alpha_a e alpha_b:
a_a=a_inf+0.382*I;
a_b=a_inf+0.618*I;
% C·lculo de f(alpha_a) e f(alpha_b):
ind=find(d);
pa=p;
pb=p;
pa(ind)=a_a;
pb(ind)=a_b;
58
f_a=minquad(pa);
f_b=minquad(pb);
% ComparaÁ„o para reduÁ„o do intevalo:
if (f_a < f_b)
a_sup=a_b;
% Novo intervalo de incerteza:
I=a_sup-a_inf;
elseif (f_a > f_b)
a_inf=a_a;
% Novo intervalo de incerteza:
I=a_sup-a_inf;
else
a_inf=a_a;
a_sup=a_b;
end
end
iterfile(globiter,i,d);
a=(a_inf+a_sup)/2;
end
% FunÁ„o 'minquad'
%
% DescriÁ„o: Calcula a funÁ„o objetivo de acordo com o mÈtodo dos
mÌnimos
% quadrados para a diferenÁa entre a resposta experimental e a
resposta
% calculada pelo MÈtodo dos Elementos Finitos. Assim, dado o
conjunto de
% par‚metros a serem identificados (p), a funÁ„o cria um arquivo com
os
% par‚metros para uso no programa do MEF, lÍ a curva experimental,
chama o
% programa de elementos finitos e lÍ a curva do MEF, para, em
seguida,
% calcular a funÁ„o objetivo.
%
% Uso: f = minquad(p)
% p: vetor dos par‚metros a serem identificados;
% f: valor da funÁ„o objetivo calculada por mÌnimos
quadrados.
function f=minquad(p)
%-------------------------------------------------------------------
-------
59
%%%%%%%%%%%%%%%%PARTE ADICIONADA%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
%% GERAR CURVA DE ENCRUAMENTO A PARTIR DE p1 p2 e p3
% Dados de deformacao
XX = fopen('DEFORMACAO.txt', 'r');
XDATA = fscanf(XX, '%f');
fclose(XX);
% CODIGO ORIGINAL
% % % Leitura da curva experimental:
% % % Assume-se que o deslocamento est· na coluna 3 e a forÁa na
coluna 6
% % expID=fopen('EXP_OPTARQ.cur','r');
% % A=dlmread('EXP_OPTARQ.cur');
% % fclose(expID);
% % dexp=A(:,1); % deslocamento exp
% % fexp=A(:,2); % forÁa exp
% ------------------------------------------------------------------
-------
%% Run Abaqus
mo='noGUI';
% mo='script';
60
disp('Dureza2D_U2_550C.py executado em minquad')
% CODIGO ORIGINAL
% Programa de Elementos Finitos:
% % % ! FEM_OPT.bat
% ------------------------------------------------------------------
-------
%% Le Output do Abaqus
% Verifica existencia do arquivo
if exist('CURVA_REACAO.txt')==2
% Abre Arquivo
mefID=fopen('CURVA_REACAO.txt','r');
B=dlmread('CURVA_REACAO.txt');
fclose(mefID);
% mudar os indices para 2 e 1 respct.
fmef=B(:,2); % forÁa num
dmef=B(:,1); % deslocamento num
disp('CURVA_REACAO.txt acessado com sucesso')
else
error('parfinder.m nao leu arquivo CURVA_REACAO.txt gerado pelo
Abaqus')
end
% CODIGO ORIGINAL
% mefID=fopen('FEM_OPTARQ.gnu','r');
% B=dlmread('FEM_OPTARQ.gnu');
% fclose(mefID);
% % mudar os indices para 2 e 1 respct.
% fmef=B(:,6); % forÁa num
% dmef=B(:,3); % deslocamento num
% ------------------------------------------------------------------
-
% CODIGO ORIGINAL
% % Leitura das forÁas do MEF:
% mefID=fopen('FEM_OPTARQ.gnu','r');
% B=dlmread('FEM_OPTARQ.gnu');
% fclose(mefID);
% fmef=B(:,6); % forÁa num
% dmef=B(:,3); % deslocamento num
% InterpolaÁ„o:
fmefin=interp1(dmef,fmef,dexp);
61
f=sqrt(suma/N);
figure(1)
plot(dexp,fexp,'o')
title('ComparaÁ„o entre a Resposta NumÈrica e a Resposta
Experimental');
xlabel('Deslocamento');
ylabel('ForÁa');
hold on
plot(dmef,fmef,'*');
legend('Curva Experimental','Curva NumÈrica');
hold off
end
function globitername(i,err)
aux=horzcat('_______________________________________________________
__',...
'____________________');
disp(aux);
aux=horzcat(' |
',...
' |');
disp(aux);
aux=horzcat(' |
',...
' |');
disp(aux);
aux=horzcat(' | ITERA«√O DE N⁄MERO ', num2str(i),'
',...
' |');
disp(aux);
if i~=1
aux=horzcat(' | ERRO IGUAL A ', num2str(err),'
',...
' |');
end
disp(aux);
aux=horzcat(' |
',...
' |');
disp(aux);
aux=horzcat(' |
',...
' |');
disp(aux);
aux=horzcat('_______________________________________________________
__',...
'____________________');
disp(aux);
62
pause(0.01);
end
function localitername(i,d)
par=find(d);
aux=horzcat('_______________________________________________________
__',...
'____________________');
disp(aux);
aux=horzcat(' |
',...
' |');
disp(aux);
aux=horzcat(' |
',...
' |');
disp(aux);
aux=horzcat(' | PAR¬METRO ITERADO: ', num2str(par),'
',...
' |');
disp(aux);
aux=horzcat(' | ITERA«√O DE N⁄MERO ', num2str(i),'
',...
' |');
disp(aux);
aux=horzcat(' |
',...
' |');
disp(aux);
aux=horzcat(' |
',...
' |');
disp(aux);
aux=horzcat('_______________________________________________________
__',...
'____________________');
disp(aux);
pause(0.01);
end
function iterfile(globaliter,localiter,dir)
par=find(dir);
iID=fopen('PARFINDER_ITEROUT.out','a');
fprintf(iID,'\t %u\t\t\t %u\t\t\t %u\r\n',par,globaliter,...
localiter);
fclose(iID);
end
63
ANEXO II - Modelo de Simulação – Dureza.py
#*******************************************************************
***************
# Dureza 2D
# PROJETO DE GRADUAÇÃO 2
# Semestre 02/2016
# Prof. Orient. Lucival Malcher
# Aluno: Lucas Queiroz Machado Matricula: 10/0015981
#*******************************************************************
***************
#*******************************************************************
***************
#*******************************************************************
***************
# ENTRADAS:
nome = 'dureza'
# Geometria do Punch:
#-------------------------------------
# Deslocamento:
Deslocamento = 0.0848
# 0.0848 #[mm] valor obtido da medicao
# -0.0958109 obtido da iteracao anterior
# ------------------------------------
# Propriedades do Material
Nome_Material = 'U2_450C'
ModuloDeElasticidade = 200000.0 # [MPa]
Poisson = 0.3
64
curva.append(tuple(parts))
# if len(parts) > 1: # if at least 2 parts/columns
# print parts[1] # print column 2
# Curva de encruamento
CurvaDeEncruamento= tuple(curva) # Converte list em tuple
#
********************************************************************
*******
session.viewports['Viewport: 1'].setValues(displayedObject=None)
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# Modelo
mdb.models.changeKey(fromName='Model-1', toName='Dureza')
Dureza = mdb.models['Dureza']
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# Partes
import sketch
import part
# Corpo de Prova:
# Geometria do CP ----------------------------------------
CPSketch.rectangle(point1=(0.0 ,0.0), point2=(L_CP ,-H_CP))
# --------------------------------------------------------
65
# Punch
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# Material
Material = Dureza.Material(name=Nome_Material)
Material.Elastic(table=((ModuloDeElasticidade, Poisson),))
Material.Plastic(table=CurvaDeEncruamento)
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# Secao
import section
DurezaSection =
Dureza.HomogeneousSolidSection(name='Secao1',material =
Nome_Material)
CPf = CPPart.faces.findAt(((L_CP/2,-H_CP/2,0.0),))
CPF = regionToolset.Region(faces=(CPf))
CPPart.SectionAssignment(region=CPF, sectionName='Secao1')
66
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
import assembly
RP_object = DurezaAssembly.referencePoints
# reference point Region
RP1 = DurezaAssembly.Set(referencePoints=(RP_object[5],), name = 'm-
Set-1')
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# Criar Steps
import step
Dureza.StaticStep(name='Alivio', previous='Penetracao',
maxNumInc=10000, initialInc=0.001, minInc=1e-09, maxInc=0.02,
nlgeom=ON)
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
67
---------------
# Contato
Dureza.ContactProperty('Punch-CP')
Dureza.interactionProperties['Punch-CP'].TangentialBehavior(
formulation=FRICTIONLESS)
Dureza.interactionProperties['Punch-CP'].NormalBehavior(
pressureOverclosure=HARD, allowSeparation=ON,
constraintEnforcementMethod=DEFAULT)
# Superficies em contato:
CPContactSurface =
CPInstance.edges.findAt(((cp_contact_surface_point),))
region1=Dureza.rootAssembly.Surface(side1Edges=CPContactSurface,
name='Slave')
punch_contact_surface_point = (R_P,R_P,0.0)
PContactSurface1 =
PInstance.edges.findAt((punch_contact_surface_point,))
region2=Dureza.rootAssembly.Surface(side2Edges=PContactSurface1,
name='Master1')
Dureza.SurfaceToSurfaceContactStd(name='Punch-CP',
createStepName='Initial', master=region2, slave=region1,
sliding=FINITE,
thickness=ON, interactionProperty='Punch-CP', adjustMethod=NONE,
initialClearance=OMIT, datumAxis=None, clearanceRegion=None)
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
Dureza.SurfaceToSurfaceContactStd(adjustMethod=NONE,
clearanceRegion=None, createStepName='Initial', datumAxis=None,
initialClearance=OMIT, interactionProperty='Punch-CP', master=
region2, name='Punch-CP',
slave=region1, sliding=FINITE,
68
thickness=ON)
surface_restricao = DurezaAssembly.surfaces['Master1']
Dureza.RigidBody(name='Constraint-1', refPointRegion=RP1,
surfaceRegion=surface_restricao)
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# Malha
# west/east
Dureza.parts['CP'].seedEdgeByBias(biasMethod=SINGLE, constraint=
FINER, end1Edges=cp_edge_west, end2Edges=cp_edge_east,
maxSize=1.0, minSize=0.002)
# north/south
Dureza.parts['CP'].seedEdgeByBias(biasMethod=SINGLE, constraint=
FINER, end1Edges=cp_edge_south,
end2Edges=cp_edge_north, maxSize=1.0, minSize=0.002)
Dureza.parts['CP'].generateMesh()
# Condicoes de Contorno
69
'Encastre', region=Region(
edges=cp_edge_south))
Dureza.DisplacementBC(amplitude=UNSET, createStepName='Initial',
distributionType=UNIFORM, fieldName='', localCsys=None,
name='BC_Posicao_0',
region=RP1, u1=SET, u2=UNSET,
ur3=SET)
Dureza.DisplacementBC(amplitude=UNSET, createStepName=
'Penetracao', distributionType=UNIFORM, fieldName='', fixed=OFF,
localCsys=
None, name='BC_Penetracao', region=RP1, u1=UNSET, u2=
-Deslocamento, ur3=UNSET)
Dureza.DisplacementBC(amplitude=UNSET, createStepName=
'Alivio', distributionType=UNIFORM, fieldName='', fixed=OFF,
localCsys=
None, name='BC_Alivio', region=RP1, u1=UNSET, u2=
0.0, ur3=UNSET)
Dureza.boundaryConditions['BC_Penetracao'].deactivate('Alivio')
# Job
mdb.jobs['dureza'].submit(consistencyChecking=OFF)
# Do not return control till job is finished running
mdb.jobs['dureza'].waitForCompletion()
70
ANEXO III - Pós-processamento - post_processing.py
#*******************************************************************
***************
# Dureza 2D
# PROJETO DE GRADUAÇÃO 2
# Semestre 02/2016
# Prof. Orient. Lucival Malcher
# Aluno: Lucas Queiroz Machado Matricula: 10/0015981
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*********************** Post Processing
***************************************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
import visualization
from odbAccess import *
dureza_odb_path = 'dureza.odb'
dureza_odb_object = session.openOdb(name=dureza_odb_path)
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# SELECAO DOS NODES NA ARESTA SUPERIOR
71
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# DESLOCAMENTO MAXIMO EM Y CONSIDERANDO SOMENTE OS NODES DA ARESTA
SUPERIOR
# Inicializa Variaveis
node_origem_deslocamento_y = 0 # deslocamento do node analisado
node_origem_label = 0 # label do node analisado
# Inicializa Variavel
max_deslocamento = 0
node_position = 0
# for loop para encontrar o maior valor de deslocamento em Y
(positvo)
72
1].fieldOutputs['U'].values[x].data[1])
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# REACTION FORCE
73
# CREATE A VARIABLE THAT REFERS TO THE NODE SET PUNCH
center = odb.rootAssembly.nodeSets['M-SET-1']
centerDisplacement_Step1 =
displacement_Step1.getSubset(region=center)
centerDisplacement_Step2 =
displacement_Step2.getSubset(region=center)
# Forca Resultante
Forca_reacao_y = abs(centerDisplacement_Step1.values[0].data[1])
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# ARQUIVO DE DADOS NUMERICOS PARA COMPARACAO COM
# DADOS EXPERIMENTAIS
# Fecha arquivo
dispFile2.close()
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# XY DATA FORCE vs. DISPLACEMENT LOADING
force_list = []
displacement_list = []
# Abre arquivo de saida
dispFile3 = open("CURVA_REACAO.txt",'w')
74
es[xx].fieldOutputs['RF'].getSubset(region=center).values[0].data[1]
))
# IMPRIME CURVA DE REACAO DE DUREZA EM .TXT
dispFile3.write('%10.4E\t%10.4E\n' % (displacement_list[xx],
force_list[xx]))
# Fecha arquivo
dispFile3.close()
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# XY DATA FORCE vs. DISPLACEMENT UNOADING
force_list_alivio = []
displacement_list_alivio = []
# Abre arquivo de saida
dispFile4 = open("CURVA_REACAO_ALIVIO.txt",'w')
# Fecha arquivo
dispFile4.close()
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# ARQUIVO DE VERIFICACAO PARA MATLAB
# Assim que matlab le a palavra-chave 'DONE', a rotina prossegue com
# processo de otimizacao
75
# Escreve dados do Step 1 para arquivo ASCII
dispFile = open('verification.txt','w')
dispFile.write('DONE')
dispFile.close()
#-------------------------------------------------------------------
---------------
#*******************************************************************
***************
#-------------------------------------------------------------------
---------------
# QUIT ABAQUS
sys.exit()
76
ANEXO I – Valores de Deformação Plástica para
Simulação.
1 0 11 0.0003 21 0.0070 31 0.0400 41 0.4000
77