Вы находитесь на странице: 1из 142

Segurança em

Eletrotécnica

Allan Christian Krainski Ferrari

Curitiba-PR
2017
Presidência da República Federativa do Brasil

Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede e-Tec Brasil.

Odacir Antonio Zanatta Rosí Munaretti de Camargo


Reitor pro tempore Lucilene Fátima Baldissera
Marcos Paulo Rosa Coordenadora de Design Educacional
Sérgio Garcia dos Martires Lídia Emi Ogura Fujikawa
Pró-Reitor de Ensino Kenedy Rufino
Carlos Alberto de Ávila Designer Educacional
Pró-Reitor de Administração Mayra Candido Ferreira
Marcelo Estevam Designer Instrucional
Pró-Reitor de Extensão, Pesquisa e Fabíola Penso
Inovação Viviane Motim
Eliane Aparecida Mesquita Diagramação
Pró-Reitor de Gestão de Pessoas Walter Rodrigues Benigno dos Santos
Marcos Antonio Barbosa Vanessa Schreiner
Diretor Geral de Educação a Distância Revisão Ortográfica
Kriscie Kriscianne Venturi Pâmela Fabris
Diretor de Ensino e Desenvolvimento de Iconografia
Recursos Educacionais Kenedy Rufino
Gisleine Bovolim Ilustração
Diretora de Planejamento e Administração Ester dos Santos Oliveira
Vania Carla Camargo Lídia Emi Ogura Fujikawa
Coordenadora de Ensino dos Cursos Projeto Instrucional
Técnicos Diego Windmoller
Coordenadora Curso Técnico em Logística Projeto Gráfico

Atribuição - Não Comercial - Compartilha Igual

Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paraná

F375s Ferrari, Allan Christian Krainski.


Segurança em eletrotécnica [recurso eletrônico] /Allan
Christian Krainski Ferrari. – Dados eletrônicos (1 arquivo: 7
megabytes). – Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2017.

ISBN 978-85-8299-311-8

1. Eletrotécnica - Medidas de segurança. 2. Segurança do


trabalho. II. Título.

CDD: 23. Ed - 363.116

Biblioteca IFPR - Campus Curitiba


Bibliotecária: Edilza S. Santos Chibior – CRB-9/1255
Apresentação e-Tec Brasil
Prezado estudante,

Bem-vindo à Rede e-Tec Brasil!

Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma das ações
do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. O Pronatec,
instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e
democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a po-
pulação brasileira, propiciando um caminho de acesso mais rápido ao emprego.

É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias promotoras de ensino técnico
como os Institutos Federais, as Secretarias de Educação dos Estados, as Universidades, as
Escolas e Colégios Tecnológicos e o Sistema S.

Assim, a Educação a Distância no nosso país, de dimensões continentais e grande


diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir
acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens
moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes
centros.

A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incentivando
os estudantes a concluir o Ensino Médio e realizar uma formação e atualização contínuas.
Os cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o atendimento ao
estudante é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas unidades remotas,
os polos.

Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional qualificada –


integradora do ensino médio e educação técnica, sendo capaz de promover o cidadão
com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes
dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética.

Nós acreditamos em você!

Desejamos sucesso na sua formação profissional!

Ministério da Educação
Março de 2016
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de
linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.

Fique atento!
Indica o ponto de maior relevância no texto.

Pesquise!
Orienta ao estudante que desenvolva atividades de pesquisa,
que complementem seus estudos em diferentes mídias: vídeos,
filmes, jornais, livros e outras.

Glossário
Indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada
no texto.

Você sabia?
Oferece novas informações que enriquecem o assunto ou
“curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema
estudado.

Pratique!
Apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para
que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do
tema estudado.
Design do componente

13 Conceitos sobre Eletricidade


14 Carga Elétrica
15 Materiais Condutores e Isolantes de Eletrecidade
16 Materiais Condutores
16 Materiais Isolantes
Unidade 17 Tensão

1
18 Corrente Elétrica
18 Resistência Elétrica
20 Lei Ohm
20 Potência Elétrica

Unidade
Sistema elétrico de potência 23
Geração
Transmissão
Distribuição
24
26
27
2
Riscos da energia elétrica
31 em atividades no trabalho
32 Riscos nas atividades com energia elétrica
32 Choque elétrico
33 Arco elétrico
34 Campo eletromagnético
35 Riscos indiretos em trabalhos com a eletrecidade
35 Trabalho em altura
36 Umidade
36 Poeira
36 Espaço confinado
36 Fauna
Unidade
37 Flora

3 37
37
38
38
Ascarel ou Bifenil Policlorados
Riscos ergonômicos
Descargas atmosféricas
Radiação solar
Práticas de trabalho seguras
com a eletrecidade 41
Introdução 42
Desernegização 42
Aterramento 43
Tipos de Aterramento 44
Equipotencialização 47
Seccionamento automático da alimentação 47
Dispositivos de corrente de fuga 48
Entrabaixa tensão 48
Barreira e invólucro 48
Bloqueio e impedimentos 49 Unidade
Obstáculos e anteparos 50
Isolamento das partes vivas
Isolação dupla e reforçada
Colocação fora de alcance
Separação elétrica
50
50
51
51
4
53 Equipamentos de proteção individual e coletiva
54 Equipamentos de proteção individual (EPIs)
55 Capacete de proteção
56 Óculos de segurança
56 Luva isolante de borracha
58 Luva de cobertura para proteção da luva isolante de borracha
59 Manga isolante
59 Calçado de segurança
60 Equipamentos de proteção coletiva (EPCs)
60 Cone de sinalização
Unidade 60 Fita de sinalização
61 Grade metálica dobrável

5 61
62
62
62
Sinalizador STROBO
Tapete de borracha isolante
Aterramento temporário
Placas de sinalização

Procedimentos no trabalho
contra incêndio e explosão 65
Incêndio e Explosão 66
Combustão 68
Combustíível 68
Comburente 70
Fonte de Calor 70
Reação em Cadeia 70
Pontos de Temperatura 71 Unidade
Propagação do Fogo 71
Formas de extinguir uma combustão
Classes de incêndio
Extintores
Rótulo de classe de fogo
72
72
75
78
6
Unidade
Unidade

7 81
82
Normas regulamentadoras
e especificações da NR-10
Normas regulamentadoras de trabalho

Segurança de projetos,
procedimentos de manutenção de
redes energizadas e não energizadas 95
Segurança em projetos 96
Segurança em instalações elétricas desenergizadas 97
Manutenção em linhas de transmissão energizadas 97
Método ao contato 98 Unidade
Método ao potencial 98
Método à distância
Zona de Risco e Zona Controlada
Segurança em atividade com Alta Tensão
Treinamentos específicos de acordo com NR-10
99
99
101
102
8
NR-12: segurança no trabalho em máquinas e
105 equipamentos
Unidade 106 Princípios gerais da NR-12

9 107
109
112
117
Instalações e dispositivos elétricos
NR-12: Dispositivos de partida, acionamento e parada
Sistemas de segurança
Procedimentos de trabalhos e segurança

Procedimentos para proteção contra


incêndios e para sinalização 119
Proteção contra incêndio e explosão de acordo com a NR-10 120
Sinalização de segurança de acordo com a NR-10 121
Placas de sinalização 123
Placas de sinalização usadas na especificação
de áreas de riscos com a eletricidade 124
PLACA: perigo de morte – alta tensão 124
PLACA: não operar “trabalhos” 125
PLACA: equipamento energizado 125
PLACA: equipamento com partida automática 126
PLACA: perigo – não fume –
não acenda fogo – desligue o celular 126 Unidade
PLACA: uso obrigatório 126
PLACA: atenção – gases
PLACA: atenção para banco de capacitores e cabos a óleo
PLACA: perigo – não entre – alta tensão
PLACA: perigo – não suba
127
127
128
128
10
Palavra do autor

Caro estudante!

Este material foi desenvolvido e dedicado a você que atua na área ou procura de uma
colocação profissional em um mercado de trabalho cada vez mais difícil e competitivo.
Espero que aproveite ao máximo o conteúdo deste livro, que ele sirva de instrumento
para a conquista do seu sucesso profissional e que a segurança na vida das pessoas seja
a sua prioridade.

Bons Estudos!

Allan Christian Krainski Ferrari


Apresentação do componente
curricular
Querido(a) estudante!

Este livro está dividido em 10 unidades, as quais abordam os conteúdos básicos sobre
Segurança do Trabalho aplicado em Eletrotécnica. A primeira unidade aborda os concei-
tos básicos sobre eletricidade. Na segunda unidade, são apresentados os componentes
de um Sistema Elétrico e Potência (SEP) e, na terceira unidade, os riscos da eletricidade
em Segurança do Trabalho. Na quarta unidade, serão aprendidas as práticas seguras
de trabalho com a eletricidade. Na quinta unidade, por sua vez, serão apresentados
os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e os Equipamentos de Proteção Coletiva
(EPC). Já na sexta unidade, serão aprendidos os procedimentos de segurança no trabalho
contra incêndios e explosões. A sétima unidade abordará as normas regulamentares de
segurança com a eletricidade e, na oitava unidade, serão estudados os procedimentos
de manutenção e segurança para alta tensão. Na nona unidade, serão apresentados os
procedimentos de segurança no trabalho em máquinas e equipamentos elétricos e, final-
mente, a décima unidade se encerrará com o estudo de procedimentos para sinalização.

Desejo a você um ótimo curso!

O autor.
Unidade

1 Conceitos sobre Eletricidade

Fonte: OpenClipart-Vectors/Pixabay
Antes de aprender os procedimentos básicos de segurança em eletricidade, é neces-
sário conhecer os fundamentos da Eletricidade. Por exemplo: por que alguns mate-
riais conduzem energia elétrica e outros não?

A eletricidade é um conceito básico da Física, que explica interações eletromagnéticas


entre as partículas.

Figura 1.1: Descarga Elétrica Atmosférica


Fonte: ©Edward Aspera Jr./Wikimedia Commons

A eletricidade já era observada desde o período da Grécia Antiga, quando os antigos


filósofos gregos sabiam que um pedaço de âmbar friccionado era capaz de atrair frag-
mentos de palha. A palavra “elétron” é derivada do grego elektron, que significa âmbar
(HALLIDAY et al, 2016).

Carga Elétrica
A carga elétrica é a propriedade física das partículas atômicas que compõem todo tipo
de matéria. É utilizada para explicar os fenômenos de interações eletromagnéticas entre
as partículas, sendo medida em Coulombs (C).

A carga elétrica está armazenada em grande quantidade nos corpos ao nosso redor, mas
a sua percepção não ocorre facilmente. Convenciona-se a existência de dois tipos de
carga – a positiva e a negativa –, que, em equilíbrio, são imperceptíveis.

14 Segurança em Eletrotécnica
Figura 1.2: Cargas Elétricas
Fonte: ©Chanchocan /Wikimedia Commons

A carga elétrica é medida quantitativamente e pode ser descrita como:

q = ne,

Onde n é um inteiro positivo ou negativo e e é uma constante da natureza, chamada


carga elementar (e ~ 1.60x10-19 C).

Materiais Condutores e Isolantes de Eletricidade


Todo tipo de matéria é representado por uma unidade básica de composição denomi-
nada átomo, sendo este composto por partículas carregadas (positivas e negativas) e
partículas neutras.

Na representação atômica, carga positiva é chamada de próton e se localiza no núcleo,


juntamente com nêutrons, que são as partículas neutras. Os elétrons são partículas ne-
gativas que ficam orbitando o núcleo atômico, devido à sua atração com os prótons.
Quando o átomo de qualquer elemento químico está em equilíbrio elétrico, o número
de elétrons e prótons é igual.

Figura 1.3: Ilustração do modelo atômico


Banco de Imagens DE (2016)

Unidade 1 – Conceitos sobre Eletricidade 15


Em alguns elementos químicos, como metais, os elétrons que são mais afastados do nú-
cleo tendem a ser retirados mais facilmente de suas órbitas por alguma reação química
ou elétrica. Essa característica está relaciona com o princípio da corrente elétrica. Esses
elétrons que são retirados são denominados elétrons livres.

Os materiais são classificados de acordo com a sua capacidade de conduzir corrente elétri-
ca. Devido a essa característica, eles são divididos em dois grupos: condutores e isolantes.

Materiais Condutores
Os materiais condutores são aqueles em que um número significativo de partículas carrega-
das pode se mover livremente. Por exemplo: metais como cobre, prata, ouro alumínio etc.

Figura 1.4: Cabos de cobre são usados como condutores


de energia elétrica em instalações elétricas
Fonte: ©Erik Wannee/Wikimedia Commons

Materiais Isolantes
Materiais isolantes são aqueles cujas partículas carregadas não podem se mover
livremente. Por exemplo: madeira, vidro, borracha etc.

16 Segurança em Eletrotécnica
Figura 1.5: Isolante elétrico de cerâmica (Isolador), usado em linhas de transmissão de energia
Fonte: © Hiuppo/ Wikipédia

Tensão
Também conhecida como força eletromotriz (fem) ou diferença de potencial (ddp) de dois
pontos de um material condutor, a tensão é definida como a energia necessária para mo-
ver uma unidade de carga através de um elemento, medida em volts (V). Apesar de não
poder ser observada diretamente, ela pode ser medida por voltímetros ou multímetros.

A tensão está presente na capacidade de alimentação elétrica de baterias e nas tomadas de


luz da sua casa. Sem a presença da tensão, os equipamentos elétricos não funcionariam.

Figura 1.6: Multímetro, equipamento utilizado para medição de tensão elétrica


Fonte: © Medvedev/WikimediaCommons

Unidade 1 – Conceitos sobre Eletricidade 17


Corrente Elétrica
A corrente elétrica é definida como a taxa de variação de carga em relação ao tempo,
medida em Àmperes (A) (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

Tipos de correntes:

• Corrente Contínua (CC): é uma corrente que permanece constante ao longo do tempo.

• Corrente Alternada (CA): é uma corrente que varia de forma senoidal em relação
ao tempo.

Figura 1.7: Ilustração da Corrente Contínua (Vermelho) e Corrente Alternada (Verde)


Banco de Imagens DE (2016)

A corrente contínua é mais aplicada no funciona-


mento de equipamentos eletrônicos, enquanto a
Você sabia que a corrente elétrica pode
corrente alternada é mais voltada para o trans- matar o ser humano a partir de determinada
porte de energia, pois oferece menos perdas do quantidade que circula pelo seu corpo? Para
saber mais sobre a corrente elétrica e seus
que a corrente CC. A corrente CA é, ainda, utili- efeitos no corpo do ser humano, consulte
zada na alimentação e no funcionamento de má- o site:<http://mundoeducacao.bol.uol.com.
br/fisica/os-efeitos-corrente-eletrica-no-
quinas elétricas, como motores trifásicos e inver- corpo-humano.htm>. Acesso em: set. 2016.
sores de frequência.

Resistência Elétrica
A resistência elétrica, medida em ohms, é a capacidade do material de resistir à pas-
sagem da corrente elétrica. A resistência elétrica dos materiais é uma característica
importante na confecção de materiais e equipamentos elétricos. A fiação de uma
instalação elétrica predial deve ter resistência elétrica bastante baixa, para haver o míni-
mo de perdas possíveis de energia elétrica na forma de calor. Por outro lado, a isolação

18 Segurança em Eletrotécnica
da fiação elétrica deve ter uma resistência elétrica elevada, com a finalidade de proteger
pessoas e animais.

A resistência elétrica de um material depende de quatro fatores: o material de que é fei-


to, seu comprimento, a área de seção e a temperatura.

• Material: cada tipo de material tem o próprio valor de resistência elétrica (resistividade
do material). Alguns materiais, como a borracha, têm resistência elétrica muito eleva-
da, enquanto outros possuem baixa resistência, como o ouro.

• Comprimento: quanto mais comprido for o material, maior será o caminho percorrido
pela corrente elétrica e, consequentemente, maior será a sua resistência elétrica.

• Área de Seção: é inversamente proporcional ao valor da resistência do material. Quan-


to menor for a seção do material, mais estreito será o caminho que a corrente elétrica
irá percorrer e, consequentemente, maior será a sua resistência.

• Temperatura: quanto maior for a temperatura, maior será a agitação térmica entre as
partículas e, consequentemente, maior será a sua resistência. Esse comportamento é
inverso para materiais semicondutores.

A resistência de determinado material pode ser calculada por:

R = ρ L [Ω]
A

Onde:

ρ - Resistividade do material [Ω/m].

L – Comprimento do condutor [m].

A - Área de seção [m²].

Figura 1.8: Representação da resistência elétrica de um material em função de sua resistividade


Fonte: ©Defigoras/WikimediaCommons

Unidade 1 – Conceitos sobre Eletricidade 19


Tabela 1.1: Resistividade de alguns mate-
riais à temperatura ambiente (20ºC)

Material Resistividade [Ω/m]

Metais Típicos (condutores)

Cobre 1,69×10-8

Alumínio 2,75×10-8

Prata 1,62×10-8

Semicondutores Típicos

Silício puro 2,5×103

Silício tipo n 8,7×10-4

Silício tipo p 2,8×10-3

Isolantes Típicos

Vidro De 1010 a 1014

Quartzo fundido ≈ 1015

Fonte: Halliday et al.(2006).

O ouro, devido à sua baixa resistividade, é usado na confecção de componentes de computadores, como placas-mães,
memórias e processadores.

Lei Ohm
A lei de Ohm estabelece que uma tensão U aplicada em uma resistência é diretamente
proporcional à corrente que flui através do resistor R (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

U = RI [V]

Por exemplo: quando se alimenta uma lâmpada com a bateria, a tensão da bateria apli-
cada força os elétrons (partículas carregadas livres) a se movimentar de forma ordenada
(corrente elétrica) na lâmpada, fazendo com que ela se acenda.

Potência Elétrica
A potência elétrica, medida em Watts, é definida como a quantidade de energia elétrica
dissipada (medida em Joules) em um intervalo de tempo (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

20 Segurança em Eletrotécnica
P = E [W]
∆t

Essa grandeza é usada na especificação de equipamentos elétricos e normalmente é


relacionada à dimensão dos mesmos.

A potência elétrica pode ser calculada por:

P = I . U [W]

U – Tensão da fonte [V]

I – Corrente da fonte [A]

Nesta unidade, foram vistos os conhecimentos


fundamentais sobre a eletricidade, desde o con-
O consumo de energia elétrica de um
ceito básico da carga elétrica até o conceito de
equipamento depende da sua potência, não
potência elétrica. Ao encerrar esta unidade, você da tensão da rede elétrica. Quanto maior
deverá saber o que é tensão, corrente, resistên- for a potência do equipamento, maior será
o consumo de energia elétrica.
cia elétrica e, também, entender a relação desses
conceitos, expressos pela Lei de Ohm.

Os temas estudados aqui servem de base para o entendimento do Sistema Elétrico de


Potência (SEP), que será apresentado na próxima unidade. Eles nos ajudarão nos proce-
dimentos de segurança do trabalho, necessários para quem trabalha com eletricidade.

Pratique
1. Um aluno do curso de Eletrotécnica pretende fazer a instalação elétrica do circuito
de iluminação do seu quarto. Para executar a instalação, ele utiliza 10 m de fio de
cobre, com bitola de 1,5 mm². Se o aluno, por curiosidade, quiser calcular o valor da
resistência do fio, qual seria esse valor?

2. O que consome mais energia elétrica: um chuveiro de 5500 W alimentado em 127 V


ou em 220 V?

Unidade 1 – Conceitos sobre Eletricidade 21


Unidade

2 Sistema elétrico de potência

Fonte: ©Béria Lima/WikimediaCommons


Nesta unidade, veremos os conhecimentos básicos sobre um sistema elétrico de po-
tência. É imprescindível que você, estudante de Segurança em Eletrotécnica, saiba
onde aplicar esses conhecimentos de Segurança de Trabalho em um sistema elétrico
mais complexo, onde a energia elétrica é gerada, transmitida e distribuída.

O Sistema Elétrico de Potência (SEP) é um conjunto composto por centrais elétricas,


subestações de transformação e de interligação, linhas de transmissão e receptores, co-
nectados eletricamente entre si.

Figura 2.1: Representação de um sistema elétrico de potência


Fonte: PACO/Wikipedia (Adaptado).

Um SEP compreende os seguintes componentes:

–– Geração;
–– Transmissão;
–– Distribuição;

Geração
A parte da geração de um SEP é responsável pela produção de energia elétrica por meio
da transformação de outras fontes de energia, como hidráulica, térmica, eólica, ou solar
em energia elétrica.

Na matriz energética brasileira, cerca de 63,8% da energia elétrica gerada é de origem


hidrelétrica. O restante da energia gerada é de origem térmica, produzida por termoelé-
tricas movidas por combustíveis fósseis, biomassa e nuclear. Apenas uma pequena parte
da energia produzida é de origem solar e eólica, e outra parte da energia consumida no
país é importada.

24 Segurança em Eletrotécnica
Figura 2.2: Oferta de Potência de Geração Elétrica do ano 2014
Fonte: Ministério de Minas e Energia (2015).

Nas usinas, os geradores de eletricidade neces-


sitam de energia mecânica (energia cinética)
A maior parcela da energia elétrica gerada
para fazerem girar os rotores das turbinas, os
no nosso país é de origem hidráulica porque
quais estão acoplados no mesmo eixo, e os ro- o Brasil tem uns dos maiores potenciais
tores dos geradores síncronos trifásicos de cor- hidrelétricos do mundo. O país tem 12%
da água doce superficial do planeta e
rente alternada, que geram eletricidade com condições adequadas para exploração. O
frequência de 60 Hz. As turbinas (térmicas ou potencial hidrelétrico é estimado em cerca
de 260 GW.
hidráulicas) e os geradores síncronostrifásicos de Visite o site: http://www.brasil.gov.
corrente alternada geralmente são montados na br/infraestrutura/2011/12/potencial-
hidreletrico-brasileiro-esta-entre-os-cinco-
vertical (CREDER, 2013). maiores-do-mundo.

Figura 2.3: Esquema de geração de energia a partir de uma usina Hidráulica


Fonte: ©Tomia/ /WikimediaCommons (Adaptado).

Unidade 2 – Sistema elétrico de potência 25


Figura 2.4: Esquema de uma turbina Hidráulica
Fonte: © U.S. Army Corps of Engineers/Wikipedia (Adaptado).

Transmissão
A energia elétrica produzida pelas usinas é transportada até os centros consumidores por
meio de linhas de transmissão que são sustentadas por torres de alta tensão.

Figura 2.5: Torres de alta tensão


Fonte: © SnapewireSnaps/Pixabay

26 Segurança em Eletrotécnica
Para que seja economicamente viável, a tensão gerada nos geradores trifásicos de cor-
rente alternada, normalmente de 13,8 kV, deve ser elevada a valores padronizados, em
função da potência a ser transmitida e das distâncias dos centros consumidores. São as
subestações que têm o papel, em um SEP, de elevar ou baixar o valor da tensão para
valores padronizados (CREDER, 2013).

Figura 2.6: Subestação


Fonte: © koening22/Pixabay
Link: https://goo.gl/x9cSO8

As tensões mais usuais em corrente alternada nas linhas de transmissão são: 69 kV, 138
kV, 230 kV, 400 kV, 500 kV.

Distribuição
A parte do sistema elétrico de potência que fornece energia elétrica aos centros consu-
midores (bairros e indústrias) denomina-se distribuição. A distribuição começa com uma
subestação abaixadora, onde a tensão da linha de transmissão é baixada para valores de
tensões primárias: 13,8 kV e 34,5 kV (CREDER, 2013).

As linhas de tensão primárias são distribuídas por toda a cidade. A parte final de um
sistema elétrico é das linhas de distribuição primárias para as linhas de distribuição
secundárias(baixa tensão).Essa transição ocorre por meio de um transformador de ener-
gia e, na entrada desse transformador, é ligada a linhas de distribuição primárias; na sua
saída, por sua vez, é ligada a linhas de distribuição secundária para o fornecimento de
baixa tensão.

Unidade 2 – Sistema elétrico de potência 27


A baixa tensão representa a tensão de utiliza-
ção que compreende os valores de 380/220 V, No Brasil, há lugares onde a tensão de fase
220/127 (sistema trifásico) e 220/110 V (sistema é 220 V (Santa Catarina) e outros onde a
tensão de fase é 127 V (Paraná).
monofásico com tape).

Figura 2.7: Linhas de distribuição primárias e secundárias


Fonte: CEB (2014) (Adaptado).

As linhas de distribuição dentro dos centros urbanos podem ser aéreas ou subterrâneas.
A entrada de energia para o consumidor final é denominada de ramal de entrada.

Figura 2.8: Ilustração da ligação da rede de distribuição secundária


com o ramal de entrada de uma residência
Banco de Imagens DE (2016)

28 Segurança em Eletrotécnica
Como as redes de distribuição primárias e secundárias são normalmente trifásicas, os
consumidores poderão ter ligações monofásicas, bifásicas ou trifásicas no seu ramal de
entrada. Isso dependerá da sua carga (CREDER, 2013):

• Até 4 kW – monofásica (1 condutor fase + 1 condutor neutro = 2 condutores);

• Entre 4 e 8 kW – bifásica (2 condutores fase + 1 condutor neutro = 3condutores);

• Maior do que 8 kW – trifásica (3 condutores fase sem o condutor neutro ou 3 condu-


tores fase + 1 condutor neutro = 4 condutores).

Carga
em termos de instalação elétrica predial, significa o total da potência de demanda que um consumidor normalmente
utiliza em sua residência, com seus equipamentos ligados à instalação elétrica.
Condutor-fase
é um condutor carregado de energia potencial elétrica alternada.
Carga neutro:
é um condutor não carregado de energia elétrica, que está conectado diretamente à terra. Sua finalidade é haver uma
diferença de potencial entre as fases e permitir o escoamento da corrente elétrica para a terra quando se usa as fases
para alimentar algum equipamento ou sistema elétrico.

As três fases de um sistema elétrico sempre estão defasadas entre si, com ângulo de 120º, ou seja, a tensão instantânea
de pelo menos uma das fases é diferente de uma das duas outras fases.

Figura 2.9: Representação das tensões trifásicas para um sistema de 127 Volts
Fonte: Autor (2016)

Os valores de fases 127 V e 220 V representam valores eficazes de cada fase e não valores máximos de tensão.
O valor eficaz da tensão alternada corresponde a um valor equivalente ao de tensão contínua. Quando é aplicado
na alimentação de um equipamento elétrico, uma fonte de alimentação alternada e uma fonte contínua com valor
equivalente ao valor eficaz da tensão alternada consumiriam a mesma quantidade de energia.

Unidade 2 – Sistema elétrico de potência 29


Nesta unidade, vimos os conceitos básicos do que seria ou do que representa um siste-
ma elétrico de potência. Ao encerrar esta unidade, você deverá saber como um sistema
elétrico é composto.

Depois de ter apreendido o conteúdo desta unidade e os conhecimentos de eletricidade


básica da unidade 1, você está pronto para aprender os conceitos básicos, as normas e
os procedimentos de Segurança do Trabalho aplicados à Eletrotécnica.

Pratique
O que compõe um Sistema Elétrico de Potência (SEP)?

30 Segurança em Eletrotécnica
Unidade

3 Riscos da energia elétrica


em atividades no trabalho

Fonte: ©Kristjan/Flickr
Nesta unidade, serão tratados os riscos de acidentes com a eletricidade que podem
ocorrer durante o trabalho. É importante o aluno estudar seriamente e prestar muita
atenção nos detalhes desse conteúdo, pois é comum pessoas perderem a vida em
acidentes por negligenciar ou ignorar os riscos da eletricidade.

Por que muitos trabalhadores perdem a vida, mesmo sabendo dos riscos do uso da
eletricidade? Muitos dos acidentes que acontecem em atividades do trabalho ocor-
rem devido ao mau uso da eletricidade.

Riscos nas atividades


com energia elétrica
Nas atividades em instalações elétricas ou em um trabalho que utiliza a eletricidade,
estamos expostos a riscos decorrentes do princípio do funcionamento da eletricidade,
a qual não apresenta cheiro, cor, ruído, nem movimentos visíveis. (BARROS et al, 2014).

Os riscos elétricos podem ser classificados em:

• Choque elétrico;

• Arco elétrico;

• Campo eletromagnético.

Choque elétrico
O choque elétrico é definido basicamente como o efeito causado pela passagem da
corrente elétrica pelo organismo. Esse é efeito pode ser desde uma sensação de formiga-
mento até sensações dolorosas, como contrações musculares e queimaduras. (BARROS
et al, 2014).

O corpo humano, quando sofre um choque elétrico, comporta-se como se fosse um


condutor elétrico com resistência elétrica, obedecendo a Lei de Ohm. A intensidade do
choque elétrico pode variar de pessoa para pessoa, pois cada organismo tem respostas
diferentes ao seu efeito.

32 Segurança em Eletrotécnica
Segundo a norma internacional IEC/TS 60479-1
(2005), os efeitos da circulação da corrente elé- Impedância
trica no corpo humano dependem basicamente Significa um corpo ou material que possui
resistência elétrica variável em função da
da sua intensidade elétrica relacionada com seu frequência da corrente elétrica alternada.
tempo de duração, o grau de umidade da pele e,
também, do seu trajeto percorrido pelo corpo. Se a corrente for alternada (CA), sua frequ-
ência é outro fator que pode agravar o efeito do choque elétrico, porque o corpo humano
é composto por várias células e órgãos que possuem valores de impedâncias diferentes.

Figura 3.1: Choque Elétrico


Fonte: Shutterstock – Banco de Imagens IFPR

Para saber mais sobre os efeitos da corrente elétrica, acesse o site: <http://alunosonline.uol.com.br/fisica/efeitos-
corrente-eletrica-sobre-corpo-humano.html> Acesso em: 25/09/2016.

Arco elétrico
O arco elétrico é definido como a passagem da corrente elétrica em meio material não
condutor, devido ao rompimento de suas características isolantes. É provocado por vários
acidentes ocasionados por descuido ou atitudes impensadas durante o horário de traba-
lho (BARROS et al, 2014).

Unidade 3 – Riscos da energia elétrica em atividades no trabalho 33


O arco elétrico provoca uma onda de pressão que desloca o ar e pode arremessar a pes-
soa para longe ou, ainda, parte dos equipamentos envolvidos, além de provocar queima-
duras devido à sua alta temperatura.

Figura 3.2: Arco Elétrico


Fonte: ©Khimich Alex/WikimediaCommons

Campo eletromagnético
Quando se fala do risco do campo eletromagnético, fala-se, ao mesmo tempo, do risco
do campo elétrico e do magnético. O campo eletromagnético é composto por um cam-
po elétrico e um campo magnético, os quais são perpendiculares entre si. Quando um
indivíduo está trabalhando com linhas de transmissão ou equipamentos elétricos, ele
pode estar sob influência dos campos elétrico e magnético ao mesmo tempo.

O campo magnético é constituído de linhas de forças invisíveis e produzido a partir da cir-


culação de corrente elétrica em um material condutor. Quando um material condutor está
imerso em um campo magnético, são induzidos nele tensões e correntes elétricas. O cam-
po magnético, dependendo da sua origem ou do seu tempo de exposição, pode provocar
efeitos adversos na saúde dos trabalhadores, como induzir correntes em tecidos e fluidos.

O campo elétrico é gerado pela tensão em linhas de transmissão: quanto maior for a
tensão, maior será o campo elétrico produzido; quanto maior for a distância de uma
pessoa em relação à linha de transmissão, menor será a influência do campo elétrico
no indivíduo. Da mesma forma que o campo magnético, o campo elétrico pode induzir
correntes e tensões em objetos e animais.

34 Segurança em Eletrotécnica
Figura 3.3: Ilustração de uma pessoa sobre influência do campo
elétrico (a) e do campo magnético (b)
Banco de Imagens DE (2016)

Riscos indiretos em trabalhos com a eletricidade


Muitos acidentes de trabalho que possuem contato com a eletricidade acontecem de
forma indireta, ou seja, a causa direta não é a eletricidade. Em atividades com a eletri-
cidade, o trabalhador pode estar vulnerável a riscos adicionais, como as condições de
trabalho, o próprio local ou ambiente de trabalho. Alguns desses riscos são apresentados
a seguir (BARROS et al, 2014).

Trabalho em altura
Muitos dos trabalhos com eletricidade são realizados em lugares altos, desde um reparo
em um poste público, até atividades em torres de transmissão, gerando risco de queda
e causando lesões e traumas.

Figura 3.4: Trabalho em altura sendo realizado


Fonte: ©Calliopejen/Wikimedia Commons

Unidade 3 – Riscos da energia elétrica em atividades no trabalho 35


Umidade
A presença de umidade aumenta o risco de choques elétricos e arcos elétricos, pois dimi-
nui a resistência elétrica do ar, comportando-se como um material condutor. A baixa ou
alta umidade no local pode influenciar na saúde do trabalhador.

Poeira
Além de afetar a saúde do trabalhador, a presença de poeira no ambiente de trabalho,
dependendo do seu tipo ou ambiente, pode aumentar o risco de choque elétrico ou
explosão, caso o material da poeira seja condutivo.

Espaço confinado
Quando um indivíduo trabalha em um espaço limitado a suas atividades, o mesmo pode
estar exposto à asfixia, à explosão, ao incêndio ou à intoxicação.

Fauna
Muitas vezes, as instalações e os equipamentos elétricos estão em locais de difícil acesso,
os quais podem se tornar refúgio de animais peçonhentos, como aranhas, cobras ou
escorpiões.

Figura 3.5: Exemplos de animais peçonhentos


Fonte: ©Alles/Pixabay

Se você tiver contato com animais peçonhentos no seu trabalho, é necessário procurar ajuda médica o mais
rápido possível.

36 Segurança em Eletrotécnica
Flora
Determinadas plantas ou fungos podem se tornar nocivas à saúde do trabalhador quan-
do estão próximas a equipamentos elétricos.

Ascarel ou Bifenil Policlorados


Esse produto é um óleo isolante encontrado em muitos transformadores e capacitores,
apesar do seu uso estar proibido em novos equipamentos no Brasil desde 1981, por ser
considerado cancerígeno.

Os trabalhadores podem entrar em contato com esse óleo em atividades de manutenção.

Figura 3.6: Transformador de poste que utiliza óleo ascarel abandonado no meio
Fonte: ©Richard Webb/Geograph.org

Para saber mais sobre o óleo Bifenil Policlorados, acesse o site: <http://www.ecycle.com.br/component/content/
article/67/3020-pcbs-o-que-sao-contaminante-ambiente-cloro-bifenilos-policlorados-industria-brasil-ascarel-
proibido-eua-fabricacao-acidentes-efluentes-pop-persistente-bioacumulativo-tecidos-alimentos-peixes-como-evitar-
riscos.html>. Acesso em: 25/09/2016.

Riscos ergonômicos
Os riscos ergonômicos estão associados às atividades repetitivas e o trabalho descon-
fortável realizado em torres de alta tensão ou atividades realizadas por períodos longos
em escadas, dentro de canaletas e com equipamentos fora do alcance, necessitando de
esforço físico.

Unidade 3 – Riscos da energia elétrica em atividades no trabalho 37


Figura 3.7: Risco ergonômico
Fonte: ©Andrevruas/ Wikipédia

Descargas atmosféricas
A descarga atmosférica é um fenômeno natural imprevisível que ocorre durante as tem-
pestades. Esse fenômeno causa a destruição de equipamentos e instalações elétricas e
vários acidentes com pessoas e animais, devido à sua alta potência, que eleva o valor da
corrente elétrica dos circuitos.

Durante tempestades em que ocorrem descargas atmosféricas, não é recomendável rea-


lizar atividades relacionas com a energia elétrica, pois o trabalhador pode estar suscetível
a riscos de choque elétrico ou ser afetado pelo campo elétrico.

Radiação solar
Quando o trabalho é executado a céu aberto, o trabalhador pode estar exposto à radia-
ção ultravioleta emitida pelo Sol. Se o trabalhador ficar exposto por um tempo prolonga-
do a essa radiação, isso pode lhe causar câncer de pele.

Nesta unidade, vimos os principais riscos da eletricidade em atividade do trabalho que


podem afetar a saúde do trabalhador. É importante conhecer os riscos que a eletricidade
pode oferecer, pois ela não tem cheiro, barulho e não pode ser vista.

38 Segurança em Eletrotécnica
Depois de ter apreendido este conteúdo, certamente você estará preparado para seguir
para a próxima unidade e aprender as práticas de trabalho seguras e, assim, preservar a
saúde e a vida das pessoas, evitando acidentes.

Pratique
1. Quais são os principais riscos a que um trabalhador pode estar vulnerável com traba-
lhos ou atividades relacionados com a eletricidade?

2. O que caracteriza o risco indireto em atividades relacionadas com a eletricidade?

Unidade 3 – Riscos da energia elétrica em atividades no trabalho 39


Unidade

4 Práticas de trabalho
seguras com a eletrecidade

Fonte: © Dave Pape/Wikipédia


Nesta unidade serão estudadas as práticas de trabalho seguro com a eletricidade. É
imprescindível ao aluno conhecer as técnicas e seus procedimentos para realizar ati-
vidades com energia elétrica de forma segura.

Qual é a importância de seguir os procedimentos de segurança em trabalhos com o


uso da eletricidade? As práticas de trabalho segura com a eletricidade visam garantir
a segurança dos trabalhadores na execução de atividades relacionadas a energia elé-
trica como choque elétrico, arco elétrico e campo elétrico.

Introdução
Antes de executar um trabalho com eletricidade é necessário você seguir normas e di-
retrizes que forneçam procedimentos corretos para que os funcionários executem as
tarefas de formas seguras (ALMEIDA, 2012).

A Norma Regulamentadora para segurança em instalações e serviços em eletricidade


(NR-10), emitida pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), estabelece os requisitos
necessários e as condições mínimas objetivando à implementação de medidas de con-
trole e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores
que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricid-
ade (NR-10, 2016).

Segundo a NR-10 (2016), os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e


realizados em conformidade com procedimentos de trabalho específicos, padronizados,
com descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinados por um profissional
qualificado, habilitado ou autorizado que esteja de acordo com esta norma.

Segundo a NR-10 (2016), os principais procedimentos de segurança relacionados ao


risco de trabalho com a energia elétrica são: desenergização; aterramento (funcional, de
proteção e temporário); equipotencialização; seccionamento automático da alimenta-
ção; dispositivos a corrente de fuga; extrabaixa tensão; barreira e invólucros; bloqueios
e impedimentos; obstáculos e anteparos; isolamentos de partes vivas; isolação dupla e
reforçada; colocação fora de alcance e separação elétrica.

Desenergização
A desenergização é a medida mais eficiente contra o risco elétrico, pois os riscos de
acidentes de o trabalhador se envolver com energia elétrica se reduzem a níveis mui-

42 Segurança em Eletrotécnica
tos baixos. Segundo o tópico 10.5.1 da NR-10 (2016), somente serão consideradas as
instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados,
obedecida a seguinte sequência:

a) Seccionamento;

b) Impedimento de reenergização;

c) Constatação da ausência de tensão;

d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos


circuitos;

e) Proteção dos elementos energizados existen-


tes na zona controlada; A desenergização não consiste em desligar
simplesmente a energia elétrica, mas
f) Instalação da sinalização de impedimento dos abrange um conjunto de ações coordenadas,
dispositivos de seccionamento. organizadas e controladas.

Aterramento
O aterramento consiste em fazer uma ligação direta da instalação elétrica à terra. Em
casos de problemas nas instalações ou algum equipamento elétrico, o aterramento evita
a energização de componentes que pessoas ou animais possam ter contato direto, pois
possibilita um caminho de baixa resistência elétrica para a corrente elétrica fluir livremen-
te para a terra.

Figura 4.1: Exemplo de aterramento


Fonte: © Commander Keane/ Wikimedia Commons

Unidade 4 – Práticas de trabalho seguras com a eletrecidade 43


Tipos de aterramento:
• Aterramento funcional;

• Aterramento de proteção;

• Aterramento temporário.

Aterramento funcional
Este tipo de aterramento é feito para o funcionamento correto da instalação, sendo
aterrado um condutor vivo, que geralmente é o neutro. Isso se aplica também no ater-
ramento do neutro de sistemas trifásicos com ligações em estrela ou uma das fases nas
ligações em triângulo.

Aterramento de proteção
Este tipo de aterramento tem a finalidade de proteção contra choque elétrico de conta-
tos indiretos, é aplicado no aterramento de massas de equipamentos e elementos estra-
nhos na instalação elétrica. O aterramento de proteção pode ser aplicado nos seguintes
esquemas: TT, IT, TN-S, TN-C e TNC-S.

Na classificação dos esquemas de aterramento é utilizada a seguinte simbologia (NBR


5410:2004):

• Primeira letra (situação da alimentação em relação à terra):

• T = um ponto diretamente aterrado;

• I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento de um ponto


através de impedância;

• Segunda letra (situação das massas da instalação elétrica em relação à terra):

• T = massas diretamente aterradas, independente do aterramento eventual de um


ponto de alimentação;

• N = massas ligadas ao ponto da alimentação aterrado (em corrente alternada, o pon-


to aterrado é normalmente o ponto neutro);

44 Segurança em Eletrotécnica
• Outras letras (disposição do condutor neutro e do condutor de proteção para casos
eventuais):

• S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos;

• C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor (condutor


PEN);

Figura 4.2: Esquema de Aterramentos TN-S, TN-C-S e TN-C


Banco de Imagens DE (2017)

Figura 4.3: Esquema de Aterramento TT


Banco de Imagens DE (2017)

Unidade 4 – Práticas de trabalho seguras com a eletrecidade 45


Figura 4.4: Esquema de Aterramento IT
Banco de Imagens DE (2017)

Para o esquema IT:

A = sem aterramento da alimentação;

B = alimentação aterrada através de impedância;

B ⋅ 1 = massas aterradas em eletrodos separados e independentes do eletrodo de aterra-


mento da alimentação;

B ⋅ 2 = massas coletivamente aterradas em eletrodo independente do eletrodo de ater-


ramento da alimentação;

B ⋅ 3 = massas coletivamente aterradas no mesmo eletrodo da alimentação.

Aterramento temporário
O aterramento temporário tem a finalidade de permitir ações seguras de reparos quando
uma instalação está energizada.

46 Segurança em Eletrotécnica
Figura 4.5: Aterramento Temporário
Banco de Imagens DE (2017)

Equipotencialização
A equipotencialização consiste em interligar todos os sistemas de aterramento existentes
de uma instalação elétrica, pois entre os diferentes sistemas de aterramentos pode existir
diferença de potencial entre eles.

Figura 4.6: Equipotencialização


Banco de Imagens DE (2017)

Seccionamento automático da alimentação


Um dispositivo de proteção é responsável pelo seccionamento automático da alimenta-
ção de uma instalação que funciona por meio da circulação de uma corrente de falta en-
tre a parte viva e a massa do equipamento ou pelo condutor de proteção. Um dispositivo
que realiza esta tarefa é o disjuntor.

Unidade 4 – Práticas de trabalho seguras com a eletrecidade 47


Dispositivos de corrente de fuga
Os dispositivos de corrente de fuga estão relacionados com o seccionamento automá-
tico da alimentação. Os dispositivos de corrente de fuga são também conhecidos como
dispositivos a corrente diferencial e residual (DR). Este elemento monitora todos os con-
dutores vivos de uma instalação, incluindo o neutro. O dispositivo DR deve ser instalado
em série com o disjuntor, pois o mesmo só detecta corrente de fuga.

Figura 4.7: Dispositivo DR


Fonte: ©ABB ltd/Wikimedia Commons

Extrabaixa tensão
É uma medida de proteção que compreende nos valores de tensão que não necessitam
de condutores de proteção, cujo valor de corrente elétrica em caso de contato do corpo
humano com uma parte energizada não cause danos ao organismo. Os valores de extra-
baixa tensão são estabelecidas pela NR-10: para tensão alternada, não sendo superior a
50V, e para tensão contínua, não sendo superior a 120V, entre fases ou entre fase e terra.

Barreira e invólucros
As barreiras e os invólucros são usados com a finalidade de impedir o contato com as
partes vivas da instalação elétrica, seja ela intencional ou acidental.

48 Segurança em Eletrotécnica
Figura 4.8: Barreira e invólucros
Fonte: © Lemur12/ Wikimedia Commons

Bloqueio e impedimentos
Para a realização desse procedimento de segurança, são usados dispositivos de bloqueio
que têm a finalidade de impedir o acionamento de dispositivos de manobras e secciona-
mento, mantendo fixos fisicamente.

Figura 4.9: Bloqueio e Impedimentos


Fonte:©PIRO4D/Pixabay

Unidade 4 – Práticas de trabalho seguras com a eletrecidade 49


Obstáculos e anteparos
São destinados a impedir o contato involuntário, não intencional, com as partes vivas
durante atuações sobre o equipamento, estando o trabalhador em serviço normal (BAR-
ROS et. al., 2014).

Figura 4.10: Obstáculos e anteparos


Fonte:©Tashaat/Pixabay

Este procedimento de segurança não é válido para o contato que pode resultar de uma ação deliberada de ignorar ou
contornar o obstáculo.

Isolamento das partes vivas


Este procedimento tem a finalidade de separar partes condutoras expostas por meio
de materiais isolantes que formam uma camada de isolação que pode ser removida ou
destruída. O isolamento geralmente é feito de materiais como vernizes ou tintas com
propriedades isolantes e deve ser capaz de suportar choques mecânicos, variações térmi-
cas, químicas e elétricas.

Isolação dupla ou reforçada


A isolação dupla ou reforçada é composta por isolação básica e suplementar. A camada
de isolação suplementar tem a função de oferecer proteção contra choques elétricos,
caso a camada básica falhe.

50 Segurança em Eletrotécnica
Colocação fora de alcance
Este procedimento de segurança visa, parcialmente, impedir contatos eventuais com par-
tes vivas. O princípio da colocação fora de alcance consiste nos seguintes aspectos: se o
componente da instalação é acessível, não pode ser perigoso, e se é perigoso, não pode
ser acessível, ou seja, deve ser colocado fora de alcance.

Separação elétrica
A separação elétrica elimina o caminho de circulação de corrente elétrica pela terra, no
caso de uma pessoa entrar em contato com uma massa energizada. É implementada
com a instalação de um transformador de separação no qual tanto o circuito primário
quanto o secundário não são interligados à terra. A separação elétrica entre os circuitos
primário e secundário não possibilita caminho elétrico que permita passagem de corren-
te de fuga que possa causar choque elétrico (BARROS et. al., 2014).

Figura 4.11: Separação Elétrica


Fonte: © Chetvorno/ Wikimedia Commons

Conclusão da aula
Nesta unidade você aprendeu as práticas seguras em atividades relacionadas com a ele-
tricidade, desde desenergização de circuitos elétricos até separação elétrica. É impor-
tante você sempre estudar e relembrar este conteúdo para saber como agir durante a
execução do seu trabalho com a utilização da energia elétrica.

Unidade 4 – Práticas de trabalho seguras com a eletrecidade 51


O conteúdo desta unidade é um complemento da unidade anterior, referente a riscos
com atividades relacionadas à energia elétrica. Certamente, você dominando este conte-
údo, você estará habilitado a controlar os riscos com o uso da energia elétrica, evitando
assim acidentes.

Pratique
1. Qual é o procedimento sequencial de desenergização de uma instalação elétrica?

2. Quais são os tipos de aterramento de proteção?

52 Segurança em Eletrotécnica
Unidade

5 Equipamentos de proteção
individual e coletiva

Fonte: Shutterstock - Banco de dados do IFPR


Nesta unidade você aprenderá sobre o uso de equipamentos de proteção individual
e coletiva durante a execução de trabalhos relacionados com a eletricidade. Qual é a
equipamentos de proteção individual e coletiva?

Os equipamentos de proteção individual e os equipamentos de proteção coletiva visam


proteger os trabalhadores na execução de atividades que ofereçam riscos a sua saúde.

Equipamentos de proteção
individual (EPIs)
Os EPIs são usados quando as medidas de proteção coletivas são insuficientes no controle
de riscos à saúde dos trabalhadores, que deve atende a NR-6 (Norma Regulamentadora
estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego).

Segundo a NR-6 (2016), todo equipamento de proteção individual, de fabricação na-


cional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Cer-
tificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco,


em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;

c) para atender a situações de emergência.

A NR-6 atribui as seguintes responsabilidades ao empregador e ao empregado:

Cabe ao empregador, quanto ao EPI:

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir seu uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em


matéria de segurança e saúde no trabalho;

54 Segurança em Eletrotécnica
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou


sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT n. 107, de 25 de agosto de 2009).

Cabe ao empregado, quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;

d) cumprir as determinações do empregador so-


bre o uso adequado.
A não utilização de EPIs e EPCs na
execução de atividades elétricas por parte
do empregado ou do empregador, além
A seguir são apresentados os EPIs mais usados dos riscos de acidentes, está sujeita a
em atividades relacionados com eletricidade. multas. Para saber mais sobre punições
pelo não comprimento da NR-6, consulte
o site <http://www.guiatrabalhista.com.br/
legislacao/nr/nr28.htm>. Acesso em: 29
set. 2016.

Capacete de proteção
O capacete de proteção tem a finalidade de proteger a cabeça do trabalhador em am-
bientes ao ar livre ou confinado contra impactos proveniente de projeção de objetos,
queda, choque elétrico, queimaduras e irradiação solar.

Figura 5.1: Capacete de proteção


Fonte: © OpenClipart-Vectors

Unidade 5 – Equipamentos de proteção individual e coletiva 55


Óculos de segurança
Este EPI tem a finalidade de proteger os olhos contra impactos mecânicos, projeção de
partículas e raios ultravioletas.

Figura 5.2: Óculos de proteção


Fonte: © Geoffrey Whiteway/Freepik

Luva isolante de borracha


Este EPI é utilizado para proteção das mãos do profissional contra choques elétricos em
atividades com circuitos elétricos energizados. As luvas isolantes podem ser dos tipos I
(sem resistência ao ozônio) e II (resistente ao ozônio). De acordos com valores de tensões
(tabelas 5.1 e 5.2), as luvas são classificadas nas classes: 00, 0, 1, 2, 3 e 4.

Tabela 5.1: Propriedades elétricas para correntes alternadas

Corrente máxima de fuga (mA)


Classes das Tensão
Tensão máxima Tensão mínima de
luvas de ensaio (valor
de uso (V) perfuração
eficaz) V
Luva de Luva de Luva de Luva de
267mm 356mm 406mm 457mm

00 2.500 500 5.000 6 10 12 14

0 5.000 1.000 6.000 8 12 14 16

1 10.000 7.500 20.000 - 14 16 18

2 20.000 17.000 30.000 - 16 18 20

3 30.000 26.500 40.000 - 18 20 22

4 40.000 36.000 50.000 - - 22 14


Fonte: NBR-10622 (1989)

56 Segurança em Eletrotécnica
Tabela 5.2: Propriedades elétricas para corrente contínua
Tensão de ensaio (valor Tensão máxima de uso Tensão mínima de perfura-
Classes das luvas
médio) V (valor médio) (V) ção (valor médio) (V)

00 10.000 750 20.000

0 20.000 1.500 35.000

1 40.000 11.250 60.000

2 50.000 25.500 70.000

3 60.000 39.750 80.000

4 70.000 54.000 90.000


Fonte: NBR-10622 (1989)

De acordo com NBR-10622 (1989), as luvas devem ter informações marcadas no dorso
de maneira clara e permanente e sem comprometer as propriedades de isolação das
luvas. A marcação deve ser isolante e deve conter: nome do fabricante, tipo, classe, ta-
manho, número da norma (NBR-10622), número do certificado da aprovação e número
de série. Na marcação deve ser de cor especificada para cada classe da luva:

a) Classe 00 – bege;

b) Classe 0 – vermelha;

c) Classe 1 – branca;

d) Classe 2 – amarela;

e) Classe 3 – verde;

f) Classe 4 – laranja.

Para higienização da luva isolante deve-se:

• lavar com água e detergente neutro;

• enxaguar com água;

• secar ao ar livre e à sombra;

• polvilhar internamente com talco industrial.

• Seguem as orientações para conservação da luva:

Unidade 5 – Equipamentos de proteção individual e coletiva 57


• Armazenar em bolsa apropriada, sem dobrar, enrugar ou comprimir;

• Armazenar em local protegido da umidade, da ação direta de raios solares, de produ-


tos químicos, solventes, vapores e fumos.

.
Figura 5.3: Luva isolante de borracha
Banco de Imagens DE (2017)

Luva de cobertura para proteção da luva isolante


de borracha
Esta luva não possui função isolante, mas tem função de proteção mecânica da luva iso-
lante. Com relação à higienização da luva de cobertura orienta-se limpar utilizando pano
limpo, umedecido em água, e secar à sombra.

As orientações para conservação da luva de cobertura são:

• Armazená-las protegidas de fontes de calor;

• Se molhadas ou úmidas, secar à sombra.

Figura 5.4: Luva de cobertura para proteção da luva de borracha


Fonte:© Hans/Pixabay

58 Segurança em Eletrotécnica
Manga isolante
A manga isolante é utilizada para a proteção do braço e do antebraço do profissional
contra choque elétrico durante trabalhos em circuitos elétricos energizados. As orienta-
ções relacionadas com a higienização da manga isolante são:

• Lavar com água e detergente neutro;

• Secar ao ar livre e à sombra;

• Polvilhar com talco industrial externa e internamente.

• Para conservação da manga:

• Armazenar em saco plástico, em ambiente seco e ventilado;

• Se molhada, secar à sombra;

• Nunca secar ao Sol (pode causar ressecamento).

Figura 5.5: Manga isolante


Banco de Imagens DE (2017)

Calçado de segurança
Este EPI é usado na proteção dos pés do trabalhador contra perfuração, impacto, choque
elétricos. As orientações para conservação do calçado de segurança são:

Unidade 5 – Equipamentos de proteção individual e coletiva 59


• Armazenar em local limpo, livre de poeira e umidade;

• Se molhado, secar à sombra;

• Engraxar com pasta adequada para a conservação do couro.

Figura 5.6: Calçado de segurança


Fonte:© Barescar90 /Pixabay

Equipamentos de proteção coletiva (EPCs)


Os equipamentos de proteção coletiva (EPCs) devem ser adotados no desenvolvimento
de serviços elétricos e nas proximidades. EPC é todo dispositivo, sistema ou meio, fixo ou
móvel, de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde dos
trabalhadores usuários e terceiros (BARROS et. al., 2014).

Os principais EPCs utilizados em serviços de eletricidade são apresentados a seguir:

Cone de sinalização
O cone de sinalização é destinado à sinalização de áreas
de trabalho e obras em vias públicas ou rodovias e tam-
bém na orientação de trânsito de pedestres e veículos.

Figura 5.7: Cone de sinalização.


Fita de sinalização Fonte: © Clker-Free-Vector-Images.

Este EPC é utilizado na delimitação e noisolamento de áreas de trabalho.

60 Segurança em Eletrotécnica
Figura 5.8: Fita de sinalização
Fonte: © Lindsay_Jayne/ /Pixabay

Grade metálica dobrável


É utilizada no isolamento de áreas de trabalhos como poços de inspeção, entrada de
galerias subterrâneas.

Figura 5.9: Grade metálica dobrável


Fonte: ©taniadimas/Pixabay

Sinalizador STROBO
É utilizado para identificação de serviços como obras, acidentes e atendimento em ruas
e rodovias.

Unidade 5 – Equipamentos de proteção individual e coletiva 61


Tapete de borracha isolante
Os tapetes de borracha isolante são utilizados em equipamentos e instalações que evol-
vam manobras de desligamento e religamento.

Figura 5.10: Tapete de borracha isolante


Banco de Imagens DE (2017)

Aterramento temporário
O aterramento temporário tem a função de equipotencializar as três fases e o aterra-
mento de uma instalação durante a realização de um serviço de manutenção. Este EPC é
composto por um conjunto de quatro garras interligadas por um cabo.

Placas de sinalização
As placas de sinalização têm a finalidade de avisar, advertir, alertar e proibir as pessoas
quanto aos riscos ou às condições de perigos existentes. Elas também sinalizam proibi-
ções de acesso, cuidados e identificação dos circuitos.

Figura 5.11: Placas de sinalização


Fonte: © MMJ Brindes

62 Segurança em Eletrotécnica
Nesta Unidade, vimos os conceitos de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), Equi-
pamentos de Proteção Coletiva (EPCs) e sua importância na utilização nos trabalhos
relacionados com a eletricidade para prevenção contra eventuais acidentes.

Para avançar para a próxima Unidade, é imprescindível ter aprendido sobre a importância
do uso cada EPIs na proteção individual e a aplicação de cada EPC nos trabalhos execu-
tados de forma coletiva.

Lembre-se de que os conceitos aprendidos são fundamentais para a realização de ativi-


dades com a energia elétrica e o uso dos EPIs e EPCs é obrigatório, pois sua finalidade é
preservar a vida.

Pratique
O que seriam os EPIs, os EPCs e qual a sua importância na utilização nos trabalhos rela-
cionados com a eletricidade?

Resposta esperada:

Os EPIs são os equipamentos de proteção individual, que visam proteger a pessoa com
os riscos da eletricidade. Os EPC são dispositivos utilizados em trabalhos executados de
forma coletiva, que visam avisar, alertar, proibir ou advertir as pessoas sobre os perigos
na execução das atividades do trabalho.

Unidade 5 – Equipamentos de proteção individual e coletiva 63


Unidade

6 Procedimentos no trabalho
contra incêndio e explosão

Fonte: © Clker-Free-Vector-Images/Pixabay.
Nesta unidade você estudará os procedimentos no trabalho contra incêndio e explo-
são. É importante estudar este conteúdo porque problemas com a eletricidade é uma
das causas de acidentes relacionadas a incêndios e explosões.

Como a eletricidade causa estes problemas?

Uma das formas de prevenção de acidentes com incêndios e explosões é entender


como ambos são originados.

Incêndio e Explosão
O incêndio é um acidente em que materiais ou objetos entram em combustão (pega
fogo) e muitas pessoas envolvidas neste tipo de acidente acabam perdendo a vida. Uma
das causas é o mau uso da eletricidade. Uma instalação elétrica residencial ou predial mal
dimensionada, ou mal feita, tem grande probabilidade de risco de causar um incêndio.

Figura 6.1: incêndio em um prédio


Fonte: ©Sypecom/Wikimedia Commons

Uma explosão é caracterizada pela liberação súbita de grande quantidade de energia,


podendo ser em um ambiente confinado que tenha a mistura de ar e gás inflamável,
logo, qualquer faísca ou fonte de energia pode gerar a explosão.

66 Segurança em Eletrotécnica
Figura 6.2: explosão
Fonte: ©Ricky Brigante/Flickr

A NR-10 (2016) diz a respeito de como evitar


incêndios e explosões:
10.9 – Proteção contra incêndio e explosão.

10.9.1 – As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser do-
tadas de proteção contra incêndio e explosão, conforme dispõe a NR 23 – Proteção
Contra Incêndios.

10.9.2 – Materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação


em instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem
ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.

10.9.3 – Os processos ou equipamentos suscetíveis de gerar ou acumular eletricidade


estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de descarga elétrica.

10.9.4 – Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado


de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme
e secionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de iso-
lamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.

10.9.5 – Os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas, somente pode-


rão ser realizados mediante permissão para o trabalho com liberação formalizada,
conforme estabelece o item 10.5 ou supressão do agente de risco que determina a
classificação da área.

*Fonte: NR-10 (2016).

Unidade 6 – Procedimentos no trabalho contra incêndio e explosão 67


Combustão
A combustão é também como fogo, é uma reação química que transforma o combustí-
vel e comburente em calor e luz. A cor do fogo varia de acordo com o tipo de combus-
tível a ser queimado.

Para haver combustão são necessárias três condições básicas:

• um combustível;

• um comburente;

• uma fonte de calor.

A ausência de uma dessas condições ou se todos não estiverem em situações favoráveis


(em equilíbrio), não permite ocorrer a combustão. Atualmente essas condições básicas
de combustão podem ser representas pelo tetraedro de fogo ou quadrado de fogo.

Figura 6.3: tetraedro de fogo


Fonte: ©Júnior - CBMMA/Wikimedia Commons

Combustível
O combustível é o material que alimenta o fogo, o combustível pode estar no estado
sólido, líquido ou gasoso.

68 Segurança em Eletrotécnica
Combustível Sólido
O material sólido é aquele que deixa resíduos no final da sua combustão. Exemplos de
materiais sólidos: madeira, borracha, papel, tecidos, plásticos, etc.

Figura 6.4: combustível sólido em combustão


Fonte: © Pezibear/Pixabay

Combustível Líquido
O combustível líquido é aquele que libera gases durante a sua combustão. Os gases
liberados podem se tornar mais ou menos inflamáveis, dependendo da temperatura de
combustão. Os líquidos inflamáveis são classificados em: combustíveis voláteis e combus-
tíveis não voláteis.

Os combustíveis voláteis são líquidos inflamáveis que liberam gases na temperatura am-
biente, logo, estes devem ter o maior cuidado possível para evitar o contato com uma
fonte de calor. Exemplos desses materiais: gasolina, querosene, álcool, entre outros.

Os combustíveis não voláteis dependem de temperatura muito elevada para que a libe-
ração dos gases aconteça. Exemplos desses materiais: graxa, asfalto, piche, entre outros.

Figura 6.5: combustível líquido em chamas


Fonte:© Marines/ Flickr.

Unidade 6 – Procedimentos no trabalho contra incêndio e explosão 69


Combustível Gasoso
São os gases liberados pela combustão. São os materiais que têm mais facilidade de
entrar em combustão, portanto, é necessário mais cuidado em seu manejo. Exemplo de
gases: butano, metano, propano, entre outros.

Figura 6.6: gás de cozinha (combustível gasoso)


Fonte: © Agência Brasília/Flickr

Comburente
O aparecimento da chama depende da
É um dos elementos fundamentais para criar uma concentração de oxigênio. Se a concentração
combustão, sem ele não há aparecimento do de oxigênio está entre 0% a 8%, então não
há chama. Quando a combustão está lenta,
fogo. O oxigênio é o comburente mais conhecido
a concentração de oxigênio está entre 9 a
e o mais abundante. 13%. Para que a combustão se mantenha é
necessário que a concentração de oxigênio
esteja entre 14 a 21%.

Fonte de Calor
É a energia necessária para ativar a combustão,
a fonte de calor pode ser originada por diversas
formas, como por exemplo, uma descarga at- Materiais infláveis devem ficar distantes de
qualquer tipo de fonte de calor.
mosférica ou um curto circuito, ou até mesmo o
atrito de uma pedra com outra.

Reação em Cadeia
A reação em cadeia é o momento que o fogo consegue se manter. O material combustí-
vel ao entrar em combustão acaba liberando mais gases e, assim, alimenta ainda mais a
combustão que acaba se espalhando.

70 Segurança em Eletrotécnica
Pontos de Temperatura
Existem três pontos de temperatura para que ocorra uma combustão: o ponto de fulgor,
o ponto de combustão e o ponto de ignição.

O ponto de fulgor corresponde à temperatura mínima para que o material libere gases
e acaba entrando em combustão com auxílio de uma fonte de calor externa. Se retirar a
fonte de calor externa, o fogo se extingue porque a combustão não tem força suficiente
para se manter.

O ponto de combustão corresponde à temperatura em que o material inflável libera


gases e a combustão é iniciada com uma fonte de calor externa. Ela tem energia sufi-
ciente para se sustentar e se espalhar com reação em cadeia, mesmo se retirar a fonte
de calor externa.

O ponto de ignição corresponde à temperatura em que há liberação de gases do material


combustível no limite superior ao ponto de fulgor. A concentração elevada de gases e em
contato com o comburente, faz com que a combustão ocorra de forma espontânea sem
a necessidade de uma fonte externa de calor.

Figura 6.7: pontos de temperatura


Banco de Imagens DE (2016)

Propagação do Fogo
A propagação do fogo ocorre quando ele se espalha na reação em cadeia, sendo dividida
em três fases: condução, convecção e radiação.

A condução ocorre por contato direto na transmissão do fogo de um material combustí-


vel para outro, quando atinge seu ponto de fulgor, ele entra em combustão.

Unidade 6 – Procedimentos no trabalho contra incêndio e explosão 71


A convecção é a transmissão da massa de ar quente produzida pelo fogo que sobe (por
ser mais leve que o ar) até atingir um material combustível que eleva sua temperatura até
atingir o ponto de ignição. Assim, ocorre combustão em outro local sem a necessidade
de contato direto.

A radiação é a transmissão de energia por ondas de ar quente sem a necessidade de


nenhum meio material combustível, o material acaba sendo aquecido entre seu ponto
de ignição até que a combustão se inicie.

Formas de extinguir uma combustão


A combustão depende de três elementos: combustível, comburente e fonte de calor.
Para terminar com uma combustão é necessário eliminar um dos três. As formas de eli-
minar o fogo são: abafamento, resfriamento e retirada do material ou isolamento.

Abafamento
Consiste em retirar o oxigênio (o comburente).

Figura 6.8: extinção do fogo por abafamento


Fonte: ©Rama/Wikimedia Commons

72 Segurança em Eletrotécnica
Resfriamento
O resfriamento tem como finalidade reduzir a temperatura da combustão, logo, o mate-
rial em combustão deixa de gerar os gases e o fogo se cessa.

Figura 6.9: extinção do fogo por resfriamento


Fonte: ©BotMultichillT/ Wikimedia Commons

Retirada do material ou isolamento


Consiste em afastar o material combustível que está em combustão ou retirar os outros
materiais combustíveis localizados ao redor dele. Esta prática é usada quando não há
possibilidade de abafar ou resfriar uma combustão.

Figura 6.10: extinção do fogo por isolamento ou retirada do material


Fonte: © Rammstainar/Pixabay

Unidade 6 – Procedimentos no trabalho contra incêndio e explosão 73


Classes de Incêndio
A classe de incêndio é organizada e dividida em função do tipo de material combustível.

Classe A
Este tipo de incêndio é causado pela queima de materiais sólidos como madeira, papel
borracha, entre outros. Para extingui-lo é necessário retirar o calor do material em com-
bustão.

Classe B
O incêndio desta classe é caracterizado pela queima de materiais líquidos e gasosos
inflamáveis. Para extinguir este tipo de incêndio é necessário retirar o oxigênio, ou
seja, abafar.

Classe C
Os incêndios causados por esta classe são aqueles
referentes aos equipamentos que utilizam a ener- Um incêndio da Classe C não pode ser
combatido com materiais condutores, pois
gia elétrica como computadores, fios e cabos de pode agravar ainda mais o acidente. Este
uma instalação elétrica predial, materiais elétricos tipo de incêndio pode ser evitado com o
desligamento de equipamentos elétricos.
em geral, entre outros.

Classe D
Os materiais desta classe são metais que pegam fogo, sendo chamados de materiais pi-
rofóricos. Assim como nos materiais energizados da Classe C, nos desta classe, deve-se
ter cuidado em sua manipulação em casos de incêndios, pois pode piorar a gravidade
do acidente.

74 Segurança em Eletrotécnica
Classe K
Esta classe refere-se aos acidentes causados em cozinhas industriais. Por não possuírem
um extintor específico, podem agravar os acidentes. Exemplos desses tipos de materiais
são: óleo, banhas quentes, entre outros.

Extintores
Os extintores são equipamentos usados para apagar o fogo, mas só no início do incên-
dio. Eles são feitos à base de água, pó químico seco, espuma mecânica ou gás carbôni-
co. O extintor pode ser portátil (o mais usado) ou não, mas o extintor portátil não deve
ultrapassar os 25 Kg.

Figura 6.11: extintores de incêndios


Fonte: © Freepik

Tipos de Extintores

Extintor a base de água


Esse tipo de extintor é usado para incêndios da
Classe A, seu método de extinguir o fogo é por
resfriamento de materiais sólidos. Este tipo de O uso do extintor à base de água pode
causar explosões em incêndios da Classe B e
extintor é proibido para a utilização de incêndios choques elétricos nos incêndios da Classe C.
das Classes B e C.

Unidade 6 – Procedimentos no trabalho contra incêndio e explosão 75


Extintor de espuma mecânica
Este tipo de extintor pode ser usado nos incêndios das Classes A e B, pois ele retira o
oxigênio do ar causando o fim do fogo por abafamento ou o fim do incêndio por resfria-
mento, pois possui grande quantidade de água em sua composição. Este extintor não
deve ser usado em incêndios da Classe C, pois a espuma contém água que é condutora
de eletricidade.

Extintor de pó químico seco


Este extintor é usado em incêndios das Classes B e C e a base da extinção do fogo é por
retirada do oxigênio. Este extintor é constituído por bicarbonato de sódio.

Extintor de gás carbônico


A base de funcionamento deste extintor é o dióxido de carbono, que é um gás mais den-
so que o ar e atua de modo a retirar o oxigênio do ambiente. Este extintor é indicado
em incêndio das Classes B e C.

Extintor de pó químico especial


Este tipo de extintor é aplicado somente em incêndios da Classe D, ele age isolando o
metal da atmosfera e resfriando o material. O extintor de pó químico especial é compos-
to de cloreto de sódio, grafite ou pó de talco, entre outros.

Extintor de fosfato de monamônico


A base de funcionamento deste extintor é por abafamento, e composto por fosfato
monamônico que é um pó que isola materiais combustíveis da Classe A. Este composto
derrete e adere à superfície do material em combustão, impedindo que o combustível
sólido tenha outra ignição. Ele pode ser aplicado de forma eficiente em incêndios das
Classes A, B e C.

76 Segurança em Eletrotécnica
Extintor de acetato de potássio
O composto deste extintor é um pó que se dilui com a água para ficar úmido, esta
mistura não tem reação violenta em contato com o óleo, como a água tem, e age por
resfriamento. É aplicado em incêndios das Classes A e K.

Utilização do Extintor
• O extintor deve ser usado de forma correta, pois o mau uso pode agravar e espalhar
o incêndio. Para utilização do extintor deve-se seguir tais procedimentos (BARROS,
et. al., 2014):

• Leve o extintor até o local do fogo;

• Fique a uma distância segura;

• Retire o lacre de segurança, torcendo para o lado. Se não houver esta possibilidade,
puxe para fora;

• Com o extintor ainda no chão retire o pino de segurança do gatilho;

• Retire a mangueira e direcione para a base do fogo;

• Fique sempre na direção do vento e nunca contra a direção dele;

• Na hora do combate mantenha o extintor erguido e perto do seu corpo, assim, pode
se locomover melhor caso seja preciso, principalmente se o vento mudar de direção;

• Pressione o gatinho e mantenha apertado até o fim da combustão;

• Direcione o jato à base do fogo.

Unidade 6 – Procedimentos no trabalho contra incêndio e explosão 77


Figura 6.12: forma de como usar o extintor
Banco de Imagens DE (2016)

Rótulo de classe de fogo


• Os rótulos das classes de incêndio dos extintores são divididos em cores e desenhos
padronizados:

• A Classe A tem cor verde;

• A Classe B tem cor vermelha;

• A Casse C tem cor azul;

• A Classe D tem cor amarela;

• A Classe K tem cor preta;

Figura 6.13: classes de incêndios


Fonte: © Achim Berg/ /Wikimedia Commons

Nesta unidade você aprendeu o que seria uma combustão, como se origina e quais
as condições básicas para que a chama se mantenha ou se espalhe. Em seguida, você
aprendeu o que seria um incêndio e como ele é formado; também foi apresentado suas
formas de propagação e suas classes. Na última parte desta unidade, você aprendeu para
que serve um extintor, seus tipos e como ele deve ser aplicado no combate a incêndios.

Ao encerrar esta unidade é imprescindível você ter aprendido desde o que seria uma
combustão até a identificação dos extintores por selo. Os conhecimentos apresentados

78 Segurança em Eletrotécnica
nesta unidade não só são fundamentais para segurança em eletricidade, mas também
em situações do dia a dia das pessoas em que é comum ocorrer incêndios.

Pratique
1. Quais são os elementos básicos para a formação de uma combustão?

2. Como o extintor deve ser usado para apagar o início de um incêndio?

Primeiramente a pessoa deve verificar a classe do incêndio e pegar um extintor que cor-
responda a esta classe e seguir os seguintes procedimentos:

Leve o extintor até o local do fogo;

Fique a uma distância segura;

Retire o lacre de segurança, torcendo para o lado. Se não houver esta possibilidade, puxe
para fora;

Com o extintor ainda no chão retire o pino de segurança do gatilho;

Retire a mangueira e direcione para a base do fogo;

Fique sempre na direção do vento e nunca contra a direção dele;

Na hora do combate mantenha o extintor erguido e perto do seu corpo, assim pode se
locomover melhor caso seja preciso, principalmente se o vento mudar de direção;

Pressione o gatinho e mantenha apertado até o fim da combustão;

Direcione o jato à base do fogo.

Unidade 6 – Procedimentos no trabalho contra incêndio e explosão 79


Unidade

7 Normas regulamentadoras e
especificações da NR-10

Banco de Imagens DE (2016)


Nesta unidade serão apresentadas as normas regulamentadoras e especificações NR-
10. Qual é importância de conhecer as normas para realização de atividades relacio-
nadas a eletricidade?

As normas regulamentadoras do trabalho são um conjunto regras e procedimentos


que foram criadas com intuito preservar a vida das pessoas durante a execução de
um trabalho.

Normas regulamentadoras de trabalho


As Normas Regulamentadoras (NR), relativas à segurança e saúde do trabalho, são de
observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judici-
ário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O
não cumprimento das disposições legais e regulamentadoras sobre segurança e saúde no
trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação
pertinente (MTE, 2016).

As normas regulamentadoras publicadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego estão


apresentadas a seguir em formato resumido, elaborado por Neto (2016):

NR 1 – Disposições gerais
Determina que as normas regulamentadoras, relativas à segurança e medicina do traba-
lho, obrigatoriamente, deverão ser cumpridas por todas as empresas privadas e públicas,
desde que possuam empregados regidos de acordo com a CLT.

Determina, também, que a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho – SST – é o


órgão competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar todas as atividades
relacionadas à Segurança do Trabalho.

Da competência às Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTEs) regio-


nais, determina as responsabilidades do empregador e a dos empregados.

82 Segurança em Eletrotécnica
NR 2 – Inspeção prévia
Determina que todo estabelecimento novo deverá solicitar aprovação de suas instalações
ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego, que emitirá o CAI – Certificado de
Aprovação de Instalações –, por meio de modelo pré-estabelecido no próprio site do MTE. 

NR 3 – Embargo ou interdição
A SRTE poderá interditar/embargar o estabelecimento, as máquinas e o setor de serviços
se eles demonstrarem grave e iminente risco para o trabalhador, mediante laudo técnico,
e/ou exigir providências a serem adotadas para a regularização das irregularidades.

Em caso de interdição ou embargo em um determinado setor ou maquinários ou na


empresa toda, os empregados receberão os salários como se estivessem trabalhando. 

NR4 – Serviços especializados em engenharia de


segurança e em medicina do trabalho
A implantação do SESMT depende da gradação do risco da atividade principal da em-
presa (Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE) e do número total de
empregados do estabelecimento (Quadro 2).

Dependendo desses elementos, o SESMT deverá ser composto por Engenheiro de Segu-
rança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Auxiliar de Enfermagem
do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho.

O quantitativo dos membros do SESMT na empresa será definido mediante a quantidade


de empregados da empresa.

O SESMT tem por finalidade promover ações de prevenção e correção dos riscos encon-
trados para tornar o ambiente de trabalho um lugar seguro, compatível com a preserva-
ção da saúde, e com a segurança do trabalho. 

Unidade 7 – Normas regulamentadoras e especificações da NR-10 83


NR 5 – Comissão interna de prevenção de
acidentes – CIPA
Todas as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, instituições bene-
ficentes, cooperativas, clubes, desde que possuam empregados celetistas, dependendo
do grau de risco da empresa e do número mínimo de 20 empregados são obrigadas a
manter a CIPA. Este dimensionamento depende da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas – CNAE –, que remete a outra listagem de número de empregados.

Seu objetivo é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, tornando


compatível o trabalho com a preservação da saúde do trabalhador.

A CIPA é composta de um representante da empresa – Presidente (designado) – e re-


presentantes dos empregados, eleitos em escrutínio secreto, com mandato de um ano e
direito a uma reeleição e mais um ano de estabilidade.

Mesmo quando a empresa não precisar de ter membros eleitos de acordo com o di-
mensionamento previsto, ela deverá ter um membro designado pelo empregador. Esse
designado responderá pelas ações da CIPA na empresa.

NR 6 – Equipamentos de proteção individual


As empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados equipamentos de proteção
individual, destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. O EPI deve
ser entregue gratuitamente, e a entrega deverá ser registrada.

Todo equipamento deve ter o CA (Certificado de Aprovação) do Ministério do Trabalho


e Emprego, além disso, a empresa que importa EPIs também deverá ser registrada junto
ao Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim todo um
processo administrativo. 

NR 7 – Programa de controle médico de saúde


ocupacional
Essa norma estabelece, dentre outras coisas, a obrigatoriedade de exames médicos para
as empresas. São eles:

84 Segurança em Eletrotécnica
• Exame admissional;

• Exame periódico;

• Retorno ao trabalho;

• Mudança de função;

• Exame demissional;

• E exames complementares, dependendo do


grau de risco da empresa, e agentes agresso-
res presentes no ambiente de trabalho, a crité- Insalubridade
rio do médico do trabalho e dependendo dos Insalubridade: são condições de trabalho
que podem afetar de forma prejudicial à
quadros na própria NR 7, bem como, na NR 15 saúde dos trabalhadores.
(Insalubridade), existirão exames específicos
para cada risco que o trabalho possa gerar. 

NR 8 – Edificações
Esta norma define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção contra a
chuva, insolação excessiva ou falta de insolação, enfim, busca estabelecer condições do
conforto nos locais de trabalho.

É importante observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal. 

NR 9 – Programa de prevenção de riscos


ambientais
Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implantação do Programa de Prevenção de Ris-
cos Ambientais (PPRA) a todas as empresas que admitam trabalhadores como empregados.

O PPRA objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador, através da ante-


cipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou que
venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em vista a proteção ao meio ambiente
e até dos recursos naturais.

Unidade 7 – Normas regulamentadoras e especificações da NR-10 85


O PPRA é um programa dinâmico e se for levado a sério desde a elaboração até a execu-
ção das medidas preventivas, pode contribuir de forma bem significativa para a organiza-
ção das ações de prevenção de acidentes e doenças do trabalho dentro de cada empresa. 

NR 10 – Instalações e serviços de eletricidade


Visa estabelecer condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham
em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação,
manutenção, reforma e ampliação, cobrindo em nível preventivo usuários e terceiros.

NR 11 – Transporte, movimentação, armazenagem


e manuseio de materiais
Estabelece medidas de prevenção a Operação de Elevadores, Guindastes, Transportado-
res Industriais e Máquinas Transportadoras.

Trata da padronização dos procedimentos operacionais, e assim, busca garantir a segu-


rança de todos os envolvidos na atividade. 

NR 12 – Máquinas e equipamentos
Determina, dentre outras coisas, as instalações e áreas de trabalho, distâncias mínimas
entre as máquinas; os equipamentos; dispositivos de acionamento, partida e parada das
máquinas e equipamentos.

Em seus vários anexos os equipamentos são mostrados de forma bem detalhada, sempre
busca a padronização das medidas de prevenção a serem adotadas, a fim de obtermos
um trabalho mais seguro em todas as operações com o maquinário.

NR 13 – Caldeiras e vasos de pressão


Estabelece os procedimentos de segurança que devem ser observados nas atividades
referentes a projeto de construção, acompanhamento de operação e manutenção, ins-
peção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão.

86 Segurança em Eletrotécnica
Norma que exige treinamento específico para os seus operadores, contendo várias clas-
sificações e categorias, nas especialidades, devido, principalmente, ao seu elevado grau
de risco. 

NR 14 – Fornos
Define os parâmetros a serem observados para a instalação de fornos, cuidados com ga-
ses, chamas, líquidos. É importante observar as legislações pertinentes nos níveis federal,
estadual e municipal.

NR 15 – Atividades e operações insalubres


Com base na NR 15, o termo insalubridade é usado para definir o trabalho em um am-
biente hostil à saúde. Tem direito ao adicional de insalubridade devido o trabalhador que
exerce suas atividades em condições insalubres nos termos da NR 15. 

O artigo 189 DA CLT (Consolidação das leis do trabalho) também estabelece que:

“Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua nature-


za, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade
do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos”.

Os agentes causadores de insalubridade estão contidos nos anexos da NR 15, alguns exem-
plos de agentes insalubres são: ruído contínuo ou permanente; ruído de impacto; tolerân-
cia para exposição ao calor; radiações ionizantes; agentes químicos; e poeiras minerais.

Tanto a NR 15 quanto a NR 16 dependem de perícia, a cargo do Médico do Trabalho ou


do Engenheiro de Segurança do Trabalho. 

NR 16 – Atividades e operações perigosas


A NR 16 normatiza um adicional de 30% sobre o salário para o trabalho que exerce sua
atividade em situação perigosa.

Unidade 7 – Normas regulamentadoras e especificações da NR-10 87


A atividade é considerada perigosa quando tem potencial para causar dano imediato ao
trabalhador, por exemplo, atividades ligadas a explosivos, inflamáveis e energia elétrica.

Vale ressaltar que a atividade para ser considerada perigosa tem que estar listada na NR
16 do Ministério do Trabalho e Emprego. 

NR 17 – Ergonomia
Esta norma estabelece os parâmetros que permitem a adaptação das condições de tra-
balho às características psicofisiológicas do homem. Máquinas, ambiente, comunicações
dos elementos do sistema, informações, processamento, tomadas de decisões, organi-
zação, tudo isso gera consequências ao trabalhador, devendo ser avaliados, e, se neces-
sário, reorganizado.

Observe-se que as LER – Lesões por Esforços Repetitivos – e as denominadas DORT – Do-
ença Osteomuscular – relacionadas ao trabalho constituem o principal grupo de proble-
mas à saúde, reconhecidos pela sua relação laboral.

O termo DORT é muito mais abrangente que o termo LER, constante hoje das relações
de doenças profissionais da Previdência. 

NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho


na indústria da construção
Destina a regulamentar o elenco de providências a serem executadas, em função do cro-
nograma de uma obra, levando-se em conta os riscos de acidentes, doenças do trabalho
e suas respectivas medidas de segurança.

É sem dúvidas uma das legislações mais completas de todas as 35 que vigoram atu-
almente. 

NR 19 – Explosivos
Determina parâmetros para o depósito, manuseio e armazenagem de explosivos, objeti-
vando regulamentar medidas de segurança para esse tipo de trabalho que é de alto risco. 

88 Segurança em Eletrotécnica
NR 20 – Segurança e saúde no trabalho com
inflamáveis e combustíveis
Define os parâmetros para as atividades de extração, produção, armazenamento, trans-
ferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis. 

NR 21 – Trabalho a céu aberto


Define o tipo de proteção que deve ser fornecida pela empresa aos trabalhadores que
atuam sem abrigo contra intempéries (insolação, condições sanitárias, água, etc.). 

NR 22 – Segurança e saúde ocupacional na


mineração
Estabelece normas para a segurança dos trabalhadores indústria da mineração, objeti-
vando a busca permanente por um ambiente de trabalho seguro.

A mineração tem normas bem específicas. Alguns itens são exclusivos da mineração,
como o PGR (Programa de Gerenciamento de Risco) e o CIPAMIN.  

NR 23 – Proteção contra incêndios


Em 2011 essa norma foi alterada e já não tem muito a oferecer. Todas as empresas de-
vem possuir proteção contra incêndio; saídas para retirada de pessoal em serviço e/ou
público; pessoal treinado; e equipamentos.

Todas as questões relacionadas a incêndios devem ser resolvidas observando as legisla-


ções estaduais do Corpo de Bombeiros.

NR 24 – Condições sanitárias e de conforto nos


locais do trabalho
Todo estabelecimento deve atender as denominações desta norma. Ele busca adequar
banheiros, vestiários, refeitórios, alojamentos e outras questões de conforto.

Unidade 7 – Normas regulamentadoras e especificações da NR-10 89


Cabe a CIPA ou ao SESMT (onde houver), a observância e o cumprimento desta norma. É
importante observar também, se nas Convenções Coletivas de Trabalho de sua categoria
existe algum item sobre o assunto. 

NR 25 – Resíduos industriais
Trata da eliminação dos resíduos gasosos, sólidos, líquidos de alta toxidade, periculosida-
de, risco biológico, radioativo, relativos ao trabalho.

No caso de eliminação de resíduos, é importante consultar as normas estaduais e muni-


cipais relacionadas. 

NR 26 – Sinalização de segurança
Em 2011 a NR 26 foi alterada e já não oferece muito. Ela determina as cores a serem
observadas na segurança do trabalho como forma de prevenção, evitando a distração,
confusão e fadiga do trabalhador, bem como cuidados especiais quanto a produtos e
locais perigosos.

Qualquer dúvida sobre o tema deve ser esclarecida com as normas estaduais e NBR’s.

NR 27 – Registro profissional do técnico de


segurança
Apesar de ainda constar em todos os livros de NR, esta norma foi revogada. 

NR 28 – Fiscalização e penalidades
Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização trabalhista de segurança
e medicina do trabalho, tanto a concessão de prazos às empresas para a correção de irre-
gularidades técnicas, como também no que concerne ao procedimento de autuação por
infração às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do trabalho, e valores
de multas. 

90 Segurança em Eletrotécnica
NR 29 – Norma regulamentadora de segurança e
saúde no trabalho portuário
Tem por objetivo regulamentar a proteção e prevenção contra acidentes e doenças pro-
fissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições
possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários.

As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações


tanto a bordo quanto em terra, assim como aos demais trabalhadores que exerçam ativi-
dades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias,
situadas dentro ou fora da área do porto organizado. 

NR 30 – Segurança e saúde no trabalho aquaviário


Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no transporte de
mercadorias ou de passageiros; na navegação marítima de longo curso; na cabota-
gem;, na navegação interior; no serviço de reboque em alto-mar; bem como em pla-
taformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento; e embarcações de apoio
marítimo e portuário.

A observância desta Norma Regulamentadora não desobriga as empresas do cumpri-


mento de outras disposições legais com relação à matéria e outras oriundas de conven-
ções, acordos e contratos coletivos de trabalho. 

NR 31- Segurança e saúde no trabalho na


agricultura, pecuária, silvicultura, exploração
florestal e aquicultura
Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho,
de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento de quaisquer ativida-
des de agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segu-
rança, saúde e o meio ambiente do trabalho. 

Unidade 7 – Normas regulamentadoras e especificações da NR-10 91


NR 32 – Segurança e saúde no trabalho em
serviços de saúde
Tem por finalidade estabelecer diretrizes básicas para implementação de medidas de
proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como
daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

Norma bem específica para regulamentar inclusive os programas de prevenção que têm
traços bem particulares nesta atividade. 

NR 33 – Segurança e saúde nos trabalhos em


espaços confinados
Tem por objetivo estabelecer requisitos mínimos para a identificação de espaços confina-
dos e o controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a seguran-
ça e a saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nesses espaços.

Entende-se por espaço confinado qualquer área não projetada para ocupação humana,
que tenha meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação seja insuficiente para re-
mover os contaminantes, que possa existir enriquecimento ou insuficiência de oxigênio
exigido para uma respiração natural.

NR 34 – Condições e meio ambiente de trabalho


na indústria da construção e reparação naval
Estabelece requisitos mínimos às medidas de proteção e segurança, à saúde e ao meio
ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. Englo-
ba assuntos como APR (Análise Preliminar de Risco), DDS (Diálogo Diário de Segurança),
PT (Permissão de Trabalho), EPI (Equipamento de Proteção Individual), EPC (Equipamento
de Proteção Coletiva), dentre outros.

NR 35 – Trabalho em altura
Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altu-
ra, envolvendo o planejamento, a organização, a execução, o treinamento de funcioná-

92 Segurança em Eletrotécnica
rios, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou
indiretamente com esta atividade. 

NR 36 – Segurança e saúde no trabalho em


empresas de abate e processamento de carnes e
derivados
O objetivo da Norma Regulamentadora 36 é estabelecer os requisitos mínimos para
a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desen-
volvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao
consumo humano.

A NR 36 visa o estabelecimento e procedimentos


de trabalho de forma a garantir permanentemen-
Cada Norma Regulamentar se refere a
te a segurança, a saúde e a qualidade de vida no cada tipo específico de atividade, mas
trabalho, sem causar prejuízo da observância do é comum que uma atividade tenha que
estar de acordo com duas ou mais normas
normatizado nas demais Normas Regulamenta- regulamentares.
doras do Ministério do Trabalho e Emprego.

NR-10 e suas especificações


• Esta norma regulamentadora é aplicada na segurança em instalações e serviços em
eletricidade, sendo suas especificações divididas em 14 itens. A NR-10 e suas especi-
ficações são apresentadas a seguir:

• 10.1 – OBJETIVOS E CAMPO DE APLICAÇÃO;

• 10.2 – MEDIDAS DE CONTROLE;

• 10.3 – SEGURANÇA EM PROJETOS;

• 10.4 – SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E MANU-


TENÇÃO;

• 10.5 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGIZADAS;

• 10.6 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS;

Unidade 7 – Normas regulamentadoras e especificações da NR-10 93


• 10.7 – TRABALHOS ENVOLVENDO ALTA TENSÃO;

• 10.8 – HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DOS


TRABALHADORES;

• 10.9 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÃO;

• 10.10 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA;

• 10.11 – PROCEDIMENTOS DE TRABALHO;

• 10.12 – SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA;

• 10.13 – RESPONSABILIDADES;

• 10.14 – DISPOSIÇÕES FINAIS.

Nesta unidade, não serão apresentadas as especificações de cada item, mas essa tarefa
ocorrerá nas próximas unidades nas aplicações de serviços relacionados à eletricidade.

Nesta unidade foi apresentado a você as normas regulamentadoras e os itens da NR-10


referentes aos procedimentos de segurança em trabalhos relacionados à manipulação de
eletricidade.

Nas próximas unidades você conhecerá as especificações dos principais itens da NR-10, é
importante que você conheça a NR-10 e use sempre como manual ou guia na execução,
manutenção, operação e acompanhamento de atividades e projetos. As atividades que
você irá realizar ou acompanhar na área de eletrotécnica devem estar de acordo com a
NR-10 ou também com outra norma regulamentadora se necessário.

O estudo da NR-10 pode ser monótono ou cansativo com a grande quantidade de itens que
devem ser seguidos, mas lembre-se de que estes itens, se seguidos corretamente, o ajudarão
a executar atividades no seu trabalho de forma segura. Assim minimizará riscos de acidentes
com eletricidade, não preservando somente a sua saúde, mas também a de outras pessoas.

Pratique
• A NR-10 é aplicada para qual tipo de serviço?

94 Segurança em Eletrotécnica
Unidade

8 Segurança de projetos, procedi-


mentos de manutenção de redes
energizadas e não energizadas

Fonte: ©Ibaf2008/Wikimedia Commons


Nesta unidade você estudará os procedimentos de manutenção e segurança desti-
nados a sistemas elétricos e instalações elétricas que operam muitas vezes em alta
tensão. Quais são os riscos da alta tensão?

Os procedimentos de segurança e manutenção visam garantir a saúde de pessoas


que trabalham com instalações elétricas.

Segurança em projetos
Segundo o item 10.3 da NR-10 (2016) referente à segurança em projetos, em uma
instalação elétrica deve ter especificações da utilização de dispositivos de desligamento
de circuitos e previsão de dispositivos de seccionamento de ação simultânea. O projeto
deve considerar o espaço seguro, quanto ao dimensionamento e a localização de seus
componentes e as influências externas, quando da operação e da realização de servi-
ços de construção e manutenção. O projeto deve definir o esquema de aterramento;
se tecnicamente viável, deve ser incorporado a dispositivos de seccionamento, além da
adoção de um esquema de aterramento temporário necessário. O projeto de instala-
ções elétricas deve ficar à disposição de profissionais autorizados e sempre atualizado
pela empresa.

O item 10.3.9 estabelece que o memorial descritivo do projeto deve conter, no mínimo,
os seguintes itens de segurança:

a) especificação das características relativas à proteção contra choques elétricos, quei-


maduras e outros riscos adicionais;

b) indicação de posição dos dispositivos de manobra dos circuitos elétricos: (Verde -


“D”, desligado; e Vermelho - “L”, ligado);

c) descrição do sistema de identificação de circuitos elétricos e equipamentos, incluindo


dispositivos de manobra, de controle, de proteção, de intertravamento, dos conduto-
res e os próprios equipamentos e estruturas, definindo como tais indicações devem
ser aplicadas fisicamente nos componentes das instalações;

d) recomendações de restrições e advertências quanto ao acesso de pessoas aos com-


ponentes das instalações;

e) precauções aplicáveis em face das influências externas;

f) o princípio funcional dos dispositivos de proteção, constantes do projeto, destinados


à segurança das pessoas;

96 Segurança em Eletrotécnica
g) descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção com a instalação elétrica.

Segurança em instalações
elétricas desenergizadas
Todas as atividades envolvendo manutenção no setor elétrico devem priorizar os traba-
lhos com circuitos desenergizados. Apesar de desenergizadas devem obedecer a proce-
dimentos e medidas de segurança adequado (CPNSP, 2005).

Segundo a NR-10 (2016), somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétri-


cas liberadas para serviços mediante os procedimentos apropriados: seccionamento, impe-
dimento de reenergização, constatação da ausência de tensão, instalação de aterramento
temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos, proteção dos elementos
energizados existentes, instalação da sinalização de impedimento de energização.

Figura 8.1: Atividade em rede elétrica desenergizada


Fonte: © Andrevruas/Wikimedia Commons

Manutenção em linhas de transmissão energizadas


A manutenção de linhas vivas deve ser reali-
zada mediante a adoção de procedimentos e
metodologias que garantam a segurança dos Linhas vivas
termo que se refere às linhas de transmissão
trabalhadores. Nesta condição de trabalho as energizadas.
atividades devem ser realizadas mediante os mé-
todos abaixo descritos (CPNSP, 2005):

Unidade 8 – Segurança de projetos,


97
procedimentos de manutenção de redes energizadas e não energizadas
Método ao contato
O trabalhador tem contato com a rede energizada, mas não fica no mesmo potencial da
rede elétrica, pois está devidamente isolado desta, utilizando equipamentos de proteção
individual e equipamentos de proteção coletiva adequados a tensão da rede.

Figura 8.2: Método de contato


Fonte: ©CNFL/Flickr

Método ao potencial
É o método onde o trabalhador fica em contato direto com a tensão da rede, no mesmo
potencial. Nesse método é necessário o emprego de medidas de segurança que garan-
tam o mesmo potencial elétrico no corpo inteiro do trabalhador, devendo ser utilizado
conjunto de vestimenta condutiva (roupas, capuzes, luvas e botas), ligadas através de
cabo condutor elétrico e cinto à rede objeto da atividade.

Figura 8.3: Método ao potencial


Fonte: © htraue/Pixabay

98 Segurança em Eletrotécnica
Método à distância
É o método onde o trabalhador interage com a parte energizada a uma distância segura,
através do emprego de procedimentos, estruturas, equipamentos, ferramentas e dispo-
sitivos isolantes apropriados.

Figura 8.4: Método à distância


Fonte: © BotMultichillT/Wikimedia Commons.

Zona de Risco e Zona Controlada


As Zonas de Risco (ZR) e Zona Controlada (ZC) são distâncias delimitadas estabelecidas
pela NR-10 para aproximação dos trabalhadores habilitados e autorizados para execu-
ção de serviços.

A ZR é o entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive


acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja apro-
ximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instru-
mentos apropriados de trabalho.

A ZC é o entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, de dimen-


sões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a
profissionais autorizados.

Unidade 8 – Segurança de projetos,


99
procedimentos de manutenção de redes energizadas e não energizadas
Tabela 8.1: Tabelas de raios de delimitação de zonas de risco, controlado e livre.
Faixa de tensão Rr - Raio de Delimitação entre zona de Rc - Raio de delimitação entre zona
Nominal da instalação elétrica em kV risco e controlada em metros controlada e livre em metros

<1 0,20 0,70


≥1 e <3 0,22 1,22
≥3 e <6 0,25 1,25
≥6 e <10 0,35 1,35
≥10 e <15 0,38 1,38
≥15 e <20 0,40 1,40
≥20 e <30 0,56 1,56
≥30 e <36 0,58 1,58
≥36 e <45 0,63 1,63
≥45 e <60 0,83 1,83
≥60 e <70 0,90 1,90
≥70 e <110 1,00 2,00
≥110 e <132 1,10 3,10
≥132 e <150 1,20 3,20
≥150 e <220 1,60 3,60
≥220 e <275 1,80 3,80
≥275 e <380 2,50 4,50
≥380 e <480 3,20 5,20
≥480 e <700 5,20 7,20
Fonte: NBR-10 (2016)

Figura 8.5: Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre: (a)
sem interposição de superfície de separação física adequada; (b) com interposição de superfície
de separação física adequada.
Banco de Imagens DE (2016)

100 Segurança em Eletrotécnica


Segurança em atividade com Alta Tensão
Os profissionais que forem executar atividades com alta tensão em instalações elétricas
ou em um sistema elétrico de potência devem seguir os itens estabelecidos pela NR-10.

No item 10.7.1 estabelece que os trabalhadores


que intervenham em instalações elétricas energiza-
das com alta tensão (AT), que exerçam suas ativi- Para saber mais sobre zona de risco
dades dentro dos limites estabelecidos como zonas e controlada, consulte o site < http://
ambientesst.com.br/zona-controlada-
controladas e de risco, conforme Anexo II, devem nr-10/.> Acesso em out de 2016.
atender ao disposto no item 10.8 da NR-10.

No item 10.7.2 estabelece que os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem rece-
ber treinamento de segurança, específico em segurança no Sistema Elétrico de Potência
(SEP) e em suas proximidades, com currículo mínimo, carga horária e demais determina-
ções estabelecidas no Anexo III da NR-10.

O item 10.7.3 estabelece que os serviços em instalações elétricas energizadas em AT,


bem como aqueles executados no Sistema Elétrico de Potência – SEP –, não podem ser
realizados individualmente.

O item10.7.4 estabelece que todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT,


bem como aquelas que interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante or-
dem de serviço específica para data e local, assinada por superior responsável pela área.

O item 10.7.5 estabelece que antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT,
o superior imediato e a equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem realizar
uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de
forma a atender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança em
eletricidade aplicáveis ao serviço.

O item 10.7.6 estabelece que os serviços em instalações elétricas energizadas em AT


somente podem ser realizados quando houver procedimentos específicos, detalhados e
assinados por profissional autorizado.

O item 10.7.7 estabelece que a intervenção em instalações elétricas energizadas em AT


dentro dos limites estabelecidos como zona de risco somente pode ser realizada median-
te a desativação, também conhecida como bloqueio, dos conjuntos e dispositivos de
religamento automático do circuito, sistema ou equipamento.

Unidade 8 – Segurança de projetos,


101
procedimentos de manutenção de redes energizadas e não energizadas
O item 10.7.7.1 estabelece que os equipamentos e dispositivos desativados devem ser
sinalizados com a identificação da condição de desativação, conforme procedimento de
trabalho específico padronizado.

O item 10.7.8 estabelece que os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou


equipados com materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão, devem ser sub-
metidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se as especi-
ficações do fabricante, os procedimentos da empresa e na ausência desses, anualmente.

O item 10.7.9 estabelece que todo trabalhador


em instalações elétricas energizadas em AT, bem
Qualquer atividade realizada em
como aqueles envolvidos em atividades no SEP
instalações energizadas ou não e ainda
devem dispor de equipamento que permita a co- em alta tensão, lembre-se de que é
municação permanente com os demais membros indispensável utilizar os equipamentos de
proteção individual e coletiva.
da equipe ou com o centro de operação durante
a realização do serviço.

Treinamentos específicos de acordo com NR-10


Segundo o item 10.7.2, da NR-10, o profissional que atuará em alta tensão deve receber
treinamento específico em segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP). A NR-10
define que os profissionais que atuam com eletricidade em uma empresa podem ser
classificados em trabalhadores habilitados, qualificados, capacitados e autorizados.

O trabalhador qualificado é aquele que tem formação comprovada no curso específico


de elétrica, reconhecido pelo sistema Oficial de ensino, enquanto que o trabalhador
habilitado já previamente qualificado tem registro legal no seu respectivo conselho de
classe. O profissional capacitado recebe formação dentro da empresa que trabalha atra-
vés do acompanhamento de um profissional habilitado ou autorizado. Os profissionais
autorizados são definidos através da permissão da empresa e podem ser trabalhadores
habilitados, qualificados ou capacitados.

Segundo o item 10.8.8.1, da NR-10, a empresa concederá autorização na forma desta


NR aos trabalhadores capacitados ou qualificados e aos profissionais habilitados que
tenham participado com avaliação e aproveitamento satisfatórios dos cursos constantes
do Anexo III da NR-10.

102 Segurança em Eletrotécnica


O item 10.8.8.2 estabelece que deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal,
sempre que ocorrer alguma das situações a seguir:

a) troca de função ou mudança de empresa;

b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três meses;

c) modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e


organização do trabalho.

O item 10.8.8.3 estabelece que a carga horária e o conteúdo programático dos treina-
mentos de reciclagem destinados ao atendimento das alíneas “a”, “b” e “c” do item
10.8.8.2 devem atender às necessidades da situação que o motivou.

O item 10.8.8.4 estabelece que os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos
de treinamento especifico de acordo com risco envolvido.

Segundo o item 10.8.9, os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações


elétricas desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona controlada devem ser ins-
truídos formalmente com conhecimentos que permitam identificar e avaliar seus possí-
veis riscos e adotar as precauções cabíveis.

Nesta unidade, você aprendeu sobre os conceitos de segurança de projetos, manutenção


de redes energizadas, desenergizadas, atividades em alta tensão e treinamento específi-
co de acordo com a NR-10.

Independente se a instalação esteja desenergizada ou não, é necessário estudar seus


procedimentos de manutenção e segurança de forma adequada, principalmente, em
casos que a rede elétrica não pode ser desligada.

Pratique
1. Quais são os métodos para a manutenção de linhas vivas?

2. Qual é o período que os profissionais autorizados, capacitados ou habilitados de uma


empresa devem fazer cursos de reciclagem para sua atualização?

Unidade 8 – Segurança de projetos,


103
procedimentos de manutenção de redes energizadas e não energizadas
Unidade

9 NR-12: segurança no trabalho


em máquinas e equipamentos

Fonte: ©Pragdon/Wikimedia Commons


Nesta unidade, será apresentada a você as principais recomendações e os procedi-
mentos da NR-12 com maior ênfase aplicada à segurança e às atividades com insta-
lações e equipamentos elétricos. Quais são os riscos que as atividades com máquinas
podem oferecer?

A NR-12 é norma regulamentadora referente à segurança no trabalho em máquinas


e equipamentos.

Princípios gerais da NR-12


A NR-12 define as condições e requisitos mínimos quanto à instalação, deslocamento,
fabricação, limpeza, inspeção, desativação, montagem, ajuste, operação e manutenção
de máquinas e equipamentos no ambiente de
trabalho com o objetivo garantir a segurança e a
saúde dos operadores e transeuntes no local de Transeunte
Pessoa transitando ou de passagem por
trabalho (NR-12, 2016). algum lugar.

A NR-12 é aplicada para equipamentos novos ou usados, com exceção nos itens em que
houver menção específica quanto a sua aplicabilidade. Esta norma não se aplica para
máquinas e equipamentos (item 12.2B):

a) movidos por força animal ou humana;

b) não mais empregados para fins produtivos, por exemplo, antiguidades expostas em
museus e feiras ou eventos para fins históricos, desde que sejam adotadas medidas
que garantem a preservação da integridade física dos visitantes e expositores;

c) classificados como eletrodomésticos;

O item 12.2C estabelece que é permitida a movimentação segura de máquinas e equipa-


mentos fora das instalações físicas da empresa para reparos, adequações, modernização
tecnológica, desativação, desmonte e descarte.

Segundo o item 12.3, é responsabilidade do empregador adotar medidas de proteção


para o trabalho em máquinas e equipamentos, capazes de garantir a saúde e a integri-
dade física dos trabalhadores, e medidas apropriadas sempre que houver pessoas com
deficiência envolvidas direta ou indiretamente no trabalho.

106 Segurança em Eletrotécnica


As medidas de proteção consideradas devem adotar a seguinte ordem de prioridade
(item 12.4):

a) medidas de proteção coletiva;

b) medidas administrativas ou de organização do trabalho; e

c) medidas de proteção individual.

O item 12.5 estabelece que as características das máquinas e equipamentos do proces-


so, a apreciação de riscos e o estado da técnica devem ser consideradas, cabendo aos
trabalhadores:

a) cumprir todas as orientações relativas aos procedimentos seguros de operação, ali-


mentação, abastecimento, limpeza, manutenção, inspeção, transporte, desativação,
desmonte e descarte das máquinas e equipamentos;

b) não realizar qualquer tipo de alteração nas proteções mecânicas ou dispositivos de


segurança de máquinas e equipamentos, de maneira que possa colocar em risco a
sua saúde e integridade física ou de terceiros;

c) comunicar seu superior imediato se uma proteção ou dispositivo de segurança foi


removido, danificado ou se perdeu sua função;

d) participar dos treinamentos fornecidos pelo empregador para atender às exigências/


requisitos descritos nesta Norma;

e) colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas na NR-12.

Instalações e dispositivos elétricos


Segundo a NR-12 as instalações elétricas das máquinas e equipamentos elétricos devem
ser projetadas de modo a prevenir acidentes como choque elétrico, explosões, incêndios
e outros tipos de acidentes conforme a NR-10. Uma das formas de proteção recomenda-
da por essa norma é o aterramento de instalações, carcaças, invólucros, blindagens ou
outras partes condutoras da máquina e equipamento que não fazem parte do circuito
elétrico, mas que podem ficar sob tensão.

O item 12.16 estabelece que as instalações elétricas das máquinas e equipamentos que
estejam ou possam estar em contato direto ou indireto com água ou agentes corrosivos

Unidade 9 – NR-12: segurança no trabalho em máquinas e equipamentos 107


devem ser projetadas com meios e dispositivos que garantam sua blindagem, estanquei-
dade, isolamento e aterramento, de modo a prevenir a ocorrência de acidentes.

O item 12.17 estabelece que os condutores de alimentação elétrica das máquinas e equi-
pamentos devem atender aos seguintes requisitos mínimos de segurança:

a) oferecer resistência mecânica compatível com a sua utilização;

b) possuir proteção contra a possibilidade de rompimento mecânico, de contatos abra-


sivos e de contato com lubrificantes, combustíveis e calor;

c) localização de forma que nenhum segmento


fique em contato com as partes móveis ou Cantos vivos
cantos vivos; cantos com ângulos de 90º grau.

d) facilitar e não impedir o trânsito de pessoas e materiais ou a operação das máquinas;

e) não oferecer quaisquer outros tipos de riscos na sua localização; e

f) ser constituídos de materiais que não propaguem o fogo, ou seja, autoextinguíveis.

Segundo item 12.18 da NR-12, os quadros de energia das máquinas e equipamentos


devem atender aos seguintes requisitos mínimos de segurança:

a) possuir porta de acesso, mantida permanentemente fechada;

b) possuir sinalização quanto ao perigo de choque elétrico e restrição de acesso por


pessoas não autorizadas;

c) ser mantidos em bom estado de conservação, limpos e livres de objetos e ferramentas;

d) possuir proteção e identificação dos circuitos; e

e) atender ao grau de proteção adequado em função do ambiente de uso.

O item 12.19 estabelece que as ligações e derivações dos condutores elétricos das má-
quinas e equipamentos devem ser feitas mediante dispositivos apropriados e conforme
as normas técnicas oficiais vigentes, de modo a assegurar resistência mecânica e contato
elétrico adequado, com características equivalentes aos condutores elétricos utilizados e
proteção contra riscos.

Segundo os itens 12.20, 12.20.1 e 12.20.2 da NR-12, as instalações elétricas das má-
quinas e equipamentos que utilizem energia elétrica fornecida por uma fonte externa

108 Segurança em Eletrotécnica


devem possuir dispositivos de proteção contra sobrecorrente, sobretensão e dispositivo
monitorado de detecção de sequências de fases e de proteção quando a instalação pre-
ver inversão de fases.

O item 12.21 estabelece que são proibidas nas máquinas e equipamentos:

a) a utilização de chave geral como dispositivo de partida e parada;

b) a utilização de chaves tipo faca nos circuitos elétricos; e

c) a existência de partes energizadas expostas de circuitos que utilizam energia elétrica.

O item 12.22 estabelece que as baterias devem atender aos seguintes requisitos mínimos
de segurança:

a) localização de modo que sua manutenção e troca possam ser realizadas facilmente a
partir do solo ou de uma plataforma de apoio;

b) constituição e fixação de forma a não haver deslocamento acidental; e

c) proteção do terminal positivo, a fim de prevenir contato acidental e curto-circuito.

O item 12.23 estabelece que os serviços e substituições de baterias devem ser realizados
conforme indicação constante do manual de operação.

NR-12: Dispositivos de partida,


acionamento e parada
Segundo o item 12.24, os dispositivos de partida, acionamento e parada das máquinas
devem ser projetados, selecionados e instalados de modo que:

a) não se localizem em suas zonas perigosas;

b) possam ser acionados ou desligados em caso de emergência por outra pessoa que
não seja o operador;

c) impeçam acionamento ou desligamento involuntário pelo operador ou por qualquer


outra forma acidental;

d) não acarretem riscos adicionais; e

e) não possam ser burlados.

Unidade 9 – NR-12: segurança no trabalho em máquinas e equipamentos 109


O item 12.25 estabelece que os comandos de partida ou acionamento das máquinas devem
possuir dispositivos que impeçam seu funcionamento automático ao serem energizados.

O item 12.26 estabelece que quando forem utiliza-


dos dispositivos de acionamento do tipo comando
Comando bimanual
bimanual, visando a manter as mãos do operador
chaves que são movimentadas conjuntamente.
fora da zona de perigo, esses devem atender aos
seguintes requisitos mínimos do comando:

a) possuir atuação síncrona, ou seja, um sinal de saída deve ser gerado somente quando
os dois dispositivos de atuação do comando -botões- forem atuados com um retardo
de tempo menor ou igual a 0,5 s (meio segundo);

b) estar sob monitoramento automático por interface de segurança;

c) ter relação entre os sinais de entrada e saída, de modo que os sinais de entrada apli-
cados a cada um dos dois dispositivos de atuação do comando devem juntos se iniciar
e manter o sinal de saída do dispositivo de comando bimanual somente durante a
aplicação dos dois sinais;

d) o sinal de saída deve terminar quando houver desacionamento de qualquer dos dis-
positivos de atuação de comando;

e) possuir dispositivos de comando que exijam uma atuação intencional a fim de mini-
mizar a probabilidade de comando acidental;

f) possuir distanciamento e barreiras entre os dispositivos de atuação de comando para


dificultar a burla do efeito de proteção do dispositivo de comando bimanual; e

g) tornar possível o reinício do sinal de saída somente após a desativação dos dois dis-
positivos de atuação do comando.

Segundo o item 12.27, as máquinas operadas por dois ou mais dispositivos de comando bi-
manuais, a atuação síncrona é requerida somente para cada um dos dispositivos de comando
bimanuais e não entre dispositivos diferentes que devem manter simultaneidade entre si.

O item 12.28 estabelece que os dispositivos de comando bimanual devem ser posiciona-
dos a uma distância segura da zona de perigo, levando em consideração:

a) a forma, a disposição e o tempo de resposta do dispositivo de comando bimanual;

b) o tempo máximo necessário para a paralisação da máquina ou para a remoção do


perigo, após o término do sinal de saída do dispositivo de comando bimanual; e

110 Segurança em Eletrotécnica


c) a utilização projetada para a máquina.

O item 12.29 estabelece que os comandos bimanuais móveis instalados em pedestais devem:

a) manter-se estáveis em sua posição de trabalho; e

b) possuir altura compatível com o posto de trabalho para ficar ao alcance do operador
em sua posição de trabalho.

O item 12.30 estabelece que nas máquinas e equipamentos cuja operação requeira a
participação de mais de uma pessoa, o número de dispositivos de acionamento simultâ-
neos deve corresponder ao número de operadores expostos aos perigos decorrentes de
seu acionamento, de modo que o nível de proteção seja o mesmo para cada trabalhador.

Segundo o item 12.31, as máquinas ou equipamentos concebidos e fabricados para permitir


a utilização de vários modos de comando ou de funcionamento que apresentem níveis de
segurança diferentes, devem possuir um seletor que atenda aos seguintes requisitos:

a) bloqueio em cada posição, impedindo a sua mudança por pessoas não autorizadas;

b) correspondência de cada posição a um único modo de comando ou de funcionamento;

c) modo de comando selecionado com prioridade sobre todos os outros sistemas de


comando, com exceção da parada de emergência; e

d) a seleção deve ser visível, clara e facilmente identificável.

O item 12.32 estabelece que as máquinas e equipamentos devem possuir um sistema


que possibilite o bloqueio de seus dispositivos de acionamento, se por acaso ocorra acio-
namento por pessoas não autorizadas podem oferecer risco à saúde ou integridade física
de qualquer pessoa.

O item 12.33 estabelece que o acionamento e o desligamento simultâneo por um único


comando de um conjunto de máquinas e equipamentos ou de máquinas e equipamen-
tos de grande dimensão devem ser precedidos de sinal sonoro de alarme.

O item 12.34 estabelece que devem ser adotadas, quando necessárias, medidas adi-
cionais de alerta, como sinal visual e dispositivos de telecomunicação, considerando as
características do processo produtivo e dos trabalhadores.

O item 12.35 estabelece que as máquinas e equipamentos comandados por radiofrequ-


ência devem possuir proteção contra interferências eletromagnéticas acidentais.

Unidade 9 – NR-12: segurança no trabalho em máquinas e equipamentos 111


O item 12.36 estabelece que os componentes de partida, parada, acionamento e con-
troles que compõem a interface de operação das máquinas e equipamentos fabricados
a partir de 24 de março de 2012 devem:

a) possibilitar a instalação e funcionamento do sistema de parada de emergência, quan-


do aplicável, conforme itens e subitens do capítulo sobre dispositivos de parada de
emergência, desta norma; e

b) operar em extrabaixa tensão de até 25VCA (vinte e cinco volts em corrente alternada)
ou de até 60VCC (sessenta volts em corrente contínua), ou ser adotada outra medida
de proteção contra choques elétricos, conforme Normas Técnicas oficiais vigentes.

O item 12.37 estabelece que quando indicado pela apreciação de riscos, em função da
categoria de segurança requerida, o circuito elétrico do comando da partida e parada,
inclusive de emergência, do motor das máquinas e equipamentos deve ser redundante
e atender a uma das seguintes concepções, ou estar de acordo com o estabelecido pelas
normas técnicas nacionais vigentes e, na falta destas, pelas normas técnicas internacionais:

a) possuir, no mínimo, dois contatores ligados em série, com contatos mecanicamente


ligados ou contatos espelho, monitorados por interface de segurança;

b) utilizar um contator com contatos mecanica-


mente ligados ou contatos espelho, ligado em Contador
série a inversores ou conversores de frequên- chaves eletromecânicas que abrem e fecham
circuitos a partir de comandos elétricos.
cia ou soft starters que possua entrada de Soft starts
habilitação e que disponibilize um sinal de fa- equipamento que controla partida de
motores elétricos.
lha, monitorados por interface de segurança;

c) utilizar dois contatores com contatos mecanicamente ligados ou contatos espelho,


monitorados por interface de segurança, ligados em série a inversores ou conversores
de frequência ou soft starters que não possua entrada de habilitação e não disponi-
bilize um sinal de falha;

d) utilizar inversores ou conversores de frequência ou soft starters que possua entrada


de segurança e atenda aos requisitos da categoria de segurança requerida.

Sistemas de segurança
O item 12.38 estabelece que as zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem
possuir sistemas de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e

112 Segurança em Eletrotécnica


dispositivos de segurança interligados, que garantam proteção à saúde e à integridade
física dos trabalhadores.

Segundo o item 12.39, os sistemas de segurança devem ser selecionados e instalados de


modo a atender aos seguintes requisitos:

a) ter categoria de segurança conforme prévia análise de riscos prevista nas normas
técnicas oficiais vigentes;

b) estar sob a responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado;

c) possuir conformidade técnica com o sistema de comando a que são integrados;

d) instalação de modo que não possam ser neutralizados ou burlados;

e) manterem-se sob vigilância automática, ou seja, monitoramento, de acordo com a


categoria de segurança requerida, exceto para dispositivos de segurança exclusiva-
mente mecânicos; e

f) paralisação dos movimentos perigosos e demais riscos quando ocorrerem falhas ou


situações anormais de trabalho.

O item 12.40 estabelece que os sistemas de segurança, se indicado pela apreciação de


riscos, devem exigir rearme (“reset”) manual.

Segundo o item 12.41, considera-se proteção o elemento especificamente utilizado para


prover segurança por meio de barreira física, podendo ser:

a) proteção fixa, que deve ser mantida em sua posição de maneira permanente ou por
meio de elementos de fixação que só permitam sua remoção ou abertura com o uso
de ferramentas;

b) proteção móvel, que pode ser aberta sem o


uso de ferramentas, geralmente ligada por Intertravamento
Processo de ligação entre os contatos
elementos mecânicos à estrutura da máqui- auxiliares de vários dispositivos, pelo qual
na ou a um elemento fixo próximo, e deve se as posições de operação desses dispositivos
são dependentes umas das outras.
associar a dispositivos de intertravamento.

Segundo o item 12.42, consideram-se dispositivos de segurança os componentes que,


por si só ou interligados ou associados a proteções, reduzam os riscos de acidentes e de
outros agravos à saúde, sendo classificados em:

Unidade 9 – NR-12: segurança no trabalho em máquinas e equipamentos 113


a) comandos elétricos ou interfaces de segurança: dispositivos responsáveis por realizar
o monitoramento, que verificam a interligação, posição e funcionamento de outros
dispositivos do sistema e impedem a ocorrência de falha que provoque a perda da
função de segurança, como relés de segurança, controladores configuráveis de segu-
rança e controlador lógico programável - CLP de segurança;

b) dispositivos de intertravamento: chaves de segurança eletromecânicas, magnéti-


cas e eletrônicas codificadas, optoeletrônicas, sensores indutivos de segurança
e outros dispositivos de segurança que pos-
suem a finalidade de impedir o funciona-
Optoeletrônico
mento de elementos da máquina sob condi- Dispositivos eletrônicos que são acionados
ções específicas; a partir da detecção da luz.

c) sensores de segurança: dispositivos detectores de presença mecânicos e não mecânicos,


que atuam quando uma pessoa ou parte do seu corpo adentra a zona de detecção,
enviando um sinal para interromper ou impedir o início de funções perigosas, como
cortinas de luz, detectores de presença optoeletrônicos, laser de múltiplos feixes, bar-
reiras óticas, monitores de área, ou scanners, batentes, tapetes e sensores de posição;

d) válvulas e blocos de segurança ou sistemas pneumáticos e hidráulicos de mesma


eficácia;

e) dispositivos mecânicos, como: dispositivos de retenção, limitadores, separadores, em-


purradores, inibidores, defletores e retráteis; e

f) dispositivos de validação: dispositivos suplementares de comando operados manual-


mente, que, quando aplicados de modo permanente, habilitam o dispositivo de acio-
namento, como chaves seletoras bloqueáveis e dispositivos bloqueáveis.

O item 12.44 estabelece que a proteção deve ser móvel quando o acesso a uma zona
de perigo for requerido uma ou mais vezes por turno de trabalho, observando-se que:

a) a proteção deve ser associada a um dispositivo de intertravamento quando sua aber-


tura não possibilitar o acesso à zona de perigo antes da eliminação do risco; e

b) a proteção deve ser associada a um dispositivo de intertravamento com bloqueio quan-


do sua abertura possibilitar o acesso à zona de perigo antes da eliminação do risco.

O item 12.45 estabelece que as máquinas e equipamentos dotados de proteções móveis


associadas a dispositivos de intertravamento devem:

a) operar somente quando as proteções estiverem fechadas;

114 Segurança em Eletrotécnica


b) paralisar suas funções perigosas quando as proteções forem abertas durante a ope-
ração; e

c) garantir que o fechamento das proteções por si só não possa dar início às funções
perigosas

O item 12.46 estabelece que os dispositivos de intertravamento com bloqueio associados


às proteções móveis das máquinas e equipamentos devem:

a) permitir a operação somente enquanto a proteção estiver fechada e bloqueada;

b) manter a proteção fechada e bloqueada até que tenha sido eliminado o risco de lesão
devido às funções perigosas da máquina ou do equipamento; e

c) garantir que o fechamento e bloqueio da proteção por si só não possa dar início às
funções perigosas da máquina ou do equipamento.

O item 12.47 estabelece que as transmissões de força e os componentes móveis a elas


interligados, acessíveis ou expostos, devem possuir proteções fixas, ou móveis com dis-
positivos de intertravamento, que impeçam o acesso por todos os lados.

O item 12.48 estabelece que as máquinas e equipamentos que ofereçam risco de ruptu-
ra de suas partes, projeção de materiais, partículas ou substâncias, devem possuir prote-
ções que garantam a saúde e a segurança dos trabalhadores.

O item 12.49 estabelece que as proteções devem ser projetadas e construídas de modo
a atender aos seguintes requisitos de segurança:

a) cumprir suas funções apropriadamente durante a vida útil da máquina ou possibilitar


a reposição de partes deterioradas ou danificadas;

b) ser constituídas de materiais resistentes e adequados à contenção de projeção de


peças, materiais e partículas;

c) fixação firme e garantia de estabilidade e resistência mecânica compatíveis com os


esforços requeridos;

d) não criar pontos de esmagamento ou agarramento com partes da máquina ou com


outras proteções;

e) não possuir extremidades e arestas cortantes ou outras saliências perigosas;

f) resistir às condições ambientais do local onde estão instaladas;

Unidade 9 – NR-12: segurança no trabalho em máquinas e equipamentos 115


g) impedir que possam ser burladas;

h) proporcionar condições de higiene e limpeza;

i) impedir o acesso à zona de perigo;

j) ter seus dispositivos de intertravamento protegidos adequadamente contra sujidade,


poeiras e corrosão, se necessário;

k) ter ação positiva, ou seja, atuação de modo positivo; e

l) não acarretar riscos adicionais.

Segundo o item 12.50, quando a proteção for confeccionada com material descontínuo,
devem ser observadas as distâncias de segurança para impedir o acesso às zonas de pe-
rigo, conforme previsto no Anexo I, item A da NR-12.

O item 12.51 estabelece que durante a utilização de proteções distantes da máquina ou


equipamento com possibilidade de alguma pessoa ficar na zona de perigo, devem ser
adotadas medidas adicionais de proteção coletiva para impedir a partida da máquina
enquanto houver pessoas nessa zona.

O item 12.52 estabelece que as proteções também utilizadas como meio de acesso por
exigência das características da máquina ou do equipamento devem atender aos requisi-
tos de resistência e segurança adequados a ambas as finalidades.

O item 12.53 estabelece que deve haver proteção no fundo dos degraus da escada, ou
seja, nos espelhos, sempre que uma parte saliente do pé ou da mão possa contatar uma
zona perigosa.

O item 12.54 estabelece que as proteções, dispositivos e sistemas de segurança devem


integrar as máquinas e equipamentos, e não podem ser considerados itens opcionais
para qualquer fim.

O item 12.55 estabelece que em função do risco, poderá ser exigido projeto, diagrama
ou representação esquemática dos sistemas de segurança de máquinas, com respectivas
especificações técnicas em língua portuguesa.

O item 12.55.1 estabelece que quando a máquina não possuir a documentação técnica
exigida, o seu proprietário deve constituí-la, sob a responsabilidade de profissional legal-
mente habilitado e com respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica do Conselho
Regional de Engenharia e Arquitetura - ART/CREA.

116 Segurança em Eletrotécnica


Procedimentos de trabalhos e segurança
O item 12.130 estabelece que devem ser elaborados procedimentos de trabalho e segu-
rança específicos, padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo,
a partir da análise de risco.

O item 12.130.1 estabelece que os procedimentos de trabalho e segurança não podem


ser as únicas medidas de proteção adotadas para se prevenir acidentes, sendo considera-
dos complementos e não substitutos das medidas de proteção coletivas necessárias para
a garantia da segurança e saúde dos trabalhadores.

Segundo o item 12.131, ao início de cada turno de trabalho ou após nova preparação da
máquina ou equipamento, o operador deve efetuar inspeção rotineira das condições de
operacionalidade e segurança e, se constatadas anormalidades que afetem a segurança,
as atividades devem ser interrompidas, com a comunicação ao superior hierárquico.

O item 12.132 estabelece que os serviços que envolvam risco de acidentes de trabalho
em máquinas e equipamentos, exceto operação, devem ser planejados e realizados em
conformidade com os procedimentos de trabalho e segurança, sob supervisão e anuên-
cia expressa de profissional habilitado ou qualificado, desde que autorizados.

O item 12.132.1 estabelece que os serviços que envolvam risco de acidentes de trabalho
em máquinas e equipamentos, exceto operação, devem ser precedidos de ordens de
serviço – OS – específicas, contendo, no mínimo:

a) a descrição do serviço;

b) a data e o local de realização;

c) o nome e a função dos trabalhadores; e

d) os responsáveis pelo serviço e pela emissão da OS, de acordo com os procedimentos


de trabalho e segurança.

O item 12.132.2 estabelece que as empresas que


Esta unidade não representa a NR-12
não possuem serviço próprio de manutenção de por completo, mas itens referentes a
suas máquinas ficam desobrigadas de elaborar dispositivos, equipamentos, instalações,
sinalização e procedimentos de trabalho
procedimentos de trabalho e segurança para essa seguros. No trabalho específico com
finalidade. máquinas e equipamentos, é necessário
estudar todos os itens da NR-12.

Unidade 9 – NR-12: segurança no trabalho em máquinas e equipamentos 117


Nesta unidade, foram apresentados a você os principais itens da norma regulamentadora
NR-12 Segurança em Máquinas e Equipamentos, relacionados com atividades que utilizam
a eletricidade, sinalização de segurança e procedimentos de trabalho e segurança.

Os itens da NR-12 representam uma parte da


norma, caso você trabalhe com máquinas e equi- Para saber mais sobre a NR-12,
pamentos, é necessário fazer um estudo mais ín- consulte o site < http://trabalho.gov.br/
images/Documentos/SST/NR/NR12/NR-
tegro da norma. 12atualizada2015II.pdf> Acesso em: out.
de 2016.

Pratique
O que a NR-12 diz a respeito de equipamentos elétricos de uso residencial como ventila-
dores, chuveiros elétricos e entre outros?

118 Segurança em Eletrotécnica


Unidade

10 Procedimentos para
proteção contra incêndios
e para sinalização

Fonte: ©Atacadão do EPI


Nesta unidade, você irá aprender as recomendações da NR-10 para proteção contra
incêndios e para sinalização. Como a sinalização deve ser feita para a segurança
das pessoas?

Na unidade 6, você aprendeu os conceitos de como uma combustão é gerada ou um


incêndio pode ser extinto, agora você irá aprender as recomendações da NR-10 no
combate de incêndio. Para encerrar o estudo deste livro, o último tema a ser estuda-
do será as recomendações da NR-10 para sinalização de segurança.

Proteção contra incêndio


e explosão de acordo
com a NR-10
A NR-10 estabelece que as instalações e equipamentos elétricos devem ser dotadas de
proteção contra incêndio e explosão que estejam de acordo com a NR-23 –Proteção
Contra Incêndios.

O item 10.9.2 estabelece que os materiais, as Área Classificada


peças, os dispositivos, equipamentos e sistemas local com potencialidade de ocorrência de
atmosfera explosiva.
destinados à aplicação em instalações elétricas Atmosfera Explosiva
de ambientes com atmosferas potencialmen- mistura com o ar, sob condições
atmosféricas, de substâncias inflamáveis
te explosivas devem ser avaliados quanto à sua na forma de gás, vapor, névoa, poeira ou
conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro fibras, na qual após a ignição a combustão
se propaga.
de Certificação.

Os processos e equipamentos elétricos susceptíveis a acumular ou gerar eletricidade es-


tática devem ter proteção e dispositivos de descarga elétrica. Uma dessas formas de
proteção é o aterramento de massas metálicas (carcaça) de equipamentos elétricos.

Segundo o item 10.9.4, nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a


risco acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de proteção,
como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes,
falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.

O item 10.9.5 que os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas somente
poderão ser realizados mediante permissão para o trabalho com liberação formalizada,

120 Segurança em Eletrotécnica


conforme estabelece o item 10.5 ou supressão do agente de risco que determina a clas-
sificação da área.

Para saber sobre a NR-23, consulte o site <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR23.pdf/>. Acesso em:


Nov. de 2016.

Sinalização de segurança de acordo com a NR-10


Segundo a NR-10, as instalações e serviços em eletricidade devem adotar sinalização
adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao dis-
posto na NR-26 – Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as situ-
ações a seguir:

• Identificação de circuitos elétricos;

Figura 10.1: Exemplo de identificação de circuitos elétricos


Fonte: © Balurbala /Wikimedia Commons

• Travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;

Figura 10.2: Exemplo de travamento


Banco de Imagens DE (2017)

Unidade 10 – Procedimentos para proteção contra incêndios e para sinalização 121


• Restrições e impedimentos de acesso;

Figura 10.3: Exemplo de restrições e impedimentos de acesso.


Fonte: © Viniciusmc/Wikimedia Commons

• Delimitações de áreas;

• Sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação


de cargas;

• Sinalização de impedimento de energização;

Figura 10.4: Exemplo de sinalização de impedimento de energização


Banco de Imagens DE (2017)

122 Segurança em Eletrotécnica


• Identificação de equipamento ou circuito impedido.

Figura 10.5: Exemplo de identificação de equipamento ou circuito impedido


Banco de Imagens DE (2017)

Placas de sinalização
As placas de sinalização têm como objetivo alertar as pessoas para eventuais riscos que
determinada atividade pode acarretar aos trabalhadores em determinada área, de forma
a garantir que medidas de segurança sejam cumpridas. As placas de sinalização podem
ter os seguintes significados (ALMEIDA, 2012):

• Sinal de proibição - o sinal que proíbe um comportamento ou ação;

• Sinal de aviso - o sinal que adverte de um perigo ou de um risco;

• Sinal de obrigação - o sinal que impõe certo comportamento, por exemplo, utilizar
EPI;

• Sinal de salvamento ou de socorro - o sinal que dá indicações sobre saídas de emer-


gência ou meios de socorro ou salvamento.

As placas de sinalização podem ser provisórias ou permanentes.

As placas de sinalização provisórias devem ser fixadas para as seguintes situações (AL-
MEIDA, 2012):

Unidade 10 – Procedimentos para proteção contra incêndios e para sinalização 123


• Sinalizar uma evacuação de emergência;

• Sinalizar uma atividade eventual de emergência;

• Orientação de trabalhadores em manobras de equipamentos.

As placas de sinalização permanentes devem ser fixadas para as seguintes situações (AL-
MEIDA, 2012):

• Proibições;

• Avisos;

• Obrigações;

• Meios de salvamento e socorros;

• Equipamentos de combate a incêndios;

• Riscos de choques e quedas.

Placas de sinalização usadas na especificação


de áreas de riscos com a eletricidade
A seguir, serão apresentados os principais exemplos de placas de sinalização utilizadas
em locais de riscos de eletricidade que consta no material sobre NR-10 elaborado pela
Comissão Tripartite Permanente de Negociação do Setor Elétrico do Estado de São Paulo
(CNTSP, 2005).

PLACA: perigo de morte – alta tensão


Esta placa tem a finalidade de advertir pessoas quanto ao perigo de ultrapassar áreas de-
limitadas onde haja a possibilidade de choque elétrico, devendo ser instalada em caráter
permanente.

124 Segurança em Eletrotécnica


Figura 10.6: Placa: perigo de morte – alta tensão
Fonte: ©Junius/ Wikimedia Commons

PLACA: não operar “trabalhos”


Esta placa é destinada a advertir para o fato do equipamento de referência estar incluído na
condição de segurança, devendo a placa ser colocada no comando local dos equipamentos.

Figura 10.7: Placa: não operar “trabalhos”


Banco de Imagens DE (2017)

PLACA: equipamento energizado


Esta placa é destinada a advertir para o fato do equipamento de referência, mesmo es-
tando no interior da área delimitada para trabalhos, encontrar-se energizado.

Figura 10.8: Placa: equipamento energizado


Banco de Imagens DE (2017)

Unidade 10 – Procedimentos para proteção contra incêndios e para sinalização 125


PLACA: equipamento com partida automática
Esta placa tem a finalidade de alertar quanto à possibilidade de exposição a ruído excessi-
vo e partes volantes, quando de partida automática de grupos auxiliares de emergência.

Figura 10.9: Placa: equipamento com partida automática


Banco de Imagens DE (2017)

PLACA: perigo – não fume –


não acenda fogo – desligue o celular
Esta placa é destinada a advertir quanto ao perigo de explosão, quando do contato de
fontes de calor com os gases presentes em salas de baterias e depósitos de inflamáveis,
devendo ser afixada no local externo.

Figura 10.10: Placa: perigo – não fume – não acenda fogo – desligue o celular
Banco de Imagens DE (2017)

PLACA: uso obrigatório


Esta placa é destinada a alertar quanto à obrigatoriedade do uso de determinado equi-
pamento de proteção individual.

126 Segurança em Eletrotécnica


Figura 10.11: Placa: uso obrigatório
Banco de Imagens DE (2017)

PLACA: atenção – gases


Esta placa é destinada a alertar sobre a necessidade do acionamento do sistema de
exaustão das salas de baterias antes de se adentrar para a retirada de possíveis gases
do local.

Figura 10.12: Placa: atenção – gases


Banco de Imagens DE (2017)

PLACA: atenção para banco de capacitores e


cabos a óleo
Esta placa tem a finalidade de alertar a operação, manutenção e construção quanto
à necessidade de espera de um tempo mínimo para fazer o aterramento móvel tem-
porário de forma segura e iniciar os serviços. Ao confeccionar esta placa, o tempo de
espera deverá ser adequado de acordo com a especificidade do local onde a placa será
instalada.

Unidade 10 – Procedimentos para proteção contra incêndios e para sinalização 127


Figura 10.13: Placa: atenção para banco de capacitores e cabos a óleo
Banco de Imagens DE (2017)

PLACA: perigo – não entre – alta tensão


Esta placa é destinada a advertir terceiros quanto aos perigos de choque elétrico nas insta-
lações dentro da área delimitada, instalada nos muros e cercas externas das subestações.

Figura 10.14: Placa: perigo – não entre – alta tensão


Banco de Imagens DE (2017)

PLACA: perigo – não suba


Esta placa é destinada a advertir terceiros para não subir, devido ao perigo da alta tensão,
sendo instalada em torres, pórticos e postes de sustentação de condutores energizados.

128 Segurança em Eletrotécnica


Figura 10.15: perigo – não suba
Banco de Imagens DE (2017)

Ao encerrar a última unidade deste curso, você


deverá ter aprendido as recomendações da NR-10 Pórtico
para proteção contra incêndio e sinalização duran- local coberto à entrada de um edifício, de
um templo, de um palácio etc.
te atividades relacionadas com a eletricidade.

Também é importante você memorizar o significado de cada placa de sinalização apre-


sentada nesta unidade para identificar potenciais riscos de acidentes.

Pratique
1. O que a NR-10 recomenda para equipamentos elétricos que são suscetíveis a acumu-
lar eletricidade estática durante seu funcionamento?

2. Quais são as situações que a sinalização de segurança deve atender?

Unidade 10 – Procedimentos para proteção contra incêndios e para sinalização 129


Respostas esperadas
Aula 01
1. R = 0,1126 Ω

2. Independentemente do valor da alimentação, a potência do chuveiro tem o mesmo


valor, logo o consumo de energia será o mesmo.

Aula 02
Um sistema elétrico de potência é composto de três partes:

• Geração (produção da energia elétrica);

• Transmissão (transporte da energia pelas linhas de transmissão);

• Distribuição (as linhas chegam até aos pontos consumidores, que seriam as cidades).

Aula 03
1. Choque elétrico, arco elétrico e campos eletromagnéticos.

2. Todas as condições potenciais que oferecem risco à saúde do trabalhador, exceto a


eletricidade, o ambiente do local de trabalho ou as condições de execução do trabalho.

Aula 04
1. Seccionamento;

Impedimento de reenergização;

Constatação da ausência de tensão;

Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos


circuitos;

Respostas Esperadas 131


Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada;

Instalação da sinalização de impedimento dos dispositivos de seccionamento.

2. TN-C, TN-S e TN-C-S.

Aula 05
1. Os EPIs são os equipamentos de proteção individual, que visam proteger a pessoa
com os riscos da eletricidade. Os EPC são dispositivos utilizados em trabalhos execu-
tados de forma coletiva, que visam avisar, alertar, proibir ou advertir as pessoas sobre
os perigos na execução das atividades do trabalho.

Aula 06
1.

• Combustível

• Comburente

• Fonte de Calor

Aula 07
• A NR-10 se aplica na segurança relacionada a instalações e serviços de eletrecidade.

Aula 08
1.

• Método ao contato.

• Método ao potencial.

132 Respostas Esperadas


• Método à distância.

2. A cada dois anos os profissionais devem fazer cursos de reciclagem.

Aula 09
• A NR-12 não se aplica a máquinas ou equipamentos classificados como eletrodomés-
ticos, conforme o item 12.2B.

Aula 10
1. A NR-10 recomenda que estes equipamentos tenham proteção e dispositivos de des-
carga elétrica. Por exemplo: fazer o aterramento da carcaça de equipamentos elétricos.

2. Identificação de circuitos elétricos;

. Travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;

. Restrições e impedimentos de acesso;

. Delimitações de áreas;

. Sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação


de cargas;

. Sinalização de impedimento de energização; e

. Identificação de equipamento ou circuito impedido.

Respostas Esperadas 133


Finalizando

Ao encerrar o conteúdo deste livro, espero que tenha aproveitado ao máximo e contri-
buído para o desenvolvimento de sua formação profissional. Este livro teve a finalidade
de orientar e informar sobre os riscos que os trabalhadores estão expostos em relação
a execução das atividades relacionadas diretamente e indiretamente com a eletricidade.
Lembre-se, daqui por diante as suas responsabilidades irão aumentar, pois suas futuras
ações deverão além de preservar a sua própria saúde, também deverá zelar pela saúde
das outras pessoas envolvidas com o seu trabalho. Boa sorte!

135
Referências
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos. 5ª ed. McGraw-Hill. 2013.

ALMEIDA, N. U. Segurança na eletrotécnica. Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia


– Paraná – Educação à Distância/ Rede E-tec Brasil. Curitiba (PR), 2012.

BARROS, B. F. de et al. NR-10: norma regulamentadora de segurança em instalações e


serviços em eletricidade: guia prático de análise e aplicação. 3ª ed. Editora: Érica, 204 p; São
Paulo, 2014.

CEB Distribuição. NTD – 4.12. 2ª ed. 2014.

COPEL. NTC 901100. 2016.

COPEL. NTC 903100. 2011.

COPEL. Relatório Técnico da Avaliação da Tecnologia Powerline Communications


(PLC). 2010.

CREDER, H. Instalações Elétricas. 15ª ed. LTC. 2013.

CPNSP, Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade –


Manual de Treinamento – CPNSP, São Paulo - SP, 2005.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física – Volume 3 –


Eletromagnetismo. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

Ministério de Minas e Energia. Resenha Energética Brasileira: Exercício de 2014. 2015.

NETO, N. W. Resumo das Normas Regulamentares NRs. Disponível em: <http://


segurancadotrabalhonwn.com/resumo-das-normas-regulamentadoras-nrs/>. Acesso em: 16 out. 2016.

NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão, 2004.

NBR 10622 – Luvas Isolantes de Borracha, 1989.

NR-6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/


images/Documentos/SST/NR/NR6.pdf>. Acesso em: 22 set. 2016.

NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Disponível em: < http://


trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR10.pdf>. Acesso em: 22 set. 2016.

NR-12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Disponível em: < http://


trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR12/NR-12atualizada2015II.pdf>. Acesso em: 22 set. 2016.

137
Currículo do autor
Allan Christian Krainski Ferrari

Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Paraná (2015). Especialista em Sistemas
Embarcados voltado a indústria automotiva pela Universidade Tecnológica do Paraná. Graduado em
Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Paraná (2011). Atualmente é professor na Faculdade
Facear de Araucária e do Centro Estadual de Educação Profissional de Curitiba.

139
Nome da Aula 141 e-Tec Brasil

Вам также может понравиться