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EGPP – Aula 9 – 15/04/2017

As Políticas Públicas na Era da Uberização


(Referência Bibliográfica: Caps. 1, 2, 8 e 9 do Slee, 2017)

O título original e sua tradução: “o que é teu é meu; contra a economia do


compartilhamento”. Corrigir erro da tradução do trocadilho na pág. 25.

Do prefácio (Abramovay): explosão da cultura digital no século XXI revigorou


ideais emancipatórios! Economia do compartilhamento (wikipedia, software livre)
trouxe promessa de libertar pessoas do domínio de empresas/corporações via
cooperação!

Essa narrativa otimista subestimou mais importante transformação do


capitalismo no século XXI: emergência da empresa-plataforma! → bens e
serviço por plataformas que a custo quase zero conectam consumidores e
varejistas = Capitalismo de Plataforma!

Ex. Walmart x Alibaba: 150 centros; 6 mil caminhões, 4,4 mil lojas nos EUA
valem menos que gigante chinesa!

Livro de Slee desmistifica aura de esperança com que economia do


compartilhamento foi tratada em seus primórdios. Inspirado por sentimento de
traição: ao invés da prometida cooperação direta entre indivíduos, gigantes
corporativos governados por algoritmos opacos!

Consequências sociais desastrosas das corporações digitais:


concentração de fortunas e de poder, erosão de comunidades, precarização do
trabalho e consumismo.

Ex. da Airbnb e degradação urbana/turismo predatório das cidades turísticas


→ “disneylandização”.

Escalada de trabalhos mal pagos e sem qualquer segurança previdenciária.

Economia do compartilhamento x Economia solidária!

Livro é denúncia contra cinismo dos que se dizem promotores da


cooperação social, mas, na verdade, são responsáveis pela concentração de
renda, desregulamentação generalizada e perda de autonomia dos indivíduos e
comunidades => precarização do trabalho e da soberania dos países.

Cap. 1 A Economia do Compartilhamento.

Onda de novos negócios que usam internet para conectar consumidores


com provedores de serviço para trocas no mundo físico.

Promessa original de trocas informais entre indivíduos em grande escala via


internet, para que possamos contar cada vez mais uns com os outros e menos com
corporações distantes, sem rosto! Ajuda a construir comunidades e é igualitária,
baseada em trocas de igual para igual.

Indivíduos vulneráveis podem tomar controle de suas vidas, tornando-se


microempresários.

É uma alternativa sustentável: podemos comprar/consumir menos e, assim,


preservar mais o planeta (nem todo mundo precisa ter uma furadeira; usar Uber em
vez de comprar carro) → priorizar acesso, não propriedade!!!

Essas foram as promessas!

Economia do compartilhamento está propagando livre mercado inóspito e


desregulado em áreas de nossas vidas que antes estavam protegidas por essas
regulações!

Corporações dominantes têm papel mais e mais invasivo nas trocas que
intermedeiam.

O Vale do Silício e a Cultura da Internet: rebelde, fluida, disruptiva → ética


hacker; internet é chave para construção de mundo melhor → combinação de
tecnologia e mentalidade empresarial.

Economia do compartilhamento baseia-se num princípio dessa cultura: a


crença na virtude da abertura => tornar uma coisa aberta é fazê-la deixar de ser
uma commodity, uma propriedade, e torna-la compartilhável numa comunidade.

Wikipédia como o exemplo mais positivo disso.


Mas abertura tem 2 faces: é uma alternativa ao comércio tradicional, mas
também cria novas formas de comércio que são apropriadas por novas mega-
corporações, num processo de concentração de riqueza ainda maior que o
proporcionado pelo comércio tradicional.

Internet não é ruptura tão completa com passado como gostariam alguns de
seus entusiastas: incentivos financeiros frequentemente liquidam formas não
comerciais de compartilhamento e instintos comerciais tendem a expulsar o
comportamento altruísta.

Corporações da economia do compartilhamento reivindicam que confiemos


nelas e em suas tecnologias para levar adiante funções exercidas por governos:
garantia de consumo seguro, trabalho justo e digno, cidades habitáveis e
sustentáveis.

Agenda da Economia do Compartilhamento apela a ideais progressistas:


igualdade, sustentabilidade, comunidade. Mas os invoca para construir gigantescas
fortunas privadas, erodir comunidades reais, encorajar mais formas de consumismo
e criar um futuro mais precário e desigual do que nunca!!!

Novas tecnologias podem desempenhar importante papel na construção de


futuro melhor, mas não fornecem atalho para resolver problemas sociais complexos
ou antigas fontes de conflito social!!!

Cap. 2. O Cenário da Economia do compartilhamento.

Entendendo a maquiagem da Economia do Compartilhamento: o ex. da


Peers: “organização de base dirigida pelos próprios membros para apoiar economia
do compartilhamento” → movimentos de lobby a favor das plataformas (Airbnb,
Uber) contra restrições regulatórias estatais ou comunitárias.

Rachel Botsman (líder global da Economia do Compartilhamento): “O que é meu


é seu” → empoderamento; consumo colaborativo; reconectar pessoas; redescobrir
atributos humanos perdidos.
Economia do compartilhamento é encarnação da ideia de igualdade progressiva
(Steven Johnson; Future Perfect): rede de iguais para resolver problemas comuns.

3 serviços dominam EC: hospedagem (43%), transporte (28%) e educação


(17%).

O $$$ por trás das campeãs do “compartilhamento”: p. 47!!! E a simbiose de


sua defesa apaixonada pela desregulamentação e os interesses das
megacorporações financeiras!!! => oportunidade para desafiar regras de governos
democráticos ao redor do mundo e de expansão do livre mercado (mercadorização)
de novas áreas de nossas vidas!!!

Cap. 8 Escancarado [o conflito]

Economia do Compartilhamento é tentadora para muitos desiludidos com


burocracia centralizada do Estado e com commoditização (mercantilização) do
mercado e que buscam modelos alternativos de organização da convivência
coletiva e democrática.

Monetarização na economia do compartilhamento: o preço dinâmico do Uber


(oferta e procura) e sua impropriedade/imoralidade em situações de crise →
sequestro com 3 mortes em Sidney em 2014 (tarifa mínima de US$ 100 pra quem
tentava fugir) e nevascas EUA em 2015. Compartilhamento??? Comunidade???

Os bens comuns (commons) e a vida na cidade.

Relação entre bens comuns e capital é repleta de contradições:

Alienação: desvirtuação de objetivos cooperativos originais de plataformas


que se deslocaram de suas comunidades pelo crescimento de escala e/ou são
adquiridas por gigantes corporativos (GoodReads/Amazon; Mendeley/Elsevier;
Lending Club/Bancos e Fundos de investimento; eBay/grandes varejistas). Choque
de interesses entre os que cuidam de bem comum ou constroem comunidade.

Erosão: degradação do bem comum pela sua capitalização → ex. de


Harvey dos bairros multiculturais preservados e dos preços ascendentes de seus
imóveis e impostos, levando à sua elitização (= “desmulticulturalização”).
Contradição singularidade/homogeneização → ex. de Barcelona e sua nova orla
marítima igual às das demais cidades.

Distorção: desvirtuação dos bens comuns → exs. da reconstrução da área


portuária de Liverpool, apagando traços do comércio de escravos e da
reconstrução de Berlin pós reunificação alemã, expulsando do centro da cidade
população de origem turca que teve enorme contribuição para ela: “disneyficação”.

Cap. 9 “O que é seu é meu”

Sentimento de traição da economia do compartilhamento: o que nasceu


como apelo à comunidade, às conexões interpessoais, à sustentabilidade e ao
compartilhamento converteu-se em playground de bilionários de Wall Street e de
capitalistas de risco.

Promessa de caminho mais humano para o mundo corporativo é, na


verdade, uma forma mais agressiva de capitalismo, com desregulação,
consumismo e nova onda de trabalho precarizado => separação entre risco
(compartilhado entre fornecedores e consumidores) e recompensa, acumulada
nas mãos dos donos das plataformas.

 Modelos de negócios que externalizam custos e reestrutura regulações


tradicionais entre empresas, comunidades, fornecedores e consumidores.

Particularmente triste é que muitas pessoas bem-intencionadas que


acreditaram nas promessas acabaram ajudando essa nova forma de acumulação
de fortunas privadas e a construção de novas formas exploradoras de emprego.

Tensão entre capital e bens comuns na EC esticou-se até a ruptura quando


os $$$ investidos na EC passaram de uma gota a uma enxurrada (problema da
escala).
Ex. Kensington (Toronto-Canadá) e lutas de inquilinos contra expulsões
cruéis. Grupo ativista “Fairbnb” denuncia: 68 unidades anunciadas de propriedade
de 21 anfitriões. => cada vez mais profissionalismo e menos “contatos pessoais”.

 Gentrificação de bairros populares com o turismo predatório (especulação


imobiliária e expulsão da população tradicional) => repetidos conflitos
com prefeituras como Barcelona e Amsterdã (luta da Airbnb contra
qualquer tentativa regulatória de fluxos de turistas, zoneamento urbano e
oferta de moradias a preços baixos) = corporação faz $ a custa da
imposição de novos custos às comunidades onde opera.

Desoneração das empresas com a responsabilidade pelos serviços e


produtos consumidos por meio de suas plataformas.

Fuga de impostos: lobby contra regulações fiscais e sedes em paraísos


fiscais. Ex. da Uber no EUA: 250 lobistas e 29 empresas de lobby (+ que Walmart e
em Portaland (10 lobistas na prefeitura).

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