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Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Coordenação Geral de Ação Afirmativa, Diversidade e Inclusão Social


http://periodicos.ufersa.edu.br/revistas/index.php/includere ISSN 2359-5566

TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA): DO


RECONHECIMENTO À INCLUSÃO NO ÂMBITO EDUCACIONAL

Regina Kelly dos Santos 1

Antônia Maira Emelly Cabral da Silva Vieira 2

Resumo

O presente artigo é um recorte da monografia, elaborada pela autora da pesquisa, com


orientação da coautora do artigo. Tem como objetivo apresentar uma abordagem histórica da
educação especial e inclusiva, ressaltando acontecimentos essenciais no reconhecimento do
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Para isso, embasamos-nos nas Diretrizes
Nacionais para Educação Especial na Educação Básica (2001), na Lei Brasileira de Inclusão
da Pessoa com Deficiência, nº 13.146/15 e na lei de amparo à pessoa com autismo, lei nº
12.764/12, também dialogaremos com autores como Cunha (2015), Schmidt (2013) e Silva et
al (2012). Nesse envolto, a pesquisa se caracteriza como bibliográfica, com caráter
exploratório. Evidenciamos que o reconhecimento do TEA é o inicio para que sejam
efetivadas ações significativas, havendo uma ligação dialógica da família com os profissionais
da saúde e da educação para inclusão do sujeito com autismo no âmbito educacional.
Palavras-chave: Transtorno do Espectro do Autismo. Inclusão. Legislação.

Abstract
The present article is a cut of the monograph, elaborated by the author of the research, with
guidance of the coauthor of the article. It aims to present a historical approach to special and
inclusive education, highlighting essential events in the recognition of Autism Spectrum
Disorder (ASD). For this, we are based on the National Guidelines for Special Education in
Basic Education (2001), the Brazilian Law on Inclusion of Persons with Disabilities, nº
13.146 / 15 and the law on protection of persons with autism, Law No. 12.764 / 12, We will
dialogue with authors such as Cunha (2015), Schmidt (2013) and Silva et al (2012). In this
envelope, the research is characterized as bibliographic, with an exploratory character. We
show that the recognition of TEA is the beginning for meaningful actions to take place, with a
dialogical connection between the family and health and education professionals to include
the subject with autism in education.
1
Graduanda do curso de pedagogia na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)
E-mail: reginah_kelly@hotmail.com
2
Professora na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) Mestre em Educação (UFRN). E-mail:
mairaemellyc@gmail.com
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TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA): DO RECONHECIMENTO À INCLUSÃO NO ÂMBITO EDUCACIONAL

R. K. DOS SANTOS, A. MAIRA E. C. DA SILVA VIEIRA

Key words: Autism Spectrum Disorder, Inclusion, Legislation.

1. Introdução

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um termo que contempla dentre outras


manifestações, o autismo. Nos dias atuais é muito utilizado, contudo, requer um
conhecimento mais específico que esclareça sobre o conceito, as características e dificuldades
encontradas na pessoa com esse transtorno.

Com essas prerrogativas, o artigo tem como objetivo apresentar uma abordagem
histórica da educação especial e inclusiva, ressaltando acontecimentos essenciais para o
reconhecimento do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Assim, permite a
compreensão do Transtorno, tanto para os profissionais da saúde, como também para a
comunidade educacional, esclarecendo que tais instituições devem conhecer, incluir e
trabalhar com o sujeito com autismo.

Para fundamentação da pesquisa, nos debruçamos em leituras de aportes teóricos que


ampliam a discussão da temática e abordam a compreensão de aspectos importantes à
inclusão efetiva na sociedade. Vale ressaltar que esta pesquisa é um recorte da monografia
que está em andamento, construída pela autora desse trabalho com orientação da coautora do
artigo.

Espera-se com a pesquisa evidenciar alguns questionamentos presentes na sociedade


diante a prática inclusiva e a compreensão de aspectos inerentes a pessoa com TEA que
possam ser reconhecidos e efetivados no âmbito educacional.

2. Referencial teórico
2.1. Conceito e características: Compreendendo o transtorno

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é denominado pela Associação


Americana de Psiquiatria – APA (2013), como um transtorno do neurodesenvolvimento.
Sobre isso, destacamos que o termo autismo foi utilizado pela primeira vez em 1911, por
Eugen Bleuler, um psiquiatra Suíço que buscava em seus estudos descrever características da
esquizofrenia. No entanto, a denominação do autismo toma uma proporção maior em 1943,

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por meio do psiquiatra Leo Kanner, que em suas primeiras pesquisas já abordava
características do autismo de forma relevante (CUNHA, 2015).
É válido trazer algumas características peculiares da criança com TEA. “[...] o TEA é
definido como um distúrbio do desenvolvimento neurológico que deve estar presente desde a
infância, apresentando déficit nas dimensões sociocomunicativa e comportamental”
(SCHMIDT, 2013, p. 13). Sabendo que essas dimensões são inseparáveis.
As definições utilizada pela APA (2013) apud Zanon et al (2014) vão de encontro com
as concepções já mencionadas.

[...] as manifestações comportamentais que definem o TEA incluem


comprometimentos qualitativos no desenvolvimento sociocomunicativo, bem como
a presença de comportamentos estereotipados e de um repertório restrito de
interesses e atividades, sendo que os sintomas nessas áreas, quando tomados
conjuntamente, devem limitar ou dificultar o funcionamento diário do indivíduo
(APA, 2013 apud ZANON et al, 2014, p.25).

Com essa realidade dos déficits de comunicação, interação social e comportamental do


autista o sujeito com TEA pode estar em diferentes níveis. Dialogando com Cunha (2015, p.
23) pode-se compreender que “o uso atual da nomenclatura Transtorno do Espectro Autista
possibilita a abrangência de distintos níveis do transtorno, classificando-os de leve, moderado
e severo”. Assim, não se pode homogeneizar o sujeito com autismo, considerando que são
sujeitos diversos, com níveis de intelectualidade diferentes. É viável o conhecimento mais
sucinto das características desse Transtorno.
São perceptíveis as manifestações dos déficits do autismo no cotidiano da criança. O
déficit na comunicação/linguagem pode ser encontrado com a ausência ou atraso do
desenvolvimento da linguagem oral. Já o déficit na interação social é recorrente ao autismo,
tendo em vista a falta de reciprocidade, a dificuldade na socialização e o comprometimento do
contato com o próximo. E outro fator perceptível no autista é o déficit comportamental, onde
se encaixa a necessidade do autista em estabelecer uma rotina, além dos movimentos
repetitivos e as estereotipias, presentes na maioria dos casos.
Essas manifestações da pessoa com autismo são consequências estimuladas pelo
transtorno, podendo ser mais leve ou mais grave, dependendo do grau em que se encontra.
“[...] É também comum se observar crianças autistas fascinadas por certos estímulos visuais,
como luzes piscando e reflexos de espelho bem como tendo certas aversões ou preferências
por gostos, cheiros e texturas específicas [...]” (SILVA; MULICK, 2009, p.120).

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Diante do que foi apresentado, é notório que o Transtorno do Espectro do Autismo não
se apresenta como algo linear, já que não há uma fórmula para evidenciar sintomas
relacionados ao autismo. Identificar um sujeito com autismo é lembrar que as características
supracitadas são indissociáveis, podendo ser evidentes ou não, de acordo com seu nível de
gravidade. Contudo, os sintomas não surgem de forma igualitária para todos os sujeitos. É
preciso reconhecer que por mais parecidos que sejam, cada situação é singular, nenhum
autista é igual ao outro.
As características da pessoa com autismo não podem ser motivos de desistência nos
aspectos pessoal, educacional e profissional, é um desafio, e os primeiros passos a serem
tomados é conhecer, acompanhar e buscar cada vez mais por melhores condições para o
desenvolvimento cognitivo, afetivo e social. O TEA não se concentra nas dificuldades, mas na
ampliação de novos olhares, novas possibilidades de conhecimento, na compreensão do
sujeito, enquanto ser social, buscando perspectivas de evolução.

2.2. O autismo e as leis de apoio à inclusão: por uma sociedade sem exclusão
Tendo a compreensão sobre o Transtorno do Espectro do Autismo, faz-se necessário
conhecer Leis que permitem que essas pessoas sejam acolhidas pela sociedade. Decerto, não
existem fórmulas para a inclusão de pessoas no âmbito profissional, escolar e familiar, mas é
de suma importância aceitar as heterogeneidades dos sujeitos.
Com isso, é possível evidenciar aspectos que rompem barreiras e levam à inclusão.
Baseando-se na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, na Política
Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), as Diretrizes
Nacionais para Educação Especial na Educação Básica (RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE
11 DE SETEMBRO DE 2001), a lei nº 13.146/15, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência e a lei de amparo à pessoa com autismo, a lei nº 12.764/12, esta, por
sinal, considerada uma das mais importantes para o Brasil nesse enfoque da inclusão da
pessoa com TEA.
Retomando alguns acontecimentos importantes para a educação especial e inclusiva,
Miranda (2008) nos relata que no Brasil, o atendimento a pessoas com deficiência teve inicio
na época do império, com a criação de duas instituições, “Instituto dos Meninos Cegos” (hoje
“Instituto Benjamin Constant”) e do “Instituto dos Surdos-Mudos” (hoje, “Instituto Nacional
de Educação de Surdos – INES”), instituições criadas por volta da década de 1850, tornando
um marco para o atendimento de pessoas com deficiência no Brasil. Todavia, evidenciamos
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que apesar do importante passo para a inclusão, essas instituições foram introduzidas apenas
para o atendimento a pessoas com deficiências visuais e auditivas, segregando, assim, outros
tipos de deficiências, como a mental.
Em 1961, o atendimento educacional a pessoas com deficiência passa ser
fundamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº
4.024/61, a qual se refere a pessoa com deficiência como “excepcionais”, assim, a Lei, expõe
que a educação, no que for possível deverá enquadrar os “excepcionais” no sistema geral de
ensino, integrando-os a comunidade educacional. A LDBEN passou por modificações já que
em sua consonância não organizava o sistema como capaz de suprir as necessidades das
pessoas com alguma deficiência, não efetivando, de fato, uma educação inclusiva para todos
(BRASIL, 2008).
Só em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), lei nº
9.394/96 reorganiza a concepção do ensino voltada à pessoa com Necessidade Educacional
Especial e estabelece um sistema de ensino equivalente a uma educação inclusiva. No
capitulo V, da sessão da educação especial, em seu art. 59 expõe que os sistemas de ensino
assegurarão aos educandos com Necessidades Educacionais Especiais:

Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização, específicos para


atender às suas necessidades; terminalidade específica para aqueles que não
puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude
de suas deficiências [...], professores com especialização adequada em nível médio
ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino
regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em
sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins
[...] acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular (BRASIL, 1996, p. 19-20).

Diante dessas perspectivas é visível o quanto a inclusão é crucial para o processo de


reconhecimento de qualquer Necessidade Educacional Especial (NEE). Mesmo a Lei
orientando as possibilidades de inclusão é preciso sair do abstrato e levar o que se encontra no
papel para a realidade condizente com a pessoa com NEE, tendo em vista o direcionamento a
práticas inclusivas e efetivas no âmbito educacional e profissional. Nos dias atuais, há uma
luta constante para que sejam fortalecidas essas práticas inclusivas.
As Diretrizes Nacionais da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva
(2001) relembram algumas visões estabelecidas pela sociedade nos séculos passados, onde as
pessoas com alguma deficiência eram vistas como incapazes, inferiores, sendo excluídas de
seus direitos sociais, passando assim, a serem vistas como pessoas que necessitavam de um
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apoio social. Com isso, ressaltam que “[...] ainda hoje, constata-se a dificuldade de aceitação
do diferente no seio familiar e social, principalmente do portador de deficiências múltiplas e
graves, que na escolarização apresenta dificuldades acentuadas de aprendizagem” (BRASIL,
2001, p.19). Mesmo assim, são notáveis as mudanças significativas nas últimas décadas,
apesar da resistência, a educação inclusiva vem se consolidando e muitos avanços estão sendo
alcançados.
Com a intenção de propiciar a inclusão escolar, a Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, portaria nº 555/2007, prorrogada pela portaria
948/2007, “tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação [...]” (BRASIL,
2008, p.15). Aqui podemos identificar a preocupação da inclusão da pessoa com autismo,
considerando que os Transtornos Globais do Desenvolvimento abrangem vários transtornos
dentre eles, o autismo.
O documento da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (2008), segue orientando os sistemas de ensino para garantir a inclusão escolar dos
alunos com alguma Necessidade Educacional Especial.

[...] acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos


níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação
especial desde a educação infantil até a educação superior; oferta do atendimento
educacional especializado; formação de professores para o atendimento educacional
especializado e demais profissionais da educação para a inclusão; participação da
família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos
mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação intersetorial na
implementação das políticas públicas (BRASIL, 2008, p. 15).

O acesso e a permanência da pessoa com Necessidade Educacional Especial ao ensino


regular é crucial para o processo de inclusão, assim como a aprendizagem e a participação
ativa desse sujeito. O direito a educação, fundamental a todos os sujeitos, enquanto cidadãos é
disponibilizado a pessoa com NEE desde a educação infantil até a o ensino superior,
conduzindo a salas regulares, com direito ao atendimento especializado para então contribuir
nessa conquista inclusiva.
No Brasil, em 2012, é instituído a Política Nacional de Proteção dos Direitos da
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, a intitulada como “Lei Berenice Piana”, dando
devidamente, o reconhecimento e a importância da pessoa com autismo na sociedade
brasileira. A lei alega que para todos os efeitos legais, o autismo passa a ser considerado como
uma deficiência.

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Sancionada a lei nº 12.764 no dia 27 de dezembro de 2012, a pessoa com Transtorno


do Espectro do Autismo passa a ser vista no Brasil de forma mais eloquente. No art. 3º da lei,
afirma que são direitos da pessoa com TEA,

I - a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da


personalidade, a segurança e o lazer;

II - a proteção contra qualquer forma de abuso e exploração;

III - o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas
necessidades de saúde, incluindo: a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo;
b) o atendimento multiprofissional; c) a nutrição adequada e a terapia nutricional; d)
os medicamentos; e) informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento;

IV - o acesso: a) à educação e ao ensino profissionalizante; b) à moradia, inclusive à


residência protegida; c) ao mercado de trabalho; d) à previdência social e à
assistência social (BRASIL, 12.764/12).

No que se refere à integridade da pessoa com autismo, pode-se perceber o quão


relevante essas prerrogativas, que de forma precisa, dá abertura para que a sociedade
reconheça não apenas o que é o Transtorno, mas como pode abranger as peculiaridades do
sujeito diante de suas singularidades.

São muitos os estigmas diante da pessoa com autismo. No entanto se faz necessário
reconhecer que qualquer pessoa, com deficiência ou não, precisa ser vista como um ser capaz,
com direitos a saúde, educação, e principalmente, a sua integridade, seja ela física ou moral.
O autista não precisa que a sociedade sinta “dó”, tão somente que a sociedade olhe com olhos
de tristeza. São expressões negativas que impedem a inclusão se efetivar. O autista tem
interesses e comportamentos considerados atípicos, mas isso não define sua capacidade, é
inegável que expõe suas limitações, mas qual ser humano não tem limitação?
Em 2015 é aprovada a Lei nº 13.146/15 que vem para fundamentar e dá um suporte às
ações afirmativas e inclusivas. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI),
visa promoção da igualdade e o exercício dos direitos da pessoa com deficiência. Se voltando
para o direito a educação, o art. 28 da Lei, esclarece que compete ao poder público assegurar,
criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar questões relacionadas a
ações inclusivas. Assim, destacamos algumas ações expostas no artigo.

[...] II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de


acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e
de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão
plena;

III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional


especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender

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às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao


currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua
autonomia;

[...]

VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas


pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia
assistiva;

[...]

IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos


linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a
criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência;

[...]

XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas públicas (BRASIL,


13.146/15).

É possível vislumbrar possíveis avanços a partir, principalmente, no que se refere ao


desenvolvimento de pesquisas que busquem novas metodologias e/ou técnicas pedagógicas
voltadas à inclusão. No entanto, cumpre refletir: será que o poder público cumpre de forma
concreta essas realidades presentes no artigo? A inclusão plena que a Lei evidência é exercida
socialmente? É preciso compreender que a inclusão posta nos aportes legais é um passo
fundamental para que sejam encaminhadas para a realidade da sociedade, especialmente no
âmbito escolar. Não se pode fazer inclusão apenas na teoria, pois, a inclusão acontece nas
trocas cotidianas que o sujeito estabelece.

A LBI é precisa quando diz que não apenas as condições para o acesso da pessoa com
deficiência devem ser aprimorados, mas também a sua permanência, ou seja, não se pode
pensar no ingresso sem pensar em recursos, adaptações e na participação ativa do sujeito no
âmbito educacional e profissional para um efetivação de direitos. Essa parceria exposta no
artigo, em que todos os setores necessitam se articular, consiste no aperfeiçoamento de ações
que se interliguem, promovendo uma implementação de políticas públicas voltadas para a
realidade da pessoa com deficiência.
Essa articulação intersetorial na implementação de políticas pública discutida no art.
28 da lei 13.146/15 faz uma relação concisa com o art. 2º da lei 12.764/12, que apresenta
diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da pessoa com Transtorno do
Espectro do Autismo, em alguns pontos o art. expõe essa necessidade de haver a
intersetorialidade e a participação de todos na formulação de políticas públicas, assim como
também o incentivo a formação dos profissionais a respeito da deficiência. Em destaque,

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I - a intersetorialidade no desenvolvimento das ações e das políticas e no


atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista;

II - a participação da comunidade na formulação de políticas públicas voltadas para


as pessoas com transtorno do espectro autista e o controle social da sua implantação,
acompanhamento e avaliação;

[...]

VI - a responsabilidade do poder público quanto à informação pública relativa ao


transtorno e suas implicações;

VII - o incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados no


atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e
responsáveis;

VIII - o estímulo à pesquisa científica, com prioridade para estudos epidemiológicos


tendentes a dimensionar a magnitude e as características do problema relativo ao
transtorno do espectro autista no País (BRASIL, 12.764/12).

As duas leis, tanto a LBI (2015) quanto a Lei Berenice Piana (2012) demonstram a
preocupação de uma política para o crescimento integral da pessoa com deficiência, em
destaque colocamos a pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo. Não se pode excluir a
responsabilidade do poder público nessa composição e não se pode minimizar a
responsabilidade de todos os profissionais, assim como da família na busca do conhecimento,
da capacitação e da perspectiva inclusiva na sociedade, se torna fundamental a participação
ativa da sociedade.

Quando a sociedade executa de forma pertinente aquilo que a legislação propõe, há


uma força maior que rompem barreiras ainda presentes nos dias atuais, e focando na
educação, é preciso um olhar sensível à criança com autismo, e principalmente sua inclusão
no espaço escolar se faz necessário na conjuntura social, na qual estamos inseridos. É
oportuno destacar que enquanto instituição social, a escola precisa reconhecer esse transtorno,
considerando a relevância em se trabalhar de forma concreta o processo de Inclusão nesse
espaço e permitir o desenvolvimento integral desses alunos.

3. Metodologia

A pesquisa se direciona a um estudo bibliográfico com caráter exploratório, assim,


ressaltamos a concepção da pesquisa bibliográfica discutida por Gil (2002, p.44), a qual é
destacada que esse tipo de pesquisa “é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos”. E continua esclarecendo que “Boa

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parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas” (GIL, 2002,
p. 43). Por meio da pesquisa bibliográfica, nos debruçamos em leituras de aportes teóricos que
ampliam a discussão da temática e abordam a compreensão de aspectos importantes à
inclusão efetiva na sociedade, tais como: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei
nº 9.394/96, na Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
(2008), as Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica (RESOLUÇÃO
CNE/CEB Nº 2, DE 11 DE SETEMBRO DE 2001), a lei nº 13.146/15, que institui a Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência e a lei de amparo à pessoa com autismo, a
lei nº 12.764/12. Complementando, pesquisamos autores que retratam essa trajetória e essa
discussão sobre a inclusão e o Transtorno do Espectro do Autismo, Cunha (2015), Schmidt
(2013), Silva et al (2012), Miranda (2008) e Semensato e Bosa (2013).

Com isso, buscamos responder por meio dessa pesquisa, questionamentos relacionados ao
reconhecimento e a inclusão do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) no âmbito
educacional.

4. Resultado e discussões

Foi possível perceber que na maioria das vezes, o autismo não é visto como um
transtorno do desenvolvimento neurológico, e por vezes ouvimos expressões como, “essa
criança é mimada”, “ela é doida”, “os pais não colocam limites, por isso que ela é assim”.
Seriam essas expressões consequência da falta de informação da sociedade? A resposta é que
ainda é necessário conhecer esse transtorno para que assim, a sociedade tenha atitudes mais
sensíveis à essa realidade.

Assim, “abraçar” o autismo é se permitir conhecer o universo singular da pessoa com


autismo, diferente do habitual, é muito mais que incluir, é acolher para colher frutos
posteriormente. É como estar em uma poesia que encaixa todos os sentimentos, mesmo
quando não se pode identificá-los. “[...] Assim como um diamante precisa ser lapidado para
brilhar, uma pessoa com autismo merece e deve ser acolhida, cuidada e estimulada a se
desenvolver” (SILVA et al, 2012, p. 06). É um aprendizado constante quando o ser humano
se permite conhecer o mundo singular do autismo.

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Diante do que foi abordado, evidenciamos que a visão da sociedade, geralmente se


volta para os aspectos inerentes à pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, como os
déficits presentes no transtorno, contudo pode-se encontrar uma problemática permeando
nessas definições. Por vezes, é preferível deixar o sujeito em determinada conformidade só
por apresentar sintomas indiscutíveis do autismo. Torna-se mais fácil se acomodar no que é
imposto, do que permitir avançar em busca de ações significativas.

Alguns avanços relacionados ao sujeito com TEA só é possível quando se consegue


penetrar em seu mundo sem estigmas preestabelecidos, sensibilizando o olhar para se tornar
apto a captar atitudes/ações demonstradas pela pessoa com autismo. Gestos simples realizados
pelo autista podem ser considerados uma “besteira” para as pessoas ditas “normais”, mas são
gestos verdadeiros que demonstram sentimentos, mesmo que implícitos e muitas vezes não
são compreendidos. A criança com autismo “às vezes, [...] pode expressar a sua gratidão
oferecendo uma pedrinha, e manifestar seu amor com um pequeno toque na sua mão. E tenha
a certeza de que isso é muito para eles” (SILVA et al, 2012, p.92).

Entender o autismo é ir além do que olhos podem ver, é trilhar um caminho sem
placas de direcionamento, e que apesar das dúvidas, cada caminho trilhado, é um
conhecimento construído, e os obstáculos que aparecerem no caminhar vão conduzindo a
novos saberes. Ressaltamos que pais, profissionais da saúde e da educação devem estar em
constante colaboração, buscando em conjunto, novos progressos. Quando é reconhecido as
necessidades, fica mais acessível a busca por melhores metodologias e formas para
desenvolver um trabalho direcionado a singularidade do autista. É preciso estar dispostos a
lutar todos os dias mesmo que tudo o que for ensinado não seja aprendido.

Assim, Semensato e Bosa (2013), esclarece que essa aliança entre os profissionais da
saúde com a família se torna fundamental para o processo de adaptação da criança com
autismo na sociedade, não esquecendo a importância da educação nesse processo conjunto.

[...] uma aliança precisa começar a se estabelecer entre a família e o profissional da


saúde, não importando ser este um médico, um psicólogo ou um fonoaudiólogo.
Essa aliança configura-se como uma parceria na qual o profissional começa a fazer
parte dessa caminhada com a família, no sentido de buscar o melhor atendimento
especifico para aquela criança. [...] além, dos profissionais da saúde, a escola
também tende a ser vista como um importante recurso auxiliar no desenvolvimento
da criança, como apoio no manejo de certas rotinas desgastantes e como uma forma
de ligação entre pais e alguns serviços [...] (SEMENSATO; BOSA, 2013, p. 92-93).

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A compreensão de que o sujeito com TEA, desde sua infância necessita de


acompanhamento e de acolhimento é o que torna seu crescimento progressivo. A interação
entre família e profissionais faz com que o autismo não seja um empecilho para o
desenvolvimento cognitivo e social da criança. Assim, com iniciativas e persistências o
autismo passa a ser compreendido e a sociedade torna-se mais inclusiva e mais acolhedora. É
uma troca de realidades, é o olhar sensível e os passos ao mundo diversificado, sem
preconceitos e sem imposições.

Nesse envolto, direcionamos o olhar sensível, também para o âmbito escolar, onde a
criança deve ser acolhida de forma inclusiva, atentando sempre as suas potencialidades e não
as suas dificuldades. O enfoque teórico e o fazer pedagógico são fundamentais para a
compreensão do trabalho para com a criança com Transtorno do Espectro do Autismo,
conduzindo, assim a não apenas o reconhecimento do transtorno, mas a um direcionamento
para além dos muros da escola. É essa visão que amplia as ações, tornando-as significativas e
prazerosas.

5. Conclusão

Podemos perceber que os avanços atuais da legislação se tornam relevantes na


conjuntura social versando a visibilidade da inclusão da pessoa com Necessidade Educacional
Especial (NEE), em especial a pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo. É valido
salientar que as leis são embasamentos para reflexões sobre o que é ser inclusivo e qual a
importância do ato inclusivo na sociedade.

Se tratando do sujeito com TEA, se torna primordial o diálogo entre os envolvidos em


seu processo de adaptação na sociedade, tendo em vista que essa relação dos profissionais
com a família é fundamental para o desenvolvimento do autista, permitindo avanços
significativos no âmbito social e educacional.

Referências

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