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gênero
Resumo
O objetivo deste trabalho é apresentar o futebol como conteúdo de ensino generificado para
estimular a reflexão sobre as desigualdades de gênero na Educação Física Escolar. O presente
estudo tem caráter descritivo e bibliográfico. Através de uma reflexão sobre as relações entre
gênero, futebol, co-educação e Educação Física Escolar, observamos que o processo de transmissão
cultural das representações de gênero reforça os preconceitos, colaborando para que situações de
exclusão e desigualdades aconteçam nas aulas de Educação Física. O uso do futebol enquanto um
conteúdo generificado pode ser uma das vias para educar os discentes a lidarem com as diferenças
de gênero, o que poderá ser efetuado com a aplicação de uma prática pedagógica co-educativa e
crítica na EFe, levando-se em consideração o contexto histórico e social ao qual se insere essa
problemática.
Unitermos: Educação Física escolar. Futebol. Co-educação. Gênero.
Introdução
Nas aulas de Educação Física Escolar (EFe), assistimos a inúmeras divisões na participação entre
os sexos nas atividades propostas, além de, por vezes, os docentes reforçarem padrões
discriminatórios de comportamento em seu discurso e ação pedagógica. A escola, enquanto espaço
de construção de conhecimento, vem contribuindo para que perdure uma divisão sexista,
permitindo a transmissão de valores discriminatórios.
No contexto da EFe, o futebol é um universo cercado de valores sexistas, atrelado às
características fundamentais da corporalidade masculina – força, competitividade, agressividade e
domínio do espaço. A não participação feminina no futebol sempre esteve associada às dimensões
da perda da saúde, prejuízo à maternidade, razões estéticas e de feminilidade (FARIA JUNIOR,
1995).
Metodologia
Revisão de literatura
As relações de gênero nas aulas de Educação Física escolar
Gênero é interpretado neste ensaio como uma “[...] construção social do sexo. Ou seja, como
categoria analítica e política evidenciam que masculino e feminino são construções sociais e
históricas” (GOELLNER,2005, p.207). Historicamente ocorreu uma construção de conceitos
hegemônicos referentes à feminilidade e masculinidade, ou seja, comportamentos considerados
adequados foram estabelecidos para cada um dos sexos no transcorrer da história.
Os estudos sobre gênero na EFe começaram a se delinear no final da década de oitenta, com
pesquisas apoiadas teoricamente nos estudos sobre mulheres, que por sua vez, tiveram seu apoio
nos estudos desenvolvidos principalmente pela Antropologia e História, em décadas anteriores,
tratando do problema da estereotipia dos papéis sociais diferenciados para os sexos
(SARAIVA,2002).
Romero (1994), nos lembra que historicamente a Educação Física foi sempre discriminatória,
mantendo os papéis sexuais distintos e determinados, caracterizando comportamentos tipicamente
masculinos e femininos, a serviço da “ideologia sexista”. Essa história mostra que na aparência das
diferenças biológicas entre os sexos ocultaram-se relações de poder marcadas pela dominação
masculina que mantiveram a separação e a hierarquização entre homens e mulheres, mesmo após
a criação da escola mista, nas primeiras décadas deste século. Buscou-se manter a simbologia da
mulher como um ser dotado de fragilidade e emoções, e do homem como força e razão, por meio
das normas, dos objetos, do espaço físico e das técnicas do corpo e dos conteúdos de ensino, fossem
eles a ginástica, os jogos ou – e, sobretudo – os esportes (SOUSA; ALTMANN, 1999).
Tanto professores, como os alunos (as), sustentam as divisões de gênero nas aulas de EF
reforçando a feminilidade e a masculinidade como excludentes entre si. Desde a introdução dos
Sugestões didáticas para minimizar a hierarquia de gênero nas aulas de Educação Física
escolar
Dividir os alunos em grupos equilibrados em relação às habilidades motoras, força e velocidade, e
para os jogos, designar quem tem mais habilidade, força ou velocidade, para marcar quem é mais
habilidoso, forte ou veloz da outra equipe.
Modificar as regras de tal forma que dois sucessivos chutes a gol não possam ser dados por
jogadores do mesmo gênero. Cada tentativa a gol terá uma intervenção precedente do jogador de
outro gênero (o menino passa a bola e a menina tenta a finalização a gol, ou vice-versa).
Evitar situações como: relacionar as meninas por último, escolher apenas os meninos para fazer
demonstrações, designar apenas os meninos para capitães da equipe, dirigir atenções
preferencialmente a eles.
Evitar piadas e linguagem com conotações sexistas, por exemplo, marcação “homem-homem” em
jogo de mulheres. Utilizar estratégias de modelação, mostrando fotos e desempenho de jogadoras
de futebol. Altmann (1999), argumenta que ao criar regras específicas que possibilitem uma maior
participação feminina, pode quebrar a dinâmica do jogo, e as meninas podem ser "culpadas" por
isso. Modificar as regras do jogo pode representar, como lembra Louro (1997), uma forma de