FERNANDO BIRRI ol/A|a O alquimista democratico POR UM NOVO NOVO NOVO CINEMA LATINO-AMERICANO 2098234 Os CINCO MANIFESTOS Manifesto de Tire Dié o|A\o “Por um Cinema Nacional, Realista e Critico” 1958 © chegar as margens da cidade de Santa Fé, como em tantas outras cidades organizadas, a estatistica se faz incerta. Hd muitos ~ quantos? - demasiados ranchos nos quais vivem ~ como? - centenas de familias sanfesinas. Passada a da Estrada de Ferro Mitre, ao final da rua General Lopez, esta um desses bairros miseraveis, 0 Tire dig, estendido por ambos os lados dos trilhos que unem Santa Fé a Rosario e Buenos Aires, atravessando os baixios do rio Salado. Aqui foi filmada, com meios precérios, entre as 4 € as 5 de uma tarde de primavera, verdo, outono e inverno de 1956, 57, 58, a presente pesquisa, enquanto os meninos acodem para pedir uma moeda ao trem ~ 'tire diél/, ou seja, ‘jogue dez!’, ‘tire dig, tire dig, digaa: ’—que,a passo de homem, avanga por uma ponte de dois quilmetros de comprimento. Com esta primeira experiéncia, produto moral e técnico da vontade de fazer de seus alunos, o Instituto de Cinematografia da Universidade do Litoral espera: 1) Colaborar, na medida de suas jovens forcas, para a superacao da crise atual do cinema argentino, propondo uma problemética nacional, realista e critica, inédita até agora. 2) afiancar as bases para uma futura industria cinematografica local, santafesina, de repercussdo nacional, na medida em que os alunos de aperfeicoem tecnicamente com a perlodici- dade da aprendizagem cotidiana. A industria cinematogréfica Argentina alcangou uma técnica fotografica e sonora quase perfeita. As imperfeicées de fotografia e de som de Tire dié s4o devidas aos meios nao profissionais com os quais se trabalhou, forgados pelas circunstancias, que ao obrigar uma a¢ao e uma opcio fizeram que preferissemos um contetido a uma técnica, um sentido imperfeito a uma perfeicdo sem sentido. 3) utilizar 0 cinema ao servico da universidade e a universidade ao servico da educagao popular, Em sua acepcao mais urgente esta educa¢ao popular vai entendida como uma tomada de consciéncia cada vez mais responsavel diante dos grandes temas e proble- mas nacionais, hoje e aqui. Diante de uma coletividade local e nacional em sua maior parte indiferente ou no melhor dos casos enganada ou desenganada como a nossa, Tire dié quer ajudar na formacao dessa consciéncia social através da critica social laten- te que nele se exercita. Esta atitude critica poderd nao ser a mais espetacular, mas se & auténtica também é sem dtivida das mals eficazmente construtivas. Coerente com tal posicao critica, o documentirio se restringe a apresentar ou dito mais objetivamente a mostras um entre tantos problemas, amostra essa que embora seja sé um primeiro passo nao pode deixar de ser dado para prosseguir avancando na solucao do referido problema. Tire dié nao dé essa solucdo, nao quer dé-la, porque entende que qualquer solugao que desse seria parcial, excludente, limitada: quer, em vez disso, que o puiblico a dé, cada um dos espectadores, vocés, buscando e encontrando dentro de vocés mes- mos a que acreditem ser a mais justa. E levando-a imediatamente para fora de vocés mesmos, para a pratica, comovidos porém Kticidos.Pen PRODUCTORA AMERICA NUESTRA LA PICARDIA CRIOLLA EN UNA PELICULA QUE LO HARA REIR Y PENSAR los inuncacos FOTOGRAFIA: ADELQUI CAMUSSO MUSICA: ARIEL RAMIREZ LIBRO: F. BIRRI y J. A. FERRANDO (SOBRE EL CUENTO DE MATED B00z) ESCENOGRAFIA: SAULO BENAVENTE DIRECCION: FERNANDO BIRRI CARTAZ DE ESTREIA DE “LOS INUNDADOS", ARGENTINA, 1961