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C A PA

Capital
inovador
Siga as orientações dos
especialistas e monte o projeto
certo para captar os recursos
necessários para inovar
por Cléia Schmitz
cleia@empreendedor.com.br

Diz um velho ditado que “quem tem


boca vai a Roma”. A sábia ideia contida nes-
ta frase é de que a combinação de vontade
e iniciativa leva longe. Mas isso depende, é
claro, de fazer as perguntas certas às pessoas
certas. Com a inovação, ocorre algo pareci-
do com a antiga viagem à capital dos roma-
nos, então centro do mundo. Para inovar, é
preciso primeiro a vontade, na forma de um
bom projeto. Vencida essa etapa, falta então
descobrir onde fica Roma, ou melhor, onde
há dinheiro para bancar o projeto. Acredite,
essa é a parte mais fácil.
“Não tenha receio. Se você tiver um bom
projeto, ele será financiado”, garante Rogé-
rio Medeiros, chefe do Departamento de
Acompanhamento, Avaliação e Gestão de In-
formação da Financiadora de Estudos e Pro-
jetos (Finep), agência ligada ao Ministério da
Ciência e Tecnologia (MCT). Segundo o exe-
empreendedor | outubro 2010

cutivo, esse discurso era inviável no final dos


anos 1990. A concorrência era muito grande,
quase 10 propostas por vaga. “Precisávamos
fazer escolhas difíceis porque havia muitos
bons projetos e poucos recursos disponí-
veis”, afirma Medeiros.
Na época, a Finep operava em torno de

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GABRIEL SCHMIDT
empreendedor | outubro 2010

Lisiane, diretora de exportações e América


Latina da Artecola, que recentemente
fechou o quinto contrato com a Finep

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Lisiane e Antônio Leal


Neto, membro da Finep
em visita a empresa para
discussão do projeto de
internacionalização

R$ 300 milhões a R$ 500 milhões por ano, mas ele não chega à empresa, da mesma nientes do Programa Inova Brasil, serão
envolvendo empresas e instituições de forma que a glicose existe no sangue e investidos na montagem de estruturas de
pesquisa. Hoje, são R$ 3 bilhões – R$ 1 bi- não consegue chegar até a célula”, com- inovação no Brasil e também nas plantas
lhão só para projetos de inovação nas em- para Marcelo Hiroshi Nakagawa, profes- da Argentina, Chile, Colômbia, México e
presas. O cenário começou a mudar em sor de empreendedorismo da Fundação Peru. É o primeiro projeto de internacio-
1999, com o desenvolvimento dos fundos Carlos Alberto Vanzolini e pesquisador nalização da inovação da Finep.
setoriais de ciência e tecnologia (C&T). A associado ao Núcleo de Política e Gestão “O projeto nasceu de uma provocação
taxação do resultado de determinadas ati- Tecnológica da Universidade de São Pau- da própria Finep”, afirma Lisiane Kunst
vidades – por exemplo, a exploração de lo (USP). Segundo ele, é comum sobrar Bohnen, diretora de exportações e América
recursos naturais pertencentes à União dinheiro, tanto dos editais lançados por Latina da Artecola. Numa conversa informal
– garantiu fontes de recursos para inves- entidades governamentais quanto dos com um técnico da agência, a empresária
timentos em C&T. “Nunca o discurso da investimentos de capital de risco. falava de questões macroeconômicas do
importância da inovação esteve tão casado O Grupo Artecola, do Rio Grande do grupo quando foi questionada sobre como
ao orçamento disponível”, diz Medeiros. Sul, é uma das empresas que têm tirado se apoiava na área tecnológica no exterior.
O problema é que muitos empreen- proveito dessas oportunidades. A com- Ao responder que ainda não havia desco-
dedores ainda desconhecem a existência panhia, que atua na área de adesivos, berto uma Finep lá fora, o técnico propôs
de apoio financeiro para inovação. Essa laminados, equipamentos de proteção que ela elaborasse um projeto de interna-
é a conclusão de uma pesquisa feita pela individual e plásticos de engenharia, cionalização. “Ele me convenceu de que
consultoria Elabora com 60 empresas de firmou recentemente o quinto contrato mesmo que parte da verba fosse enviada
diferentes tamanhos de Alagoas, Paraíba, com a Finep, com financiamento no va- para o exterior, o resultado final acontece-
Minas Gerais e Santa Catarina. Segundo lor de R$ 16 milhões. Os recursos, prove- ria no Brasil”, conta Lisiane.
o estudo, apesar de ser clara a percepção
da importância de inovar produtos e pro- Fontes locais
cessos, a maioria das empresas não tem “Não tenha receio.
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condições de elaborar projetos para soli- A exemplo da Finep, as principais


citar os recursos disponíveis. Dos quatro Se você tiver um fundações estaduais de amparo à pesqui-
estados pesquisados, Santa Catarina é sa também têm elevado o volume de re-
onde há a maior demanda de empresas bom projeto, ele será cursos investidos em inovação. A Fapesp,
por apoio à inovação. financiado”, garante de São Paulo, por exemplo, aplicou no
“No Brasil há uma espécie de diabe- ano passado R$ 679,5 milhões em paga-
tes do capital para inovação: há dinheiro, Rogério Medeiros mentos de bolsas e auxílios para pesqui-

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FOTOS GABRIEL SCHMIDT
Artecola: mais de 26% da
receita vem de produtos
inovadores lançados nos
últimos três anos. A meta
é elevar esse percentual
a 50% até 2020

sas científicas e tecnológicas. Neste ano, mil para o desenvolvimento de um novo sos do Pipe, conseguimos dar um salto
só até agosto, esse valor chegou a R$ 500 produto, com foco no mercado de grãos. de crescimento muito importante para o
milhões. Um dos destaques é o Programa “Éramos muito focados no segmento de negócio”, acrescenta.
Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas cana-de-açúcar, uma situação que causa- Agora a Bug está se preparando para
Empresas (Pipe), cujo foco é desenvol- va muita sazonalidade para o negócio”, mais um salto. No ano passado, ela assi-
ver empresas de base tecnológica. Em comenta o sócio Diogo. “Com os recur- nou um contrato com o Criatec, fundo
13 anos de existência, foram quase 1 mil de investimentos de capital semente des-
projetos viabilizados. tinado às empresas emergentes inovado-
A Bug Agentes Biológicos, de Piracica- ras. Diogo prefere não revelar o aporte
ba (SP), é uma das empresas que cresceu recebido, mas a participação do Criatec
apoiada por recursos do Pipe/Fapesp. é de 20% no capital da empresa. Os re-
O empreendimento foi criado em 1999 cursos estão sendo investidos principal-
nas dependências da Escola Superior de mente em novas instalações para ampliar
Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da a capacidade produtiva e permitir a ex-
Universidade de São Paulo. Os engenhei- pansão de novos mercados, incluindo o
ros agrônomos Danilo Scacalossi Pedra- aumento das exportações. “É a chance
zzoli e Diogo Rodrigues Carvalho eram que temos de nos transformarmos numa
alunos de mestrado quando perceberam multinacional de controle de agentes
a oportunidade de negócio em suas pes- biológicos”, afirma Diogo.
quisas envolvendo produção de insetos Os fundos de investimento, aliás, são
para controle de pragas agrícolas. Para uma fonte importante de recursos para
montar o laboratório de multiplicação de inovação. A capitalização de empresas
parasitoides, a Bug recebeu R$ 72,1 mil a por meio de investidores que se tornam
fundo perdido da Fapesp. sócios do empreendimento tem ajudado
empreendedor | outubro 2010

Nessa época, a empresa ganhou mais muitos empreendedores a tirarem seus


um sócio, o biólogo Heraldo Negri de projetos de inovação da gaveta. O pro-
Oliveira. Depois de demonstrar a viabi- grama Inovar, da Finep, criado em 1999,
lidade econômica do projeto, dois novos ajudou a dinamizar a indústria de ventu-
financiamentos foram aprovados pelo re capital, ou de capital empreendedor,
Pipe para a Bug: R$ 243,9 mil para comer- Moreira, da BZPlan: capital vem acompanhado como vem sendo denominada no Brasil.
cialização da produção e cerca de R$ 350 de apoio à gestão estratégica e financeira Hoje, ele trabalha com 17 fundos de ven-

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ture capital e private equity. O sucesso e estamos avaliando dois deles para en- Portugal, foi o venture capital que fez com
do modelo fez surgir o Inovar Semente – caminhar o processo de investimento”, que economias como a de Taiwan deixas-
específico para empresas de menor por- explica José Henrique Moreira, sócio da sem de ser predominantemente agrícolas
te – que opera a partir de 24 fundos. BZPLan, empresa que administra o fun- para focar em serviços inovadores.
O Fundo SC é um deles. Autorizado do em parceria com a mineira FIRCapital. De acordo com David Travesso, sócio
pela Comissão de Valores Mobiliários Ele admite que muitos empreendedores da FIR Capital, no Brasil o capital empre-
(CVM) em julho deste ano, ele tem dispo- reclamam do “crivo”, mas ressalta que endedor investido em empresas de me-
nível R$ 12 milhões para investir em em- ser criterioso faz parte do negócio. nor porte tem tido um perfil diferente do
presas emergentes com perfil inovador, O volume de aporte de capital do norte-americano. Enquanto lá o foco são
instaladas em Santa Catarina. “Mapeamos Fundo SC varia de R$ 500 mil a R$ 1,8 empresas de base tecnológica formadas
mais de 500 negócios, selecionamos 70 milhão por empreendimento e a parti- em meios acadêmicos, aqui os investido-
cipação acionária no negócio se limita a res estão preferindo empresas tradicionais
49,9%. Segundo Moreira, uma das vanta- com grande potencial de crescimento.
JOÃO LUIZ RIBEIRO

gens é que o capital vem acompanhado “São empresas que não se aproveitam de
de apoio à gestão estratégica e financei- tecnologias sofisticadas, mas que ganham
ra da empresa. Para Diogo Carvalho, da vantagens competitivas no segmento em
Bug, esse é um diferencial importante que atuam e precisam de orientação em
dos fundos de investimento. “Eles aca- governança corporativa e reestruturação
bam estruturando melhor a gestão da de capital”, explica Travesso.
empresa. Para nós, que estamos focados
na área técnica, essa visão mais adminis- Participação empresarial
trativa e comercial do negócio é muito
importante”, afirma o empresário. Apesar da evolução do capital para
O capital empreendedor tem se apre- inovação, o Brasil ainda está com uma
sentado como uma ferramenta impor- péssima imagem neste quesito. O tradi-
tante para estimular a saída de empresas cional estudo da Roland Berger Strategy
incubadas para o mercado, transformando Consultants mostra o País na 68ª posição
ativos acadêmicos em ativos de mercado. no ranking mundial de inovação de 2010.
empreendedor | outubro 2010

Essa é a opinião do executivo Bernardo Na América Latina, o Brasil foi apenas o


Portugal, membro do Comitê de Empre- sétimo colocado. Os investimentos em
endedorismo da Associação Brasileira de inovação no País representam 0,82%
Private Equity e Venture Capital (Abvcap). do Produto Interno Bruto (PIB), contra
“Nós ainda não temos um benchmark no 1,42% na China. Além de recursos gover-
Medeiros, da Finep: “As empresas têm que Brasil, mas nos Estados Unidos o retorno namentais, faltam investimentos das pró-
aprender como se faz um bom projeto” médio tem sido de 30%”, destaca. Segundo prias empresas. Pesquisa do MCT mostra

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Aporte do Criatec, fundo de
investimentos de capital semente,
permitirá à Bug Agentes Biológicos
ampliar mercado no Brasil e exterior

Adicione aos seus favoritos

www.anpei.org.br
No portal da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das
Empresas Inovadoras (Anpei), você encontra um link no canto direito
para acessar o Guia Prático de Apoio à Inovação. A ferramenta traz
todos os instrumentos de apoio à inovação, separados por estado e
porte da empresa. O material é atualizado constantemente.
Não deixe de consultar!

www.portalinovacao.mct.gov.br
Criado para promover a cooperação tecnológica, o portal é uma espécie
de ponto de encontro de empresas inovadoras. Ele traz ferramentas
para a gestão da inovação, informações estratégicas, redes de
relacionamento, comunidades de prática e outras
oportunidades para inovar.
que o total aplicado pelo setor produtivo
não chega a 0,5% do PIB. www.finep.org.br
“Nos países avançados, mais de 70% A Finep é a principal agência de apoio à inovação no Brasil. No portal,
dos investimentos são realizados pelas você encontra informações atualizadas sobre as oportunidades de
empresas”, destacou Luiz Antônio Ro- financiamentos e subvenções concedidos pela agência. Fique
drigues Elias, secretário-executivo do atento às chamadas públicas e seus respectivos editais.
MCT, durante a criação do núcleo de
inovação da Federação das Indústrias de
Santa Catarina (Fiesc), no mês passado. www.bndes.org.br/inovacao
O lançamento fez parte de uma agenda O banco dispõe de linhas específicas para inovação, como a Capital
da Confederação Nacional da Indústria Inovador, com foco na empresa, a Inovação Tecnológica, com foco
(CNI) que prevê a instalação de 35 nú- no projeto, e a Inovação Produção. No site, você encontra todas as
cleos até 2013. A meta é sensibilizar 30 informações financeiras como taxa de juros, valores de financiamento e
mil empresas e implementar núcleos de
inovação em 5 mil delas. A iniciativa é do prazos de pagamento.
Movimento Empresarial pela Inovação
(MEI), lançado pela CNI no ano passado. www.abvcap.com.br / www.venturecapital.gov.br
“Queremos colocar a agenda de inova- Os dois endereços trazem informações sobre oportunidade de
ção no centro das estratégias das empre- investimentos de fundos de capital de risco. A Abvcap traz
sas, com foco na competitividade”, afirma uma lista das empresas de venture capital e private equity.
Rafael Lucchesi, diretor de operações da
CNI. Para Natalino Uggioni, presidente do
Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina, www.cnpq.br
entidade que fará o gerenciamento do nú- O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
cleo, a diferença é que agora as federações (CNPq) oferece, entre outros incentivos, pagamento de bolsas
terão recursos financeiros, disponibiliza- destinadas a mestres e doutores nas empresas. Procure
dos pela Finep, para ajudar as empresas por Programa RHAE.
a definirem suas carteiras de projetos de
empreendedor | outubro 2010

inovação e até mesmo a elaborarem as


propostas. “A ideia é deixar a bola na mar- www.fapesp.br
ca do pênalti”, diz Uggioni. As fundações estaduais de amparo à pesquisa também trazem boas
Na avaliação do presidente do BN- oportunidades de financiamentos e subvenções econômicas.
DES, Luciano Coutinho, é preciso dobrar Procure o órgão do seu estado.
o esforço empresarial em inovação. Na
Fiesc, ele reforçou o discurso de que não

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Suntech: apoio financeiro de entidades como
Finep ajudou a empresa a competir num mercado
de grandes players como HP, IBM e Cisco

faltará capital para isso. “Se for necessá- a gente escuta do empresário uma ideia Exame, somos a 52ª empresa entre as
rio, alocaremos mais recursos que esta- magnífica e na hora que você vai ver o que pequenas e médias que mais cresceu”,
mos alocando porque inovação é a prio- ele escreveu, o resultado é um projeto que orgulha-se Alexandre Castro, gerente de
ridade das prioridades.” Para Coutinho, não consegue traduzir a inovação.” Uma inovação da empresa.
ainda estamos sob impacto da instabili- dica de Medeiros é: busque apoio de ins- O desempenho é resultado da boa
dade econômica que dominou o País du- tituições sólidas de ensino e pesquisa. Isso atuação da empresa durante o boom
rante anos. Ele acredita que a confiança vem de encontro à estratégia da Finep de do mercado de celulares em 2008. Mas
do empresário na economia e o aumento aproximar academia e empresas. Castro reconhece que sem apoio finan-
do lucro das empresas permitirão ao se- Para a Suntech Achieving Intelligen- ceiro de entidades como Finep teria sido
tor privado correr os riscos naturais de ce, de Florianópolis, a conquista de duas difícil desenvolver novos produtos para
um processo de inovação. subvenções econômicas da Finep fez competir nesse mercado. “Para uma em-
Por motivos óbvios, os recursos mais toda a diferença. Fundada em 1996 den- presa que fatura R$ 1 milhão, por exem-
disputados são aqueles a fundo perdido. tro da incubadora Celta, a empresa atua plo, é impossível investir R$ 800 mil em
Criado em 2006, o programa de subvenção no segmento de tecnologia para a área uma inovação”, destaca. No momento, a
econômica (recursos não reembolsáveis) de telecomunicações, concorrendo com Suntech aguarda o resultado de mais um
da Finep aplicou mais de R$ 1,7 bilhão em grandes players como HP, IBM e Cisco. edital de subvenção econômica da Finep.
2,6 mil empresas. O edital de 2010, lan- Ao completar dez anos, a empresa fatu- O objetivo é investir na internacionaliza-
çado em agosto, estabelece recursos no rava cerca de R$ 10 milhões e tinha em ção da empresa e buscar a atuação em
valor de R$ 500 milhões. Faltando 20 dias torno de 40 funcionários. Quatro anos novos segmentos, como o de segurança
para o término do prazo de inscrição (7 depois, o faturamento pulou para R$ pública. Para Castro, escrever projetos
de outubro), a agência já havia recebido 25 milhões e o número de colaborado- é trabalhoso, mas necessário; portanto,
mais de 2,5 mil projetos, um recorde do res chegou a 100. “No ranking da revista tem que ser feito com dedicação.
programa. Menos de um quinto deles se-
rão contemplados. Para quem fica de fora, Bons projetos
quase sempre resta a sensação de injustiça “As instituições de
ou, pior, de incapacidade. Para o professor Marcelo Nakagawa,
pesquisa sabem
empreendedor | outubro 2010

“Para esses casos eu diria: não desista, os empreendedores pecam em três as-
tente novamente na próxima rodada”, afir- fazer projetos, mas o pectos na hora de escrever um projeto.
ma Medeiros. E acrescenta: “As empresas O primeiro deles é não entregar todos os
têm que aprender como se faz um bom setor produtivo ainda documentos exigidos no edital, ou entre-
projeto”. Segundo o executivo, as institui- está engatinhando”, gar documentos incompletos que acabam
ções de pesquisa já sabem, mas o setor pro- por desclassificar o projeto na primeira
dutivo ainda está engatinhando. “Às vezes afirma Medeiros etapa. A dica é fazer um check list assim

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Coutinho, do BNDES:
“Inovação é a prioridade
das prioridades”

que a proposta começar a ser escrita. “Eu que o empreendedor bate no peito e fala pessoal interno para que você possa ob-
recomendo que se faça uma capa de rosto ‘o meu produto é inovador’ e parte do ter o recurso sozinho da próxima vez”,
para cada um dos documentos com a lo- pressuposto que isso basta para o avalia- aconselha Nakagawa.
gomarca da empresa. Além de ajudar na dor acreditar nele”, afirma o professor. Para Lisiane, da Artecola, fazer o pro-
imagem do negócio, facilita o trabalho do Por último, Nakagawa acredita que cesso internamente não se trata apenas
avaliador”, afirma Nakagawa. falta persuasão na maioria dos projetos. de uma redução de custo. “Desta forma
A segunda falha apontada pelo pes- Para ele, isso se explica em parte por- você estreita seu relacionamento com a
quisador é a questão do mérito. É comum que quem vai buscar o recurso é um Finep”, justifica. Com 62 anos de história,
o empreendedor não conseguir traduzir empreendedor técnico, que se limita a a empresa carrega a missão de inovar em
o valor do seu projeto. “Muitas vezes isso descrever as características técnicas da seu slogan: “Inovação para resultados”. O
acontece porque ele realmente não tem inovação. “Fale primeiro dos benefícios melhor de tudo é que não é só marketing.
o mérito para receber aquele recurso”, e vantagens competitivas. Se o avaliador De acordo com a diretora, mais de 26% da
destaca Nakagawa. Assim, se o empreen- for um cara de negócio, é disso que ele receita do grupo é resultado da venda de
dedor for buscar dinheiro de um investi- vai querer saber.” Para o professor, sa- produtos inovadores lançados nos últimos
dor, o principal mérito será a rentabilida- ber como o processo vai ser analisado é três anos. A meta da Artecola é elevar esse
de. “É preciso demonstrar que o negócio fundamental para definir como ele será percentual a 50% até 2020. “A inovação só
é rentável – e rentável dentro da expec- escrito. “Se você acha que o projeto será faz sentido se trouxer resultados.”
tativa do investidor. Se for um investidor avaliado rapidamente, utilize recursos
de capital semente, por exemplo, ele está visuais como gráficos, tabelas e figuras LINHA DIRETA
buscando 60% a 70% ao ano; portanto, para explicar questões mais complexas.”
não adianta chegar com um projeto de O professor faz um alerta em relação Abvcap: (21) 3970-2432
30% porque não vai ter mérito.” às consultorias especializadas em captar Artecola: (51) 3778-5204
Em muitos casos, o mérito é ser recursos. Para ele, há muitos “esperti- BNDES: (21) 2172-7447
inovador. O problema, segundo Nakaga- nhos” que ajudam a empresa a captar, Bug Agentes Biológicos:
wa, é que muitos empreendedores não mas não orientam sobre como tocar o (19) 3435-7435
conseguem caracterizar a inovação. Uma projeto e fazer, por exemplo, os relató- CNI: (61) 3317-9989
empreendedor | outubro 2010

dica do professor é mostrá-la dentro de rios de acompanhamento exigidos pelo Fiesc: (48) 3231-4100
um contexto, descrever como é o mer- financiador. “Muitas vezes eles somem Finep: (21) 2555-0555
cado do seu produto, quais os costumes nessa hora. Por isso, eu sempre reco- FIRCapital: (31) 3074-0020
do consumidor e qual o impacto que a mendo negociar uma taxa de sucesso e Fundo SC: (48) 3333-2374
inovação provocará dentro desse cenário atrelar a atividade de consultoria ao de- Marcelo Nakagawa: (11) 3024-2262
– aumento de qualidade, queda nos pre- senvolvimento do projeto. Além disso, Suntech: (48) 3322-0107
ços, etc. “O que acontece quase sempre é coloque nas cláusulas a capacitação do

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