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Roberta Traspadini
Introdução
Este texto introdutório tem dois objetivos principais: 1) explicar, de certa forma
sucintamente, as raízes do neodesenvolvimento na América Latina, à luz do debate sobre
a teoria marxista da dependência; 2) demonstrar a superexploração da força de trabalho
como um mecanismo de apropriação e transferência de valor na conexão entre o
capitalismo dependente e o imperialismo.
A tese deste trabalho é que o neodesenvolvimentismo deve ser explícito
como um processo inerente ao desenvolvimento capitalista dependente, resultando em
Desde a década de 1960, dois fatores têm determinado: 1) a reconfiguração da posição
imperialista dos Estados Unidos em para a disputa com o Japão e a Alemanha e a
blindagem do continente contra o seu principal inimigo: a URSS; 2) dos resultados das
políticas desenvolvidas lista das décadas de 1930 e 1940 que provocaram discussões
sobre dependência
As raízes do neodesenvolvimento baseiam-se na estrutura do capitalismo
dependente. Este, por sua vez, tem no super exploração da força de trabalho como a
relação forma-conteúdo particularmente a subjugação da América Latina na economia
global liderada pelo capital monopolista financeiro (Marini, 2011). A superexploração
apresenta diferentes tonalidades e à medida que o imperialismo avança, produz crises, e
é recomposta de forma progressivamente mais violenta sobre os mecanismos previamente
criados para apoiá-la.
Nesse sentido, assim como o neodesenvolvimento incorpora novas fases
de uma política de desenvolvimento modificada para fortalecer o
mesmo valor de saída de conteúdo, com base sobre exploração que expõe a extração de
valor-teor forma no continente, sob o controlo do imperialismo em diferentes fases de: a)
no início de 1940, a superexploração funcionou como mecanismo de compensação
interna dos capitais nacionais, dada sua fragilidade externa concorram com capitais
monopolistas; b) nos anos 50/60 a superexploração funcionou como um mecanismo de
intensificação da transferência de valor atrelada à participação direta do capital
estrangeiro na América Latina; c) nos anos 70 em diante, quando a faceta
sistema financeiro expõe novas formas de produção e apropriação de valor para o capital
monopolista, a superexploração sofre nova mecanismos de acentuação da violência em
detrimento das políticas neoliberais que enfraquecem ainda mais o sentido de trabalho no
continente.