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Entrevista do Mês 9HUD&KDLD

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a liderança política

Thaís Polato
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Bete Andrade
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A liderança política fortalecida está, normalmente, ligada a par-
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De forma geral, no interior de um longo processo histórico, seja
no Brasil ou em outras partes do mundo. Entretanto, certas cir-
cunstâncias políticas podem fazer emergir uma liderança a par-
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construídas as relações de poder. A liderança política pode ser
exercida de diversas formas e assumir diferentes formatos, o que
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políticas nas sociedades democráticas, ou mesmo em sociedades
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dos processos políticos contemporâneos, pois canaliza as ações
políticas e conduz as operações e negociações políticas e eco-
nômicas.
tido político e/ou movimentos sociais. Também podem ocorrer
casos nos quais as lideranças políticas vão emergindo e, simulta-
neamente, construindo canais institucionais.
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A visibilidade das lideranças políticas pela mídia pode favorecer
a projeção da liderança. Entretanto também pode ocorrer uma
desconstrução do líder pela mídia, quando esse perde o controle
da própria imagem, decorrente de escândalos, denúncias ou ou-
tros fatores vistos como negativo pelo cidadão.
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Com as redes sociais ocorre o fenômeno da descentralização
das informações e dos chamados às mobilizações. Neste senti-
do, ocorre uma proliferação de múltiplas lideranças ou mesmo entre líderes e sociedade, podem causar transtornos ou enges-
o questionamento das lideranças tradicionais. O novo contexto sar a sociedade. A presença de um líder é sempre surpreendente,
tecnológico traz repercussão os coletivos, que atuam fora dos podendo levar a regimes totalitários e autoritários. Por isso a ne-
canais institucionais. Nos movimentos de junho destacaram-se cessidade de, também, buscar entender como a democracia pode
o Movimento do Passe Livre (MPL) e os Black Blocs enquanto conviver com lideranças políticas, principalmente numa época de
exemplos de coletivos cuja atuação política é marcada pela críti- crise de representatividade política. Acrescente-se a isso a crise
ca às instituições e às lideranças tradicionais. GDVLQVWLWXL©·HVGHPRFU£WLFDVHDVGHVFRQˉDQ©DVQRVSDUWLGRVH
na classe política de modo geral.
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drões teóricos básicos dados por Maquiavel, Karl Marx e Max
:HEHU$VVLPGHVWDFDPVHDˉJXUDGRȢ&RQGRWWLHUHȣRO¯GHUȢ%R- O predomínio de lideranças políticas ainda continua sendo dos
napartista” e os líderes “carismáticos” e “tradicionais”. No Brasil e homens, mas as mulheres sempre lutaram para colocar suas ex-
países em desenvolvimento foi importante a nomenclatura de pressões sociais e políticas e, hoje, podemos ver a atuação de
líder “populista”, termo imputado a governantes e, até hoje, utili- líderes como Luiza Erundina, Marta Suplicy, Marina Silva e Dilma
zado por alguns estudiosos para caracterizar, às vezes pejorativa- Rousseff, entre outras.
mente, alguns governantes da América Latina. Mas deve ser des-
tacado que a nossa pesquisa a ser desenvolvida terá como um de 4XDO D LPSRUW¤QFLD GHVWD SHVTXLVD WHU DSRLR GD
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Brasil?
Após o regime militar, iniciado em 1964, ocorreu um vazio po-
lítico, decorrente de cassações, exílios, prisões e mortes, que
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redemocratização e de abertura política, nos anos 1980, emer-
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Inácio Lula da Silva. Com a reforma partidária ocorrida em 1979,
destacam-se personalidades como Fernando Henrique Cardoso,
Luiza Erundina, entre outros. Os exemplos citados referem-se às
lideranças tradicionais, ligadas aos partidos políticos e outras
formas de atuação institucional. A pesquisa pretende ampliar o
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seus objetivos debater as nomenclaturas existentes e construir
conceitos ou tipologias que permitam apreender o fenômeno da
liderança política historicamente e na contemporaneidade.
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anos?
A importância do estudo das lideranças políticas se faz exata-
mente porque se está preocupado com a montagem e o fun-
cionamento da democracia. O líder político pode tanto auxiliar
a organizar a sociedade e mantê-la em funcionamento, quanto
transformá-la. Entretanto, estes movimentos, dados pela relação
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A pesquisa se coloca na categoria de Projeto Temático, uma área
que exige respaldo de vários pareceristas. Contar com apoio
da Fapesp atribui ao estudo uma forte legitimidade acadêmica
frente aos pesquisadores e à comunidade acadêmica em geral.
Para a PUC-SP este fato é importante, pois a coloca num pata-
mar de excelência, ao se considerar outras boas instituições de
ensino. O apoio se dá de inúmeras formas, fornecendo recursos
para compra de equipamentos, viagens e estadia para pesquisas
e congressos, realizações de seminários, dentre outras possibi-
lidades. Já tivemos um Projeto Temático aprovado pela Fapesp
(2000-2004), o Mídia, Campanha Eleitoral e Comportamento Polí-
tico em São Paulo.