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PROJUDI - Recurso: 0000613-05.2018.8.16.0184 - Ref. mov. 17.

1 - Assinado digitalmente por Marcel Luis Hoffmann:9159


10/04/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Marcel Luis Hoffmann - 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais)

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS - PROJUDI
Rua Mauá, 920 - 14º Andar - Alto da Glória - Curitiba/PR - CEP: 80.030-200 - Fone:
3210-7003/7573
Recurso Inominado n° 0000613-05.2018.8.16.0184

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ52U HL6XJ GKQUB DGPMD


Juizado Especial Cível de Curitiba - CIC
Recorrente: GOL LINHAS AÉREAS S/A
Recorrido: LUIZ FABIANO BARANHUK ARNS
Relator: Marcel Luis Hoffmann

RECURSO INOMINADO. TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL.


CANCELAMENTO DE VOO. DEMORA DE TRÊS DIAS PARA A
REMARCAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE NORMA ESPECÍFICA EM
CONVENÇÕES INTERNACIONAIS. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
ENTRE A TRANSPORTADORA AÉREA CONTRATUAL E A DE FATO.
DANOS MATERIAIS E MORAIS COMPROVADOS. RECURSO
DESPROVIDO.

Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais em que a parte autora alega que
o voo contratado de para o percurso entre Panamá e Curaçao fora cancelado e remarcado para
três dias após o previsto. Insurge-se a companhia aérea Gol em face da sentença de
procedência dos pedidos do autor.

Aplica-se ao caso em concreto a legislação consumerista e não as normas internacionais de


transporte aéreo em voos internacionais, porque inexiste na convenção internacional de
Montreal normas sobre cancelamento de passagem.

Não há de se falar em ilegitimidade passiva da recorrente, visto que o art. 225 do Código
Brasileiro de Aeronáutica dispõe que se considera “transportador de fato o que realiza todo o
transporte ou parte dele, presumidamente autorizado pelo transportador contratual e sem se
confundir com ele ou com o transportador sucessivo”. Ademais, a compra das passagens se
deu pela Gol Linhas Aéreas (mov. 1.5, página 2), sendo que participou ela da cadeia de
fornecedores do serviço, respondendo, assim, de forma solidária pelos danos causados ao
consumidor.

Mesmo nos casos de aplicação da Convenção de Montreal, há previsão de responsabilidade


solidária da transportadora contratual pelas ações e omissões da transportadora de fato (art.
41, item 1).

Neste cenário, não há de se falar em ilegitimidade passiva, tampouco em excludente de


responsabilidade por culpa exclusiva de terceiro, razão pela qual vai mantida a condenação
solidária da recorrente pelos danos materiais causados, eis que não fora o dano ou o quantum
PROJUDI - Recurso: 0000613-05.2018.8.16.0184 - Ref. mov. 17.1 - Assinado digitalmente por Marcel Luis Hoffmann:9159
10/04/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Marcel Luis Hoffmann - 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais)

arbitrado impugnados especificamente em sede recursal, limitando-se a requerida a alegar

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
ausência de responsabilidade.

O dano moral, em casos de situações ocorridas no âmbito do transporte aéreo, seja ele
nacional ou internacional, em regra, não se caracteriza na sua por pura, in re ipsa, sendo
necessária a prova do abalo moral sofrido pelo passageiro.

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ52U HL6XJ GKQUB DGPMD


"A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça orienta-se no sentido de que o mero
inadimplemento contratual, que resulta no cancelamento de voo, não gera dano moral ao
consumidor, o que deve ser aferido a partir das peculiaridades do caso concreto. " (AgInt no
AREsp 1228249/DF, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 12/06/2018, DJe 19/06/2018)

No presente caso, a situação narrada está a evidenciar danos imateriais, superando a hipótese
dos meros aborrecimentos e transtornos da vida cotidiana, ensejando convicção de lesão a
direito de personalidade. Isto porque, entre outros fatores: o voo do autor fora cancelado com
remarcação três dias após o dia inicialmente previsto para o transporte; não teve o autor auxílio
material com alimentação adequada; perdeu planejamento de viagem internacional (evento nº
1.14), pelo que vai mantida a condenação a este título.

No caso concreto o valor arbitrado de R$5.000,00 não se demonstra exorbitante, não


comportando a redução por esta Turma, eis que a quantia que se mostra de acordo com os
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, bem como em consonância com o caso em
concreto, sem importar enriquecimento ilícito.

Dou por prequestionados todos os dispositivos constitucionais, internacionais e demais normas


legais suscitadas pelas partes neste processo.

Recurso desprovido.

Condeno a recorrente ao pagamento de 20% sobre o valor atualizado da condenação a título


de honorários de sucumbência (Lei 9.099/95, art. 55). Custas devidas (Lei Estadual 14.413/14,
arts. 2º, inc. II e 4º, e instrução normativa 01/2015 – CSJEs, art. 18).

Ante o exposto, esta 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais resolve, por unanimidade dos
votos, em relação ao recurso de GOL LINHAS AÉREAS S/A, julgar pelo (a) Com Resolução do
Mérito - Não-Provimento nos exatos termos do voto.

O julgamento foi presidido pelo (a) Juiz (a) Alvaro Rodrigues Junior, sem voto, e dele
participaram os Juízes Marcel Luis Hoffmann (relator), Helder Luis Henrique Taguchi e Marcos
Antonio Frason.

09 de abril de 2019

MARCEL LUIS HOFFMANN

Juiz Relator

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