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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS - PROJUDI
Rua Mauá, 920 - 14º Andar - Alto da Glória - Curitiba/PR - CEP: 80.030-200 - Fone:
3210-7003/7573
Recurso Inominado n° 0000613-05.2018.8.16.0184
Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais em que a parte autora alega que
o voo contratado de para o percurso entre Panamá e Curaçao fora cancelado e remarcado para
três dias após o previsto. Insurge-se a companhia aérea Gol em face da sentença de
procedência dos pedidos do autor.
Não há de se falar em ilegitimidade passiva da recorrente, visto que o art. 225 do Código
Brasileiro de Aeronáutica dispõe que se considera “transportador de fato o que realiza todo o
transporte ou parte dele, presumidamente autorizado pelo transportador contratual e sem se
confundir com ele ou com o transportador sucessivo”. Ademais, a compra das passagens se
deu pela Gol Linhas Aéreas (mov. 1.5, página 2), sendo que participou ela da cadeia de
fornecedores do serviço, respondendo, assim, de forma solidária pelos danos causados ao
consumidor.
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
ausência de responsabilidade.
O dano moral, em casos de situações ocorridas no âmbito do transporte aéreo, seja ele
nacional ou internacional, em regra, não se caracteriza na sua por pura, in re ipsa, sendo
necessária a prova do abalo moral sofrido pelo passageiro.
No presente caso, a situação narrada está a evidenciar danos imateriais, superando a hipótese
dos meros aborrecimentos e transtornos da vida cotidiana, ensejando convicção de lesão a
direito de personalidade. Isto porque, entre outros fatores: o voo do autor fora cancelado com
remarcação três dias após o dia inicialmente previsto para o transporte; não teve o autor auxílio
material com alimentação adequada; perdeu planejamento de viagem internacional (evento nº
1.14), pelo que vai mantida a condenação a este título.
Recurso desprovido.
Ante o exposto, esta 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais resolve, por unanimidade dos
votos, em relação ao recurso de GOL LINHAS AÉREAS S/A, julgar pelo (a) Com Resolução do
Mérito - Não-Provimento nos exatos termos do voto.
O julgamento foi presidido pelo (a) Juiz (a) Alvaro Rodrigues Junior, sem voto, e dele
participaram os Juízes Marcel Luis Hoffmann (relator), Helder Luis Henrique Taguchi e Marcos
Antonio Frason.
09 de abril de 2019
Juiz Relator