Вы находитесь на странице: 1из 2

A ARCA DE NOÉ E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Roosevelt S. Fernandes

Há muito anos atrás (período do Regime Militar), circulou um artigo que tinha como
título “A Arca de Noé”.

Nele era contada uma pequena estória. Nela o planeta passava por uma fase muito
complicada e, para resolvê-la, um tal Noé resolveu construir uma grande arca de
modo a colocar um casal de cada ser vivo e, quando o dilúvio chegasse, este grupo
sobreviveria para repovoar o planeta.

A estória evolui com a intervenção de um grupo de “iniciados” que aceitaram a idéia,


mas consideraram que este era um empreendimento de grande porte e, desta
forma, não poderia ser simplesmente conduzido por tal Noé. Seria necessário
estruturar um empreendimento que pudesse conduzir a complexidade da construção
da arca. Mudaram, de imediato, o nome do projeto que passou a se chamar “Arca
das Mudanças Climáticas”.

Os “iniciados” começaram a estruturação do empreendimento: eleição de


presidente, diretorias, assessorias, núcleos de pesquisa, contratação de
especialistas, secretárias, motoristas, sede própria e sedes descentralizadas em
diferentes locais do planeta, enfim, o imprescindível para que um grande
empreendimento pudesse ser desenvolvido sem risco.

As tarefas foram divididas em vários Grupos de Trabalho, com reuniões realizadas


não nas regiões do planeta onde eram inevitáveis os primeiros efeitos do dilúvio,
mas sim em lugares aprazíveis onde os grupos pudessem trabalhar em condições
adequadas a importância do projeto.

Inevitável, estes grupos acabaram se dividindo entre “prós e contras” e cada um


deles, sem se preocupar com o dilúvio a caminho, resolveram ignorar a variável
tempo, consumindo o tempo disponível em apresentar estudos e pesquisas que
reforçassem as suas posições. Isso demandou uma grande quantidade de recursos,
que foram logo disponibilizados pelos países mais ricos do planeta.

Surgiram especialistas, políticos especialistas, agentes de financiamento


especialistas, centros de pesquisa especializados, típicos do entorno de operação
de um grande empreendimento.

_________________________________________________________________________________
Proibida cópia total ou parcial sem referência ao NEPA
NEPA – Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental
Sendo muito especializadas, de imediato a sociedade foi relegada a um segundo
plano, dado que, na visão do projeto, apenas um casal de humanos, decidido que
seria escolhido entre a alta direção do “Arca das Mudanças Climáticas”. Na verdade,
logo no início, as informações foram passadas a sociedade, mas em linguagem
complicada que levou a um progressivo afastamento do tema, deixando aos
“iniciados” a discussão e decisão sobre o assunto.

E o tempo foi passando. Países que tinham “madeira” para a construção da arca
tentaram impor condições ao andamento do projeto, mas foram logo afastados pelos
países que “detinham a tecnologia do corte da madeira”, de modo a,
progressivamente, ir reduzindo o tamanho do grupo dos “iniciados”. Foram
observadas denúncias (“Arcagate”), mas, para os “não iniciados”, acabou ficando a
dúvida de quem realmente tinha à razão.

Concluindo, passado alguns anos veio o aviso que o dilúvio seria no dia seguinte.

No empreendimento “Arca das Mudanças Climáticas” um desespero total; perdidos


entre muitas alternativas não tinham tido tempo para concluir a arca. Ou seja, era
inevitável que o dilúvio seria plenamente fatal para todos do planeta.

Mas, do alto da torre de trinta andares construída para fazer funcionar o mega
projeto, no dia seguinte, quando a água quase cobria o edifício, foi possível ver uma
arca de madeira, com os “não iniciados” liderados por um tal Noé, passando ao
largo.

Você já pensou em que grupo está?


Ainda há tempo para escolher o grupo certo.

_________________________________________________________________________________
Proibida cópia total ou parcial sem referência ao NEPA
NEPA – Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental

Вам также может понравиться