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Peelings Químicos e Mecânicos

e Introdução
à Cosmetologia Aplicada à
Biomedicina
Estética

Brasília-DF.
Elaboração

Taís Amadio Menegat

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 6

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8

UNIDADE I

COSMETOLOGIA.................................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 1

HISTÓRIA E INTRODUÇÃO À COSMETOLOGIA............................................................................ 9

CAPÍTULO 2

COMPOSIÇÃO DOS COSMÉTICOS.......................................................................................... 20

CAPÍTULO 3

CLASSIFICAÇÃO DOS COSMÉTICOS DE ACORDO COM SUA FUNÇÃO.................................... 47

CAPÍTULO 4

LENDO AS EMBALAGENS......................................................................................................... 68

CAPÍTULO 5

FOTOPROTEÇÃO..................................................................................................................... 72

CAPÍTULO 6

COSMETOLOGIA NA HLDG..................................................................................................... 83

CAPÍTULO 7

ATIVOS PARA CONTROLE PIGMENTAR...................................................................................... 88

CAPÍTULO 8

COSMÉTICOS PARA ACNE....................................................................................................... 97

CAPÍTULO 9

COSMÉTICOS NO TRATAMENTO ANTI-AGING E ESTRIAS.......................................................... 102

CAPÍTULO 10

FATORES DE CRESCIMENTO................................................................................................... 111


UNIDADE II
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO....................................................................................................... 118

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 118

PARA (NÃO) FINALIZAR.................................................................................................................... 164

REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 165
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

6
Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

7
Introdução
Convido-os a vir mergulhar no mundo mágico da Cosmetologia. Nas próximas páginas
você poderá aprender como agregar todos os benefícios dos cosméticos e dos peelings
químico e mecânico em distúrbios como: anti-aging, estrias, olheiras, hipercrômia,
entre outras disfunções. A técnica aplicada nesta apostila é o modelo mais atual do
mercado.

Objetivos
»» Promover o conhecimento fisiológico, farmacológico e terapêutico dos
cosméticos.

»» Compreender mecanismo de ação dos peelings.

»» Compreender método de aplicação dos cosméticos e ácidos na estética.

8
COSMETOLOGIA UNIDADE I

CAPÍTULO 1
História e introdução à Cosmetologia

A história da Cosmetologia remonta há, pelo menos, 30.000 anos. Os homens da


pré-história classificavam animais e plantas como seguros e nocivos. A humanidade
descobriu muito cedo, em sua busca por alimentos, que vários vegetais fazem mal ao
organismo (GALEMBECK; CSORDAS, 2015). Essa propriedade foi explorada ao se
extraírem venenos de animais e plantas e usá-los para caçar e guerrear. Ao mesmo
tempo, o homem das cavernas utilizava corantes naturais para tatuagens, explorava
o veneno de animais e toxinas de plantas para caçar. Rituais tribais praticados pelos
aborígines dependiam muito da decoração do corpo para proporcionar efeitos especiais,
como a pintura de guerra.

A religião era, também, uma razão para o uso desses produtos. Cerimônias religiosas,
frequentemente empregavam resinas e unguentos de perfumes agradáveis. A queima
de incenso deu origem à palavra perfume, que no latim quer dizer “através da fumaça”
(SCHULMAN, 2004).

Nos anos de 1950, políticas de incentivo trouxeram para o Brasil empresas multinacionais
gigantescas, como a americana Avon e a francesa L’Oréal. Essas empresas lançaram
novidades como a venda direta e produtos para o público masculino. A maquiagem
básica, que se compunha de pó-de-arroz e batom, foi se diversificando e se sofisticando.
(SCHULMAN, 2004).

Nos anos de 1990, o tempo entre a aplicação do cosmético e o aparecimento do efeito


prometido na bula diminui de 30 dias para menos de 24 horas. Surgem os cosméticos
multifuncionais, como batons com protetor solar e hidratantes antienvelhecimento.
Nesse início do século 21, os alfa-hidroxiácidos, utilizados em cremes para renovar
a pele, começam a ser substituídos por enzimas, mais eficazes. Outra tendência é a
descoberta de novas matérias-primas contendo várias funções. No momento atual,

9
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

as pesquisas avançam na direção da manipulação genética para melhorar a estética


(GALEMBECK; CSORDAS, 2015).

Hoje, a indústria de cosméticos é extremamente importante dentro da economia


de grande parte dos países mais desenvolvidos, dentre os quais se inclui o Brasil,
contribuindo para a geração de empregos e a redução de desigualdades regionais, por
meio da exploração sustentável de várias espécies do nosso bioma, especialmente na
Amazônia. A sociedade vem exigindo a adoção de tecnologias de produção limpas,
econômicas e ambientalmente corretas que, por sua vez, requerem um enorme e
entusiástico esforço de estudantes, professores, pesquisadores e engenheiros, na
Universidade e na Indústria, na busca de ingredientes diferenciados, naturais e
competitivos e de processos de formulação inovadores (HERNANDEZ; MERCIER-
FRESNEL, 1999).

Definições

»» Cosmetologia: ciência que estuda os cosméticos, abrangendo desde


a concepção de matérias-primas até a venda e aplicação dos produtos
elaborados. É uma atividade multidisciplinar que envolve conhecimentos
de física, química, biologia e algumas áreas humanísticas.

»» Cosméticos: substâncias, misturas ou formulações de aplicação


local, fundamentadas em conceitos científicos, destinados ao cuidado e
embelezamento da pele humana e seus anexos, sem prejudicar as funções
vitais, causar irritações, sensibilizar ou provocar fenômenos secundários
indesejáveis, atribuídos à sua absorção.

»» Cosmecêutico: nos últimos anos surgiram produtos que têm funções


mais complexas do que a limpeza ou o embelezamento. Estão sendo
chamados pelos fabricantes de cosmecêutico, dermocosméticos,
cosmético funcional ou ainda cosmético de desempenho. Trata-se de
formulações de uso pessoal que atuam beneficamente sobre o organismo,
causando modificações positivas e duráveis na saúde da pele, mucosas
e couro cabeludo. São muitos produtos diferentes, que usam muitas
substâncias químicas como matérias-primas – colágeno e elastina,
cafeína, nano compósitos de ouro, retinóis, estrógenos e várias outras.
Exemplos: minoxidil a 2%, ácido retinoico e α-hidroxiácidos (com
finalidade antienvelhecimento) (GALEMBECK; CSORDAS, 2015).

10
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Legislação Brasileira – órgãos e entidades

Órgãos e entidades relacionados à área de Cosmetologia

»» Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA: criada pela


Lei no 9.782, de 26/1/1999. Promove a proteção da saúde da população
pelo controle sanitário da produção e da comercialização de produtos
e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes,
processos, insumos e tecnologias a eles relacionados.

»» Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade


Industrial: criado pela Lei no 5.966, de 11/12/1973. Realiza trabalhos
inerentes à metrologia legal; fiscaliza e verifica os produtos na embalagem
final.

»» Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor: criada pela Lei


no 8.078, de 11/9/1990. Orienta os consumidores acerca de seus direitos.
A Lei obriga os fornecedores a manter amostras sem lacre dos produtos à
venda, para exame do consumidor.

A área da Cosmetologia é regida por algumas leis básicas que estabelecem normas para
nomenclatura, fabricação e comercialização de produtos cosméticos.

»» Registro de produtos/nomenclatura única para ingredientes


– Portaria no 296, de 16/4/1998 (art. 1o): para efeito de registro
ou de alteração de registro de produtos de higiene pessoal, cosméticos
e perfumes, devem ser adotadas, complementarmente à nomenclatura
original, as nomenclaturas mencionadas nos itens seguintes:

›› As substâncias corantes devem estar acompanhadas do número do


Color Index correspondente.

›› Os ingredientes de origem vegetal devem estar acompanhados da


denominação botânica do Sistema Linné.

›› Para as demais substâncias, deve ser utilizada a nomenclatura do INCI


(International Nomenclature Cosmetic Ingredient).

›› No caso de substância não catalogada, deve-se utilizar nomenclatura


de referência internacional e o interessado deve apresentar à Secretaria
de Vigilância Sanitária a literatura bibliográfica correspondente.

11
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» Manual de Boas Práticas de Fabricação – Portaria no 348,


de 18/8/1997: determina a todos os estabelecimentos produtores de
produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes o cumprimento
das diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico – Manual de Boas
Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e
Perfumes.

»» Resolução no 79, de 28/8/2000: lista de conservantes, corantes


permitidos, filtros UV permitidos, lista restritiva e lista de substâncias de
uso proibido.

»» Resolução RDC no 38, de 21/3/2001: regulamenta produtos


cosméticos de uso infantil.

»» RDC no 48, de 16 de março de 2006: lista as substâncias que não


podem estar contidas em formulações cosméticas, independentemente
da concentração.

»» RDC no 47, de 16 de março de 2006: traz a relação de filtros solares


permitidos em formulações cosméticas e a concentração máxima de uso
permitida para cada uma delas.

»» RDC no 215, de 25 de julho de 2005: compreende a lista das


substâncias que esses produtos podem contar desde que obedeçam à
concentração limite e condições impostas pela referida RDC.

Classificação da Cosmetologia

A Resolução RDC no 79, de 28 de agosto de 2000, classifica os produtos cosméticos


quanto ao grau de risco.

»» Grau I (risco mínimo): produtos de higiene pessoal, cosméticos e


perfumes que se caracterizam por possuírem propriedades básicas, ou
elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não
requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas
restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto.

»» Grau II (risco potencial): produtos de higiene pessoal, cosméticos


cuja formulação possua indicações específicas, com características que
exijam comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações
e cuidados, modo e restrições de uso.

12
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Abaixo segue quadro 1, com as categorias e grau de risco.

Quadro 1. Categoria grau de risco.

CATEGORIA: PRODUTO DE HIGIENE


Sabonetes (líquidos, gel, cremoso ou sólido)
GRUPO GRAU
Sabonete facial e/ou corporal 1
Sabonete abrasivo/esfoliante 1
Sabonete antisséptico 2
Sabonete desodorante 1
Outros a definir
Produtos para higiene dos cabelos e couro cabeludo (líquido, gel, creme, pós ou sólido)
GRUPO GRAU
Xampu 1
Xampu condicionador 1
Xampu para lavagem a seco 2
Xampu anticaspa 2
Creme rinse 1
Enxaguatório capilar 1
Condicionador 1
Condicionador anticaspa 2
Enxaguatório capilar anticaspa 2
Outros produtos para higiene dos cabelos e couro cabeludo a definir
Produtos para higiene dental e bucal (líquidos, gel, cremoso, sólido ou aerossol)
GRUPO GRAU
Dentifrício 1
Dentifrício antiplaca 2
Dentifrício anticárie 2
Dentifrício clareador (mecânico) 1
Dentifrício clareador (químico) 2
Dentifrício para fumantes 1
Enxaguatório antisséptico 2
Enxaguatório aromatizante 1
Aromatizante bucal 1
Outros produtos para higiene dental e bucal a definir
Produtos desodorantes e/ou antitranspirantes, perfumados ou não (líquidos, gel, cremoso, sólido ou aerossol)
GRUPO GRAU
Desodorante axilar 1
Desodorante corporal 1
Desodorante perfumado 1
Desodorante colônia 1
Desodorante íntimo 2
Desodorante pédico 1
Desodorante antitranspirante/antiperspirante axilar 2
Desodorante antitranspirante/antiperspirante pédico 2

13
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Antitranspirante/antiperspirante axilar 2
Antitranspirante/antiperspirante pédico 2
Outros a definir
Produtos para barbear, com ou sem espuma (líquidos, gel, cremoso, sólido ou aerossol)
GRUPO GRAU
Loção pré-barbear 1
Creme para barbear 1
Barra/bastão pré-barbear 1
Gel para barbear 1
Espuma para barbear 1
Loção para barbear 1
Barra/bastão para barbear 1
Outros a definir
Produtos para após barbear alcoólicos ou não (líquido, gel, creme)
GRUPO GRAU
Creme após barbear 1
Loção após barbear 1
Gel após barbear 1
Outros a definir
CATEGORIA: COSMÉTICO
Produtos para lábios
GRUPO GRAU
Batom 1
Brilho labial 1
Lápis labial 1
Protetor labial sem fotoprotetor 1
Outros a definir
Produtos para áreas dos olhos (exceto globo ocular)
GRUPO GRAU
Sombra para as pálpebras 1
Máscara para cílios 1
Lápis 1
Kajal 1
Delineador 1
Creme para área dos olhos 2
Gel para área dos olhos 2
Loção para área dos olhos 2
Outros a definir
Produtos antissolares
GRUPO GRAU
Protetor labial com fotoprotetor 2
Protetor solar 2
Bloqueador Solar 2
Outros a definir

14
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Produtos para bronzear


GRUPO GRAU
Bronzeador 2
Ativador de bronzeado 2
Bronzeador simulatório 2
Moderador 2
Outros a definir
Produtos para tingimento dos cabelos
GRUPO GRAU
Tintura temporária 2
Tintura progressiva 2
Tintura permanente 2
Xampu colorante 2
Enxaguatório colorante 2
Outros a definir
Produtos para clarear os cabelos
GRUPO GRAU
Descolorante 2
Clareador dos cabelos 2
Água oxigenada 10 a 40 vol. (incluídas as cremosas, exceto os produtos oficinais) 2
Outros a definir
Produtos para clarear os pelos do corpo 2
Produtos para ondular os cabelos
Permanente 2
Outros a definir
Produtos para alisar os cabelos
GRUPO GRAU
Alisante 2
Alisante com tingimento 2
Outros a definir
Neutralizantes capilares
GRUPO GRAU
Neutralizante para permanente 1
Neutralizante para alisante 1
Outros a definir
Produtos para modelar e assentar os cabelos
GRUPO GRAU
Condicionador 1
Fixador 1
Laquê 1
Brilhantina 1
Óleo 1
Mousse 1
Outros a definir

15
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Produtos de higiene bucal


GRUPO GRAU
Fio e fita dental 1
Outros a definir
Produtos correlatos de higiene
GRUPO GRAU
Lenço umedecido 1
Demaquilantes 1
Demaquilante para área dos olhos 2
Outros a definir
Pós corporais (perfumados ou não)
GRUPO GRAU
Talco 1
Talco antisséptico 2
Polvilho 1
Polvilho desodorante 1
Talco desodorante 1
Polvilho antisséptico 2
Outros a definir
Cremes de beleza (perfumados ou não, incluindo os géis)
GRUPO GRAU
Creme para pernas 1
Creme para o rosto 1
Creme para o rosto com fotoprotetor 2
Creme para rugas 2
Creme para pele acneica 2
Creme clareador de pele 2
Creme para as mãos 1
Creme para as mãos com fotoprotetor 2
Creme para o corpo 1
Creme para o corpo com fotoprotetor 2
Creme para celulite/estrias 2
Creme para os pés 1
Creme de limpeza facial 1
Creme esfoliante “peeling” (mecânico) 1
Creme esfoliante “peeling” (químico) 2
Máscara corporal 1
Outros a definir
Máscaras faciais (líquido, creme, gel e sólido)
GRUPO GRAU
Máscara coloidal 1
Máscara argilosa 1
Máscara plástica 1
Máscara esfoliante “peeling” (mecânico) 1
Máscara esfoliante “peeling” (químico) 2
Outros a definir

16
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Loções de beleza (alcoólicas ou não, emulsionadas ou não, incluídos os “leites”)


GRUPO GRAU
Loção para o corpo 1
Loção para o corpo com fotoprotetor 2
Loção para celulite/estrias 2
Loção para rugas 2
Loção para pele acneica 2
Loção clareadora de pele 2
Loção para o rosto 1
Loção para o rosto com fotoprotetor 2
Loção para os pés 1
Loção para as mãos 1
Loção para as mãos com fotoprotetor 2
Loção de limpeza facial 1
Loção tônica facial 1
Outros a definir
Óleos
GRUPO GRAU
Óleo amaciante para o corpo 1
Óleo para massagem 1
Óleo perfumado para o corpo 1
Outros a definir
Produtos para maquilagem facial
GRUPO GRAU
Base líquida 1
Base cremosa 1
Blush cremoso 1
Blush pó (compacto ou não) 1
Rouge (compacto ou não) 1
Corretivo facial 1
Pó solto 1
Pó compacto 1
Outros a definir
Produtos para cuidado dos cabelos e do couro cabeludo
GRUPO GRAU
Tônico capilar 2
Loção capilar 2
Máscara capilar 1
Outros a definir a definir
Depilatórios (cera, creme, líquido)
GRUPO GRAU
Depilatório (mecânico) epilatório 1
Depilatório (químico) 2
Outros a definir

17
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Produtos para unhas e cutículas


GRUPO GRAU
Esmalte/verniz 1
Brilho para unhas 1
Removedor de esmalte 1
Removedor de cutícula 2
Removedor de mancha de nicotina (mecânico) 1
Removedor de mancha de nicotina (químico) 2
Produto para evitar roer unhas 2
Clareador para unhas (mecânico) 1
Polidor de unhas 1
Fortalecedor de unhas 1
Secante de esmalte 1
Clareador para as unhas (químico) 2
Outros a definir
Repelentes
GRUPO GRAU
Repelentes de insetos (tópico) 2
Outros a definir
CATEGORIA: PRODUTOS DE USO INFANTIL
GRUPO GRAU
Óleos 2
Loções
GRUPO GRAU
Loção de limpeza/higienizante 2
Loção protetora 2
Creme protetor 2
Produtos para higiene dos cabelos
Xampu 2
Xampu condicionador 2
Enxaguatórios capilares 2
Condicionador 2
Produtos para higiene bucal
GRUPO GRAU
Creme 2
Gel 2
Enxaguatório bucal 2
Sabonetes (sólido ou líquido) 2
Lenço umedecido para higiene 2
Pós
GRUPO GRAU
Talco 2
Amido 2
Protetores solares (creme, loção, gel) 2
Colônias (hidroalcoólicas ou não) 2
Fita dental 2
Fio dental 2

18
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

CATEGORIA: PERFUME
Produtos para banho/imersão
GRUPO GRAU
Sais 1
Óleo 1
Cápsula gelatinosa 1
Banho de espuma 1
Outros a definir
Lenços perfumados
GRUPO GRAU
Lenço perfumado 1
Extratos
Extrato alcoólico 1
Extrato oleoso 1
Águas perfumadas, águas de colônia, loções e similares
GRUPO GRAU
Líquida 1
Cremosa 1
Perfume
Líquido 1
Cremoso 1
Semissólido 1
Sólido (bastão) 1
Odorizantes de ambiente 1
Outros produtos de perfumaria a definir
Fonte: Resolução RDC n 79, de 28 de agosto de 2000.
o

Tensoativos

Substâncias naturais ou artificiais que podem reduzir a tensão superficial dos líquidos
ou influenciam a superfície de contato entre dois líquidos. São feitos de moléculas nas
quais uma das metades é solúvel em água (parte hidrofílica(H)) e a outra não (parte
lipofílica(L)). Também podemos classificar os cosméticos por sua função:

»» Conservadores e higiênicos: produtos para manter uma pele


eudérmica, como, por exemplo, desodorante.

»» Decorativos: são aqueles destinados a produzir um efeito decorativo na


pele, fazendo parte desse grupo os produtos de maquilagem, de um modo
geral: bases de maquilagem, batom, blush, sombras etc.

»» Corretivos e dermatológicos: são os cosmecêuticos, como, por


exemplo, produtos para tratamento de linhas de expressão. (LEONARDI,
2008)

19
CAPÍTULO 2
Composição dos cosméticos

Qualquer cosmético tem uma composição básica (HERNANDEZ; MERCIER-


FRESNEL, 1999):

»» Tensoativos.

»» Adjuvantes.

»» Quelantes e sequestrantes.

»» Excipientes.

»» Veículo.

»» Princípio Ativo.

A figura 1 tem como objetivo facilitar a remoção de partículas de gordura (que tem
caráter mais apolar), e formação de micelas (BRANDÃO, 2000).

Figura 1. Molécula tensoativa.

Hidrofílica (H) Lipofílica (L)


Fonte: MENEGAT, 2015.

Mecanismo de ação dos tensoativos

Para entender a ação de um tensoativo vamos, primeiramente, analisar a distribuição


do tensoativo numa solução aquosa e o efeito na tensão superficial, por meio da seguinte
representação esquemática:

20
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Figura 2.

Óleo Grupo L - apolar

Água Grupo H - polar

Fonte: MENEGAT, 2015.

Um tensoativo, devido à dupla característica de afinidade presente na molécula, tende


a se concentrar na interface de um sistema. A molécula com a parte hidrófila orienta-se
voltada para água, e a parte hidrófoba orienta-se voltada para o ar ou outra substância
que tenha pouca afinidade com a água, como um pigmento. Essa característica de
orientação da molécula é a principal diferença dos tensoativos em relação a outros
solutos, como os sais inorgânicos que tendem a se distribuir igualmente por toda a
solução. (BRANDÃO, 2000)

A adição de tensoativos à água tende a saturar todas as interfaces (situações B e C), de


modo que, a partir de uma concentração denominada Concentração Micelar Crítica
(CMC), há a saturação do meio e a formação de micelas (situação D). A micela é a forma
que o tensoativo assume para melhorar a estabilidade na solução colocando, voltadas
para o mesmo lado, as cadeias hidrófobas; e voltadas para a água, as cadeias hidrófilas.
(BRANDÃO, 2000)

Função dos tensoativos


Os tensoativos têm diversas funções, tais como:

»» Balanço Hidrofílico-Lipofílico (valor HLB): os tensoativos


também podem ser classificados conforme seu valor HLB, numa escala
de 0 (totalmente lipofílico) a 20 (totalmente hidrofílico). (HERNANDEZ;
MERCIER-FRESNEL, 1999)

É importante conhecer valor HLB, conforme tabela abaixo:

Tabela 1. Valor HLB.

Valor HLB Aplicação


3–6 Emulsionantes água/óleo (A/O)
7–9 Umectantes
8 – 18 Emulsionantes óleo/água (O/A)
11 – 15 Detergentes
15 – 18 Solventes Tensoativos
Fonte: MENEGAT, 2015.

21
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» Molificante ou umectante: uma das principais aplicações tensoativas


é a umectação ou promoção da molhabilidade e aumentar a capacidade
de espalhamento de líquidos sobre a superfície, tem HLB de 7 a 9. Uma
forma de entender melhor esse conceito é analisar uma gota sobre uma
superfície, conforme figura abaixo.

Figura 3. Umectante.

Na figura acima, a gota da esquerda ilustra uma situação em que há pouca afinidade pelo substrato, isto é, uma
situação em que a elevada TS desfavorece a molhabilidade. Na outra gota pode-se notar que a área de contato com o
substrato é maior, indicando uma afinidade elevada. Esse fato permite concluir que a TS foi substancialmente reduzida. O
efeito tensoativo reduz a TS da água, permitindo alcançar a molhabilidade desejada. Portanto, o exemplo poderia estar
relacionado com água pura (1 a gota) e aditivada com tensoativo (2 a gota).

Fonte: MENEGAT, 2015.

»» Emulsificador: facilita a formação de emulsões. Em emulsões óleo/


água (O/A) o emulsificador deve ter caráter hidrofílico (HLB 8 –
18), mas se a emulsão for água/óleo (A/O) o emulsificador deve ser
lipofílico (HLB 3 – 6).

»» Detergentes: são tensoativos que têm a propriedade de umectação,


remoção e dispersão da sujeira e de emulsificador de gorduras. A ação
do detergente é regulada pelo seu valor HLB (11 – 15), por exemplo: HLB
baixo, maior capacidade de umectação; HLB alto, maior capacidade de
emulsionar gorduras na água e menor capacidade de umectação.

»» Solventes: facilitam a coloração de partículas em suspensão.

»» Antissépticos: agem sobre membrana plasmática bacteriana.

»» Mussificantes: facilitam a difusão de gás em líquido (LEONARDI,


2008).

22
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Adjuvante

No século XXI, as funções e a funcionalidade dos adjuvantes devem ser interpretadas


de acordo com as novas tendências do mercado farmacêutico. Existem diversas classes
de substâncias que podemos chamar de adjuvantes.

Com funções fisiológicas bem definidas, modificam o curso natural da penetração


transcutânea, são umectantes, refrescantes, emolientes ou até mesmo agentes
que reforçam a ação de outro ativo presente na formulação. (HERNANDEZ;
MERCIER-FRESNEL, 1999)

Os adjuvantes são divididos em dois grupos:

»» Surfactantes: são substâncias que afetam as propriedades de


superfície dos líquidos, proporcionando ajustamento mais íntimo de
duas substâncias. Segundo Fleck (1993), os surfactantes podem afetar a
eficiência dos cosméticos das seguintes formas:

›› Aumentam a retenção da aspersão onde as superfícies vegetais sejam


de pronta molhabilidade.

›› Aumentam a retenção da aspersão em locais-chave favoráveis à


penetração ou subsequente dano.

›› Aumentam a penetração por aumentar a área de contato com a pele,


através de maior espalhamento.

›› Aumentam o período de penetração por atuar como umectante,


mantendo as gotículas de aspersão indefinidamente úmidas.

›› Aumentam a entrada direta por diminuir a tensão superficial da


solução de aspersão.

›› Facilitam o movimento ao longo das paredes celulares após a entrada


para o interior da pele, por diminuir as tensões interfaciais.

›› Causam desnaturação e precipitação de proteínas e inativação de


enzimas.

Os surfactantes são classificados de acordo com suas principais propriedades em:

»» Espalhantes: são substâncias que diminuem a tensão superficial


reduzindo o ângulo de contato delas com a superfície da pele. Esses

23
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

produtos proporcionam o espalhamento completo do cosmético sobre a


superfície tratada, aumentando a absorção do princípio ativo.

»» Molhantes (umectantes): são substâncias que retardam a evaporação


da água, fazendo com que o cosmético permaneça mais tempo na superfície
tratada, aumentando a absorção do produto aplicado. Esses produtos são
importantes, principalmente em condições de baixa umidade relativa do
ar e elevada temperatura.

»» Aderentes: são substâncias que aumentam a aderência dos líquidos


ou sólidos à superfície da pele, e apresentam afinidade com a
água. O aumento da aderência diminui o escorrimento e faz com que o
cosmético permaneça na superfície da pele.

»» Emulsificantes: são substâncias com atividade sobre a superfície


do líquido, promovendo a suspensão de um líquido em outro. Esses
produtos reduzem a tensão interfacial entre dois líquidos imiscíveis,
proporcionando a formação de uma emulsão de um líquido em outro,
como, por exemplo, óleo em água, por meio da combinação de seus
grupos polares com apolares. Os emulsificantes também podem possuir
atividade espalhante, adesiva e umectante.

»» Dispersantes: são substâncias que evitam a aglomeração das partículas


por meio da redução das forças de coesão entre elas, fazendo com que
as suspensões mantenham-se estáveis por certo tempo. São muito
importantes para manter estáveis as formulações de pós-molháveis,
evitando que as partículas sólidas se aglomerem e se precipitem.

»» Detergentes: são substâncias com capacidade de remover sujeira


da superfície da pele, aumentando o contato do cosmético com a
superfície-alvo. Os detergentes também podem possuir atividade
espalhante, emulsificante e umectante.

»» Aditivos: óleo mineral ou vegetal, sulfato de amônio e ureia, entre


outros, que afetam a absorção devido a sua ação direta sobre a cutícula
(RIBEIRO, 2010). Os principais aditivos são:

›› Óleos: os óleos minerais ou vegetais agem dissolvendo a gordura,


eliminando a barreira que diminui a absorção dos princípios ativos
e provocam o extravasamento do conteúdo da célula. Dessa forma,

24
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

constata-se que os óleos podem aumentar a absorção. Os óleos usados


são originados do petróleo (óleo mineral) e de vegetais (óleo vegetal).

›› Sulfato de amônio: é um composto nitrogenado que, quando dissociado,


forma íons de sulfato e amônio. O íon sulfato reage com íons presentes
na água, imobilizando-os e impedindo que eles reajam com a molécula
do cosmético, e o íon amônio tem ação sobre a pele, rompendo ligações
e abrindo caminho para absorção do princípio ativo.

›› Ureia: é um composto nitrogenado com ação sobre a pele, rompendo


ligações e abrindo caminho para absorção do princípio ativo. (VARGAS;
ROMAN, 2006)

Abaixo, são apresentados exemplos dos principais adjuvantes utilizados em cosméticos:

»» Antioxidantes: protegem de microrganismos, de ação catalítica


de metais ou químicas indesejáveis. Exemplos: ac. ascórbico – vit. c,
tocoferol – vit e, ac. sórbico.

»» Conservantes: aumentam a vida útil dos produtos, impedindo o


desenvolvimento de bactérias, fungos, leveduras e mofos, que podem
causar doenças ou, simplesmente, prejudicar o bom aspecto do produto
final. Exemplos: BHT – butil hidroxi tolueno, BHA – butil hidroxianisol,
ac. gálico, nipagin, nipazol.

»» Antissépticos: referem-se a tudo o que for utilizado no sentido de


degradar ou inibir a proliferação de microrganismos presentes na
superfície da pele e mucosas. São substâncias usadas para desinfectar
ferimentos, evitando ou reduzindo o risco de infecção por ação de
bactérias ou germes. Exemplos: ac. salicílico, ac. benzoico, álcool etílico,
parabenos, óleos essenciais.

»» Corantes naturais: substâncias que podem ser tanto orgânicas como


inorgânicas. São elas que dão cor ao cosmético. Exemplos: urucum –
amarelo, cúrcuma – amarelo, açafrão – amarelo, caroteno – alaranjado,
henna – marrom avermelhado, clorofila – verde, indigotina – azul, carvão
vegetal – preto, orcinol – vermelho.

»» Corantes animais: substâncias que podem ser tanto orgânicas como


inorgânicas. São elas que dão cor ao cosmético. Exemplos: ac. carmínico
– vermelho, nácar – escamas de peixes.

25
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» Corantes minerais: substâncias que podem ser tanto orgânicas como


inorgânicas. São elas que dão cor ao cosmético. Exemplos: talco – amarelo
/ marrom, caolim – amarelo / marrom, óxidos de ferro – amarelo /
marrom, argilas – marrom / cinza.

»» Corantes sintéticos: substâncias que podem ser tanto orgânicas como


inorgânicas. São elas que dão cor ao cosmético. Exemplos: eosina –
vermelho, eritrosina – vermelho, verde de malaquida, azul de metileno.

»» Fungicidas: são pesticidas que destroem ou inibem a ação dos fungos.


Exemplos: ac. deídracético, ac. undecilênico.

»» Umectantes: substâncias com grande capacidade de retenção de água.


Mantêm a umidade do produto e retardam o ressecamento. Exemplos:
glicerol, propilenoglicol, etilenoglicol, sorbitol.

»» Estabilizantes: substâncias que aumentam a viscosidade do produto.


Exemplos: goma adragante, gelatina, silicatos, bentonita.

»» Emulsionantes: substâncias que facilitam a emulsão e contribuem


para estabilidade físico-química da fórmula. Exemplos: talco, base de
lanolina. (VARGAS; ROMAN, 2006)

Quelantes e sequestrantes

São compostos que têm a propriedade de sequestrar íons metálicos polivalentes (cálcio,
ferro etc.) formando duas ou mais ligações coordenadas, ou uma combinação de ligações
coordenada e iônica (BAUMANN, 2004). Esses íons são removidos da solução em que
se encontram e ligados a uma estrutura cíclica cuja estabilidade é notável.

Figura 4. Sequestrar íons metálicos.

Fonte: <www.scykness.wordpress.com>.

26
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Por exemplo, esse tipo de substância é importante em formulações de xampus, para


evitar que o íon cálcio interfira na produção de espuma.

»» Alguns quelantes são compostos importantes para a vida na Terra, como


a hemoglobina e a clorofila.

»» A clorofila, molécula que sustenta a vida na Terra, por ser responsável


pela absorção dos fótons da luz solar nas plantas verdes, é um quelato de
Mg (magnésio).

»» A hemoglobina, substância fundamental à nossa vida, por ser responsável


pelo transporte de oxigênio (O2) e gás carbônico (CO²) em nosso corpo, é
um quelato de Fe (ferro). (BAUMANN, 2004)

Excipientes

Substâncias geralmente inertes, adicionadas a uma prescrição, ou seja, que têm pouco
ou nenhum valor terapêutico, mas são necessárias para garantir uma consistência
satisfatória para a formulação. Essas incluem aglutinantes, matrizes, bases ou diluentes
Exemplos: talco farmacêutico, amido, lactose.

Suas funções básicas são todos ingredientes ou conjuntos de ingredientes inertes da


fórmula, que facilitam a dispersão do princípio ativo permitindo sua ação farmacológica.

O excipiente principal é a água, mas também pode ser de gordura ou a mistura dos dois.
O excipiente fundamental mais abundante é a água, porque é capaz de dissolver muitas
substâncias e é totalmente compatível com a pele e cabelo. (DRAELOS, 2009)

Veículo

São preparações cosmetológicas que visam modular a distribuição uniforme dos PAs
(princípios ativos) incorporados aos cosméticos sobre as células-alvo, acelerando a
rapidez de penetração e a localização deles nos espaços intercelulares e intracelulares.

A escolha de um veículo para preparação de produtos cosméticos deve ser feita em prol
da estabilidade da formulação e das características da pele ou local de aplicação.
As principais são: suspensões, soluções, emulsão, sérum, gel, gel-creme, creme, pomada,
microesferas, lipossomas, entre outros. (FONSECA; PRISTA, 1993)

27
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» Solução: entre as quais se encontram as alcoólicas, mesmo não sendo as


principais formulações utilizadas em cosméticos têm algumas vantagens,
como de permanecerem fisicamente estáveis e serem de fácil preparo.

Substâncias solubilizadas se apresentam transparentes ou translúcidas.


Podem ser solubilizadas em água, sistemas água/álcool, óleo ou em
soluções de tensoativos. Exemplo são as soluções aquosas, tônicos.

›› Solução aquosa ou hidro-alcoólica: possui água como veículo e pode


conter álcool etílico e outros glicóis, como propilenoglicol, glicerina
e sorbitol. É a base das loções tônicas faciais e capilares, loções pós
barbear.

›› Soluções de tensoativos: são misturas de tensoativos com propriedades


de limpeza, de condicionamento, de gerar espuma, de conferir
viscosidade e de reduzir a irritação da pele. Exemplo: xampus, sabonetes
líquidos, banhos de espuma, loções higienizantes, condicionadores
transparentes para os cabelos. (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL,
1999)

»» Suspensão: são formas farmacêuticas com um sistema bifásico,


heterogêneo, no qual uma fase interna consiste de partículas sólidas
insolúveis em água e a fase externa é constituída pelo veículo compatível
com a pele, geralmente água. Para não ocorrer separação de fases podem
ser usados tensoativos ou hidrocoloides que estabilizam a suspensão.
Agentes suspensores empregados normalmente são derivados da
celulose, alginatos, líquidos viscosos, argilas etc. As suspensões devem
ser agitadas antes do uso. São exemplos de suspensões: os géis obtidos
com o uso de espessantes poliméricos, creme esfoliante e xampus com
bases perolizante, e ativos anticaspa. (RIBEIRO, 2010)

»» Emulsão: sistema bifásico, onde um líquido está intimamente disperso


no outro no qual não seja miscível na forma de gotículas, como, por
exemplo, água e óleo. A fase dispersa também pode ser denominada fase
interna e a fase dispersante, fase externa. Dependendo da sua consistência
as emulsões são popularmente conhecidas como loções (mais fluidas) e
cremes (mais consistentes). (RIBEIRO, 2010) Podem ser:

›› O/A – óleo em água: composta de muita água e um pouco de óleo.


Essas fórmulas evaporam se expostas ao ar. São também chamadas
de “evanescentes”, desaparecem ao serem passadas na pele (Figura 4).

28
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Figura 4. Óleo em água.

Fonte: <www.scykness.wordpress.com>.

»» A/O – água em óleo: composta de muito óleo e pouca água. Essas


substâncias são largamente empregadas pela indústria cosmética pelo
fato de serem o veículo ideal para introdução de substâncias ativas na
pele, porque suas propriedades são semelhantes às da pele (Figura 5).

Figura 5. Água em óleo.

Fonte: <www.scykness.wordpress.com>.

Apesar dos tensoativos proporcionarem a mistura das duas fases – aquosa e oleosa pela
redução da tensão interfacial entre ambos os líquidos, as emulsões não deixam de ser
sistemas heterogêneos e termodinamicamente instáveis, que podem se desestabilizar por
meio da separação das fases. Enquanto as emulsões apresentarem aspecto homogêneo,
pode-se considerar que estão dentro do prazo de validade. (RIBEIRO, 2010)

»» Microemulsões: são constituídas por três fases: A/O/A ou O/A/O.


São utilizadas para encapsulação de ativos para sistemas de liberação
prolongada.

29
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Classificação das emulsões quanto à viscosidade

1. Cremes: emulsões de alta viscosidade.

2. Loções cremosas: emulsões de média viscosidade (aspecto líquido


cremoso).

3. Leites: emulsões de baixa viscosidade.

Classificação quanto ao caráter oleoso:

»» Cremes/géis: são emulsões O/A e outra aquosa previamente gelificada,


ou possuem quantidades reduzidas de óleo e substâncias serosas.
Possuem um alto teor de agente gelificante e baixo teor na fase oleosa,
geralmente o suficiente para opacificar o meio. Podem veicular ativos lipo
ou hidrossolúveis. (DRAELOS, 2009)

O mercado faz distinção entre um gel-creme e um creme-gel, que são


direcionados geralmente como hidratantes para pele oleosa. Ambos os
produtos possuem a fase aquosa espessada por um polímero orgânico
hidrossolúvel (FONSECA; PRISTA, 1993). No entanto, um creme-gel possui
uma fase oleosa constituída de derivados graxos, que são emulsionados
na fase aquosa espessada. Um gel-creme, geralmente, possui uma fase
de silicone dispersa na fase aquosa espessada onde apenas foi dado um
esbranquiçamento ao gel. (DRAELOS, 2009)

»» Emulsões oil free: são emulsões em que se retira o óleo mineral ou


outros óleos comedogênicos. Muitas são desenvolvidas com silicones.

»» Emulsões evanescentes: são emulsões que deixam pouco resíduo


graxo sobre a pele. São sempre O/A.

»» Emulsões oclusivas: são emulsões de caráter oleoso, geralmente são


A/O.

»» Cremes: são emulsões O/A ou A/O de alta viscosidade e constituídas de


uma fase aquosa e uma fase oleosa líquida, que foram homogeneizadas
pela utilização de um terceiro componente que possui afinidade por
ambas as fases (tensoativo). (RIBEIRO, 2010)

Sua aparência geralmente é branca devido ao maior tamanho dos glóbulos oleosos
emulsionados. Exemplos são os cremes hidratantes, anti-aging, nutritivos,
desodorantes, condicionadores para os cabelos etc.

30
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

De acordo com as substâncias utilizadas em sua formulação, destinam-se à:

»» Limpeza (contêm médio a alto teor de óleo).

»» Hidratação (pequenas quantidades de óleo e boa absorção na pele).

»» Nutrição (possuem uma quantidade maior de óleo e são mais espessas).

»» Creme de massagem (creme espesso de caráter oleoso).

»» Creme para mãos (possuem médio teor oleoso, contêm geralmente


silicones e lanolina).

Os cremes de limpeza têm aspecto leitoso, resultante da dispersão de duas fases


não miscíveis entre si na presença de uma agente tensoativo cujo papel é facilitar
a formação e a estabilização do sistema disperso. Agem retirando as impurezas e
a maquiagem, ao formar um filme emoliente que deixa a pele com textura macia e
suave. (DRAELOS, 2009)

»» Sérum: faz uma alusão ao soro sanguíneo, líquido rico em nutrientes,


com perfeita compatibilidade com nosso organismo. É um veículo
extremamente leve, conseguindo assim carregar concentração maior de
princípios ativos. Por ter sua textura fluída facilita a penetração na pele.
(PEYREFITTE; MARTINI; CHIVOT, 1998)

»» Gel: sistema semissólido com aspecto gelatinoso, formado por dispersão


de partículas pequenas num veículo líquido, que não sedimenta,
apresentando-se como uma suspensão estável. Sua forma cosmética
é viscosa, mucilaginosa, transparente ou não, que, ao secar, deixa
uma película invisível sobre a pele. Quanto menores os tamanhos das
partículas, mais transparentes são as soluções aquosas. Quando a água
evapora, forma uma película na pele que fica aderida a ela. Em cosmética
decorativa, dá forma a rimeis incolores e sombras.

Por não conter material graxo, os géis são indicados para peles lipídicas.
Exemplos são os géis hidratantes para pele oleosa, géis protetores
solares, géis esfoliantes para a pele, géis fixadores e modeladores para
os cabelos, géis para banho, xampus géis etc. (PEYREFITTE, MARTINI,
CHIVOT, 1998)

Composição:

›› Polímeros (agentes gelificantes).

31
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

›› Solvente (água, álcool).

›› Aditivos estabilizantes (conservantes, antioxidantes, quelantes).

› › Mantedor da umidade (glicerina, sorbitol, propilenoglicol).


(PEYREFITTE, MARTINI, CHIVOT, 1998)

Tipos de géis

›› Aquosos (hidrogéis): são os mais utilizados. Podem ser transparentes


ou opacos, conforme o ativo incorporado.

›› Hidroalcóolicos: são utilizados quando se tem princípios ativos que


se solubilizam bem no álcool, em formulações antissépticas (gel
sanitizante). Geralmente são géis menos viscosos do que os aquosos.

›› Oleosos: são mais raros quanto à aplicação dos produtos. São chamados
de géis hidrófobos ou lipogéis. Formados por vaselina líquida, óleos
graxos e 2-5% de lipogelificantes (derivados de sílicas e da bentonita
lipofílicas, estearatos de magnésio).

»» Mousse: emulsão bifásica, em que a fase interna é o ar ou outro gás, e


a externa é um sólido ou líquido. Envasada sob pressão produz espuma
quando a válvula é acionada. (PEYREFITTE, MARTINI, CHIVOT, 1998)

»» Óleo: é uma mistura de matérias-primas lipídicas (oleosas). Exemplos:


óleos de banho ou de massagem. O óleo demaquilante geralmente é
constituído por óleo mineral ou ésteres de ácidos graxos. É indicado
para pele sensível e desidratada (limpeza muito suave). (PEYREFITTE;
MARTINI; CHIVOT, 1998)

»» Microesferas: são partículas esféricas micronizadas e semitransparentes.


Possuem propriedades de inércia química e física, invisibilidade, melhora
na aplicabilidade do produto, insolúvel, não poroso, toque sedoso,
preenchem a pele de forma uniforme e proporcionam uma sensação de
leveza (SCHULMAN,2004).

Atuam como aditivos nas formulações de cosméticos, ou seja, agentes


que melhoram a textura dos materiais. Substituem aditivos “premium”
com toque igual ou melhor. Podem ser utilizados em batons, sombras,
blushes, entre outros.

32
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

As microesferas de polietilenoglicol são grânulos de poliamida brancos,


de diferentes tamanhos, com propriedades de esfoliação (remove células
mortas da superfície da pele) e de limpeza. (SCHULMAN, 2004)

»» Nanoesferas: são nano partículas, ou seja, estruturas poliméricas


inertes, que são capazes de armazenar em seu interior ou fixar em sua
superfície os mais diversos ativos. Esses nanorreservatórios armazenam
homogeneamente o princípio ativo no interior da matriz polimérica.
Dessa forma, obtém-se um sistema monolítico, onde não é possível
identificar um núcleo diferenciado, liberando assim o princípio ativo nele
contido de modo gradativo e uniforme, cronologicamente determinado,
colocando-os à disposição do tecido cutâneo. (AZEVEDO, 2010)

Previnem ainda superconcentrações e potencializam a ação desejada.


Exemplos:

›› Nanoesferas de vitamina C: têm ação de recuperar a elasticidade e a


firmeza da pele, promovem uniformidade no relevo cutâneo, reduzem
síntese de melanina e tempo de cicatrização, melhoram hidratação,
possuem ação antioxidante importante contra radicais livres.

›› Nanoesferas de vitamina E: protegem as células dos radicais livres


que provocam a peroxidação dos ácidos graxos polinsaturados das
membranas celulares responsáveis pelo envelhecimento cutâneo.
Apresentam uma ação anti-inflamatória, inibindo a formação de
eritemas. A vitamina E previne a perda da elasticidade cutânea e a
desidratação dos tecidos, pois aumenta a capacidade dos tecidos em
reter água.

›› Nanoesferas de vitamina A: estimulam a produção de enzimas, a


atividade mitótica, a proliferação celular, a formação de colágeno
e de queratina. Elas aumentam a elasticidade da pele, auxiliam na
cicatrização e previnem a formação de rugas e linhas de expressão.
(AZEVEDO, 2010)

»» Lipossomos: são vesículas globulares microscópicas formadas por


moléculas anfifílicas (geralmente fosfolipídios), que se organizam
em forma de uma camada dupla ou de várias camadas duplas. Essas
vesículas são capazes de veicular substâncias hidrofílicas, anfifílicas ou
lipofílicas e apresentam a capacidade de interagir com os lipídios da pele
humana, quando aplicadas topicamente, liberando as substâncias que

33
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

transportam. As vesículas multilamelares (com várias camadas duplas)


tendem a liberar a substância que carregam de modo mais prolongado
que as vesículas unilamelares (uma camada dupla) (Figura 5).

Figura 5. Estrutura lipossomas unilamelar e multilamelar.

Fonte: CHORILLI et al., 2004.

»» Os lipossomas são formados espontaneamente após a dispersão de


fosfolipídios em meio aquoso dando origem a vesículas de tamanhos
variados desde micrômetros a nanômetros (Figura 6).

Figura 6. Característica do lipossomas.

Fonte: DEMICHELI et al., 2005.

Os lipídeos da membrana lipossoma desempenham um papel importante na


reconstituição do filme hidrolipídico da superfície cutânea, melhorando a fluidez da
membrana dos corneócitos e assegurando a integridade do estrato córneo. O maior
interesse nos lipossomas é que eles alcançam as camadas mais profundas da epiderme

34
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

que libera seu conteúdo diretamente na camada basal, onde se funde com a membrana
celular. (CHORILLI et al., 2004)

As vesículas de lipossomas devem ser evitadas em formas cosméticas como as emulsões


e preparações alcoólicas para não comprometerem a sua estabilidade. Nas emulsões,
os tensoativos presentes podem desordenar os fosfolipídios ocasionando a ruptura dos
lipossomas, enquanto que o álcool pode solubilizar as camadas lipídicas dos lipossomas.
(CHORILLI et al., 2004)

Neurocosméticos
A pele e o sistema nervoso, do qual o cérebro é o órgão central, têm a mesma
origem durante a formação do embrião. Ambos derivam do ectoderma, o folheto
externo do embrião, que, na sua evolução, dobra-se sobre si mesmo formando
um tubo, chamado tubo neural. A parte que fica por fora vai formar a pele, e a
parte interna vai desenvolver o sistema nervoso. Portanto, desde o início, a pele
está em ligação direta com o sistema nervoso, enviando-lhe constantemente
informações sobre o meio externo. (VILELA; AZEVEDO, 2013)

Comunicação pele/sistema nervoso


Do cérebro e da medula espinhal partem nervos que se ramificam como os galhos de
uma árvore e se dirigem a todos os pontos do organismo, incluindo a pele. Na pele,
filetes nervosos chegam à derme, aos vasos e à epiderme (HOFFMANN et al.,2005).

»» As mensagens entre o sistema nervoso e a pele se dão por meio de


substâncias químicas, os neuropeptídios, que levam o código dos
pensamentos ocorridos na mente para a pele.

»» Em sentido inverso, a pele envia ao cérebro suas mensagens por meio


de mediadores químicos produzidos por suas células, que viajam até
o sistema nervoso central pelo sangue ou pelos nervos, lá gerando
pensamentos.

»» Na pele, receptores especializados percebem estímulos produzidos nas


suas células e os transmite por meio de fibras nervosas até os gânglios e a
medula espinhal, de onde são levados, por feixes nervosos até o tálamo.
Esse os envia aos centros corticais superiores encarregados de processar
as informações cognitivas.

35
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» Por nervos descendentes a informação sensorial é transportada através


da medula espinhal até os órgãos periféricos, que são acionados
autonomamente. Os resultados finais são respostas como sudação, rubor,
palidez, produção de gordura e outras (Figura 7).

Figura 7. Comunicação pele-sistema nervoso.

Fonte: <http://ap_mentehumana.blogs.sapo.pt/>.

Mensageiros químicos na pele

Substâncias caracterizadas como neurotransmissores, neuropeptídios e neurônios,


cuja secreção é regulada por estímulos diversos, inclusive por processos mentais, têm
sido identificados na pele. (AZAMBUJA, 2000)

»» Cada uma tem diferentes efeitos e, em conjunto, seus efeitos se alteram a


cada instante. Substância P, somatostatina, peptídeo intestinal vasoativo
(VIP), neuropeptídios Y, neurocinina A, galanina, dinorfina, endorfinas,
peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) são alguns dos
mensageiros químicos observados na pele.

»» Entre elas, a substância P tem definido papel na provocação ou na


manutenção das lesões de psoríase e está provavelmente envolvida na
ligação entre o estresse e a psoríase. As mais recentes pesquisas na área
cosmética demonstraram o papel das endorfinas na vitalidade da pele.

Conhecidas como “hormônio da felicidade”, tratam-se de moléculas produzidas pela


hipófise e hipotálamo, cuja ação está relacionada com a modulação do humor, com
a analgesia endógena, com a melhora da performance geral do organismo e com a
sensação de bem-estar. A produção de endorfinas ocorre mediante estímulos endógenos

36
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

ou exógenos. Destes últimos, os mais conhecidos são a ingestão de chocolate, a prática


de exercícios físicos e a exposição ao sol. (AZAMBUJA, 2000)

São muito comuns os comentários de que uma pessoa feliz apresenta boa aparência,
pele viçosa e radiante. E esse fato é um dos fundamentos que levaram à pesquisa sobre
o papel das endorfinas na pele. Os resultados de estudos recentes sobre esse assunto
são surpreendentes e podem ajudar a explicar por que a pele fica tão bonita quando
estamos felizes: a pele tem receptores para as endorfinas, chamados receptores de
opioides. As endorfinas interagem com esses receptores e exercem importantes efeitos,
sendo capazes de estimular a proliferação de fibroblastos, promovem a migração de
queratinócitos e acalmarem a pele, melhorando a sua aparência como um todo.

Neurocosmético é a evolução da era cosmética sensorial. É uma técnica baseada


na aplicação de substâncias que atuam no organismo de forma semelhante aos
neuromediadores endógenos, exercendo efeitos benéficos para a saúde e beleza da pele
e anexos epidérmicos como cabelos e unhas.

Neurocosmético explora os aspectos fisiológicos da felicidade, ou seja, pesquisa e busca


mimetizar os efeitos positivos que o estado de felicidade e bem-estar causam na pele e
estruturas relacionadas.

Conhecidos os efeitos benéficos das endorfinas sobre a pele, logo se imaginariam as


aplicações que essas substâncias podem ter em produtos dermocosmetológicos. Porém,
as legislações sanitárias europeias e brasileiras não permitem o emprego de hormônios
em cosméticos e, dessa forma, a aplicação de endorfinas nesse tipo de produto torna-se
inviável.

Como se sabe, a pele é ricamente inervada. Portanto, as fibras nervosas estão


intimamente relacionadas com as células cutâneas (queratinócitos, células imunes,
fibroblastos, adipócitos etc.), contribuindo para a homeostase do tecido.

Muitas fibras sensitivas se encontram na camada superficial da epiderme. Assim, os


ingredientes cosméticos podem acessar facilmente o sistema nervoso neurossensorial.
Essa camada é a que sofre maior exposição ao estresse ambiental, como a poluição,
radiação ultravioleta, vento, calor ou frio. (RODRIGUES; AZEVEDO, 2013)

Ativos com ação neurocosmética


»» Calmosesine (SEDERMA 2010 – Distribuidor: Croda):
Lipopeptídeo com a sequência N-Acetil-Tirosil-Arginil-Hexadecil. Éster
solubilizado em um excipiente hidroglicólico. Tem ação de estimular a

37
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

liberação de pró-endorfinas, oferecendo um efeito estimulante sobre a


pele, inibindo as contrações musculares responsáveis pelo aparecimento
das rugas de expressão. Concentração usual: 3,0%.

»» Endorphin (POLYTECNO 2011 – Distribuidor: Vital


Especialidades): é um complexo etnobotânico composto por polifenóis
de cacau e da flor de Tephrosia purpurea. A Tephrosia é uma planta
exótica de origem subtropical, tradicionalmente utilizada na Índia por
suas propriedades medicinais. Em Madagascar, ela é conhecida como
a “Cura das 150 enfermidades”. Na medicina ayurvérica, é empregada
no tratamento de dermatites e irritações cutâneas. Os principais
constituintes dessa planta são os oligossacarídeos ciceritol e estaquiose.
O cacau vem sendo muito utilizado por suas propriedades antioxidantes
na indústria cosmética. Tem ação de agir sinergicamente, estimulando a
liberação de beta-endorfinas pelos queratinócitos, promovendo o efeito
de relaxamento. Concentração usual: 3,0% a 8,0%.

»» Enteline 2 (SECMA 2011 – Distribuidor: Chemyunion/DEG):


ativo que reduz eritemas, pruridos e descamações provenientes de
exposição solar excessiva, poluição e estresse. Tem ação suavizante,
reduz descamações, tensão, eritema e irritação da pele. Concentração
usual: 2,0% a 3,0%.

»» Happybelle-PE (Mibelle 2012 – Distribuidor: Galena): é um


ingrediente ativo composto por um complexo de fitoendorfinas do
Vitex agnus castus com ciclodextrinas, complexo esse encapsulado em
lipossomas. Para garantir a estabilidade do complexo lipossomado e
conferir a ação antioxidante à matéria-prima, foi acrescida à composição
uma nanoemulsão composta por tocoferol e tetraisopalmitato de
ascorbila. O duplo sistema de vetorização, além de proteger o ingrediente
ativo (as fitoendorfinas), promove ultrapenetração, permite certo
controle de liberação do ativo, e ainda confere propriedade hidratante,
graças à estruturação dos lipossomas e nanopartículas. Tem ação de
estimulação da proliferação de fibroblastos, estimulação da migração
de queratinócitos, revitalização, hidratação e suavização de rugas.
Concentração usual: 1,0% a 2,0%.

»» Neuroxyl (POLYTECNO 2011 – Distribuidor: Vital


Especialidades): é uma associação de neuropeptídeos com propriedades
neurotróficas e neuroprotetoras e antioxidantes, que aumentam a

38
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

sensibilidade cutânea prejudicada pelo processo de envelhecimento.


Possui analogia estrutural com os neuromediadores expressos pela pele,
com a capacidade de atingir receptores específicos na membrana celular
dos neurônios. Tem ação de reequilibrar a função imunológica, mantém
as trocas celulares em equilíbrio, recuperando a aparência do tecido.
Controla o processo de pigmentação cutânea e a hidratação. Concentração
usual: 1,0% a 3,0%.

Princípio ativo

São substâncias que possuem uma ação definida quando aplicadas sobre a pele e/ou
cabelos. (REBELLO, 2007)

Os princípios ativos podem ser de origem vegetal, animal e biotecnológico.

»» Ativos de origem vegetal: extratos vegetais isolados ou associados,


vegetais marinhos, proteínas e aminoácidos vegetais, associação de
aminoácidos e extratos vegetais.

»» Ativos de origem animal: colágeno, elastina, placenta, cerebrosídeos


e ceramidas, glicosaminasglicanas (ácido hialurônico).

»» Ativos biotecnológicos: colágeno de origem marinha, ácido bio


hialurônico, lipossomas baseados em lecitinas vegetais, incrementadores
do metabolismo celular substituindo a placenta, antioxidante de origem
marinha.

Origem vegetal

São cosméticos naturais, ou seja, aqueles que dão preferência, sempre que possível, a
ativos de origem vegetal visando a suas propriedades benéficas com total inocuidade
para o consumidor final. (LEONARDI, 2008)

Um cosmético não pode ser exclusivamente elaborado com substâncias de origem vegetal.
É tecnicamente inviável a não utilização de conservantes, antioxidantes e sequestrastes
de origem sintética, pois isso acarretará um produto facilmente contaminado por
microrganismos que poderão causar sérios danos ao usuário (REBELLO, 2007).

39
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Tabela 2. Classificação dos princípios ativos vegetais.

Classificação Função P.A. Vegetal


São os que agem sobre os poros e folículos da pele, provocando a hamamelis, morango, maçã
Adstringentes sua constrição, reduzindo o seu diâmetro e controlando, dessa forma, a verde, romã, videira, sálvia,
sudorese e a secreção sebácea. arnica, limão etc.
Tintoriais São os que vão dar cor aos cosméticos. urucum, beterraba, henna etc.
São substâncias macromoleculares, que crescem em contato com a algas, pepino, abacate,
Emolientes / Umectantes água, proporcionando um líquido viscoso que forma um filme sobre a amêndoa doce, malva etc.
pele protegendo-a do meio ambiente.
Destinam-se a limpar a pele de escamas, crostas, para seguidamente extrato de coco e milho
Detergentes
possibilitar o tratamento da pele.
São os que agem ativando a circulação periférica, estimulando o alecrim, calêndula,
Estimulantes / Tonificantes metabolismo cutâneo, com consequente tonificação local.
guaraná etc.
Impedem o crescimento dos microrganismos e porventura os aniquilam. acetato de alumínio, azul
Antissépticos
metileno, ac. salicílico etc.
Atenuam ou eliminam o estado inflamatório da pele, se esse estado for flavonóides, fenólicos,
Anti-inflamatórios de origem infecciosa ele só irá desaparecer com apropriada medicação
tópica.
Diminuem dor. álcool benzílico, lidocaína,
Analgésicos
etc.
Produtos que provocam vermelhidão na pele com a finalidade de ativar cânfora, arnica, nicotinato de
Rubefacientes
a atividade microcirculação sanguínea. metila etc.
Produtos com ação cicatrizante e antibacteriana. alantoina, alcalóides, ginseng
Cicatrizantes
etc.
Visam reduzir a produção de secreção seborreica pelas glândulas de ionil, selsun ouro, etc.
Antisseborreicos
pele e couro cabeludo.
Fonte: FERREIRA, 2002.

Origem animal

Composição complexa dos tecidos animais (proteínas, triglicérides, material fibroso


etc.). O isolamento de princípios ativos puros a partir desses materiais é relativamente
difícil, concentrados comuns são satisfatórios para uso oral, no entanto, alguns produtos
obtidos a partir de animais devem ser usados por via parenteral, como, por exemplo,
heparina e insulina.

É necessário que tenham elevado teor de pureza e sejam apirogênicos, estéreis e isentos
de contaminantes. A extração dos princípios ativos animais é executada nas mais
variadas operações unitárias. Exemplo: destilação a vácuo, filtração etc.

»» Colágeno: é uma proteína em forma de fibra com função estrutural.


Os extratos de colágeno para fins cosméticos são obtidos a partir de pele
de animais jovens, geralmente, bovinos. (LEONARDI, 2008)

A utilização cosmética de colágeno como ativo provém da suposição de


que poderia induzir a elaboração de novas fibras colágenas solúveis na
derme, resultando em maior turgecência da pele devida à propriedade

40
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

de reter água desse tipo de colágeno. No entanto, após muitas pesquisas


constatou-se que sua ação é apenas superficial onde, por afinidade com
as proteínas (queratina) da pele, fica aderida e passa a exercer sua ação
hidratante por retenção de água. Forma-se, assim, um filme aquoso sobre
as camadas mais externas da epiderme, o que impede que haja uma
perda de água transepiderme das camadas mais profundas, resultando
na turgecência tão desejada; ou seja, seu efeito é somente hidratar a pele.
(REBELLO,2007)

»» Elastina: também é uma proteína em forma de fibra, porém mais


delicada; é responsável pela elasticidade da pele. Assim como o colágeno
é o suporte da hidratação da pele, a elastina é o suporte da elasticidade.
Porém a elasticidade da pele depende muito mais do estado da quantidade
de água retida pelo colágeno dérmico do que de seu conteúdo de elastina.
Com o envelhecimento, ocorre uma degeneração das fibras elásticas,
conhecida como flacidez.

Como ativo cosmético, tal como o colágeno, a elastina possui propriedades


de substantividade e retenção de água, melhorando a flexibilidade e,
consequentemente, a elasticidade. Os extratos de elastina são obtidos
também de pele de bovinos. (LEONARDI, 2008)

»» Glicosaminoglicana ou mucopolissacarídeos: ácidos são


moléculas de açúcares ligados a proteínas. São encontrados no cimento
intercelular (substância gelatinosa que preenche os espaços entre as
células da maioria dos tecidos, incluindo cartilagens, tendões e pele).
(LEONARDI, 2008)

O ácido hialurônico é uma glicosaminoglicana de alto peso molecular,


responsável pela retenção de água no cimento intercelular, funcionando
como uma verdadeira esponja molecular, que forma um filme delgado,
transparente, não gorduroso e que só é perceptível por sua ação
lubrificante, alisante e suavizante. (FERREIRA, 2002)

É obtido a partir de cristas de galo onde o hormônio testosterona promove


a sua formação. Outra fonte pode ser o cordão umbilical humano.

»» Placenta: é um órgão que regula todas as trocas entre o organismo


materno e o feto, desenvolvendo-se totalmente nos primeiros três
meses de gravidez. É um tecido rico em hormônios, vitaminas, enzimas,
aminoácidos, íons e outros ativos. Por isso, durante muito tempo, foi

41
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

utilizado em produtos cosméticos devido às suas propriedades: ativadora,


oxigenante e estimulante, como ativo nutritivo.

No tratamento de queimaduras sua ação na pele é a de fechar a região e


evitar a perda de líquido, além de desinflamar e ajudar na cicatrização,
evitando parcialmente a infecção. (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL,
2008).

»» Ceramidas: o extrato córneo é composto de queratinócitos diferenciados


como os corneócitos – células mortas cheias de queratina e lipídeos,
principalmente localizadas nos espaços intercelulares, em estruturas e
em bicamadas. Essas camadas múltiplas promovem a função de barreira
e se constituem, predominantemente, de ceramidas, colesterol e ácidos
graxos. As ceramidas naturais da pele possuem uma configuração
estereoquímica específica, sendo compostos opticamente ativos de difícil
reprodução e síntese.

Os cerebrosídeos e as ceramidas ocorrem principalmente na camada


externa das membranas celulares. Ambas possuem capacidade de
retenção de água. No entanto, estudos constataram que as propriedades
de retenção de água na camada córnea dependem, predominantemente,
da presença e da quantidade de ceramidas. (HERNANDEZ; MERCIER-
FRESNEL, 2008)

Tabela 3. Ativos mais usados.

Ativo Função Aplicação %

Ácido hialurônico Hidratante cremes hidratantes e contorno dos olhos 1-5

Aminoácidos da seda Ação protetora e hidratante cremes, loções, maquilagem 1-5

Aminoácidos do leite Hidratante e emoliente cremes nutritivos e infantis 2,5-10

Placenta Ação regeneradora cremes e produtos capilares 1-5

Elastina Retém água, dá elasticidade cremes, géis e loções hidratantes 1-10

Colágeno Sustenta a pele cremes nutritivos e hidratantes 2-10

Reticulina Ação regeneradora cremes e loções 1-5

Queratina Ação protetora xampus, sabonetes, cremes 1-5

Fonte: FERREIRA, 2002.

42
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Vitaminas que tratam a pele

Constituem um grupo de ativos extremamente importantes para os produtos de


tratamento do rosto, em funções de suas propriedades exibidas. Exemplos:

Vitamina A

Reguladora do processo de queratinização. É encontrada no fígado dos animais e nos


vegetais, na forma de pró-vitamina. Também pode ser obtida sinteticamente. Atua como
um potente antioxidante e neutralizante de radicais livres, favorece a regeneração celular
cutânea e o processo de queratinização normal da pele. A vitamina A é extremamente
fotossensível, podendo provocar manchas. É preciso máxima proteção solar possível.
(SOUZA, 2003)

O ácido retinoico, um derivado da vitamina A, é aplicado topicamente e atua


principalmente aumentando a atividade enzimática e o metabolismo das células
cutâneas, funções que se encontram diminuídas na pele desvitalizada (LEONARDI et
al., 2002). Existem dois isômeros (derivados) do ácido retinoico:

»» Trans ou tretonoína: vem sendo usada na recuperação de peles


envelhecidas.

»» Cis ou isotretinoína: além do uso tópico, vem sendo usada via sistêmica
no tratamento de acne. Sua ação reduz a produção de sebo, diminuindo o
tamanho das glândulas sebáceas, alterando a morfologia e a capacidade
secretora das células. Em produtos cosméticos usa-se ésteres (função
álcool) de vitamina A, que tanto podem ser palmitato ou acetato. Como
o palmitato é mais estável que o acetato, tem sido mais empregado em
formulações cosméticas.

Vitamina C

Antioxidante e estimulador da produção de colágeno, o mais conhecido é o ácido


ascórbico (MANELA-AZULAY,2003).

O ácido ascórbico hidrossolúvel e seus derivados lipossolúveis e o palmitato de ascorbila


constituem dois antioxidantes potentes, que evitam os processos peroxidativos da
metabolização das gorduras e a formação dos radicais livres. Retardam os danos
causados pela radiação UVA e também conseguem reduzir o eritema causado pelos
raios UVB. (LEONARDI, 2008)

43
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Possui atividade clareadora, pois inibe o processo de melanogênese. Uma de suas


grandes virtudes, na área da cosmética, é ser um cofator essencial na formação e função
do colágeno. Já existem provas suficientes de seus efeitos benéficos na recuperação da
pele envelhecida e também na manutenção de uma pele jovem e saudável (MANELA-
AZULAY, 2003).

Vitamina E

Atualmente, em grande evidência internacional, é utilizada na concentração de


5% normalmente. Considerada como excelente agente antirradical livre, atuando,
protegendo e regenerando as camadas da pele. Sua principal ação está na capacidade
de impedir a oxidação dos lipídeos insaturados presentes na pele, retardando, assim, o
processo de envelhecimento. Possui também efeito umectante, ação benéfica em lesões
provocadas pela radiação ultravioleta, ação protetora contra a fotossensibilidade, ação
anti-inflamatória e hipoalergênica (SOUZA, 2003).

A vitamina E é usada de duas formas na Cosmetologia:

»» Esterificada: a forma presente na natureza, por exemplo, óleo de germe


de trigo e outros óleos vegetais;

»» Não esterificada: a forma mais ativa, conhecida como tocoferol. Essa


substância é bastante instável, ou seja, oxida-se e escurece quando exposta
à luz e ao ar. Por essa razão, costuma-se fazer uma reação química do
tocoferol com o ácido acético, a fim de formar o éster acetato de tocoferol,
que apresenta maior estabilidade em formulações cosméticas.

Vitamina F (ácidos graxos essenciais)

O nome vitamina F é uma denominação antiquada, que agrupa os ácidos graxos não
saturados essenciais (não formados no organismo humano). Não são aminas, por isso,
deixaram de ser considerados como sendo vitaminas. Os ácidos graxos essenciais são
usados, principalmente, nos cosméticos de uso tópico e servem para promover um
efeito antiqueratinizante. É encontrada principalmente no óleo de milho, de girassol,
de soja, de caroço de uva, de germe de trigo, nos óleos de oliva e de peixes, e desses,
principalmente, nos de água fria. (SOUZA, 2003)

44
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Específicos

Blend de ativos que agem sinergicamente visando alcançar o efeito desejado. Assim,
o mercado oferece complexos vegetais, vitamínicos, associações de proteínas com
extratos, entre outros (REBELLO,2007). Exemplos:

»» Complexo antiadiposidade: extrato de bile, extrato de Hedera helix e


um éster de ácido tartárico e polioxietilenoglicol.

»» Complexo antirradical livre natural: óleo de germe de trigo, óleo de


rosmarinus, acetato de vitamina E e vitamina F (ativo usado no Nutritivo
Florrimon).

»» Complexo anti-idade de lipossomas de vitaminas E e C:


associando os efeitos benéficos e sinérgicos das vitaminas.

»» Complexo suavizante de rugas e estimulador de formação de


elastina, colágeno e ácido hialurônico: acetato de farnesila e outros
ésteres de farnesol.

Existem ainda ativos tradicionais com nova tecnologia, maior eficiência e maior
inocuidade, como, por exemplo:

»» Arbutin: glicosídeo de hidroquinona natural encontrado em vegetais


como pêssego, pera, outras plantas japonesas e principalmente nas folhas
de uva ursi (Arctostaphilos uva ursi). Potente agente despigmentante
com reduzida irritabilidade.

»» Iodotrat: iodo amínico totalmente estável e não tóxico, pois não


origina iodo livre, ou seja, não exerce ação hormonal e sistêmica. Atua
diretamente sobre o tecido adiposo, onde estimula o metabolismo da
gordura estagnada ao ativar enzimas lipolíticas, diminuindo, assim, o
sufocamento tecidual, aumentando o fluxo nutricional e desintoxicando
o organismo. (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 2008)

45
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Tabela 4. PAs mais utilizados nos principais distúrbios faciais.

Distúrbio Princípio Ativo Descrição


Facial
Ácido glicirrízico Anti-inflamatório, descongestionante.
Ácido glicólico Queratolítico.
Ácido salicílico Queratolítico.
Agrião Antiacneico, antisseborreico.
Alantoína Regeneradora, queratolítica.
Alfa bisabol Anti-inflamatório, calmante.
Azuleno Anti-inflamatório.
Apricot Esfoliante físico.
Aloe vera Hidratante, ação regeneradora.
Bardana Adstringente, calmante.

A Calêndula Cicatrizante, anti-inflamatório.


Camomila Calmante, anti-inflamatório.
C
Cânfora Calmante, anti-inflamatório
N
Clindamicina Atua como agente bacteriostático.
E Eritromocina Tem ação bacteriostática.
Triclosan/ irgasan Bactericida.
Hamamélis Adstringente.
Peróxido de benzoíla Esfoliante e inibe o crescimento de P. acnes.
Própolis Antimicrobiano, anti-inflamatório.
Microesferas de polietilenoglicol Esfoliante físico.
Resorcina Esfoliante químico.
Sulfato de zinco Adstringente, antisséptico.
Sílica Esfoliante.
Tretinoína/ac. retinóico Esfoliativo químico.
Takallophane Absorve os ácidos graxos insaturados, antisseborreico.
D Ácido glicólico Esfoliante químico.
I Ácido Kójico Despigmentante natural.

S Antipollon HT Clareador por absorção de melanina pré-formada.


Arbutin Inibe a atividade da tirosinase.
C
Dihidroxiacetona-DHA Simulador de bronzeado.
R
Essência bergamota Calmante, antiparasitário e cicatrizante.
O Hidroquinona Inibe a atividade da tirosinase.
M Melawhite ®
Inibe a tirosinase no estágio inicial da melanogênese.
I Psoralênicos Uso tópico sistêmico.
A VC- PMG Inibe a tirosinase; atua antirradicais livres.
Oligoelemento: selênio Oxidante, bloqueando os radicais livres.
R Regula o fluxo sebáceo e, junto com a vitamina A, é responsável pela
Oligoelemento: zinco
U renovação celular. Possui propriedades calmantes e antirradicais livres.
Regula as trocas celulares e participa da síntese de neuromediadores
G Oligoelemento: cálcio e magnésio
(que carregam mensagens entre as células e a pele).
A Oligoelemento: manganês Função antirradicais livres e estimula elastina e colágeno.
S Promove a regeneração dos tecidos, hidratação intensa, antirradicais
Oligoelemento: silício
livres, antiglicosilação.
Fonte: HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 2008.

46
CAPÍTULO 3
Classificação dos cosméticos de
acordo com sua função

Limpeza da pele (cleansers)


Limpar a pele significa remover sujidades provenientes de poluição, resíduos cosméticos,
secreções naturais e células córneas em descamação. (MONTEIRO: BAUMANN, 2008)

Formas de limpar a pele:

»» Uso de solventes orgânicos.

»» Uso de substâncias lipofílicas.

»» Uso de tensoativos (detergentes e sabões).

Requisitos:

»» Possuir detergência moderada.

»» Espalhar-se facilmente.

»» Possuir bom poder de arraste.

»» Ser ligeiramente antisséptico.

»» Ter pH compatível com o cutâneo.

»» Fácil eliminação.

Classificação:

»» Sabonetes em barra e líquidos.

»» Loção de limpeza isenta de lipídios (limpadores sem lipídios).

»» Esfoliantes.

»» Agentes abrasivos.

»» Máscaras tonificantes.

47
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» Sais de banho.

»» Óleos.

»» Emolientes.

Sabonetes em barra e líquidos

Quimicamente podem ser chamados de sabões que representam compostos químicos


formados pela reação de um ácido graxo com um álcali.

A seleção rigorosa dos óleos e gorduras utilizados influenciará no custo e nas propriedades
do sabão. Um bom sabão é produzido com uma mistura de óleos e gorduras. Os sabões
de sódio são mais duros, os de potássio mais solúveis em água e os de trietalonamina
menos alcalinos.

Como a grande maioria tende a alcalinidade (80%), a alta detergência os torna mais
irritantes para a pele. E na grande maioria das vezes são desaconselháveis para peles
secas e sensíveis.

Os sabonetes glicerinados são exemplos de formulações que diminuem a quantidade de


sabão na fórmula, a composição restante é formada por agentes solubilizantes (glicerina,
álcool, propilenoglicol), corantes, fragrâncias e açúcar para aumentar a transparência.

Já os sabonetes líquidos não são considerados como verdadeiros sabões (sais de ácidos
gordos), mas misturas de tensoativos detergentes, agentes emolientes, antissépticos
e aromatizantes em geral. São elaborados a partir de sabões de potássio numa
concentração de 15 a 20%. Entretanto, atualmente, esse tipo de formulação quase não
leva sabão em sua fórmula. Os sabonetes líquidos são formulados apenas com misturas
de tensoativos sintéticos, ou derivados de produtos naturais. (MERCANTE et al., 2009)

Loções de limpeza

São produtos líquidos que limpam quando aplicados sobre a pele (seca ou umedecida),
esfregados para produzir espumas, enxugados ou evaporam-se sem enxágue.

Esses produtos contêm água, glicerina, substâncias detergentes e umectantes.


Geralmente deixam uma película umedecida fina.

Geralmente são usados para remoção de maquiagem, limpeza diária da face, ou


previamente em procedimentos estéticos.

48
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

»» Cremes de limpeza: são cremes geralmente oleosos, utilizados para


limpeza da pele seca.

»» Adstringentes: usados para remover óleo e produzir uma sensação


tonificada. Geralmente são utilizados para pele oleosa por terem um
teor alcoólico maior. Em produtos para acne são utilizadas substâncias
antissépticas como triclosan e substâncias esfoliantes (MASSON, 2003).

Esfoliante

São considerados basicamente adstringentes com adição de substancias como:


hamamelis e ácido salicílico.

O objetivo desses produtos é remover as células mortas da superfície da pele e auxiliar


na renovação natural da pele.

Agentes abrasivos são esfoliantes mecânicos. Utilizam grânulos abrasivos numa


base cosmética. Esses grânulos geralmente são constituídos por gotas de polietileno,
fragmento de sementes de frutas.

Os agentes abrasivos são eficazes no controle do excesso de gordura e remoção do


tecido córneo escamativo. Como inconveniente, podem causar danos epiteliais se forem
utilizados com muita força. (GALEMBECK; CORDA, 2007)

Máscaras faciais

São preparações cosméticas cuja consistência é variada. Destinam-se à aplicação sobre


o rosto, pescoço, colo, costas, mãos e pés.

Utiliza-se em camada espessa, com tempo determinado de permanência, onde


geralmente alguns de seus componentes líquidos evaporam deixando uma camada de
outro produto aderente à pele.

São classificas como formulações de risco grau 1, desde que elas não sejam indicadas
para peles acneicas, com finalidade de peeling químico e/ou outros benefícios.
(GALEMBECK; CORDA, 2007)

Características:

»» Suavizantes e sem arenosidade.

»» Secagem rápida.

49
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» Produção de limpeza da pele.

»» Inócuas.

Objetivo: limpar, tonificar, estimular, acalmar, rejuvenescer, nutrir, antissépticas,


hidratar, anti-irritantes, queratolíticas, clareadoras, adstringentes.

Ativos incorporados:

»» Pós absorventes ou adsorventes (argila, kaolim, CaCO3).

»» Umectantes (glicerol, propilenoglicol).

»» Gelificantes (resinas ou alginatos).

»» Adstringentes (alume, tanino).

»» Extratos vegetais.

»» Óleos essenciais.

»» Colágena/elastina.

Máscaras de porcelana

Trata-se de uma máscara em pó (gesso), que endurece após ser aplicada. São oclusivas.
Exercem um efeito psicológico.

Devem ser homogeneizadas com água ou uma solução tônica apropriada no momento
da aplicação, uma camada mais ou menos espessa é aplicada com a ponta dos dedos
ou pincel, ocluindo a pele. Recomenda-se usar uma forração de gaze previamente para
ser mais fácil a sua retirada. Cuidado redobrado com a superfície pilosa da pele, pois
pode provocar traumatismos. Pode-se aplicar por sobre outro produto. (ZANGUE et
al., 2007)

Máscaras em pó

São dispersões de ativos num veículo sólido pulverizado como talco ou argila. Devem
ser homogeneizadas com água ou uma solução tônica apropriada no momento da
aplicação, uma camada mais ou menos espessa é aplicada com a ponta dos dedos ou
pincel, ocluindo a pele.

50
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Após algum tempo, o líquido dispersante evapora e, posteriormente, o pó deverá ser


retirado do local com água ou tônico. Esse tipo de veículo é indicado para procedimentos
adstringentes, redutores de oleosidade, clareadores (em tese) e esfoliantes. (ZANGUE
et al., 2007)

Máscaras à base de vinil

São populares para uso doméstico. São compostas por substâncias formadoras de
películas (álcool polivinílico). Após a evaporação do veículo, uma película flexível de
vinil permanece na face. São apropriadas para todos os tipos de pele. A evaporação
do veículo cria uma sensação refrescante e o enrugamento da máscara com a secagem
pode dar a impressão de que a pele está apertando. (ZANGUE et al., 2007)

Máscaras hidrocoloidais ou máscaras plásticas

Essas máscaras são formadas por gomas (gomas de celulose, xantana) e umectantes.
Deixam na pele uma sensação suave e criam a sensação da pele apertando quando a
água evapora e a máscara seca. Possui um bom efeito psicológico de estiramento e
agradável sensação refrescante.

São utilizadas em formulações redutoras de oleosidade, esfoliantes, adstringentes e


calmantes. (ZANGUE et al., 2007)

Máscara à base de argila

São conhecidas como máscaras em pastas ou pacotes de lama. São formadas por argila.
Podem ser apresentadas sob a forma de pó ou suspensões em veículo semissólido. As
argilas fixam considerável quantidade de água, óleos e corpos gordurosos por adsorção
ou absorção. Podem ser usadas com a propriedade secativa, clareadora (em tese),
adstringentes e antissépticas. (BOURGEOIS, 2006)

As argilas provêm da desintegração do granito. São formadas de silicato de alumínio


(BOURGEOIS, 2006). As variedades de argilas são:

»» Argila vermelha: contém traços de óxido de ferro. Ação: é utilizada


como antiestresse, redutora de pesos e medidas e secativa.

»» Argila verde: contém traços de cloreto ferroso. Ação: adstringente,


tonificante, estimulante, secativa, bactericida, analgésica e cicatrizante.

51
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» Argila branca: argilas naturais, compostas por diversos componentes


minerais. Ação: clareadora, absorve oleosidade da pele sem desidratar,
suavizante e oclusora.

»» Argila rosa: mistura de argila branca e vermelha, assim é rica em ferro.


É mais indicada para peles sensíveis, tem ação cicatrizante e suavizante.

»» Argila cinza: devido ao titânio presente em sua composição, combate


acne, realiza esfoliação, ainda tem ação antioxidação retardando o
envelhecimento, também age no clareamento de manchas e regula a
seborreia capilar.

»» Argila preta: também conhecida como lama vulcânica, muito utilizada


para desintoxicar a pele, tem ação anti-inflamatória, absorve estresse.

»» Argila amarela: combate e retarda o envelhecimento cutâneo, ação


hemostática, purificante, adstringente e remineralizante. Também tem
ação na elasticidade da pele atuando na flacidez cutânea. Melhora a
circulação sanguínea.

Outras máscaras

»» Máscara de ouro.

»» Máscara de diamante.

»» Máscara de pérola.

»» Máscara de prata.

São considerados produtos exóticos, porém sem comprovação científica. O único efeito
desses produtos na pele é o glamour de usar uma máscara facial elaborada com material
nobre, e o efeito do ativo incorporado a ela, que na maioria das vezes não é citada na
publicidade, na maior parte das vezes são os hidratantes. (BOURGEOIS, 2006)

Têm-se ainda as máscaras de chocolate, nesse caso pode-se admitir que exista um
fundamento. O chocolate possui riqueza em material graxo que lubrifica e oclui a pele,
melhora a hidratação, deixa-a mais macia e suave ao toque. A ideia de que os polifenóis
funcionem como ativos nesse tipo de produto não condizem com a realidade, pois eles
só existem no cacau in natura, e não no processado. (RICHTER; LANNES, 2007)

52
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Conclusão

Tabela 5.

1. Usar no mínimo uma vez por semana.


2. Tempo de aplicação de 10 a 25 minutos.
Efeitos desejados:
»» Ação de limpeza → Usar ativos absorventes e desincrustantes.
»» Ação normalizadora de secreções → Usar produtos absorventes e normalizadores de equilíbrio ácido-base.
»» Ação hidratante → Usar umectantes e princípios ativos que favoreçam a hidratação.
»» Ação estimulante e fortalecedora → Melhorada pelo efeito oclusivo e pela vasodilatação gerada.
»» Ação alisadora e remodeladora → Usar princípios ativos tensores.
Fonte: ZANGUE et al., 2007.

Tabela 6. Princípios ativos mais utilizados em cada tipo de máscara.

Tipo de máscara Princípios ativos


Detergente Bórax, bicarbonato de sódio, TEA (trietanolamina), pH levemente alcalino, vitamina B6.
Adstringente Cloridróxido de alumínio ou zircônio, alúmen, titânio, glicina, ácido lático, sais de zinco, extratos vegetais de
hamamélis, agrião, bardana, sálvia, castanha-da-índia.
Calmante Extratos vegetais de camomila, tília, mucílagos, azuleno, cânfora, caseína, calêndula, alantoína.
Nutritiva Vitaminas A e E, óleos vegetais, proteínas (colágeno, elastina, albumina).
Clareadora Peróxido de zinco ou magnésio, ácido cítrico e lático, perborato de cálcio.
Refrescante Mentol.
Anti-inflamatória Alfa bisabol, betaexina, própolis, azuleno, ácido glicirrízico.
Antiedematosa Extratos de arnica, centelha asiática.
Hidratante Extratos de aveia, aloe vera, aminoácidos.
Queratolítica Ácido lático (1%), ácido salicílico (2,5%), enzimas papaína e bromelina.
Umectante Propilenoglicol, glicerina.
Fonte: HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 1999.

Sais de banho

São cosméticos sólidos utilizados para limpar, tonificar, esfoliar e perfumar a pele
durante o banho. Alguns deles são quelantes de cálcio. Os sais de banho podem ser
fabricados na forma de pós, cristais ou comprimidos efervescentes. (GALEMBECK;
CORDA, 2007)

Componentes: cloreto de sódio, sulfato de magnésio, lauril sulfato de sódio, corantes e


essências.

Sais efervescentes: são constituídos geralmente por uma mistura de um ácido orgânico
(cítrico, fumárico, succínico) com bicarbonato ou carbonato de sódio. A escolha do ácido
orgânico depende do seu custo, pka e solubilidade em água. Em relação aos carbonatos,

53
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

o bicarbonato de sódio produz mais CO2 porque requer apenas um próton para ser
neutralizado.

Óleos

Composição: formados por misturas de óleos, ésteres graxos, álcoois graxos líquidos,
essências e corantes. Repositores do manto hidrolipídico, principalmente após o banho.
Promovem maciez ao toque e hidratação por mecanismo oclusivo.

Podem ser consideradas soluções lipofílicas. Pode ser usado um único óleo, mistura de
diferentes tipos de óleos, ou ainda a mistura de agentes lipofílicos e óleos.

Para melhorar o sensorial é usado o silicone e ésteres emolientes que promovem


também melhor espalhabilidade do produto. (GALEMBECK; CSORDAS, 2015)

Emolientes

O CTFA define emolientes como substâncias que mantêm a flexibilidade da pele e


restabelecem o equilíbrio do estrato córneo. (LEONARDI, 2008)

Mecanismo de ação dos emolientes: amaciam o estrato córneo indiretamente, por


prevenção da perda de umidade (oclusão). Os emolientes agem em profundidades
variáveis. A estrutura química do emoliente influencia na sua interação com a pele e
afeta as propriedades sensoriais.

De modo geral, os óleos de origem animal penetram mais que os óleos vegetais.
(LEONARDI, 2008)

Figura 7. Tipos de emoliente.

Fonte: MENEGAT, 2005.

54
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Emoliente não polar

»» Parafinas: óleo mineral, óleo de vaselina.

»» Isoparafinas: são pegajosos, pesados, hidrófobos, em geral são


comedogênicos. (LEONARDI, 2008)

Emoliente polar

São substâncias que mantêm a flexibilidade da pele e restabelecem o equilíbrio do


extrato córneo. (LEONARDI, 2008)

Agem por oclusão, previnem a perda de umidade e atuam indiretamente no extrato


córneo (LEONARDI, 2008).

»» Glicerídeo: triglicerídeo caprílico/cáprico, óleos e gorduras vegetais


(manteigas), óleos vegetais. São compostos por ácidos graxos com
cadeias carbônicas de diferentes comprimentos e saturações que
conferem propriedades especiais. Ácido esteárico, ácido palmítico,
oleico, linolênico. (VARGAS; ROMAN, 2006)

Estudiosos afirmam que quanto maior a cadeia menos irritante é o ácido graxo.
(VARGAS; ROMAN, 2006)

Tipos de Ácidos Graxos

»» Saturados: ácido láurico, mirístico, palmítico e esteárico.

»» Insaturados: ácido oleico, linoleico, linolênico.

Emolientes mais usados e suas concentrações de uso (VARGAS e ROMAN, 2006):

»» Extrato de aloe (2 a 6%).

»» Manteiga de karité (1 a 3%).

»» Manteiga de manga (1 a 3%).

»» Microcápsulas de óleo de macadâmia (5 a 10%).

»» Óleo de abacate (2 a 10%).

»» Óleo de amêndoas (2 a 10%).

»» Óleo de apricot (2 a 5%).

55
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» Óleo de calêndula (1 a 5%).

»» Óleo de cereja (2 a 5%).

»» Óleo de germe de trigo (0,5 a 1,5%).

»» Óleo de girassol (1 a 3%).

»» Óleo de jojoba (1 a 5%).

»» Óleo de macadâmia (0,5 a 5%).

»» Óleo de semente de maracujá (1 a 5%).

»» Óleo de uva (2 a 10%).

»» Álcoois graxos

Normalmente são considerados álcoois graxos aqueles que têm 12 a 18 átomos de


carbono.

Exemplos: álcool láurico, mirístico, cetílico, palmítico.

»» Éteres graxos

Possui excelente capacidade de espalhamento e resistência a hidrólise, tanto em meio


ácido como alcalino. (DRAELOS, 2009)

Exemplos: peg-7-glicerilcocoato, perfluorpolimetilisopropileter, éter dicaprilico.

»» Ésteres

Constituem o principal grupo de emolientes, pois apresentam as melhores respostas


quanto ao espalhamento, sensação não oleosa e absorção na pele.

Exemplos: octanoato de octila, octanoato de cetearila, miristato de miristila, estearato de


butila, estearato de tridecila, miristato de isopropila, palmito de isopropila, isoestearato
de isopropila, oleato de butil, oleato de decila (Cetiol V®). (DRAELOS, 2009)

Outros emolientes

»» Ceras

Na verdade, as ceras são utilizadas para dar consistência e dureza às formulações.

56
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

›› Tipos: ceras de abelha, candelila, carnaúba.

›› Composição: ésteres de ácidos graxos e álcool graxo de cadeia longa


carbonada e saturada. (DRAELOS, 2009)

Como manter a pele da face eudérmica

Para maior eficácia no tratamento cosmético, é necessário seguir várias etapas,


contínuas e complementares; abaixo segue o esquema.

Figura 8.
2. Tonificação

• Reduz o tamanho dos poros

(ação adstringente)
1. Higienização (limpeza)
• Firma a pele
• Remove células mortas

• Retira impurezas 3. Hidratação

• Controla secreções sebáceas • Evita a perda de

4. Nutrição umidade
• Abre os poros

• Repõe nutrientes
substâncias
recuperadores do manto
hidrolipídico, protetora da

Fonte: MENEGAT, 2015.

Higienização
Os cosméticos de higienização são produtos que não devem penetrar na pele, nem
ser absorvidos por ela. Devem permanecer sobre a pele tempo bastante para eliminar
da superfície epidérmica toda a variedade de contaminantes, como secreção sebácea,
impurezas, células mortas, maquilagem, detritos etc., arrastando, emulcionando ou
solubilizando.

A água é uma das principais substâncias usadas na limpeza da pele; sozinha, porém, é
ineficaz, principalmente contra a oleosidade.

Os cosméticos destinados à higienização da pele podem ser apresentados em diversas


formas: sabonete líquido ou sólido, óleos, gel, cremes e leite de limpeza ou loção.

Loções para limpeza da pele e abertura dos óstios: pH alcalino e loções tônicas após
limpeza, pH ácido (para que a pele retorne ao seu pH natural, entre 5,5 e 6,0).

57
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Devem apresentar as seguintes características (GALEMBECK; CORDA, 2007):

»» ter detergência moderada;

»» não ser muito fluido nem muito espesso, para que possam ser espalhados
facilmente sobre a pele;

»» possuir ação somente no nível da epiderme;

»» não ser irritante nem sensibilizante;

»» ser ligeiramente antisséptico;

»» ter pH ácido, neutro ou ligeiramente alcalino (pH de 4-8,5);

»» ser de fácil eliminação.

Tonificação

Os cosméticos de tonificação devem:

»» eliminar os resíduos da emulsão de limpeza;

»» restaurar o pH fisiológico;

»» evitar a desidratação e o ressecamento;

»» favorecer a reepitelização;

»» reduzir o tamanho dos poros;

»» reduzir as secreções sebáceas.

O tônico complementa o processo de limpeza, ao mesmo tempo em que amacia a


superfície da pele. Serve para fechar os poros e preparar a pele para receber os benefícios
do hidratante.

As impurezas da pele são compostas de materiais hidrossolúveis, lipossolúveis e


insolúveis. Os tônicos e todos os produtos de higienização devem reunir condições para
eliminá-los.

58
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

O tônico pode ter várias especialidades, dependendo do princípio ativo e de sua


formulação básica:

»» adstringente;

»» calmante;

»» descongestionante.

O tônico é formado por um sistema hidroalcoólico cujo teor de álcool etílico pode chegar
até 70% em determinados casos.

As formulações de tônicos podem conter, por exemplo:

»» agentes antissépticos: triclosan, enxofre, piritionato de zinco, derivados


da raiz de alcaçuz (glicirrinato de amônio; ácido 18B-glicirrético), timol,
própolis, ácido salicílico;

»» extratos vegetais e marinhos: agrião, alecrim, algas marinhas, arnica


montana, bardana, calêndula, confrei, ginseng, hamamélis, malva,
própolis, sálvia, tília;

»» corretor de pH e reguladores cutâneos: ácido cítrico, ácido lático,


capriloilglicina;

»» princípios ativos calmantes e umectantes: alantoína, alfa bisabolol,


pantenol, alga Enteromorpha compressa.

A aplicação dos produtos tônicos geralmente é feita com algodão, em movimentos


circulares e suaves. Essa ação serve para retirar os últimos resíduos deixados pela loção
de limpeza.

Em todos os casos de aplicação, o produto não deve ser usado na área dos olhos.
(HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 2008)

Hidratante

A xerose ou xerodermia, ou ainda pele seca pode se manifestar em qualquer indivíduo


durante a vida. O comprometimento da barreira córnea eleva a perda de água através
da pele, isso pode aumentar a liberação de citoquinas que, por sua vez, induzem o início
do processo inflamatório e o eczema. (GALEMBECK; CORDA, 2007)
59
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Normalmente, as peles secas estão associadas à menor presença de lipídeos secretados


pela glândula sebácea. Enquanto a hidratada, pode estar acompanhada de uma maior
presença de lipídeos. (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 2008)

A pele se mantém hidratada graças à presença de lipídeos secretados pelas glândulas


sebáceas, à matriz lipídica intercelular na camada córnea, ao fator natural de hidratação,
à presença e integridade dos corneodesmossomas (complexo proteico contido no
envelope dos corneócitos formado pelas proteínas desmogleína, corneodesmosina
e placoglobina) responsáveis pela coesão deles na camada córnea e as aquaporinas.
(HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 2008)

A hidratação da camada córnea fisiológica depende e varia de acordo com os seguintes


fatores:

»» umidade externa;

»» transporte de água das camadas mais inferiores da pele para as mais


externas;

»» velocidade do processo de queratinização da epiderme;

»» velocidade de evaporação da água para o meio externo;

»» quantidade, qualidade e composição do manto hidrolipídico ou também


chamado de emulsão epicutânea que corresponde à quantidade de
lipídeos cutâneos, água e fator de hidratação natural da pele.

Todo o produto secretado pelas glândulas sebáceas é rico em ácidos graxos, triglicérides,
esqualenos e ceras, e é distribuído sobre a camada córnea formando um filme lipofílico
que dificulta a saída da água e também a sua evaporação.

Pode-se observar, durante a infância, uma redução dessa secreção, por consequência
tornando a pele mais seca, e também o mesmo acontece no envelhecimento.

Contudo, na adolescência ou puberdade, o processo se inverte pelo aumento da secreção


hormonal que controla a produção sebácea, e a pele se torna mais oleosa, mas não por
isso será mantida a hidratação adequada. (GALEMBECK; CORDA, 2007)

Durante a transformação dos queratinócitos em corneócitos na camada córnea, é


produzida nos espaços intercorneocitários uma mistura de lipídeos (40% ceramidas;
20% ácidos graxos; 25% colesterol; sulfato de colesterol + fosfolipídios + glicoceramidas
“concentrações não indicadas”) que correspondem a 11% da camada córnea, eles se
organizam mantendo a união entre os corneócitos, porém com alternância de domínios

60
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

hidrofílicos e lipofílicos. Os hidrofílicos são capazes de manter a ligação da água na


camada córnea aumentando sua retenção nessa região.

Os hidratantes são substâncias que possuem a função de manter ou restituir a homeostase


da pele. O objetivo principal de um cosmético hidratante é manter e aumentar o nível
hídrico superficial, que em condições ideais é de 20% a 30%.

Durante o inverno as peles jovens e envelhecidas tendem a diminuir as concentrações


de ceramidas e de ácidos graxos, daí o aparecimento de dermatites atópicas, visíveis
como eczemas secos e pruriginosos.

Mulheres tabagistas e menopausadas também tendem a apresentar esse tipo de condição,


devido à diminuição do estrogênio circulante. Outro parâmetro é a manutenção e/ou
reposição da quantidade de lipídios presentes na pele.

Se as enzimas proteolíticas tiverem seus níveis e atividades diminuídas a degradação


dos córneos desmossomas não ocorrerá de maneira eficiente, tornando a pele mais
espessa e com menor hidratação. (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 2008)

Também encontramos na epiderme o fator de hidratação natural (FHN) da pele que é


responsável por 30% da hidratação da camada córnea.

O FHN atua como uma esponja retendo água na camada córnea.

A pele se manifestará seca quando o conteúdo de água total na camada córnea estiver
abaixo de 10%.

Manifestações clínicas da pele seca (GALEMBECK; CORDA, 2007):

»» prurido;

»» queimação;

»» sensação de estiramento da pele;

»» descamação em placas de corneócitos;

»» diminuição da flexibilidade e elasticidade da pele;

»» aspereza ao toque;

»» aumento das rugas superficiais e linhas de expressão;

»» possibilidade de dermatites de contato de repetição.

61
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Considerações gerais

Perturbações na hidratação da pele e a desidratação podem ocorrer por vários fatores:

»» vento, mudanças bruscas de temperatura, ar seco;

»» substâncias químicas como detergentes;

»» envelhecimento cutâneo.

Alguns autores referem-se a mecanismos de hidratação da pele e classificam-nos em:

»» Oclusivos: componentes responsáveis pela formação de barreira


superficial e externa, evitando a evaporação superficial da água, formam
um filme graxo que diminui a perda da água transepidermal.

Substancias lipofílicas que atuam como hidratantes por


oclusão

»» Óleos vegetais: abacate, macadâmia, germe de trigo, girassol, maracujá,


uva, castanha do Brasil, canola, milho, algodão, babaçu, pequi, patauá,
buriti etc.

»» Minerais: vaselina, óleo mineral, parafina, esqualeno.

»» Gorduras animais: lanolina, gordura de ema.

»» Manteigas vegetais: karité, manga, cupuaçu, oliva, ucuuba, tucumã,


cacau, murmuru.

»» Silicone: dimeticones.

»» Ceras: abelhas, carnaúba, jojoba.

»» Álcoois graxos: álcool cetoestearílico, álcool cetílico, álcool de lanolina.

»» Álcool: octildodecanol.

Umectantes
São substâncias que, na sua grande maioria, não penetram na camada córnea devido ao
seu alto peso molecular. Porém, possuem a capacidade de reter a água da formulação,
da atmosfera e também a água que é perdida pela córnea mais superficialmente.

62
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Qualquer hidrolisado de proteína animal ou vegetal atua como umectante. A diferença


entre eles está particularmente em seu peso molecular.

Para umectação são também utilizadas substâncias hidrossolúveis, como, por exemplo,
o açúcar (oligo e polissacarídeos), polímeros e proteínas. Os polissacarídeos, algas e
o ácido hialurônico (polissacarídeo heterogêneo) também fazem essa função. Vários
glicóis têm a capacidade de formar pontes de hidrogênio com a água.

Podem atuar (MASSON, 2003):

»» Por meio de substâncias que diminuem a perda de água por evaporação.

»» Por meio de moléculas hidrófilas análogas aos componentes da pele que


reduzem a perda de água.

Substâncias umectantes:

»» Poliálcoois: glicerina e sorbitol.

»» Glicóis: propilenoglicol em concentrações abaixo de 10%.

»» Polietilenoglicóis de baixo peso molecular: PEG 400.

Recomposição de lamelas e indução de


formação de aquaporinas

A reconstrução da barreira lipídica requer a recomposição das lamelas da camada córnea.


As ceramidas são um dos componentes lamelares mais comuns de ser encontrados
como ativo para formulações cosméticas.

A lanolina é uma matéria graxa natural que se encontra na lã das ovelhas, possui grande
similaridade química e física com os lipídeos da pele humana.

Reposição de substâncias necessárias a hidratação (hidratação ativa).

Esses ativos conseguem permear a camada córnea e reter água em toda sua extensão.

São eles: glicerina 5%, ureia 5%, PCA 5%, PEG 600 5%, lactato de amônio 5%, lactato
de amônio 13%, sal da AHA’S 5%, 13%.

63
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Nutrição
Os produtos nutritivos contêm ativos que levam nutrientes para a pele, a fim de
promover a regeneração, a conservação e a proteção, prevenindo o envelhecimento
cutâneo. Como o processo de mitose celular é maximizado durante as primeiras horas
da manhã, a nutrição da pele deve ser feita durante a noite, com vistas a repor os
componentes lipídicos do manto córneo. (MONTEIRO; BAUMANN, 2008)

Entre os princípios ativos nutritivos, temos:

»» Aminoácidos de trigo ligados à cadeia graxa.

»» Palmítica (LIPACIDE PVB): estimulam a síntese de proteínas totais,


têm efeito nutriente e abastecedor das células, com elementos que estão
ausentes ou insuficientes.

»» Aminoácidos do leite: produtos obtidos pelas transformações do leite.


Possuem ação nutritiva, hidratante e emoliente. Utilizados em cremes
nutritivos e produtos infantis.

»» Lipoproteínas de trigo, amêndoas e aveia: têm ação reestruturante do


estrato córneo, diminuindo as descamações.

»» Lipossoma SOD: substância de ação antirradicais livres. Funciona como


reconstituinte da camada córnea. Utilizado em gel nutritivo.

»» Proteína de soja: estimula a regeneração celular.

»» Proteosilane C: esse silanol age como regenerador do tecido conjuntivo;


ativa a multiplicação de fibroblastos, prevenindo o envelhecimento
cutâneo.

Óleos vegetais

»» Óleo de abacate: nutritivo, revitalizante; usado em cremes e óleos para


massagem.

»» Óleo de damasco: regenerativo; utilizado em cremes nutritivos,


bronzeadores e demaquilantes.

»» Óleo de gergelim: de aspecto transparente amarelo-ouro, usado em cremes


hidratantes e nutritivos, de limpeza facial, batons e loções bronzeadoras.

64
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

»» Óleo de macadâmia: usado em cremes ou loções hidratantes e nutritivos,


previne o envelhecimento cutâneo.

»» Óleo de prímula: usado em cremes e loções para as mãos, nutritivos,


demaquilantes e na prevenção de eczemas.

»» Óleo de rosa mosqueta: cicatrizante, utilizado para queimaduras em


cremes nutritivos.

Sistema de liberação progressiva:

»» Ciclodextrinas de vitaminas A, C, E, F: moléculas de açúcares que


funcionam como vetores das vitaminas, garantindo sua liberação gradual
e maximizando a atividade regeneradora.

»» Vitamina E ou tocoferol: capaz de combater os radicais livres, assim


como a peroxidação de ácidos graxos. Encontrada em cremes nutritivos
e pós-sol.

Fator de Hidratação Natural (FHN ou NMF)

Ocorre naturalmente na pele.

Composição: aminoácidos, ácido carboxílico, pirrolidona, lactato, ureia, amônia, ácido


úrico, glucosamina, creatina, citrato de sódio, potássio, cálcio, magnésio, fosfato,
açúcar, ácidos orgânicos e peptídeos. (MASSON, 2003)

Tabela 7.

COMPONENTES QUÍMICOS DO FHN %


Aminoácidos: são 17 ao total, incluindo alanina, aspargarina, citrulina, glicina, ornitina, prolina, serina etc 40%
PCA (ácido carboxipirrilidônico) 12%
Lactato: predominância de sal sódico 12%
Ureia 7%
Cloretos 6%
Sódio 5%
Potássio 4%
Ácido láctico, ácido urocâmico, glicosamina, creatinina 1,5%
Fosfato 0,5%
Citratos e formiatos alem de resíduos desconhecidos 0,5%
Fonte: GOMES; GABRIEL, 2006.

Exemplos de hidratantes usados e suas concentrações de uso para manter ou aumentar


a hidratação:

65
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» Ácido hialurônico (1 a 3%).

»» Alantoína (0,2 a 2%).

»» Aminoácidos de leite (0,5 a 3%).

»» Extrato de confrei (2 a 5%).

»» Extrato de gérmen de trigo (0,5 a 1,5).

»» Fucogel (2 a 5%).

»» Galactosan (2 a 10%).

»» Lipossomas (1 a 5%).

»» Glicossomas (1 a 5%).

»» Hidroviton, NMF (1 a 5%).

»» Lipossomas com NMF (aquassome) (2 a 10%).

»» Óleo de amêndoas (0,5 a 5%).

»» PCA-Na (1 a 5%).

»» Pentaglycan (2 a 5%).

»» Esqualeno (3 a 10%).

»» Vitamina E (0,1 a 0,5%).

»» Vitamina F (0,5 a 1%).

Substâncias que atuam na queratina

»» Queratoplásticos: são substâncias que atuam sobre a queratina da


epiderme: Ureia (10%), alantoína, alfahidroxiácidos (ROSADO, et al.,
2013).

»» Ureia: possui um efeito osmótico na pele.

›› Difunde-se nas camadas externas do extrato córneo e rompe depósitos


de hidrogênio, expondo locais de ligações de água nos corneócitos.

›› O ph da formulação deve ser ácido.

66
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

»» Alantoína e derivados: possui propriedades hidratantes e reepitelizantes.

Considerações sobre algumas matérias-primas hidratantes.

»» Lactato de sódio: atua como hidratante e como substância tamponante.

»» PCA-Na: é um sal de sódio de 2-pirrolidona-5-ácido carboxílico. É


utilizado na concentração de 3-5%. Muito usado em formulações para pele
seca, onde o metabolismo do ácido pirrolidim carboxílico está diminuído.

»» Ácido hialurônico: é uma glicosaminoglicana que tem uma alta capacidade


de retenção de água. Facilita o transporte transepidérmico de substâncias.
Topicamente, é utilizado na forma de hialuronato de sódio. É obtido de
fontes animais como cristas de aves, tecido conjuntivo de novilho, cordão
umbilical.

»» Queratina: é uma escleroproteina, obtida de chifre de boi, pelo de cavalo.


Utilizada em formulações para unha e mãos, por ser umectante e depositar
uma fina película sobre a região.

67
CAPÍTULO 4
Lendo as embalagens

Os rótulos dos produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes devem conter


instruções indispensáveis relativas à sua utilização, bem como toda a indicação ou
informação adequada. (NEVES, 2009)

Embalagem Primária
É o envoltório ou recipiente em contato direto com o produto. Deve conter as seguintes
informações:

»» Rótulo: identificação impressa ou litografada, dizeres pintados ou gravados,


decalco sob pressão, aplicados diretamente sobre recipientes, vasilhames,
invólucros, envoltórios ou qualquer outro protetor das embalagens.

»» Nome/grupo/tipo: designação do produto para distinguí-lo de outros,


ainda que da mesma empresa ou fabricante, da mesma espécie, qualidade
ou natureza.

»» Marca: elemento que identifica um ou vários produtos do mesmo


fabricante e os distingue de produtos de outros fabricantes, segundo a
legislação de propriedade industrial.

»» Composição/ingredientes

»» Advertências e restrições de uso: listas de substâncias de informe


obrigatório na rotulagem.

»» Modo de uso (se for o caso).

Figura 9. Embalagem primária.

Fonte: MENEGAT, 2015.

68
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Embalagem secundária

É o envoltório destinado a conter a embalagem primária. Deve apresentar as seguintes


informações:

»» Nome do produto e grupo/tipo a que pertence, quando não implícito no


nome.

»» Marca.

»» Número de registro/resolução.

»» Lote ou partida.

»» Prazo de validade (mês/ano).

»» Conteúdo.

»» País de origem.

»» Fabricante/importador.

»» Domicílio do fabricante/importador.

»» Modo de uso (se for o caso).

»» Advertências/restrições de uso (se for o caso).

»» Rotulagem específica (conforme Decreto no 79.094/1977).

»» Composição/ingredientes.

»» Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

»» Finalidade do produto, quando não implícita no nome.

69
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Figura 10. Embalagem Secundária.

Fonte: MENEGAT, 2015.

Significado importante
»» Dermatologicamente testado: avaliado em humanos sob controle de
médico dermatologista, para verificar potencial de reações cutâneas.

»» Oftalmologicamente testado: avaliado em humanos com condições


de uso, sob controle de médico oftalmologista, para verificar potencial de
reações oftálmicas.

»» Clinicamente testado: avaliado em humanos com condições de


uso, sob controle de médico dermatologista e eventualmente de outro
especialista, para verificar potencial de reações.

»» Não comedogênico: avaliado em humanos para observar o potencial


de formar comedões.

»» Não acnegênico: avaliado em humanos para observar o potencial de


formar ou piorar espinhas/acne.

»» Produto para pele sensível: avaliado em indivíduos que apresentem


sintomas característicos de um quadro de pele sensível.

70
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

»» Hipoalergênico: produto com menor potencial de causar reações


alérgicas; o termo não é recomendado pelo FDA, pois todo o produto
cosmético em tese não deve ter potencial sensibilizante.

»» Produto infantil: produto apropriado para uso na pele, cabelos e


mucosas infantis, conforme legislação brasileira.

»» Parabenos: são conservantes que apresentam propriedades


estrogênicas. São identificados como: parabenos, metilparabeno,
etilparabeno, propilparabeno e butilparabeno.

»» Formol: conservante que contribui para o aparecimento de cancro


induzido pela radiação ultravioleta. São identificados como: quatérnium-15,
diazolidinil hora, imidazolidinil uréia e DMDM hidantoína.

»» Propilenoglicol: diluente de outras substâncias, pode desencadear


irritação de pele. São identificados como: propilenoglicol.

71
CAPÍTULO 5
Fotoproteção

Quando as pessoas se expõem ao sol por períodos prolongados e sem proteção,


sujeitam-se às radiações solares. Além dos riscos de câncer de pele, a radiação
solar é responsável pelo envelhecimento extrínseco da pele, ao qual denominamos
fotoenvelhecimento. O uso do filtro solar deve ser concomitante a qualquer protocolo
de tratamento anti-envelhecimento. E mesmo com o uso constante do FPS, a exposição
solar deve ser moderada.

Os efeitos em curto prazo do fotoenvelhecimento da pele são: inflamação das


estruturas subdérmicas (pode ser observado na microscopia), eritema, manchas
hiperpigmentadas, alterações vasculares (pode ser observado no exame físico) (FLOR
et al., 2007).

Os efeitos em longo prazo do fotoenvelhecimento da pele são:

»» Alteração do DNA, quebra de colágeno e outras estruturas da matriz


extracelular (pode ser observado na microscopia).

»» Telangectasias, rugas, elastose flacidez, tumores benignos e malignos


(pode ser observado no exame físico).

A primeira coisa que aparece após a exposição solar é o eritema, seguido do


espessamento da camada córnea da queimadura solar e das lesões pré-cancerosas
(SCHALKA; REIS, 2011).

As radiações solares consistem em um espectro contínuo de três zonas fundamentais:


ultravioleta, luz invisível e infravermelha. Quanto maior a radiação solar, mais alta a
penetração na pele.

O espectro solar que alcança a superfície terrestre consiste em energia eletromagnética


de comprimento de onda entre 285 e 1800 nm.

72
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Figura 11. Espectro solar.

Fonte: INMETRO, 2015.

A principal radiação causadora de eritema, bronzeado, envelhecimento da pele e certos


tipos de câncer é a luz ultravioleta, de comprimento de onda entre 290 e 400 nm. Abaixo
desses limites quase não há passagem de luz ultravioleta, pois ela não atravessa a camada
de ozônio da atmosfera. Os raios infravermelhos estão na faixa de 700 a 1500 nm e são
responsáveis pela elevação da temperatura corporal (sensação de calor) e estimulação
da sudorese. A luz visível está na faixa de 400 a 700 nm. (SCHALKA; REIS, 2011)

Figura 12. Espectro solar.

Fonte: <www.saudelar.com.br>.

73
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Radiação ultravioleta

A radiação ultravioleta representa o componente com maior poder energético do


espectro solar. Classifica-se em UVA, UVB e UVC, como detalhado a seguir:

»» UVA (320 nm - 400 nm)

›› Representa aproximadamente 5,5% da radiação solar total que atinge


a Terra.

›› Responsável pelo bronzeamento direto (pigmentação dourada),


devido à foto-oxidação da forma leuco da melanina (bronzeamento
mais duradouro).

›› Atua na camada superior da pele.

›› Ação eritematosa fraca.

›› Maior efeito bronzeador situa-se em 340 nm.

›› Penetra até a derme.

›› Responsável pelo envelhecimento precoce.

»» UVB (290 - 320 nm)

›› Representa somente 0,5% da radiação solar que atinge a Terra.

›› Penetra apenas na epiderme.

›› Responsável pelo eritema (queimadura) que se maximiza de 6 a 20


horas após a exposição.

›› Responsável pelo bronzeamento indireto e tardio.

›› Causa câncer de pele.

›› Antirraquitismo.

›› Melhora o aspecto emocional.

»» UVC (200 - 290 nm)

›› Filtrada pela camada de ozônio da atmosfera.

›› Denominada radiação germicida.

74
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

›› Altamente eritematogênica e prejudicial aos tecidos vivos.

›› Pode ser obtida artificialmente.

Figura 13. Radiação ultravioleta na pele.

Fonte: <www.laroche-posay.pt>.

Ângulo de Incidência:

»» Radiação UVB: maior incidência das 10h - 15 h.

»» Radiação UVA: maior incidência 6h30 - 17h30.

»» Às 12h todas as radiações são potentes.

Figura 14. Ângulo de incidência.

Fonte: <www.geopalavras.pt>.

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UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Reflexão do meio ambiente (segundo a superfície).

»» Neve: reflete 80% das radiações.

»» Areia: reflete 20% das radiações.

»» Água: reflete 10% das radiações.

»» Grama: reflete 3% das radiações.

»» Asfalto: reflete 2% das radiações.

»» O guarda-sol de algodão deixa passar 5% da radiação.

»» O guarda sol de poliéster: deixa passar 60% da radiação.

Protetor solar

Os mecanismos naturais de proteção da pele não são suficientes para defendê-la


adequadamente dos efeitos danosos das radiações solares, daí a necessidade de uso
de protetores solares. Os filtros solares protegem a pele das agressões da radiação dos
raios solares, evitando o envelhecimento prematuro da pele e a destruição gradual de
sua elasticidade. (TERCI, 2008)

Segundo seu mecanismo de ação, os filtros solares podem ser:

»» Físicos ou inorgânicos: têm origem mineral, são conhecidos como


bloqueadores solar, contêm maior quantidade de dióxido de titânio,
formam uma barreira sobre a pele, refletindo, dispersando e absorvendo
a luz UV. Na reflexão/dispersão, a luz incidente nas partículas inorgânicas
é redirecionada de volta ou espalhada por vários e diferentes caminhos.
Esse processo é responsável pela translucência e opacidade das partículas
de filtros orgânicos aplicadas sobre a pele. Deixam uma camada branca
sobre a pele, devido ao excesso de TiO2. Não são irritantes (materiais
inertes). A principal vantagem dos filtros físicos é que raramente irritam
a pele. A desvantagem, contudo, é cosmética, a maioria dos produtos
que contém filtros físicos deixa a pele com resíduos brancos. Felizmente,
contamos hoje com filtros físicos de tamanho muito reduzido (conhecidos
como nanopartículas). Essas nanopartículas permitem a formulação de
produtos quase transparentes. (TERCI, 2008).

76
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Figura 15. Todos são protetores físicos, os dois últimos são em nanopartículas.

Fonte: MENEGAT, 2015.

»» Químicos ou Orgânicos: possuem na sua estrutura um anel benzênico


que interage com a radiação UV promovendo a conversão da sua radiação
absorvida pela pele, que é danosa, e com comprimentos de ondas curtas,
em radiações menos danosas e com comprimento de onda mais longo. São
representados pela avobenzona, octilmetoxinamato etc . Proporcionam
formulações transparentes (não deixam a pele com resíduos brancos),
geralmente são oleosos e podem causar alergias em algumas pessoas.
(TERCI, 2008)

Os filtros solares químicos devem (SOUZA et al., 2004):

»» absorver as radiações UVA e UVB (280-360 nm);

»» manter a estabilidade química;

»» ser inodoros, insípidos e incolores;

»» apresentar boa tolerância pelas mucosas;

»» ser compatíveis com os ingredientes e veículos usados em cosméticos;

»» ter pouca ou nenhuma solubilidade em água.

Por outro lado, não devem ser tóxicos, irritantes ou sensibilizantes e não podem, em
hipótese alguma, manchar roupas ou produzir descolorações. Os principais ingredientes
dos filtros solares são moléculas aromáticas conjugadas com grupos carbonil. Essa
estrutura geral permite à molécula absorver raios ultravioleta de alta energia e liberar
a energia como raios de baixa energia, desse modo prevenindo o ultravioleta, que é
danoso à pele, de atingi-la. (SOUZA et al., 2004)

77
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Os filtros solares químicos são classificados em: UVA, UVB e amplo espectro.
Exemplos: derivados de PABA, salicilatos, cinamatos, benzofenonas e outros.
(SOUZA et al., 2004)

Figura 16. Comparação de protetores solares mais conhecidos.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2015.

Fator de Proteção Solar (FPS)

O Fator de Proteção Solar (FPS) é uma classificação atribuída pelo FDA (Food and
Drug Administration), relativa ao grau de proteção dos protetores solares à radiação
UVB. Dá uma indicação de quanto tempo uma pessoa pode permanecer ao sol sem
se queimar. O FPS corresponde quantas vezes uma pessoa pode ficar ao sol por dez
minutos sem nenhum produto na pele.

Os filtros solares convencionais não bloqueiam o UVA tão efetivamente quanto o


UVB, e mesmo taxas de FPS acima de 30 podem significar baixos níveis de proteção
contra UVA, de acordo com um estudo realizado em 2003, feito por pesquisadores.
(KINDERSLEY, 2001)

Os fatores de proteção solar podem ser influenciados por:

»» veículos nos quais os filtros estão dispersos; bloqueadores físicos refletem


a radiação, aumentando o fator de proteção solar;

78
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

»» alguns derivados vegetais, como alecrim, amor-perfeito, óleo de café


verde, macela e camomila, entre outros, são absorvedores moderados da
radiação ultravioleta (no máximo fator 4).

Tipos de produtos solares:

»» Bronzeadores: Produtos que apresentam FPS 2-4.

»» Protetores solares: Produtos que apresentam FPS 8-15.

»» Bloqueadores: Produtos que apresentam FPS 15-30.

O FPS ajuda na escolha do produto mais adequado a cada tipo de pele:

Tabela 8. Comportamento da pele à radiação solar.

Fototipos de pele Comportamento da pele à radiação solar Nível de proteção: FPS


queimadura solar

Pouco sensível Raramente apresenta eritema Baixo 2<6

Sensível Moderadamente apresenta eritema Alto 6 <12

Muito sensível Facilmente apresenta eritema Alto 12 < 20

Extremamente sensível Sempre apresenta eritema Muito alto 20

Os protetores solares apresentam-se em diversas formas cosméticas.

Tabela 9.

Emulsão Óleo

»» Forma cosmética mais popular. »» Forma cosmética mais antiga.


»» Filme uniforme solar sobre a pele. »» Excelente estabilidade (somente uma fase).
»» Filme mais espesso sobre a pele. »» Filme transparente e fino sobre a pele (FPS baixos).
»» Filme não transparente sobre a pele. »» Alto custo (não contém água).
»» Mais barata (FPS altos). »» Pode interagir com a embalagem.
»» A maioria dos filtros solares usados são lipossolúveis. »» Dificuldade de atingir altos FPS.

Gel Stick

»» Facilmente removido pela água e transpiração. »» Mais usado nos lábios e nariz (cobre uma pequena área com uma
única aplicação).
»» Filme não uniforme sobre a pele.
»» Em geral composto por filtros solares oleosos, ceras e petrolato.
»» Gel aquoso: usa apenas filtros hidrossolúveis ou solubilizante
para os lipossolúveis, que em altas concentrações são irritantes e »» Resistente à água.
encarecem a formulação (gel transparente).
»» Gel oleoso: mesmas características dos óleo.

Fonte: KINDERSLEY, 2001.

79
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Bronzeamento

»» Pigmentação direta: é induzida pela radiação UVA sobre a melanina


já formada na pele.

»» Pigmentação indireta: começa de 48-72horas e dura no máximo sete


dias.

A pigmentação tardia começa entre 48-72 horas e atinge o máximo de sete dias.
É mantido por exposições repetidas ao UV.

O bronzeamento tardio é resultado da produção de nova melanina, associado ao


tamanho do melanócito, produção de melanossomas.

Autobronzeador/bronzeador simulatório

São chamados de simuladores de bronzeado (self tanning). Os autobronzeadores


escurecem a pele sem que haja necessidade de exposição direta ao sol. Promovem uma
reação química com as proteínas da pele, dando origem ao bronzeado.

O composto mais utilizado é a dihidroxiacetona e derivados (DHA), ou eritrulose


destinada. A DHA dá origem a produtos fortemente corados, quando aplicados na
pele em solução aquosa ou hidroalcoólica, originando coloração que se desenvolve
em intervalos de duas a seis horas e permanece de quatro a seis dias sem apresentar
toxicidade. O mecanismo de ação baseia-se na reação de aminoácidos da pele, portanto
a reação de melanogênse com consequente síntese de melanina não estará envolvida
nesse processo. (RAJATANAVIN et al., 2008)

Esse escurecimento da pele é independente da melanogênese e resulta da combinação


da DHA com os ácidos aminados da pele e com o aparecimento de compostos chamados
melanoidenos. Atualmente, existem nanosferas e ciclodextrinas de DHA, que permitem
uma liberação gradual do ativo, evitando manchas na pele. A associação com urucum tem
proporcionado um bronzeado mais avermelhado e não tão amarelo (RAJATANAVIN
et al., 2008).

Abaixo, algumas matérias-primas destinadas a formulações de cosméticos para acelerar


e/ou prolongar o bronzeado.

»» ACTIOBRONZE®: complexo vegetal hidrolisado de colágeno e tirosina.


Aumenta e prolonga o processo de bronzeamento natural por meio de
estímulos da formação da melanina, concentração usual 2%.

80
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

»» BIOTAN®: tirosina e carboximetil teofilina metilsilanol, peptídeos do


colágeno. Concentração usual 5%.

»» TYR-OL®: oleoil tirosina, acelera a velocidade de bronzeamento mesmo


na presença de filtros solares. Concentração usual: 1 a 3%.

O princípio dos aceleradores baseia-se no aumento do substrato para a enzima tirosinase.


A aplicação tópica de tirosina aumenta a reserva extra desse aminoácido na pele para
ativar ou manter a síntese de melanina após irradiação solar. Esse processo aumenta
e/ou prolonga o bronzeado com menos exposição solar. A associação da tirosina com
a vitamina B2, um ativador foto-oxidativo, intensifica o processo oxidativo da tirosina.
(RIBEIRO, 2010)

Existem os bronzeadores por via oral que são produtos à base de caroteno, cujo
aparecimento não é muito recente. Não foram muito bem aceitos pelas autoridades, por
serem facilmente considerados medicamentos. As necessidades diárias de vitamina A
ou ainda de pró-vitamina B (caroteno puro ou carotenoides) são de 5.000 UI no adulto
e 1.500 UI na criança.

Seguindo a posologia preconizada de vitamina A, seria o dobro do normal, considerando


a ingestão de carotenoide alimentar, que é bastante inferior à indicada pela Organização
Mundial de Saúde. (RIBEIRO, 2010)

Cosmético pós-sol

A pele sofre inúmeras agressões causadas pelo excesso de UV, e apresenta um processo
inflamatório local. Inicia-se com um eritema, em apenas 2 a 8 horas após a exposição
ao sol, e alcança sua magnitude em 24 a 36 horas. (RIBEIRO, 2010)

Esse excesso de radiação leva a uma maior formação de radicais livres na pele que
atacaram as membranas biológicas, DNA e proteínas que compõem o tecido de
sustentação da pele. Compromete também a atividade enzimática e produtora de
substâncias que eliminam os radicais livres, deixando assim a pele mais desamparada
em questões de proteção. Os cosméticos e cosmecêuticos pós-sol devem conter ativos
que hidratem a pele, neutralizem os radicais livres, possuam efeito anti-inflamatório,
sejam emolientes e produzam um aumento na resistência imunológica da pele. Certas
vitaminas podem ajudar nesse processo: vitamina A, vitamina C, vitamina E,
pró-vitamina B5, carotenoides e vitamina F. Os flavonoides são outra categoria de
ativos, pois atuam contra os radicais livres (chá verde “epicatequinas”, folha de oliveira
“oleuropeina”, ginkgo biloba, isoflavonas, aloe vera, beta-glucanas, tamarindus, uréia,
alfa bisabolol, PCA-NA, alfa bisabolol, e também algumas formulações acrescidas

81
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

de manteigas vegetais e diversos óleos (manteiga de cupuaçu, óleo de buriti, óleo de


castanha do Brasil, óleo de milho). (RAJATANAVIN et al., 2008)

Escolha do produto cosmético segundo o tipo de


pele

A escolha correta do produto cosmético deve estar de acordo com o tipo de pele para
garantir a eficácia do tratamento, conforme segue a tabela abaixo.

Tabela 10.

Limpeza Tonificação Hidratação Nutrição


»» creme »» loção tônica para pele »» creme-gel »» creme-gel
Pele normal
normal sistema aquoso
»» leite de limpeza (oleosidade »» creme nutritivo (emulsão »» creme nutritivo
(eudérmica)
moderada) O/A) (emulsão O/A)
»» leite de limpeza »» loção tônica »» gel hidratante »» gel nutritivo
Pele oleosa adstringente (sist.
»» gel »» creme-gel »» creme-gel
(lipídica) hidroalcoólico)
»» loção de limpeza oil-free »» séruns »» séruns
»» creme »» loção tônica para pele »» creme hidratante oclusivo »» creme nutritivo
Pele seca
seca (sistema aquoso) (emulsão A/O) oclusivo (emulsão
»» leite de limpeza (boa
(alipídica) A/O)
oleosidade)
Pele »» sabonete líquido »» loção tônica antisséptica »» gel hidratante oil-free »» gel nutritivo oil-free
/ adstringente (sist.
acneica »» loção de limpeza oil-free
hidroalcoólico)
Pele Segue tratamento intensivo semelhante ao de pele seca, com atenção especial para intensa proteção solar diurna
(FPS-30) e nutrição noturna.
envelhecida
Fonte: MENEGAT, 2015.

82
CAPÍTULO 6
Cosmetologia na HLDG

Introdução
A etimologia nos ajuda a compreender o significado do termo hidrolipodistrofia ginoide:
hidro, relativo à água; lipo, relativo à gordura; distrofia, desordem nas trocas metabólicas
do tecido; ginoide, respectivamente, mulher e forma. Assim, a hidrolipodistrofia
ginóide (HLDG) refere-se a alterações no panículo adiposo subcutâneo, determinante
do formato corporal da mulher, com perda do equilíbrio histofisiológico e hídrico local.
(GUIRRO; GUIRRO, 2006)

Várias outras expressões são utilizadas para definir o conjunto de alterações que
ocorrem na derme e na tela subcutânea: lipodistrofia ginoide, fibroedema ginoide ou
paniculopatia fibroesclerótica. O termo “celulite” tem gerado grande controvérsia desde
seu emprego inicial em 1928, porque o sufixo “ite” significa inflamação, a qual não
está presente nas alterações observadas nessa patologia. Embora inadequado, o termo
continua amplamente difundido entre leigos e mídia. (GUIRRO; GUIRRO, 2006)

Segundo dados do SINASTEP de 2014, entidade do setor de higiene pessoal, perfumaria


e cosméticos, a preocupação com o tratamento de patologias corporais como o FEG
angustia aproximadamente 41% das mulheres das principais capitais do País. No
mesmo ritmo segue as exigências do Ministério da Saúde que regulamenta o setor. Para
um produto ser rotulado como anticelulítico ele deve ter comprovação de eficácia e
de que algum dos sintomas relacionados com a patologia terá melhora com o uso da
fórmula. Por esse motivo alguns produtos recebem o rótulo de coadjuvantes, auxiliares
ou mesmo preventivos.

Mecanismos pelos quais um produto cosmético pode diminuir ou prevenir a HLDG


(TERRA-SOUZA et al., 2009):

»» Diminuição da formação de triglicerídeos (lipogênese).

»» Aumento da lipólise.

»» Inibição da fosfodiestearase.

»» Bloqueador dos receptores a.

»» Estimulação dos receptores b.


83
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» Bloqueador dos receptores neuropeptídios Y.

»» Restabelecimento da microcirculação local.

»» Diminuição do edema.

As formulações desses cosméticos devem conter ativos para realizar três tarefas básicas:
a lipólise, o ativador da microcirculação sanguínea e a reestruturação dos tecidos.

1. Na lipólise, os ativos estimulam enzimas a reduzir a reserva de


triglicerídeos. Nessa nova categoria de ativos estão a cafeína e a teofilina
– extraídas do café, chá, guaraná, cacau e mate.

2. Ativador da microcirculação sanguínea, os ativos facilitam a reabsorção


dos líquidos intersticiais e eliminam as toxinas. Incluem os extratos
vegetais de castanha-da-índia, ginkgo biloba e hera, que atuam
diretamente sobre os vasos, facilitando o retorno venoso; além disso, são
antiedematosos.

3. Na reestruturação, os ativos induzem à reorganização do tecido conjuntivo


por meio da regeneração celular do tecido danificado. Os ativos
indicados são: silanois (compostos de hidrogênio e silício) in vitro,
capazes de diminuir a taxa de degradação de fibras elásticas e colágenas
da derme, e o extrato de centelha asiática, formado quimicamente por
asiaticosídeo (40%), ácido madecássico (30%) e ácido asiático (30%),
derivados triterpênicos que estimulam a síntese de colágeno e outras
proteínas de sustentação da pele. A centelha asiática também estimula a
microcirculação. (TERRA-SOUZA et al., 2009)

Ativos para HLDG

Metilxantinas
Pertencem a esse grupo a cafeína, teofilina e aminofilina. Possuem efeito lipolítico,
atuando como inibidores da fosfodiesterase e estimulação dos receptores B
adrenérgicos que induzem a hidrólise dos triglicerídeos. Em formulações cosméticas
são muito utilizados os derivados como cafeilisane e theophysilane. O teor de cafeína
nas formulações, segundo a ANVISA, deve ser 8%. Para as demais xantinas, deve ser
4%. A teofilina apresenta permeação inferior à cafeína, baixa solubilidade e efeitos
secundários marcantes, sendo aconselhável utilizar o derivado, teophylisane, que é
hidrossolúvel e mais tolerável. (KRUPEK; COSTA, 2012)

84
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Bases xantânicas: cafeína; cacau; chá-mate;


guaraná

Inibição da fosfodiesterase; efeito lipolítico (KRUPEK; COSTA, 2012).

COENZIMA A e L-carnitina

São utilizadas associadas a outros ativos. O Coaxel é um ativo que contém na sua
composição cafeína, e carnitina que aumentam o catabolismo dos lipídeos.

ADIPOL®

Complexo de extratos vegetais e animais, normalmente associado ao celulinol e


nicotinato de metila. Concentração de uso: 4-6%.

AMARASHAPE®

Mistura lipossomada contendo laranja amarga, cafeína, lecitina, álcool e água. Indutor
da lipólise, de uso exclusivamente tópico. A sinefrina possui afinidade pelos recpetores
adrenérgicos dos adipócitos e é capaz de estimular a quebra da gordura intercelular;
ela inibe a ação da fosfodiesterase, aumentando a concentração de AMPc intracelular,
o que estimula a atividade da enzima lípase e resulta na quebra de triglicérides.
É capaz de estimular diretamente a lipólise, proporcionada pela sinefrina, (substância
natural semelhante à adrenalina, que possui afinidade pelos receptores adrenérgicos
dos adipócitos e é capaz de estimular a quebra de gordura intracelular). É capaz de
estimular indiretamente a lipólise proporcionada pela cafeína – a cafeína é um inibidor
da fosfodiesterase, uma das enzimas responsáveis pela via negativa do metabolismo
lipídico. O uso tópico da cafeína inibe a ação da fosfodiesterase aumentando a
concentração de AMPc intracelular, o que estimula a atividade da enzima lipase e
resulta na quebra de triglicérides. Concentração: 1,0-3,0%.

ARGISIL C®

Ativo que age por comunicação celular que desencadeia a lipólise. Atua por meio da
solicitação do aumento da produção de óxido nítrico (NO) mensageiro endócrino que
ativa a lipólise, induzindo assim a resposta lipolítica. Outra ação importante do ativo
é a inibição da fibrose tecidual. A fibrose se dá por meio da glicação que induz a uma
alteração irreversível das proteínas “cross-linking”. A consequência do cross-linking
do colágeno da pele pode desencadear uma retração na superfície da pele, que será
representada visualmente pelas ondulações superficiais. Concentração usual: 5%.

85
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

ASIATICOSIDE® - CENTELLA ASIÁTICA

Melhora a circulação venosa, reorganiza o tecido conjuntivo. Aumenta a elasticidade


das paredes venosas, melhorando o retorno venoso, eliminando edemas e hematomas,
combatendo processos degenerativos do tecido conjuntivo venoso e perturbações
funcionais nos membros inferiores, como pernas doloridas e pesadas, formigamento e
câimbras. Insolúvel em água e pouco insolúvel em etanol. Utilizada nas concentrações
de 0,1% a 0,5% em cremes, loções e géis e de até 20 a 60 mg por via oral. (MACEDO
et al., 2013; KRUPEK et al., 2012)

BIOCELUCOMPLEX®

Composição: lactobacillus, teobroma cacau. Os fitoestrógenos desse ativo possuem


afinidade pelos receptores estrogênicos, reduzindo parcialmente a formação do FEG.
Rico em alcaloides xantínicos que possuem poder modulatório para a ação do estrógeno.
Melhoram a microcirculação devido a um leve efeito vasodilatador e inibem a enzima
fosfodiesterase; estimulam também os receptores beta-adrenérgicos responsáveis pelo
aumento da lipólise concentração usual: 5 a 10%. (MACEDO et al., 2013; KRUPEK
et al., 2012)

CHEMEXTRACT CAFÉ VERDE®

Extrato de café verde, aquoso rico em cafeína, ativador da circulação. Usado em produtos
que promovem melhora no FEG. Concentração de uso: 1-10%.

COFFEE Oil®

Ativo que contem óleo de café incolor e inodoro, inibe ação de fosfodiestearase, enzimas
responsáveis pela quebra de AMP cíclico envolvido no acúmulo de gordura nos tecidos.
Usado em cremes e loções, com finalidade de remodelamento corporal ou nos cuidados
com o FEG. Concentração usual: 2 a 6%.

EXTRATO GLICÓLICO DE GINKGO BILOBA®

Estimula circulação e aumenta resistência de vasos. Seus extratos glicólicos contem


flavonoides e óleos essenciais e têm ação antirradicais livres, anti-inflamatória,
estimulante da microcirculação, e vasoprotetor. Utilizado nas concentrações de 3 a 6%.

GLYCOSAN CAFEÍNA®

É um ativo encapsulado molecular de cafeína, composto de cafeína e cyclodextrinas.


Maior biodisponibilidade para o efeito lipolítico e vasodilatador, inerentes a cafeína.
Usado nas concentrações de 2 a 10%.

86
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

NICOTINATO DE METILA

Agente hiperêmico para aplicação tópica. Rubefaciente, revulsivo, vasodilatador,


aumenta a atividade trofovascular, anti-inflamatório. É usado concomitantemente com
outros ativos. Concentrações ideais: 0,5 -1%.

SLIMBUSTER H®

Melhora o fluxo sanguíneo com redução da retenção de líquido. Simultaneamente,


produz hidrólise da gordura armazenada nos adipócitos. Ideal para estágios congestivos.
Uso nas concentrações: 5%.

XANTAGOSIL C®

É um silabou (silício biologicamente ativo). Os silanois possuem atividades biológicas


particulares. Seus principais radicais são acefilina, uma xantina conhecida por sua ação
inibitória sobre a fosfodiesterase e o aumento de AMPc cíclico nas células. É indicado
no tratamento e na prevenção do FEG e também da lipodistrofia localizada. Usado nas
concentrações: 3-6%.

87
CAPÍTULO 7
Ativos para controle pigmentar

A alteração do sistema pigmentar pode estar relacionada ou não com o envelhecimento,


ou alguma perturbação do melanócito. Alguns ativos obtidos sinteticamente, por
biotecnologia ou pelos extratos de planta são capazes de diminuir a pigmentação por
diversos mecanismos, sendo o principal a inibição da tirosinase. (SOUZA, 2005)

Segundo dados da literatura, mais de 90% das pessoas com mais de 50 anos de idade
podem apresentar a pele da face, mãos e colo hiperpigmentadas, possibilitando, com
isso, afetar sua autoestima e também sua qualidade de vida.

A melanina é formada a partir de uma reação bioquímica que envolve o aminoácido


tirosina e a enzima tirosinase. Trata-se de uma reação de melanogênese, que ocorre
dentro dos melanossomas, que por sua vez são formados dentro dos complexos de
Golgi.

A melhora da hiperpigmentação dependerá do seu tipo e sua intensidade. Os cuidados


cosméticos, quando possíveis, consistem em usar protetor solar, clareadores e
procedimentos cosmiátricos como laser e peelings. (SOUZA, 2005)

Os ativos despigmentantes utilizados podem agir da seguinte forma:

»» Por inibição da tirosinase, enzima-chave na síntese de melanina.

»» Diminuição dos melanócitos funcionais.

»» Supressão das reações inflamatórias, tais como precursores da melanina


na reação da melanogênese.

»» Uso de antioxidantes de precursores da melanina na reação da


melanogênese.

»» Esfoliação dos queratinócitos carregados de melanina.

Denominações das disfunções pigmentares mais


usuais

Sardas

Pequenas manchas normalmente com diâmetro inferior a 0,5 cm, cor acastanhada,
podem aparecer a partir dos três anos de idade em áreas expostas ao sol. Ocorrem

88
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

especialmente em indivíduos de pele e olhos claros. Nas sardas o número de melanócitos


não aumenta, o que ocorre é um aumento da produção de melanina e dos melanossomas
(GUIRRO e GUIRRO, 2006).

Cloasma e melasma

Caracteriza-se por manchas acastanhadas de limites imprecisos que ocorrem na face e


raramente nos braços e no colo.

Apresentam características simétricas, sendo mais comum na região centro facial, malar,
fronte, queixo e lábios superiores. Pode exarcebar pela exposição solar, gravidez, certas
drogas antiepilépticas e contraceptivos orais, apesar do estrógeno não ser considerado
isoladamente agente causador, somente quando associado ao progestógeno.

Cerca de 70% dos casos de melasma e cloasmas são considerados epidérmicos, 10%
dérmicos e 20% mistos. (GUIRRO; GUIRRO, 2006)

Hiperpigmentação pós-inflamatória

Ocorre predominantemente em fototipos mais altos na consequência de um


processo de restabelecimento de uma inflamação como a acne, dermatite de contato,
dermatite atópica e outros traumas e podem persistir por meses. As causas dessas
hiperpigmentações são as citoquinas liberadas no processo inflamatório que estimulam
a melanogenes. (GUIRRO; GUIRRO, 2006)

Hiperpigmentacões por reacões fototóxicas e


fitodermatoses

Essa reação é causada pelo contato com substâncias fotossensibilizantes e subsequente


exposição ao sol. No início, o local fica apenas vermelho, logo mais evolui para uma
resposta inflamatória, que pode mesmo resultar numa ferida bolhosa na área exposta
ao sol. Posteriormente, desenvolve-se no local uma hiperqueratose e hiperplasia
melanocítica, causando a hiperpigmentação. A mesma reação pode ser ocasionada pelo
uso de medicamentos sistêmicos ou tópicos associados ao sol, ou de certas plantas e
alimentos em conjunto com o sol. (GUIRRO; GUIRRO, 2006)

Lentigos

São manchas pequenas e circunscritas com um ou mais milímetros de diâmetro.


Coloração acastanhada, encontrada em áreas expostas ao sol. Também conhecidas
como manchas senis. Resultam do acúmulo de exposição solar durante toda a vida.

89
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Geralmente aparecem após os 50 anos de vida. No lentigo a hiperpigmentação basal


é maior e mais intensa que no melasma, e pode vir acompanhada de hiperqueratose
localizada, o que dificulta sua remoção. (GUIRRO; GUIRRO, 2006)

Hiperpigmentaçao periorbital

É uma hiperpigmentação localizada na região periocular devido ao aumento da


melanina na epiderme. Tem origem genética sem possibilidade de reversão. A melhora
da hiperpigmentação dependerá do tipo e da intensidade, bem como da causa. Os
cuidados consistem no uso do FPS, clareadores, despigmentantes, e, acima de tudo,
persistência. (GUIRRO; GUIRRO, 2006).

Medicamentos que podem causar hiperpigmentação por reação fototóxica:

»» fluoroquinolonas, griselfulvina, cetoconazol, sulforamidas, tetraciclinas


trimetropim, methotrexato, vinblastina, fluorouracil, coal tar, furosimida,
hidroclorotiazida, benfluorotiazida, diltiazem, imipramina, fenotiazinas,
quinidina, ibuprofeno, cetoprofeno, naproxeno, psoralenos, fenilbutasona
etretinato, isotretinoina, ácido acetilsalicílico e outros. (CRIADO, 2010)

Medicamentos que podem causar hiperpigmentação sem exposição ao sol:

»» amiodarona, amitriptilina, ciclofosfamida, minociclina, fenotiazina,


zidovudina e outros.

Plantas que podem causar fitodermatoses e fitodermatites:

»» limão, angélica, folha de figo, aipo, cenoura, bergamota, anis, balsamo do


peru, alecrim e outros. (CRIADO, 2010)

Ativos despigmentantes

Hidroquinona

Um dos ativos mais utilizados, e usados como despigmentante desde 1961. Seu efeito
despigmentante é devido à inibição da tirosinase. Concentração de uso Brasil: 2-10%.
(FRASSON; CANSSI, 2008)

É um despigmentante de ação imediata, tem boa penetração na pele e é indicado no


tratamento de sardas, lentigo senil e hiperpigmentação pós-inflamatória. (FRASSON;
CANSSI, 2008)

90
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Os mecanismos de ação estão relacionados com:

»» Inibição competitiva da atividade da tirosinase, impedindo a


transformação da tirosina em DOPA.

»» Inibição da síntese de DNA e RNA pelo melanócito.

»» Decomposição de parte da melanina formada.

»» De forma mais lenta, podem degradar os melanossomas e destruir os


melanócitos (efeito citotóxico). (FRASSON; CANSSI, 2008)

Como principal efeito adverso tem-se: irritação da pele, eritema (ocasionalmente),


hipopigmentação e despigmentação reversível. Na área farmacêutica, a hidroquinona é
comumente associada ao ácido retinoico, ácido salicílico, corticoides e alfa hidroxiácidos.
Os veículos hidroalcóolicos são os mais indicados. Entretanto, em concentrações acima
de 3%, deve-se dar preferência às emulsões. (FRASSON; CANSSI, 2008)

Mequinol® (Metoxifenol, monometil éter de hidroquinona)

É análogo químico da hidroquinona, com menor incidência de efeitos indesejáveis.


Concentração de uso: 2-4% (AZULAY-ABULAFIA, 2003).

Arbutin

Heterosídeo (hidroquinona-D-glucopiranosídeo) cuja parte não glicídica é a


hidroquinona, reduz a atividade da tirosinase, impedindo a produção de melanina. Pode
ser encontrado na uva ursi (uva ursina) ou obtido por síntese química. Concentração
usual de 1 a 3%. (AZULAY-ABULAFIA, 2003)

Ácido Kójico®

Obtido pela fermentação do arroz. O mecanismo de ação se dá por inibição não


competitiva da tirosinase por meio da quelação de íons cobre. Concentração usual: 10%.
A associação do ácido kójico com o ácido glicólico potencializa o efeito despigmentante.
O ácido kójico oxida em altas temperaturas e na presença de luz. Não deve ser associado
a outros despigmentantes do tipo VC-PMG. (ROCA, 2006)

Vitamina C e derivados

O ácido ascórbico (vitamina C) deve ser utilizado na forma levógira, não ionizada
para ser permeada. Em pH 3,5 encontra-se na forma não ionizada. A concentração de

91
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

uso deve ser entre 10-20%. Sua associação a esfoliantes químicos intensifica sua ação
despigmentante. Apesar de ser hidrofílico, permeia muito bem na pele após a aplicação.
(ROCA, 2006)

Derivados da vitamina C

»» Fosfato de ascorbil magnésio (VCPMG). Capaz de liberar L-ácido


ascórbico livre nas camadas mais profundas da epiderme, controla a
melanogênese, previne o envelhecimento e promove o clareamento
de manchas superficiais. Incompatível com hidroquinona, melfade,
carbopol, AHAs, retionoico, azelaico, kójico, fítico. Porém compatível
com: adenin, iris-iso, structurine, antipollon, D-Pantenol. Concentração
usual: 1 a 3, %, pH: 7 a 7. (ROCA, 2006)

»» Ácido ascórbico 2 – glucosado (AA2G). Vitamina C estabilizada


com glicose. Atua sobre os radicais livres, aumenta a síntese de colágeno,
atua também com despigmentante leve para manchas senis e fotodano
solar. Concentração usual: 2% pH: 5 a 7. (SOLER, 2004)

»» Palmitato de ascorbila. São estáveis em pH neutro ou alcalino.


Permeiam a pele, são hidrolisados por fosfatases, liberando o ácido
ascórbico reduzido. O ácido ascórbico e derivado atuam como
despigmentantes por um mecanismo redutor. Revertem as reações de
oxidação que convertem a dopa em melanina. (SOLER, 2004)

Incompatível com óleo, luz visível e ultravioleta, metais pesados, oxigênio


e temperaturas altas. Recomenda-se usar embalagem opaca para proteger
a formulação. Concentração usual: 3 a 4% pH: 4 a 7. (SOLER, 2004)

»» Éster de vitamina C. Ascorbato mineral. Forma não ácida da vitamina


C dissolvida em meio neutro que retém 90% de ácido ascórbico ativo.
Compatível com os extratos glicólicos de ginkgo biloba, ginseng, green
tea, aloe vera, óleos de borragem e girassol. Concentração usual: 1 a 2%
cremes faciais clareadores. (SOLER, 2004)

»» Activesphere C. É o VC-PMG englobado em microesferas de colágeno


marinho, recoberto pro glicosaminoglicanas, possui ação prolongada,
aproximadamente 12 horas. Incrementa a retenção de água e aumenta a
elasticidade da pele. Concentração usual: 1 a 10% pH: 7. (SOLER, 2004)

92
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

»» Nanosferas de vitamina C. Ácido ascórbico nanosferizados ou


biovetorizado. Concentração usual: 0,5 a 2% pH: 7. (SOLER, 2004)

»» Thalasferas de vitamina C. É a vitamina C-PMG microencapsulada


e revestida por colágeno marinho, sulfato de condroitina marinho, em
concentração de 20% (uso consultório). Concentração usual: 5% uso
residencial. (SOLER, 2004)

Ácido fítico®

Está presente em cereais integrais. É um quelante com alta capacidade de quelar


cátions polivalentes, entre eles o cobre e o ferro. Concentração de uso: 0,5-2% para uso
residencial. Para uso em consultório 4%. (YOKOMIZO et al., 2013)

Ácido azelaico

Ácido 1,7-dicarboxílico de cadeia linear saturada, normalmente utilizado nos


tratamentos de acne. É um inibidor competitivo das enzimas de oxirredução, portanto
pode ser empregado nos casos de melasma e hiperpigmentação pós-inflamatória.
Concentração: 15-20%. De acordo com a CATEC, Parecer número 1, de junho de 2005,
essa substancia está proibida em formulações cosméticas independentemente da
concentração. (YOKOMIZO et al., 2013)

Ácido glicirrízico

Coadjuvante do tratamento de despigmentação. É um derivado do alcaçuz. Apresenta


propriedades anti-inflamatórias e antialergênicas. Pode ser usado em produções
para dermatites, antivermelhidões e antialergênicas. Incompatível com carbopol.
Concentrações usuais: 0,1 a 0, 3% pH: 3; para se atingir pH neutro deve-se associar a
glicirrizinato dipotássico. (YOKOMIZO, et al., 2013)

Antipollon HT® (silicato de alumínio)

Obtido por meio do extrato da raiz de Glycerrhiza inflata. Absorve a melanina depositada
na pele (codespigmentante). Concentração de uso: 1-4%. (YOKOMIZO et al., 2013)

Nano White®

Lipossomas que veiculam o arbutin (substituto da hidroquinona). Esse despigmentante


atua por meio de dois mecanismos: inibição da tirosinase e pela ação antioxidante.

93
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Muito utilizado para o tratamento de manchas e sardas. Concentração de uso: 2-5%.


(YOKOMIZO et al., 2013)

Clariskin®

Extrato de gérmen de trigo. Inibe a ação da tirosinase. Inibe também a síntese da


eumelanina (pigmento de cor escura). Concentração usual: 5-8%. (YOKOMIZO, et al.,
2013).

Ácido Retinoico

Auxilia na despigmentação pelo processo de esfoliação. Aumenta a síntese de colágeno.


Suas formulações oxidam facilmente. Proibido seu uso em formulações cosméticas
industriais. Não usar em lactentes e gestantes. Concentrações usuais: 0,01 a 0,05% ou
1 a 5% pH: 4,5 a 6,5. (YOKOMIZO et al., 2013)

Alfa-hidroxiácidos

Atuam como esfoliantes por processos químicos, aumentando a renovação da epiderme


e uniformizando a pigmentação da pele. (YOKOMIZO et al., 2013)

Dermawhite®

É uma mistura de ácido ferúlico (inibidor da tirosinase), ácido glucônico, ácido cítrico
e extrato das folhas de Walteria Indica, rica em flavonóides e ácido fenólico. Reduz
a pigmentação pela inibição das enzimas específicas do metabolismo da melanina,
quelante dos íons cobre, e leve esfoliação pelo ácido cítrico. (YOKOMIZO et al., 2013)

Concentração de uso: 2-5%

Comparado à hidroquinona ele apresenta menor eficiência, porém com a vantagem de


apresentar boa tolerância cutânea mesmo em usos prolongados.

Vegewhite

Ativo natural que consiste em uma associação sinérgica de uva ursi, mendronheiro,
alcaçuz e ácido kójico (YOKOMIZO et al., 2013).

Melaslow

É o extrato de tangerina japonesa padronizado com 0,3% de tiramina, um inibidor da


melanogênese. (YOKOMIZO et al., 2013).
94
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Melawhite®

Inibidor da tirosinase minimiza a formação de melanina, sardas e manchas senis. Pode


ser usado na gestação. (YOKOMIZO et al., 2013)

Concentração: 2-5%.

Laktokine fluid®

Citoquinas do leite. Tem ação revitalizante, minimiza o estresse celular. Atua na


regulação das vias melanocitárias por meio do estímulo negativo na produção da
melanina. Também tem ação anti-inflamatória. (YOKOMIZO et al., 2013)

Concentração de uso: 2-5 %

Abaixo segue tabela de resumo dos ativos despigmentantes e suas concentrações.

Tabela 11. Resumo dos ativos despigmentantes, suas concentrações de uso e pH

recomendados.

ATIVO CONCENTRAÇÃO
DESCRIÇÃO pH MECANISMO DE AÇÃO
COSMÉTICO DE USO
Ácido ascórbico 2-
AA2G® 1-2% 5-7 Redutor
glucosídeo
Ácido ascórbico Ácido ascórbico 1-15% 3- 3,5 Redutor
Ácido azelaíco Ácido azelaico 15-20% <4 Inibidor da tirosinase

Inibidor não competitivo da


Ácido fítico Ácido fitíco 2-5%
tirosinase

Ácido kójico Inibição não competitiva da


Ácido kójico 1-5% 3-5
tirosinase e redutor

Ácido salicílico Ácido salicílico Max. 2% 3-3,5 Esfoliante


Ácido glicólico,
Alfa-hidroxiácidos láctico, cítrico, Max. 10% 3,5 a 4 Esfoliante
mandélico, málico
Inibe a atividade da tirosinase
Extrato aquoso
e da proliferação dos
Algowhite® de Ascophyllum 1-10% 2-9
melanócitos, apresenta ação
nodosum
antioxidante.
Silicato sintético de
Antipollon HT® 1-5% 4-8 Absorção da melanina
alumínio
Hidroquinona-D- Inibição competitiva da
Arbutin 1-3% 5-8
glucopiranosídeo tirosinase
Extrato de férula
Asafoetida extract 2% 3,5- 5,5 Inibidor da tirosinase
assafoetida
Pectinato de ascorbil
Ascorbosilane® 3-4% 4-6,5 Redutor
metilsilanol

95
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

ATIVO CONCENTRAÇÃO
DESCRIÇÃO pH MECANISMO DE AÇÃO
COSMÉTICO DE USO
Extrato de saxisfraga
sarmentosa, vitis
vinifera, morus Inibidor da tirosinase e
Biowhite® 1-4% 5-6
bombycis root, esfoliante
scutellaria baicalensis
root
Ácido ferúlico, ácido
glucônico, ácido
Dermawhite NF cítrico, e extrato de Inibidor da tirosinase e
0,5 -2% 5,5-5,5
LS9410® Waltheria (rico em esfoliante
flavonoides, taninos
e ácido fenólico)
Extrato de Extrato de raiz de Inibidor da tirosinase, anti-
0,5 – 2% 5,0-5,5
licorice® Glycyrrhiza inflamatório e antioxidante
Inibição competitiva da
Hidroquinona Hidroquinona 1-10% <5,5
tirosinase
Diacetil boldina
Estabilização da tirosinase em
Lumiskin® (DAB) em 4% 6
sua forma inativa
triglicérides
Fonte: MENEGAT, 2015.

96
CAPÍTULO 8
Cosméticos para acne

Relembrando o que é acne


Acne é uma inflamação do folículo pilosssebácio. Atualmente, o desenvolvimento e
a comercialização de produtos para essa patologia recebem o título de coadjuvantes,
auxiliares, ou mesmo preventivos.

Fisiopatologia:

»» Hiperplasia da glândula sebácea por fatores hormonais.

»» Hiperqueratinização do folículo pilossebáceo.

»» Proliferação do propionibacterium acnes.

»» Respostas imunes.

Fatores exógenos e endógenos que podem agravar a acne

»» Obstrução mecânica.

»» Exposição ocupacional.

»» Medicamentos

»» Cosméticos comedogênicos e emolientes oclusivos.

»» Estresse.

»» Causas endócrinas.

»» Alimentação.

»» Menstruação.

Estratégias para o tratamento

»» Oleosidade excessiva: uso de substâncias normalizadoras da secreção


sebácea – adstringentes. Não basta remover o excesso de sebo da pele
com desengordurantes. É preciso diminuir essa secreção. Isso não deve

97
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

ser realizado com agentes agressivos, o que poderá contribuir para uma
intensificação do processo inflamatório da pele e hipersecreção sebácea
rebote. O emprego dessa estratégia, além de tratar a principal causa da
acne, contribui para redução gradativa do tamanho dos poros. Nessa
categoria entram os ativos que bloqueiam a ação da enzima 5-alfa-
redutase. (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 1999)

»» Hiperqueratose folicular: uso de substâncias esfoliantes que


favorecem uma uniformidade da capa córnea, desobstruindo os folículos
obstruídos. O emprego de ácidos lipossolúveis confere afinidade com
pele oleosa e principalmente pelo folículo obstruído. Como exemplo,
podemos relembrar a ação dos retinoides e beta-hidroxiacidos. O uso de
esfoliantes físicos também é indicado com cautela. Em ambos os casos a
formulação deve ser suave a fim de controlar o processo inflamatório e,
assim, diminuir a incidência de acne rebote. (HERNANDEZ; MERCIER-
FRESNEL, 1999)

»» Crescimento de P. acnes e S. epidermis: a higiene com produtos


específicos contribui para retardar o crescimento dessas bactérias.
Os tônicos mais simples compostos por ácidos suaves podem contribuir
grandemente para o controle do crescimento dessas bactérias. Somente
a redução do pH sobre a pele cria meio inóspito para proliferação
bacteriana. Nessa categoria são indicados ácidos orgânicos suaves,
que também poderão auxiliar na redução da hiperqueratose, e ativos
naturais que funcionem como antibióticos. (HERNANDEZ; MERCIER-
FRESNEL, 1999)

»» Processo inflamatório: o uso dessas substâncias anti-iflamatórias do


tipo corticoide-free, além de diminuir o eritema e a dor do paciente, pode
diminuir a oleosidade excessiva da pele. (HERNANDEZ; MERCIER-
FRESNEL, 1999)

Ativos para tratamento da acne

Acnebiol®

Composto de ácido salicílico, acetilmetionato de zinco, salicilato de dimetilsilanodiol,


extrato de aloe vera, extrato de lúpulo, extrato de pepino, extrato de limão, elastina,
colágeno hidrolisado.

98
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Simultaneamente, normaliza a oleosidade excessiva, inibe o processo inflamatório e


controla a hiperqueratinização da pele oleosa.

Concentração usual: 4 – 8%.

Anti-oil spheres®

Microesferas de sílica de alta capacidade de absorção de óleo, aproximadamente três


vezes o seu peso. São responsáveis pela textura acetinada das formulações e melhora do
deslizamento do produto sobre a pele, diminuindo a sensação de pegajosidade.

Concentrações usuais: 1 – 2%.

pH: 5 a 7%.

Azeloglicina®

Derivado do ácido azelaico; a associação com o aminoácido glicina diminuiu a


alergenicidade e também potencializou as propriedades antiacnes desse ativo.

Confere ação despigmentante, normalizadora da secreção sebácea, esfoliante,


antibacteriana e anti-inflamatória.

Concentração usual: 3 – 10%.

pH de estabilidade: 5 a 11, portanto não é aconselhado seu envolvimento com os AHAs


e com o Kójico.

Betapur®

Ativo capaz de estimular a produção de peptídeos antibacterianos naturalmente


secretados na pele. É conhecido como defensinas, sendo que a principal é a β-defensina.
Sua estimulação é baseada na estimulação microbiana.

Concentração usual: 1 – 2%.

pH: predominantemente neutro.

Cutipure®

Inibidor da enzima 5-lipoxigenase, o que confere uma ação sebonormalizadora, também


possui efeito anti-inflamatório e antimicrobiano.

Em estudos realizados com o uso de Cutipure após uma semana:


99
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» reduziram 17,5% os comedões;

»» 24% as pústulas.

Concentrações de uso: 3 – 5%.

pH: 4,5 a 6,5.

Epicutin TT®

Ciclodextrinas de óleo de melaleuca. Ativo praticamente inodoro, antimicrobiano,


anti-inflamatório e absorvedor da oleosidade da pele. Após a liberação do óleo de
melaleuca, as ciclodextrinas ficam livres para encapsular outras moléculas hidrofóbicas
em seu interior, sendo capazes de reduzir a quantidade de sebo da pele.

Concentrações usuais: 5 – 10%.

pH: 4,5 a 5,5.

Glycosan salicílico®

Encapsulado molecular de ácido salicílico. Proporciona liberação progressiva e maior


biodisponibilidade para o efeito queratolítico e antiacnes inerentes ao ácido salicílico,
minimizando o potencial sensibilizante sobre a pele.

Concentrações usuais: 1 – 5%.

pH: 5,5.

Zincidone®

Pidolato de zinco. Apresenta atividade antisseborreica, reduzindo a excreção das


glândulas sebáceas, devido à inibição de 5-alfa-redutase, enzima que catalisa as
transformações dos esteroides. Tem efeito bactericida, bacteriostático e fungicida.

Concentrações usuais: 1 a 10%.

pH: 5,5.

Ativos antienvelhecimentos

O envelhecimento cutâneo pode ser intrínseco ou cronológico, e intrínseco ou


fotoenvelhecimento.

100
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

O envelhecimento intrínseco ocorre lentamente e nas áreas protegidas do sol. As rugas


são mais profundas.

O fotoenvelhecimento sobrepõe o envelhecimento intrínseco, as alterações são


perceptíveis nas áreas expostas ao sol (face, pescoço). Mais de 85% das rugas são
devidas à exposição ao sol. Com o envelhecimento cutâneo, ocorre diminuição dos
queratinócitos, afinamento da pele e os lipídios intercelulares, como ceramidas e ácidos
graxos, têm seus níveis reduzidos. O número de melanócitos diminui. Entretanto, nas
áreas expostas, eles se tornam mais ativos.

Na derme ocorre a diminuição dos fibroblastos. Também se verifica a diminuição da


glucosamina, ácido hialurônico. O colágeno se torna menos solúvel e compacto.
A microcirculação também é afetada, as paredes dos vasos se tornam menos resistentes.
(KOROLKOVAS; FRANCA, 2004)

101
CAPÍTULO 9
Cosméticos no tratamento anti-aging e
estrias

Fatores que interferem no processo de


envelhecimento
»» Radiação UV.

»» Temperatura: tanto o calor excessivo quanto o frio, aceleram o processo


de envelhecimento da pele, porém de maneiras diferentes. Altas
temperaturas desnaturam as proteínas e o DNA celular, enquanto que as
baixas temperaturas dificultam a circulação, induzem ao ressecamento e
à descamação da pele.

»» Radicais livres e espécies reativas de oxigênio: com o avanço da idade


ocorre uma maior produção de radicais livres e há também uma
diminuição da capacidade antioxidante natural do organismo.

»» Tabaco e poluição: ao produzirem radicais livres, aceleram o processo


de envelhecimento. O cigarro é visto como indutor da elastose cutânea, e
diminui a circulação arterial periférica.

»» Perda rápida e drástica de peso corporal: as reduções das células adiposas


de forma acelerada e drástica ocasionam a ptose das estruturas da pele,
favorecendo seu aspecto debilitado e flácido.

»» Patologias: presenças de enfermidades podem refletir na intensidade e


velocidade do processo de envelhecimento.

»» Comportamento e hábitos de vida: influência de forma direta o processo.

»» Carga hormonal – estrogênio: o envelhecimento decorre também do


declínio hormonal. Esteticamente observa-se uma pele mais seca,
redução da barreira córnea, diminuição do colágeno, formação de rugas
e ptose da pele.

»» Cor da pele: mais altos oferecem maior proteção contra a radiação solar,
por isso apresentam menor efeito de fotoenvelhecimento. (GUIRRO;
GUIRRO, 2006)

102
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Ativos com ação sobre a musculatura superficial

Argireline®

Hexapeptídeo que atenua a contração muscular pela diminuição de neurotransmissores.


Composto por aminoácidos como o ácido glutâmico, metionina e arginina.

Concentração usual: 3-10%.

Myoxinol®

Extrato hidrolisado de Hiscus esculetos. Bloqueia os canais de cálcio pré-sináptico,


impedindo a liberação de acetilcolina.

Concentração usual: 0,5-2%.

DMAE (Dimetilaminoetanol)

Precursor da acetilcolina. Utilizado topicamente, possui ação tensora e aumento da


firmeza da pele. Sua finalidade é colinérgica. É também um potente estabilizador
antioxidante de membranas.

Concentração usual: 3-15%.

Liftiline®

Combinação de proteínas do trigo de alto peso molecular que proporciona efeito tensor.

Concentração usual: 3-5%.

Pentacare®

Proteína hidrolisada do glúten de trigo. Formação de filme tensor que estica e suaviza
a pele.

Concentração usual: 2 a 5%.

pH: 7.

Raffermine®

Frações especiais de soja. Promove produção de fibras do colágeno. Estimula a contração


da elastase, estimula a retração dos fibroblastos. Portanto é um excelente firmador
dérmico. (REBELLO, 2007)

Concentração usual: 2- 5%

103
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Ativos multifuncionais

Coenzima Q10

Conhecida como Ubiquinona, é uma substância lipofílica encontrada em altos níveis na


epiderme. Sua principal função é servir como antioxidante, reduzindo os radicais livres.

Ácido Alfa Lipoico

É um potente antioxidante capaz de penetrar na pele. Elimina espécies reativas de


oxigênio, interage com outros antioxidantes como a VIT. C, VIT. E e glutadiona. Repara
danos oxidativos causados pelos raios ultravioletas, evita produção de citoquinas
(substâncias pós-inflamatórias) que danificam as células. Porém pode causar dermatite
de contato e irritação na pele sensível.

Concentração usual: 1 a 5%.

pH: 4 a 6.

Linha frulix

Extratos de frutas: abacaxi, amora, banana, cacau, cupuaçu, framboesa, mamão, manga,
melão, morango, pitanga, maracujá, acerola, uva.

Em geral esses ativos têm função adstringentes, hidratantes, revitalizantes,


antioxidantes.

Extrato de caviar

Produzido a partir do caviar de beluga. Possui aminoácidos, e é rico em proteínas e sais


minerais, bem como ácidos graxos.

Apresenta propriedades emolientes, revitalizantes. Deve ser usado em peles secas e


danificadas, reconstituindo assim o manto hidrolipídico.

Concentração usual: em cremes: 1 a 4%; em loções: 5%; em xampus: 1 a 5%.

pH: em torno de 5,8 a 6 para corpo e rosto.

Lipoaminoácidos (SEPILIFT®)

Mistura de ácidos graxos (ácido palmítico) com um aminoácido (hidroxiprolina).

Possui ação firmante e anti-aging.

104
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Complexo lipossomado (AMELIOX®)

Complexo lipossomado contendo carnosina, silimarina e tocoferol.

Carnosina é um dipeptídio que se liga facilmente às fibras do colágeno, prevenindo o


endurecimento das fibras de glicação.

Silimarina é um flavonoide obtido da Silybum marianum, altamente eficaz na ruptura


de radicais livres.

Tocoferol é um antioxidante.

Concentração de uso: 2%

Elastinol®

É uma combinação balanceada de dois oligopolissacarídeo, um deles é rico em


alfa-L-fucose e o outro em alpha-l rhamnose.

Função: minimizar os processos anti-inflamatórios (rhamnose).

Facilita a integração célula-célula, atuando na manutenção da homeostase.

Essa combinação age na derme e na epiderme, promovendo redensificação dessas


camadas por meio do estímulo de proliferação celular e estímulo da síntese de colágeno.
É incompatível com natrosol.

Pode ser associado a filtros solares químicos e físicos, anti-inflamatórios, vitamina C,


vitamina E, AHA’s, clareadores, hidratantes e umectantes.

Concentração usual: 1 a 5%.

Haloxyl®

Possui uma substância chamada matrikins (mensageiro de reparação e reestruturação


cutânea, que reforça a firmeza e tonicidade dos olhos).

Possui também substâncias que ativam a eliminação dos pigmentos responsáveis pela
coloração escura e inflamação ao redor dos olhos.

Tamanol® (óleo de tamanol)

Anti-inflamatório, regenerador pós-cirúrgico.

105
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Vitaminas

A, E, C, complexo B (D-Pantenol), F.

Atuam como reparadoras celulares, antioxidantes e hidratantes.

Ácido lactobiônico

É um ácido orgânico, obtido a partir da oxidação química ou microbiana da lactose.

Sua estrutura molecular assemelha-se às da gluconolactona.

Possui ação antioxidante, hidratante, rejuvenescedora, cicatrizante.

Concentração usual: 2 a 10%.

pH: peelings: 2,5 a 4.

Tretinoína (ácido retinoico)

Aumento das mitoses com a produção de novos queratinócitos.

Aumento da produção de glicosaminoglicanas.

Aumento da produção de colágeno.

Fortalecimento da matriz dérmica.

Inconvenientes

Eritemas, ressecamento, esfoliação queimação e prurido. Embora muitas dessas reações


sejam esperadas.

AHAS

Representam: ácido málico ou mandélico, glicólico.

Promovem esfoliação e epidermólise.

Produzem clareamento da pele pela ação esfoliativa.

Melhoram a tolerância da pele e potencializam a ação de outras substâncias. (YOKOMIZO


et al., 2013)

106
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Área dos olhos

As pálpebras têm função biológica de proteção do globo ocular, e sofrem as mesmas


agressões da pele como a irradiação ultravioleta e a ação de radicais livres. Devido às
grandes particularidades, ocorrem alterações próprias e características únicas, tais
como bolsas de gordura, manchas, edemas, rugas.

As rugas ocorrem por causa da desidratação decorrente da ausência de glândulas


sebáceas, e também pela ação do músculo orbicular que age como uma cinta muscular
comprimindo as estruturas nos cantos externos dos olhos. Histologicamente, essa
região é mais fina quando comparada com outras regiões do rosto, sendo, portanto, um
acometimento natural tais disfunções. (GUIRRO; GUIRRO, 2006)

Nas manchas conhecidas como olheiras ocorre mudança de cor, principalmente nas
pálpebras inferiores, com envolvimento de pigmentos de hemossiderina e melanina;
decorrentes da estase do lago venoso local. Os vasos provocam discretas hemorragias e
a hemossiderina permanece na pele causando uma tatuagem natural. O edema pode ser
cíclico e muitas vezes pode representar uma disfunção renal, piorando ao acordar pela
situação horizontal corporal e redistribuindo os volumes circulantes no organismo no
decorrer do dia. (GUIRRO; GUIRRO, 2006)

O paciente atópico, com forte tendência alérgica, tanto na parte respiratória, como na
pele (dermatites) é mais propenso a ter esse tipo de distúrbio cujo aspecto piora em
cada crise da doença.

Os principais fatores que levam ao aparecimento das olheiras e que podem intensificar
uma condição pré-existente:

»» componentes genéticos;

»» estresse físico e emocional;

»» poucas horas de sono;

»» exposição ao sol e radiação UV;

»» envelhecimento cronológico;

»» reações alérgicas e atópicas;

»» hipertensão arterial;

»» insuficiência renal;

107
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» excesso de álcool;

»» excesso de sal;

»» tabagismo;

»» má alimentação;

»» alterações hormonais (períodos menstruais, contraceptivos e reposição


hormonal);

»» afecções respiratórias.

As olheiras aparecem em peles flácidas ou com bolsas de gordura. As bolsas de gordura


aparentes ocorrem com o aumento da idade e se devem à flacidez da cinta ocular.
A etiologia do acúmulo de gordura subcutânea e a consequente formação de bolsa ainda
permanece sem esclarecimento. Contudo alguns estudos revelam que as desordens
microcirculatórias associadas às disfunções do metabolismo endócrino causam
alterações na matriz extracelular e, consequentemente, transformações estruturais no
tecido adiposo subcutâneo, por sua vez o aumento no volume dos adipócitos na região
resulta em uma compressão prejudicial dos vasos sanguíneos locais, comprometendo
a microcirculação, essas bolsas funcionam como amortecedores dos olhos, permitindo
adaptação da visão ao se movimentarem. Sua retirada é comumente cirúrgica e apenas
parte dela é retirada ou reposicionada para melhora estética do olhar. (GUIRRO;
GUIRRO, 2006)

Alguns ativos utilizados em formulações para os


olhos

Bioskinup contour®

Modula os processos inflamatórios responsáveis pela produção das olheiras e edemas


na região periorbital (in vitro).

Concentração usual: 2 a 5%.

Dermatan sulfato®

Antiedematoso, regenerado, fibrinolítico e vasodilatador. Trata de forma compatível


as principais causas das olheiras. É um glicosaminoglicano obtido por meio do tecido
conectivo de porcos por um processo seletivo que garante ausência de proteínas e outras
moléculas, ou seja, diminui-se dessa maneira o risco de processos alérgicos.

Concentração usual: 0,2 a 2%.

108
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Nodema®

Tetrapeptídeo de ação descongestionante e drenante, eficiente no combate à bolsa na


região periorbital, promove uma aumento da elasticidade e suavidade das rugas.

Concentração usual: 3 a 10%.

Estrias

Interpretadas como lesões atróficas da pele, manifestadas pela redução de atividade


dos fibroblastos na produção da matriz extracelular de boa qualidade e por rupturas de
fibras já existentes.

O sucesso do tratamento é maior, quanto mais jovem for a estria. Ele tem por objetivo
eliminar o tecido fibroso, substituindo-o por células novas, restabelecendo a elasticidade
e o aspecto saudável da pele. Para tal, é necessário o uso de esfoliantes, hidratantes e
estimuladores de colágeno.

Os ativos que apresentam melhores resultados em termos de substâncias ácidas são o


ácido glicólico e o retinoico.

Os hidratantes funcionam como suplementos cuja reposição é capaz de retardar a


atrofia cutânea e a instalação de novas estrias. (GUIRRO; GUIRRO, 2006)

Substâncias mais utilizadas no desenvolvimento de


hidratantes fisiológicos

»» Esqualeno.

»» Fosfolipídios (principal fonte: lecitina de soja).

»» Colesterol.

»» Uréia.

»» Lactatos.

»» Ceramidas.

»» Ácidos graxos (em especial o oleico, linolênico e linoleico presentes em


óleos vegetais).

»» Triglicérides.

109
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Associado aos hidratantes é possível empregar-se substâncias com ação redensificante


ou preenchedores “de dentro para fora”, no intuito de aumentar a produção da matriz
extracelular, pois terão fundamental importância na cicatrização das estrias. Então se
justifica o uso de anti-aging.

Aosaine®

Elastina marinha de ação antielastase, aumenta a produção proteica e acelera a


regeneração celular.

Concentração usual: 0,4 – 2%.

Hidroxyprolisilane CN®

É um silanol reagido com uma hidroxiprolina de origem biotecnológica. Regenera os


tecidos e melhora a cicatrização cutânea.

Pode ser usado durante a gestação após o terceiro mês de gravidez.

Concentrações usuais: 0,4 – 6%.

110
CAPÍTULO 10
Fatores de crescimento

São proteínas (citoquinas) produzidas por células do tecido e responsáveis pelo


fenômeno conhecido por “comunicação celular”. Graças a essa “comunicação
química” que existe entre as células o tecido desempenha a sua função. Pelo
envelhecimento e por decorrência de algumas doenças, a produção de fatores
de crescimento é diminuída e, com ela, a fisiologia do tecido. (FU et al., 2002)

Dessa forma, fatores de crescimento não são hormonais. Por definição, um hormônio
é produzido por uma glândula e através da corrente sanguínea desempenha função
em tecidos distantes. Os fatores de crescimento disponíveis para aplicação tópica são
produzidos por células da pele e o seu destino é a pele.

Peptídeos são fragmentos de fatores de crescimento, onde é comprovado que tal


sequenciamento de aminoácidos confere funções específicas. Os peptídeos encontram-se
na forma mais concentrada. (KWON et al., 2006)

Na pele, os fatores de crescimento e seus peptídeos são responsáveis por:

»» iniciar o processo de cicatrização (remodelação), substituindo o tecido


danificado por um tecido novo;

»» estimular a produção de matriz extracelular (fibras e glicosaminoglicanas)


e dessa forma promover o preenchimento da epiderme, derme e
hipoderme (subcutâneo);

»» promover angiogênese no folículo capilar (mecanismo inovador) e, dessa


forma, revitalizar e nutrir o couro cabeludo;

»» aumentar a população de folículos capilares.

A “suplementação” de fatores de crescimento na pele é uma importante estratégia para


diferentes tipos de tratamento, não apenas na área de Dermatologia, como: Angiologia/
Medicina Vascular; Endocrinologia, Geriatria, Clínica Geral, Cirurgia Plástica, Medicina
Estética, Odontologia entre outras especialidades. (FU et al., 2002)

Ao contrário de ativos precursores, o uso direto de Fatores de Crescimento e seus


Peptídeos promove um resultado mais rápido e significativo, comprovado por diversos
trabalhos científicos. (KWON et al., 2006)

111
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

Os fatores de crescimento e seus peptídeos são obtidos por biotecnologia pela técnica
de produção de proteínas recombinantes – a mesma técnica adotada na produção de
vacinas, antibióticos e enzimas. (KWON et al., 2006)

Um sequenciamento de aminoácidos obtidos do DNA humano é inoculado na bactéria


E.coli, que, por processo fermentativo, produz os fatores de crescimento. (FU et al.,
2002)

Figura 17. Fator de crescimento.

Fonte: PHARMA SPECIAL, 2014.

Após o processo de isolamento e purificação, os fatores de crescimento e seus peptídeos


são nanoencapsulados a fim de viabilizar a permeação cutânea (biodisponibilidade) e
proteção contra proteasesendógenas. (FITZPATRICK; MEHTA, 2007)

Quais os Fatores de Crescimento e Peptídeos Disponíveis?

Tabela 12.

FATORES DE CRESCIMENTO PEPTÍDEOS


aFGF: Fator de Crescimento Fibroblástico Ácido Copper Peptídeo®
bFGF: Fator de Crescimento Fibroblástico Básico IDP-2 Peptídeo®
EGF: Fator de Crescimento Epidermal TGP-2 Peptídeo®
IGF: Fator de Crescimento Insulínico
TGFâ3: Fator de Crescimento Transformador
VEGF: Fator de Crescimento Vascular
Fonte: PHARMA SPECIAL, 2014.

112
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

Fatores de crescimento e peptídeos para


cicatrização da pele

Vários trabalhos científicos com peptídeos têm sido publicados. Com base nesses
trabalhos, classificamos quais os fatores de crescimento e peptídeos derivados são mais
indicados para cicatrização da pele. Esses trabalhos publicados reforçam a ideia de que
os Fatores de Crescimento e Peptídeos são seguros e eficazes, não se limitando apenas
aos protocolos divulgados pelo fabricante. (FU et al., 2002)

Alguns trabalhos mostram:

»» Recuperação de lesões realizadas em porcos após tratamento por


cinco dias com um creme contendo 1% de EGF (Fator de Crescimento
Epidermal) comparado a porcos controle. Conclui-se que o Fator de
Crescimento Epidermal é uma excelente opção epitelizante no tratamento
pós-operatório. (MAIBACH; GOROUCHI, 2009)

»» Tratamento de lesões crônicas decorrentes de trauma, diabetes mellitus,


úlcera de decúbito e radioterapia com formulação contendo bFGF (Fator
de Crescimento Fibroblástico Básico). Um dos casos relatados é de um
paciente que, após realização de enxerto cutâneo na região sacroxigeal
havia dois meses, não estava completamente cicatrizado. Após 22 dias de
tratamento com bFGF a lesão estava completamente cicatrizada.

Fatores de Crescimento Experiência clínica realizada no Instituto Dona Libânea de


Fortaleza com paciente portadora de úlcera varicosa há mais de três anos. Após 14 dias
de utilização de um Gel Creme de HOSTACERIN SAF contendo IDP-2 PEPTIDEO® -
2,5% + Fator de Crescimento TGFâ3 - 2,5% e Fator de Crescimento IGF 2,0%, houve
melhora significativa da úlcera localizada com substituição do tecido necrosado por um
tecido de granulação saudável sem intervenção cirúrgica. (KWON et al., 2006)

Fatores de crescimento e peptídeos para


tratamento e prevenção do envelhecimento
cutâneo (anti-aging)

É provado cientificamente que a carência de Fatores de Crescimento na pele acelera o


processo de envelhecimento, principalmente razões relacionadas ao envelhecimento
intrínseco. Com o avanço da idade, as células passam a produzir uma quantidade
menor de Fatores de Crescimento, prejudicando a comunicação entre as células e o
funcionamento do tecido como um todo. A seleção dos Fatores de Crescimento e
Peptídeos relacionados para o tratamento e prevenção do envelhecimento cutâneo

113
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

segue o mesmo raciocínio quando se pretende cicatrizar um ferimento: aumento de


matriz extracelular, substituição de células danificadas e surgimento de células jovens.
Fitzpatrick, dermatologista americano renomado, passou a utilizar os Fatores de
Crescimento no fotoenvelhecimento a partir do momento em que conheceu o poder
dessas substâncias na cura de ferimentos. Seguem alguns trabalhos relacionados ao
fotoenvelhecimento:

Trabalho publicado por Fitzpatrick que utilizou o produto TNS Recovery Complex
(bFGF + VEGF) da Skin Medica em pacientes portadores de fotoenvelhecimento
importante. Seu interesse por estudar os Fatores de Crescimento partiu do momento em
que se deparou com o desempenho dos Fatores de Crescimento na cura de ferimentos
crônicos. (FITZPATRICK; MEHTA, 2007)

Fatores de Crescimento como IGF e TGF á/â e peptídeos de cobre (Copper Peptídeo)
são importantes estimulantes da diferenciação celular e aumento da mobilidade de
queratinócitos (renovação celular). O Fator de Crescimento Transforador (TGFâ) é o
principal sinalizador para fibroblastos na produção de colágeno. Conclui-se nesse estudo
que os Fatores de Crescimento são importantes para a reversão do envelhecimento
cutâneo intrínseco e extrínseco. (FITZPATRICK; MEHTA, 2007)

A carência de Fator de Crescimento Insulinico (IGF-1) acelera o processo de


envelhecimento intrínseco da pele. Comparando culturas de fibroblastos cultivados
com IGF com cultura controle, a quantidade de colágeno produzida chega a ser 300%
maior nos fibroblastos tratados. A suplementação desse Fator de Crescimento é uma
importante estratégia anti-aging.

TGP2 Peptídeo para o tratamento de hipercromias (manchas de pele) TGP2 Peptídeo


é um oligopeptídeo derivado do Fator de Crescimento Transformador (TGF), cujo
sequenciamento de aminoácidos é capaz de promover o clareamento de manchas
decorrentes de melanina. (FITZPATRICK; MEHTA, 2007)

TGP2 Peptídeo é especialmente indicado para o clareamento de manchas decorrentes


de processo inflamatório (acne, peeling, laser, depilação e eritemas de causas diversas).
É seguro e testado em pele oriental e pele negra ao contrário dos despigmentantes
convencionais.

A ação do TGP2 Peptídeo envolve todas as etapas da melanogênese (antes, durante e


após a síntese de melanina) com um mecanismo inovador: reduz a liberação do fator de
transcrição de tirosinase (MITF).

114
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

O Fator de Transcrição de Tirosinase (MITF) é liberado dentro do melanócitos em


decorrência da ligação do α-MSH produzido pelos queratinócitos após exposição a
raios UV. TGP2 Peptídeo age diminuindo a formação do MITF e consequentemente
não há ativação da enzima tirosinase. (FITZPATRICK; MEHTA, 2007)

TGP-2 Peptídeo para inibição do crescimento de


pelos

TGP2 Peptídeo tem importante atividade no ciclo de crescimento capilar:

»» aumenta a população de pelos na fase catágena (fase em que o pelo


apresenta-se com bulbo atrofiado);

»» reduz o número de bulbos capilares;

»» reduz o crescimento de pelos.

TGP2 Peptídeo é um despigmentante com ação anti-inflamatória. Age reduzindo a


liberação de citoquinas pró-inflamatórias como TNF-á, IL-1â e iFN-ã. Dessa forma,
manchas decorrentes de processo inflamatório, comuns em pacientes com fototipo
acima de III, são prevenidas e revertidas quando tratadas com TGP2 Peptídeo. (KWON,
et al., 2006)

Por agir simultaneamente como despigmentantes para melanina e redutor do


crescimento de pelos, TGP2 Peptídeo é indicado para o clareamento e redução de pelos
nas áreas de axilas, virilhas e barba – ação 2x1. (KWON et al., 2006)

Fatores de crescimento e peptídeos para o


tratamento de alopecia

Outra importante atividade dos Fatores de Crescimento e seus Peptídeos é o tratamento


da alopecia – especialmente a alopecia androgenética. Diferentemente dos tratamentos
convencionais para o crescimento de pelos que se baseiam em nutrição e vasodilatação
de capilares, os Fatores de Crescimento e seus Peptídeos proporcionam:

»» Formação de novos folículos capilares com abundante deposição de


matriz extracelular, essencial para o crescimento e permanência do novo
fio de cabelo (raiz fortificada).

»» Angiogênese capilar: surgimento de novos capilares sanguíneos


envolvendo o novo folículo – essencial para nutrição e vitalidade dos
cabelos.

115
UNIDADE I │ COSMETOLOGIA

»» Inibição da enzima 5-alfa redutase, responsável por aumentar os níveis


de DHT (dehidrotestosterona) hormônio que atrofia o folículo capilar e
causador da alopecia androgenética.

Estudos comprovam a influência dos Fatores de Crescimento e seus Peptídeos no ciclo


capilar. Por razões hormonais e também por envelhecimento, células responsáveis
passam a produzir uma quantidade inferior de Fatores de Crescimento, influenciando
diretamente a quantidade de cabelos no couro cabeludo. (MAIBACH; GOROUCHI,
2009)

Pesquisadores japoneses, da Universidade de Kyoto, conduziram um estudo, publicado


no Tissue Engineering, que investigou como o Fator de Crescimento Fibroblástico
Básico (bFGF) de liberação prolongada afeta o crescimento capilar de ratos nas fases
anágena e telógena do ciclo capilar, após dez dias de aplicação. Os resultados mostram
que 70 mcg de bFGF, após o período determinado, aumentaram o tamanho dos folículos
capilares, comprovando seus efeitos positivos no ciclo do crescimento capilar em ratos.

Fatores de crescimento para o crescimento de


cílios e sobrancelhas

Pela formação de novos folículos e um novo plexo vascular, os Fatores de Crescimento


têm ação comprovada no crescimento de cílios e sobrancelhas.

Tem sido demonstrado que Peptídeos de Cobre (Copper Peptídeo) age como fator de
crescimento na diferenciação celular, além de estimular a proliferação de fibroblastos
dérmicos e elevar a produção de fator de crescimento endotelial vascular. Esse estudo
avaliou o efeito do complexo Tripeptídeo de Cobre (Copper Peptídeo) no crescimento de
cabelo em humanos, por meio de estudo ex vivo e cultura de células da papila dérmica.
Os resultados demonstraram que Copper Peptídeo estimulou o prolongamento de
folículos pilosos ex vivo e a proliferação das papilas dérmicas do folículo. Com isso,
concluiu-se que o complexo de tripeptídeo de cobre (Copper Peptídeo) promoveu
crescimento de folículos capilares em humanos, e que esse efeito pode ter ocorrido
devido à estimulação da proliferação e pelo impedimento da queda capilar. (FU et al.,
2002)

Um dos protocolos realizados pela Caregen na comprovação de eficácia dos Fatores de


Crescimento e seus Peptídeos no tratamento da alopecia, consiste na utilização de uma
loção capilar contendo Copper Peptideo associado ao Fator de Crescimento Insulínico
(IGF), Fator d Crescimento Vascular (VEGF) e Fator de Crescimento Fibroblástico
Básico (bFGF). Logo no início do tratamento é possível perceber a interrupção da
queda graças a ação anti 5 alfa redutase proporcionada pelo Copper Peptídeo. Após

116
COSMETOLOGIA │ UNIDADE I

três meses de uso nota-se um aumento da população de fios de cabelo resultado das
ações de revitalização folicular, vasodilatação e nutrição dos novos fios e aumento da
quantidade de células endoteliais após adição do Fator de Crescimento Fibroblástico
Ácido (aFGF). (FU et al., 2002)

Como usar os fatores de crescimento e seus


peptídeos?

Uma dúvida muito comum sobre Fatores de Crescimento e seus Peptídeos é como
prescrevê-lo. Se devem utilizar todos os Fatores de Crescimento ou se devem criar um
mix ou pool de Fatores de Crescimento como semiacabado. Para resolver essa questão,
nada melhor do que recorrermos à literatura e aos estudos publicados. Diante do que
existe de publicações científicas, fez-se uma tabela que classifica quais os Fatores de
Crescimento, e seus Peptídeos estão mais relacionados com determinados tipos de
tratamento. Sabemos que, pela própria fisiologia da pele, os Fatores de Crescimento
agem em sinergia de forma associada.

Para um tratamento mais rápido e significativo, devemos optar por uma associação de
Fatores de Crescimento que esteja mais relacionada à cicatrização, aos cabelos ou ao
efeito anti-aging, e ao utilizar os Fatores de Crescimento em uma associação estratégica,
o porcentual de uso poderá variar de 0,5 a 1,5% de cada Fator de Crescimento. São
permitidos os veículos: emulsões, gel creme, gel.

Dessa forma, será viabilizado o custo da formulação para o paciente, veja tabela abaixo.

Tabela 13.

Fatores de Cicatrização Cabelo/ pelo Anti-aging Despigmentante


Crescimento
EGF +++ Não indicado +++ (efeito preenchedor) ++
IGF +++ ++ ++ (efeito preenchedor) -
TGFβ3 +++ Não indicado +++ (efeito preenchedor) -
bFGF +++ ++ ++ (efeito preenchedor) -
IDP-2 +++ Não indicado +++ (efeito preenchedor) -
TGP-2 - Reduz o - +++
crescimento
COPPER PEPTÍDEO ++ +++ ++ -
aFGF - +++ - -
VEGF - +++ + -
Fonte: MENEGAT, 2015.

117
PEELING QUÍMICO UNIDADE II
E MECÂNICO

CAPÍTULO 1
Introdução

Os primeiros documentos sobre tratamento de cicatrizes são datados de 1941. Em 1961,


iniciou-se a era moderna dos peeling químicos, mas foi em 1986 que se teve o primeiro
peeling médio.

Peeling químico consiste na aplicação, sobre a pele, de um agente que destrói e esfolia
as camadas superficiais da pele. Essa substância pode variar sua composição.
O tratamento compreende no controle dessa esfoliação pela regeneração da pele através
da derme papilar e de seus apêndices. Infelizmente, em algumas circunstâncias, essa
esfoliação perde o controle, resultando em complicações seletivas. Apesar das condutas
relacionadas com a rotina de um peeling, essas complicações podem ocorrer; estão
relacionadas com o agente esfoliante, local aplicado e a profundidade cutânea atingida.
(VELASCO et al., 2004)

A palavra peeling vem do inglês que significa tirar a pele, descamar. O uso de agentes
cáusticos e/ou escarificadores para acelerar uma esfoliação resulta numa injúria
tecidual controlada de porções da epiderme/derme com posterior regeneração do
tecido. O conhecimento da Cosmetologia por biomédicos e afins apresenta utilização de
produtos tópicos, cosmecêuticos, que atijam somente até a área da derme epidérmica.
(VELASCO et al., 2004)

Os agentes indutores da descamação da pele podem ser (DRAELOS, 1999):

»» Mecânicos: variam desde lixas, cremes abrasivos com microesferas


de material plástico aos aparelhos de microdermoabrasão por fluxo de
cristais ou com as lixas de ponta de diamante.

»» Químicos: uso de substância(s) química(s) isolada(s) ou combinada(s)


no intuito de se obter o agente mais adequado a cada caso para graus
variados de esfoliação.

118
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

Os diferentes tipos de peelings químicos disponíveis estão divididos em três grupos, de


acordo com a profundidade cutânea de sua ação. (VELASCO et al., 2004)

»» Peeling superficial: atuando sobre estrato córneo e derme papilar


(pode ser realizado por fisioterapeutas, médicos, biomédicos e esteticistas
graduados).

»» Peeling médio: atuando sobre estrato córneo, derme papilar e parte


superior da derme reticular (realizado por médicos e biomédicos).

»» Peeling profundo: atuando sobre estrato córneo, derme papilar e


alcançando a parte média da derme reticular (só pode ser realizado por
médicos).

Os ácidos são todas as substâncias que possuem pH inferior ao da pele, transformando-a


de levemente ácida a totalmente ácida.

Classificação dos tipos de pele

Cucé (2001) esclarece que a emulsão epicutânea, formada pelo conjunto do sebo com o
suor excretado em conjunto, e os agentes emulsionantes, representados pelos eletrólitos
do suor, ácidos graxos e suas combinações, irão determinar o pH cutâneo da pele.
Pode-se observar variações desses valores de pH de acordo com as regiões anatômicas,
por ação dos componentes hidrossolúveis da camada córnea, da secreção sebácea, das
soluções tampão (ácido láctico/lactato ou bicarbonato do suor) dos radicais do ácido
carbônico e dos aminoácidos livres, assim podem-se encontrar regiões com pH ácido
ou básico.

Segundo Barata (2002), para uma pele ser sadia e com aparência estética agradável é
necessário um equilíbrio ácido-básico, numa condição normal; o ideal é o pH tender a
acidez, pois é necessário como barreira a microrganismos e fungos sensíveis ao ácido.

Figura 18. pH

Fonte: MENEGAT, 2015.

119
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

Quanto menor o pH, mais ácido será o produto; e quanto maior o pH, menos ácido.
O pH é quem determina o nível de disponibilidade de um ácido na pele, ou seja, quanto
a concentração desse ácido é realmente aproveitada pela pele. (LEONARDI et al., 2002)

»» De 0,00 a 6,99: ácido.

»» No valor de 7: neutro.

»» De 7,01 a 14,00: alcalino.

O pH da pele é levemente ácido, varia de 4,50 a 6 e isso contribui decisivamente para a


proteção da pele.

A resposta do peeling vai depender de uma série de fatores e variáveis, que devem ser
observados, para se obter o máximo de sucesso nas aplicações.

»» Pré-peeling: higienização da pele 15 ou 7 dias antes da aplicação do


peeling, com a intenção de reduzir o extrato córneo e induzir ao estímulo
a ser recebido de renovação celular.

»» Integridade da epiderme: como ocorreu a higienização.

»» Capacidade de dissolução e difusão do ativo esfoliante: a capacidade de


dissolução de um agente de peeling está relacionada com sua solubilidade
no meio intercelular. Sabendo-se que o meio intercelular é aquoso, para
facilitar a penetração de um agente Iipofílico, basta adicioná-Io em meio
aquoso.

»» Peso molecular: o tamanho da molécula do princípio esfoliante irá


interferir na sua penetração.

»» pH e concentração do ativo: indicarão o poder cáustico do produto.

»» Número de camadas aplicado.

»» Duração do contato com a pele.

»» Fototipo da pele do paciente.

»» Localização anatômica da esfoliação.

120
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

Figura 19. Sequência da aplicação do peeling químico.

Fonte: MENEGAT, 2015.

Concentração

É a porcentagem de ácido empregada na solução do produto acabado e determina a


potência do produto. Quanto maior a concentração, maior a potência e, por consequência,
maior a atividade queratolítica (descamação), e também maior probabilidade de reações
adversas.

Quanto menor a concentração, menor a potência, o que se subentende por menor


descamação e também menor probabilidade de reações adversas. Mas é importante
saber que, para aumentar ou diminuir a potência da concentração, é preciso observar a
interferência do pH adotado na formulação. (GUERRA et al., 2013)

Peso molecular

Também chamado de massa molecular, esse termo refere-se ao tamanho da cadeia


carbônica do ácido e determina sua velocidade de penetração na pele.

Quanto menor o peso molecular, mais rapidamente o ácido penetrará na pele; e quanto
maior, mais lentamente penetrará na pele (menor a chance de causar lesão porque
aparecem as reações e pode-se remover a tempo). (BORGES, 2006)

121
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

Tabela 14.

ÁCIDO PESO MOLECULAR


Glicólico 76,50
Pirúvico 80,06
Láctico 90,08
Málico 134,09
Salicílico 138,12
Kójico 142,11
Tartárico 150,08
Mandélico 152,15
Ascórbico 176,13
Cítirco 192,13
Fonte: MENEGAT, 2015.

Os ácidos

Alfa-hidroxiácidos (AHAs)

Pertencem ao grupo de ácidos orgânicos de cadeia não muito ampla que tem em comum
o grupo hidróxido em posição alfa ou posição 2; não são fotossensíveis, podendo ser
aplicados durante todo o ano. É classificado como umectante esfoliante, constitui uma
classe de compostos com efeitos evidentes, específicos e únicos sobre o estrato córneo,
toda epiderme, derme papilar e folículo pilocebáceo.

Possui ação que resulta na inflamação do tecido, seguida pela substituição de novas
células, após a morte das células epidérmicas envelhecidas.

Os AHAs diferenciam-se pelo tamanho da molécula, sendo o ácido glicólico de menor


cadeia carbônica, portanto com maior poder de penetração na pele.

Em 1996, a revisão de ingredientes cosméticos (CIR) concluiu ser seguro o uso dos
AHAs em produtos cosméticos até 10% e que o pH final da formulação não deveria ser
inferior a 3,5, pois quanto menor seu pH maior seu teor de acidez e, consequentemente,
maior seu poder abrasivo na pele. Já para produtos de uso profissional em estética, é
permitida concentração de até 30% e o pH maior que 3,0. (BARQUET et al., 2006)

O ácido glicólico é o mais popular de todos e é derivado da cana de açúcar. Os outros


ácidos desse grupo são:

»» Ácido láctico: encontrado no leite azedo.

»» Ácido cítrico: presente nas frutas cítricas.

»» Ácido tartárico: encontrado nas uvas.

»» Ácido málico ou mandélico: proveniente da maçã.


122
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

Os AHAs facilitam a descamação ou esfoliação, o que resulta no aumento da síntese e


do metabolismo do DNA basal, diminuindo a espessura do estrato córneo, pois ocorre
um desprendimento dos corneócitos nas camadas inferiores e em formação do estrato
córneo, imediatamente acima do estrato granuloso.

Não há efeitos sobre as células de outras camadas. A localização desse efeito sugere
que a ação dos AHAs envolve um processo dinâmico sobre a cornificação que pode
ser devido à modificação da ligação iônica, como foi proposto anteriormente. Um
segundo mecanismo possível é o aumento da hidratação do estrato córneo por meio
das propriedades umectantes dos AHAs.

Concentrações altas e baixas, em soluções, loções, cremes e géis constituem uma nova
opção terapêutica para uma variedade de condições cutâneas, incluindo acne, sequelas
de acne, xerose, queratose seborreica ictiose, verrugas vulgares, melasma, manchas
hipercrômicas, cloasma manchas senis, pele envelhecida, rugas superficiais e médias,
flacidez de pele, estrias, e fases isoladas de algumas lesões de psoríase (nesse caso muito
cuidado) estão sendo tratadas com sucesso com o ácido glicólico. (GUERRA et al., 2013)

Ácido glicólico

Dentre todos os ácidos, o glicólico é o que possui a menor molécula. Devido à sua
configuração, a indústria cosmética investiu em pesquisas a seu respeito. (BARQUET
et al., 2006)

Ação:

»» Diminuir a coesão entre os corneócitos interferindo nas ligações iônicas


destruindo a proteína chamada filigrina que une os corneócitos.

»» Camada córnea – ação superficial.

»» Camada papilar (derme) – ação vasodilatação.

»» Tem ação comprovada na síntese de glicosaminoglicana, estimula à


síntese de colágeno.

A concentração total disponível de ácido glicólico num produto tópico, em determinado


pH, é obtida pela multiplicação da disponibilidade pela concentração de ácido glicólico
utilizada. Em pH inferior a 2, a concentração disponível de ácido glicólico está próxima
à concentração inicial utilizada, como aparece nas formulações de 4 %, 8 %, 12 %, 20 %,
35 %, 50 % e 70 %. Uma formulação contendo 70% de ácido glicólico apresenta pH 0,6
e concentração disponível de 70%. (BARQUET et al., 2006)

123
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

Em pH 6, o ácido glicólico torna-se um glicolato, excelente agente hidratante. À medida


que o pH aumenta, diminui a capacidade de renovação da pele. Em pH 3,8 torna-se
agente esfoliante e despigmentante. (GUERRA et al., 2013)

Utilizado na concentração de 5 a 10% para uso residencial, pode ser incorporado em


cremes, loções e géis. Em consultório, essa concentração pode chegar a 30, 50 ou 70%,
de acordo com a resistência da pele e a natureza da lesão a ser tratada, variando de 3 a
5 minutos o tempo de contato. (GUERRA et al., 2013)

Quando essa mesma formulação é parcialmente neutralizada até pH 3,83, a concentração


disponível é de apenas 35 %, e sua eficácia tópica é muito inferior. É interessante observar
que um produto tópico contendo 4% ou 8% de ácido glicólico, a pH 4,8, apresenta uma
concentração disponível menor que 1% em ácido glicólico. (BARQUET et al., 2006)

Dessa forma, os dados sugerem que é necessário ajustar o pH das formulações


para valores baixos a fim de obter atividade máxima dos AHAs, observando-se
pouca atividade (se houver) se os ácidos forem totalmente neutralizados.
(BARQUET et al, 2006)

Tabela 15.

RESUMO ÁCIDO GLICÓLICO


PROPRIEDADES
»» Queratolítico.
»» Estimula a proliferação de fibroblastos.
»» Anti-inflamatório.
»» Antioxidante.
»» Promove afinamento do estrato córneo, promovendo a epidermólise.
»» Dispersa a melanina e o ácido hialurônico basal e epidermal.
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Fotodano »» Dermatite de contato
»» Acne »» Gravidez
»» Rosácea »» Pacientes com hipersensibilidade a glicolatos
»» Pseudofolicullitis barbae »» Fototipo acima de V
»» Desordens de hiperpigmentação
»» Ceratose actínica
»» Rugas finas
»» Lentigens
»» Melasma
»» Ceratoses seborreicas
CONCENTRAÇÃO RESIDENCIAL CONCENTRAÇÃO CONSULTÓRIO
8 a 10% 30 a 70%

124
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling para reduzir a melanogênese e promover afinamento do estrato córneo (durante 10-15 dias antes da aplicação do peeling).
»» Higienização com álcool 30-70º ou clorexedina alcoólica por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar o peeling de ácido glicólico por 3-5 minutos, dependendo da concentração.
»» Neutralizar com solução de bicarbonato de sódio ou água.
»» Aplicar o agente fotoprotetor com ativos anti-inflamatórios
VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Eritema muito leve. »» Sensação de queimação e eritema durante a aplicação.
»» Leve descamação. »» Não há uniformidade de aplicação.
»» Curto período de recuperação. »» Neutralização obrigatória.
»» Útil no fotoenvelhecimento. »» Pode ocorrer ulcerações necróticas se o tempo de aplicação for muito
longo e/ou o pH cutâneo for reduzido.
»» Não pode ser feito em Fototipo acima de V.
Fonte: BARQUET et al., 2006.

Tabela 16.

ESQUEMA DE TRATAMENTO
1.HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido Glicólico......................15% Ácido Glicólico.........................30 a 70%
LESS...........................................20% Limão O.E................................0,1%
Limão O.E................................0,5% Água destilada qsp......................30g
Gel de Aristoflex 4% qsp.......100ml Aplicar sobre a face após a higienização. Deixar agir por 3-5 minutos.
Neutralizar em seguida.
Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio de
algodão ou gaze. Remover o excesso com algodão ou gaze embebidos
em água.
3. NEUTRALIZAÇÃO 4. PROTETOR
Bicarbonato de Sódio..20% Modukine..............................................1%
Limão O.E.......................0,5% Filtro solar PPD 35.5 PPD 32.1 qsp....60g
Água destilada qsp......50ml Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização
doméstica do produto.
Usar para promover a neutralização e cessar a penetração do ácido.
Aplicar com o auxílio de algodão ou wipe.
ATENÇÃO: TODA MANIPULAÇÃO SÓ PODERÁ SER FEITA POR FISIOTERAPEUTA, MÉDICO E BIOMÉDICO
Fonte: MENEGAT, 2015.

A seguir mais indicações sobre o distúrbio.

Tabela 17.

Tipo de lesão Fórmula indicada


Fotoenvelhecimento Creme 8%-15% de Ácido Glicólico + loção 20% de vitamina C
Rugas finas Creme 8%-10% de Ácido Glicólico + loção 20% de vitamina C
Rugas médias Creme 10%-15% de Ácido Glicólico + loção 20% de vitamina C
Rugas profundas Creme 15%-30% de Ácido Glicólico + loção 20% de vitamina C
Acne ativa Gel com Ácido Glicólico 10% com Clor. de benzalk
Acne (sequelas) Gel com Ácido Glicólico 15%-18%
Manchas hipercrômicas Creme ou gel com 8%-10% de Ácido Glicólico, Ácido Fítico 4%
Estrias/Flacidez da pele Loção corporal com 20%- 30% de Ácido Glicólico+vitamina C
Melasma Creme ou gel com 8%-10% de Ácido Glicólico, Ácido Fítico 4%
Fonte: MENEGAT, 2015.

125
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

Ácido mandélico

AHA com uma cadeia carbônica grande, não tão irritante quanto o ácido glicólico,
tem sido estudado exaustivamente para ser usado em tratamentos de desordens
de pele como fotoenvelhecimento, pigmentação irregular e acne. Um teste aberto
conduzido no Gateway Aesthetic Institute e no Laser Center em Salt Lake City, Utah,
demonstraram que o ácido mandélico é indicado no caso de supressão de pigmentação,
tratamento de acne não cística inflamatória e rejuvenescimento de pele envelhecida
pelo sol. Além do mais, tem sido usado para preparar as peles para peeling a laser e
auxiliar na recuperação da pele após a cirurgia a laser. O interesse dos pesquisadores
no ácido mandélico deve-se à sua dupla função: AHA e atividade antibacteriana.
(GUERRA et al., 2013)

O ácido mandélico é um AHA derivado de um extrato de amêndoas amargas. Ele pode


ser utilizado em substituição a outros AHAs, como o ácido glicólico, por exemplo, para
pacientes com pele mais sensível. A molécula do ácido mandélico é maior que a molécula
do ácido glicólico e, por essa razão, penetra lentamente. O ácido mandélico é um dos
AHAs de maior peso molecular, favorecendo um efeito uniforme, o que também minimiza
os transtornos comuns da aplicação de AHAs sobre a pele. Apresenta semelhança
química com o ácido salicílico com sua ação antissépticas somada às atividades dos
alfa-hidroxiácidos. Devido à sua penetração uniforme, o ácido mandélico não possui o
risco de causar hiperpigmentação em peles escuras. Classificação de Fitzpatrick IV, V,
VI. (GUERRA et al., 2013)

O pH ideal para esse ácido é de 2 a 3 em concentrações que variam de 20 a 50%.

Tabela 18.

RESUMO ÁCIDO MANDÉLICO


PROPRIEDADES
»» Queratolítico
»» Baixo grau de descamação
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Acne »» Dermatite de contato
»» Rosácea »» Gravidez
»» Pseudofolicullitis barbae
»» Desordens de hiperpigmentação
»» Ceratose actínica
»» Rugas finas
»» Lentigens
»» Melasma
CONCENTRAÇÃO RESIDENCIAL CONCENTRAÇÃO CONSULTÓRIO
1 a 10% 20 a 50%

126
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling para reduzir a melanogênese e promover afinamento do estrato córneo (durante 15 dias antes da aplicação do peeling).
»» Higienização com álcool 30-70º GL ou clorexedina alcoólica por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar o peeling de ácido mandélico por 3-5 minutos.
»» Neutralizar com solução de bicarbonato de sódio, descartar o algodão, gaze ou wipe e realizar novamente a neutralização.
»» Pode-se repetir o procedimento se desejar efeitos pronunciados (lembrando que o peeling de ácido mandélico é um peeling superficial).
»» Pode ser utilizado em combinação ao TCA.
»» Aplicar o agente fotoprotetor com ativos anti-inflamatórios.
»» Usar em intervalos de 10-20 dias.
VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Eficácia comprovada no melasma. »» Aumenta a sensibilidade cutânea ao sol.
»» Pode ser utilizado em peles tipos III e IV. »» Muitas aplicações são necessárias para se obter resultados no
melasma.
»» Eficaz na acne.
»» Ação eficaz no fotoenvelhecimento.
»» Apresenta descamação leve.
»» Aplicação extremamente segura.
Fonte: BARQUET et al, 2006.

Tabela 19.

ESQUEMA DE TRATAMENTO
1. HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido mandélico......................15% Ácido mandélico...................40%
LESS...........................................20% Limão O.E................................0,1%
Limão O.E................................0,5% Água destilada qsp......................30g
Gel de Aristoflex 4% qsp.......100ml Aplicar sobre a face após a higienização. Deixar agir por 3-5 minutos.
Neutralizar em seguida.
Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio de
algodão ou gaze. Remover o excesso com algodão ou gaze embebidos
em água.
3. NEUTRALIZAÇÃO 4. PROTETOR
Bicarbonato de Sódio......20% Grevilline............................................1%
Limão O.E.......................0,5% Lavanda O.E......................................0,5%
Água destilada qsp.........50ml Filtro Solar FPS 30 100% físico qsp....60g
Usar para promover a neutralização e cessar a penetração do ácido. Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização
Aplicar com o auxílio de algodão ou wipe. doméstica do produto.
ATENÇÃO: TODA MANIPULAÇÃO SÓ PODERÁ SER FEITA POR FISIOTERAPEUTA, MÉDICO E BIOMÉDICO
Fonte: MENEGAT, 2015.

Ácido lático

Além de ser um AHAs, é um dos componentes da pele, sendo assim um importante fator
de hidratação cutânea. O ácido láctico oferece os mesmos benefícios dos outros AHAs,
contudo é mais eficiente em hidratação, levemente queratolítico (quando em baixas

127
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

concentrações), estimulante da renovação celular, e despigmentante suave. (GUERRA


et al., 2013)

Além de ser um AHA, faz parte da composição do Fator de Hidratação Natural da pele,
sendo um importante fator de hidratação cutânea. O Ácido Láctico oferece o mesmo
benefício de outros AHAs, por meio da promoção da descamação, além de outros
benefícios. Concentração: 20% a 88%. (BARQUET et al., 2006)

Contraindicações: peles extremamente sensíveis (quando em altas concentrações, que


não será o caso nesta literatura; no Brasil, encontra-se disponível até 88%), gestação e
lactação (pela ausência de estudos científicos), casos recorrentes de herpes simples ou
zoster. (GUERRA et al., 2013)

RESUMO ÁCIDO LÁTICO


PROPRIEDADES
»» Hidratante
»» Queratolítico
»» Estimula a renovação celular
»» Despigmentante
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Fotodano »» Peles extremamente sensíveis.
»» Desordens de hiperpigmentação »» O uso na gravidez e lactação é contraindicado pela falta de estudos
científicos.
»» Ceratose actínica
»» Não aplicar em verrugas do rosto ou áreas genitais.
»» Rugas finas
»» História de infecção por herpes simples recorrente.
»» Lentigens
»» Melasma
»» Verrugas
CONCENTRAÇÃO RESIDENCIAL CONCENTRAÇÃO CONSULTÓRIO
1 a 10% 20 a 88%
ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling para reduzir a melanogênese e promover afinamento do estrato córneo (durante 15 dias antes da aplicação do peeling).
»» Higienização com álcool 30-70ºGL ou clorexedina alcoólica por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar o peeling de ácido mandélico por 3-5 minutos.
»» Neutralizar com solução de bicarbonato de sódio, descartar o algodão, gaze ou wipe e realizar novamente a neutralização.
»» Pode-se repetir o procedimento se desejar efeitos pronunciados.
»» Aplicar o agente fotoprotetor com ativos anti-inflamatórios.
»» Usar em intervalos de 10-20 dias.
VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Eficácia comprovada no melasma. »» Provoca ardência e queimação durante a aplicação.
»» Ação hidratante. »» Necessita de neutralização.
»» Curto período de recuperação. »» Intensa descamação e vermelhidão nos 2-3 dias subsequentes.
»» Pode ser utilizado em peles tipos III e IV.
Fonte: BARQUET et al., 2006.

128
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

Tabela 20.

ESQUEMA DE TRATAMENTO
1. HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido lático......................15% Ácido lático...................20% a 88%
LESS...........................................20% Limão O.E................................0,1%
Limão O.E................................0,5% Água destilada qsp......................30g
Gel de Aristoflex 4% qsp.......100ml Aplicar sobre a face após a higienização. Deixar agir por 3-5 minutos.
Neutralizar em seguida.
Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio de
algodão ou gaze. Remover o excesso com algodão ou gaze embebida
em água.
3. NEUTRALIZAÇÃO 4. PROTETOR
Bicarbonato de Sódio......20% Grevilline............................................1%
Limão O.E.......................0,5% Lavanda O.E.......................................0,5%
Água destilada qsp.........50ml Filtro Solar FPS 30 100% físico qsp....60g
Usar para promover a neutralização e cessar a penetração do ácido. Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização
Aplicar com o auxílio de algodão ou wipe. doméstica do produto.
ATENÇÃO: TODA MANIPULAÇÃO SÓ PODERÁ SER FEITA POR FISIOTERAPEUTA, MÉDICO E BIOMÉDICO.
Fonte: MENEGAT, 2015.

Ácido pirúvico

O ácido pirúvico é um alfa-cetoácido que apresenta propriedades ceratolíticas,


antimicrobianas e sebostáticas, bem como a capacidade de estimular a produção
de colágeno novo e a formação de fibras elásticas. Devido ao baixo pKa e dimensão
reduzida, ele penetra rápida e profundamente na pele, de modo a ser considerado
um agente químico potente para a realização de peelings. Apresenta eficácia
comprovada para o tratamento de muitos distúrbios dermatológicos como a acne, a
formação de cicatrizes superficiais, o fotodano e alterações pigmentares. A aplicação
de ácido pirúvico geralmente produz queimação intensa e o período pós-peeling é
caracterizado por eritema, descamação e, algumas vezes, pela formação de crostas.
(GUERRA et al., 2013)

É realizado com concentrações de 50%, 60% e 80% do ácido diluído em etanol.


O ácido pirúvico é alfacetoácido. Seu mecanismo de ação é a epidermólise que surge
em intervalo de 30 a 60 segundos. Penetra a pele em um a dois minutos e não tem
toxicidade sistêmica. É indicado para tratamento de envelhecimento extrínseco, acne
e cicatrizes superficiais devido a suas propriedades queratolíticas, antimicrobianas
e antisseborreicas, bem como sua habilidade para estimular a formação de novas
fibras colágenas e elásticas. Pode ser aplicado com gaze levemente úmida, com
pouco atrito, após a pele ser desengordurada com álcool. Quando se inicia o eritema
seguido por frosting (entre dois e cinco minutos), deve ser retirado com água para
maior conforto do paciente. O eritema resultante do tratamento pode durar de 15

129
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

dias a 2 meses. Com o passar do tempo o ácido pirúvico pode sofrer decomposição
e formar gás de dióxido de carbono e acetaldeído cujos vapores, se inalados, podem
ser cáusticos e irritantes para as vias aéreas superiores. A prevenção é o uso de
ventilador durante a aplicação.

Deve-se sempre observar que é um produto de penetração imprevisível, devendo ser


usado com cautela. A penetração muito rápida pode levar à formação de cicatrizes.
Recentemente um estudo em pacientes com pele tipo II e III de Fitzpatrick foi conduzido
por Berardesca et al., que usaram nova formulação menos inflamatória (ácido pirúvico
50%) com significantes benefícios na tolerabilidade, principalmente da ardência,
durante a aplicação e no pós-peeling. (BARQUET et al., 2006)

Tabela 21.

RESUMO ÁCIDO PIRÚVICO


PROPRIEDADES
»» Queratolítico.
»» Estimula a proliferação de fibroblastos, fibras colágenas e glicoproteínas.
»» Atividade antimicrobiana.
»» Antioxidante.
»» Sua atividade está diretamente relacionada ao solvente utilizado na formulação, ao tempo de aplicação e ao número de aplicações.
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Fotodano moderado »» História de infecção por herpes simplex recorrente, gravidez e
pacientes que necessitam de exposição solar diária.
»» Acne inflamatória
»» Pele oleosa
»» Verrugas
»» Ceratose actínica
»» Rugas finas
»» Alterações texturais
»» Discromias difusas
CONCENTRAÇÃO RESIDENCIAL CONCENTRAÇÃO CONSULTÓRIO
1 a 10% 40 a 60%
ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling para reduzir a melanogênese e promover afinamento do estrato córneo (durante 30-45 dias antes da aplicação do
peeling).
»» Higienização com álcool 30-70ºGL por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar o peeling de ácido pirúvico por 1-3 minutos utilizando pincel. Aplicar 2-3 camadas, até o eritema aparecer.
»» Recomenda-se aplicar uma área de cada vez e ir realizando a neutralização.
»» Utilizar um pequeno ventilador sobre o rosto do paciente para dispersar os gases.
»» Neutralizar com solução de bicarbonato de sódio, descartar o algodão, gaze ou wipe e realizar novamente a neutralização.
»» Aplicar o agente fotoprotetor hidratante com ativos anti-inflamatórios e cessar o uso de agentes retinoides ou alfa-hidroxiácidos por uma
semana após o peeling.
»» Aplicar aproximadamente 3-5 sessões, em intervalos de 4 semanas.

130
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Eritema muito leve. »» Intensa sensação de formigamento e queimação durante a
aplicação.
»» Leve descamação.
»» É necessária neutralização.
»» Curto período de recuperação.
»» Os vapores liberados podem ser irritantes à mucosa e provocar
»» Pode ser utilizado em peles tipos III e IV.
enjoos.
Fonte: (BARQUET et al., 2006)

Tabela 22.

ESQUEMA DE TRATAMENTO
1. HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido Salicílico...............................2% Ácido pirúvico......................40%
Green tea extract...........................10% Propilenoglicol......................5%
LESS.................................................20% Etanol qsp............................30ml
Essência de chá verde…..................1% Aplicar sobre a face após a higienização. Deixar agir por 1-3 minutos.
Neutralizar em seguida.
Gel de Aristoflex 4% qsp..................100ml
Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio de
algodão ou gaze. Remover o excesso com algodão ou gaze embebidos
em água.
3. NEUTRALIZAÇÃO 4. PROTETOR
Bicarbonato de Sódio..20% Grevilline.........................................1%
Limão O.E.......................0,5% Lavanda O.E..............................0,5%
Água destilada qsp......50ml Filtro Solar FPS 30 100% físico qsp....60g
Usar para promover a neutralização e cessar a penetração do ácido. Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização
Aplicar com o auxílio de algodão ou wipe. doméstica do produto.
ATENÇÃO: TODA MANIPULAÇÃO SÓ PODERÁ SER FEITA POR FISIOTERAPEUTA, MÉDICO E BIOMÉDICO.
Fonte: MENEGAT, 2015.

Retinoides

A vitamina A foi descoberta em 1913 e em 1930 foi possível identificar o grupo


retinol, que é sua estrutura básica. O termo retinóide foi criado em 1976 e destina o
grupo de substâncias naturais ou sintéticas da vitamina. O ácido retinoico, também
chamado de tretinoína (sinônimo de ácido retinoico) trata-se de moléculas hidrofóbicas
e associam-se rapidamente a proteínas celulares retinol-específicas. A ação dos
retinoides em geral é por sua ligação a receptores dentro das células epiteliais.
Ao se ligarem a esses receptores, os retinoides estimulam a produção de Fatores
de Crescimento Epidérmico (EGF) além da redução da produção de sebo pelas
glândulas sebáceas, mecanismo ainda não muito bem esclarecido. Agem inibindo
as metaloproteinases que danificam a estrutura do colágeno, além de estimularem
a produção de elastina e reduzir a ação das colagenases. A melhora das alterações
cutâneas, potência e tempo dependentes, ou seja, depende da concentração do
retinoide e do tempo de uso. (GUERRA et al., 2013)

131
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

O ácido retinoico melhora as características da pele, diminui a queratose actínica,


proporciona uma dispersão mais uniforme dos grânulos de melanina, promove a
formação de novas fibras de colágeno na derme, o aumento do fluxo sanguíneo e o
aumento da permeabilidade da epiderme. No caso das rugas, o efeito mais evidente é
constatado em rugas finas e em linhas de expressão. Os retinoides têm ação comedolítica,
fator importante na patogênese da acne, podendo ser usados na acne comedogênica e
inflamatória. (GUERRA et al., 2013)

A isotretinoína está indicada na acne vulgar – nas formas nódulo-cística e recalcitrante,


em especial com tendência à cicatriz. Indicações menos formais incluem acne ainda que
discreta e que esteja, psicologicamente, afetando muito o paciente, acne com edema
facial sólido. Outras doenças foliculares como foliculite por gram-negativo, foliculite
eosinofílica associada ao HIV, rosácea nas formas papulopustulosas e granulomatosas,
foliculite dissecante do couro cabeludo e com resultados insatisfatórios na hidroadenite
supurativa. (GUERRA et al., 2013)

A concentração domiciliar varia entre 0,025% a 0,1%, podendo ocasionar irritação


cutânea local, hiperimia e descamação, que é esperada. A concentração consultório
varia entre 3% e 5%. Uso quinzenal ou a critério. Manipula-se sob a forma de gel
ou emulsão, que permite aplicação homogênea por toda a face. Podem-se adicionar
pigmentos da cor da pele, à base de óxido de ferro a fim de minimizar a coloração
amarelada. (GUERRA et al., 2013)

A aplicação é indolor, pode durar de 30 min, em peles muito sensíveis, até 8 horas em
peles mais espessas. A média gira em torno de 3 a 4 horas. Retirar em água corrente
com sabão neutro sem esfregar a toalha. Não utilizar cosméticos por 48 horas, somente
filtro solar (que poderá provocar ardência e dermatites de contato). Geralmente a
descamação inicia-se após 48 horas a 5 dias. (GUERRA et al., 2013)

A tretinoína (vitamina A ácida ou ácido retinoico) é encontrada já industrializada nas


concentrações 0,01%, 0,025% e 0,05% na apresentação em gel, e em creme a 0,025%,
0,05% e a 0,1%. Pode ser formulado e utilizado com frequência a solução a 0,05% no
tratamento da acne no tronco. (GUERRA et al., 2013)

Tabela 22.

RESUMO ÁCIDO RETINOICO


PROPRIEDADES
»» O peeling desse ácido promove melhora clínica na textura e aparência da pele.
»» Reduz a espessura da camada córnea.
»» Aplicação uniforme e indolor.
»» Promove rápida reepitelização, melhorando o processo de cicatrização.
»» Possui vários estudos comprovando eficácia no tratamento da acne e pele fotoenvelhecida.

132
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Fotodano leve a moderado. »» História recente de peelings químicos agressivos e ou cicatrizes,
infeção herpética recidivante, gravidez suspeita ou em fase de
»» Acne comedogênica e inflamatória.
desenvolvimento, hábitos de atividades no sol.
»» Pele oleosa.
»» Ceratose actínica.
»» Rugas finas.
»» Alterações texturais.
CONCENTRAÇÃO RESIDENCIAL CONCENTRAÇÃO CONSULTÓRIO
0,05 a 1% 4 a 8%
ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling para reduzir a melanogênese e promover afinamento do estrato córneo (durante 10-15 dias antes da aplicação do peeling).
»» Higienização com álcool 30-70ºGL por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar o peeling por todo o rosto, evitando a área dos olhos e regiões nasolabiais.
»» O peeling deve ficar na face do paciente de 6-8 horas. Para remoção do produto basta o paciente lavar o rosto com água corrente e sabão.
»» Aplicar o agente fotoprotetor hidratante durante os dias seguintes e orientar ao paciente para não remover a pele que estará em constante
descamação, como também reduzir o uso de sabonetes no rosto.
»» Aplicar aproximadamentge 3-5 sessões, em intervalos de 15 dias.
VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Eficácia em todos os tipos de pele. »» Intensa descamação após 2-3 dias.
»» Excelentes benefícios no fotoenvelhecimento. »» A pele fica ressecada e sensível.
»» Extremamente seguro. »» O produto necessita ficar por um longo período sobre a pele.
»» Não causa dor, ardência ou desconforto durante a aplicação.
»» Eficaz no controle da acne e oleosidade.
»» Não necessita neutralizar.
Fonte: BARQUET et al., 2006.

Tabela 23.

ESQUEMA DE TRATAMENTO
1. HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido glicólico..............3% Ácido retinoico........................7%
Ácido .............................2% Lavanda O.E.........................0,2%
Ácido salicílico..............1% Base corretiva AR qsp.............30g
Amisoft CS22.................10% Aplicar sobre a face após a higienização.
Laranja O.E....................0,7% Deixar agir por 6-8 horas. Orientar o paciente para remover o produto com
sabonete líquido.
Etanol qsp......................100ml
Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio de
algodão ou gaze para complementar a limpeza e remover os últimos
resíduos de óleo antes da aplicação.
3. PROTETOR
Grevilline.............................................1%
Lavanda O.E.......................................0,5%
Filtro Solar FPS 30 100% físico qsp....60g
Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização doméstica do produto.
ATENÇÃO: TODA MANIPULAÇÃO SÓ PODERÁ SER FEITA POR FISIOTERAPEUTA, MÉDICO E BIOMÉDICO.
Fonte: MENEGAT, 2015.

133
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

Beta-Hidroxiácidos (BHTs) – ácido salicílico

É um agente beta-hidroxiácido, um composto lipofílico que remove lipídios intercelulares


que são covalentes ligados ao envelope cornificado em torno das células epiteliais
cornificadas, também demonstra ter propriedade anti-inflamatória e antimicrobiana.
Os peelings por ácido salicílico são bem tolerados por todos os tipos de pele classificados
por Fitizpatrick. (CUNHA, 2009)

Tem ação queratoplástica em concentrações até 2%, e queratolítica acima de 2%.


É usado nas hiperqueratoses, em concentrações até 10%, e em verrugas e calosidades
em concentrações até 20%. Tem ação bacteriostática e fungicida nas concentrações
de 1 a 5%. Quando se trabalha com a concentração de 20%, deve-se deixar agir até a
cristalização que pode ocorrer entre 30s até 3min. (GUERRA et al., 2013)

RESUMO ÁCIDO SALICÍLICO


PROPRIEDADES
»» Queratolítico.
»» Ativa a epiderme basal.
»» Estimula a produção de fibroblastos.
»» Ação anti-inflamatória.
»» Antimicromiano.
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Fotodano moderado. »» Hipersensibilidade aos salicilatos, infecção viral aguda e gravidez.
A terapia por isotretinoína deverá ser suspensa seis meses antes da
»» Sardas.
aplicação.
»» Hiperpigmentação pós-inflamatóra.
»» Melasma.
»» Lesões inflamatórias (acne).
»» Rosácea.
»» Lentigens.
»» Ceratoses pigmentadas.
»» Rugosidade cutânea.
»» Dano actínico das mãos.
»» Pós-tratamento ao TCA.
CONCENTRAÇÃO RESIDENCIAL CONCENTRAÇÃO CONSULTÓRIO
1 a 10% 20 a 30%
ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling durante 10-15 dias antes da aplicação do peeling. Os retinoides devem ser suspensos por uma semana antes do
tratamento.
»» Higienização com álcool 30-70ºGL por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar o peeling de ácido salicílico utilizando esponja, gaze ou cotonetes (áreas periorbitais). Aproximadamente 2-3 camadas são necessárias.
Deixar agir por 3-5 minutos.
»» Não necessita neutralização. Após a aplicação ocorre a produção visível de um precipitado branco sobre a pele do paciente, que não pode ser
confundido com o frost.
»» Retirar o produto da pele do paciente utilizando água ou soro fisiológico.
»» Aplicar o agente fotoprotetor hidratante com ativos anti-inflamatórios e não utilizar sabonetes no rosto até 48h após o procedimento.

134
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Pode ser utilizado em todos fototipos. »» Profundidade de penetração muito limitada.
»» Excelente em pacientes com acne. »» Baixa eficácia em pacientes com fotoenvelhecimento.
»» A uniformidade de aplicação é facilmente visível pela formação dos
cristais precipitados sobre a pele.
»» Após vários minutos o peeling excerce efeito anestésico, aumentando
a tolerância.
Fonte: CUNHA, 2009.

Tabela 24.

ESQUEMA DE TRATAMENTO
1. HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido glicólico..............3% Ácido salicílico......................40%
Ácido .............................2% Etanol qsp.............................30ml
Ácido salicílico..............1% Aplicar sobre a face após a higienização.
Amisoft CS22.................10% Deixar agir por 6-8 horas. Orientar o paciente para remover o produto com
sabonete líquido.
Laranja O.E....................0,7%
Etanol qsp......................100ml
Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio de
algodão ou gaze para complementar a limpeza e remover os últimos
resíduos de óleo antes da aplicação.
3. PROTETOR
Grevilline..............................................1%
Lavanda O.E.......................................0,5%
Filtro Solar FPS 30 100% físico qsp....60g
Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização doméstica do produto.
ATENÇÃO: TODA MANIPULAÇÃO SÓ PODERÁ SER FEITA POR FISIOTERAPEUTA, MÉDICO E BIOMÉDICO.
Fonte: MENEGAT, 2015.

Peeling de Jessner

É uma mistura de alfa e beta-hidroxiácidos com o resorcinol. É considerado um peeling


superficial. Essa solução deve ser fresca e armazenada em frasco de vidro castanho,
evitando-se a exposição solar e sempre com a tampa bem fechada. Se o composto não
estiver límpido e transparente, poderá causar manchas na pele e nas unhas. (BARQUET
et al., 2006)

Essa solução é composta de resorcina 14%, ácido salicílico 14%, ácido láctico 14%
diluído em etanol. Cria uma esfoliação uniforme, muito útil na hiperpigmentação senil,
aumentando o metabolismo epidérmico e removendo queranócitos sobrepostos. Sua
penetração é limitada. Sessões repetidas de esfoliação com esse composto melhoram o
desempenho das fibras colágenas. O processo esfoliativo é discreto e percebido até oito
ou dez dias após a aplicação. (GUERRA et al., 2013)

135
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

Tabela 25.

RESUMO SOLUÇÃO JESSNER


PROPRIEDADES
»» Queratolítico.
»» Estimula a proliferação de fibroblastos.
»» Reduz oleosidade cutânea.
»» Aumenta a penetração de outros agentes cosméticos.
»» Excelente perfil de segurança, podendo ser utilizado em todos os fototipos de pele.
»» Utilizado em combinação com outros agentes de peelings e aumenta a penetração do TCA.
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Acne. »» Inflamação ativa, dermatites ou infecções na área a ser tratada e
pacientes com deficiências na cicatrização. A terapia por isotretinoína
»» Desordens de hiperpigmentação.
deverá ser suspensa seis meses antes da aplicação.
»» Ceratose actínica.
»» Rugas finas.
»» Lentigens.
»» Melasma.
ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling durante 10-15 dias antes da aplicação do peeling.
»» Higienização com álcool 30-70ºGL por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar a Solução de Jessne, começando pelas bochechas, seguindo pelas áreas mediaislaterais, seguido de testa e queixo.
»» Não necessita neutralização. Após a aplicação ocorre a produção visível de um precipitado branco sobre a pele do paciente, que não pode ser
confundido com o frost.
»» A profundidade do peeling é dependente da quantidade de camadas que o produto é aplicado e da quantidade de frost que é formada durante a
aplicação.
»» Aplicar o agente fotoprotetor com ativos anti-inflamatórios.
VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Excelente perfil de segurança. »» Estudos demonstram toxicidade e alterações da tiroide pelo resorcinol.
»» Pode ser utilizado em todos os fototipos de pele. »» Instável quando exposto ao ar e a luz.
»» Eficácia substancial com tempo mínimo de recuperação. »» Ocorre maior esfoliação em alguns pacientes.
»» Aumenta a penetração do ATA.
Fonte: BARQUET et al., 2006.

Tabela 26.

ESQUEMA DE TRATAMENTO
1. HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido glicólico..............3% Ácido salicílico......................40%
Ácido .............................2% Etanol qsp.............................30ml
Ácido salicílico..............1% Aplicar sobre a face após a higienização.
Amisoft CS22.................10% Deixar agir por 6-8 horas. Orientar o paciente para remover o produto com
sabonete líquido.
Laranja O.E....................0,7%
Etanol qsp......................100ml
Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio de
algodão ou gaze para complementar a limpeza e remover os últimos
resíduos de óleo antes da aplicação.

136
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

3. PROTETOR
Grevilline..............................................1%
Lavanda O.E......................................0,5%
Filtro Solar FPS 30 100% físico qsp....60g
Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização doméstica do produto.
ATENÇÃO: TODA MANIPULAÇÃO SÓ PODERÁ SER FEITA POR FISIOTERAPEUTA, MÉDICO E BIOMÉDICO.
Fonte: MENEGAT, 2015.

»» Fórmula Jessner tradicional:

›› ácido salicílico 14%

›› ácido lático 14%

›› resorcinol 14% (resorcina)

»» Fórmula Jessner modificada:

›› ácido salicílico 17%

›› ácido lático 17%

›› ácido cítrico 8%

»» Contraindicação para o peeling de Jessner:

›› gravidez

›› amamentação

›› infecção ativa

›› ser um escoriador obsessivo

›› alergia ao resorcinol

Observação: uma das complicações desse procedimento é o salicilismo,


(náuseas, vômito, tonteira, produzidos pelo ácido salicílico) que pode ser evitado
ou diminuído por meio de uma rápida hidratação com líquidos via oral, razão
pela qual se solicita ao paciente que ingira em média oito copos de água no
primeiro dia.

137
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

Polihidroxiácidos – ácidos gluconolactona

Apresentam efeitos comparáveis aos AHAs, com a vantagem de não causarem irritação
na pele e possuírem ação hidratante e antioxidante. (BARQUET et al, 2006)

O mais importante e conhecido integrante dessa nova geração de hidroxiácidos é a


gluconolactona (poli-hidroxiácido G4), encontrada naturalmente na nossa pele. É um
nutriente que participa da via metabólica do açúcar em nível celular. Tal como outros
PHAs, a gluconolactona tem uma estrutura molecular diferenciada em relação aos
AHAs tradicionais. Apresentando múltiplos grupos hidroxila, o ácido glicólico tem um
único grupo hidroxila anexado em sua posição alfa. (GUERRA et al., 2013)

Essa diferença tem implicações importantes: espera-se que uma molécula maior
penetre na pele de forma mais lenta e gradual, sem causar reações indesejáveis, tais
como a queimação, ardência e a sensação de pequenas picadas, provocadas pelos AHAs
tradicionais. (BARQUET et al., 2006)

A presença desses múltiplos grupos hidroxila explica a forte propriedade umectante


desse ativo, uma vez que os grupos hidroxila podem atrair e fixar água. (GUERRA et
al., 2013)

Outra característica importante é que ela é antioxidante eficaz. Estudos recentes


realizados sugerem duas conclusões:

1. Em função de sua estrutura molecular única, a gluconolactona é um


tratamento suave e não irritante com menor incidência de efeitos
colaterais que outros agentes, tendo sido bem tolerada em peles sensíveis.
(BARQUET et al., 2006)

2. Essa suavidade não está associada a uma diminuição dos efeitos clínicos:
os PHAs oferecem benefícios clínicos e cosméticos significativos,
comparáveis com os efeitos obtidos com o ácido glicólico e outros AHAs
tradicionais. (BARQUET et al., 2006)

Essas considerações fazem ter um valor especial em formulações cosméticas e


dermatológicas para populações específicas:

»» Pacientes de diversas etnias.

»» Pacientes com acne rosácea.

»» Pacientes com dermatite atópica.

138
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

»» Pacientes com pele sensível.

»» Pacientes com comprometimento da barreira epidérmica: hiperqueratose,


ictiose, psoríase, infecções fúngicas.

»» Também pode ser utilizado sob a forma de loção, sabonete e tônico, em


pacientes que fazem uso de tratamento tópico ou sistêmico que ressecam
a pele e em formulações para uso antes e após tratamento com laser e
microdermoabrasão.

»» Formulações à base de gluconolactona em pele com rosácea e/ou


dermatite atópica:

›› Creme de limpeza - 1 % gluconolactona.

›› Tônico álcool free com 1% gluconolactona.

›› Creme hidratante FPS com 4% gluconolactona em pH 3.8.

Não irritantes, os PHAs podem melhorar a luminosidade da pele e reduzir visivelmente


os sinais de envelhecimento. Sem causar desconforto, podem ser usados nas áreas dos
olhos.

Recomenda-se em concentrações de 1 a 10% para uso doméstico e 20 a 30% em uso


consultório, uma vez por semana. (BARQUET et al., 2006)

Peeling enzimático

Enzimas são proteínas com atividade biocatalítica e proteases são enzimas que
hidrolisam proteínas, portanto as mais usadas em esfoliações cutâneas. (GUERRA et
al., 2013)

Esse tipo de peeling pode ser definido como sendo uma esfoliação realizada pela ação
de proteases sobre a camada córnea da pele, rica em queratina onde elas degradam
as proteínas tornando-as mais solúveis e facilitando assim a remoção das camadas
superficiais dos corneócitos. (GUERRA et al., 2013)

Bromelina e papaína

É uma mistura de enzimas: bromelina e papaína. É uma moderna abordagem para


esfoliação. A bromelina é capaz de quebrar proteínas indesejáveis, secretadas na pele.
Essas proteínas são transformadas em aminoácidos e, esses, facilmente eliminados.

139
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

A papaína hidrolisa proteínas, pectinas e também açúcares e lipídios. Possui propriedade


esfoliante e dosagem usual: 2%. Tem sua melhor eficácia com pH 6, e deve permanecer
na pele por cerca de 20min. (MONTEIRO; SILVA, 2009)

Bambu

Pó cristalino em forma de extrato seco, rico em sílica (77%) e sais minerais. Elimina as
células mortas e regenera a pele. Utilizado na concentração de 5% em gel creme, para
esfregaço. Produzido pela indústria LIBIOL.

Protocolo de aplicação peeling enzimático

»» Higienizar a pele.

»» Aplicar o produto.

»» Intercalar massagem durante dois minutos e descanso durante quatro


minutos (o calor corporal provocado pela massagem ativa o produto).

»» Retirar o produto e aplicar solução neutralizante.

»» Finalizar com loção calmante.

Outros tipos de peelings químicos mais utilizados


em pré-peeling ou home

Hidroquinona

Despigmentante mais tradicional. Contraindicado na gravidez. Fotossensível.


Concentração usual 2 a 10%. (YOKOMIZO et al., 2013)

Citotóxica, pois destrói a parede do melanócito quando usada em altas concentrações,


por mais de 60 dias, originando lesões brancas irreversíveis, denominadas lesões em
confete. (YOKOMIZO et al., 2013)

A hidroquinona, um composto fenólico, permanece como “gold standard” para


composição dos produtos clareadores de pele. Ela produz despigmentação não
definitiva, inibindo a oxidação enzimática da tirosina em 3,4-diidroxifenilalanina e de
outros processos metabólicos dos melanócitos.

Sua principal indicação é para o clareamento gradual de pele hiperpigmentada em


condições tais como melasma, sardas e lentigos senis.

140
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

Estudos mais recentes concluíram que existe outro composto também indicado para
o tratamento do melasma: o monometil éter da hidroquinona (MMEH). O MMEH é
também conhecido por mequinol – monometil éter da hidroquinona –, pertencente
também ao grupo da hidroquinona.

É um análogo químico mais potente, com resposta mais imediata e resultados definitivos.
(YOKOMIZO et al., 2013)

Outro grande benefício demonstrado pelo MMEH (monometil éter da hidroquinona)


foi a menor incidência de efeitos indesejáveis comuns ao MBEH (monobenzil éter da
hidroquinona). Os eritemas, ardor local transitório e o risco de ocronose exógena são
menos frequentes com MMEH (monometil éter da hidroquinona), comparando com
hidroquinona ou com MBEH.

O MMEH (monometil éter da hidroquinona) atua diretamente nos melanócitos


e sua formulação pode ser empregada associada a outros princípios ativos. Por sua
maior toxicidade e risco, o MBEH (monobenzil éter da hidroquinona) foi proibido na
Inglaterra para qualquer produto cosmético.

Segundo Murad o uso de peeling de ácido glicólico 50% no tratamento habitual


da hiperpigmentação com AHA e hidroquinona alcança excelentes resultados e
complicações mínimas. (CASTRO et al.,1997)

Ácido kójico

Produzido por fungos Aspergillus e Penicillium, do arroz. É um inibidor de tirosinase.


Em razão da sua estabilidade química pode ser associado a outros ativos sem perder
sua característica. Porém tem maior incidência de respostas alérgicas que outros ácidos
semelhantes. A terapia combinada do ácido glicólico + kójico foi comparada a associação
do glicólico + hidroquinona. (GUERRA et al., 2013)

Pode ser associado à AHAs, mas não ao VCPMG e ao arbutin. Utilizado na concentração
de 1%, uso diário. (GUERRA et al., 2013)

Ácido fítico

Inibe a tirosinase 0,5 a 2%. Não esfoliante, pode ser incorporado em gel, gel creme
e creme. Além de ser despigmentante, é hidratante e suaviza rugas finas, possui um
mecanismo semelhante ao da vitamina C. O que não acontece com o ácido kójico, nem
com a hidroquinona.

141
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

É encontrado, normalmente, nas sementes de plantas e nos grãos de alguns cereais do


tipo aveia, arroz, nozes, legumes, pólen e outros. Sua aplicação vem sendo largamente
utilizada por sua capacidade antioxidante. Em suas propriedades, concentra-se a maior
parte de sua ação para evitar o envelhecimento precoce. E vai além, hidrata e suaviza
as rugas finas. Tem a vantagem de agir também como anti-inflamatório. (YOKOMIZO
et al., 2013)

A grande capacidade de quelação do ácido fítico tornou-se eficaz no campo da


dermatocosmética, como um ativo excelente para inibir a tirosinase, enzima que atua na
produção de pigmentos da pele, substituindo com eficácia a hidroquinona, substância
clareadora largamente utilizada nas últimas décadas, porém citotóxica, pois destrói
a parede do melanócito quando usada em concentrações altas por períodos maiores
que 60 dias, originando lesões irreversíveis brancas, denominadas lesões em confete.
(GUERRA et al., 2013)

Outro efeito colateral da hidroquinona é a fotossensibilidade, irritação quando usada


em peles sensíveis e oxidação pelo próprio produto.

Demonstrou-se em pesquisas que o ácido fítico é um antioxidante específico da


espécie de oxigênio reativo. Se existem vários tipos de radicais livres, isso significa que
necessitamos diferentes tipos de antioxidantes, e não somente sob a forma de vitamina
C, E e A. (GUERRA et al., 2013)

Ele é altamente tolerado em peles sensíveis, comparado a outros agentes clareadores,


tipo hidroquinona. Quando associado ao ácido glicólico pode ser mais bem dosado
e aplicado em um número maior de pacientes, pois é muito bem tolerado em peles
sensíveis, sem que produza irritação, como acontece com o ácido retinoico. (YOKOMIZO
et al., 2013)

Pode então ser usado em peles sensíveis, pós-peelings químicos, dermoabrasão, fenol,
TCA, ou laser, nesses casos mais profundos, recomenda-se o uso após a terceira ou
quarta semana. (YOKOMIZO et al., 2013)

Na prática clínica a concentração ideal é ácido fítico 4%, vitamina C entre 10 a 20%
(desde que previamente estabilizada). (YOKOMIZO et al., 2013)

Nos pós-operatórios dos peelings por dermoabrasão mecânica, peelings químicos por
fenol ou TCA, ou nos lasers de CQ2 ou erbium-yag, mostrou o seu maior benefício
corrigindo sequelas, como hiperpigmentação pós-inflamatória, comuns a esses
tipos de peelings e também atuando como preventivo dessas lesões hipercrômicas
pós-inflamatórias, nesse caso, por seu uso na fase inflamatória aguda dos peelings

142
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

entre a terceira e quarta semana pós-peeling, reduzindo o processo inflamatório e


por consequência diminuindo a chance de formação de manchas hipercrômicas.
(YOKOMIZO et al., 2013).

Em lesões hipercrômicas, como as melanoses, manchas senis e outras, o ácido fítico


pode ser utilizado sob a forma de gel, gel creme, associado à vitamina C, de uso tópico,
sempre se associando ao ácido glicólico em concentrações de 4 a 10% (pH baixo).
(YOKOMIZO et al., 2013)

O ácido fítico ultrapassa a sua característica despigmentante apresentando a vantagem


de um mecanismo semelhante ao da vitamina C. Age também como antioxidante celular,
o que não acontece com o ácido kójico nem com a hidroquinona. Pode ser associado a
outros agentes antioxidantes como a vitamina E e A, betacaroteno, zinco e outros, sob
a forma de máscaras oclusivas aplicadas semanalmente e associadas ao uso diário da
vitamina C. Pode ser incorporado em géis, cremes e loções não iônicas. Não é agente de
esfoliação e a concentração usual é de 0,5 a 2%. (YOKOMIZO et al., 2013)

Vitamina C

A vitamina C apresenta importantes efeitos fisiológicos na pele, dentre os quais podem


ser citados: os que vão desde o crescimento, maturação das células, reparo e proteção
contra agentes nocivos à inibição da melanogênese, resultando no clareamento de
manchas na pele; a promoção da síntese de colágeno atuando como um cofator nas
reações de hidroxilação de prolina e lisina, que são importantes aminoácidos promotores
da formação da conformação de tripla-hélice das fibras de colágeno do tecido conjuntivo;
além disso, em função da conhecida propriedade antioxidante desse composto, destaca-se
a prevenção da formação de radicais livres que são os principais responsáveis pelos
efeitos prejudiciais das radiações solares, no envelhecimento cutâneo.

Entretanto, a administração tópica de vitamina C pode apresentar eficácia bastante


reduzida em virtude da sua instabilidade físico-química, quando em condições aeróbicas,
em exposição à luz, em altas temperaturas de armazenagem e em altos valores de pH.
Em soluções aquosas, oxida-se facilmente a ácido deidroascórbico e também a outros
produtos de degradação. (GUERRA et al., 2013)

A fim de superar esse problema de alta instabilidade, derivados lipofílicos e hidrofílicos


da vitamina C têm sido amplamente empregados em formulações tópicas. Também
conhecida como ácido ascórbico, tem a capacidade incontestável de eliminar os
radicais livres, é hidrossolúvel e não é sintetizada dentro do nosso organismo, ou seja,
precisamos de suplementação alimentar ou complexos vitamínicos.

143
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

Por estimular a síntese de colágeno, ela estimula o processo de cicatrização, e tem


importante participação no sistema de proteção contra os efeitos nocivos do cigarro e
da poluição sobre a pele.

Nos seres humanos a reserva natural de vitamina C é de aproximadamente 1.500 mg. Se


a reposição diária não ocorrer satisfatoriamente para as funções corporais, o organismo
extrairá da pele as suas necessidades, deixando-a vulnerável aos fenômenos descritos.

Sabe-se também que o estresse físico, mental e emocional aumenta ainda mais essa
demanda. Porém, o ponto negativo para se lidar com a vitamina C, é a sua deterioração
e instabilidade, durante o processo de manipulação. (YOKOMIZO et al., 2013).

A dermatocosmética, sabendo disso, elaborou um derivado estável do ácido ascórbico


chamado de “ascorbyl palmitate”, que viabiliza o uso da vitamina C de forma ativa em
cosméticos por um período mínimo de seis meses, o que é um grande avanço.

Quando associada 15% dela ao ácido glicólico a 4%, este irá potencializar a penetração do
ativo desejado. Esse derivado apresenta, em estudos comprovados, uma concentração
de 60 a 70 vezes maior que quando administrada por via oral, prolongando sua atividade
até 48 horas depois da sua aplicação. Para a área dos olhos a concentração ideal é 5%
puro. (MÊNE et al., 2007)

O “ascorbil palmitate” é indicado para:

»» peles envelhecidas;

»» desidratadas;

»» manchas senis;

»» flacidez de pele;

»» como coadjuvante residencial, nos peelings de ácido glicólico quinzenais.

Repeeling

Geralmente indicado após os peelings superficiais e de média profundidade.


Trata-se de uma nova aplicação do produto e deve ser realizada de acordo com
o tempo de cicatrização da pele de cada indivíduo, minimizando as chances de
complicações e uma descamação mais profunda.

144
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

Tabela 26.

TIPO DE PEELING FREQUÊNCIA


Muito superficiais Até uma vez por semana.
Superficiais A cada duas a seis semanas, dependendo da quantidade de necrose epidérmica
secundária.
Um peeling epidérmico de espessura total não deve ser repetido durante um período
menor do que seis semanas, enquanto que um de espessura epidérmica parcial pode
ser repetido em duas a três semanas.
De média profundidade A cada seis meses.
Fonte: MENEGAT, 2015.

Preparo da pele – pré-peeling

O preparo da pele por duas semanas antes do peeling é um dos conceitos mais
importantes da terapêutica por ácidos químicos.

Os objetivos são:

»» Reduzir o tempo de cicatrização pelo aceleramento do processo de


reepitelização.

»» Permitir a penetração mais homogênea do produto devido ao prévio


afinamento do estrato córneo.

»» Reduzir o risco de hipercromia de rebote ao se usar ativos despigmentantes


prévios.

»» Testar a sensibilidade do paciente ao produto que se quer utilizar, apesar


de ele não ser fidedigno, pois a dermatite de contato pode aparecer pelo
contato crônico ao produto.

Aplicação

A aplicação se faz conforme o objetivo a alcançar. Hoje a ANVISA proibiu o uso dos
pincéis, assim só podemos aplicar com cotonete (áreas pequenas), gaze (peles mais
grossas) ou com dedo protegido com luva.

Interromper o efeito do ácido assim que for visível a epiremia. Pode-se aplicar um
agente neutralizante específico ou com base de bicarbonato de sódio (1 a 10%), ou lavar
com água corrente em abundância.

»» Realização do Peeling

›› Suspender o uso de qualquer ácido residencial três dias antes da


aplicação no consultório.
145
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

›› Verificar se existem sinais de lesões pré-herpéticas.

›› Retirar a maquiagem.

›› Lavar o rosto com escova facial e sabonete de ácido glicólico a 10%.

›› Proteger as áreas de maior sensibilidade com neutralizador ou vaselina.

›› Aplicar o ácido na região a ser tratada, iniciando pelas áreas menos


sensíveis do paciente.

›› Acompanhar a penetração do ácido pelo eritema que ele irá


proporcionar. Não se prender a tempo didático. Cada paciente é único.

›› Observação: o aparecimento de frost (pontos brancos) significa que


houve uma penetração inadequada do produto.

›› Retire o produto somente com água corrente em abundância, sem


esfregar o local.

›› Caso a pele fique muito sensível, realize compressas com soro fisiológico
gelado ou chá de camomila gelado. Nunca aplique máscara calmante.

›› Orientação quanto aos produtos que devem ser de uso residencial.

›› Por três dias não aplicar nenhum cosmético de revitalização, (de uso
residencial), somente um leve hidratante (Sensicalmine 3,0%) e filtro
solar.

›› Após esse período reiniciar o produto que contenha o ácido residencial.

›› Alertar o paciente que poderá haver uma leve descamação.

›› Aplicar o filtro solar e liberar o paciente (entre os itens 10 e 13, esse


tempo é necessário para observar o eritema residual que irá ocorrer).

Pós-peeling imediato

Durante dois ou três dias após a aplicação, é prudente utilizar hidratantes específicos
ao tipo de pele, filtro solar adequado UVA e UVB (deverão ser usados durante todo o
tratamento com muita responsabilidade). Não utilizar nenhum produto que contenha
ácido, nem tampouco a escova facial. Lavar e secar a face com delicadeza sem esfregar,
não forçar a remoção das crostas.

146
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

Se durante a aplicação ocorrer à formação de frost, congelamento, mancha branca, pode


significar uma lesão da junção dermoepidérmica com consequente formação de crostas
de dois a três dias. As crostas quando eliminadas podem deixar uma lesão inflamatória
residual que deve ser tratada para que não deixe cicatrizes. Se houver uma hipercromia
no local, deve-se tratar com despigmentantes residenciais. Recomenda-se o uso de
pomada ou creme de hidrocortisona a 1 ou 2% por somente três a quatro dias. Também
é recomendado, e com muito sucesso, pomada de própolis a 10%, diariamente, sobre o
local já no primeiro dia pós-peeling.

Após três dias inicia-se o tratamento domiciliar de acordo com o tratamento proposto
(clareamento, acne, rejuvenescimento etc.). O ácido deve ser aplicado somente à noite
em concentrações compatíveis com o uso domiciliar.

Ácidos mais usados

Tabela 27.

ÁCIDO AÇÃO
Glicólico Despigmentante, hidratante e queratolítico.
Retinoico Queratolítico e esfoliante.
Mandélico Renovador celular e clareador.
Glicirrízico Anti-inflamatório e antialérgico.
Hialurônico Hidratante, regenerador, restaurador dos tecidos.
Salicílico Queratolítico e antifúngico.
***Hidroquinona Despigmentante.
Azeláico Antiacneico e despigmentante.
Kójico Despigmentante e anti-irritativo.
TCA – Tricloroacético Cáustico e vesicante.
Alfa lipoico Antioxidante.
Benzoico Fungistático e antisséptico.
Fítico Despigmentante.

*** não é um ácido, contudo é destaque na categoria

Fonte: MENEGAT, 2015.

Como escolher o melhor ácido x distúrbios

Tabela 28.

»» Ácido salicílico 10%


»» Ácido retinoico 5%
ACNE GRAU I
»» Ácido glicólico 50%
»» Peeling combinados

147
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

»» Ácido salicílico 10%


»» Ácido retinoico 5%
ACNE INFLAMATÓRIA »» Ácido glicólico 50%
»» Ácido mandélico 30%
»» Peeling combinados
»» Ácido salicílico 10%
»» Ácido retinoico 5%
ACNE SEVERA NÓDULO CÍSTICA
»» Ácido mandélico 30%
»» Peeling combinados
»» Ácido salicílico 10%
»» Ácido retinoico 5%
FOTOENVELHECIMENTO »» Ácido mandélico 30%
»» Gluconolactona 20%
»» Peeling combinados
»» Ácido salicílico 10%
»» Ácido retinoico 5%
»» Ácido glicólico 50%
MANCHAS HIPERCRÔMICAS »» Resorcina 10%
»» Ácido mandélico 30%
»» Gluconolactona 20%
»» Peeling combinados
Fonte: MENEGAT, 2015.

Complicações do peeling químico

A melhor forma de minimizar complicações relacionadas com o peeling seria evitá-lo


nos pacientes de risco, como os seguintes:

»» História de má cicatrização de lesões e formação de queloide.

»» História de hiperpigmentação pós-inflamatória.

»» Pacientes que não querem ou não podem deixar de expor-se ao sol.

»» Pacientes que não obedecem às instruções.

»» História de pele extremamente sensível que fica irritada com facilidade,


com o uso da maioria dos produtos cosméticos.

»» Pacientes portadores do vírus HIV.

»» Indivíduos com pele Tipo IV-VI (FITZPATRICK). Observar o ácido a ser


usado.

148
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

»» Pacientes em uso de isotretinoina ou que fizeram o seu uso em intervalo


menor que um ano. Pacientes com doenças cardíaca, hepática ou renal
severas.

Quando os procedimentos forem realizados, por meio do preparo pré-peeling, e


seguidas todas as recomendações pós-peeling, as complicações poderão ser mínimas.
Principalmente se for observada a foto proteção. (CUNHA, 2014)

Eritema

Pela ativação da microcirculação dos capilares superficiais, ele pode ocorrer em alguns
pontos ou em toda a extensão da pele exposta ao princípio ativo. Evitar máscaras
calmantes, pois ela impediria o efeito desejado do produto; aplicar somente compressas
frias de soro fisiológico ou água. (CUNHA, 2014)

Edema

Consequência do eritema intenso; se necessário, aplicar dexametasona a 0,01% sob a


forma de creme. (CUNHA, 2014)

Frost

Epidermólise devido à coagulação proteica, a pele fica esbranquiçada e em relevo,


informar ao paciente que essa crosta sairá por si só e que não deve ser removida, pois
poderá ocasionar hiperpigmentação no local. (CUNHA, 2014)

Hiperpigmentação pós-peeling

Somente surgirá se a pele for exposta ao sol nas primeiras semanas. Trata-se de uma
mancha epidérmica, porém contornável com despigmentantes de uso continuo, seguido
de um novo peeling. Embora possa ocorrer após qualquer tipo de peeling, observa-se
que o tipo de pele é fator determinante. Pessoas com pele clara (FITZPATRICK I-III)
apresentaram menos complicações. Pessoas com pele Tipo V (FITZPATRICK), com
descendência oriental, latina ou indiana desenvolvem mais alterações pigmentares
difusas, após peeling, com quaisquer agentes esfoliantes, que outros tipos de pele.
Pessoas com pele Tipo IV (FITZPATRICK) podem ser submetidas a peelings desde que
sejam observadas as linhas de demarcação entre a região esfoliada e não submetida
a esse procedimento, por exemplo, face e região cervical. Pacientes com pele Tipo
VI (FITZPATRICK) podem ser submetidas a peelings por agentes não fenólicos e

149
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

desenvolver hiperpigmentação por 18 a 24 meses após essa técnica. Outro fator


determinante dessa complicação seria se a pele foi preparada para esse procedimento.
É preconizado o uso de ácido retinoico e hidroquinona duas a três semanas antes do
peeling. Foi constatado que a gravidez, exposição ao sol, o uso de anticoncepcionais
orais, estrógenos, exógenos e drogas fotossensibilizantes seis meses após o peeling,
podem ocasionar hiperpigmentação. (CUNHA, 2014)

Hiperpigmentação pós-inflamatória

É uma condição em que uma resposta inflamatória da pele leva ao desenvolvimento de


hiperpigmentação subsequente, mais associada a pacientes de pele escura.

Pode desenvolver-se em quatro ou cinco dias após um peeling, ou até dois meses
depois. Está relacionada com uma tendência de algumas pacientes que apresentam
hiperpigmentação por causa do traumatismo mínimo ou picadas de inseto, portanto,
deve-se questionar com as pacientes essa tendência previamente ao peeling.
(CUNHA, 2014)

Cicatriz

É uma complicação que, quando acontece, é catastrófica. Ocorre mais frequentemente,


após o ácido tricloroacético (TCA) a 50%, que é mais cáustico que o fenol. Os locais
mais acometidos são os lábios, mento, malar, região perioral e a mímica facial.

Curativos constritivos, ritidectomia prévia e excessiva mastigação ou verbalização são


fatores de risco hipotéticos. Pacientes de pele escura e história familiar prévia de cicatriz
hipertrófica são outros fatores predisponentes.

Usualmente, a cicatriz ocorre até três meses pós-peeling. A utilização de corantes


ou permanentes, no couro cabeludo, na semana prévia a um peeling de fenol pode
ocasionar cicatriz.

O dorso das mãos, antebraços, braços e região cervical são também mais acometidos
pela cicatriz; nesses casos a preferência é pelos peelings superficiais. Uso precedente de
isotretinoina, peelings e dermoabrasões prévias são fatores de risco. O intervalo entre
esses procedimentos e o peeling deve ser de seis meses; já com a isotretinoina o intervalo
deve ser de, pelo menos, um ano. É inegável que outros fatores ainda desconhecidos são
responsáveis pelo surgimento de cicatriz pós-peeling.

A fibrose é uma complicação incomum do peeling químico. Parece ter relação direta
com a profundidade da própria descamação.

150
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

Peelings reticulares são muito mais propensos a causar fibrose que os papilares. Uma
descamação intradérmica nunca deixa cicatriz. Muitos casos de fibrose são secundários
a outra complicação, como infecção, descamação prematura ou traumatismo no novo
tecido. (CUNHA, 2014)

Hipopigmentação

Surge quando a pele foi mal preparada. Um novo peeling pode reverter esse processo.
Ocorre uma estase temporária ou permanente na produção de melanina. Segundo
Rubin (Manual of Chemical Peels,1995), qualquer agente que possa causar verdadeira
esfoliação poderá clarear a pele. Contudo, o clareamento é transitório, pois a formação
de melanina é contínua. À medida que o nível da descamação se aprofunda, a
hipopigmentação aumenta.

Caso se remova a espessura total da epiderme, o paciente apresentará alguma


hipopigmentação por dois ou três meses; então seria o tempo necessário para que
ocorra a repovoação de melanócitos na nova epiderme, ocasionando uma cor normal.
O peeling dérmico reticular, com qualquer agente esfoliante, sempre causa alguma
hipopigmentação permanente, devido à destruição de melanócitos. Portanto, em
peelings mais profundos, a repigmentação da pele descamada pode levar até três anos
para atingir seu nível máximo. Em 1980, evidenciaram-se 13% de hipopigmentação em
pesquisa realizada com 588 cirurgiões plásticos que realizavam peeling com fenol.
A hipopigmentação é proporcional ao fenol aplicado.

Esse agente esfoliante produz hipopigmentação e não despigmentação, em realidade


não se observou diminuição do número de melanócitos, mas seu ligeiro aumento.
Eles sintetizam melanina e a distribuem para células epidérmicas. (CUNHA, 2014)

Infecção

As infecções associadas aos peelings são infrequentes. A incidência de infecções aumenta


com a profundidade do peeling. Isso ocorre porque as descamações que formam
crostas são mais propensas à colonização de bactérias. Foi constatado que, se ocorrer
uma higiene eficaz no pós-peeling (por exemplo, água corrente, PV PI, clorexidina), as
infecções serão raras.

Vários microrganismos podem causar infecções associadas aos peelings:

» » Patógenos bacterianos incomuns: espécies de Stafilococos e


Streptococos.

151
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

»» Patógenos bacterianos incomuns: espécies de Pseudomonas e


Enterobacter.

Herpes simples

Cândida sp.

As manifestações de infecções precoces com quaisquer desses micro-organismos podem


ser semelhantes. Portanto deve-se fazer uma cultura bacteriana de qualquer área
suspeita. A coloração de GRAM pode proporcionar uma informação útil rapidamente.

Os curativos oclusivos podem promover uma foliculite, onde pode ocorrer infecção por
Streptococos ou Stafilococos. As infecções por Pseudomonas ocorrem repentinamente;
acredita-se que acontecem quando o paciente entra em contato com animais, adquire
uma infecção hospitalar, quando a barreira da pele é removida ou pela falta de cuidados
durante a cicatrização. O herpes simples pode ser ativado pelo peeling. Uma dor
inesperada, no pós-peeling, pode refletir o aparecimento da infecção viral. Pacientes
com história positiva devem ser tratados profilaticamente com antivirais. A cicatriz
decorrente dessa infecção é rara. (CUNHA, 2014)

Milia

A milia surge como parte do processo de cicatrização. É mais comum após a dermoabrasão
do que após o peeling. Os cuidados pós-peeling profundo podem ocasioná-la devido à
oclusão das unidades pilo sebáceas com unguentos. Pacientes com pele oleosa são de
maior risco, mas isso não está totalmente esclarecido. (CUNHA, 2014)

Eritemas persistentes

São aqueles que persistem por um ou dois dias pós-peeling. Se necessário, aplicar
máscaras com dexametasona 0,01 %, compressas geladas, que promovam a
vasoconstrição. Pode-se complementar o tratamento com vitamina K1 à noite. Porém,
em peelings mais profundos usualmente desaparecem entre 30 e 90 dias após o peeling,
dependendo do agente esfoliante, usualmente após 30 dias no peeling superficial
(médico), 60 dias após o peeling médio e 90 dias após o peeling de fenol. Entretanto,
os pacientes apresentam variações com relação ao tempo de duração, especialmente se
estão em uso de tretinoína. O uso de isotretinoína prévio, fatores genéticos e o uso de
bebidas alcoólicas podem interferir nessa complicação. Áreas de eritema persistente
três semanas após um peeling devem ser vistas como precursores definitivos de fibrose e
precisam ser tratadas de maneira enérgica. Em geral, essas áreas são vermelho-escuras

152
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

ou vermelho-purpúreas, ao contrário das vermelho-brilhantes vistas inicialmente após


um peeling. (CUNHA, 2014)

Atrofia

Pode ocorrer após múltiplos peelings, mas não é vista após peelings superficiais ou
médios múltiplos do ácido tricloroacético. Pode ocorrer, também, após o uso de um
agente que agrida profundamente a pele sensível e fina; neste caso, por exemplo, a
região periorbital após um peeling de fenol. A pele não está atrófica histologicamente
após o peeling. (CUNHA, 2014)

Alterações da textura da pele

O alargamento dos poros pode ocorrer, no peeling, devido à remoção do estrato córneo,
mas é aparentemente temporário. (CUNHA, 2014)

Acne

O estímulo do ácido pode desencadear o surgimento de novas erupções, porém é


relativamente normal, e com o passar das sessões esse efeito irá diminuir. Podem-se
associar agentes bactericidas ou secativos. (CUNHA, 2014)

Sensibilidade ao frio

Ocorre, com frequência durante o uso do ácido retionoico e após peeling médio de
laser com ou sem o ácido tricloroacético. Apresenta-se como edema ou urticária
em locais próximos ou em média distância da área esfoliada, por curtos períodos
de tempo. Ardência local, prurido e sensibilidade exarcebada podem se relatadas,
associadas à sensação de queimação ou cefaleia, e esta pode persistir por algumas
horas pós-peeling. A realização de testes (Cryopatch) não é garantida, devido à raridade
dessa complicação. (CUNHA, 2014)

Contraindicações

Absolutas:

»» cicatrizes recentes;

»» período pós-operatório imediato de peelings profundos;

»» lesões ativas de herpes zoster;

153
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

»» processos carcinogênicos;

»» qualquer alteração orgânica significativa.

Relativas:

»» peles altamente sensíveis;

»» presença de eritema proveniente de uso agressivo do ácido retinoico em


altas concentrações;

»» esfoliante do tipo resorcina;

»» ácido salicílico e outros;

»» eritema solar;

»» depilação com uso de cera quente;

»» uso de medicações irritantes nas 48h que antecedem o peeling.

A melhor forma de minimizar complicações relacionadas com o peeling seria não


realizar ou realizar com muita cautela nos seguintes pacientes de risco:

»» Histórico de má cicatrização de lesões e formação de queloides.

»» Histórico de hiperpigmentação pós-inflamatória.

»» Pacientes que não querem ou não podem deixar de expor-se ao sol.

»» Pacientes que não obedecem às instruções.

»» Histórico de pele extremamente sensível que se irrita com facilidade até


mesmo com uso de cosméticos.

»» Pacientes portadores de HIV sem controle mensal.

»» Pacientes com grandes recidivas de herpes simples.

»» Fototipos IV a V.

»» Pacientes que usam ou usaram isotretinoína em um intrevalo menor que


um ano e meio.

»» Pacientes com doenças cardíacas, renais ou hepáticas severas.

»» Pacientes com patologias oncológicas.

154
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

Formulações magistrais para peeling

Ácido glicólico

Principal veículo: solução aquosa, gel.

Indicação: peeling.

Modo de usar: em consultório.

Intervalo das sessões: semanal ou quinzenal.

Concentrações:

»» 30% - pH 1,8.

»» 50% - pH 1,8.

»» 70% - pH 1,8.

Estes pHs seriam os ideais, mas devem variar conforme a tecnologia da farmácia em
estabilizar o produto.

Observar a alteração de coloração e ardor.

Remover quando o paciente referir ardor e se observar leve eritema (máximo 5 min).

Ácido glicólico 40% + resorcina 10% + ácido


salicílico 10%

Excelente para peles oleosas e acneicas

Principal veículo: gel.

Modo de usar: em consultório.

Intervalo das sessões: quinzenal.

pH o mais baixo que se consiga estabilizar: (1,8 pH).

Remover quando o paciente referir ardor e se observar leve eritema (máximo 5 min).

Ácido mandélico de 20 a 50%

pH 2,0 A 3,0

Principal veículo: gel e solução gelificante.

155
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

Intervalo das sessões: semanal ou quinzenal.

Retirar quando perceber hiperimia ou ardor do paciente. Lavar com água abundante
(máximo 5 min).

Ácido glicólico 20% + ácido kójico 10%

pH o mais próximo de 1,8.

Indicado para peles com manchas hipercrômicas.

Aplicação em consultório: quinzenal.

Remover quando o paciente referir ardor e se observar leve eritema (máximo 5 min).

Ácido kójico: ácido orgânico obtido pela fermentação do arroz. Excelente clareador e
renovador celular.

Pasta de ácido glicólico 18%

Ph 3,0.

Uso em consultório para remover a oleosidade e o extrato córneo, efeito queratolítico,


condiciona a pele para as extrações.

Principal veículo: creme.

Aplicar por quatro a sete minutos, porém deve-se observar a hiperimia ou ardor do
paciente, retirar e neutralizar com água abundante.

Número de sessões podem variar de duas a seis. Com intervalos semanais ou quinzenais.

Ácido glicólico 30% + ácido lactico 15%

pH 3.5.

Principal veículo: gel fluido.

Uso em consultório: para remover o estrato córneo e aumentar a hidratação.

Aplicar por quatro a sete minutos, porém deve-se observar a hiperimia ou ardor do
paciente, retirar e neutralizar com água abundante. Com intervalos semanais ou
quinzenais.

156
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

Ácido glicólico 30% + ácido málico 4% + ácido


láctico 15%

pH 3,5

Principal veículo: gel fluido Qsp.

Ácido málico: ácido orgânico obtido por meio da biotecnologia, presente em alguns
frutos como a maçã verde e a pera. Hidratante, regenerador da epiderme, esfoliante
e antienvelhecimento. Aplicar por quatro a sete minutos, porém deve-se observar
a hiperimia ou ardor do paciente, retirar e neutralizar com água abundante. Com
intervalos semanais ou quinzenais.

Ácido mandélico 20% + ácido salicílico 10%

pH 2,5

Principal veículo: gel fluído Qsp.

Aplicar por um a dois minutos, porém deve-se observar a hiperimia ou ardor do paciente,
retirar e neutralizar com água abundante. Com intervalos semanais ou quinzenais.

Ácido láctico: ácido orgânico incolor e xaroposo, que exerce importante função
metabólica. Obtido pela fermentação da lactose, excelente propriedade hidratante.

Ácido mandélico 20% a 50%

pH 2,5.

Principal veículo: gel.

Aplicar sob a forma de máscara, em consultório.

Frequência: semanal ou quinzenal. Deixar agir por três a cinco minutos, ou conforme
hiperimia ou ardor do paciente.

Indicação: pele fotoenvelhecida, hiperpigmentada, acneica. Remover com água


abundante.

Peeling enzimático

Bromelina 2%...: quebra proteína (filigrina).

Papaína 2%...: hidrolisa proteínas, pectinas, açúcares e lipídios.

157
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

Propriedades esfoliantes.

Procedimento semanal.

Deixe agir por aproximadamente dez minutos. Observar hiperemia e ardência. Esfregar
como gomagem.

Se o veículo for gomagem, deixar agir por 20 min.

Gel ou gel creme gomagem Qsp... 50 g.

Solução de Jessner

É preferível manipular sob a forma gel fluido apesar de a forma consagrada ser a líquida.

Resorcina...14%.

Ácido salicílico. 14%.

Ácido lático (85%) 14%.

Álcool 95% QSP... 100 ml ou a critério.

Ácido retinoico

Ácido Retinoico 1% a 5 % a critério.

Principal veículo: gel QSP... 30 ml ou a critério.

Aplicações quinzenais ou semanais (dependendo da espessura da pele) até quatro horas


de exposição.

Indicações: acne, seborreia, manchas solares, rugas finas, linhas de expressão e estrias.

Ácido salicílico

Ácido salicílico de 2% até 10% para uso em consultório.

Principal veículo: álcool 95% Qsp 30 ml ou a critério.

Indicações: acne comediana, seborreia da pele.

Aplicações semanais até sete minutos, lavar em água corrente.

158
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

Antes da aplicação, a pele deverá ser desengordurada com solução alcoólica, (álcool
PA). Após o peeling deverão ser realizadas compressas frias de soro fisiológico para
acalmar a ardência da pele.

Ação queratoplástica até 2%, e acima de 2% ação queratolítica.

Usado em hiperqueratoses, em concentrações até 10%.

Polihidroxiácido g4 / pahas gluconolactona

Uso residencial:

»» gel de limpeza e tônico com 1% de gluconolactona;

»» hidratante diurno com 4% de gluconolactona;

»» creme noturno com 8% de gluconolactona;

Em uso consultório: 20 a 30% em gel fluido uma vez na semana, aplicar durante 20 a
30 min, ou conforme a sensibilidade do paciente, lavar com água abundante.

Pós-peeling: spray hidratante e anti-inflamatório

Hidroviton...................................................10%.

Renovhyal.....................................................1%.

Grevelline......................................................2%.

Gel de Aristoflex 0,6% qsp.......................120ml.

Borrifar sobre a face quatro vezes ao dia.

Peeling físico

Provoca a esfoliação da pele utilizando cristais de hidróxido de alumínio (peeling de


cristal), ou usando uma caneta com ponta de lixa diamantada (peeling de diamante,
dermoabrasão). O processo repetitivo de esfoliação funciona como uma lixa, que
retira as células mortas e estimula o colágeno. Pode ser utilizado no corpo e na face.
(SAMPAIO, 2000)

159
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

Microdermoabrasão

O peeling de cristal, ou “lunch peeling”, como é conhecido nos EUA, é um método italiano
que utiliza um aparelho que lança sobre a pele microcristais de óxido de alumínio, que
causam uma microabrasão sobre a pele. São inúmeras as suas indicações, que tem
por base o incremento da mitose celular fisiológica, afinamento do tecido epitelial,
clareamento das camadas da epiderme, foliculite, atenuação e prevenção de estrias.
(SAMPAIO, 2000)

O atendimento se dá por meio de um equipamento gerador de pressão negativa


e pressão positiva simultâneas, em que são utilizados microgrânulos de óxido de
alumínio, jateados pela pressão positiva sobre a superfície cutânea, uma velocidade
passível de controle, provocando erosão nas camadas da epiderme sendo, ao mesmo
tempo, sugados pela pressão negativa – tanto os resquícios de microcristais como
células córneas em disjunção. (BAUMANN, 2004)

Ainda nessa categoria temos o peeling de diamante, que utiliza uma ponteira
diamantada, somente com pressão negativa, causando sensação de lixamento, que é
efetuado por meio de movimentos executados pelo fisioterapeuta. As ponteiras devem
ser descartáveis, já que elas se mantêm contato direto com a pele, também devem ser
transparentes, preferencialmente, possibilitando a visualização da erosão cutânea
desejada. (BAUMANN, 2004)

É indicado para:

»» Pré-cirurgia plástica: de grande importância no afinamento do tecido


epitelial, aumentando a qualidade da elasticidade e hidratação do tecido
pelo incremento da síntese proteica.

»» Pré-tratamento de revitalização: diminuição da impedância da pele,


incremento ao aporte sanguíneo, afinamento dos corneócitos, permitindo
a passagem e a penetração de determinados ativos indicados, dando
ênfase a uma das principais funções da pele que é a absorção/permeação.

»» Rugas finas: conhecida nos EUA como efeito “lunch peel” (peeling da hora
do almoço), devido ao tempo utilizado, cerca de 30 minutos, promovendo
o afinamento do tecido epitelial, melhora da neovascularização com
aumento considerado da colagenese.

»» Peles lipídicas: diminui o calibre dos óstios, controlando o processo de


exacerbação sebácea e possível manifestação acneiforme.

160
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

»» Discromias: difusas, circunscritas e fotoenvelhecimento. Promove o


clareamento epitelial, pela ação esfoliativa sobre a camada córnea da
epiderme; exerce ação de incremento local em casos de hipopigmentação,
induzindo a formação melânica; atua como agente de adsorção da
melanina pré-formulada na epiderme.

»» Sequelas de acne: permite o nivelamento tecidual, pelo lixamento


de suas extremidades e incremento proteico na região depressiva. O
resultado é a sensação de uma pele renovada, visivelmente mais delgada
e suave ao tato.

»» Foliculite: favorece a diminuição do excesso de células compactadas e


queratinizadas da capa córnea da epiderme, permitindo a expulsão do
filamento derivado do folículo piloso.

»» Hiperqueratose: descompactação das camadas superficiais da


epiderme com afinamento do tecido epitelial.

»» Estrias: promove uma lesão local induzida a uma regeneração do tecido


acometido pela estria, proporcionando um aumento na síntese proteica
pelo estímulo dos fibroblastos, permitindo uma neovascularização.

A microdermoabrasão pode ser realizada por gestantes, tendo contraindicação somente


em indivíduos com lesões de pele. (SAMPAIO, 2000)

Microdermoabrasão com cristais

É uma técnica de esfoliamento não cirúrgico que consiste na projeção sobre a pele de
microcristais de hidróxido de alumínio quimicamente inertes. Utiliza-se de equipamento
que permite a regulação dos níveis de esfoliamento sob pressão assistida. (BAUMANN,
2004)

Passo a passo do peeling de cristal

»» Para começar o tratamento, a pele deve estar bem limpa. É aplicado um


gel de limpeza facial para retirar todas as impurezas e maquiagem da
pele.

»» Para tirar a oleosidade, é passada uma loção adstringente com algodão.

»» Com os olhos protegidos inicia-se a aplicação do peeling com movimentos


de vai e vem sobre o rosto. O grau de pressão que é aplicado pelo aparelho

161
UNIDADE II │ PEELING QUÍMICO E MECÂNICO

contra a pele, pode ser superficial, médio ou profundo, dependendo do


tratamento que foi indicado.

»» Com o próprio aparelho são retirados os cristais que ficaram na pele.

»» Passa-se uma loção tônica para retirar o que sobrou do produto e, para
finalizar, se faz o uso do protetor solar que é aconselhável a todos os tipos
de pele.

Microdermoabrasão diamond TIP (Peeling de


diamante)

Método de “lixamento” da pele que utiliza ponteiras diamantadas conectadas à sucção,


que elimina a camada superficial da pele. Técnica realizada sem uso de anestésico, e
de recuperação rápida. Indicado no tratamento de pequenas rugas e sequelas de acne.
Assim como o peeling existem as máscaras faciais que, normalmente, apostam no efeito
tensor imediato, disfarçando temporariamente as linhas de expressão. Mas também há
fórmulas que combatem a ação dos radicais livres e aquelas com difusores óticos, que
rebatem a incidência da luz, camuflando os sinais do tempo. (BAUMANN, 2004)

Cada máscara tem sua ação específica como:

»» Ação nutritiva: deve conter vitaminas e minerais em sua formulação.

»» Ação hidratante: precisa ser formulada com potássio ou cristais de


oliva.

»» Ação limpadora: formulada com argilas e ácidos específicos, como


lático e glicólico.

»» Ação anti-idade: deve conter peptídeos, proteínas e aminoácidos.

»» Ação clareadora: precisa oferecer vitamina C, ácidos específicos como


o mandélico, extrato de folha de uva.

»» Ação firmadora: os melhores ativos são as argilas e os peptídeos.

Passo a passo do peeling de diamante

»» É aplicado um gel de limpeza facial para tirar todas as impurezas e


maquiagem da pele.

»» Para tirar a oleosidade, é passada uma loção adstringente com algodão.

162
PEELING QUÍMICO E MECÂNICO │ UNIDADE II

»» Escolhe-se qual ponteira será usada (depende do grau de profundidade


que vai ser aplicado na pele).

»» Passa-se a ponteira por todo o rosto, provocando uma esfoliação e sucção


de células mortas.

»» Passa-se uma loção tônica para retirar o que sobrou do produto e, para
finalizar, o protetor solar que é aconselhável a todos os tipos de pele.

163
Para (não) Finalizar

O conteúdo dessa disciplina, Peeling Químico, Mecânico e Introdução à Cosmetologia


aplicada à Biomedicina Estética, é muito extenso em relação às informações para um
excelente atendimento e à prática que ele requer. Com base nisso, é necessário não
só o conhecimento teórico que se obteve aqui, mas também é primordial que, depois
dessa especialização, se procure cursos práticos/aprimoramentos para que sejam
aperfeiçoadas as devidas técnicas a partir do conhecimento adquirido, a fim de se
tornar um profissional qualificado. O conhecimento precisa ser renovado e ampliado
constantemente, já que a pesquisa avança a cada dia; por esse motivo, nunca pare de
ler, estudar e se aprimorar em novas técnicas. Quero que me tenham mais que uma
professora que lecionou um módulo, uma professora para vida toda, contem sempre
comigo para qualquer coisa que precisarem, adoro poder ajudar, sempre.

164
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