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DIREITO COMERCIAL - III
7. EXECUÇÃO SINGULAR.
NORMA JURÍDICA: estabelece a relação de fazer ou deixar de fazer algo. Ela pode ser de duas
naturezas:
- Genérica: trata dos assuntos da relação jurídica;
- Abstrata: aquela que se distância dos casos concretos.
LEI: tratam dos assuntos a que se destinam de maneira genérica da relação jurídica, são detalhes, só
possui eficácia após ser aprovada pelo Congresso Nacional.
DIREITO POSITIVO: este permanece distante dos casos concretos, tratando os mesmos de maneira
genérica.
1. - EXEMPLO
(Execução Singular)
O Contrato de Compra e Venda foi celebrado pelas partes, através de uma DUPLICATA
MERCANTIL (aceita pelo devedor sem nenhum tipo de problema) - seu vencimento ocorreu no dia
16/08 - e a mesma não foi paga pelo devedor, surgindo então para o credor o Direito Subjetivo (exigir o
cumprimento da obrigação através de uma ação), tentando receber o dinheiro o credor procura o
devedor mas não obtém êxito - para esse credor surge o Direito Subjetivo Público (exigir judicialmente
o cumprimento da obrigação). O credor individual, ele promoverá a Execução Singular.
A Execução Singular é promovida pelo credor individual - para ser levada a efeito, tem a necessidade
de ser elaborada por uma pessoa que possua capacidade postulatória (Advogado), que promoverá um
Requerimento, com um determinado objetivo.
O Requerimento, consiste na Citação (convocação feita para que o devedor ofereça a sua defesa)
que é feita ao devedor para que ele: pague; deposite ou ofereça bens à penhora - para que a obrigação
possa der satisfeita. O objetivo da Citação é que o devedor promova através de um dos meios acima
citados o cumprimento da obrigação.
BENS À PENHORA: patrimônio do devedor - com a venda desse patrimônio, obtendo-se o produto
(dinheiro), o devedor poderá, satisfazer a exigência do credor que é o cumprimento da obrigação - caso
o devedor não oferecer os bens à penhora, tendo conhecimento dos mesmos o próprio credor poderá
indicá-los.
* após instalado o Direito Subjetivo Público, o credor deve respeitar os trâmites judiciais, para
que assim possa ver cumprido seu pedido.
2. - EXEMPLO
(Execução Coletiva)
EXECUÇÃO COLETIVA: o que se busca nesse caso é uma solução coletiva dos créditos
estabelecendo-se uma igualdade entre os credores. Solução Coletiva = igualdade - “Par Conditio
Creditorum”.
art. 20 do CC: “As pessoas jurídicas tem existência distinta da dos seus membros”.
1. O COMERCIANTE, CONCEITO.
4. FALÊNCIA DO ESPÓLIO.
4.1. PATRIMÔNIO AFETADO.
4.2. POSIÇÃO DOS HERDEIROS.
5. OS PROIBIDOS DE COMERCIAR.
Devedores Civis
Prestadoras de Serviços => Insolvência Civil
Pessoas naturais
COMERCIANTE: quem pratica atos do comércio (só existe quando a circulação for de bens materiais
= Produção/Circulação). - Legalmente Estabelecido = Lucro. - Habitualidade. - Registro do Comércio.
* O comerciante se caracteriza por fazer a circulação dos bens materiais, mesmo sem registro - nesse
caso ele é chamado de Comerciante de Fato;
* Não é o registro que torna o indivíduo comerciante, mas sim a Habitualidade - o registro só declara o
indivíduo como comerciante - Registro = Declaração - “Juris Tantum”.
* Se o Espólio não tiver bens suficientes para o pagamento singular, far-se-á a execução coletiva do
espólio do falecido - se não for suficiente não será afetado o patrimônio dos herdeiros - a execução
coletiva só alcança o Espólio do falecido.
3. EXIGIBILIDADE E IMPONTUALIDADE.
* O Comerciante a que se refere o art. 1.º do Decreto - lei n.º 7.661/45 (Lei de Falência) é a Empresa
Comercial Coletiva.
AÇÃO EXECUTIVA: Execução Singular - título executivo judicial - se torna executivo a partir de
uma decisão judicial.
Art. 584 CPC: nem todos os títulos previstos nesse artigo são títulos executivos pois, não possuem
montante (liquidez).
Art. 585 CPC: os títulos de crédito elencados nesse artigo podem ser alvo de ação executiva - são
títulos que trazem obrigações líquidas determináveis através de cálculo aritmético.
* Tanto os títulos judiciais quanto os extrajudiciais podem servir para instruir um pedido de falência.
DUPLICATA ACEITA: deve ser protestada para efeitos do pedido de falência - pois com o protesto
se dá Publicidade à insolvência da empresa - então os credores saberão da situação em que se encontra
o devedor (Protesto Especial).
Protesto Especial: execução coletiva (publicidade) - não interessa somente a um credor, mas sim a
todos os credores desse devedor. A situação é a Impontualidade e a Incapacidade de cumprimento
da obrigação.
DUPLICATA SEM ACEITE: tem que ser regular, sendo assim, ela possui um comprovante de
entrega da mercadoria vendida. Para que se defina a liquidez deve haver o Protesto por Indicação.
Protesto por Indicação: 1. Liquidez; 2. Impontualidade. - havendo esse tipo de protesto não há
necessidade de um novo protesto, este já dá publicidade à situação do devedor.
ENDOSSO: nesse caso é necessário um novo protesto, pois, o devedor passou a ser outra pessoa, a
obrigação passa a ser exigida de outro devedor.
ENDOSSO - EXEMPLO.
Mário Ltda.: vendeu 10 máquinas para Geraldo Ltda. - prazo para o pagamento 30 dias.
O sacador fez um Borderô com o Banco (contrato para que o banco faça a cobrança por meio de boleto
bancário). Realizada tal situação o Banco passa a ser credor de Geraldo Ltda. e protesta o mesmo, feito
isso o credor pode pedir a falência do devedor, pois, este protesto tornou pública a situação do devedor.
* Se houver endossante através de Ação Cambial, ele poderá ser cobrado no caso de Geraldo Ltda. não
pagar a dívida.
PÓLO ATIVO: é a pessoa que requer a falência - Quem pode formular o pedido de falência: art. 8.º da
Lei 7.661/45 = Auto - Falência - no caso de sociedades o sócio que se sentir prejudicado deve procurar
seus direito, no caso de sociedades comerciais não é necessário a adesão de todos os sócios - no caso
de sociedades anônimas é necessário a convocação de uma assembléia para que assim exista a adesão
de todos os sócios.
Falecido Herdeiros
Cônjuge Sobrevivente
Inciso I: fala em herdeiros - não é necessário a adesão se todos os herdeiros, pois, essa adesão a que se
refere o dispositivo legal pode ser parcial.
* Qualquer credor que mantiver atividade mercantil com o devedor comerciante pode requerer a
falência do mesmo, basta somente comprovar essa relação - Comerciantes de Fato.
* No caso do credor comerciante, ele para requerer a falência do devedor comerciante, deve comprovar
sua regularidade para praticar atos de comércio - Comerciante de Direito.
* Basta ao credor não - comerciante, comprovar sua relação mercantil com o devedor comerciante para
que possa ser requerida a falência.
* Se o credito não tiver relação mercantil, não poderá ser requerida a falência do devedor comerciante.
GARANTIA REAL: ao conferir ao credor essa garantia, o devedor passa a não ter a total propriedade
de seus bens - ela garante direito absoluto em relação aos credores comuns - o credor que possui essa
garantia é o primeiro a receber no caso de decretação de falência - o credor com garantia rela pode
requerer a falência do devedor desde que renuncie à essa garantia real - o credor com garantia real
não necessita promover execução coletiva, apenas a singular.
HIPOTECA: é a escritura pública onde o devedor outorga ao credor uma garantia, por exemplo um
barracão.
CREDOR COM DOMICÍLIO FORA DO BRASIL - CAUÇÃO: freqüentemente o credor que mora
fora do Brasil, perde a demanda, então a lei manda que esse credor preste uma garantia Caução - para
que possam ser pagas as custas do processo e os honorários advocatícios no caso de uma eventual
derrota de sua ação.
PROCESSO FALIMENTAR
1. CITAÇÃO - SIGNIFICADO.
- Insolvente e Insolvável
Patrimônio
CITAÇÃO: comunicação e convocação do réu para apresentar seu direito de defesa. A citação pode
ser:
1. Mandado: é a portada pelo oficial de justiça, que a entrega pessoalmente ao devedor;
3. Carta: deve possuir A/R (aviso de recebimento) deve ser enviada pelo credor para o devedor, este
tipo de citação está abolida da Lei de Falências.
FORMAS POSSÍVEIS DE CITAÇÃO NA LEI DE FALÊNCIAS: por tratar-se de uma lei especial,
o CPC não pode revogar o que ela dispõe. Ela diz que as únicas espécies de citação admitidas por ela
são: a através de Mandado; e a através de Edital.
7. O DEPÓSITO ELESIVO.
CITAÇÃO: instrumento pelo qual se chama o réu do processo para defender-se. Esse prazo dado ao
réu para se defender é de 15 dias.
PRAZO CONTADO EM HORAS: ele é computado minuto a minuto, após a citação do réu.
PRAZO CONTADOS EM DIAS: nesse caso ocorre a exclusão do primeiro dia e, a inclusão do
último dia.
CITAÇÃO PESSOAL: isso ocorre quando o Oficial de Justiça entrega pessoalmente a citação ao réu,
através de um Mandado.
CITAÇÃO POR EDITAL: ocorre quando o réu é procurado pelo Oficial de Justiça e não é
encontrado, ocorrendo isso a citação será feita por edital - com publicação no Diário Oficial, o prazo
nesse caso será contado em dias. Prazo de 3 (três) dias - excluí-se o primeiro e incluí-se o último.
1. DEPÓSITO ELESIVO: ele pode eliminar a falência - emenda de mora, no momento em que é
citado ele paga e se livra da decretação da falência - mas está sujeito ao pagamento das despesas
processuais, honorários advocatícios, correção monetária e juros.
2. DEPÓSITO + DEFESA (DEPÓSITO COM GARANTIA): não tem como objetivo eliminar a
falência, mas sim evitar a quebra se a falência for requerida. Devedor tem argumentos a utilizar em
favor de sua defesa - faz o depósito e tem a garantia de que a quebra não vai ser decretada, caso sua
defesa seja aceita. Se a defesa não for aceita o depósito servirá como pagamento evitando assim, a
declaração jurídica da falência.
3. OFERTA SINGELA DE DEFESA: o devedor deixa de fazer o depósito. Ele oferece a sua
defesa e se essa não for aceita a falência será declarada.
- LF, art. 7.º: principal estabelecimento do devedor, não é a indicação constante no contrato social
ou estatuto, mas sim o local onde encontra-se o depósito e as mercadorias que são comercializadas
pelo devedor. Esse artigo da lei de falências busca distanciar a sede estatutária do principal
estabelecimento. LOCAL DA CONCRETA ATIVIDADE ECONÔMICA DO DEVEDOR.
JUÍZO UNIVERSAL: é de que as ações sejam propostas no for onde foi declarada a falência - é o que
entendimento majoritário.
Art. 7.º; parágrafo 2.º: sendo indivisível o juízo da falência, o juízo onde foi declarada a falência é
competente para julgar todas as ações e reclamações => Ré Litisconsorte (Massa Falida).
MASSA FALIDA: conjunto de bens e direitos da empresa falida, é assim como o espólio um ente
despersonalizado - existe para promover liquidação e pagamento dos credores.
MASSA FALIDA AUTORA: as ações podem tramitar em qualquer juízo, pois, não são reguladas pela
Lei de Falência.
Devedor = Comerciante
INSOLVÊNCIA: para ser caracterizada a obrigação líquida deverá ser expressada por documento que
seja determinado quanto ao seu valor (dinheiro), a impontualidade irá se certificar pelo protesto, que
tem como característica dar publicidade à situação do devedor, pois, podem haver mais credores
interessados na situação.
Art. 4.º da LF: “A falência não será declarada, se a pessoa contra quem for requerida provar:”
I - falsidade do título da obrigação: falsidade na emissão do título, exemplo, cheque perdido que
quando encontrado é assinado por outra pessoa.
II - prescrição: lapso temporal após o qual o título perde a possibilidade de ser executado.
III - nulidade da obrigação ou do título respectivo: falta de um dos elementos essenciais para que
possam ser praticados os atos jurídicos.
VII - cessação do exercício do comércio há mais de 2 (dois) anos, por documento hábil do
Registro do Comércio, o qual não prevalecerá contra a prova de exercício posterior ao ato
registrado.
AUTO-FALÊNCIA
3. CITAÇÃO EDITAL ?
3.1. POLÊMICA. SIMPLES NOMEAÇÃO DE CURADOR ?
3.2. EMBARGOS = DEFESA.
3.3. PRODUÇÃO DE PROVAS.
3.4. DEPÓSITO ELESIVO ?
PEDIDO DE FALÊNCIA (art. 1.º LF): quando for requerido o pedido com base no art. 1.º da LF, o
roteiro a ser observado (documentos necessários) encontra-se no art. 11 da LF.
AUTO-FALÊNCIA: art. 8.º da LF - nesse artigo o legislador relata as possíveis situações em que o
devedor pode requerer a Auto - Falência.
* Para o correr a Liquidação da Sociedade, deve-se fazer o levantamento do patrimônio real - pois, no
levantamento contábil pode acontecer desaparecimento de bens, visando fraudar aos credores dessa
sociedade.
LIQUIDANTE: é a pessoa estranha as partes, nomeada pelo juiz para tomar conta do patrimônio real
da sociedade, promovendo assim a dissolução da sociedade - liquidação total.
Na Sociedade de Capital, o liqüidante é o gerente, ou o representante legal da mesma.
* Nem todos os sócios precisam concordar com o pedido de auto - falência - é dispensada a intimação
dos sócios que não concordam com tal situação, pois, a lei não prevê e nem determina essa intimação.
PEDIDO DE FALÊNCIA (art. 2.º LF): quando este for requerido com base no que dispõe o art. 2.º
da LF, será observado o roteiro do art. 12 da LF - ele discorre sobre os fatos que caracterizam o estado
de falência - nem sempre contará apenas a prova documental, pois, existem casos onde se exige um
pouco mais.
1. O SILOGISMO JURÍDICO.
3. REQUISITOS ESPECÍFICOS
3.1. Horário da Quebra
3.2. Termo Legal de Quebra
SILOGISMO: operação de raciocínio, por ele lançamos um enunciado que chamamos de PREMISSA
MAIOR = enunciado genérico; e outro enunciado que chamamos de PREMISSA MENOR = enunciado
particular; finalmente temos a CONCLUSÃO = superposição da premissa > sobre a premissa <.
Exemplo: P > = toda loura chama atenção.
P < = Maria é loura.
Conclusão = Maria chama atenção.
SILOGISMO NO DIREITO: é a forma de raciocínio utilizada pelo juiz para decidir e sentenciar os
processos nos quais atua com determinada função.
P > = direito positivo (norma vigente).
P < = fato.
Conclusão = sentença.
SILOGISMO:
- O grande silogismo é a sentença;
- Os pequenos silogismos são as questões a serem resolvidas dentro de um processo.
REQUISITOS DA SENTENÇA:
- Relatório: resumo dos debates desenvolvidos pelas partes;
- Fundamentação: exame e soluções das questões debatidas pelas partes;
- Dispositivo: solução da pendência.
RELATÓRIO
(principais atos)
Réu = em sua defesa alega que o autor fez uma parada repentina e sem motivo
FUNDAMENTAÇÃO
Alegações do Autor
art. 159 CC: obrigação do réu de indenizar o autor por ter agido com imprudência, negligência ou
imperícia
houve o dano
há obrigação de indenizar
Alegações do Réu
DISPOSITIVO
(conclusão)
SENTENÇA DE FALÊNCIA
o autor não cumpriu o contrato, por isso não pode exigir o cumprimento por parte do réu
SENTENÇA DE QUEBRA
(art. 14 da Lei de Falências)
1. REQUISITOS GERAIS.
1.1. Relatório - nome: qualificação das partes
- resumo do debate das principais ocorrências
1.2. Fundamentação: Razões da Decisão
1.3. Dispositivo: Conclusão
2. HORÁRIO DA QUEBRA.
5. NOMEAÇÃO DO SÍNDICO.
6. AMPLA PUBLICIDADE.
7. PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES.
Divisão da Sentença:
RESUMO: resumo do pedido do autor e da defesa apresentada pelo réu + os principais atos
processuais, debate das partes à respeito da causa:
Pedido do Autor: com base no art. 1.º da LF, ele requer a falência do devedor comerciante,
apresentando um título devidamente protestado.
Defesa do Réu: ele alega defeito nas máquinas que são objetos da relação.
Ato Processual: prova pericial colhida para constatar a procedência ou não do argumento de defesa
do réu.
PROVA COLHIDA: através dela irá se constatar a procedência ou não da alegação de defesa do réu,
caso ela seja comprovada por laudo pericial, será indeferido o pedido do autor da ação. Constatando-se:
Que não há defeito: aplicar-se-á ao caso a procedência do requerimento de falência com base no
seguinte silogismo:
Premissa > = art. 4.º; inciso VIII - o devedor não conseguiu provar a alegação de sua defesa.
Premissa < = a obrigação do autor (requerente) foi cumprida.
Conclusão = a contraprestação é devida (Decretação da Falência) - Dispositivo: fecho ou parte final
da decisão.
Que existe defeito: o silogismo determina o entendimento de que não deverá ser decretada a falência
com base no disposto no art. 1092 do Código Civil.
Ineficácia: art. 40; inciso II - situação entendida pelos doutrinadores majoritários, qualquer ato
praticado com referência à disposição e administração de bens da Massa Falida, ocorrido após a
sentença é considerado ineficaz.
60 dias anteriores ao 1.º protesto: deverá ser considerado o protesto mais antigo visando assim uma
maior defesa dos credores, exemplo:
O primeiro protesto data de 1.º de novembro de 2.001, serão contados 60 dias anteriores, chegando-
se assim, ao dia 1.º de setembro de 2.001 - durante esse período de tempo, os atos praticados pelo falido
com relação à disposição ou administração de bens da Massa Falida são suspeitos, sendo assim
passíveis de retificação.
RETIFICAÇÃO: art. 52, inciso VIII da LF - dispõe à respeito da autonomia da retificação com a
seguinte redação: “a venda, ou transferência de estabelecimento comercial ou industrial, feita sem o
consentimento expresso ou o pagamento dos credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao
falido bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, dentro de 30 dias, nenhuma oposição fizeram
os credores à venda ou transferência que lhes foi notificada; essa notificação será feita judicialmente ou
pelo oficial do registro de títulos e documentos”.
DECLARAÇÕES DE CRÉDITO: dispõe à respeito desse assunto o art. 14; inciso V da LF,
remetendo à apreciação do art. 80 também da LF. Tratam-se de requerimentos elaborados pelos
credores da massa falida, onde eles oferecem suas declarações de crédito - o prazo é de 20 dias.
40 dias: é tido como atraso, mas se ainda não tiver havido a efetuação de nenhum pagamento, e nem
tenha sido arrecadado nenhuma quantia eme dinheiro, esse credor que apresentou sua declaração com
atraso poderá participar naturalmente do rateio.
02 anos: nessa situação de atraso, havendo pagamento de algum credor, esse que atrasou-se para
apresentar a sua declaração de crédito, poderá ser prejudicado caso não houver mais bens ou dinheiro
disponível para o pagamento de seu crédito.
Massa Falida:
Massa Falida Objetiva: conjunto de bens e direitos;
Massa Falida Ativa: são os credores.
SÍNDICO DATIVO: por tratar-se de um indivíduo estranho ao quadro de credores, ele não possui
o direito subjetivo de se manter no cargo. Essa espécie de síndico é uma pessoa nomeada pelo Juiz,
pessoa essa de sua confiança.
Ao contrário do que indica a lei dizendo que devem ser nomeados comerciantes, o síndico dativo é
um advogado especialista em matéria falimentar.
AMPLA PUBLICIDADE: deve existir fundada sob o argumento de que essa decisão (sentença de
quebra) não é apenas do interesse do indivíduo que requer a falência do devedor comerciante, interessa
também à outros credores; ao Estado e a Junta Comercial. A publicidade será realizada das seguintes
maneiras:
- Ofícios;
- Editais;
- Circulares.
RECURSOS NA FALÊNCIA
1. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMISMO.
RECURSO: manifestação de inconformismo com a decisão judicial proferida pelo juiz. São 3 as
espécies de recursos admitidas no direito brasileiro:
- Recurso de Apelação;
- Agravo de Instrumento e;
- Embargos à Sentença de Quebra.
SENTENÇA: consiste em uma decisão dada pelo Juiz, que possui como finalidade por fim ao
processo, nesse caso cabe o Recurso de Apelação.
* A decisão judicial que profere a sentença de quebra, não põe fim ao processo falimentar, ele dá início
a esse processo. Cabe dessa decisão, portanto, o recurso de agravo de instrumento (art. 17 da Lei de
Falências).
TRIBUNAL DE JUSTIÇA: é composto por colegiados, é a ele que compete o julgamento dos
recursos na Lei de Falências.
Recurso - Requerimento
1. Razões do Pedido
+
2. Agravo de Instrumento
peças necessárias
- Decisão Impugnada
- Certidão de Intimação
Câmaras = 5 Juízes / Turmas Julgadoras = 3 Juízes: o número de juízes é sempre impar, evitando assim
o empate nos votos quando a decisão do tribunal não for unânime.
RELATOR: é ele quem tem o primeiro contato com o recurso, tem função de examinar os
pressupostos de recorribilidade - incumbe também a ele o exame do efeito suspensivo (art. 558 CPC).
AGRAVO DE INSTRUMENTO
1. EFEITO SUSPENSIVO.
2. PROCESSAMENTO E JULGAMENTO.
PROCESSAMENTO: quem propõe este recurso é a parte que foi derrotada na 1.ª Instância, ou seja,
quem requereu a falência, sendo parte contrária (parte que teve decisão ao seu favor no juízo
monocrático), manifestação que será analisada pelo relator, que esperará que seja marcado o Dia do
Julgamento. Nesse dia o relator leva à público o seu voto (refere-se ao aspecto material da sentença).
JULGAMENTO: é feito pela Turma Julgadora composta por 3 Juízes. Após apresentado o voto do
relator, irão proferir seus votos simultaneamente o 2.º e o 3.º Desembargadores, a decisão da turma
julgadora pode ser unânime ou, pode haver divergência de votos, sendo assim, a decisão será a da
maioria.
Sendo a decisão de Reforma da Sentença, será deferido um Acórdão ou Aresta pela turma
julgadora, nesse caso a decisão do Tribunal irá substituir a sentença de primeiro grau (1.a Instância /
Juízo Monocrático).
RECURSO DE APELAÇÃO
(art. 19 da LF)
DUPLO EFEITO: devolução da matéria a segundo grau (permitir que o Tribunal reveja e rejulgue o
processo); efeito suspensivo com base no art. 520 do CPC.
4. DECISÃO.
EMBARGOS À SENTENÇA DE QUEBRA: só possui cabimento com fundamento no art. 1.º da Lei
de Falências. Regra geral da não suspensividade dos efeitos da sentença, ou seja, nesse caso não existe
o efeito suspensivo.
Cabe contra a decisão que deu provimento ao pedido de falência e decretou a quebra, oportunidade
de emenda da mora pelo devedor no caso do art.1.º da LF.
Ele é dirigido ao próprio Juiz de primeiro grau (Juízo Monocrático) que foi quem decretou a quebra.
DECISÃO: optando o Juiz pela Decisão Rescisão, será substituída a sentença que decretou a quebra.
PEDIDO DOLOSO: quando o pedido for feito pelo credor com a intenção de prejudicar o devedor
comerciante, provada tal situação, o réu (devedor) irá pedir o descabimento da ação e, em função dos
danos que sofreu com tal situação, também pedirá o ressarcimento em perdas e danos nos próprios
autos do processo.
4.3. A Reserva.
CREDORES CONCURSAIS: são aqueles que obrigatoriamente devem apresentar suas declarações
de crédito para que possam ver satisfeitos os pagamentos de seus créditos. São dessa espécie de
credores os credores trabalhistas.
Credores Trabalhistas
(devem apresentar suas declarações de crédito após a decretação da falência)
Execução Fiscal
(o recurso ou produto obtido com a venda do(s) bem(s) disponíveis da Massa Falida deve ir direto para
a Falência)
“As Prestações Alimentícias que possuem como decorrência Atos Ilícitos (art.159 CC), tratadas
como Pensões Mensais de Natureza Alimentar ou Indenizações por Atos Ilícitos podem ser exigidas
na Falência”.
2. Despesas Individuais para Participar do Concurso: são entendidas pela doutrina como as
despesas que o credor tem com xerox de documentos, elaboração da declaração de crédito, autenticação
de tais documentos, etc. Essas despesas também não podem ser exigidas na falência.
SUSPENSÃO DAS AÇÕES E EXECUÇÕES (art. 24 “caput” da LF): este dispositivo da Lei de
Falências refere-se expressamente às ações propostas antes da decretação da falência que serão
suspensas até o final desse processo.
Exceções (parágrafo 1.º; do art. 24):
a) Bens em praça com editais publicados;
b) Bens já alienados.
a) Ações de credores não sujeitos a rateio: trata especificamente à Fazenda Pública e aos Credores
com Garantia Real;
b) Ações e Execuções que demandarem quantia ilíquida: com relação à quantia ilíquida, podemos
citar por exemplo, uma ação de indenização que vise uma prestação de pensão mensal (alimentícia)
decorrente de um ato ilícito.
VENCIMENTO ANTECIPADO DE TODAS AS DÍVIDAS: decretada a falência todas as
obrigações do falido passam a serem consideradas como vencidas, isto, para que todos os credores
possam concorrer igualmente ao produto obtido com a venda dos bens da massa falida.
6. INDISPONIBILIDADE DE BENS.
6.1. Ineficácia e não nulidade.
DECLARAÇÕES DO (art. 34 da LF): este dispositivo da legislação falimentar trata das informações
que o falido tem a obrigação de prestar a juízo e ao síndico, após ser decretada a falência, no caso de
firma individual é feita pelo próprio falido, já no caso de uma sociedade é feita pelos seus
representantes.
PRISÃO (art. 35 da LF): é entendida pelo STJ como constitucional, consiste em uma prisão de
natureza coativa que busca obrigar com que o falido cumpra suas obrigações.
DIREITOS PROCESSUAIS: o falido não perde direitos processuais, podendo ele intervir no
processo, recorrer a decisões e deve ajudar na fiscalização da massa falida.
NÃO PODEM SER ARRECADDOS BENS IMPENHORÁVEIS (art. 649 do CPC): este artigo do
Código de Processo Civil alonga-se por 10 incisos, tratando de uma relação de bens que são
considerados impenhoráveis, nesse o síndico pode deixar de arrecadar esses bens pois isso decorre de
uma expressa determinação legislativa (art. 649 do CPC).